1. Experimentação de Práticas leitoras nA Terceira Idade “Há duas épocas na vida, infância e velhice, em que a felicidade está numa caixa de bombons.” Carlos Drummond de Andrade
3. Objetivo da Prática Leitora Refletir sobre a Melhor Idade como sendo uma etapa de acúmulo de experiências e conhecimentos, por isso esta etapa deveria ser a de melhor/ produtividade e participação social.
4. Materiais e Recursos utilizados Leitura de Músicas: O que é, o que é Gonzaguinha. Minha Vida Rita Lee Leitura de textos literários: Os Ombros Suportam o mundo Carlos Drummond de Andrade A Velhice Pede Desculpas Cecília Meirelles Leitura de filme: O curioso caso de Benjamin Button.
5. Atividades: O grupo será convidado a realizar a leitura dos poemas, explorando a cadência e o ritmo que esse tipo de texto exige. As temáticas abordadas nos textos serão debatidas nos grupos, tentando construir a imagem dos Idosos hoje em nossa sociedade. As músicas serão ouvidas e após construiremos um pôster com imagem que representem os sentimentos vivenciados durante a execução da música.
6. Etapas: texto i Minha Vida Rita Lee Composição : John Lennon E Paul Mc Cartney Tem lugares que me lembram Minha vida, por onde andei As histórias, os caminos O destino que eu mudei... Cenas do meu filme Em branco e preto Que o vento levou E o tempo traz Entre todos os amores E amigos De você me lembro mais... Tem pessoas que a gente Não esquece, nem se esquecer O primeiro namorado Uma estrela da TV Personagens do meu livro De memórias Que um dia rasguei Do meu cartaz Entre todas as novelas E romances De você me lembro mais... Desenhos que a vida vai fazendo Desbotam alguns, uns ficam iguais Entre corações que tenho tatuados De você me lembro mais De você, não esqueço jamais...
7. Texto ii Gonzaguinha O Que É, O Que É? Composição : Gonzaguinha Eu ficoCom a purezaDa resposta das criançasÉ a vida, é bonitaE é bonita... Viver!E não ter a vergonhaDe ser felizCantar e cantar e cantarA beleza de serUm eterno aprendiz... Ah meu Deus!Eu sei, eu seiQue a vida devia serBem melhor e seráMas isso não impedeQue eu repitaÉ bonita, é bonitaE é bonita... E a vida!E a vida o que é?Diga lá, meu irmãoEla é a batidaDe um coraçãoEla é uma doce ilusãoHê! Hô!... E a vidaEla é maravilhaOu é sofrimento?Ela é alegriaOu lamento?O que é? O que é?Meu irmão... Há quem faleQue a vida da genteÉ um nada no mundo É uma gota, é um tempoQue nem dá um segundo... Há quem faleQue é um divinoMistério profundoÉ o sopro do criadorNuma atitude repleta de amor... Você diz que é luxo e prazerEle diz que a vida é viverEla diz que melhor é morrerPois amada não éE o verbo é sofrer... Eu só sei que confio na moçaE na moça eu ponho a força da féSomos nós que fazemos a vidaComo der, ou puder, ou quiser... Sempre desejadaPor mais que esteja erradaNinguém quer a morteSó saúde e sorte... E a pergunta rodaE a cabeça agitaEu fico com a purezaDa resposta das criançasÉ a vida, é bonitaE é bonita...
8. Texto iii A Velhice pede desculpas Tão velho estou como árvore no inverno, vulcão sufocado, pássaro sonolento. Tão velho estou, de pálpebras baixas, acostumado apenas ao som das músicas, à forma das letras. Fere-me a luz das lâmpadas, o grito frenético dos provisórios dias do mundo: Mas há um sol eterno, eterno e brando e uma voz que não me canso, muito longe, de ouvir. Desculpai-me esta face, que se fez resignada: já não é a minha, mas a do tempo, com seus muitos episódios. Desculpai-me não ser bem eu: mas um fantasma de tudo. Recebereis em mim muitos mil anos, é certo, com suas sombras, porém, suas intermináveis sombras. Desculpai-me viver ainda: que os destroços, mesmo os da maior glória, são na verdade só destroços, destroços. Cecília Meireles, in 'Poemas (1958)'
9. Texto iv Os Ombros Suportam o Mundo Carlos Drummond de Andrade Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus.Tempo de absoluta depuração.Tempo em que não se diz mais: meu amor.Porque o amor resultou inútil.E os olhos não choram. E as mãos tecem apenas o rude trabalho.E o coração está seco.Em vão mulheres batem à porta, não abrirás.Ficaste sozinho, a luz apagou-se,mas na sombra teus olhos resplandecem enormes.És todo certeza, já não sabes sofrer.E nada esperas de teus amigos.Pouco importa venha a velhice, que é a velhice?Teu ombros suportam o mundoe ele não pesa mais que a mão de uma criança. As guerras, as fomes, as discussões dentro dos edifíciosprovam apenas que a vida prosseguee nem todos se libertaram ainda.Alguns, achando bárbaro o espetáculo,prefeririam (os delicados) morrer.Chegou um tempo em que não adianta morrer.Chegou um tempo em que a vida é uma ordem.A vida apenas, sem mistificação. Os versos acima foram publicados originalmente no livro "Sentimento do Mundo", Irmãos Pongetti - Rio de Janeiro, 1940. Foram extraídos do livro "Nova Reunião", José Olympio Editora - Rio de Janeiro, 1985, pág. 78.Conheça o autor e sua obra visitando "Biografias".