O documento discute o consumo de maconha por jovens, explicando o que é a maconha e seus efeitos no corpo. Aponta que 61% dos adolescentes que cometeram atos infracionais usavam drogas, principalmente maconha e mais de um tipo de droga. Relata também que problemas familiares e de grupo facilitam o envolvimento dos jovens com as drogas.
2. O que é a maconha?
A maconha é o nome dado no Brasil ao vegetal Cannabis sativa/Indica.
A planta Cannabis sativa produz mais de 400 substâncias químicas. Uma delas
é o THC (tetraidrocanabinol) que é a principal responsável pelos efeitos da
maconha.
As flores e folhas secas da maconha podem ser fumadas ou ingeridas, sendo
que a forma mais comum é a fumada.
Quando fumada ela é absorvida pela via pulmonar e atinge o Sistema Nervoso
Central (cérebro) em apenas alguns segundos.
Quando utilizada por via oral sua absorção é lenta, de 30 a 60 minutos
3.
4. Por que as pessoas usam a maconha?
As drogas proporcionam confiança, perspicácia, despreocupação e facilidade
para sentir-se bem;
As drogas favorecem sentir-se aceito por um grupo de iguais;
As drogas são utilizadas como mecanismos de enfrentamento dos problemas
emocionais, mascarando a depressão e diminuindo a tensão;
São fáceis de ser adquiridas.
5. O que a maconha faz após alguns
minutos de ingerir ou inalar?
Os olhos ficam ligeiramente avermelhados (hiperemia das conjuntiva ).
A boca fica seca (xerostomia).
O coração dispara (os batimentos, de 60 a 80 por minuto, podem chegar a
mais de 120).
6. O que ocorre no corpo com o uso
contínuo?
No homem o uso prolongado de maconha pode provocar uma diminuição da
testosterona.
Na mulher pode trazer alterações hormonais chegando até a inibição da
ovulação.
O uso contínuo pode afetar também os pulmões pois a fumaça é muito
irritante, sendo comum os problemas respiratórios, principalmente a
bronquite.
7. A intervenção e o tratamento em jovens
Os adolescentes são os pacientes mais difíceis de serem trabalhados no
ambiente terapêutico.
São os que oferecem mais hostilidade, maior desconfiança e outras formas de
resistência, além de baixa motivação para tratamento, pois estão iniciando o
processo de desenvolvimento das suas habilidades sociais e cognitivas.
Estão em busca de modelos de relacionamento e adquirindo habilidade de
demonstrar seus sentimentos.
(Lambie, 2004).
8. Os dados confirmam que o uso de drogas está cada vez mais associado à
criminalidade infanto-juvenil.
Existem várias modalidades de tratamento para adolescentes que usam
drogas.
Lincourt, Kuettel, e Bombardier (2002) afirmam que pacientes que chegam
aos locais de tratamento sem motivação própria, são um desafio para os
terapeutas.
Mariano da Rocha (2003) relata a necessidade de intervir de forma mais ativa
na família, na escola e em políticas de saúde pública.
9. O que facilita o envolvimento dos jovens
com as drogas?
A influência do grupo de iguais, a aprovação social, a ansiedade, a depressão,
a disfunção familiar e o comportamento de enfrentar riscos.
Estão em busca de modelos de relacionamento e adquirindo habilidade de
demonstrar seus sentimentos.
Os problemas decorrentes do abuso de substâncias psicoativas (SPA) entre
adolescentes são muito frequentes.
Nem sempre os que estão em tratamento psíquico são identificados como
usuários de drogas.
10. Levantamento realizado por Mariano da
Rocha (2003) em Porto Alegre com 196
adolescentes que cometeram atos
infracionais:
ADOLESCENTES
QUE COMETERAM
61%
39%
ATOS
INFRACIONAIS
Usuários de drogas Não usuarios
USUÁRIOS DE
DROGAS
Drogas ilícitas Drogas lícitas
57%
43%
CONSUMO
Mais de um tipo de droga
Apenas um tipo de droga
36%
64%
11. Em um estudo realizado por Neighbors,
Kempton e Forehand (1992) com 111 jovens
envolvidos com o sistema de justiça.
Jovens com problemas
relacionados a drogas
19%
81%
Jovens que não apresentaram problemas
Jovens que apresentaram problemas
Conduta do
91%
9%
jovem
Apresentam transtorno de
conduta
Não apresentam transtorno
de conduta
TRANSTORNO
DESAFIADOR
DE OPOSIÇÃO
32%
68%
Apresentam
TRANSTORNO DE
DÉFICIT DE
ATENÇÃO E
HIPERATIVIDADE
58%
42%
Apresentam Não apresentam