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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE – UFF
INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS
GEOGRAFIA HUMANA E ECONÔMICA II
Prof: Márcio Piñon de Oliveira
RESUMO:
SIMMEL, Georg. A Metrópole e a vida mental.
ABILIO MAIWORM-WEIAND
MATRÍCULA: 21.005.082
23 DE SETEMBRO DE 2011
NITERÓI-RJ
1
RESUMO
Nesse texto, Simmel analisa como o ser humano se constitui e dinamiza as suas
relações interpessoais nas grandes cidades europeias a partir do século XVIII. Isto é, como se
conforma o cidadão individualizado nas metrópoles ocidentais, que por sua vez são
dinamizadas pela profunda divisão social do trabalho e pela troca mediada através da moeda.
Para isso, utiliza-se do método comparativo, contrastando o cidadão das pequenas cidades
com o da metrópole, enfocando-os sob o ponto de vista psíquico de seus comportamentos e de
constituição de suas personalidades no exercício da cotidianidade em seus respectivos meios
sociais.
O autor destaca que a vida citadina de uma pequena cidade não permite o
desenvolvimento completo da individualidade. Nessa geografia urbana, praticamente todos
conhecem a todos e o todo, ou seja, o conjunto da sociedade exerce um grande controle sobre
o seu cidadão. Esse controle exerce-se sobre o modo de ser e agir, mas também é exercido
sobre o próprio pensamento dos indivíduos, cerceando-os dentro dos estreitos limites da
sociabilidade que estão inseridos. Além disso, a vida na pequena cidade é determinada por
uma uniformidade cotidiana que se repete quase identicamente dia após dia e mesmo em
longo prazo, conformando um cidadão muito diferenciado, inclusive em termos psíquicos e
intelectuais, em relação ao citadino metropolitano.
Simmel reconhece que a metrópole é o lócus privilegiado das relações monetárias.
Relações que são intensificadas pela divisão social do trabalho, onde tudo se torna
mercantilizável e os processos de troca intensificam-se ao máximo. A metrópole é o lugar do
efêmero, da velocidade, do consumo exacerbado e descartável. Nessas condições societárias,
as relações sociais também são mediadas por tal mercantilização. Elas fragilizam o cidadão,
tornando sua memória volátil e superficial pela ''intensificação da vida nervosa''. Na tentativa
de escapar a essa superexcitação cotidiana, que desestabilizaria emocionalmente o indivíduo,
o metropolitano retrai-se, evita o contato com o semelhante. Mas com isso, torna-se
melancólico, desenvolvendo uma ''vida mental'' que o distancia cada vez mais das relações de
afetividade por um lado e por outro o desenvolve intelectualmente, tornando-o racionalista,
mas voltado para as relações com as coisas. Em última instância, um ser humano que se
desumaniza ao voltar-se para o consumo, tornando-o o sentido de sua vida existencial.
Verifica-se, dessa forma, que se a constante ampliação da divisão social do trabalho
leva a uma interdependência cada vez maior entre os cidadãos da metrópole, em contrapartida
2
aprofunda o processo de individuação no sentido de uma autonomia cada vez maior do
cidadão em relação ao seu semelhante. Autonomia que se alcança desde que se esteja em
condições plenas de incorporação às regras do mercado que dinamiza a própria sociedade
metropolitana. Portanto, uma autonomia coisificada, visto que o cidadão torna-se mais uma
mercadoria na dinâmica da troca que media todas as relações sociais cotidianas. Como nos diz
o autor:
''O indivíduo se tornou um mero elo de uma enorme organização de coisas e
poderes que arrancam de suas mãos todo o progresso, espiritualidade e
valores, para transformá-los de sua forma subjetiva na forma de uma vida
puramente objetiva'' (p. 23).
Apesar disso, Simmel salienta, ao findar o seu texto, que a metrópole possibilita a
construção de um indivíduo que não é mais a mera constituição de um ''ser humano em geral'',
como ocorria anteriormente ao estar umbilicalmente '' preso a vínculos de caráter político,
agrário, corporativo e religioso'' (p. 24). Um ser humano que poder vir a desenvolver todas as
suas potencialidades ao produzir-se como indivíduo qualitativamente diferenciado dos seus
semelhantes em relação a sua vida psíquica, isto é, em termos de desenvolvimento intelectual.
3
BIBLIOGRAFIA:
SIMMEL, Georg. A metrópole e a vida mental. In: O.G. VELHO (org.),
O fenômeno urbano. 4a
edição. Rio de Janeiro, Zahar. 1987

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  • 1. UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE – UFF INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS GEOGRAFIA HUMANA E ECONÔMICA II Prof: Márcio Piñon de Oliveira RESUMO: SIMMEL, Georg. A Metrópole e a vida mental. ABILIO MAIWORM-WEIAND MATRÍCULA: 21.005.082 23 DE SETEMBRO DE 2011 NITERÓI-RJ
  • 2. 1 RESUMO Nesse texto, Simmel analisa como o ser humano se constitui e dinamiza as suas relações interpessoais nas grandes cidades europeias a partir do século XVIII. Isto é, como se conforma o cidadão individualizado nas metrópoles ocidentais, que por sua vez são dinamizadas pela profunda divisão social do trabalho e pela troca mediada através da moeda. Para isso, utiliza-se do método comparativo, contrastando o cidadão das pequenas cidades com o da metrópole, enfocando-os sob o ponto de vista psíquico de seus comportamentos e de constituição de suas personalidades no exercício da cotidianidade em seus respectivos meios sociais. O autor destaca que a vida citadina de uma pequena cidade não permite o desenvolvimento completo da individualidade. Nessa geografia urbana, praticamente todos conhecem a todos e o todo, ou seja, o conjunto da sociedade exerce um grande controle sobre o seu cidadão. Esse controle exerce-se sobre o modo de ser e agir, mas também é exercido sobre o próprio pensamento dos indivíduos, cerceando-os dentro dos estreitos limites da sociabilidade que estão inseridos. Além disso, a vida na pequena cidade é determinada por uma uniformidade cotidiana que se repete quase identicamente dia após dia e mesmo em longo prazo, conformando um cidadão muito diferenciado, inclusive em termos psíquicos e intelectuais, em relação ao citadino metropolitano. Simmel reconhece que a metrópole é o lócus privilegiado das relações monetárias. Relações que são intensificadas pela divisão social do trabalho, onde tudo se torna mercantilizável e os processos de troca intensificam-se ao máximo. A metrópole é o lugar do efêmero, da velocidade, do consumo exacerbado e descartável. Nessas condições societárias, as relações sociais também são mediadas por tal mercantilização. Elas fragilizam o cidadão, tornando sua memória volátil e superficial pela ''intensificação da vida nervosa''. Na tentativa de escapar a essa superexcitação cotidiana, que desestabilizaria emocionalmente o indivíduo, o metropolitano retrai-se, evita o contato com o semelhante. Mas com isso, torna-se melancólico, desenvolvendo uma ''vida mental'' que o distancia cada vez mais das relações de afetividade por um lado e por outro o desenvolve intelectualmente, tornando-o racionalista, mas voltado para as relações com as coisas. Em última instância, um ser humano que se desumaniza ao voltar-se para o consumo, tornando-o o sentido de sua vida existencial. Verifica-se, dessa forma, que se a constante ampliação da divisão social do trabalho leva a uma interdependência cada vez maior entre os cidadãos da metrópole, em contrapartida
  • 3. 2 aprofunda o processo de individuação no sentido de uma autonomia cada vez maior do cidadão em relação ao seu semelhante. Autonomia que se alcança desde que se esteja em condições plenas de incorporação às regras do mercado que dinamiza a própria sociedade metropolitana. Portanto, uma autonomia coisificada, visto que o cidadão torna-se mais uma mercadoria na dinâmica da troca que media todas as relações sociais cotidianas. Como nos diz o autor: ''O indivíduo se tornou um mero elo de uma enorme organização de coisas e poderes que arrancam de suas mãos todo o progresso, espiritualidade e valores, para transformá-los de sua forma subjetiva na forma de uma vida puramente objetiva'' (p. 23). Apesar disso, Simmel salienta, ao findar o seu texto, que a metrópole possibilita a construção de um indivíduo que não é mais a mera constituição de um ''ser humano em geral'', como ocorria anteriormente ao estar umbilicalmente '' preso a vínculos de caráter político, agrário, corporativo e religioso'' (p. 24). Um ser humano que poder vir a desenvolver todas as suas potencialidades ao produzir-se como indivíduo qualitativamente diferenciado dos seus semelhantes em relação a sua vida psíquica, isto é, em termos de desenvolvimento intelectual.
  • 4. 3 BIBLIOGRAFIA: SIMMEL, Georg. A metrópole e a vida mental. In: O.G. VELHO (org.), O fenômeno urbano. 4a edição. Rio de Janeiro, Zahar. 1987