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WELLTON AMORIM FALCÃO DE LIMA
O direito à cidade
David Harvey
TÍTULO:
contexto
Henri Lefebvre nasceu na França em 1901 e faleceu em 1991, foi sociólogo, passou
vida teorizando sobre a luta de classes investindo numa leitura não dogmática do
marxismo.
Reconhecido pela sua crítica não só no campo da filosófica e econômica, mas
principalmente pela formação de uma vasta obra que analisa a problemática
urbana. Entre outras, sua contribuição ainda se tende á reflexão sobre a vida
cotidiana, criticando os fundamentos das relações sociais neste ambiente, que de
forma alguma são neutros ou desligados das relações produtivas gerais.
análises/reflexões
O livro intitulado Direito à Cidade se propõe a discutir a construção social do espaço
urbano, a partir da percepção de que o desenvolvimento urbano pode se estruturar
de forma diferente da que se estabelece nas sociedades capitalistas.
análises/reflexões
O livro aborda de forma crítica e densa a discussão sobre a construção do espaço
urbano nas sociedades capitalistas.
O livro é dividido em 15 capítulos, excetuando a apresentação e um capítulo que o
autor intitula de advertência. O contexto social no qual o texto foi escrito tem como
pano de fundo as transformações sociais e urbanísticas pelas quais Paris passou ao
longo da década de 1960.
análises/reflexões
O primeiro capítulo, “Industrialização e urbanização: noções preliminares”, aponta
que a industrialização e a urbanização são as principais características da sociedade
moderna e devem ser o ponto de partida para sua análise.
O autor perpassa as transformações urbanísticas pelas quais passaram diversas
cidades. Destaca-se que neste capítulo o autor define o seu entendimento por vida
urbana, que possui como pressuposto os encontros, os confrontos entre as
diferenças, incluindo as ideológicas e políticas, dos diferentes modos viver que
coexistem na cidade.
análises/reflexões
Para o autor a cidade possuía um atributo específico, o local do habitat, ou seja, era
o local no qual se participava de uma vida social, de uma comunidade, tanto nas
aldeias, como nas cidades.
No entanto, na estrutura da sociedade capitalista e com consolidação do consumo
como elemento central dessa sociedade, essa noção de habitat se perde, a cidade é
suburbanizada e o proletariado é afastado da cidade, perdendo “o sentido da obra”,
esfumaçando em sua consciência sua capacidade criadora.
análises/reflexões
Destaca-se a crítica feita pelo autor em relação à mercantilização do espaço urbano.
Aponta que na construção do espaço urbano capitalista há um conflito expresso
entre o valor de troca e o valor de uso da cidade, ou seja, a dimensão mercantil, de
espaços urbanos comprados e vendidos, de consumo de bens e de lugares, com a
dimensão de vida urbana na cidade e com o tempo urbano.
análises/reflexões
Esse conflito, inerente às próprias contradições da sociedade capitalista, aparece na
análise feita pelo autor na construção espaço urbano, uma vez que este compreende
a cidade como um produto histórico das relações dos homens, logo ligado a forma
capitalista com a qual a sociedade moderna se organiza. A cidade é uma produção e
reprodução de seres humanos e por seres humanos. Possui, portanto, uma história,
sendo obra de grupos de pessoas e homens determinados que realizam a cidade em
condições históricas determinadas.
análises/reflexões
O livro "O Direto Á Cidade", sobretudo, é uma crítica ao Estado que reproduz a
segregação nas cidades através do próprio sistema que Ele imposta sobre a
sociedade. Assim o tecido urbano foi se transformando em um espaço onde as
diferenças de classes são bastante visíveis, pois muitos não possuem o direito de
morar com dignidade.
Com base no livro de Henri Lefebvre, "O Direito Á Cidade”, a cidade não é o resultado
apenas de matéria, mas sim, o resultado das relações dos seres humanos, tornando
um espaço dinâmico onde há grande integração material e vida humana. Dessa
forma, acontece e a cidade passa existir e corresponder às necessidades das
pessoas que convivem nela, assim o espaço da cidade se materializa e recebe vida
através das relações humanas que ocorrem.
análises/reflexões
A cidade um espaço das varias ações que acontecem pelos habitantes existentes.
Assim ela cria os seus signos, a linguagem própria de acordo com os seus
habitantes, agrega valores que faz cada vez mais atraem capitais e formação de
redes urbanas, tudo que se cria é vendido, tornando o espaço dinâmico como se a
cidade por se só tivesse vida própria. A análise semiológica ganha dimensões e o elo
de ligações entre os habitantes.
análises/reflexões
A partir de quando as cidades começaram a desenvolverem e a população crescer
em números quantitativos, atraídos em virtude do crescimento industrial, surgiu
muitos problemas sociais. Assim o tecido urbano ficava cada vez mais desordenado,
resultado do capitalismo que mesmo trazendo a divisão territorial do trabalho não
foi suficiente para mudar a vida das pessoas pobres que vivem nas cidades. Daí
então a segregação das cidades e a proliferação dos problemas sociais.
análises/reflexões
Segundo o autor, nos países considerados democráticos transforma isso em utopias
no sentido mais desusado em demagogia, pois a segregação continuava e o Estado
age como se fosse por cima e as empresas pó baixo transformando os habitantes
dependentes da sociedade. A classe operária que ao longo do tempo se apropriou
da vida na cidade de fato não convive nela, mas sim nos guetos da pobreza, nas
favelas. Evidente que a filosofia e outras ciências não vão dar conta disso, na
verdade esse é um modelo imposto pelo Estado.
análises/reflexões
Segundo o autor, nos países considerados democráticos transforma isso em utopias
no sentido mais desusado em demagogia, pois a segregação continuava e o Estado
age como se fosse por cima e as empresas pó baixo transformando os habitantes
dependentes da sociedade. A classe operária que ao longo do tempo se apropriou
da vida na cidade de fato não convive nela, mas sim nos guetos da pobreza, nas
favelas. Evidente que a filosofia e outras ciências não vão dar conta disso, na
verdade esse é um modelo imposto pelo Estado.
análises/reflexões
O livro de Lefebvre "O Direito Á Cidade*"'e indicado a todos aqueles que se
interessar por um tema tão relevante como é este e principalmente para os
estudantes do curso de Geografia.
Obrigado.

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  • 1. WELLTON AMORIM FALCÃO DE LIMA O direito à cidade David Harvey TÍTULO:
  • 2. contexto Henri Lefebvre nasceu na França em 1901 e faleceu em 1991, foi sociólogo, passou vida teorizando sobre a luta de classes investindo numa leitura não dogmática do marxismo. Reconhecido pela sua crítica não só no campo da filosófica e econômica, mas principalmente pela formação de uma vasta obra que analisa a problemática urbana. Entre outras, sua contribuição ainda se tende á reflexão sobre a vida cotidiana, criticando os fundamentos das relações sociais neste ambiente, que de forma alguma são neutros ou desligados das relações produtivas gerais.
  • 3. análises/reflexões O livro intitulado Direito à Cidade se propõe a discutir a construção social do espaço urbano, a partir da percepção de que o desenvolvimento urbano pode se estruturar de forma diferente da que se estabelece nas sociedades capitalistas.
  • 4. análises/reflexões O livro aborda de forma crítica e densa a discussão sobre a construção do espaço urbano nas sociedades capitalistas. O livro é dividido em 15 capítulos, excetuando a apresentação e um capítulo que o autor intitula de advertência. O contexto social no qual o texto foi escrito tem como pano de fundo as transformações sociais e urbanísticas pelas quais Paris passou ao longo da década de 1960.
  • 5. análises/reflexões O primeiro capítulo, “Industrialização e urbanização: noções preliminares”, aponta que a industrialização e a urbanização são as principais características da sociedade moderna e devem ser o ponto de partida para sua análise. O autor perpassa as transformações urbanísticas pelas quais passaram diversas cidades. Destaca-se que neste capítulo o autor define o seu entendimento por vida urbana, que possui como pressuposto os encontros, os confrontos entre as diferenças, incluindo as ideológicas e políticas, dos diferentes modos viver que coexistem na cidade.
  • 6. análises/reflexões Para o autor a cidade possuía um atributo específico, o local do habitat, ou seja, era o local no qual se participava de uma vida social, de uma comunidade, tanto nas aldeias, como nas cidades. No entanto, na estrutura da sociedade capitalista e com consolidação do consumo como elemento central dessa sociedade, essa noção de habitat se perde, a cidade é suburbanizada e o proletariado é afastado da cidade, perdendo “o sentido da obra”, esfumaçando em sua consciência sua capacidade criadora.
  • 7. análises/reflexões Destaca-se a crítica feita pelo autor em relação à mercantilização do espaço urbano. Aponta que na construção do espaço urbano capitalista há um conflito expresso entre o valor de troca e o valor de uso da cidade, ou seja, a dimensão mercantil, de espaços urbanos comprados e vendidos, de consumo de bens e de lugares, com a dimensão de vida urbana na cidade e com o tempo urbano.
  • 8. análises/reflexões Esse conflito, inerente às próprias contradições da sociedade capitalista, aparece na análise feita pelo autor na construção espaço urbano, uma vez que este compreende a cidade como um produto histórico das relações dos homens, logo ligado a forma capitalista com a qual a sociedade moderna se organiza. A cidade é uma produção e reprodução de seres humanos e por seres humanos. Possui, portanto, uma história, sendo obra de grupos de pessoas e homens determinados que realizam a cidade em condições históricas determinadas.
  • 9. análises/reflexões O livro "O Direto Á Cidade", sobretudo, é uma crítica ao Estado que reproduz a segregação nas cidades através do próprio sistema que Ele imposta sobre a sociedade. Assim o tecido urbano foi se transformando em um espaço onde as diferenças de classes são bastante visíveis, pois muitos não possuem o direito de morar com dignidade. Com base no livro de Henri Lefebvre, "O Direito Á Cidade”, a cidade não é o resultado apenas de matéria, mas sim, o resultado das relações dos seres humanos, tornando um espaço dinâmico onde há grande integração material e vida humana. Dessa forma, acontece e a cidade passa existir e corresponder às necessidades das pessoas que convivem nela, assim o espaço da cidade se materializa e recebe vida através das relações humanas que ocorrem.
  • 10. análises/reflexões A cidade um espaço das varias ações que acontecem pelos habitantes existentes. Assim ela cria os seus signos, a linguagem própria de acordo com os seus habitantes, agrega valores que faz cada vez mais atraem capitais e formação de redes urbanas, tudo que se cria é vendido, tornando o espaço dinâmico como se a cidade por se só tivesse vida própria. A análise semiológica ganha dimensões e o elo de ligações entre os habitantes.
  • 11. análises/reflexões A partir de quando as cidades começaram a desenvolverem e a população crescer em números quantitativos, atraídos em virtude do crescimento industrial, surgiu muitos problemas sociais. Assim o tecido urbano ficava cada vez mais desordenado, resultado do capitalismo que mesmo trazendo a divisão territorial do trabalho não foi suficiente para mudar a vida das pessoas pobres que vivem nas cidades. Daí então a segregação das cidades e a proliferação dos problemas sociais.
  • 12. análises/reflexões Segundo o autor, nos países considerados democráticos transforma isso em utopias no sentido mais desusado em demagogia, pois a segregação continuava e o Estado age como se fosse por cima e as empresas pó baixo transformando os habitantes dependentes da sociedade. A classe operária que ao longo do tempo se apropriou da vida na cidade de fato não convive nela, mas sim nos guetos da pobreza, nas favelas. Evidente que a filosofia e outras ciências não vão dar conta disso, na verdade esse é um modelo imposto pelo Estado.
  • 13. análises/reflexões Segundo o autor, nos países considerados democráticos transforma isso em utopias no sentido mais desusado em demagogia, pois a segregação continuava e o Estado age como se fosse por cima e as empresas pó baixo transformando os habitantes dependentes da sociedade. A classe operária que ao longo do tempo se apropriou da vida na cidade de fato não convive nela, mas sim nos guetos da pobreza, nas favelas. Evidente que a filosofia e outras ciências não vão dar conta disso, na verdade esse é um modelo imposto pelo Estado.
  • 14. análises/reflexões O livro de Lefebvre "O Direito Á Cidade*"'e indicado a todos aqueles que se interessar por um tema tão relevante como é este e principalmente para os estudantes do curso de Geografia.