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1 de 7
Baixar para ler offline
do, fulminante. Britânico cai morto na mesa
imperial.
Locusta teve alunos: Nero lhe permitiu
formar a seus discípulos em uma escola de
envenenamento. A história, com efeito, e a
pintura, a representam provando seus vene-
nos em escravos desgraçados, uns contor-
cendo-se a seus pés, e outros enlouquecen-
do.
Voltemos à nossa época.
Quem poderia pensar que Locusta seria
ultrapassada? A Revolução se encarregou
deste sinistro progresso.
Com efeito, desde o advento do Cristianis-
mo no mundo, tudo tomou uma forma mais
elevada, mais espiritualizada, inclusive o
mal, inclusi-
ve o enve-
nenamento.
Se envene-
na os espíri-
tos e a mo-
ral como
antes se
envenenava
o corpo:
com talen-
to! Não nos
referimos,
nos séculos
cristãos, ao
veneno da
heresia, ao veneno do erro? A sombra de
Locusta, sem dúvida, já rondava os conciliá-
bulos do maniqueísmo, do arianismo, do
calvinismo, do voltairenismo. Porém, em
1789, a Revolução, inspirando-se na enve-
nenadora e ávida por superá-la, imaginará
na ordem intelectual e social um veneno
que transtornará a razão e extinguirá lenta-
mente a vida nos povos cristãos: o que foi
que ela imaginou?
O Liberalismo
Com efeito, para chegar a perturbar a ra-
zão em um povo como o francês e extinguir
lentamente sua vida, é necessário uma be-
bida que seja ao mesmo tempo veneno,
O coquetel infernal do Liberalismo
Por Joseph Lémann
Retirado do site dos dominicanos de avrillé
SANTOS E
FESTAS DO MÊS:
02— Santos Anjos da Guarda;
03— Santa Teresa do Menino
Jesus;
06— São Bruno;
07– Festa de Nossa Senhora
do Rosário;
10– São Francisco de Borja;
11– Festa da Maternidade de
Nossa Senhora;
12—Nossa Senhora Aparecida;
15— Santa Teresa D’Ávila;
16— Santa Edwiges;
17— Santa Margarida Maria
Alacoque;
18— São Lucas, Evangelista;
19— São Pedro de Alcântara,
padroeiro do Brasil;
23— Santo Antônio Maria
Claret;
28— São Simão e São Judas,
apóstolos.
N E S T A
E D I Ç Ã O :
Liberalismo 1, 2
A regra de São Bento e a
Educação
3 a 5
Comentário Eleison 5
Congregação Mariana 6
Apostolado da Oração 7
Outubro/ 2015Edição 29
A Família CatólicaC A P E L A N O S S A S E N H O R A D A S A L E G R I A S
Nota do jornal: Cremos nunca ser demais
alertar sobre os erros perniciosos do Libe-
ralismo, pois como bem disse Dom Marcel
Lefebvre no início de seu Do Liberalismo à
Apostasia “não se pode compreender a
crise atual da Igreja nem conhecer a verda-
deira cara dos que ocupam a Roma atual,
e em consequência ver que atitude tomar
ante os fatos, se não se procura as causas
desta crise, se não se estuda seu curso
histórico, e se não se descobre sua fonte
primeira neste liberalismo condenado pe-
los papas dos últimos séculos.
***
Desde o princípio, a Revolução fez-se
venenosa, porém com arte, com habilida-
de; ela recorda e supera as maquinações
de Agripina e Locus-
ta.
Voltemos um ins-
tante à Roma pagã:
Locusta é uma fa-
mosa envenenado-
ra dos tempos dos
Césares. Ela primei-
ramente deve as-
sassinar o impera-
dor Cláudio por or-
dens de Agripina. É,
por isso, chamada
ao conselho: lhe
pedem que mostre
seu talento. Um veneno muito rápido poria
em evidência o assassinato de Cláudio; um
veneno muito lento daria a ele tempo de
entender [a situação] e estabelecer os di-
reitos de Britânico, seu filho. Locusta com-
preende e encontra o que buscava num
veneno que perturbará a razão e extinguirá
lentamente a vida. Um eunuco faz o infor-
tunado César tomar o veneno em um cogu-
melo, do qual desfruta com gosto: morre
entorpecido!
Um ano depois, Locusta livra Nero de
Britânico, que o incomodava. Desta vez, ele
não pede um veneno lento, tímido, secreto,
como o que ela fez tão refinadamente para
Cláudio; senão que um veneno ativo, rápi-
se traduz em compaixão pelas pessoas, mas se recusa a
reconhecer os erros: compaixão pela pessoa, reprovação
do erro, tal é a expressão da tolerância católica. Ao contrá-
rio, quando se inspira somente em si mesma, a tolerância,
extraviando-se na brandura das crenças ou em uma sensi-
bilidade falsa e exagerada, se converte em indulgência
pelos erros como pelas pessoas, e passa a desculpar tudo
sem consideração: atos de fragilidade e doutrinas culpá-
veis.
A Igreja sempre uniu cuidadosamente este sentimento à
verdade. O filosofismo do século XVIII os separa. É aí que
na sociedade tomam forma máximas como estas:
“A tolerância é a mãe da paz” — “Somente a tolerância
pode conter o sangue que brotava de um lado a outro da
Europa” — “Se Deus tivesse querido, todos os homens te-
riam a mesma religião, assim como eles têm o mesmo
instinto moral. Sejamos, então, tolerantes.” Este sistema
de tolerância encorajado e propagado será o ópio, o narcó-
tico de que necessita a Revolução. Ela se servirá dele para
adormecer todas as querelas religiosas e, inclusive, se
fosse possível, as mesmas religiões. Uma gama de pesso-
as honestas, de pessoas boas, não pedirão mais que ficar
sonolentas, dormir e permanecer neutras, apesar da seve-
ridade da teologia. Terceiro elemento da bebida revolucio-
nária!
E, assim:
Onipotência da razão ou tribunal ao qual todos devem se
submeter; suficiência das forças humanas para fazer seu
caminho, e suficiência das forças sociais para conduzir os
povos (veneno).
Grandes palavras de liberdade, igualdade e fraternidade
(poção).
Sentimento de tolerância recíproco não somente para
com as pessoas, senão que também em relação às doutri-
nas (narcótico).
Esta é a pérfida bebida que, como nos tempos de Locus-
ta, deve perturbar a razão e extinguir lentamente a vida.
Uns serão embriagados, outros adormecidos, e um grande
número será morto a longo prazo. Esta mistura receberá,
mais tarde, seu nome característico: o liberalismo.
Extrato de Les Juifs dans la Révolution française, Joseph Lémann
(1836-1915), Paris, 1889. [Joseph Lémann e seu irmão Agosti-
nho foram sacerdotes católicos. Sendo judeus, se converteram
em 1854. Escreveram em torno de 150 livros. Nota do blog]
Retirado de: http://nonpossumus-
vcr.blogspot.com.br/
Tradução: Capela Nossa Senhora das Alegrias
poção, narcótico:
- o veneno mata;
- a poção embriaga;
- o narcótico adormece.
Todos esses efeitos reunidos são necessários para con-
seguir acabar com a forte constituição de uma nação cris-
tã.
Trata-se de matar nela as ideias cristãs, ao mesmo tem-
po em que se embriaga as almas generosas e se adorme-
ce a gente honesta. Tudo isso ao mesmo tempo. O libera-
lismo será esta mescla hábil, esta terrível bebida. Se se
decompõe, encontramos ali os três elementos, veneno,
poção e narcótico.
- O veneno primeiro: assim como encontramos nos cam-
pos plantas venenosas, encontramos também, na ordem
intelectual, más doutrinas, opiniões perniciosas. Pode-se
dizer que a Igreja sempre as extirpou, porém, elas reapa-
recem com a facilidade e tenacidade das ervas daninhas.
Por exemplo, a negação do pecado original, a onipotência
da razão, à qual tudo se deve submeter, a suficiência das
forças humanas para fazer seu caminho e a suficiência
das forças sociais para conduzir os povos. Produções ve-
nenosas de todos os séculos, o filosofismo do século XVIII
as fez ressurgir e as propagou. A Revolução somente terá
de se agachar para recolhê-las. Elas formarão o primeiro
elemento de sua terrível bebida.
Além do veneno, a poção: há, no tesouro das línguas
humanas, palavras que têm o poder de arrebatar, de em-
briagar, de apaixonar. Estas são as palavras mágicas de
liberdade, de fraternidade, de igualdade. O Evangelho,
tendo purificado estas palavras, as explicou e, pondo ne-
las um fermento divino, as engradeceu tanto que elas
passaram a expressar ideias novas. Durante muito tempo,
permaneceram ligadas ao Evangelho, penetraram e traba-
lharam o mundo de uma maneira tão segura e salutar
como eram doces, ponderadas, respeitosas. Mas, eis que
no século XVIII o filosofismo se apoderou destas palavras.
Imediatamente perderam seu fermento divino e se trans-
formaram em poção. A Assembleia Nacional, na célebre
noite de 4 de agosto de 1789 [abolição do sistema feu-
dal], que será uma embriaguez sem precedentes na histó-
ria dos povos, experimentará esta poção. Entram, então,
como segundo elemento na bebida encantadora e funes-
ta que prepara a Revolução.
O narcótico, finalmente, se encontra como o terceiro
elemento. Entre todos os sentimentos dos quais o cora-
ção do homem foi dotado, há um que se distingue por sua
grande nobreza quando a verdade é seu guia, mas que se
torna um perigo extremo quando se inspira somente em
si mesmo: é o sentimento de tolerância, de indulgência.
Com efeito, quando toma por guia a verdade, a tolerância
A Família Católica Outubro / 2015
“Para ser médicos de almas há que se conhecer as enfermidades. A saúde nós a conhecemos: são os
princípios da Fé. Porém, há que compreender os erros que, hoje em dia, se opõem aos princípios da Fé
e, especialmente, ao erro do liberalismo que está na raiz de todos os erros modernos. Temos que estar
armados para defender e prevenir as almas que nos foram confiadas.”
Conferência aos seminaristas. Setembro de 1988.
MONSENHOR LEFEBVRE
2ª parte – Os graus da humildade, segundo São Bento e Santo
Tomás.
Agora é necessário falar da humildade, virtude que está na
base do edifício espiritual. Para dizer a verdade há duas virtudes
que estão na base do edifício: a fé e a humildade. A humildade
prepara o terreno, a fé põe os fundamentos. A mais importante é,
evidentemente, a fé. O papel da humildade é modesto, é o cam-
ponês que retira as pedras do seu campo antes de plantar. Ela
retira os obstáculos, nada mais. No entanto sua ação é capital. É
ela que se opõe ao orgulho.
“Deus dá sua graça aos humildes e resiste aos soberbos” (Tiago
4,6).
“Se vós não vos converterdes e vos tornardes como crianças, não
entrareis no Reino dos Céus” (Mateus 18,3)
“Aquele que se faz pequeno como essa criança este é o maior no
Reino dos Céus” (Matheus 18, 3-4).
“Todo aquele que se exalta será humilhado e todo aquele que se
humilha será exaltado” (Lucas 14, 11).
O que é a humildade?
“É a virtude que nos impede de nos inclinar para o que está
acima de nós” (IIª IIal q61, a1), ensina Santo Tomás.
Há duas maneiras de nos inclinar para o que está acima de
nós. Uma maneira vem do orgulho e o outra vem da esperança.
Se inclinar para o que está acima de nós, segundo a ordem esta-
belecida por Deus, e contando com sua graça, é virtude. Se incli-
nar para o que está acima de nós, contra a ordem estabelecida
por Deus, é orgulho.
A humildade, diz Santo Tomás, comporta antes de tudo a sub-
missão do homem à Deus. Ela está ligada ao dom do Temor. Ela
recebe sua razão de ser da reverência em relação à Deus. O hu-
milde não se atribui nada acima dele mesmo. Ele permanece no
seu lugar. Ele sabe que tudo o que tem ele recebeu de Deus e
ele não só entende isto, mas também não pensa ter recebido o
que não lhe foi dado. É por isso que ele fica em seu lugar.
São Bernardo define a humildade como sendo “a virtude que
nos faz nos desprezar em consequência de um verdadeiríssimo
conhecimento de si mesmo”.
Há então duas componentes na humildade: o conhecimento de
nossa miséria e a aceitação do lugar que nos compete e o desejo
de aí estar.
Santo Tomás diz que a humildade se encontra essencialmente
na vontade. O humilde sabe o que ele vale por ele mesmo e não
procura outra coisa senão o lugar que lhe é devido. E aí está toda
sua força.
São Bento vai então educar o seu monge na escola da humilda-
de que é a escola da verdade. Eis então algo de capital, que mes-
mo sem ser o mais importante, tem um papel decisivo na nossa
formação, assim como na proteção das graças recebidas. O ensi-
namento de São Bento não se aplica somente aos monges mas a
todos os homens e, portanto, às crianças também.
Vejamos agora os doze graus da humildade, procurando dar
exemplos e aplicações na educação dos filhos. Utilizaremos o
resumo feito pelo Pe. Emmanuel do Mesnil Saint Loup. Os sete
primeiros graus dizem respeito ao interior de nosso ser. Os cinco
seguintes dizem respeito ao exterior.
1º grau – Ter continuamente diante dos olhos o Temor de Deus e
em consequência se manter em guarda contra todos os pecados
e especialmente contra a vontade própria.
São Bento começa então pelo interior. Nisto ele se assemelha
a São Francisco de Salles que escreveu:
“Eu nunca pude aprovar o método daqueles que para reformar
homem começam pelo exterior, pelas posições, pela vestimenta,
pelos cabelos. Parece-me ao contrário que é necessário começar
pelo interior, pois todo aquele que tem Jesus Cristo em seu
coração o terá em breve em todas as suas ações externas”. No
caso das crianças talvez seja o contrário, pois o uso da razão
vem aos poucos, mas será sempre pelas virtudes que a humilda-
de se firmará no coração das crianças e dos adolescentes.
São Bento começa então pelo Temor de Deus e no fim ele pro-
mete ao monge a perfeição da Caridade que expulsa todo temor,
todo temor servil, pois o temor filial durará eternamente.
Pode-se se perguntar se o seu método não difere, mesmo se
não se opõe à pequena via de Santa Terezinha do Menino Jesus,
que vai à perfeição da Caridade pela Caridade ela mesma. Sem
querer resolver a questão, dou aqui meu parecer. Parece-me que
as duas vias não se excluem, a Caridade é a rainha das virtudes,
ela as domina e ela as dirige para o fim último que é Deus. A
humildade faz seu trabalho, que é de pôr o homem no seu lugar.
Se ela o faz desde o início sob o império da Caridade, tanto me-
lhor. Mas o seu trabalho é o de se humilhar sob o olhar de Deus
que ela contempla continuamente como pede São Bento. Uma
coisa não exclui a outra. São Bento sabe que ele tem uma tropa
difícil a educar. Uma tropa que carrega todas as feridas do Peca-
do Original. Ele quer assegurar as bases. Ele nos convida a ler na
sua própria Regra outros autores. Ele diz que sua Regra não é
senão um começo de vida honesta. Ele pensou que era mais
seguro sublinhar a importância da humildade. Uma regra é um
regulamento. A Regra é uma moldura. Esta moldura deve ser
nítida e deve ser respeitada. É o temor servil ou filial que assegu-
rará a observância desta regra. Esta moldura sendo respeitada,
todas as ascensões estão abertas para a alma.
O humilde marchará na verdade, eis o ponto de partida. O amor
é ainda mais eficaz sem dúvida, mas o temor abrange maior
número de almas, que ele conduz à Caridade. Há alguns que
desde o início marcharão pelos caminhos da Caridade. Outros se
arrastarão antes de agir por Caridade. É em geral o grande núme-
ro, os mesmos aos quais Santa Terezinha propõe a caridade para
irem mais depressa e melhor. São Bento também se dirige a
todos. O Temor é bom para todos. Temor e Caridade vão juntos,
mas às vezes não resta senão o temor que conduz a alma à Cari-
dade. Ele é uma tábua de salvação para aqueles que perderam a
Caridade. Podemos dizer que são pontos de vista distintos. Santa
Terezinha pega um atalho, uma pequena via direta até Deus. Ela
como que completa o Santo Patriarca com uma via onde resplan-
dece humildade e caridade. São Bento certamente se encantaria
em ouvi-la e lê-la.
2º grau – Renunciar aos seus próprios desejos, em consequência
da renúncia à vontade própria.
“Suprima a vontade própria e tereis suprimido o inferno”, diz
São Bernardo. São Bento cita o exemplo de Nosso Senhor que
não veio ao mundo para fazer sua vontade, mas a vontade d’A-
quele que O enviou.
3º grau – Se submeter em toda obediência ao seu superior, por
amor de Deus.
Educar as crianças a obedecer por amor. Eis que São Bento
não tardou a falar da Caridade. Ele e Santa Terezinha estão mais
próximos do que se poderia imaginar.
4º grau – Aceitar em paz as ordens difíceis e mesmo os maus
tratos e as injúrias.
Formar as crianças e se formar a si mesmo a não murmurar, a
não se queixar e a não ser susceptível. É duro suportar uma injú-
ria, um mau tratamento, uma ordem difícil. Mas é necessário
ficar firme. É necessário suportar o Senhor que nos faz passar
por momentos difíceis para o nosso bem. É Ele que permite que
nós sejamos tratados assim pelos outros.
5º grau – Revelar ao superior os pensamentos mesmo maus que
vem ao espírito.
Que as crianças contem elas mesmas o que elas fizeram de
mau. Facilitar as confidências que as ajudam a vencer as tenta-
ções, porque o demônio não teme nada tanto quanto a abertura
de alma. Que seja aos pais, a um padre, ou a quem se ocupe
deles, mas que eles tenham a simplicidade de pedir ajuda e de
não guardar suas tentações no segredo. O demônio age no se-
A regra de São bento e a Educação
Dom Tomás de Aquino, OSB
continuação
gredo.
São Bento quer esta confissão confiante de nossas faltas e de
nossas dificuldades, mas que isso parta do monge. É necessário
que essa confissão seja espontânea e o Direito Canônico proíbe
aos superiores forçar uma confidência. Embora isso possa se
fazer na confissão, São Bento pensa aqui em uma confidência
feita independentemente da confissão.
6º grau – Se contentar no que há de mais vil e mais abjeto.
O 4º grau era de suportar os maus tratamentos no exercício da
obediência. O 6º grau, diz Dom Delatte, consiste em aceitar todas
as condições do regime monástico e jamais exigir um regime de
exceção. Fazer o mesmo em casa com as crianças.
São Bento diz aqui ao monge de se considerar um mau e indig-
no operário. É um grau mais interior que o 4º grau. O monge não
deve exigir nada, pois ele sabe que é indigno de exigi-lo. Que
merecemos nós?
7º grau – Se considerar no fundo do coração como último de
todos.
Agora se trata de se comparar aos outros e de se dizer inferior
a todos. Como isto pode ser verdadeiro? Por causa de tudo que
eu sei e por causa de tudo que eu não sei. O que eu sei são mi-
nhas faltas, minhas más inclinações, meu pouco de correspon-
dência às graças recebidas. O que eu não sei é o que Deus opera
na alma do próximo, é o que Deus lhe reserva para o futuro, são
os combates que ele trava em seu interior, é o que ele teria feito
se tivesse recebido as graças que eu recebi. O humilde não co-
nhecendo bem senão as suas próprias faltas vai se pôr no último
lugar. O Pe. de Foucald falando de Nosso Senhor dizia “Ele tanto
amou o último lugar que ninguém pode Lho tirar”. Rezar para
compreender esse grau e para comunica-lo às crianças, mais
pelo exemplo que pelas explicações. Contemplar Nosso Senhor
que se põe no último lugar em Belém, em Nazaré e durante Sua
Paixão.
Isto não quer dizer negar o que é de Deus em nós, como negar
a autoridade dos pais. O que se deve pôr abaixo dos outros é o
que nos pertence em próprio e que são nossos pecados e nossa
indignidade. Quanto ao que é de Deus em nós é outra coisa: a
autoridade, a fé, a verdade. Um bispo tem que querer ser tratado
como bispo, porque a sua dignidade episcopal é de Deus. O que
é de Deus em nós não deve ser posto abaixo daquilo que não o é
nos outros.
8º grau – Seguir simplesmente a regra comum e fugir de toda
singularidade.
Acontece que o desejo de se singularizar se manifeste em coi-
sas insignificantes, mas que não são menos inspiradas pelo or-
gulho. A Tradição não é outra coisa senão esse desejo de fugir da
novidade, da singularidade. A piedade de um padre, dizia o Pe.
Héguy, professor de liturgia de Mons. Lefebvre, se mede pela
exatidão com a qual o padre segue as rubricas do missal, ou
seja, pela fuga de toda singularidade ao rezar a missa.
A beleza do Gregoriano vem em grande parte das vozes que se
unem sem que nenhuma se singularize, atraindo a atenção sobre
ela. É o primado da regra objetiva à qual o “eu” se submete. A
gente não se sobressai a fim de que uma harmonia superior seja
conservada. No entanto é necessário prestar atenção a certos
temperamentos que se inclinam a não se singularizar, não por
virtude, mas por preguiça e covardia.
9º grau – Guardar o silêncio até que se seja interrogado.
Isto convém sobretudo às ordens contemplativas, mas se pode
se inspirar nesse grau para se falar menos e escutar mais.
10º grau – Que um monge não seja nem pronto nem fácil a rir,
pois está escrito: “O insensato eleva sua voz quando
ri” (Eclesiástico 21, 33).
Ser moderado no riso. O riso moderado não é contrário à devo-
ção e ao estado religioso, mas ele indica a serenidade do espíri-
to. O religioso deve se mostrar moderado e piedoso, mas não
deve se mostrar triste, pois isso desonra a piedade e dá a pensar
aos outros que a santidade produz melancolia e tristeza, em vez
de alegria e paz. Se mostrar alegre e contente encoraja os outros
a abraçar a piedade.
Na vida em família deve se fazer o mesmo. Dom Etienne Sa-
lasc, monge cisterciense, dizia: “O riso é uma necessidade da
natureza que depende muito da diversidade dos temperamentos,
mais ou menos sensíveis às causas que o excitam. Seria absurdo
querer proibi-lo radicalmente. Tal não é a condição feita à humil-
dade, nem é o pensamento de nosso pai São Bento. Mais ainda,
o riso é uma descontração às vezes necessária.”
11º grau – Falar mansamente, gravemente, com poucas pala-
vras, sensatas.
“É sobretudo na maneira de falar que o religioso se aplica a
guardar a modéstia evitando toda palavra descabida e pouco
conforme ao seu estado. Os leigos devem se inspirar nesta
atitude pois no fundo o que convém ao monge, convém de
certa maneira a todo cristão. Nas recreações em comum,
especialmente, há vários pontos a serem observados para
não faltar com este grau da humildade:
1º Evitar toda espécie de murmuração ou maledicência, mes-
mo quando se trata de coisas conhecidas e manifestas.
2º Não interromper aqueles que falam, como aconselha o
Espírito Santo (Eclesiástico 11,8). Que imodéstia quando um
religioso quer ser o único a falar; quando os outros falam
alguma coisa ele lhes corta a palavra mostrando sua preten-
são de tudo saber e de se fazer mestre de seus irmãos. A boa
regra é de se calar quando os outros falam e de falar quando
os outros de calam.
3º Se abster de palavras que exprimam desprezo, que mos-
tram os defeitos do próximo, mesmo se isso é feito por graça,
exceto quando se trata de uma correção fraterna feita por
caridade, mesmo que seja em público, como fazia tão bem
Mons. Lefebvre no seminário e também Santa Tereza D’Ávila
nas recreações no Carmelo.
4º Não se louvar a si mesmo e suportar que outros nos mos-
trem nossos defeitos.
5º Não levantar a voz e falar com sensatez.
A aplicação à vida de família é fácil de ser feita.
12º grau – Trazer a humildade no seu coração e em todo seu
exterior abaixando os olhos como um criminoso que se vê como
estando a ponto de ser chamado ao temível tribunal de Deus.
Esta atitude, pedida por São Bento, nos parece bastante seve-
ra, mas se nós refletirmos veremos que ela é bem mais sensata
do que poderíamos imaginar. Escutemos Santo Afonso de Ligório
cujo pensamento resumimos aqui:
Quase todos ataques que as paixões fazem a nosso espírito
têm sua origem nos olhos maus guardados, porque é pelos olhos
que as paixões e afeições desordenadas se despertam. Da vista
nasce o pensamento, como diz Santo Agostinho, e do pensamen-
to nasce o desejo e deste, o consentimento. Pois, como nota São
Francisco de Sales, não se deseja o que não se vê.
Eva não teria caído se ela não tivesse olhado o fruto proibido.
Ela caiu porque ela se demorou a contemplá-lo e o fruto lhe pare-
ceu bom e agradável à vista e saboroso para comer. É por causa
disto que ela o colheu e comeu (Gênesis 3,6). Daí vem que o
demônio nos conduz primeiro a olhar, em seguida, a desejar e
enfim a consentir aos desejos provocados pela vista. São Jerôni-
mo observa que o demônio não tem necessidade senão de nossa
iniciativa, de nosso primeiro passo. Basta entreabrir a porta e ele
se encarrega do resto. É pelos olhos, diz São Bernardo, que os
primeiros dardos que vão ferir a alma casta penetram e a condu-
zem à morte. Os olhos foram a causa da queda de Davi, tão caro
a Deus, e a de Salomão, que havia sido a pena do Espírito Santo.
E de quantos outros ela foi a causa da ruína. Os santos sempre
fizeram muita atenção aos olhos. Depois de um ano de noviciado
São Bernardo não sabia de que material era feito o teto de sua
cela e ignorava quantas janelas haviam na Igreja do mosteiro.
São Pedro de Alcântara conservava os olhos tão baixos que não
conhecia os religiosos com os quais ele vivia senão pela voz.
O mais nocivo, no entanto, não é tanto ver, mas fixar o olhar,
diz São Francisco de Sales. Tudo isto não quer dizer que nós não
devemos jamais levantar os olhos e que nós não devemos jamais
ver seja o que for, mas convém que os religiosos tenham os
olhos baixos. Penso que isso vale também para os leigos por
causa do exemplo de Nosso Senhor ele mesmo. Com efeito San-
O “Eleison Comments” n.º 146 falou da dificuldade que as irmãs professoras enfrentam com as moças de hoje. O
“Eleison Comments” n.º 147 tratou do mesmo problema em relação ao lar. Agora, alguns de vocês perguntam, e
quanto aos rapazes? Os católicos sabem que os rapazes e moças, no que diz respeito a salvarem suas almas para a
vida eterna, são iguais, e portanto devem ambos ser preparados da mesma maneira, primeiro e principalmente, para
alcançar o Céu. Porém, suas semelhanças terminam aí. Deus designou ao homem e à mulher diferentes papéis nesta
vida, e é por isso que a Igreja sempre condenou a coeducação (ou educação mista). Então, de que os rapazes preci-
sam especificamente?
Assim como a mulher tem dons do coração para cuidar do lar e dos filhos, o homem tem dons da razão para guiar e
provê-los, desde o pecado original, “pelo suor de seu rosto”. Portanto, enquanto a formação da moça deve centrar-se
em torno do que servirá ao marido e aos filhos no lar, a formação de um rapaz deve prepará-lo para (1) o trabalho e
(2) a responsabilidade fora do lar, o que usualmente significa no grande e perverso mundo. Para isso ele precisará de
(3) capacidade de julgamento, (4) auto-disciplina e (5) virilidade. Temos aí um programa completo!
Nesse programa, o exemplo dado ao rapaz por seu pai é de suma importância ! Pais de hoje, vocês devem ter sido
formados há vinte ou trinta anos, logo após a revolucionária década de sessenta. Vocês têm idéia do que isso signifi-
ca? Tenham humildade para reconhecer que sua própria formação, na escola ou no lar, provavelmente não os prepa-
rou suficientemente para educar a seus filhos para viver neste mundo de maneira que possam alcançar o Céu. Pais,
busquem corrigir sua própria indolência, irresponsabilidade, tolice, auto-indulgência e falta de virilidade, e assim esta-
rão fazendo o melhor que puderem por seus rapazes!
TRABALHAR fora, na natureza, é o melhor. Deixem o menino usar um machado, cortar uma árvore, cuidar de um
jardim, andar a cavalo, construir uma casinha. O esporte deve ser principalmente uma recreação, e não deve signifi-
car mais que isso. Uma genuína necessidade da família ensina a RESPONSABILIDADE, também ensinada ao rapaz
pelo sofrimento das conseqüências de seus próprios erros, ao invés de ser delas protegido. A capacidade de JULGA-
MENTO, ele deverá aprendê-la por ser encorajado a usar a razão, por debates na mesa familiar, pela companhia e
instrução de seu pai, a quem ele naturalmente admira e segue como a seu herói, mas que deve tirar um tempo para
ouvir seu menino e aconselhá-lo, especialmente na adolescência. A DISCIPLINA deverá ser aprendida acordando cedo
de manhã, por uma rotina diária a ser obedecida, por dormir cedo e por não namorar até, aproximadamente, o mo-
mento em que procure alguém para casar-se. Quanto menos der às moças com quem não casará, mais dará àquela
com quem casará. A VIRILIDADE será a recompensa por seguir fielmente um tal programa.
Finalmente, pais, notem como os eletrônicos necessariamente fazem os seus filhos 1 preguiçosos, 2 irresponsáveis,
3 estúpidos, 4 moles e 5 frustrados.
No lar, cortem dos eletrônicos o encanto,
E seus meninos não cairão no lugar de eterno pranto!
Kyrie eleison.
ELEISON COMMENTS cl (29 DE MAIO DE 2010)
Rapazes prontos para o combate
to Afonso de Ligório diz que em matéria de modéstia dos olhos o
primeiro de todos os mestres foi Nosso Divino Salvador. Os Evan-
gelistas dizendo que em certas ocasiões Nosso Senhor levantava
os olhos para ver nos dão a entender que habitualmente Ele os
tinha baixos e fixados ao solo. E o Apóstolo louvando a modéstia
de Nosso Senhor escreve aos seus discípulos “Eu vos peço, por
respeito à modéstia de Jesus Cristo” (2 Coríntios 10,1).
Assim nós chegamos ao final do capítulo sétimo da Regra. São
Bento termina este capítulo falando da Caridade à qual se chega
pela prática dos doze graus da humildade:
“O monge tendo então subido todos estes graus da humildade
chegará rapidamente à Caridade de Deus, a qual sendo perfeita
expulsa fora o temor e faz com que tudo que se observava antes,
com sentimento de terror, ele começa a realizar sem nenhuma
pena, como que naturalmente, e por um hábito contraído; não
mais por medo do Inferno, mas por amor pelo Cristo e pela feliz
inclinação própria das virtudes que o Senhor se digne realizar no
seu servidor purificado de seus vícios e de seus pecados”.
Conclusão
Nós não fizemos uma exposição de toda a Regra de São Bento,
mas apenas de um aspecto que lhe é bem característico, ou seja,
da prática da humildade.
Esta virtude não é a principal, mas ela é o remédio para vencer
a doença do orgulho, a doença dos nossos primeiros pais, a
doença de nossos tempos, a doença de todos os tempos.
A educação não pode esquecer nenhuma virtude. Se a Revolu-
ção é um bloco, como dizia Pe. Calmel, o Catolicismo também o
é. Não podemos abrir mão de nenhuma virtude e sobretudo des-
ta que está na base do edifício. Quem está de pé, cuidado para
não cair, diz São Paulo. Santa Terezinha diz que o humilde não
cai, porque já está no chão. Um prato em cima da mesa pode
cair da mesa. Um prato no chão não pode cair. No momento que
nós vivemos procuremos a humildade. Ela nos protegerá. É fácil
perder a cabeça nos momentos críticos, em que tudo parece
desmoronar. Mas a humildade, pelo fato de nos pôr em nosso
lugar, nos dá a estabilidade e o bom senso. Durante a persegui-
ção do Anticristo a humildade será de um grande valor. Ela vai
junto com a esperança, que nos faz contar com o socorro de
Deus e nos torna magnânimos, sem deixar de sermos humildes.
Ela nos protege da temeridade que é uma forma de orgulho.
A figura de Mons. Lefebvre nos vem naturalmente à memória.
Magnânimo e humilde ao mesmo tempo, ele preferiu avançar
humildemente, com segurança. Ele não desdenhou consultar
nem mesmo os seus motoristas e os jovens padres sobre a opor-
tunidade das sagrações de 1988. Ele trabalhou honestamente
sem se fazer de líder. Ele fez o que a Providência lhe permitiu e
mostrou o que era necessário fazer. Se ele cometeu faltas, ele o
reconheceu ele mesmo. A humildade nos faz não nos espantar
de nossas faltas e nos faz nos voltar para aquele que nos livra
delas. Que Nossa Senhora, que São Pio X, que Santa Terezinha e
que São Miguel, cujo nome é um grito de humildade, e, antes de
tudo, que Nosso Senhor ele mesmo nos ensine essa virtude da
qual Ele disse: “Aprendei comigo que Sou manso e humilde de
coração”.
Iniciou-se na Capela Nossa Senhora das Alegrias a Congregação Mariana. Nosso diretor é o padre Joaquim da Família Beatae
Mariae Virginis. Será sob suas ordens que esta congregação irá fazer seus estudos e apostolados.
Conforme o manual do Congregado, o fim da congregação Mariana é "promover e fomentar nos seus membros uma ardentíssi-
ma devoção, reverência e amor filial para com a Santíssima Virgem Maria, para assim se tornarem bons cristãos, se esforçarem
para serem santos, cumprirem com exatidão seus deveres de estado, e depois ajudar pelo exemplo ou palavras na santificação
do próximo e a defender a Santa Igreja". Em outras palavras, o fim da Congregação é amar e fazer amada a Santíssima Virgem. E
isso basta. Triunfando a Imaculada, triunfa a Igreja, triunfa Nosso Senhor. Sendo amada em toda parte, a começar pelos Congre-
gados, sendo ensinados seus dogmas e reverenciada em todas as nações, acabam-se todas as heresias, a verdade é restabele-
cida e o mundo encontrará a paz . O reinado de Nosso Senhor depende exclusivamente do triunfo da Imaculada. Deixo as pala-
vras a São Pio X:
“Creiam os povos e confessem abertamente que Maria Virgem, desde o primeiro instante da sua concepção, foi isenta de toda
mancha; com isto, será necessário admitir também o pecado original e a redenção dos homens por obra de Cristo, o Evangelho,
a Igreja e até a própria lei da dor. Depois disto, tudo o que tem sabor de racionalismo e de materialismo será arrancado e destru-
ído e resta à doutrina cristã o mérito de guardar e defender a verdade.” (São Pio X, Revista Sodalitium, n.º 5)
Que a Santíssima Virgem reine, seja amada, e tudo estará resolvido. O que é a Cristandade, o ápice da civilização, senão a
aplicação prática da religião verdadeira na sociedade? Regendo os costumes, as leis, os povos, etc. Meio infalível disso aconte-
cer é recorrer à Imaculada. É Ela que instaura o reino de Nosso Senhor, a sociedade temporal mais perfeita que se pode atingir,
a civilização Cristã. É tudo obra dela.
Hoje a Imaculada não reina em lugar nenhum, por isso a heresia se espalha como uma peste, e para a grande maioria, Deus
virou um capricho, um meio espiritual de conseguir as nossas realizações, pouco importando as suas Leis e a Sua Religião. De-
sastre total. E a Igreja conciliar incentiva essa desordem. Em nome do ecumenismo e da liberdade religiosa a anti-igreja relega à
Imaculada um lugar ínfimo. No fundo, a igreja conciliar não ama a Virgem Maria. E por isso também, tanto a nova igreja quanto
seu concílio, não podem ser chamados de Católicos.
Que Ela seja amada pelos congregados então, em nossas casas, com o Rosário diário e as devoções do Escapulário, 5 primei-
ros sábados, entre outras. Até o dia em que Ela quiser mudar a situação. Porque o triunfo final da religião para esses tempos, o
triunfo de Deus, está reservado para Ela, será obra Dela. Ela esmagará o mundo, o demônio, a carne e a falsa-igreja. Já está
decidido.
O trabalho da Congregação Mariana será implorar esse triunfo, com nosso amor, sacrifício, estudo, apostolado e orações.
Que Ela reine!
Ave Maria Puríssima!
Congregação Mariana
Capela Nossa Senhora das Alegrias
Padre Joaquim, diretor da Congregação, com os candidatos.
Edição:
Capela Nossa Senhora das Alegrias - Vitória, ES.
http:/www.nossasenhoradasalegrias.com.br
Entre em contato conosco pelo e-mail:
jornalafamiliacatolica@gmail.com
Apostolado da Oração
Capela Nossa Senhor a das Alegrias
Padre Joaquim e as Associadas do Apostolado da Oração por ocasião do recebimento das insígnias.
Além da Congregação Mariana, Padre Joaquim também deu início em nossa Capela ao Apostolado da Oração, uma pia união de fiéis
que tem por intuito promover por todos os meios a devoção ao Coração Santíssimo de Jesus.
Segundo o Manual do Coração de Jesus, o Apostolado da Oração anima seus associados a se formarem no espírito desta devoção,
a praticarem e a propagarem os seus exercícios. Além disto, também a considera como um meio que, conforme o modo de pensar da
Igreja, corresponde de maneira particular às necessidades do nosso tempo, preparando e promovendo o advento do Reino de Deus
no mundo. Deste modo, a devoção ao Santíssimo Coração de Jesus está tão unida e é tão própria do Apostolado da Oração que “com
toda razão se pode dizer que o Apostolado da Oração é uma forma perfeita de piedade para com o Coração Santíssimo de Jesus e,
vice-versa, que a piedade para com o Coração Santíssimo de Jesus não se pode de maneira alguma separar do Apostolado da Ora-
ção”. (PIO XII, ao M.R.P. Prepósito Geral da Companhia de Jesus, 19 de setembro de 1948)
O Apostolado conta com três práticas, chamadas também graus ou obrigações. A primeira prática é o oferecimento cotidiano, que
consiste em oferecer as obras e os sofrimentos do dia em união com Cristo para desagravar Seu Coração das ofensas que comete-
mos. A fórmula do oferecimento é simples e deve ser rezada por todos os associados. A ela, une-se a intenção mensal, examinada,
proposta e abençoada pelo Sumo Pontífice. A segunda prática abarca, além da primeira prática, uma comunhão mensal reparadora,
com o intuito de satisfazer ao Eterno Padre ofendido pelos nossos pecados e também de desagravar mais perfeitamente as injúrias
ao mesmo Coração de Jesus. A terceira prática consiste, além da primeira prática, na oração de pelo menos uma dezena do rosário
de Nossa Senhora, como forma de reconhecer que pelo Coração Imaculado de Maria a oblação cotidiana ao Coração de Jesus e a
Deus Pai ganha uma eficácia particular.
O Apostolado possui organização adaptável às circunstâncias, mas normalmente conta, numa paróquia, com um Padre Diretor e os
associados. Dentre estes, erige-se Zeladores responsáveis pela organização do grupo e pelos avisos mensais. A formação mensal é
normalmente dirigida pelo Padre, mas o zelador se torna responsável por ela caso haja algum impedimento pontual.
As práticas do Apostolado da Oração são várias: 1ª sexta-feira, 1º sábado, Hora Santa e a Via Sacra. As festas por excelência são a
Festa do Sagrado Coração, dia 12 de junho, e Cristo Rei, no último domingo de outubro. São festas celebradas também a da Imacula-
da Conceição, do Imaculado Coração de Maria, de São José, de Santa Margarida Maria Alacoque e do Beato Cláudio de la Colombière,
estes últimos, chamados padroeiros do Apostolado porque Apóstolos do Sagrado Coração. Além disso, todos os meses procura-se
santificar o dia de dois santos protetores também devotos do Sagrado Coração. Como se vê, o Apostolado da Oração é uma prática
eficacíssima para aumentar o amor por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Em nosso caso, o Apostolado contará com a participação somente de mulheres, de crianças a idosas, contanto que sejam capazes
de cumprir a principal obrigação dos associados, que é o oferecimento diário. Muitas de nossa Capela já se tornaram associadas no
dia 9 de outubro de 2015, mas no dia da Imaculada Conceição, dia 8 de dezembro, teremos a honra de ganhar mais ovelhas para a
grei do Sagrado Coração.
Ave Maria Puríssima!

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O veneno, a poção e o narcótico: os três elementos do liberalismo

  • 1. do, fulminante. Britânico cai morto na mesa imperial. Locusta teve alunos: Nero lhe permitiu formar a seus discípulos em uma escola de envenenamento. A história, com efeito, e a pintura, a representam provando seus vene- nos em escravos desgraçados, uns contor- cendo-se a seus pés, e outros enlouquecen- do. Voltemos à nossa época. Quem poderia pensar que Locusta seria ultrapassada? A Revolução se encarregou deste sinistro progresso. Com efeito, desde o advento do Cristianis- mo no mundo, tudo tomou uma forma mais elevada, mais espiritualizada, inclusive o mal, inclusi- ve o enve- nenamento. Se envene- na os espíri- tos e a mo- ral como antes se envenenava o corpo: com talen- to! Não nos referimos, nos séculos cristãos, ao veneno da heresia, ao veneno do erro? A sombra de Locusta, sem dúvida, já rondava os conciliá- bulos do maniqueísmo, do arianismo, do calvinismo, do voltairenismo. Porém, em 1789, a Revolução, inspirando-se na enve- nenadora e ávida por superá-la, imaginará na ordem intelectual e social um veneno que transtornará a razão e extinguirá lenta- mente a vida nos povos cristãos: o que foi que ela imaginou? O Liberalismo Com efeito, para chegar a perturbar a ra- zão em um povo como o francês e extinguir lentamente sua vida, é necessário uma be- bida que seja ao mesmo tempo veneno, O coquetel infernal do Liberalismo Por Joseph Lémann Retirado do site dos dominicanos de avrillé SANTOS E FESTAS DO MÊS: 02— Santos Anjos da Guarda; 03— Santa Teresa do Menino Jesus; 06— São Bruno; 07– Festa de Nossa Senhora do Rosário; 10– São Francisco de Borja; 11– Festa da Maternidade de Nossa Senhora; 12—Nossa Senhora Aparecida; 15— Santa Teresa D’Ávila; 16— Santa Edwiges; 17— Santa Margarida Maria Alacoque; 18— São Lucas, Evangelista; 19— São Pedro de Alcântara, padroeiro do Brasil; 23— Santo Antônio Maria Claret; 28— São Simão e São Judas, apóstolos. N E S T A E D I Ç Ã O : Liberalismo 1, 2 A regra de São Bento e a Educação 3 a 5 Comentário Eleison 5 Congregação Mariana 6 Apostolado da Oração 7 Outubro/ 2015Edição 29 A Família CatólicaC A P E L A N O S S A S E N H O R A D A S A L E G R I A S Nota do jornal: Cremos nunca ser demais alertar sobre os erros perniciosos do Libe- ralismo, pois como bem disse Dom Marcel Lefebvre no início de seu Do Liberalismo à Apostasia “não se pode compreender a crise atual da Igreja nem conhecer a verda- deira cara dos que ocupam a Roma atual, e em consequência ver que atitude tomar ante os fatos, se não se procura as causas desta crise, se não se estuda seu curso histórico, e se não se descobre sua fonte primeira neste liberalismo condenado pe- los papas dos últimos séculos. *** Desde o princípio, a Revolução fez-se venenosa, porém com arte, com habilida- de; ela recorda e supera as maquinações de Agripina e Locus- ta. Voltemos um ins- tante à Roma pagã: Locusta é uma fa- mosa envenenado- ra dos tempos dos Césares. Ela primei- ramente deve as- sassinar o impera- dor Cláudio por or- dens de Agripina. É, por isso, chamada ao conselho: lhe pedem que mostre seu talento. Um veneno muito rápido poria em evidência o assassinato de Cláudio; um veneno muito lento daria a ele tempo de entender [a situação] e estabelecer os di- reitos de Britânico, seu filho. Locusta com- preende e encontra o que buscava num veneno que perturbará a razão e extinguirá lentamente a vida. Um eunuco faz o infor- tunado César tomar o veneno em um cogu- melo, do qual desfruta com gosto: morre entorpecido! Um ano depois, Locusta livra Nero de Britânico, que o incomodava. Desta vez, ele não pede um veneno lento, tímido, secreto, como o que ela fez tão refinadamente para Cláudio; senão que um veneno ativo, rápi-
  • 2. se traduz em compaixão pelas pessoas, mas se recusa a reconhecer os erros: compaixão pela pessoa, reprovação do erro, tal é a expressão da tolerância católica. Ao contrá- rio, quando se inspira somente em si mesma, a tolerância, extraviando-se na brandura das crenças ou em uma sensi- bilidade falsa e exagerada, se converte em indulgência pelos erros como pelas pessoas, e passa a desculpar tudo sem consideração: atos de fragilidade e doutrinas culpá- veis. A Igreja sempre uniu cuidadosamente este sentimento à verdade. O filosofismo do século XVIII os separa. É aí que na sociedade tomam forma máximas como estas: “A tolerância é a mãe da paz” — “Somente a tolerância pode conter o sangue que brotava de um lado a outro da Europa” — “Se Deus tivesse querido, todos os homens te- riam a mesma religião, assim como eles têm o mesmo instinto moral. Sejamos, então, tolerantes.” Este sistema de tolerância encorajado e propagado será o ópio, o narcó- tico de que necessita a Revolução. Ela se servirá dele para adormecer todas as querelas religiosas e, inclusive, se fosse possível, as mesmas religiões. Uma gama de pesso- as honestas, de pessoas boas, não pedirão mais que ficar sonolentas, dormir e permanecer neutras, apesar da seve- ridade da teologia. Terceiro elemento da bebida revolucio- nária! E, assim: Onipotência da razão ou tribunal ao qual todos devem se submeter; suficiência das forças humanas para fazer seu caminho, e suficiência das forças sociais para conduzir os povos (veneno). Grandes palavras de liberdade, igualdade e fraternidade (poção). Sentimento de tolerância recíproco não somente para com as pessoas, senão que também em relação às doutri- nas (narcótico). Esta é a pérfida bebida que, como nos tempos de Locus- ta, deve perturbar a razão e extinguir lentamente a vida. Uns serão embriagados, outros adormecidos, e um grande número será morto a longo prazo. Esta mistura receberá, mais tarde, seu nome característico: o liberalismo. Extrato de Les Juifs dans la Révolution française, Joseph Lémann (1836-1915), Paris, 1889. [Joseph Lémann e seu irmão Agosti- nho foram sacerdotes católicos. Sendo judeus, se converteram em 1854. Escreveram em torno de 150 livros. Nota do blog] Retirado de: http://nonpossumus- vcr.blogspot.com.br/ Tradução: Capela Nossa Senhora das Alegrias poção, narcótico: - o veneno mata; - a poção embriaga; - o narcótico adormece. Todos esses efeitos reunidos são necessários para con- seguir acabar com a forte constituição de uma nação cris- tã. Trata-se de matar nela as ideias cristãs, ao mesmo tem- po em que se embriaga as almas generosas e se adorme- ce a gente honesta. Tudo isso ao mesmo tempo. O libera- lismo será esta mescla hábil, esta terrível bebida. Se se decompõe, encontramos ali os três elementos, veneno, poção e narcótico. - O veneno primeiro: assim como encontramos nos cam- pos plantas venenosas, encontramos também, na ordem intelectual, más doutrinas, opiniões perniciosas. Pode-se dizer que a Igreja sempre as extirpou, porém, elas reapa- recem com a facilidade e tenacidade das ervas daninhas. Por exemplo, a negação do pecado original, a onipotência da razão, à qual tudo se deve submeter, a suficiência das forças humanas para fazer seu caminho e a suficiência das forças sociais para conduzir os povos. Produções ve- nenosas de todos os séculos, o filosofismo do século XVIII as fez ressurgir e as propagou. A Revolução somente terá de se agachar para recolhê-las. Elas formarão o primeiro elemento de sua terrível bebida. Além do veneno, a poção: há, no tesouro das línguas humanas, palavras que têm o poder de arrebatar, de em- briagar, de apaixonar. Estas são as palavras mágicas de liberdade, de fraternidade, de igualdade. O Evangelho, tendo purificado estas palavras, as explicou e, pondo ne- las um fermento divino, as engradeceu tanto que elas passaram a expressar ideias novas. Durante muito tempo, permaneceram ligadas ao Evangelho, penetraram e traba- lharam o mundo de uma maneira tão segura e salutar como eram doces, ponderadas, respeitosas. Mas, eis que no século XVIII o filosofismo se apoderou destas palavras. Imediatamente perderam seu fermento divino e se trans- formaram em poção. A Assembleia Nacional, na célebre noite de 4 de agosto de 1789 [abolição do sistema feu- dal], que será uma embriaguez sem precedentes na histó- ria dos povos, experimentará esta poção. Entram, então, como segundo elemento na bebida encantadora e funes- ta que prepara a Revolução. O narcótico, finalmente, se encontra como o terceiro elemento. Entre todos os sentimentos dos quais o cora- ção do homem foi dotado, há um que se distingue por sua grande nobreza quando a verdade é seu guia, mas que se torna um perigo extremo quando se inspira somente em si mesmo: é o sentimento de tolerância, de indulgência. Com efeito, quando toma por guia a verdade, a tolerância A Família Católica Outubro / 2015 “Para ser médicos de almas há que se conhecer as enfermidades. A saúde nós a conhecemos: são os princípios da Fé. Porém, há que compreender os erros que, hoje em dia, se opõem aos princípios da Fé e, especialmente, ao erro do liberalismo que está na raiz de todos os erros modernos. Temos que estar armados para defender e prevenir as almas que nos foram confiadas.” Conferência aos seminaristas. Setembro de 1988. MONSENHOR LEFEBVRE
  • 3. 2ª parte – Os graus da humildade, segundo São Bento e Santo Tomás. Agora é necessário falar da humildade, virtude que está na base do edifício espiritual. Para dizer a verdade há duas virtudes que estão na base do edifício: a fé e a humildade. A humildade prepara o terreno, a fé põe os fundamentos. A mais importante é, evidentemente, a fé. O papel da humildade é modesto, é o cam- ponês que retira as pedras do seu campo antes de plantar. Ela retira os obstáculos, nada mais. No entanto sua ação é capital. É ela que se opõe ao orgulho. “Deus dá sua graça aos humildes e resiste aos soberbos” (Tiago 4,6). “Se vós não vos converterdes e vos tornardes como crianças, não entrareis no Reino dos Céus” (Mateus 18,3) “Aquele que se faz pequeno como essa criança este é o maior no Reino dos Céus” (Matheus 18, 3-4). “Todo aquele que se exalta será humilhado e todo aquele que se humilha será exaltado” (Lucas 14, 11). O que é a humildade? “É a virtude que nos impede de nos inclinar para o que está acima de nós” (IIª IIal q61, a1), ensina Santo Tomás. Há duas maneiras de nos inclinar para o que está acima de nós. Uma maneira vem do orgulho e o outra vem da esperança. Se inclinar para o que está acima de nós, segundo a ordem esta- belecida por Deus, e contando com sua graça, é virtude. Se incli- nar para o que está acima de nós, contra a ordem estabelecida por Deus, é orgulho. A humildade, diz Santo Tomás, comporta antes de tudo a sub- missão do homem à Deus. Ela está ligada ao dom do Temor. Ela recebe sua razão de ser da reverência em relação à Deus. O hu- milde não se atribui nada acima dele mesmo. Ele permanece no seu lugar. Ele sabe que tudo o que tem ele recebeu de Deus e ele não só entende isto, mas também não pensa ter recebido o que não lhe foi dado. É por isso que ele fica em seu lugar. São Bernardo define a humildade como sendo “a virtude que nos faz nos desprezar em consequência de um verdadeiríssimo conhecimento de si mesmo”. Há então duas componentes na humildade: o conhecimento de nossa miséria e a aceitação do lugar que nos compete e o desejo de aí estar. Santo Tomás diz que a humildade se encontra essencialmente na vontade. O humilde sabe o que ele vale por ele mesmo e não procura outra coisa senão o lugar que lhe é devido. E aí está toda sua força. São Bento vai então educar o seu monge na escola da humilda- de que é a escola da verdade. Eis então algo de capital, que mes- mo sem ser o mais importante, tem um papel decisivo na nossa formação, assim como na proteção das graças recebidas. O ensi- namento de São Bento não se aplica somente aos monges mas a todos os homens e, portanto, às crianças também. Vejamos agora os doze graus da humildade, procurando dar exemplos e aplicações na educação dos filhos. Utilizaremos o resumo feito pelo Pe. Emmanuel do Mesnil Saint Loup. Os sete primeiros graus dizem respeito ao interior de nosso ser. Os cinco seguintes dizem respeito ao exterior. 1º grau – Ter continuamente diante dos olhos o Temor de Deus e em consequência se manter em guarda contra todos os pecados e especialmente contra a vontade própria. São Bento começa então pelo interior. Nisto ele se assemelha a São Francisco de Salles que escreveu: “Eu nunca pude aprovar o método daqueles que para reformar homem começam pelo exterior, pelas posições, pela vestimenta, pelos cabelos. Parece-me ao contrário que é necessário começar pelo interior, pois todo aquele que tem Jesus Cristo em seu coração o terá em breve em todas as suas ações externas”. No caso das crianças talvez seja o contrário, pois o uso da razão vem aos poucos, mas será sempre pelas virtudes que a humilda- de se firmará no coração das crianças e dos adolescentes. São Bento começa então pelo Temor de Deus e no fim ele pro- mete ao monge a perfeição da Caridade que expulsa todo temor, todo temor servil, pois o temor filial durará eternamente. Pode-se se perguntar se o seu método não difere, mesmo se não se opõe à pequena via de Santa Terezinha do Menino Jesus, que vai à perfeição da Caridade pela Caridade ela mesma. Sem querer resolver a questão, dou aqui meu parecer. Parece-me que as duas vias não se excluem, a Caridade é a rainha das virtudes, ela as domina e ela as dirige para o fim último que é Deus. A humildade faz seu trabalho, que é de pôr o homem no seu lugar. Se ela o faz desde o início sob o império da Caridade, tanto me- lhor. Mas o seu trabalho é o de se humilhar sob o olhar de Deus que ela contempla continuamente como pede São Bento. Uma coisa não exclui a outra. São Bento sabe que ele tem uma tropa difícil a educar. Uma tropa que carrega todas as feridas do Peca- do Original. Ele quer assegurar as bases. Ele nos convida a ler na sua própria Regra outros autores. Ele diz que sua Regra não é senão um começo de vida honesta. Ele pensou que era mais seguro sublinhar a importância da humildade. Uma regra é um regulamento. A Regra é uma moldura. Esta moldura deve ser nítida e deve ser respeitada. É o temor servil ou filial que assegu- rará a observância desta regra. Esta moldura sendo respeitada, todas as ascensões estão abertas para a alma. O humilde marchará na verdade, eis o ponto de partida. O amor é ainda mais eficaz sem dúvida, mas o temor abrange maior número de almas, que ele conduz à Caridade. Há alguns que desde o início marcharão pelos caminhos da Caridade. Outros se arrastarão antes de agir por Caridade. É em geral o grande núme- ro, os mesmos aos quais Santa Terezinha propõe a caridade para irem mais depressa e melhor. São Bento também se dirige a todos. O Temor é bom para todos. Temor e Caridade vão juntos, mas às vezes não resta senão o temor que conduz a alma à Cari- dade. Ele é uma tábua de salvação para aqueles que perderam a Caridade. Podemos dizer que são pontos de vista distintos. Santa Terezinha pega um atalho, uma pequena via direta até Deus. Ela como que completa o Santo Patriarca com uma via onde resplan- dece humildade e caridade. São Bento certamente se encantaria em ouvi-la e lê-la. 2º grau – Renunciar aos seus próprios desejos, em consequência da renúncia à vontade própria. “Suprima a vontade própria e tereis suprimido o inferno”, diz São Bernardo. São Bento cita o exemplo de Nosso Senhor que não veio ao mundo para fazer sua vontade, mas a vontade d’A- quele que O enviou. 3º grau – Se submeter em toda obediência ao seu superior, por amor de Deus. Educar as crianças a obedecer por amor. Eis que São Bento não tardou a falar da Caridade. Ele e Santa Terezinha estão mais próximos do que se poderia imaginar. 4º grau – Aceitar em paz as ordens difíceis e mesmo os maus tratos e as injúrias. Formar as crianças e se formar a si mesmo a não murmurar, a não se queixar e a não ser susceptível. É duro suportar uma injú- ria, um mau tratamento, uma ordem difícil. Mas é necessário ficar firme. É necessário suportar o Senhor que nos faz passar por momentos difíceis para o nosso bem. É Ele que permite que nós sejamos tratados assim pelos outros. 5º grau – Revelar ao superior os pensamentos mesmo maus que vem ao espírito. Que as crianças contem elas mesmas o que elas fizeram de mau. Facilitar as confidências que as ajudam a vencer as tenta- ções, porque o demônio não teme nada tanto quanto a abertura de alma. Que seja aos pais, a um padre, ou a quem se ocupe deles, mas que eles tenham a simplicidade de pedir ajuda e de não guardar suas tentações no segredo. O demônio age no se- A regra de São bento e a Educação Dom Tomás de Aquino, OSB continuação
  • 4. gredo. São Bento quer esta confissão confiante de nossas faltas e de nossas dificuldades, mas que isso parta do monge. É necessário que essa confissão seja espontânea e o Direito Canônico proíbe aos superiores forçar uma confidência. Embora isso possa se fazer na confissão, São Bento pensa aqui em uma confidência feita independentemente da confissão. 6º grau – Se contentar no que há de mais vil e mais abjeto. O 4º grau era de suportar os maus tratamentos no exercício da obediência. O 6º grau, diz Dom Delatte, consiste em aceitar todas as condições do regime monástico e jamais exigir um regime de exceção. Fazer o mesmo em casa com as crianças. São Bento diz aqui ao monge de se considerar um mau e indig- no operário. É um grau mais interior que o 4º grau. O monge não deve exigir nada, pois ele sabe que é indigno de exigi-lo. Que merecemos nós? 7º grau – Se considerar no fundo do coração como último de todos. Agora se trata de se comparar aos outros e de se dizer inferior a todos. Como isto pode ser verdadeiro? Por causa de tudo que eu sei e por causa de tudo que eu não sei. O que eu sei são mi- nhas faltas, minhas más inclinações, meu pouco de correspon- dência às graças recebidas. O que eu não sei é o que Deus opera na alma do próximo, é o que Deus lhe reserva para o futuro, são os combates que ele trava em seu interior, é o que ele teria feito se tivesse recebido as graças que eu recebi. O humilde não co- nhecendo bem senão as suas próprias faltas vai se pôr no último lugar. O Pe. de Foucald falando de Nosso Senhor dizia “Ele tanto amou o último lugar que ninguém pode Lho tirar”. Rezar para compreender esse grau e para comunica-lo às crianças, mais pelo exemplo que pelas explicações. Contemplar Nosso Senhor que se põe no último lugar em Belém, em Nazaré e durante Sua Paixão. Isto não quer dizer negar o que é de Deus em nós, como negar a autoridade dos pais. O que se deve pôr abaixo dos outros é o que nos pertence em próprio e que são nossos pecados e nossa indignidade. Quanto ao que é de Deus em nós é outra coisa: a autoridade, a fé, a verdade. Um bispo tem que querer ser tratado como bispo, porque a sua dignidade episcopal é de Deus. O que é de Deus em nós não deve ser posto abaixo daquilo que não o é nos outros. 8º grau – Seguir simplesmente a regra comum e fugir de toda singularidade. Acontece que o desejo de se singularizar se manifeste em coi- sas insignificantes, mas que não são menos inspiradas pelo or- gulho. A Tradição não é outra coisa senão esse desejo de fugir da novidade, da singularidade. A piedade de um padre, dizia o Pe. Héguy, professor de liturgia de Mons. Lefebvre, se mede pela exatidão com a qual o padre segue as rubricas do missal, ou seja, pela fuga de toda singularidade ao rezar a missa. A beleza do Gregoriano vem em grande parte das vozes que se unem sem que nenhuma se singularize, atraindo a atenção sobre ela. É o primado da regra objetiva à qual o “eu” se submete. A gente não se sobressai a fim de que uma harmonia superior seja conservada. No entanto é necessário prestar atenção a certos temperamentos que se inclinam a não se singularizar, não por virtude, mas por preguiça e covardia. 9º grau – Guardar o silêncio até que se seja interrogado. Isto convém sobretudo às ordens contemplativas, mas se pode se inspirar nesse grau para se falar menos e escutar mais. 10º grau – Que um monge não seja nem pronto nem fácil a rir, pois está escrito: “O insensato eleva sua voz quando ri” (Eclesiástico 21, 33). Ser moderado no riso. O riso moderado não é contrário à devo- ção e ao estado religioso, mas ele indica a serenidade do espíri- to. O religioso deve se mostrar moderado e piedoso, mas não deve se mostrar triste, pois isso desonra a piedade e dá a pensar aos outros que a santidade produz melancolia e tristeza, em vez de alegria e paz. Se mostrar alegre e contente encoraja os outros a abraçar a piedade. Na vida em família deve se fazer o mesmo. Dom Etienne Sa- lasc, monge cisterciense, dizia: “O riso é uma necessidade da natureza que depende muito da diversidade dos temperamentos, mais ou menos sensíveis às causas que o excitam. Seria absurdo querer proibi-lo radicalmente. Tal não é a condição feita à humil- dade, nem é o pensamento de nosso pai São Bento. Mais ainda, o riso é uma descontração às vezes necessária.” 11º grau – Falar mansamente, gravemente, com poucas pala- vras, sensatas. “É sobretudo na maneira de falar que o religioso se aplica a guardar a modéstia evitando toda palavra descabida e pouco conforme ao seu estado. Os leigos devem se inspirar nesta atitude pois no fundo o que convém ao monge, convém de certa maneira a todo cristão. Nas recreações em comum, especialmente, há vários pontos a serem observados para não faltar com este grau da humildade: 1º Evitar toda espécie de murmuração ou maledicência, mes- mo quando se trata de coisas conhecidas e manifestas. 2º Não interromper aqueles que falam, como aconselha o Espírito Santo (Eclesiástico 11,8). Que imodéstia quando um religioso quer ser o único a falar; quando os outros falam alguma coisa ele lhes corta a palavra mostrando sua preten- são de tudo saber e de se fazer mestre de seus irmãos. A boa regra é de se calar quando os outros falam e de falar quando os outros de calam. 3º Se abster de palavras que exprimam desprezo, que mos- tram os defeitos do próximo, mesmo se isso é feito por graça, exceto quando se trata de uma correção fraterna feita por caridade, mesmo que seja em público, como fazia tão bem Mons. Lefebvre no seminário e também Santa Tereza D’Ávila nas recreações no Carmelo. 4º Não se louvar a si mesmo e suportar que outros nos mos- trem nossos defeitos. 5º Não levantar a voz e falar com sensatez. A aplicação à vida de família é fácil de ser feita. 12º grau – Trazer a humildade no seu coração e em todo seu exterior abaixando os olhos como um criminoso que se vê como estando a ponto de ser chamado ao temível tribunal de Deus. Esta atitude, pedida por São Bento, nos parece bastante seve- ra, mas se nós refletirmos veremos que ela é bem mais sensata do que poderíamos imaginar. Escutemos Santo Afonso de Ligório cujo pensamento resumimos aqui: Quase todos ataques que as paixões fazem a nosso espírito têm sua origem nos olhos maus guardados, porque é pelos olhos que as paixões e afeições desordenadas se despertam. Da vista nasce o pensamento, como diz Santo Agostinho, e do pensamen- to nasce o desejo e deste, o consentimento. Pois, como nota São Francisco de Sales, não se deseja o que não se vê. Eva não teria caído se ela não tivesse olhado o fruto proibido. Ela caiu porque ela se demorou a contemplá-lo e o fruto lhe pare- ceu bom e agradável à vista e saboroso para comer. É por causa disto que ela o colheu e comeu (Gênesis 3,6). Daí vem que o demônio nos conduz primeiro a olhar, em seguida, a desejar e enfim a consentir aos desejos provocados pela vista. São Jerôni- mo observa que o demônio não tem necessidade senão de nossa iniciativa, de nosso primeiro passo. Basta entreabrir a porta e ele se encarrega do resto. É pelos olhos, diz São Bernardo, que os primeiros dardos que vão ferir a alma casta penetram e a condu- zem à morte. Os olhos foram a causa da queda de Davi, tão caro a Deus, e a de Salomão, que havia sido a pena do Espírito Santo. E de quantos outros ela foi a causa da ruína. Os santos sempre fizeram muita atenção aos olhos. Depois de um ano de noviciado São Bernardo não sabia de que material era feito o teto de sua cela e ignorava quantas janelas haviam na Igreja do mosteiro. São Pedro de Alcântara conservava os olhos tão baixos que não conhecia os religiosos com os quais ele vivia senão pela voz. O mais nocivo, no entanto, não é tanto ver, mas fixar o olhar, diz São Francisco de Sales. Tudo isto não quer dizer que nós não devemos jamais levantar os olhos e que nós não devemos jamais ver seja o que for, mas convém que os religiosos tenham os olhos baixos. Penso que isso vale também para os leigos por causa do exemplo de Nosso Senhor ele mesmo. Com efeito San-
  • 5. O “Eleison Comments” n.º 146 falou da dificuldade que as irmãs professoras enfrentam com as moças de hoje. O “Eleison Comments” n.º 147 tratou do mesmo problema em relação ao lar. Agora, alguns de vocês perguntam, e quanto aos rapazes? Os católicos sabem que os rapazes e moças, no que diz respeito a salvarem suas almas para a vida eterna, são iguais, e portanto devem ambos ser preparados da mesma maneira, primeiro e principalmente, para alcançar o Céu. Porém, suas semelhanças terminam aí. Deus designou ao homem e à mulher diferentes papéis nesta vida, e é por isso que a Igreja sempre condenou a coeducação (ou educação mista). Então, de que os rapazes preci- sam especificamente? Assim como a mulher tem dons do coração para cuidar do lar e dos filhos, o homem tem dons da razão para guiar e provê-los, desde o pecado original, “pelo suor de seu rosto”. Portanto, enquanto a formação da moça deve centrar-se em torno do que servirá ao marido e aos filhos no lar, a formação de um rapaz deve prepará-lo para (1) o trabalho e (2) a responsabilidade fora do lar, o que usualmente significa no grande e perverso mundo. Para isso ele precisará de (3) capacidade de julgamento, (4) auto-disciplina e (5) virilidade. Temos aí um programa completo! Nesse programa, o exemplo dado ao rapaz por seu pai é de suma importância ! Pais de hoje, vocês devem ter sido formados há vinte ou trinta anos, logo após a revolucionária década de sessenta. Vocês têm idéia do que isso signifi- ca? Tenham humildade para reconhecer que sua própria formação, na escola ou no lar, provavelmente não os prepa- rou suficientemente para educar a seus filhos para viver neste mundo de maneira que possam alcançar o Céu. Pais, busquem corrigir sua própria indolência, irresponsabilidade, tolice, auto-indulgência e falta de virilidade, e assim esta- rão fazendo o melhor que puderem por seus rapazes! TRABALHAR fora, na natureza, é o melhor. Deixem o menino usar um machado, cortar uma árvore, cuidar de um jardim, andar a cavalo, construir uma casinha. O esporte deve ser principalmente uma recreação, e não deve signifi- car mais que isso. Uma genuína necessidade da família ensina a RESPONSABILIDADE, também ensinada ao rapaz pelo sofrimento das conseqüências de seus próprios erros, ao invés de ser delas protegido. A capacidade de JULGA- MENTO, ele deverá aprendê-la por ser encorajado a usar a razão, por debates na mesa familiar, pela companhia e instrução de seu pai, a quem ele naturalmente admira e segue como a seu herói, mas que deve tirar um tempo para ouvir seu menino e aconselhá-lo, especialmente na adolescência. A DISCIPLINA deverá ser aprendida acordando cedo de manhã, por uma rotina diária a ser obedecida, por dormir cedo e por não namorar até, aproximadamente, o mo- mento em que procure alguém para casar-se. Quanto menos der às moças com quem não casará, mais dará àquela com quem casará. A VIRILIDADE será a recompensa por seguir fielmente um tal programa. Finalmente, pais, notem como os eletrônicos necessariamente fazem os seus filhos 1 preguiçosos, 2 irresponsáveis, 3 estúpidos, 4 moles e 5 frustrados. No lar, cortem dos eletrônicos o encanto, E seus meninos não cairão no lugar de eterno pranto! Kyrie eleison. ELEISON COMMENTS cl (29 DE MAIO DE 2010) Rapazes prontos para o combate to Afonso de Ligório diz que em matéria de modéstia dos olhos o primeiro de todos os mestres foi Nosso Divino Salvador. Os Evan- gelistas dizendo que em certas ocasiões Nosso Senhor levantava os olhos para ver nos dão a entender que habitualmente Ele os tinha baixos e fixados ao solo. E o Apóstolo louvando a modéstia de Nosso Senhor escreve aos seus discípulos “Eu vos peço, por respeito à modéstia de Jesus Cristo” (2 Coríntios 10,1). Assim nós chegamos ao final do capítulo sétimo da Regra. São Bento termina este capítulo falando da Caridade à qual se chega pela prática dos doze graus da humildade: “O monge tendo então subido todos estes graus da humildade chegará rapidamente à Caridade de Deus, a qual sendo perfeita expulsa fora o temor e faz com que tudo que se observava antes, com sentimento de terror, ele começa a realizar sem nenhuma pena, como que naturalmente, e por um hábito contraído; não mais por medo do Inferno, mas por amor pelo Cristo e pela feliz inclinação própria das virtudes que o Senhor se digne realizar no seu servidor purificado de seus vícios e de seus pecados”. Conclusão Nós não fizemos uma exposição de toda a Regra de São Bento, mas apenas de um aspecto que lhe é bem característico, ou seja, da prática da humildade. Esta virtude não é a principal, mas ela é o remédio para vencer a doença do orgulho, a doença dos nossos primeiros pais, a doença de nossos tempos, a doença de todos os tempos. A educação não pode esquecer nenhuma virtude. Se a Revolu- ção é um bloco, como dizia Pe. Calmel, o Catolicismo também o é. Não podemos abrir mão de nenhuma virtude e sobretudo des- ta que está na base do edifício. Quem está de pé, cuidado para não cair, diz São Paulo. Santa Terezinha diz que o humilde não cai, porque já está no chão. Um prato em cima da mesa pode cair da mesa. Um prato no chão não pode cair. No momento que nós vivemos procuremos a humildade. Ela nos protegerá. É fácil perder a cabeça nos momentos críticos, em que tudo parece desmoronar. Mas a humildade, pelo fato de nos pôr em nosso lugar, nos dá a estabilidade e o bom senso. Durante a persegui- ção do Anticristo a humildade será de um grande valor. Ela vai junto com a esperança, que nos faz contar com o socorro de Deus e nos torna magnânimos, sem deixar de sermos humildes. Ela nos protege da temeridade que é uma forma de orgulho. A figura de Mons. Lefebvre nos vem naturalmente à memória. Magnânimo e humilde ao mesmo tempo, ele preferiu avançar humildemente, com segurança. Ele não desdenhou consultar nem mesmo os seus motoristas e os jovens padres sobre a opor- tunidade das sagrações de 1988. Ele trabalhou honestamente sem se fazer de líder. Ele fez o que a Providência lhe permitiu e mostrou o que era necessário fazer. Se ele cometeu faltas, ele o reconheceu ele mesmo. A humildade nos faz não nos espantar de nossas faltas e nos faz nos voltar para aquele que nos livra delas. Que Nossa Senhora, que São Pio X, que Santa Terezinha e que São Miguel, cujo nome é um grito de humildade, e, antes de tudo, que Nosso Senhor ele mesmo nos ensine essa virtude da qual Ele disse: “Aprendei comigo que Sou manso e humilde de coração”.
  • 6. Iniciou-se na Capela Nossa Senhora das Alegrias a Congregação Mariana. Nosso diretor é o padre Joaquim da Família Beatae Mariae Virginis. Será sob suas ordens que esta congregação irá fazer seus estudos e apostolados. Conforme o manual do Congregado, o fim da congregação Mariana é "promover e fomentar nos seus membros uma ardentíssi- ma devoção, reverência e amor filial para com a Santíssima Virgem Maria, para assim se tornarem bons cristãos, se esforçarem para serem santos, cumprirem com exatidão seus deveres de estado, e depois ajudar pelo exemplo ou palavras na santificação do próximo e a defender a Santa Igreja". Em outras palavras, o fim da Congregação é amar e fazer amada a Santíssima Virgem. E isso basta. Triunfando a Imaculada, triunfa a Igreja, triunfa Nosso Senhor. Sendo amada em toda parte, a começar pelos Congre- gados, sendo ensinados seus dogmas e reverenciada em todas as nações, acabam-se todas as heresias, a verdade é restabele- cida e o mundo encontrará a paz . O reinado de Nosso Senhor depende exclusivamente do triunfo da Imaculada. Deixo as pala- vras a São Pio X: “Creiam os povos e confessem abertamente que Maria Virgem, desde o primeiro instante da sua concepção, foi isenta de toda mancha; com isto, será necessário admitir também o pecado original e a redenção dos homens por obra de Cristo, o Evangelho, a Igreja e até a própria lei da dor. Depois disto, tudo o que tem sabor de racionalismo e de materialismo será arrancado e destru- ído e resta à doutrina cristã o mérito de guardar e defender a verdade.” (São Pio X, Revista Sodalitium, n.º 5) Que a Santíssima Virgem reine, seja amada, e tudo estará resolvido. O que é a Cristandade, o ápice da civilização, senão a aplicação prática da religião verdadeira na sociedade? Regendo os costumes, as leis, os povos, etc. Meio infalível disso aconte- cer é recorrer à Imaculada. É Ela que instaura o reino de Nosso Senhor, a sociedade temporal mais perfeita que se pode atingir, a civilização Cristã. É tudo obra dela. Hoje a Imaculada não reina em lugar nenhum, por isso a heresia se espalha como uma peste, e para a grande maioria, Deus virou um capricho, um meio espiritual de conseguir as nossas realizações, pouco importando as suas Leis e a Sua Religião. De- sastre total. E a Igreja conciliar incentiva essa desordem. Em nome do ecumenismo e da liberdade religiosa a anti-igreja relega à Imaculada um lugar ínfimo. No fundo, a igreja conciliar não ama a Virgem Maria. E por isso também, tanto a nova igreja quanto seu concílio, não podem ser chamados de Católicos. Que Ela seja amada pelos congregados então, em nossas casas, com o Rosário diário e as devoções do Escapulário, 5 primei- ros sábados, entre outras. Até o dia em que Ela quiser mudar a situação. Porque o triunfo final da religião para esses tempos, o triunfo de Deus, está reservado para Ela, será obra Dela. Ela esmagará o mundo, o demônio, a carne e a falsa-igreja. Já está decidido. O trabalho da Congregação Mariana será implorar esse triunfo, com nosso amor, sacrifício, estudo, apostolado e orações. Que Ela reine! Ave Maria Puríssima! Congregação Mariana Capela Nossa Senhora das Alegrias Padre Joaquim, diretor da Congregação, com os candidatos.
  • 7. Edição: Capela Nossa Senhora das Alegrias - Vitória, ES. http:/www.nossasenhoradasalegrias.com.br Entre em contato conosco pelo e-mail: jornalafamiliacatolica@gmail.com Apostolado da Oração Capela Nossa Senhor a das Alegrias Padre Joaquim e as Associadas do Apostolado da Oração por ocasião do recebimento das insígnias. Além da Congregação Mariana, Padre Joaquim também deu início em nossa Capela ao Apostolado da Oração, uma pia união de fiéis que tem por intuito promover por todos os meios a devoção ao Coração Santíssimo de Jesus. Segundo o Manual do Coração de Jesus, o Apostolado da Oração anima seus associados a se formarem no espírito desta devoção, a praticarem e a propagarem os seus exercícios. Além disto, também a considera como um meio que, conforme o modo de pensar da Igreja, corresponde de maneira particular às necessidades do nosso tempo, preparando e promovendo o advento do Reino de Deus no mundo. Deste modo, a devoção ao Santíssimo Coração de Jesus está tão unida e é tão própria do Apostolado da Oração que “com toda razão se pode dizer que o Apostolado da Oração é uma forma perfeita de piedade para com o Coração Santíssimo de Jesus e, vice-versa, que a piedade para com o Coração Santíssimo de Jesus não se pode de maneira alguma separar do Apostolado da Ora- ção”. (PIO XII, ao M.R.P. Prepósito Geral da Companhia de Jesus, 19 de setembro de 1948) O Apostolado conta com três práticas, chamadas também graus ou obrigações. A primeira prática é o oferecimento cotidiano, que consiste em oferecer as obras e os sofrimentos do dia em união com Cristo para desagravar Seu Coração das ofensas que comete- mos. A fórmula do oferecimento é simples e deve ser rezada por todos os associados. A ela, une-se a intenção mensal, examinada, proposta e abençoada pelo Sumo Pontífice. A segunda prática abarca, além da primeira prática, uma comunhão mensal reparadora, com o intuito de satisfazer ao Eterno Padre ofendido pelos nossos pecados e também de desagravar mais perfeitamente as injúrias ao mesmo Coração de Jesus. A terceira prática consiste, além da primeira prática, na oração de pelo menos uma dezena do rosário de Nossa Senhora, como forma de reconhecer que pelo Coração Imaculado de Maria a oblação cotidiana ao Coração de Jesus e a Deus Pai ganha uma eficácia particular. O Apostolado possui organização adaptável às circunstâncias, mas normalmente conta, numa paróquia, com um Padre Diretor e os associados. Dentre estes, erige-se Zeladores responsáveis pela organização do grupo e pelos avisos mensais. A formação mensal é normalmente dirigida pelo Padre, mas o zelador se torna responsável por ela caso haja algum impedimento pontual. As práticas do Apostolado da Oração são várias: 1ª sexta-feira, 1º sábado, Hora Santa e a Via Sacra. As festas por excelência são a Festa do Sagrado Coração, dia 12 de junho, e Cristo Rei, no último domingo de outubro. São festas celebradas também a da Imacula- da Conceição, do Imaculado Coração de Maria, de São José, de Santa Margarida Maria Alacoque e do Beato Cláudio de la Colombière, estes últimos, chamados padroeiros do Apostolado porque Apóstolos do Sagrado Coração. Além disso, todos os meses procura-se santificar o dia de dois santos protetores também devotos do Sagrado Coração. Como se vê, o Apostolado da Oração é uma prática eficacíssima para aumentar o amor por Nosso Senhor Jesus Cristo. Em nosso caso, o Apostolado contará com a participação somente de mulheres, de crianças a idosas, contanto que sejam capazes de cumprir a principal obrigação dos associados, que é o oferecimento diário. Muitas de nossa Capela já se tornaram associadas no dia 9 de outubro de 2015, mas no dia da Imaculada Conceição, dia 8 de dezembro, teremos a honra de ganhar mais ovelhas para a grei do Sagrado Coração. Ave Maria Puríssima!