Este documento discute as orientações para a governação municipal de Cascais após as próximas eleições. A autora critica os políticos anteriores por destruírem a obra dos fundadores de Cascais e enriquecerem de forma inaceitável. Ela promete criar um plano estratégico para requalificar Cascais com um crescimento sustentado que integre construções mal feitas e promova atividades como agricultura e pesca. Seu objetivo é devolver a qualidade de vida aos moradores de Cascais.
1. Aos Munícipes de Cascais,
Cascais é um Concelho especial. Construído por homens que entregaram literalmente a sua
vida para transformar este lugar num espaço pleno de qualidade, glamour e de
prestígio, criando uma obra de excelência e morrendo pobres, foi ao longo destes últimos
anos completamente massacrado por um punhado de homens sem identidade, escondidos
por detrás dos interesses dos partidos políticos, que sem honra, princípios ou respeito pela
terra e pelas suas gentes, enriqueceram de forma inaceitável, destruindo a obra grandiosa
dos que os precederam.
Este foi o mote da tertúlia subordinada ao tema “Urbanismo & Ambiente” que trouxe ao
Espaço SerCascais Diogo Pacheco de Amorim, Gonçalo Ribeiro Telles, João Rei e José Vieira
Santos, para discutirem com os muitos Cascalenses presentes as orientações que hão-de
presidir à governação municipal de Cascais depois das próximas eleições autárquicas.
Pela minha parte, enquanto presidente do Movimento SerCascais e candidata independente
à Presidência da Câmara Municipal de Cascais, assumi publicamente o compromisso de
intervir, de forma expressiva, na reconfiguração do devir urbano e ambiental de Cascais.
Terei tolerância zero em relação a tudo aquilo que seja contrário aos interesses de Cascais e
dos Cascalenses e, depois de eleita, criarei um ‘Plano Estratégico para o Desenvolvimento de
Cascais’ que será o primeiro passo dado no sentido da requalificação urbanística de Cascais.
Assente numa nova abordagem de impacto geracional, que preveja um crescimento
sustentado para o território municipal, conjugando as inúmeras potencialidades do espaço
com as necessidades de reconversão que actualmente se sentem, a minha acção
representará um apelo sentido à “desurbanização” do Concelho, um novo conceito
urbanístico que pressupõe a integração do que foi mal construído em Cascais (e que
infelizmente não pode ser demolido) num vasto plano de crescimento integrado, que
fomente as actividades primárias, como a agricultura e a pesca, ao mesmo tempo que gera a
riqueza necessária para devolver a qualidade de vida aos cascalenses.
Num Concelho marcado por mais de duas décadas de má construção, e por um número de
fogos devolutos que oficialmente orça em muitos milhares, com implicações terríveis ao nível
da sobrevivência das empresas locais, do emprego e dos projectos de vida dos Cascalenses, é
urgente reorientar o futuro municipal pela bitola da qualidade de outros tempos.
É isso que vamos fazer. Porque vale a pena SerCascais!
Isabel Magalhães