1. Escutismo
Aqui tens o básico sobre o escutismo, algumas curiosidades do
mundo escutista, e algum material relacionado com o escutismo.
És um escuteiro se...
Glossário Escutista
Fogo de Conselho
O chifre de Kudu
B.P.
C.N.E.
Saudações
Flor de Liz
2. És provavelmente um escuteiro se...
... Tens buracos nos bolsos das calças por andares sempre com o canivete lá
dentro.
... Tens sempre um balde de água ao lado do fogão quando estás a cozinhar
em casa.
... Começas espontaneamente a cantar umas canções esquisitas em público.
... És capaz de ficar uma hora a olhar para uma teia de aranha, e não dares
pelo tempo passar.
... Levas sempre contigo um rolo de papel higiénico para onde quer que vás.
... Amarras o teu irmão mais novo com uns nós esquisitos, e ele não se
consegue libertar.
… À noite, na cama, ficas a ler à luz de uma lanterna.
… Não és capaz de passar por um papel no chão sem o apanhar e deitar no
caixote.
… Andas sempre com um copo de metal preso ao cinto.
… Abres as cartas do correio com um canivete.
… Os vizinhos fingem não estar em casa quando te topam a percorrer a rua
com um monte de calendários.
… Alguém pede um voluntário e descobres que já tens a mão no ar
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3. GLOSSÁRIO ESCUTISTA
A ABRIGO – protecção feita com ramos ou toldos para passar a noite.
ACANTONAMENTO – actividade na qual se pernoita numa habitação.
ADRIÇA – espia que iça a bandeira no mastro.
A.E.M. – Associação de Escoteiros de Macau
A.E.P. – Associação dos Escoteiros de Portugal
A.G.P. – Associação das Guias de Portugal
ALCATEIA – secção dos lobitos
ALERTA – divisa dos escuteiros do CNE; grita-se para chamar a atenção de outro escuteiro
ALVORADA – fenómeno curioso e muito lento e que é a primeira coisa a acontecer num dia de
acampamento
AQUELÁ – Chefe dos lobitos
ASPIRANTE – jovem que ainda não fez a Promessa
AVENTURA – secção ou ramo da AGP, para a faixa etária entre os 10 e os 14 anos; actividade
típica da IIª secção
AVEZINHA – elemento da AGP com idade entre os 6 e os 10 anos
AZIMUTE – direcção definida em graus a partir de um ponto, sendo de 0º para norte, 90º para
este, 180º para sul, etc.)
B B.A. – boa acção diária
BADGE – termo inglês para insígnia
BAGUIRÁ – adjunto do Chefe dos lobitos
BALU – adjunto do Chefe dos lobitos
BANDEIROLA – o mesmo que totem de patrulha
BANDO – grupo de 4 a 8 lobitos
BASE – sede dos caminheiros
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4. BE PREPARED – original em inglês de "alerta" ou "sempre pronto"
BERET – termo em inglês, que significa boina
BIFURCADA – vara do caminheiro; o mesmo que Tronca
BIVACAR – passar a noite no mato
BIVAQUE – acampamento apenas para passar a noite
BOA-CAÇA – termo usado entre escuteiros para desejar felicidades, bom trabalho ou boa
actividade.
BORNAL – saco de tiracolo para actividade, normalmente contende sisal, ou material de
campismo.
BOY SCOUT – termo mais apropriado, em inglês, para traduzir "escuteiro"
B.P. – abreviatura por que é conhecido Baden-Powell
B.P. (um) – chapéu de escuteiro de abas largas
B.S.A. – abreviatura de Boy Scouts of America, a associação de escuteiros dos EUA
BUREAU MUNDIAL – secretariado mundial do escutismo, o qual serve de referência e reúne
todas as associações escutistas do mundo, presentemente na Suiça
C CABANA – sede dos Exploradores
CABEÇA – material de campo que os escuteiros muitas vezes se esquecem de levar para os
acampamentos
CABEÇA-DE-LOBO – condecoração atribuída a escuteiros do CNE que revelem assiduidade,
bom comportamento e bom aproveitamento (fitas: amarela, verde, azul ou encarnada, conforme a
secção a que pertença o escuteiro)
CABIDE DE FARDA – escuteiro vaidoso e pouco trabalhador
CADERNO DE CAÇA – pequeno livro ou caderno, feito pelo escuteiro, e onde ele aponta todas
as coisas de interesse; caderno com que o escuteiro "caça"
C.A.F. – Curso de Adjuntos de Formadores, destinado a dirigentes que participarão em cursos de
formação de dirigentes (insígnia de madeira de 3 contas)
C.A.P. – Curso de Aprofundamento Pedagógico, destinado a chefes de unidade, e relativos a
uma unidade específica (insígnia de madeira de 2 contas)
CAMINHEIROS – escuteiros com mais de 17 anos
CAMPO-ESCOLA – campo com infraestruturais onde tradicionalmente se dá instrução a
dirigentes ou guias, normalmente também usado como local de acampamento para escuteiros;
em Portugal há vários: Caparica (AEP), S.Jacinto (CNE), Fraião (CNE), etc.
CANHOTA – nome por que é conhecido o aperto de mão escutista, feito com a mão esquerda.
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5. CANTIL – recipiente fechado usado para transportar água nas caminhadas
CANTINA – panelas, tachos e restante equipamento de culinária para os acampamentos
CARAVELA – secção ou ramo da AGP, para a faixa etária entre os 14 e os 18 anos
CARICAS – insígnias de especialidade
CAVALEIRO DA PÁTRIA – última etapa do sistema de progresso escutista; esta insígnia é
concedida ao escuteiro que, para além de ter completado as provas todas da insígnia de Ouro e
de ter conquistado várias especialidades, demonstre qualidades extraordinárias como escuteiro,
como pessoa e como cidadão, e que os seus dirigentes o achem deveras merecedor de usar
essa insígnia.
C.D.F. – Curso de Directores de Formação, destinado aos dirigentes que irão dirigir cursos de
formação de dirigentes (insígnia de madeira de 4 contas)
CHEFE DE GRUPO – Chefe dos Exploradores ou dos Pioneiros (CNE); Chefe de Agrupamento
(AEP)
CHEFE DE EQUIPA – responsável por uma equipa de caminheiros
CHEFIA – relacionado com os chefes ou com a equipa de animação
CHEFIA DE CAMPO – conjunto dos chefes responsáveis pelo acampamento
CHEFINHO - nome dado carinhosamente aos chefes
C.I. - Curso de Introdução, destinado a todos os futuros dirigentes que nunca tenham sido
escuteiros, e que devem fazer antes do CIP
CICLO DE HOMÓGRAFO - o código homógrafo está dividido em ciclos, cada um correspondente
à posição fixa de uma das bandeirolas
C.I.P.- Curso de Iniciação Prática, que todos os dirigentes têm de fazer antes de serem
investidos, no CNE
CLÃ - secção dos caminheiros
COMPROMISSO DE HONRA - o mesmo que a Promessa
CORRIDA DE AZIMUTES - jogo tradicional com um percurso feito pelo seguimento de direcções
definidas por azimutes
C.N.E. - Corpo Nacional de Escutas
COLAR-DE-N'ÁLVARES – condecoração mais alta do CNE, atribuída a pessoas que tenham
prestado serviços extraordinários e de muito valor ao CNE; é usada automaticamente pelo Chefe
Nacional (fitas: branca com risca vermelha central ao alto)
COMPANHIA - agrupamento da AGP
COMPETÊNCIAS - insígnias diversas cujas provas obedecem a requisitos específicos de
determinadas áreas e especialidades
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6. CONSELHO DE GUIAS - reunião da Equipa de Animação com os Guias de Patrulha, e onde se
tomam decisões relativas ao Grupo; os Guias estam nesta reunião para representar as suas
patrulhas;
COPO-DE-CANTIL - copo de metal que normalmente acompanha os cantis militares e que pode
servir para beber, comer, cozinhar ou despejar água no número do elefantezinho
CORPO DE SCOUTS CATÓLICOS PORTUGUESES - nome inicial do CNE;
CROQUIS - esboço de uma área geográfica contendo as características mais importantes
CRUZ-DE-ABNEGAÇÃO - condecoração atribuída a escuteiros do CNE que tenham posto em
risco a própria vida ao tentar socorrer outras vidas (fitas: vermelha com risca amarela central ao
alto)
CURSO DE GUIAS - actividade só para guias onde lhes é dada instrução mais avançada
D DIRIGENTE - o mesmo que chefe
DIVISÃO - grupo de escuteiros da mesma faixa etária; na AEP existem 4: Alcateia, Tribo Júnior,
Tribo Sénior e Clã
D.M.F.- Depósito de Material e Fardamento, CNE
E ÉCLAIREUR - termo francês para "escuteiro"
EMPREENDIMENTO - actividade típica da IIIªSecção
E.p.R. - abreviatura do livro "Escutismo para Rapazes"
EQUIPA - grupo de 4 a 8 pioneiros ou caminheiros
EQUIPA DE ANIMAÇÃO - equipa de dirigentes e/ou caminheiros que orientam e/ou chefiam uma
secção, ou actividade
ESCALPO - fitas com as cores da patrulha; troféu obtido pela patrulha e que é pendurado no
totem da patrulha;
ESCOLA DE GUIAS - o mesmo que Curso de Guias
ESCOTEIRO - o mesmo que escuteiro, mas usado noutras associações, por exemplo AEP, AEM
e UEB.
ESCOTEIRO DA PÁTRIA - o mesmo que Cavaleiro da Pátria, na AEP
ESCUTA - o mesmo que escuteiro
ESPIA - corda utilizada para amarrações e nós
ESCUTEIRO DE PAU E CORDA - escuteiro desalinhado e pouco sabedor
ESCUTEIRO DE SALA - escuteiro aprumado e condecorado que só aparece em festas e
cerimónias.
ESPECIALIDADES - insígnias tipo competências atribuídas a caminheiros; antigamente, as
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7. insígnias de competência eram chamadas especialidades
EXPLORADOR - escuteiro com idade entre os 10 e os 14 anos (CNE); tradução literal para
português da palavra inglesa "scout" que significa escuteiro (ou batedor);
F FITINHAS - fitas usadas pelos guias e sub-guias no bolso esquerdo
FLEXÕES - exercício de meditação muito salutar destinado aos escuteiros que percam a cabeça
numa formatura
FLOR DE LIZ - emblema do escutismo; revista oficial do CNE
FOGO DE CONSELHO - cerimónia à volta de uma fogueira, à noite, onde se apresentam
canções, teatro, jogos e onde se fazem reflexões.
FORMATURA - maneira de os escuteiros estarem numa cerimónia qualquer, sob as ordens de
alguém. As formaturas mais comuns são em coluna e em ferradura.
FOSSA - buraco feito no solo para lixo ou para servir de latrina
G GAMBOZINO - animal de características especiais, nocturno, e que é muito difícil de caçar.
Normalmente caçam-se nos acampamentos.
GILCRAFT (SÉRIE) - série de livros editada pelo Campo Escola de Gilwell Park (Londres)
dedicados a dirigentes
GILWELL PARK - primeiro campo escola para formação de chefes
GIRL GUIDE - termo inglês para guia, do movimento das Guias;
GRANDE UIVO - saudação dos lobitos ao Chefe
GRITO DE PATRULHA – saudação feita pelos escuteiros de uma patrulha; também serve para
estes comunicarem entre si à noite no mato.
GRITO DE ANIMAÇÃO - grito dado pelos escuteiros em sinal de agradecimento, aplauso ou
reprovação.
GUIA – o líder do bando, alcateia, patrulha, grupo ou equipa; rapariga pertencente à AGP.
GUIDISMO - movimento originário do escutismo e que reúne apenas raparigas
H HIPOPÓTAMO - latrina do acampamento
HOMÓGRAFO - técnica de sinalagem por meio de um código (código homógráfico) usando
bandeirolas ou mãos nuas, baseado em posições diferentes dos braços
HORÁRIO DE CAMPO - programa com o horário das actividades de um acampamento, e que é
feito de propósito para toda a gente se atrasar
I IMPOSSÍVEL - aquilo que qualquer coisa nunca é para um escuteiro;
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8. INDABA - encontro de dirigentes
INSÍGNIA DE MADEIRA - cordão de couro com contas de madeira usada pelos dirigentes que
tenham concluído um curso para dirigentes tipo CAP ou CAF,
INSÍGNIA DE MÉRITO - insígnia que se atribui ao escuteiro que tire, pelo menos, uma
competência de cada área, e que só é retirada da farda quando tire a primeira especialidade no
Clã.
INSPECÇÃO - visita feita pela chefia de campo aos campos de patrulha para descobrir
esparguete, papel de rebuçado e bocadinhos de salsicha no chão.
INTENDENTE - elemento da patrulha encarregue da compra ou busca de comida ou material;
INTER - concurso inter-patrulhas, em que as patrulhas competem entre si em diversos assuntos
na disputa de um troféu
INVESTIDURA - compromisso para determinado cargo escutista, normalmente equivalente à
promessa mas para dirigentes e caminheiros
J JAMBOREE - acampamento internacional
JAMBOREE-NO-AR - actividade anual que põe escuteiros de todo o mundo a comunicarem uns
com os outros através de rádios de radioamadores, durante 48 horas.
JARRETEIRA - liga com a cor da secção que segura as meias.
JERRICAN - contentor de plástico para transportar água nos acampamentos.
JUNTA - sede da Junta Regional; onde se pode comprar uniformes, livros escutistas, insígnias,
etc.
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L LATAS - o mesmo que cantina ou marmita
LISTEL - sítio da insígnia associativa onde se escreve a divisa escutista
LOBITISMO - movimento originário do escutismo e que contempla apenas lobitos
LOBITO - escuteiro com 6-9 anos
M MARMITA - o mesmo que cantina ou latas
MASTRO - da bandeira; tubos que sustêm o tecto da tenda;
MEDALHA-DE-CAMPO - condecoração atribuída a escuteiros do CNE que se distingam em
grandes acontecimentos da vida em campo (fitas: verde claro, com risca amarela central ao alto)
MEDALHA-DE-HEROÍSMO - condecoração atribuída a escuteiros do CNE que tenham cometido
actos de coragem e heroísmo ao socorrerem pessoas ou bens (fitas: amarela e verde)
MOINHO - secção ou ramo da AGP, para maiores de 18 anos
MOOT - encontro mundial de caminheiros (equivalente ao jamboree)
MORSE - código de comunicações usando pontos e traços, e que pode ser usado por diversos
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9. meios (apitos, nuvens, luz, reflexos de luz, fogueiras, piscar de olhos, etc.)
MOSQUETÃO - peça de metal com o formato de uma argola oval, com abertura, usada em
montanhismo, e que se usa de cada lado do cinto de escuteiro;
MOVIMENTO - quando se fala do movimento escutista.
N NACIONAL - acampamento nacional com escuteiros de todo o país
NECKER - termo inglês para lenço
NHANHA - refeição típica feita por escuteiros em campo
NHECA - o mesmo que nhanha
NINHO - patrulha de avezinhas
NÓ-DA-AMIZADE - nó em esquadria que se dá com as duas pontas do lenço durante actividades
com muitos escuteiros
NÓ-DE-MÉRITO - condecoração atribuída a escuteiros do CNE que demonstrem fidelidade à Lei,
Princípios e Promessa, ser exemplo de atitudes em favor da comunidade, etc.(fitas: amarelo,
verde, azul e vermelho)
NOITE DE CAMPO - coisa que os escuteiros gostam de juntar, e que ganham por cada vez que
dormem num acampamento; se ficarem acordados também ganham.
NOVATO - o mesmo que aspirante, mais caracterizado pela sua falta de experiência
NOVIÇO - escuteiro que passou de secção mas que ainda não renovou a sua Promessa na nova
secção
NÚMERO - número de Fogo de Conselho, que pode ser uma canção, um jogo, uma história, uma
peça de teatro, etc.
O OLH´ Ó DÉCIMO! - recomendação feita a um escuteiro para lhe lembrar o 10º artigo da Lei do
Escuta
P PALAVRÃO - palavra, que pode ser pequenina, e que um escuteiro costuma dizer para pedir
para lavar a loiça ou fazer flexões
PASSAGEM - mudança de secção
PATA-TENRA - escuteiro novato, inexperiente, que em campo dá mostras de não se saber
desenrascar nem de trabalhar em equipa
PATCH - termo inglês para insígnia
PENACHO - espécie de molho de penas usada pelos chefes no chapéu BP
PESCADINHAS - o mesmo que fitinhas
PIONEIRISMO - arte de fazer nós e construções
PIONEIROS - escuteiros com 14-16 anos
PISTA - percurso marcado com sinais especiais (sinais de pista) ou com objectos, ou de qualquer
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10. outra maneira.
PÓRTICO - construção de campo por onde os escuteiros entram para o seu campo de patrulha.
PROGRAMA - plano para uma actividade e muito sujeita a alterações
PROMESSA - cerimónia em que o jovem passa a ser escuteiro
P.T. - abreviatura de pata-tenra
Q QUENÉ - escuteiro do CNE chamado por outro de outra associação
R RAID - actividade em que se andam grandes distâncias a pé, normalmente de mais de 24h
REGIONAL - acampamento com escuteiros da mesma região
ROVER - termo em inglês para caminheiro
S SAÍDA DE CAMPO - actividade fora da sede, com a duração máxima de um dia
SAL - condimento que o escuteiro costuma esquecer de deitar na comida, ou cuja quantidade
nunca acerta
SCARF - termo inglês para lenço
SCOUT - termo em inglês que significa escuteiro; batedor; explorador;
SCOUTING FOR BOYS - "escutismo para rapazes" em inglês;
SECÇÃO - o mesmo que divisão
SEMPRE ALERTA PARA SERVIR - lema dos dirigentes do CNE
SEMPRE PRONTO - divisa dos escuteiros da AEP; um "sempre pronto" é um escuteiro da AEP;
grita-se para chamar a atenção de um escuteiro da AEP; revista oficial da AEP
SEMPRE PRONTO PARA SERVIR - lema dos dirigentes da AEP ou AEM
SENTIDO - posição que se deve tomar em sinal de respeito. É feita com os calcanhares juntos,
braços ao longo do corpo, e queixo ligeiramente levantado.
SENTIDO DE HUMOR - aquilo que nunca falta a um escuteiro
SERVIR - lema dos caminheiros
SISAL - tipo de corda muito usada pelos escuteiros em construções
S.JORGE - cavaleiro-santo patrono dos escuteiros em todo o mundo
S.M.U. - Serviço de Material e Uniformes, AEP
T TONG QUAN - termo chinês para escuteiro
TOTEM - conjunto da vara, bandeirola e escalpos da patrulha, usada apenas pelo guia ou seu
substituto.
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11. TRALHA - lado da bandeira onde segura a adriça
TRÊS-FITAS - guia de grupo ou alcateia
TRIBO - secção dos Exploradores ou Pioneiros, na AEP
TRIBUNAL DE HONRA – reunião dos Guias com a Equipa de Animação para julgar o acto de
algum escuteiro que tenha atentado à Lei do Escuta; por norma, se o réu for um dos Guias,
nenhum Sub-Guia poderá participar nesse Tribunal de Honra;
TRILHO - caminho de terra batida no meio do mato; pode ser largo para passar um carro, ou
estreito para só caber uma pessoa
TRONCA - vara do caminheiro
U
UEB - União dos Escoteiros do Brasil
UNIDADE - o mesmo que divisão e secção; no CNE há a Alcateia, Grupo Explorador, Grupo
Pioneiro e Clã
V
VEDAÇÃO - divisão normalmente feita com sisal e que delimita o campo de cada patrulha nos
acampamentos
VOLUNTÁRIO - (para lavar a loiça ou fazer flexões) escuteiro que, depois de fazer uma asneira,
se oferece prontamente para uma dessas tarefas.
W
X
Y
Z
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12. FOGO DE CONSELHO
O que é um Fogo de Conselho
Mensagem da Fogueira
Organização de um Fogo de Conselho
Disposição dos elementos no Fogo de Conselho
A fogueira
Tipos de Fogueiras
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13. O que é um fogo de conselho?O que é um fogo de conselho?
"Transição entre o dia e a noite; a passagem da actividade ao repouso”
"Léon Chanterelle"
Reunião de amigos que viveram o mesmo dia, que se empenharam e participaram nas
mesmas actividades;
Actividade que procura encontrar o equilíbrio entre a excitação de um dia cheio de
empreendimentos e a necessidade que cada um tem de se recolher e fortalecer;
Preparação do recolhimento e entrada em contracto com Deus (por parte de cada um e
de todos) para acção de graças e pedir ajuda para o dia seguinte;
Ocasião em que se faz revisão do dia por meio de representações
MENSAGEM DA FOGUEIRA
Não há nada mais belo que uma luz de uma chama no meio da noite que nos aquece,
que nos ilumina e nos guia...
Ela envolve-nos de tal forma que quando está bem viva consegue fazer-nos mais vivos
também... Mas quando a chama perde a sua força, também um pouco da nossa força se
dissipa na imensidão da noite... O fogo que há em nós torna-se mais fraco....
Esta luz natural conhece-nos melhor que nós próprios pois está connosco desde o nosso
nascimento, nos nossas refeições, no atingir do nosso caminho, iluminando-nos na
escuridão... é ela que nos abraça quando temos frio... a luz, e o fogo em si, são um
símbolo da nossa vida!
Quem já teve o prazer de se contemplar observando o centro de uma chama e ter sido
como que consumido pela alegria e tristeza que ela emana, sabe o quanto é bom
abstrair-mo-nos em algo melhor, é ela que nos dá força de vontade depois de um dia
cansativo e que nos faz pensar nos erros que precisam de ser corrigidos...
Ao olharmos para o fogo em si, veremos nele como que um mundo de sonhos, onde
tudo é perfeito... ele transmite-nos essa perfeição... ao olhar-mos melhor, repararemos
na pessoa do outro lado da chama, essa pessoa não é nada mais nada menos, que um
nosso irmão, ele está a pensar exactamente o mesmo que nós...
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14. É esta a perfeição, a amizade e plenitude que nos enche e que transposta na chama, nos
guia e nos une, mostrando-nos que somos todos iguais e que juntos construiremos um
mundo melhor... O mundo criado pela chama, sendo algo de perfeito, mostra-nos que
coisas que no nosso mundo sejam más, lá conseguem ser melhores... a mão do homem é
que as torna imperfeitas...
Esta chama não precisa de ser vista para estar presente, pois está dentro de nós e este
mundo que ela contém é uma representação do mundo melhor que os homens podem
criar... basta quererem...
Aos nos reunirmos com amigos e irmãos mais novos ou mais velhos todos partilhamos
os sentimentos com esta força sobrenatural que é o fogo, e todos nos deixaremos levar
com ele... no início é a entrada em que começamos a senti-la e a vive-la... a meio é o
expoente máximo dos nossos sentimentos e da própria vida.... Por fim a paz se deixa
transparecer, e de todos os sentimentos até agora sentidos, um deles prevalece... o
cansaço. É este que por vezes não nos deixa captar a mensagem que a fogueira nos
procura transmitir...
Organização de um fogo de conselhoOrganização de um fogo de conselho
Escolha do local do "fogoEscolha do local do "fogo
-> Características
De preferência Plano;
Em forma de anfiteatro;
Amplo;
Afastado de entradas ou outras fontes de ruídos
Chão seco
->O local pode ser:
Livre (planalto, terraço de uma casa velha; etc.)
Rodeado (clareira, terraço de uma casa velha, etc.)
Tapado (tendo como fundo uma barreira de arvores, uma sebe, muro, etc.)
Preparação do Fogo de ConselhoPreparação do Fogo de Conselho
->Aquilo que se vai realizar
Tipo de fogo
Grupos participantes e tempo de actuação (O fogo de conselho tem uma duração
limitada, normalmente de 1h a 1h30)
Levantamentos dos números (É feito pelo animador do Fogo que na altura se informa
do tipo de números que vai ser apresentado para estes serem organizados segundo o nº
de entrada)
-> Preparação do programa
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15. Os números poderão ser organizados da seguinte forma:
Números dramáticos
Números cómicos
Canções rápidas
Canções Lentas
Cânones
Diversos
Ritmo do fogoRitmo do fogo
4-Climax do fogo de
conselho. Tempo de
duração: 5 a 10 minutos
3-Parte muito rápida com a
fogueira bem alimentada
Tempo de duração: 15 a 25
minutos
5-Parte rápida moderada,
alimenta-se pouco a fogueira
Tempo de duração:15 a 25
minutos
2-Parte rápida e muito alegre.
Tempo de duração:10 a 20
minutos
6-Parte lenta e suave. Tempo
de duração:15 a 25 minutos
1-Acender do Fogo.
Tempo de duração:7 a 15
minutos
7-Parte muito lenta.
Fogueira em brasido. Tempo
de duração:7 a 15 minutos
Começo Final
Diagrama do Desenvolvimento do fogo de Conselho
A FOGUEIRA
ABASTECIMENTO DA FOGUEIRA
O "arsenal' de lenha é preparado previamente antes do 'Fogo' começar;
O 'arsenal' tem local próprio no espaço do 'Fogo';
O "arsenal' deve estar em local que não estorve o 'Fogo';
O abastecimento é feito pelos ajudantes do Animador;
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16. O abastecimento deverá ser feito no intervalo dos números para não perturbar as
apresentações;
Os Tronco deverão ser colocados em forma de pirâmide;
CUIDADOS E PREVENÇÕES
O local tem de estar bem limpo e num raio de 3 a 4m em redor;
O local escolhido deve ser uma clareira, bastante larga, de tal forma que as labaredas e
fagulhas subam;
Rapidamente e se extingam. No ar sem chegar às árvores ou vegetação;
Não usar papeis e palha como mechas, porque se elevam no ar com facilidade e
demoram tempo a apagar-se;
Colocar junto do abastecimento da lenha, vários “batedores” dois baldes com areia, uma
pá, uma enchada que servirão para apagar a fogueira no fim do “fogo”.
TIPOS DE FOGUEIRASTIPOS DE FOGUEIRAS
PIRAMIDE
Utilização. Grandes Fogos de Conselho
Características. Não necessita de grande manutenção fornece bastante luz e calor
Descrição: A base é um quadrado de 1 a 1,2m de lado, com troncos muito grossos, indo
o diâmetro diminuindo em altura até 1 a 1,2m do solo. O bloco central é constituído por,
acendalha e lenha fina.
Vista de lado
Vista de cima
POLINESIA
Utilização: Fogo de conselho comunitários, em que os escutas se reúnem para
conversar, cantar.
Características: Longa duração e manutenção simples, Dá pouca luz.
Descrição: Abre-se um buraco quadrado de 40cm de largura e outros tantos de
profundidade. Coloca-se no fundo uma Pedras para suporte dos troncos que são
dispostos a toda a volta sobressaindo um pouco do buraco.
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17. ESTRELA
Utilização: Fogos de Conselho de patrulha ou equipe.
Características: Fogueira de grande duração, Dá pouco calor e luz.
Descrição- Traçam-se no chão 4 a 6 canais nos quais se colocam outros tantos troncos,
esboroados rias pontas. No centro faz-se uma pequena fogueira em cone, que incendiará
os troncos dispostos em estrela.
CANADIANA
Utilização: Fogos de Conselho de patrulha ou equipe
Características: Fogueira reflectora para aquecimento
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19. O CHIFRE DE KUDU
O kudu (Tregelaphus strepsiceros) é uma espécie de antílope cujo
habitat vai desde a África do Sul à Etiópia. Um touro Kudu pode
chegar a uma altura de 1,5 metros e tem uma coloração que vai
de um cinzento avermelhado até quase azul. As suas
características de visão aguçada, bom sentido de audição, olfacto
apurado e grande velocidade fazem dele um animal difícil de
capturar.
Seguindo uma tradição que remonta há 90 anos, as patrulhas são chamadas a
reunir com o toque tradicional do chifre de kudu, durante os cursos da Insígnia
de Madeira.
Pode parecer estranho que o chifre de um antílope africano, do tipo usado
pelos Matabeles como clarim de guerra no século XIX, seja usado para chamar
Escuteiros e Chefes por esse mundo fora. Mas foi precisamente com um toque
deste chifre que os primeiros Escuteiros foram acordados.
Quando reuniu os primeiros escuteiros em Brownsea, Baden-
Powell lembrou-se do chifre de kudu que tinha trazido das
guerras contra os Matabeles, e usou-o para dar um toque de
aventura e divertimento ao acampamento.
De facto, foi durante o acampamento experimental de
Brownsea, em Poole Harbour, no verão de 1907, que Baden-
Powell colocou ao serviço do Escutismo, e pela primeira vez, o
chifre de kudu.
William Hillcourt, um dos grandes pioneiros do Escutismo,
o mesmo que escreveu o resumo da história de BP no
final do «Escutismo para Rapazes», descreve assim a
primeira alvorada em Brownsea:
"O dia começou ás 6h da manhã, quando BP acordou o
acampamento com o som esquisito do longo chifre de
kudu em espiral – o clarim de guerra que tinha trazido da
sua expedição à floresta de Somabula durante a
Campanha Matabele de 1896"
John Thurman, grande nome do Escutismo britânico, conta como BP conheceu
o chifre de kudu:
"Como coronel em África, em 1896, Baden-Powell comandou uma coluna
militar na Campanha Matabele. Foi num raid pelo rio Shangani abaixo que ele
primeiro ouviu o som do chifre de kudu. Ele andava confundido pela rapidez
com que os alarmes eram espalhados entre os Matabeles, até que um dia se
apercebeu que eles usavam o chifre de kudu, o qual tinha uma grande
potência sonora. Era usado um código. Assim que o inimigo era avistado, o
alarme era tocado no kudu, para todos os lados, e assim transmitido por muitas
milhas em pouco tempo."
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20. Depois da ilha de Brownsea, o chifre de kudu voltou para a casa de BP onde
permaneceu silenciosamente durante 12 anos, enquanto o movimento que ele
anunciara se tornava moda e se espalhava pelo mundo fora.
Então, em 1919, Baden-Powell entregou o chifre ao Parque de
Gilwell para ser usado nos primeiros cursos para treino de
Chefes.
William Hillcourt comenta assim o início do uso do chifre de kudu
no Parque de Gilwell, na floresta de Epping, Inglaterra, a 8 de
Setembro de 1919:
"O primeiro acampamento para treino de chefes feito em Gilwell começou a 8
de Setembro. Seguiu o padrão que BP tinha usado com os rapazes em
Brownsea, 12 anos atrás. O sistema de patrulhas foi novamente posto à prova
com 19 participantes divididos em patrulhas e vivendo uma vida em patrulha. A
instrução tomou a mesma forma que em Brownsea. Cada dia um assunto novo
era introduzido e aplicado em demonstrações, prática e jogos. O chifre de kudu
dos Matabeles que tinha sido usado para chamar os rapazes em Brownsea foi
usado para todos os sinais."
Dez anos mais tarde, aos 72 anos de idade, Baden-Powell
levou consigo o chifre de kudu para a abertura do 3º Jamboree
Mundial, em Arrowe Park, Birkenhead, Inglaterra, a 28 de Julho
de 1929. Foi constatado, pela experiência de Arrowe Park, que
fazer soar o chifre de kudu é um desafio. Os resultados, no
entanto, foram tão impressionantes quanto se poderia desejar,
segundo as palavras de William Hillcourt:
"O dia da abertura do 3º Jamboree Mundial começou com uma forte chuvada
que aumentou com o passar do dia; mas, à hora prevista... o tempo tornou-se
«ameno». BP tinha trazido consigo para Arrowe Park o velho chifre de kudu
dos dias da guerra com os Matabeles que tinha sido usado para acordar os
acampados em Brownsea no primeiro acampamento de escuteiros do mundo e
para abrir o primeiro curso para chefes no Parque de Gilwell. Levou-o aos
lábios para dar um toque que haveria de ecoar pela extensa parada em frente
dele, mas, com o excitamento, os lábios recusaram-se a fazer o que deviam. O
som do chifre não passou de um fraco «pff». No entanto, como que chamados
para a accão pelo chifre, a marcha começou, com os contingentes a desfilarem
atrás de contingentes em frente da plateia, com as bandeiras de quase todos
as nações civilizadas desfraldadas ao vento, com milhares de pessoas a
aplaudirem cada nação entusiasticamente."
Ainda hoje o chifre é usado para reunir chefes em cursos de
formação em todo o mundo. Para todos os que seguem as
pegadas do fundador, é um viver do Escutismo no seu melhor.
20
22. A VIDA DE BADEN-POWELLA VIDA DE BADEN-POWELL
CAPITULO 1: A JUVENTUDE DE B.P.
CAPITULO 2: A VIDA MILITAR
CAPITULO 3: A OUTRA VIDA DE B.P.: O
ESCUTISMO
CAPITULO 4: B.P. NA INTIMIDADE
22
23. A VIDA DE BADEN-POWELL
CAPITULO 1:
A JUVENTUDE DE B.P.
Robert Stephenson Baden-Powell nasceu em Londres em
22 de Fevereiro de 1857. Foi o quinto dos sete filhos do
Rev. Professor Baden-Powell, que morreu em 1860.
O filho mais velho, Warington, que tinha então treze anos,
entrou um ano mais tarde para o navio-escola Conway. Foi
com ele que o nosso B.P. aprendeu a manobrar um barco,
a acampar, a cozinhar e a obedecer às ordens com
rapidez e elegância.
Em 1869 B.P. entrou para a Escola da Cartuxa, de onde se transferiu dois anos
mais tarde para Godalming. A Cartuxa tinha uma pequena mata que estava
vedada aos alunos. B.P. costumava ir para ai observar os animais, apanhar por
vezes um coelho que cozinhava numa fogueira sem fumo (o fumo tê-lo-ia
denunciado aos seus mestres),... Desenvolveu, também ai, as suas habilidades
nas construções de abrigos e aprendeu a usar um pequeno machado.
Era muito popular na Escola, embora não fosse
um estudante que se pusesse em evidência ou
um grande atleta. Mesmo assim, tomava parte
em inúmeras actividades com toda a energia que
tinha – e era considerável. Tinha habilidade para
desenhar, para cantar canções cómicas e para
representar, e em toda a sua longa vida usou em
cheio todos estes talentos.
23
24. A VIDA DE BADEN-POWELL
CAPITULO 2:
A VIDA MILITAR
Em 1876 fez exame de aptidão à Escola do Exército e fê-lo tão
bem que imediatamente recebeu a patente de Alferes do
Regimento de Hussardos Nº 13, então colocado na Índia. Muito
cedo se distinguiu, não só pelo zelo no cumprimento dos seus
deveres mas também nas habilidades físicas e na
camaradagem, de tal modo que em 1883, com a idade de 26
anos, era Capitão e ajudante do Regimento. Era perito em
exploração e espionagem, tanto assim que foi uma autoridade
reconhecida nestes assuntos. Como desportista notabilizou-se
na montaria ao javali – desporto arriscadíssimo mas muito
apreciado pela equitação e perspicácia que exige no
seguimento das pistas. Muitas vezes vagueava pelas regiões
mais silvestres observando os animais e aprendendo-lhes os
costumes.
B.P. capitão do 13º de
Husardos
O Regimento de Hussardos Nº 13 deixou a Índia em 1884. No regresso a
viagem foi interrompida no Natal (território da África do Sul) porque se receava
um conflito com os Boeres. Foi durante esta primeira visita àquela região que
entrou em contacto com os zulus. Começou então a colher informações
secretas disfarçado de jornalista.
Na África do Sul, como
secretário militar, cerca de 1888
Em 1887 foi de novo para África como ajudante de campo
do seu tio que era governador da província do Cabo. B.P.
satisfez o seu primeiro desejo de serviço activo numa
campanha contra os zulus. Foi então que ouviu o coro
"Ingoniama", cantado por uma coluna de zulus em marcha.
Os nativos deram-lhe o nome de "M´hala panzi", que
significa o "homem que se deita para disparar", sinónimo
que tinha cuidado ao apontar ou pensava antes de agir.
Em seguida fez serviço em Malta e simultaneamente foi
nomeado Oficial de Informação para o Mediterrâneo. Isso
deu-lhe mais aventuras como espião e ensinou-lhe ainda
mais de exploração.
Em 1893 foi escolhido para uma missão especial em Ashanti. O Rei nativo
estava a perturbar a ordem e foi enviada uma expedição para a manter. Isto
obrigou a uma marcha de cerca de 150 milhas através de densos bosques e
florestas e a atravessar numerosos rios. Nesta expedição o trabalho de B.P.
era a exploração e o pioneirismo; assim aprendeu a maneira prática e útil de
construir pontes. Foi quando estava no Oeste Africano que ouviu o ditado:
"Devagar devagarinho se apanha o macaquinho". Veio a ser o seu preferido.
Usou-o muitas vezes quando os outros se precipitavam a fazer as coisas em
vez de as fazerem tranquilamente e depois de as terem pensado bem.
24
25. Pôs o chapéu de "cow-boy" pela primeira vez em Ashanti, e os nativos
chamaram-lhe, por isso, "Kantankye", ou "chapéu grande". Terminada a
expedição foi promovido a Tenente-Coronel e pouco depois punha-se a
caminho do que ele dizia ser "a melhor aventura da minha vida"... A guerra dos
Matabeles.
A terra dos Matabeles é agora conhecida
agora por Zimbabwe (antiga Rodésia), então
pouco explorada por ai haver poucos colonos
brancos. Os nativos tinham-se sublevado,
massacrado alguns colonos brancos e fugido
para as montanhas. Ali havia lugares difíceis
de atingir, pois as suas grandes rochas
ofereciam muito e bons abrigos. B.P. foi
encarregado da sua exploração. A sua tarefa
não era nada fácil pois tinha de descobrir o
paradeiro do inimigo e, o que ainda era mais
difícil, atingir as suas fortalezas.
Patrulhando as colinas Mapoto, durante a Guerra
dos Matabeles, cerca de 1896
Perdeu muitas noites nas suas expedições mas era tão bem sucedido que
quase sempre guiava os soldados para o lugar ideal para o ataque. Desenhou
mapas absolutamente correctos, de grande valor.
Foi durante esta campanha que ficou conhecido como um grande explorador.
Os Matabeles chamaram-lhe "Impiza", que dizer "O lobo que não dorme".
Sabia que gritavam com ódio o seu nome e o ameaçavam com toda a espécie
de torturas se lhes viesse a cair nas mãos.
Muitas das suas experiências de observação e dedução, bem como muitos dos
episódios que viveu foram para ele mais tarde aproveitados na educação dos
jovens escutas.
Pelos serviços prestados na campanha contra os Matabeles, B.P. foi
promovido a Coronel. A missão que em seguida lhe foi confiada foi o comando
do Regimento de Dragões Nº 5, então em serviço na Índia. Foi com pena que
deixou o seu velho regimento, mas lançou-se no seu novo trabalho com todo o
seu habitual entusiasmo e eficiência. Procurou que os seus soldados
encontrassem felicidade mesmo nas dificuldades e procurou conquistar-lhes
rapidamente a confiança.
A sua realização mais importante foi nos métodos de treino. Porque o achava
importante, procurou que a exploração se tornasse popular. Os homens eram
divididos em pequenas unidades de meia dúzia – a que depois no Escutismo
chamaríamos de patrulhas – sob o comando de um deles – o Guia de Patrulha.
Aqueles que melhor desempenhassem os seus deveres tinham direito a usar
no uniforme uma insígnia especial – a flor-de-lis, que na bússola indica o rumo
norte.
Em 1889 B.P. regressou a casa, mas logo se lançou noutro empreendimento.
Trouxera consigo da Índia um manuscrito de um pequeno livro chamado "Aids
25
26. to Scouting" ("Auxiliar do Explorador"), que continha as palestras que fizera aos
soldados, com muitos exemplos de observação e dedução.
Noticia de 18 de Maio de 1900, acerca da libertação
de Mafeking
Ainda antes que o livro fosse publicado, já ele
estava de novo a caminho da África do Sul,
onde se previa uma guerra com os Boeres. A
sua missão era organizar uma frente militar,
pronta para qualquer emergência. Quando a
guerra estalou estava ele em Mafeking com
parte das suas forças. Quase ao mesmo
tempo o exército Boer de 9.000 homens pôs
cerco à pequena cidade. Longa foi a história
do famoso cerco.
Contudo é justo salientar que foi nele que o nome de B.P. saltou as fronteiras
de todos os países tornando-se conhecido em todo o mundo pois defendera a
cidade durante 217 dias das poderosas forças inimigas e foi graças à sua
alegria e à sua desenvoltura (ao seu "desenrascamento") que a cidade não foi
tomada.
Para os Escuteiros, Mafeking tem uma grande importância. Durante o cerco, os
rapazes de Mafeking foram organizados num corpo de mensageiros o qual
tinha a função de passar mensagens de soldado em soldado. B.P.
impressionou-se pela maneira como eles levaram a cabo as suas missões. Viu
que se lhes fossem confiadas quaisquer responsabilidades, eles se sairiam
bem em qualquer ocasião.
Como reconhecimento do seu empreendimento em Mafeking, B.P. foi
promovido a Major-General, o mais novo do Exército.
Foi-lhe então confiada a importante tarefa de organizar a Policia Montada da
África do Sul (P.M.A.S.). Era um corpo de homens valentes fundado para
ajudar a reconstrução da África do Sul depois da guerra. Prestaram excelentes
serviços graças ao treino que B.P. lhes deu em disciplina e responsabilidade.
Bem organizada, a P.M.A.S., B.P. voltou à Inglaterra para outra importante
tarefa- tinha sido nomeado Inspector-Geral-da-Cavalaria. De novo encetou
mais esta missão com a dedicação e perspicácia habitual e muito trabalhou
para elevar o nível da Arma de Cavalaria do seu país.
26
27. A VIDA DE BADEN-POWELL
CAPITULO 3:
A OUTRA VIDA DE B.P.: O ESCUTISMO
Outro facto, entretanto, lhe tinha chamado a atenção: vira que o seu pequeno
livro "Aids to Scouts" tinha sido adoptado como compêndio na educação da
juventude. O fundador da Brigada dos Rapazes "Sir" William Smith pediu-lhe
que adaptasse os métodos de exploração à formação dos jovens. B.P. estudou
um plano e, em 1907, fez um Acampamento experimental na ilha de Brownsea
(o primeiro acampamento escutista de todos os tempos - o Acampamento de
Brownsea), com duas dezenas de rapazes de todas as classes. Este
acampamento foi tão bem sucedido que resolveu escrever tudo o que tinha
ensinado à volta do Fogo de Conselho. Assim nasceu o "Escutismo para
Rapazes", autêntica "bíblia" do Escutismo. Foi primeiro publicado em fascículos
quinzenais nos primeiros meses de 1908. Os rapazes buscavam-no em toda a
parte e rapidamente formaram patrulhas com os seus amigos.
O número cresceu tão depressa – pelos fins de 1908 havia já cerca de 60.000
escuteiros – que B.P. teve que se esforçar muito para conseguir uniformes,
insígnias, cartões de alistamento, etc...
Assim, a coroar o árduo esforço em levantar a voz do Escutismo bem alta, em
1920 realiza-se em Londres o primeiro Jamboree Mundial que contou com a
presença de cerca de 111.000 escuteiros de 36 nações diversas. Na última
noite todos aclamaram B.P. como "Chefe Escuteiro Mundial".
A VIDA DE BADEN-POWELL
CAPITULO 4:
B.P. NA INTIMIDADE
B.P. era uma figura magra, franzina, mas certamente se o visses te admirarias
pelos olhos bastante expressivos.
Era um homem simples no seu modo de viver. Dormia numa varanda quase
todo o ano, levantava-se muito cedo e praticava logo exercícios de ginástica.
Poucos homens terão trabalhado como ele. Mantinha uma assídua
correspondência mas nunca se esquecia dos seus velhos amigos quando
procurava adquirir outros – e foram muitos. A pesca era o seu desporto
favorito. Ocupou-lhe muito tempo e deu-lhe oportunidade de admirar a
Natureza, sobretudo a vida dos animais selvagens. Pintava quadros com
aspectos da vida desses animais.
Os últimos anos da sua vida passou-os no Quénia, onde veio a falecer no dia 8
de Janeiro de 1941, após uma vida de inteira dedicação.
27
28. CORPO NACIONAL DE ESCUTAS (C.N.E.) – ESCUTISMO EM
PORTUGAL
Foi em 1911, em Macau, que se deram os primeiros passos do escutismo em
Portugal. Foram muitas as associações que apareceram. Mas apenas duas
conseguiram singrar: "União dos Adueiros de Portugal" (extinta em 1930) e
"Associação dos Escoteiros de Portugal", que ainda existe e com boa
vitalidade. A título de curiosidade – a primeira reunião do primeiro grupo da
A.E.P. foi no dia 9 de Abril de 1912.
Existem hoje cerca de 60.000 a 70.000 escuteiros do C.N.E. em Portugal.
PARA QUE SE FUNDOU O C.N.E.? PARA QUÊ MAIS UMA ORGANIZAÇÃO
ESCUTISTA EM PORTUGAL?
A Igreja, logo desde o aparecimento do Escutismo, viu nele um óptimo meio
para a educação dos jovens católicos. E não demorou em lançar-lhe mão. Em
Portugal as associações escutistas eram aconfessionais, isto é não
professavam nenhuma religião.
Trabalhava-se já para um Escutismo católico português. Mas a ocasião ainda
não tinha surgido. Até que...
Em 1922 realizou-se em Roma o Congresso Eucarístico Internacional. Um dos
eventos de mais empolgante interesse foi o desfile, impecável e imponente de
gravidade, compostura, vigor e alegria juvenil, de 20.000 escuteiros.
A assistir estavam S. Ex.ª o Arcebispo Primaz de Braga, D.Manuel Vieira de
Matos, acompanhado do seu Secretário, Monsenhor Avelino Gonçalves.
Os escuteiros católicos Italianos prestaram brilhantes serviços no congresso e
deram ao ambiente festivo de Roma um ar de graça e de mocidade
O Senhor Arcebispo ficou tão bem impressionado que imediatamente
perguntou ao seu secretário: "Não podemos tê-los também lá?"
Aquele “lá” vibrou desde essa hora e assim, a 27 de Maio de
1923, aparece em Braga a primeira realização escutista
católica, que logo se desenvolveu, indo assim ao encontro da
ansiedade que toda a juventude portuguesa tinha de uma
obra de assistência e formação integral. Nasce finalmente o
na altura denominado "Corpo de Scouts Católicos
Portugueses", que mais tarde vê o seu nome alterado para
Corpo Nacional de Escutas.
28
29. Em Novembro seguinte o Governo ratifica a aprovação e aprova os estatutos.
O novo movimento é então oficialmente fundado.
E o C.N.E. cresceu com rapidez e segurança. Em Fevereiro de 1925 aparece o
primeiro número da "Flor-de-Lis". Em 1926 faz-se o primeiro Acampamento
Nacional em Aljubarrota, e dois anos mais tarde o segundo, em Cacia, Aveiro.
Em 1929 faz-se representar no III Jamboree Mundial com 26 elementos e é
reconhecido pelo Bureau Internacional. Desde então nunca mais o C.N.E.
deixou de estar presente nestes grandes encontros internacionais e sempre os
nossos Escutas primaram pela correcção, pela alegria e pela boa técnica
escutista.
Baden-Powell visitou Portugal Continental por duas vezes, a primeira em 1929
e a segunda em 1934. Esteve também na Madeira em 1930 e depois em
Moçambique.
ORGANIZAÇÃO LOCAL DO C.N.E.:
O C.N.E. está dividido por 20 regiões, incluindo Açores e Madeira. As Regiões
estão divididas por Agrupamentos aos quais se atribui um número. As Regiões
de maior implantação, como é o caso de Braga, Lisboa e Porto, poderão ainda
estar divididas por Núcleos. Cada região tem uma área geográfica coincidentes
com a respectiva Diocese, sendo os Agrupamentos agregados ás Paróquias da
Diocese. Dentro do C.N.E., há também escuteiros marítimos, aéreos e
terrestres.
Cada agrupamento está dividido por Secções:
I Secção – Lobitos:
Denomina-se Alcateia a unidade formada por Bandos de Lobitos e pela
sua equipe de animação. Esta secção vai dos 6 aos 11 anos. Estes têm
lenço amarelo, cor da alegria. São os lobitos que formam a Alcateia, a
qual está dividida em bandos de cerca de 6 lobitos cada, aos quais se
dá o nome de cores de lobos. Cada Bando tem um Guia e um Sub-
Guia, os quais ajudam a animar o Bando, a progredir, a participar e a
representá-lo no Conselho de Guias.
A mística da I secção inspira-se no espírito de S.Francisco de Assis,
considerando-se simplesmente uma criatura entre as imensas de Deus. O
espírito da Alcateia inspira-se, em grande parte, na vida da selva e na história
de Máugli em “O Livro da Selva”. Ao conhecer a história de Máugli, “o menino
Lobo”, o Lobito começa a sentir-se também um Máugli, ora corajoso ora frágil,
sábio ou ignorante, mas feliz porque está acompanhado dos seus amigos: Pai
Lobos e Lobitos, Baguera, esperta e ágil, boa caçadora que o ensina a trepar,
Balú que lhe ensina as Leis da Selva, as vozes dos animais e que o ajuda
quando está em apuros. Há também os inimigos: Xer Cane, que o caçará logo
que possa, Tabaqui, lisonjeiro e cobarde, os Bandarlougues, bichos sem lei e
29
30. sem ordens...todas estas personagens fazem parte da história do “Livro da
Selva”. “Baquera” e “Balú” são também alguns dos nomes dados a chefes
adjuntos das Alcateias. Dentro da Alcateia, a/o Aquelá conta aos seus lobitos a
história de Máugli, relacionando os animais da Selva, através de jogos, danças
e representações... As crianças aprendem a viver, brincando, fazendo
jogos...Também elas fazem acampamentos, sendo os esforços das actividades
menor que as outras divisões.
Também na Alcateia há várias tradições: o “Grande Uivo”, os Círculos de
Conselho e de Parada.
II Secção – Exploradores:
Denomina-se Grupo, a unidade formada por Patrulhas de Exploradores
e pela equipa de animação. Esta secção vai dos 10 aos 14 anos. Estes
têm lenço verde.
O grupo Explorador está dividido por patrulhas, com cerca de 8
elementos cada uma. Cada patrulha é designada pelo nome de um
animal: o Totem de Patrulha. O Totem simboliza o animal que a
patrulha escolheu para a sua vivência: as virtudes próprias do animal
totem. As patrulhas têm tradições próprias traduzidas, entre outros, por
totens e gritos próprios. A bandeirola da patrulha é colocada na vara
(bastão do escuteiro) do guia. Dentro da patrulha há várias funções:
guia, sub-guia, tesoureiro, guarda-material, secretário, cozinheiro,
socorrista, animador e relações públicas.
A mística da II secção inspira-se na figura de S.Jorge, o padroeiro da secção.
Era um grande militar, que defendeu a filha do Rei de ser comida pelo dragão
(lenda de S.Jorge). O explorador aprende a conhecer e a amar a natureza, a
ser auto-disciplinado e auto-suficiente, a adaptar-se ao meio ambiente em que
vive e a respeitá-lo, assim como a todas as outras pessoas.
A vida de um explorador é exclusivamente dedicada à natureza: fazem
acampamentos, jogos...
III Secção – Pioneiros
Denomina-se Grupo, a Unidade formada por Equipas de Pioneiros e pela
sua equipa de animação. Esta secção vai dos 14 aos 17 anos. Estes têm
lenço azul, a cor da descoberta. O grupo está dividido por equipas às
quais se dão o nome de animais ou figuras célebres. Dentro das equipas
há cargos iguais aos dos exploradores. Vivem na base do Pioneirismo.
IV Secção – Caminheiros
Dá-se o nome de Clã à Unidade formada por equipas de Caminheiros e
pela sua equipa de animação. Esta secção vai dos 17 aos 22 anos.
Estes têm lenço vermelho. Estão divididos por equipas, que têm o nome
de figuras célebres. Transportam a vara bifurcada (a chamada tronca).
30
31. Os jovens do Clã vão em busca da maturidade plena. O Clã serve como
espaço de partilha, reflexão, informação, comparação, avaliação,
entreajuda, resumindo a súmola da vida comunitária. Quando estão na
casa dos 22 anos os caminheiros fazem o CIP (curso para chefes),
estando então aptos para se tornarem dirigentes.
O C.N.E tem como objectivos formar o Homem-Novo. Aquele que,
inconformado e humildemente, procura a perfeição como resposta aos desafios
da Igreja, da Sociedade e da Família, rumo à felicidade.
31
32. ALGUMAS DATAS HISTÓRICAS DO C.N.E.:
1923- (27 de Maio) – fundação do CNE, em Braga, por D.Manuel Vª de Matos;
1925- (Fevereiro) – aparece o 1º número da revista “Flor-de-Lis” (órgão oficial
do C.N.E. ainda hoje existente);
1926- (Agosto) – 1º Acampamento Nacional em Aljubarrota (o chamado
Acanac);
1927- 1º congresso de assistentes em Braga;
1929- B.P visita Portugal pela 1ª vez; o CNE é reconhecido pelo Bureau
Mundial;
1932- Morre o fundador do CNE, D.Manuel Vieira de Matos;
1934- B.P visita pela 2ª vez Portugal;
1942- São reformados os estatutos do CNE;
1945- A “Flor-de-lis” começa a ser editada como revista;
1953- Primeiras insígnias de Madeira portuguesas, tiradas em Gilwell Park;
1954- Publica-se em Portugal o “Escutismo para rapazes”, com tradução
portuguesa;
1963- Inauguração do campo escola de Fraião, Braga;
1964- 1º Curso de Insígnia de Madeira no Campo Escola do Fraião, Braga;
1966- 1º Encontro Nacional do C.N.E., em Fátima;
1975- Primeiras eleições para os Orgãos Nacionais do C.N.E.;
1976- Abertura do C.N.E. à co-educação;
1977- Morre D. José de Lencastre, Chefe Nacional Honorário;
1983- O C.N.E é declarado de Instituição de Utilidade Pública (D.R II Série,
nº177-3/8/83);
1989- Inauguração, em Lisboa, da actual Sede Nacional;
1990- Seguro escuta obrigatório para todos os filiados;
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33. 1995- Centenário do nascimento de Mons. Avelino Gonçalves e publicação da
Exortação Pastoral “O escutismo, Escola de Educação”, pela Conferência
Episcopal Portuguesa;
1996- Congresso “Valores e Missões”;
1997- Carta do Escutismo Católico Português;
1998- Jubileu das Bodas de Diamante do C.N.E.
O ESCUTISMO DE LINGUA PORTUGUESA
O C.N.E. tem vindo a apoiar, na última década, o ressurgimento do Escutismo
nos países africanos de língua oficial portuguesa. Um esforço humano e
financeiro de que se começam a ver os resultados:
Designação do movimento Nº aproximado de elementos*
AEP - Associação de Escuteiros de Angola 5000
UES – União dos Escoteiros do Brasil 56916
AECV – Associação de Escuteiros de Cabo Verde 2000
CNE – Escutismo Católico da Guiné-bissau 184
LEMO – Liga dos Escuteiros de Moçambique 9212
CNE – Corpo Nacional de Escutas 60363
ESTP – Escuteiros de São Tomé e Príncipe 421
AEP – Associação de Escoteiros de Portugal 15000
TOTAL 149096
*- Os dados apresentados referem-se a 1995/96
33
34. A saudação e o cumprimento
escutista
Baden-Powell quis que os escuteiros tivessem uma saudação e um cumprimento próprios. Foi
buscá-los aos costumes que tinha observado entre os povos habitantes das regiões por onde
passou.
• História
• Significado
• A saudação dos Lobitos
• Ocasiões para se fazer a saudação
• Ocasiões para se fazer a saudação
• Tipos de saudação
História
Em 1893, B.-P. foi enviado numa expedição à colónia britância da
Costa do Ouro (África Ocidental), para pacificar os Ashantis, fazer
cumprir o tratado de 1874 e pôr termo ao contrabando de escravos.
Quando da queda do Kamussi, um dos Chefes veio ao encontro de
B.-P. e estendeu-lhe a mão esquerda. B.-P. estendeu-lhe a mão
direita, mas o Chefe disse-lhe: "Não, no meu país, ao mais bravo
entre os bravos cumprimenta-se com a mão esquerda".
B.-P. reparou que, enquanto o chefe lhe estendia a mão esquerda, levantava a direita aberta,
por cima da cabeça, o que significava que era um amigo leal, pois a mão utilizada normalmente
para segurar a arma estava vazia.
A mão esquerda também era a mão que segurava no escudo e quando um guerreiro
cumprimentava com a mão esquerda tinha que afastar o escudo, ficando,
portanto, desprotegido. Este também era um sinal de confiança e de lealdade
para com a pessoa que se estava a cumprimentar.
O aperto de mão com a mão esquerda demonstra algo ainda mais nobre, o
desejo dos homens acreditarem uns nos outros!
Os escuteiros cumprimentam-se apertando a mão esquerda, entrelaçando os
dedos mindinhos.
O sinal escutista faz-se levantando a mão direita, de palma para a frente, com
o polegar apoiado na unha do dedo mindinho e os outros dedos apontados
para cima.
34
35. Significado
Os três dedos lembram ao escuteiro os três artigos da promessa. O dedo
polegar sobre o dedo mindinho é interpretado como a afirmação de que os
escuteiros estão conscientes de que o mais forte protege o mais fraco.
O cumprimento é feito com a mão esquerda para deixar a mão direita livre para
fazer a saudação e porque é a mão do lado do coração, que é o símbolo da
amizade. O dedos mindinhos entrelaçados permitem um aperto de mão mais
forte, sinal de maior união, e simbolizam um abraço trocado entre escuteiros,
como sinal de profunda amizade.
A saudação dos Lobitos
Os Lobitos têm uma forma especial de se saudarem. A saudação dos Lobitos é
como está na gravura:
A saudação dos Lobitos pretende representar as orelhas de um lobo quando está
com atenção, e os dois artigos da Lei do Lobito. A posição do polegar sobre o
anelar e o mindinho tem o mesmo significado que na saudação do resto dos
escuteiros.
Ocasiões para se fazer a saudação
Os escuteiros devem sempre fazer a saudação em sinal de respeito, quando se hasteia a
Bandeira Nacional, a entidades oficiais, sempre que se entoe o Hino Nacional ou do CNE.
Os escuteiros devem-se saudar uns aos outros com o cumprimento escutista. Sendo o primeiro
escuteiro a ver o outro, o que saúda, independentemente da categoria, cargo ou posição.
Tipos de saudação
Se um escuteiro estiver fardado e com boina ou chapéu, a saudação é feita elevando a mão
direita de modo a que a extremidade do dedo indicador toque a testa, um pouco acima da
sobrancelha. Esta saudação chama-se a saudação à boina.
Quando um escuteiro está fardado e transporta a vara, a saudação não é executada com a
mão direita; mas sim levando rapidamente o braço esquerdo à posição horizontal, tocando com
os dedos a formar o sinal escutista, na vara. A este tipo de saudação dá-se o nome de
saudação à vara.
35
37. A FLOR-DE-LIS NO ESCUTISMO
A descrição da Flor-de-Lis num postal antigo
A descrição da Flor-de-Lis segundo o Bureau
Mundial
Outras Interpretações
Uma planta chamada Flor-de-Lis
A FLOR-DE-LIS NO ESCUTISMO
SEGUNDO UM POSTAL ANTIGO
37
38. Neste postal antigo Inglês podemos ver
uma descrição simples da Flor-de-Lis.
As 3 pétalas correspondem a:
• Good Turns – Boas Acções
• Duty to God – Dever para com
Deus
• Scout Law – Lei do Escuteiro
As 2 estrelas de 5 pontas correspondem
aos 10 artigos da Lei do Escuteiro.
Os 10 artigos da Lei do Escuteiro nas 2 estrelas, de acordo com o postal:
1. Honourable – honrado
2. Loyal – leal
3. Helpful – útil
4. Friendly – amigo
5. Courteous – cortês
6. Kind – amável
7. Obedient – obediente
8. Cheerful – alegre
9. Thrifty – económico
10. Clean – puro
A FLOR-DE-LIS NO ESCUTISMO
SEGUNDO O BUREAU MUNDIAL
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39. No respeitante a cores, a insígnia do Bureau Mundial tem duas
cores:
Branco: representa pureza
Roxo: representa liderança e serviço
Nota: a organização de que faz parte o Bureau Mundial é a OMME
(Organização Mundial do Movimento Escutista), que em inglês é WOSM (World
Organization of the Scout Movement)
A FLOR-DE-LIS NO ESCUTISMO
OUTRAS INTERPRETAÇÕES
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40. Outras interpretações são dadas em torno da Flor-de-Lis:
No CNE, as 3 pétalas da Flor-de-Lis correspondem aos Princípios do CNE:
• O Escuta orgulha-se da sua Fé e por ela orienta toda a sua vida;
• O Escuta é filho de Portugal e bom cidadão;
• O dever do Escuta começa em casa;
Na AEP, as 3 pétalas da Flor-de-Lis correspondem aos artigos do Compromisso de
Honra (Promessa):
• Cumprir os meus deveres
• Auxiliar
• Cumprir
O listel por baixo das insígnias associativas pelo mundo fora tem
normalmente duas características:
• As pontas são viradas para cima, de modo a lembrar o
sorriso do Escuteiro, sorriso com que devemos enfrentar
sempre as dificuldades;
• O nó na corda debaixo do listel lembra ao Escuteiro a Boa
Acção que deve fazer diariamente, à semelhança do nó no
lenço;
A FLOR-DE-LIS NO ESCUTISMO
UMA PLANTA CHAMADA FLOR-DE-LIS
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41. A Flor-de-Lis existe realmente.
É uma planta bonita e muito sensível, que se
reproduz por bolbos.
Esta flor na imagem foi fotografada nas
comemorações dos 75 anos do CNE, em
Barcelos, em 1998. Foi trazida pelo Chefe
Henrique Barroqueiro desde o Centro de
Formação Ambiental de S. Jacinto, e esteve
exposta no stand da Região de Aveiro.
Para a maior parte dos presentes e visitantes,
foi certamente a primeira vez que viram esta
bonita planta e a sua flor que a nós, escuteiros,
tanto nos diz.
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