4. Durante muitos séculos, aqui se localizou um porto fluvial de onde eram exportadas diversas mercadorias, com especial relevo para
o vinho do Porto. O assoreamento da barra do Douro e a construção do porto de Leixões levaram a uma sucessiva decadência do cais
acostável e de toda a zona envolvente.
A construção do actual empreendimento do Cais de Gaia, uma obra do arquitecto Tasso de Sousa, em parceria com Eduardo Cabral
dos Santos, visou à renovação e valorização desta zona, onde se localizam as caves de vinho do Porto, tirando o melhor partido da
frente fluvial e de um enquadramento paisagístico único.
A obra do Cais de Gaia foi iniciada em 2000 e concluída três anos depois. O projecto, orçado em 15 milhões de euros, foi distinguido
com o "Prémio Turismo - Valorização do Espaço Público", organizado pelo Instituto do Turismo de Portugal. Este prémio pretende
distinguir projectos inovadores, em termos de qualidade, de respeito e intervenção no espaço público e de integração no meio
envolvente.
Restaurante no Cais de Gaia com o Porto ao fundo
Do renovado Cais de Gaia, partem, actualmente, numerosas excursões fluviais com destino à Região Vinhateira do Alto Douro. Logo
no ano da inauguração, em 2003, cerca de 2,4 milhões de pessoas visitaram o Cais de Gaia. No ano seguinte, este foi o primeiro
espaço público ao ar livre em Portugal a dispor de uma rede wireless de acesso à Internet. O Cais de Gaia é gerido pela empresa
Douro Cais e conta com 28 concessionários, 23 dos quais ligados à restauração. No espaço, existe, ainda, uma praça acústica, onde
se realizam frequentes actuações musicais, especialmente nas noites de verão.
6. O teleférico liga a cota alta e baixa da cidade de Gaia,
numa viagem de 5 minutos. O terminal à cota baixa
está localizado no Cais de Gaia, na cota alta o terminal
está implantado junto ao Jardim do Morro e à estação
do Metro Jardim do Morro, posicionando-se também
como meio de acesso para a visita ao Mosteiro da Serra
do Pilar. Esta viagem proporciona uma vista magnífica
do Porto, do rio Douro e das suas pontes e das caves do
Vinho do Porto.
8. O vinho é do Porto, as quintas estão no Douro Vinhateiro e as
caves em Vila Nova de Gaia. Desde o início da sua
comercialização, o vinho descia, pelo rio, da região Douro, nos
barcos rabelos, e ficava nas barricas nestas caves.
As caves estiveram sempre maioritariamente ligadas a famílias
inglesas que eram, aliás, quem levava o vinho do Porto, pelos
mares, até ao Reino Unido e outras paragens.
Escolher qual a cave de vinho do Porto que deve visitar – se só
quiser visitar uma – não é tarefa fácil, porque têm todas histórias
diferentes para contar. As visitas guiadas nas caves incluem
provas de vinho do Porto no final.
Se desejar, também pode visitar o Instituto dos Vinhos do Douro
e do Porto que está do lado do rio, ou seja, na cidade do Porto.
10. História dos Barcos Rabelos
Há séculos que os Barcos Rabelos navegam nas águas do Rio
Douro, outrora bem mais agitadas do que nos dias de hoje. Esta
embarcação, de fundo chato, foi propositadamente construída
para navegar em águas turbulentas e tinha capacidade para
transportar até 100 barris de Vinho do Porto.
Os Rabelos fizeram, durante décadas, o transporte do famoso
Vinho do Porto, entre a remota região vinhateira, e as caves, em
Vila Nova de Gaia. Uma vez que não existiam ainda estradas nem
caminho-de-ferro, as quintas produtoras tinham apenas o rio
como forma de transportar os barris.
Nesta altura ainda não tinham sido também construídas
barragens, pelo que o Rio Douro era muito traiçoeiro, com
correntes rápidas que se tornavam mais perigosas nos estreitos e
desfiladeiros. A tarefa de navegar exigia, assim, marinheiros
experientes, que fizessem o precioso néctar chegar a bom porto.
11. Os Rabelos e o Turismo
Com a conclusão, em 1887, da linha de caminho-de-ferro do
Douro e o desenvolvimento das comunicações rodoviárias
durante o século XX, o tráfego fluvial assegurado pelos
Barcos Rabelos entrou em declínio. Acredita-se que a
última viagem destas embarcações, com vista ao transporte
do Vinho do Porto, tenha ocorrido em 1964.
Nos dias de hoje, os mesmos Barcos Rabelos, com as
devidas adaptações, transportam todos os anos milhões de
turistas que visitam a região. A Douro Acima tem uma frota
de seis Barcos Rabelos, todos em madeira e construídos
manualmente com o propósito de dar a conhecer as
margens do Douro, quer entre as cidades do Porto e Vila
Nova de Gaia, quer na região vinhateira, até Barca D'Alva.