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Guerra Fria




A Guerra Fria, que teve seu início logo após a Segunda Guerra Mundial (1945) e a extinção da União Soviética (1991) é a designação atribuída ao
período histórico de disputas estratégicas e conflitos indiretos entre os Estados Unidos e a União Soviética, disputando a hegemonia política, econômica
e militar no mundo.


Causas


A União Soviética buscava implantar o socialismo em outros países para que pudessem expandir a igualdade social, baseado na economia planificada,
partido único (Partido Comunista), igualdade social e falta de democracia. Enquanto os Estados Unidos, a outra potência mundial, defendia a expansão
do sistema capitalista, baseado na economia de mercado, sistema democrático e propriedade privada.

Com o fim da Segunda Guerra Mundial o contraste entre o capitalismo e socialismo era predominante entre a política, ideologia e sistemas militares.
Apesar da rivalidade e tentativa de influenciar outros países, os Estados Unidos não conflitou a União Soviética (e vice-versa) com armamentos, pois os
dois países tinham em posse grande quantidade de armamento nuclear, e um conflito armado direto significaria o fim dos dois países e, possivelmente,
da vida em nosso planeta. Porém ambos acabaram alimentando conflitos em outros países como, por exemplo, na Coréia e no Vietnã

Com o objetivo de reforçar o capitalismo, o presidente dos Estados Unidos, Harry Truman, lança o Plano Marshal, que era um oferecimento de
empréstimos com juros baixos e investimentos para que os países arrasados na Segunda Guerra Mundial pudessem se recuperar economicamente. A
partir desta estratégia a União Soviética criou, em 1949, o Comecon, que era uma espécie de contestação ao Plano Marshall que impedia seus aliados
socialistas de se interessar ao favorecimento proposto pelo então inimigo político.

A Alemanha por sua vez, aderiu o Plano Marshall para se restabelecer, o que fez com que a União Soviética bloqueasse todas as rotas terrestres que
davam acesso a Berlim. Desta forma, a Alemanha, apoiada pelos Estados Unidos, abastecia sua parte de Berlim por vias aéreas provocando maior
insatisfação soviética e o que provocou a divisão da Alemanha em Alemanha Oriental e Alemanha Ocidental.

Em 1949, os Estados Unidos juntamente com seus aliados criam a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) que tinha como objetivo manter
alianças militares para que estes pudessem se proteger em casos de ataque. Em contra partida, a União Soviética assina com seus aliados o Pacto de
Varsóvia que também tinha como objetivo a união das forças militares de toda a Europa Oriental.

Entre os aliados da Otan destacam-se: Estados Unidos, Canadá, Grécia, Bélgica, Itália, França, Alemanha Ocidental, Holanda, Áustria, Dinamarca,
Inglaterra, Suécia, Espanha. E os aliados do Pacto de Varsóvia destacam-se: União Soviética, Polônia, Cuba, Alemanha Oriental, China, Coréia do Norte,
Iugoslávia, Tchecoslováquia, Albânia, Romênia.




Origem do nome


É chamada "fria" porque não houve uma guerra direta entre as superpotências, dada a inviabilidade da vitória em uma batalha nuclear.




Envolvimentos Indiretos


Guerra da Coréia : Entre os anos de 1951 e 1953 a Coréia foi palco de um conflito armado de grandes proporções. Após a Revolução Maoista ocorrida
na China, a Coréia sofre pressões para adotar o sistema socialista em todo seu território. A região sul da Coréia resiste e, com o apoio militar dos
Estados Unidos, defende seus interesses. A guerra dura dois anos e termina, em 1953, com a divisão da Coréia no paralelo 38. A Coréia do Norte ficou
sob influência soviética e com um sistema socialista, enquanto a Coréia do Sul manteve o sistema capitalista.

Guerra do Vietnã : Este conflito ocorreu entre 1959 e 1975 e contou com a intervenção direta dos EUA e URSS. Os soldados norte-americanos, apesar
de todo aparato tecnológico, tiveram dificuldades em enfrentar os soldados vietcongues (apoiados pelos soviéticos) nas florestas tropicais do país.
Milhares de pessoas, entre civis e militares morreram nos combates. Os EUA saíram derrotados e tiveram que abandonar o território vietnamita de
forma vergonhosa em 1975. O Vietnã passou a ser socialista.




Fim da Guerra Fria
A falta de democracia, o atraso econômico e a crise nas repúblicas soviéticas acabaram por acelerar a crise do socialismo no final da década de 1980.
Em 1989 cai o Muro de Berlim e as duas Alemanhas são reunificadas.

No começo da década de 1990, o então presidente da União Soviética Gorbachev começou a acelerar o fim do socialismo naquele país e nos aliados.
Com reformas econômicas, acordos com os EUA e mudanças políticas, o sistema foi se enfraquecendo. Era o fim de um período de embates políticos,
ideológicos e militares. O capitalismo vitorioso, aos poucos, iria sendo implantado nos países socialistas.




Ensino de Geografia
• 26/4/2009 - IMPACTOS AMBIENTAIS NO SOCIALISMO - O MAR DE ARAL
Sempre relacionamos a degradação do ambiente ao
capitalismo, o que de fato deve ser feito, pois, foi o sistema
econômico (político, social etc) que mais modelou o espaço e
mais degradou o ambiente. A partir do capitalismo comercial,
do pensamento moderno originado da ciência moderna, se
consolidou uma matriz de pensamento que separava o homem
da natureza, e considerava esta última um recurso, que poderia
ser explorado incessantemente já que esse recurso era
ilimitado.
No entanto, por saber dessa trajetória do capitalismo e sua
relação com o ambiente, muitas vezes, negligenciamos os
impactos ambientais em outros sistemas econômicos. O texto a
seguir mostra o desastre do mar de Aral, que aconteceu em um
país socialista, a antiga URSS, desmistificando assim, a ideia
que só no capitalismo há degradação ambiental .
Catástrofe no mar de Aral
O mar de Aral, entre o Cazaquistão e o Uzbequistão, está morrendo.
                                                      Por Sergio
Adeodato

Ele tinha uma área equivalente à dos estados do Rio de Janeiro e Alagoas
juntos. Por séculos, foi um oásis no meio do deserto. Mas agora o mar de Aral,
entre o Cazaquistão e o Uzbequistão, está morrendo. Simboliza o que poderá
acontecer com os outros mananciais do planeta se o ritmo do uso irracional
continuar como nos dias de hoje. Apesar do nome, o Aral é um grande lago
que se tornou salgado. Antes da década de 1960, tinha 62.000 km2 de
extensão. Hoje, já perdeu dois terços da sua área de superfície.
Em toda a bacia do Aral, existem mais de 5 mil lagos, a maior parte na região
dos rios Amu Daria e Sir Daria. Sua morte foi prevista há quase 50 anos,
quando o então governo soviético desviou dois rios que o alimentavam para
irrigar plantios de algodão. Os agrotóxicos poluíram 15% das águas, também
castigadas pelos efeitos das barragens de 45 usinas hidrelétricas. A floresta
que cercava suas margens praticamente acabou. Cerca de 80% das espécies
de animais desapareceram.

Com a erosão e a retirada exagerada de água, o Aral recebe anualmente 60
milhões de toneladas de sal carregadas pelos rios, matando peixes e, por
conseqüência, a indústria pesqueira que sustentava a economia local. O sal e
os pesticidas agrícolas se infiltraram no solo. Contaminaram lençóis freáticos,
tornaram impossível a lavoura e elevaram a níveis epidêmicos doenças como o
câncer. O Aral pode desaparecer se nada for feito para modernizar os sistemas
de irrigação e adotar práticas ambientais menos agressivas.
   Retirado de : http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/ambiente/conteudo_345576.shtml
Capitalismo: catástrofe para o meio ambiente
Dimitri Silveira - 15 de dezembro de 2005




  O ano de 2005 foi um ano de catástrofes. Iniciamos o
ano em campanha de solidariedade com as vítimas do
tsunami na Ásia, em agosto o furacão Katrina apagou do
mapa cidades inteiras na sul dos EUA, e por fim um
terremoto devastador na região da Caxemira fez milhares
de vítimas fatais.
  Em todos esses acontecimentos vemos a incapacidade
do capitalismo em garantir segurança e socorro aos
atingidos pelas catástrofes, potencializando os seus
efeitos.
  Um pouco de história
  A década de 70 figura como um marco de emergência
de questionamentos e manifestações ecológicas, em
escala mundial, que defendem a inclusão dos problemas
ambientais na agenda do desenvolvimento das nações e
das relações internacionais. Essas preocupações refletem
a percepção de um conflito crescente entre a expansão
do capitalismo e o os efeitos destrutivos sobre os
ecossistemas naturais.
  Os impactos ambientais, até então percebidos como
resíduos inevitáveis do progresso e da expansão
capitalista, passam a assumir uma nova dimensão. A
intensificação de problemas sócio-ambientais como os
processos de urbanização acelerada; o crescimento e a
desigual distribuição demográfica; a expansão
descontrolada do uso de energia nuclear, com finalidades
bélicas ou pacíficas; o consumo excessivo de recursos
não-renováveis; os fenômenos crescentes de perda e
desertificação do solo; a contaminação tóxica dos
recursos naturais; o desflorestamento; a redução da
biodiversidade e da diversidade cultural; a intensificação
do efeito estufa e a redução da camada de ozônio e suas
implicações sobre o equilíbrio climático, têm impactado
a opinião pública mundial e atraído atenção para uma
realidade até então pouco observada.
  Diante dessa situação, a sociedade foi paulatinamente
pressionando a incorporação da questão ambiental aos
programas de governo nacionais e à agenda dos
organismos internacionais. Em 1983 a ONU divulga o
conceito de desenvolvimento sustentável, ou seja,
definido como aquele que atende às necessidades do
presente sem comprometer a capacidade de as gerações
futuras também atenderem as suas.
   Desde a primeira conferência sobre meio ambiente,
realizada em 1972 em Estocolmo, até a de Joanesburgo
em 2002, passando pela Rio 92, pouca coisa mudou em
relação ao combate à degradação ambiental. Relatórios
são apresentados, notícias alarmantes são veiculadas pela
mídia, metas e prazos são estabelecidos, mas pouco se
avança, o que serve apenas para dar a falsa impressão de
que algo está sendo feito pelo meio ambiente e pela
qualidade de vida no planeta.
   Tentam ganhar tempo
   Dessa forma tenta-se amenizar as pressões da opinião
pública e ganhar tempo para que grandes empresas
possam aperfeiçoar não as tecnologias antipoluentes,
mas as que, de maneira mais sofisticada, servem para
continuar poluindo. Até mesmo os especialistas em
questões ambientais que participam dessas conferências
reconhecem que os prazos e metas estipulados deveriam
ser levados mais a sério.
   Os países avançados, que por sua vez também são os
maiores poluidores do planeta, em geral se
comprometem muito timidamente em assinar algum
acordo internacional que estipule redução na emissão de
poluentes, pois isso significa despesas para as industrias.
Exemplo disso foi o protocolo de Kyoto, apresentado no
Japão em 1997, que passou a vigorar em fevereiro deste
ano e propõe a redução em 5,2% das emissões
produzidas por combustíveis fósseis até 2012 para
minimizar o problema do aquecimento global. Os EUA e
Austrália se recusaram a ratificar este protocolo e os
demais países ricos se comprometeram com metas
irrisórias se comparado ao tamanho do problema.
   A verdade é que as conferências da ONU sobre meio
ambiente realizadas até hoje e o conceito de
desenvolvimento sustentável não passam de tímidas
intenções de minimizar os efeitos da degradação
ambiental, ao invés de combater suas causas.
   Diante do capitalismo o conceito de desenvolvimento
sustentável é insustentável. Basta lembrar que o sistema
de mercado não existe para atender as necessidades das
pessoas, mas para atender aos desejos dos consumidores
e a lucratividade dos capitalistas. Discutir preservação
ambiental significa discutir também concepção de
sociedade. Cabe a pergunta: estão os países imperialistas
e as elites das nações subdesenvolvidas dispostas a
mudanças e sacrifícios em prol do meio ambiente e da
humanidade?
   Seca na Amazônia
A insanidade capitalista torna-se nítida se observarmos
o que vem ocorrendo na Amazônia e em Mato Grosso.
Neste Estado, cujo governador é Blairo Maggi, também
conhecido por “Rei da Soja”, está em andamento um
brutal processo de desmatamento da floresta amazônica,
que sede lugar às plantações de soja e à criação de gado.
A atual seca na região explica-se em parte pela grande
retirada da cobertura vegetal que vem ocorrendo nos
últimos anos. Segundo dados do INPE (Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais) no período de agosto
de 2003 a agosto de 2004 o Brasil desmatou 26.130
km2, sendo que o Estado do Mato Grosso foi
responsável por 50%.
  Mas isso ainda não é o pior, pois há especialistas que
dizem que os dados do INPE não correspondem à
realidade e afirmam que metade da floresta amazônica já
foi destruída. Este sim é o verdadeiro massacre da serra
elétrica!
  Não é raro ouvir pessoas dizerem que a ciência e a
tecnologia existentes atualmente possibilitariam a
redução, e em alguns casos até mesmo a reversão, de
graves problemas ambientais. Essas pessoas, em parte,
estão certas. Mas só em parte.
  A culpa é do sistema
  Em geral as ONGs ambientalistas também
compartilham dessa idéia, isto é, afirmam que a
tecnologia já criou meios alternativos que minimizariam
drasticamente o impacto da ação humana sobre o meio
ambiente. Mas então por que os problemas ambientais
vêm piorando dos últimos anos para cá? Segundo as
ONGs, o problema é a população e listam uma
infinidade de precauções que as pessoas deveriam adotar
ao comprar seus alimentos, mobiliar sua casa, abastecer
seu veículo, comprar sua roupa etc.
  Não percebem que os grandes interesses econômicos
do capitalismo não respeitam idéias ecologicamente
corretas e muito menos incentivariam tecnologias pró-
meio ambiente que ameaçassem seus lucros. A energia
solar só não é utilizada em larga escala por uma razão
muito simples, o sol ainda é gratuito para todos.
  Tratar a questão do problema ambiental meramente do
ponto de vista do avanço tecnológico e de
comportamento individual das pessoas, sem levar em
conta a luta contra o próprio capitalismo, significa correr
atrás do próprio rabo; atacar os efeitos e não a causa dos
problemas.
  É uma luta pelo socialismo
  Foi-se o tempo em que se dizia que teríamos de
preservar a natureza para nossos filhos e netos. Previsões
de impacto sobre o meio ambiente que antes eram feitas
para um prazo de 100 anos, foram sendo revistas para
50, 30 e até 10 anos. A crise ambiental já bate à nossa
porta!
  Uma mudança rápida e profunda precisa ser feita, mas
o capitalismo é incapaz de resolver os problemas que
cria, seja do ponto de vista econômico, social ou
ambiental. A seca na Amazônia, as queimadas de
florestas por todo o planeta, a intensificação de furacões
e de seu poder de destruição, assim como a extinção de
espécies animais e vegetais, entre outros problemas, não
terão solução sob o capitalismo, pois por incrível que
pareça, tem gente lucrando muito com tudo isso.
  É necessário transformar radicalmente as bases
econômicas da sociedade para que possa haver harmonia
e não destruição. Uma economia planificada que
mobilizasse o conjunto da classe trabalhadora e da
juventude num grande projeto de recuperação do meio
ambiente no Brasil e no mundo é a única forma de evitar
o apocalipse ambiental que se aproxima. E isso só será
possível numa sociedade socialista. Somente uma
sociedade organizada de acordo com os reais interesses
da humanidade será capaz de garantir um futuro
saudável a todas as espécies.
MEIO AMBIENTE

       IMPACTOS AMBIENTAIS
Impacto ambiental deve ser entendido como um desequilíbrio provocado por um choque, um
"trauma ecológico", resultante da ação do homem sobre o meio ambiente. No entanto, pode ser
resultado de acidentes naturais: a explosão de um vulcão, o choque de um meteoro, um raio,
etc. Mas devemos dar cada vez mais atenção aos impactos causados pela ação do homem.
Mas quem é esse homem genérico, agente vago que muitas vezes é responsabilizado por
tudo? Quando dizemos que o homem causa os desequilíbrios, obviamente estamos falando do
sistema produtivo construído pela humanidade ao longo de sua história. Estamos falando
particularmente do capitalismo.
Podemos diferenciar os impactos ambientais em escala local, regional e global. Podemos
também separá-los naqueles ocorridos em um ecossistema natural, em um ecossistema
agrícola ou em um sistema urbano, embora um impacto, à primeira vista ocorrido em escala
local, possa Ter também conseqüências em escala global. Por exemplo, a devastação de
florestas tropicais por queimadas para a introdução de pastagens pode provocar desequilíbrios
nesse ecossistema natural: extinção de espécies animais e vegetais, empobrecimento do solo,
assoreamento dos rios, menor índice pluviométrico, etc., mas a emissão de gás carbônico
como resultado da combustão das árvores vai colaborar para o aumento da concentração
desse gás na atmosfera, agravando o "efeito estufa". Assim, os impactos localizados, ao se
somarem, acabam tendo um efeito também em escala global. Veremos agora os principais
impactos ambientais no mundo hoje:

a) Desmatamento de florestas
As principais conseqüências do desmatamento são:
-   Destruição da biodiversidade;
-   Genocídio e etnocídio das nações indígenas;
-   Erosão e empobrecimento dos solos;
-   Enchente e assoreamento dos rios;
-   Diminuição dos índices pluviométricos;
-     Elevação das temperaturas;
-     Desertificação;
-     Proliferação de pragas e doenças.
A primeira conseqüência do desmatamento é a destruição da biodiversidade, como resultado
da diminuição ou, muitas vezes, da extinção de espécies vegetais e animais. As florestas
tropicais tem uma enorme biodiversidade e um incalculável valor para as futuras gerações.
Muitas espécies que podem ser a chave para a cura de doenças, usadas na alimentação ou
como novas matérias-primas, são totalmente desconhecidas do homem urbano-industrial e
correm o risco de serem destruídas antes mesmo de conhecidas e estudadas. Esse patrimônio
genético é bastante conhecido pelas várias nações indígenas que habitam as florestas
tropicais, notadamente a Amazônia. Mas essas comunidades nativas também estão sofrendo
um processo de genocídio e etnocídio que tem levado à perda de seu patrimônio cultural,
dificultando, portanto, o acesso aos seus conhecimentos.
Um efeito muito sério, local e regional, do desmatamento é o agravamento dos processos
erosivos. A erosão é um fenômeno natural, que é absorvido pelos ecossistemas sem nenhum
tipo de desequilíbrio. Em uma floresta, as árvores servem de anteparo para as gotas das
chuvas, que escorrem pelos seus troncos, infiltrando-se no subsolo. Além de diminuir a
velocidade de escoamento superficial, as árvores evitam o impacto direto das chuvas como o
solo e suas raízes ajudam a retê-lo, evitando a sua desagregação. A retirada da cobertura
vegetal expõe o solo ao impacto das chuvas. As conseqüências dessa interferência humana
são várias:
-     aumento do processo erosivo, o que leva a um empobrecimento dos solos, como resultado
     da retirada de sua camada superficial e, muitas vezes, acaba inviabilizando a agricultura;
-     assoreamento de rios e lagos, como resultado da elevação da sedimentação, que provoca
     desequilíbrios nesses ecossistemas aquáticos, além de causar enchentes e, muitas vezes,
     trazer dificuldades para a navegação;
-     extinção de nascentes: o rebaixamento do lençol freático, resultante da menor infiltração
     da água das chuvas no subsolo, muitas vezes pode provocar problemas de abastecimento
     de água nas cidades e na agricultura;
-     diminuição dos índices pluviométricos, em conseqüência do fenômeno descrito acima,
     mas também do fim da evapotranspiração. Estima-se que metade das chuvas caídas sobre
     as florestas tropicais são resultantes da evapotranspiração, ou seja, da troca de água da
     floresta com a atmosfera;
-     elevação das temperaturas locais e regionais, como conseqüência da maior irradiação de
     calor para a atmosfera a partir do solo exposto. Boa parte da energia solar é absorvida pela
     floresta para o processo de fotossíntese e evapotranspiração. Sem a floresta, quase toda
     essa energia é devolvida para a atmosfera em forma de calor, elevando as temperaturas
     médias;
-     agravamento dos processos de desertificação, devido à combinação de todos os
     fenômenos até agora descritos: diminuição das chuvas, elevação das temperaturas,
     empobrecimento dos solos e, portanto, acentuada diminuição da biodiversidade;
-     redução ou fim das atividades extrativas vegetais, muitas vezes de alto valor
     socioeconômico. É importante perceber que, muitas vezes, compensa mais, em termos
     sociais, ambientais e mesmo econômicos, a preservação da floresta, que pode ser
     explorada de forma sustentável, do que sua substituição por outra atividade qualquer;
-     proliferação de pragas e doenças, como resultado de desequilíbrios nas cadeias
     alimentares. Algumas espécies, geralmente insetos, antes em nenhuma nocividade,
     passam a proliferar exponencialmente com a eliminação de seus predadores, causando
     graves prejuízos, principalmente para a agricultura.
Além desses impactos locais e regionais da devastação das florestas, há também um perigoso
impacto em escala global. A queima das florestas, seja em incêndios criminosos, seja na forma
de lenha ou carvão vegetal para vários fins (aliás, a queima de carvão vegetal vem
aumentando muito na Amazônia brasileira, como resultado da disseminação de usinas de
produção de ferro gusa, principalmente no Pará), tem colaborado para aumentar para
aumentar a concentração de gás carbônico na atmosfera. É importante lembrar que esse gás é
um dos principais responsáveis pelo efeito estufa.

b) Poluição com agrotóxicos
A padronização dos cultivos, ou seja, o plantio de uma única espécie em grandes extensões de
terra - nos EUA, por exemplo, há a predominância de determinada cultura em algumas regiões
do país, definindo os cinturões (belts) do trigo (wheat-belt), do milho (corn belt), do algodão
(cotton belt), etc. -, tem causado desequilíbrios nas cadeias alimentares preexistentes,
favorecendo a proliferação de vários insetos, que se tornaram verdadeiras pragas com o
desaparecimento de seus predadores naturais: pássaros, aranhas, cobras, etc. Por outro lado,
a maciça utilização de agrotóxicos, na tentativa de controlar tais insetos, tem levado, por
seleção natural (quando só se reproduzem os elementos imunes ao veneno), à proliferação de
linhagens resistentes, forçando a aplicação de inseticidas cada vez mais potentes. Isso, além
de causar doenças nas pessoas que manipulam e aplicam esses venenos e naquelas que
consomem os alimentos contaminados, tem agravado a poluição dos solos. A utilização
indiscriminada de agrotóxicos tem acelerado a contaminação do solo, empobrecendo-o, ao
impedir a proliferação de microorganismos fundamentais para a sua fertilidade.

c) Erosão
Outro impacto sério causado pela agricultura é a erosão do solo, principalmente na zona
tropical do planeta. O revolvimento do solo antes do cultivo desagrega-o, facilitando o
carreamento dos minerais pela água das chuvas. A perda de milhares de toneladas de solo
agricultável todos os anos, em conseqüência da erosão, é um dos mais graves problemas
enfrentados pela economia agrícola. O processo de formação de novos solos, como resultado
do intemperismo das rochas, é extremamente lento, daí a gravidade do problema. Toda
atividade agrícola favorece o processo erosivo, mas algumas culturas facilitam-no mais que
outras.
O combate à erosão
Com o objetivo de anular, ou pelo menos minimizar, os problemas causados pela erosão em
áreas agrícolas, foram desenvolvidas técnicas.
-     Terraceamento: consiste em fazer cortes formando degraus - os terraços - nas encostas
     das montanhas, o que, além de possibilitar a expansão das áreas agrícolas em países
     montanhosos e populosos, dificulta, ao quebrar a velocidade de escoamento da água, o
     processo erosivo. Essa técnica é muito comum em países asiáticos, como a China, o
     Japão, a Tailândia; o Nepal, etc.
-     Curvas de nível: esta técnica consiste em arar o solo e depois fazer a semeadura
     seguindo as cotas altimétricas do terreno, o que por si só já reduz a velocidade de
     escoamento superficial da água da chuva. Para reduzi-la ainda mais, é comum a
     construção de obstáculos no terreno, espécies de canaletas, com terra retirada dos
     próprios sulcos resultantes da aração. Com esse método simples, a perda de solo
     agricultável é sensivelmente reduzida. O cultivo seguindo as curvas de nível é feito em
     terrenos com baixo declive, propício a mecanização. É comum em países desenvolvidos,
     onde a agricultura é bastante mecanizada: Grandes Planícies, nos EUA e no Canadá;
     planície Champagne, na França; Grande Bacia Australiana, etc.
-     Associação de culturas: em cultivos que deixam boa parte do solo exposto à erosão
     (algodão, café, etc.), é comum plantar, entre uma fileira e outra, espécies leguminosas
     (feijão, por exemplo), que recobrem bem o terreno. Essa técnica, além de evitar a erosão,
     garante o equilíbrio orgânico do solo.

d) O efeito estufa
O efeito estufe é talvez o impacto ambiental que mais assusta as pessoas. Fazem-se previsões
catastróficas acerca do derretimento do gelo dos pólos e das montanhas e a conseqüente
elevação do nível dos oceanos e inundação de centenas de cidades litorâneas. Talvez o que
mais assuste no efeito estufa, ou melhor, nas possíveis conseqüências de uma gradativa
elevação das médias térmicas no planeta, é a tomada de consciência, pela primeira vez na
história, da possibilidade de destruição do próprio homem. Os impactos ambientais são
"democratizados", ou seja, passam a atingir todas as pessoas, sem distinção de cunho
econômico, social ou cultural: atingem indistintamente homens e mulheres, ricos e pobres,
operários e patrões, negros e amarelos, desenvolvidos e subdesenvolvidos, capitalistas e
socialistas, liberais e conservadores. Não há mais refúgio seguro. Todos finalmente passam a
Ter plena consciência do óbvio: a Terra é finita e a tecnologia não pode resolver todos os seus
problemas.
Mas o que é esse tão temido e tão falado efeito estufa? Antes de mais nada, é fundamental
enfatizar que se trata, na verdade, de um fenômeno natural e fundamental para a vida na
Terra.
O efeito estufa, que consiste na retenção de calor irradiado pela superfície terrestre, pelas
partículas de gases e de água em suspensão na atmosfera, garante a manutenção do
equilíbrio térmico do planeta e, portanto, a sobrevivência das várias espécies vegetais e
animais. Sem isso, certamente, seria impossível a vida na Terra ou, pelo menos, a vida como
conhecemos hoje.
Assim, feita essa importante ressalva, o efeito estufa, de que tanto se fala ultimamente, resulta,
a rigor de um desequilíbrio na composição atmosférica, provocado pela crescente elevação da
concentração de certos gases que têm capacidade de absorver calor, como é o caso do
metano, dos CFCs, mas principalmente do dióxido de carbono (CO2). Essa elevação dos
níveis de dióxido de carbono na atmosfera se deve à crescente queima de combustíveis
fósseis e das florestas, desde a Revolução Industrial.
Assim, segundo pesquisas feitas, admite-se que uma duplicação na concentração de dióxido
de carbono na atmosfera pode provocar uma elevação média de 3ºC na temperatura terrestre,
o que poderia elevar em uns 20 centímetros, em média, o nível dos oceanos. Isso seria
resultante da fusão do gelo do topo das montanhas, da fusão do gelo que recobre as terras
polares e também da dilatação da água dos mares. Uma elevação dos oceanos, ainda que de
20 centímetros em média, já seria suficiente para causar transtornos a cidades litorâneas.
Esse fenômeno é chamado de efeito estufa porque, nos países temperados, é comum a
utilização de estufas durante o inverno para abrigar determinadas plantas, a estufa feita de
vidro ou plástico transparente tem a capacidade de reter calor, mantendo a temperatura interna
mais elevada que a temperatura ambiente. Isso ocorre porque a luz emitida pelo Sol, tanto no
espectro visível quanto no ultravioleta, consegue atravessar o vidro e o plástico. O calor
irradiado pelo solo, no entanto, basicamente no espectro infravermelho, não atravessa esses
materiais, elevando, assim, a temperatura no interior da estufa. Você já parou para pensar que
é uma incoerência construir enormes prédios de vidro nos países localizados na zona tropical
do planeta, já que eles recebem grande insolação o ano inteiro? Essas enormes caixas de
vidro funcionam como gigantescas estufas, armazenando grande quantidade de calor. Para
torná-las habitáveis, faz-se necessário dissipar esse calor excedente. Assim, são necessários
potentes sistemas de ar-condicionado, que consomem enorme quantidade de energia. E o pior
é que, apesar de serem de vidro transparente, a luz solar nem pode ser utilizada como
iluminação natural, devido às várias divisórias internas e ao uso de cortinas para minimizar o
calor. Assim, a iluminação artificial tem que ficar ligada o dia todo, colaborando para maior
consumo de energia, ao mesmo tempo, para a elevação do calor interno, exigindo mais do
sistema de ar-condicionado, que por sua vez gasta mais energia ainda. É o resultado de
importar padrões desenvolvidos para a zona temperada do planeta.

e)   Destruição da camada de ozônio

A destruição da Camada de Ozônio, localizada na estratosfera, é um dos mais severos
problemas ambientais da nossa era, e durante algum tempo foi muito citada na imprensa. Sua
destruição ainda que parcial, diminui a resistência natural que oferece à passagem dos raios
solares nocivos à saúde de homens, animais e plantas, os chamados raios ultravioletas. As
conseqüências mais citadas seriam o câncer de pele, problemas oculares, diminuição da
capacidade imunológica, etc. O problema surgiu nos anos 30, quando algumas substâncias
foram produzidas artificialmente em laboratório, principalmente para as aplicações em
refrigeração. Descobriu-se mais tarde que estas atacam a camada de ozônio, com a tendência
de reduzi-la globalmente, e com um efeito devastador que acontece localmente na Antártica,
conhecido como o buraco de ozônio da Antártica, aumentando assim a penetração dos raios
ultravioleta indesejáveis. Nos anos 80 iniciou-se uma verdadeira guerra para preservação da
camada de ozônio, e uma de suas maiores vitórias foi a assinatura do Protocolo de Montreal,
há mais de 10 anos. Por este tratado, assinado em 1987 por vários países, todas as
substâncias conhecidas por CFC (clorofluorcarbonetos), responsáveis pela destruição do
ozônio, não seriam mais produzidas em massa. O trabalho mundial que se realiza para salvar a
camada de ozônio continua. Trata-se de uma verdadeira guerra, onde se ganha batalha por
batalha (e às vezes se perde uma, como por exemplo a não assinatura do Protocolo por alguns
países). O grande problema é que muitas das pequenas indústrias que produziam e ainda
produzem substâncias "proibidas" não tem tido capacidade financeira de se adaptar aos
ditames do Protocolo de Montreal. A eliminação total está prevista para 2010, e o nível de 50%
está previsto, numa etapa intermediária, para 2005. A maior vitória nesta guerra foi conquistada
em 1987, quando a maioria dos países desenvolvidos parou de fabricar os CFCs. Para não
prejudicar os países em desenvolvimento, foi lhes concedido ainda um tempo adicional para se
adaptar às novas exigências. Assim é que, 84% da emissão de CFCs já foi eliminada, uma
conquista extraordinária. A guerra, porém, ainda não está ganha. A Índia e a China são hoje
ainda os maiores produtores e consumidores de CFCs. A redução da camada de ozônio pode
ser medida através do tamanho do buraco de ozônio da Antártica. Trata-se de uma região onde
os efeitos destruidores dos CFCs são aumentados, pelas condições climáticas do Pólo Sul.
Assim é que estamos numa época em que o tamanho do buraco é o maior já registrado.
Apesar da vitória alcançada em 87, os problemas ainda não estão totalmente resolvidos para a
camada de ozônio, e o motivo é que não existe ainda um substituto ideal para repor o CFC.
Hoje utiliza-se maciçamente substâncias conhecidas por HCFC, isto é, um CFC melhorado
ecologicamente, mas que ainda tem em sua molécula um átomo de cloro, que mais cedo ou
mais tarde, vai também atacar a camada de ozônio. Em outras palavras, a situação está
teoricamente melhor, mas ainda não está resolvida. A guerra não está ganha ainda. Não se
pode esquecer que a camada de ozônio reage muito lentamente aos estímulos externos. O
exemplo citado acima ilustra bem o que se afirma. A partir de 87 foi quase eliminada a emissão
de novas quantidades de CFC para a atmosfera, mas hoje ainda temos um buraco de ozônio
na Antártica que está próximo ao seu tamanho máximo. Os cientistas dizem para explicar isto
que a camada tem constante de tempo muito longa. A constante de tempo da camada de
ozônio é muito grande, isto é, ela só vai reagir a um estímulo após dezenas de anos. A prova é
que, há mais de 13 anos após a principal vitória na eliminação da emissão de CFCs, o buraco
na camada de ozônio ainda continua próximo ao seu máximo. Em 1998 o tamanho do buraco
de ozônio da Antártica foi o maior já registrado, com 27 milhões de quilômetros quadrados, ou
seja, mais de 3 vezes o tamanho do Brasil. Parece que estamos ainda muito longe de um
resultado realmente positivo no sentido da recuperação da camada de ozônio, não só na
Antártica, mas também em todo o mundo. O Brasil tem participado deste trabalho de avaliação
contínua da camada de ozônio não só sobre o Brasil, mas também na Antártica, onde manteve
em 1999 uma equipe na base Comandante Ferraz, para medir a camada de ozônio usando
balões de pesquisa. Por tudo isto, continua o monitoramento da camada de ozônio em todo o
mundo, a partir da superfície terrestre, de satélites, de aeronaves, usando as técnicas mais
diversas. Não podemos esquecer que a guerra ainda levará muitos anos, até que finalmente,
poderemos de fato não mais nos preocupar com radiação ultravioleta danosa aos seres vivos,
quando a camada de ozônio estiver recuperada.

f)   Inversão térmica

Fenômeno meteorológico que ocorre principalmente em metrópoles e principal centros
urbanos. As radiações solares aquecem o solo e o calor que fica retido no mesmo irradia-se,
aquecendo            as       camadas          mais       baixas           da,       atmosfera.
Essas camadas, já que estão quentes, ficam menos densas e tendem a subir, formando
correntes     de     convecção    do     ar.  Os    poluentes,   já      que    mais    quentes
que o ar (portanto, menos densos), sobem e irão dispersar-se nas camadas mais altas da
atmosfera.
Esse é o fenômeno normal. Mas quando duas massas de ar diferentes, o ar quente passa
sobre o ar frio, ficando assim acima dele. Por ser mais denso, o ar frio que ficou embaixo não
sobe e o ar quente que ficou em cima do frio não desce, por ser menos denso. Na interseção
do ar quente e frio, forma-se uma capa que não deixa que os gases poluentes e tóxicos
passem
para as camadas mais altas da atmosfera. A isso dá-se o nome de Inversão Térmica. Assim,
esses gases dispersam-se na atmosfera, criando uma névoa sobre a cidade ou município.
Essa névoa é composta de gases tóxicos e poluentes, que são prejudiciais à saúde.
Ocorre geralmente nos dias frios do inverno, onde a formação de frentes frias é maior. Quando
há        deslocamento        horizontal      dos       ventos,        a       camada        de
ar frio é carregada e o ar quente desce, assim acabando com a inversão térmica.
Os problemas de saúde causados pela inversão térmica são, entre outros: pneumonia,
bronquite,      enfisemas,    agravamento      das     doenças      cardíacas,      mal-estares,
irritação nos olhos.

g)   Ilhas de Calor
Uma cidade pode ter vários picos de temperatura espalhados pela mancha urbana,
caracterizando assim várias ilhas de calor. Uma região fortemente edificada e industrializada
como o eixo da marginal Tietê apresenta picos de temperatura mais elevados do que a região
do Morumbi, ainda com bastante áreas verdes. As cidades apresentam temperaturas médias
maiores do que as zonas rurais de mesma latitude. Dentro delas, as temperaturas aumentam
das periferias em direção ao centro. Em casos extremos, a diferença de temperatura entre as
                                                º
zonas periféricas e o centro pode atingir até 10 C. Esse fenômeno, resulta de muitas alterações
humanas sobre o meio ambiente. O uso de grande quantidade de combustíveis fósseis em
aquecedores, automóveis e indústrias transforma a cidade em uma fonte inesgotável de
calor. Os materiais usados na construção, como o asfalto e o concreto, servem de refletores
para o calor produzido na cidade e para o calor solar. De dia, os edifícios funcionam como um
labirinto de reflexão nas camadas mais altas de ar aquecido. À noite a poluição do ar impede a
dispersão de calor. As áreas centrais de uma cidade concentram a mais alta densidade de
construções, bem como atividades emissoras de poluentes. A massa de ar quente carregada
de material particulado que se forma sobre essas áreas tende a subir até se resfriar. Quando
se resfria, retorna a superfície, dando origem a intensos nevoeiros na periferia da mancha
urbana. Daí, volta à região central. É um verdadeiro círculo vicioso de fuligem e poeira. Apesar
de todo esse calor, as grandes cidades recebem em média menos radiação solar do que as
áreas rurais. É que a poeira suspensa no ar absorve e reflete a radiação antes que ela atinja a
superfície. Entretanto, a produção de calor e a conversão do calor latente realizadas pelas
construções urbanas mais do que compensam essa perda. As áreas metropolitanas costumam
apresentar vários "picos" de temperatura. As atividades que causam esse efeito podem estar
concentradas em várias regiões do tecido urbano, que funcionariam como o "centro". Bairros
fabris pouco arborizados tendem a ser mais quentes que bairros residenciais de luxo, com
baixa densidade de construção e muitas áreas verdes. Mas quais são as conseqüências desse
leve aumento das temperaturas? Quais são as conseqüências do surgimento desses
microclimas urbanos? A elevação da temperatura nessas áreas centrais da mancha urbana
facilita ascensão do ar, quando não há inversão térmica, formando uma zona de baixa pressão.
Isso faz com que, os ventos soprem, pelo menos durante o dia, para essa região central,
levando muitas vezes, maiores quantidades de poluentes. Assim, sobre a zona central da
mancha urbana forma-se uma "cúpula" de ar pesadamente poluído. No caso de São Paulo, os
ventos que sopram de zonas industriais periféricas cidades do ABC, Osasco, Guarulhos, etc.
rumo as zonas centrais da metrópole concentram ainda maiores quantidades de poluentes.
Quando se chega à cidade, pode-se ver nitidamente uma "cúpula" acinzentada recobrindo-a
(smog fotoquímico). Uma das formas de evitar a formação dessas ilhas de calor é a
manutenção de áreas verdes nos centros urbanos, pois a vegetação altera os índices de
reflexão do calor e favorece a manutenção da umidade relativa do ar.

h)   Chuva ácida

A queima de carvão e de combustíveis fósseis e os poluentes industriais lançam dióxido de
enxofre e de nitrogênio na atmosfera. Esses gases combinam-se com o hidrogênio presente na
atmosfera sob a forma de vapor de água. O resultado são as chuvas ácidas. As águas da
chuva, assim como a geada, neve e neblina, ficam carregadas de ácido sulfúrico ou ácido
nítrico. Ao caírem na superfície, alteram a composição química do solo e das águas, atingem
as cadeias alimentares, destroem florestas e lavouras, atacam estruturas metálicas,
monumentos e edificações. Inicialmente, é preciso lembrar que a água da chuva já é
naturalmente ácida. Devido à uma pequena quantidade de dióxido de carbono (CO 2) dissolvido
na atmosfera, a chuva torna-se ligeiramente ácida, atingindo um pH próximo a 5,6. Ela adquire
assim um efeito corrosivo para a maioria dos metais, para o calcário e outras substâncias.
Quando não é natural, a chuva ácida é provocada principalmente por fábricas e carros que
queimam combustíveis fósseis, como o carvão e o petróleo. Desta poluição um pouco se
precipita, depositando-se sobre o solo, árvores, monumentos, etc. Outra parte circula na
atmosfera e se mistura com o vapor de água. Passa então a existir o risco da chuva ácida.
Segundo o Fundo Mundial para a Natureza, cerca de 35% dos ecossistemas europeus já estão
seriamente alterados e cerca de 50% das florestas da Alemanha e da Holanda estão
destruídas pela acidez da chuva. Na costa do Atlântico Norte, a água do mar está entre 10% e
30% mais ácida que nos últimos vinte anos. Nos EUA, onde as usinas termoelétricas são
responsáveis por quase 65% do dióxido de enxofre lançado na atmosfera, o solo dos Montes
Apalaches também está alterado: tem uma acidez dez vezes maior que a das áreas vizinhas,
de menor altitude, e cem vezes maior que a das regiões onde não há esse tipo de poluição.
Monumentos históricos também estão sendo corroídos: a Acrópole, em Atenas; o Coliseu, em
Roma; o Taj Mahal, na Índia; as catedrais de Notre Dame, em Paris e de Colônia, na
Alemanha. Em Cubatão, São Paulo, as chuvas ácidas contribuem para a destruição da Mata
Atlântica e desabamentos de encostas. A usina termoelétrica de Candiota, em Bagé, no Rio
Grande do Sul, provoca a formação de chuvas ácidas no Uruguai. Outro efeito das chuvas
ácidas é a formação de cavernas .


          PREJUÍZOS PARA O HOMEM
SAÚDE: A chuva ácida libera metais tóxicos que estavam no solo. Esses metais podem
alcançar rios e serem utilizados pelo homem causando sérios problemas de saúde.
PRÉDIOS, CASAS, ARQUITETURA: a chuva ácida também ajuda a corroer os materiais
usados nas construções como casas, edifícios e arquitetura, destruindo represas, turbinas
hidrelétricas, etc.
          PREJUÍZOS PARA O MEIO AMBIENTE
LAGOS: os lagos podem ser os mais prejudicados com o efeito da chuva ácida, pois podem
ficar totalmente acidificados, perdendo toda a sua vida.
DESMATAMENTOS: a chuva ácida faz clareiras, matando duas ou três árvores. Imagine uma
floresta com muitas árvores utilizando mutuamente, agora duas árvores são atingidas pela
chuva ácida e morrem, algum tempo após muitas plantas que se utilizavam da sombra destas
árvores morrem e assim vão indo até formar uma clareira. Essas reações podem destruir
florestas.
AGRICULTURA: a chuva ácida afeta as plantações quase do mesmo jeito que das florestas, só
que é destruída mais rápido já que as plantas são do mesmo tamanho, tendo assim mais áreas
atingidas.
Revolução Verde – Precedentes Históricos


Para se entender melhor a Revolução Verde e se estudar seus pontos negativos e positivos e preciso antes conhecer o contexto histórico em que
ela surgiu.


A Revolução Verde é um fato corrente no campo que está presente na vida de muitos produtores em diversas áreas do mundo, porém, para se
chegar ao atual estágio, exigiu-se toda uma gama de fatores que marcaram a sociedade no instante de seu surgimento (ANDRADES e GANIMI,
2007).


Nesse sentido, será imprescindível remeter ao contexto do final da Segunda Guerra Mundial, em cujo momento pode observar a formação de um
conjunto de variáveis técnicas sociais, econômicas e políticas para a formação da Revolução Verde.


Antes de terminar a Segunda Grande Guerra, instituições privadas como a Rockfeller e a Ford, vendo na agricultura uma boa chance para
reprodução de capital, começaram a investir em técnicas para o melhoramento de sementes, denominadas Variedade Alta de Produtividade
(VAP), no México e nas filipinas (ROSA, 1998, citado por ANDRADES e GANIMI)


Ao fim da Segunda Guerra Mundial empresas de produtos químicos que abasteciam a indústria bélica norte-americana começaram a incentivar a
produção e o uso de agrotóxicos como herbicidas, fungicidas, inseticidas e fertilizantes químicos. Paralelamente a este fato, começou também a
ser adotado e incentivado o uso de maquinário pesado como tratores e colheitadeiras. Assim surgiram as inovações tecnológicas que deram início
à base técnica da Revolução Verde.


As outras variáveis sociais, econômicas e políticas que impulsionaram a Revolução Verde surgiram ao findar da Segunda Guerra Mundial, durante
a Guerra Fria, quando os EUA (bloco capitalista) e extinta União Soviética (bloco socialista) disputavam ideológica e economicamente a
hegemonia do mundo. A partir desse cenário os demais países deveriam se aliar a uma dessas superpotências, que por sua vez, para manter ou
conquistar novas áreas de influência faziam investimentos econômicos em países que pretendiam fazer com que se aliassem a elas. Os EUA e os
grandes capitalistas temiam que a fome, um problema que se tornava cada vez mais sério em várias partes do mundo, se tornasse um elemento
decisivo para os países aliados ou que pretendiam se aliar. Nesse contexto ocorreram grandes investimentos dos EUA na agricultura de diversos
países em desenvolvimento como Índia, Brasil e México.


A Revolução Verde


A expressão Revolução Verde foi criada em 1966, em uma conferência em Washington, por Wiliam Gown, que disse a um pequeno grupo de
pessoas interessadas no desenvolvimento de países com déficit de alimentos “é a Revolução Verde, feita a base de tecnologia, e não do
sofrimento do povo.”


As sementes modificadas e desenvolvidas nos laboratórios possuem alta resistência a diferentes tipos de pragas e doenças, seu plantio, aliado à
utilização de agrotóxicos, fertilizantes, implementos agrícolas e máquinas, aumenta significativamente a produção agrícola.
Após 1950, muitos países do mundo, incluindo o Brasil, introduziram as inovações trazidas pela Revolução Verde em seus meios de produção
agrícola.


Consequências da Revolução Verde


Mundo


Com a adoção das novas praticas agrícolas propostas pela Revolução Verde, constatou-se um aumento significativo na produção de alimentos.
No México, as experiências iniciais e mais significativas foram realizadas com o trigo, que em sete anos quadruplicou sua produção. Nas Filipinas,
as pesquisas foram realizadas com arroz, o resultado foi satisfatório havendo um grande aumento na produção e colheita. Porém a fome no
mundo não reduziu, pois a produção de alimentos nos países em desenvolvimento é destinada principalmente, a países ricos e industrializados.


A modernização no campo alterou a estrutura agrária. Pequenos produtores que não conseguiram se adaptar as novas técnicas de produção, não
atingiram a produtividade suficiente para competir com grandes empresas agrícolas e se endividaram com empréstimos bancários feitos com o
objetivo de investir na mecanização das atividades, tendo como única alternativa, a venda de suas terras a outros produtores.


Outro motivo para o fracasso da Revolução Verde pode ser explicado pelo fato de que paralelamente ao aumento da produção de alimentos,
deveria ter sido proposto um programa que visasse combater as desigualdades sociais, pois, elas são responsáveis pela pobreza que é o real
causador da fome nos países em desenvolvimento que é causada não pela falta de alimentos, mas sim pela falta de recursos para adquirir os
alimentos disponíveis.


Uma terceira linha de críticas refere-se aos efeitos ambientais da Revolução Verde: ocorreram impactos ambientais ocasionados pelo uso do
maquinário e fertilizantes químicos tais como: erosão, compactação do solo, poluição do ar e do solo, redução dos recursos hídricos, perda de
matéria orgânica do solo, inundação e salinização de terras irrigadas, exploração excessiva dos recursos pesqueiros e poluição dos mares. A
perda da biodiversidade, especialmente, torna esse tipo de agricultura contrária aos princípios básicos do desenvolvimento sustentável


Brasil


Para se compreender melhor as consequências que a revolução verde teve no Brasil, é preciso primeiramente se entender em qual contexto
histórico a mesma foi implantada no país.


Durante a ditadura militar, muito se discutia a respeito de qual caminho o país deveria seguir para aumentar sua produtividade agrícola. Duas
possibilidades distintas predominavam: a que defendia o aumento da produtividade por meio da reforma agrária, e a que defendia a adoção de
pacotes tecnológicos pelos agricultores, sem se tocar na questão fundiária.


Sem nenhuma surpresa, o Governo militar adotou a opção de manter a estrutura agrária que já existia no Brasil e adotou as bases do modelo da
Revolução Verde. Essa postura foi muito questionada por seus críticos que a denominaram modernização conservadora.


Primeiramente as regiões que sofreram mais intensamente foram as regiões Sul, Sudeste e um pouco mais tarde, a região Centro Oeste. A grande
abertura da nova fronteira agrícola foi executada pela grande empresa com o apoio do estado. Foi observada a preferência pelas monoculturas
com o objetivo de exportação como soja, milho, algodão e arroz. Logo depois, a cana-de-açúcar também teve sua expansão observada devido aos
incentivos do programa Proácool. Observou-se que as atitudes tomadas aumentaram sim a produtividade do setor, entretanto houve um grande
custo para a sociedade e para o meio ambiente.


Com relação à questão ambiental, pode se destacar a erosão genética, um dos processos de degradação provocado pela seleção de espécies e
pelo desmatamento. O processo de modernização da agricultura acentuou a extinção de espécies, tanto animais quanto vegetais por ter se
dedicado a produtos economicamente mais rentáveis. O desmatamento de vastas áreas para o cultivo de monoculturas acarretou a proliferação de
pragas que se alimentam desses cultivos como a lagarta da soja, o besouro bicudo do algodão. Para se combater essas e outras diversas pragas
que atacavam os cultivares os produtores investiram no uso intensivo de agrotóxicos, fungicidas, herbicidas e inseticidas sem se levar em conta o
fato de que, quanto mais se usa esses insumos, mais as pragas tendem a se tornar resistentes, demandando cada vez mais o uso de agrotóxicos.
O uso indiscriminado desses insumos ainda provocou a contaminação de solos, rios, animais e por conseqüência, de todo o ecossistema. Ainda
pode ser observado outro problema quanto a irrigação, que se usada de maneira errada, nos moldes da Revolução Verde, altera todo o ciclo
hidrológico natural.


Como se observou, a Revolução verde causou grandes impactos ambientais, mas não pode se esquecer de que o homem, apesar de causador
desses impactos, também sofre com as conseqüências de seus atos, tanto como ser biológico quanto como ser social. Biologicamente a saúde do
homem foi afetada pelo uso de agrotóxicos que se acumulam no organismo e causam doenças e impactos irreversíveis. Não pode se esquecer
também que o contato direto que o homem do campo teve com tais produtos, sem se usar o equipamento de proteção necessário, acarretou
problemas de saúde como: lesões hepáticas e renais, distúrbios mentais e doenças respiratórias.


Do ponto de vista social, o processo de modernização da agricultura é extremamente desigual e excludente, visto que privilegia os poucos grandes
produtores em detrimento de outros pequenos produtores familiares. Primeiramente os investimentos não atingem de forma democrática os
estabelecimentos já que as maiores parcelas de financiamentos se destinaram a grandes e médios produtores, deixando de fora, os pequenos
produtores que representavam mais de 87% em 1985.
A mecanização também acentuou o desemprego no campo conforme a intensificação do processo. Isso ocorreu porque as máquinas agrícolas
implantadas e advindas dos pacotes tecnológicos da Revolução verde eram poupadores de mão-de-obra.


Os produtores que não receberam investimentos, ou seja, os pequenos produtores, não conseguiram acompanhar essa modernização, muitas
vezes sendo obrigados a vender suas terras aos grandes produtores o que acarretou uma grande expropriação de terras. Esses produtores
expropriados de suas terras migraram para cidades grandes, principalmente Rio de Janeiro e São Paulo para trabalhar em empregos de
remuneração baixa, em empregos informais ou ainda colaborar com o aumento da criminalidade, na pior das hipóteses. Populações advindas do
meio rural se vêem obrigadas, pela falta de oportunidades, a morar em favelas, muitas vezes em condições precárias, ou em periferias das
grandes cidades.


A perda das terras pelos pequenos produtores ocasionou ainda a concentração fundiária e de renda nas mãos de grandes produtores. Essa
concentração é evidenciada ao se observar os conflitos pela Terra, acentuados devido as tensões geradas pelo desenvolvimento de mobilizações
de trabalhadores rurais pela reforma agrária como o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra).


A nova revolução verde


Por ocasião da grande demanda mundial de alimentos, muito tem se falado sobre o surgimento de uma Nova Revolução Verde. A crise mundial de
alimentos se tornou novamente uma oportunidade para as próprias empresas que criaram as condições para a crise se iniciar, os proponentes da
Revolução Verde.


De certo tem se falado que não a razões para duvidar que a resposta a nova crise de mundial de alimentos virá do avanço tecnológico (Revista
VEJA, 2009).


Segundo um artigo de Luís Guilherme Barrucho, publicado na revista VEJA existem três caminhos vitais a serem seguidos para alimentar a
população do planeta nos próximos anos. O primeiro caminho listado trata da modernização das lavouras e a adoção da agricultura de precisão. O
segundo caminho trata do uso da biotecnologia para o melhoramento de sementes para o aumento da produtividade ou desenvolvimento de
resistência das mesmas à determinadas pragas. O terceiro caminho visa a expansão da fronteira agrícola, que em alguns países da Europa já está
próxima de seus limites, mas que no Brasil e a África ainda pode crescer muito.


CONSIDERAÇÕES FINAIS


Pode se entender que todo esse conjunto de inovações tecnológicas, pesquisas em sementes, fertilização do solo, uso de agrotóxicos, pesticidas
e mecanização agrícola ocorridos com objetivo de aumento de produtividade e conseqüente diminuição da fome mundial chamado Revolução
Verde teve, a curto prazo, resultados positivos mas por fim acabou piorando todo o cenário agrícola produtivo, aumentando a discrepância social
entre os pequenos e os grandes produtores. Aqueles que não conseguiram acompanhar as alterações tecnológicas foram engolidos pela
revolução ao não acompanharem o nível de produtividade, se endividaram com empréstimos e acabaram tendo que vender suas propriedades à
outros produtores que, por muitas vezes, caíram no mesmo ciclo vicioso.


A Revolução Verde foi apenas mais uma das táticas capitalistas das grandes potências para monopolizar também o mercado agrícola, o que
acarretou mais desigualdades, fome e ainda impactos ambientais.


O problema da fome não está nem nunca esteve na produção de alimentos, mas sim na dificuldade de obtenção destes alimentos por parte da
população carente, que por sua vez só existe por causa da má distribuição de renda mundial. Isso comprova a instabilidade da revolução verde,
que favoreceu apenas a as grandes potencias que subsidiaram a produção dos países subdesenvolvidos para assim poderem importar a produção
desses países os deixando com a menor e pior parte de sua produção.

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  • 1. Guerra Fria A Guerra Fria, que teve seu início logo após a Segunda Guerra Mundial (1945) e a extinção da União Soviética (1991) é a designação atribuída ao período histórico de disputas estratégicas e conflitos indiretos entre os Estados Unidos e a União Soviética, disputando a hegemonia política, econômica e militar no mundo. Causas A União Soviética buscava implantar o socialismo em outros países para que pudessem expandir a igualdade social, baseado na economia planificada, partido único (Partido Comunista), igualdade social e falta de democracia. Enquanto os Estados Unidos, a outra potência mundial, defendia a expansão do sistema capitalista, baseado na economia de mercado, sistema democrático e propriedade privada. Com o fim da Segunda Guerra Mundial o contraste entre o capitalismo e socialismo era predominante entre a política, ideologia e sistemas militares. Apesar da rivalidade e tentativa de influenciar outros países, os Estados Unidos não conflitou a União Soviética (e vice-versa) com armamentos, pois os dois países tinham em posse grande quantidade de armamento nuclear, e um conflito armado direto significaria o fim dos dois países e, possivelmente, da vida em nosso planeta. Porém ambos acabaram alimentando conflitos em outros países como, por exemplo, na Coréia e no Vietnã Com o objetivo de reforçar o capitalismo, o presidente dos Estados Unidos, Harry Truman, lança o Plano Marshal, que era um oferecimento de empréstimos com juros baixos e investimentos para que os países arrasados na Segunda Guerra Mundial pudessem se recuperar economicamente. A partir desta estratégia a União Soviética criou, em 1949, o Comecon, que era uma espécie de contestação ao Plano Marshall que impedia seus aliados socialistas de se interessar ao favorecimento proposto pelo então inimigo político. A Alemanha por sua vez, aderiu o Plano Marshall para se restabelecer, o que fez com que a União Soviética bloqueasse todas as rotas terrestres que davam acesso a Berlim. Desta forma, a Alemanha, apoiada pelos Estados Unidos, abastecia sua parte de Berlim por vias aéreas provocando maior insatisfação soviética e o que provocou a divisão da Alemanha em Alemanha Oriental e Alemanha Ocidental. Em 1949, os Estados Unidos juntamente com seus aliados criam a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) que tinha como objetivo manter alianças militares para que estes pudessem se proteger em casos de ataque. Em contra partida, a União Soviética assina com seus aliados o Pacto de Varsóvia que também tinha como objetivo a união das forças militares de toda a Europa Oriental. Entre os aliados da Otan destacam-se: Estados Unidos, Canadá, Grécia, Bélgica, Itália, França, Alemanha Ocidental, Holanda, Áustria, Dinamarca, Inglaterra, Suécia, Espanha. E os aliados do Pacto de Varsóvia destacam-se: União Soviética, Polônia, Cuba, Alemanha Oriental, China, Coréia do Norte, Iugoslávia, Tchecoslováquia, Albânia, Romênia. Origem do nome É chamada "fria" porque não houve uma guerra direta entre as superpotências, dada a inviabilidade da vitória em uma batalha nuclear. Envolvimentos Indiretos Guerra da Coréia : Entre os anos de 1951 e 1953 a Coréia foi palco de um conflito armado de grandes proporções. Após a Revolução Maoista ocorrida na China, a Coréia sofre pressões para adotar o sistema socialista em todo seu território. A região sul da Coréia resiste e, com o apoio militar dos Estados Unidos, defende seus interesses. A guerra dura dois anos e termina, em 1953, com a divisão da Coréia no paralelo 38. A Coréia do Norte ficou sob influência soviética e com um sistema socialista, enquanto a Coréia do Sul manteve o sistema capitalista. Guerra do Vietnã : Este conflito ocorreu entre 1959 e 1975 e contou com a intervenção direta dos EUA e URSS. Os soldados norte-americanos, apesar de todo aparato tecnológico, tiveram dificuldades em enfrentar os soldados vietcongues (apoiados pelos soviéticos) nas florestas tropicais do país. Milhares de pessoas, entre civis e militares morreram nos combates. Os EUA saíram derrotados e tiveram que abandonar o território vietnamita de forma vergonhosa em 1975. O Vietnã passou a ser socialista. Fim da Guerra Fria
  • 2. A falta de democracia, o atraso econômico e a crise nas repúblicas soviéticas acabaram por acelerar a crise do socialismo no final da década de 1980. Em 1989 cai o Muro de Berlim e as duas Alemanhas são reunificadas. No começo da década de 1990, o então presidente da União Soviética Gorbachev começou a acelerar o fim do socialismo naquele país e nos aliados. Com reformas econômicas, acordos com os EUA e mudanças políticas, o sistema foi se enfraquecendo. Era o fim de um período de embates políticos, ideológicos e militares. O capitalismo vitorioso, aos poucos, iria sendo implantado nos países socialistas. Ensino de Geografia • 26/4/2009 - IMPACTOS AMBIENTAIS NO SOCIALISMO - O MAR DE ARAL Sempre relacionamos a degradação do ambiente ao capitalismo, o que de fato deve ser feito, pois, foi o sistema econômico (político, social etc) que mais modelou o espaço e mais degradou o ambiente. A partir do capitalismo comercial, do pensamento moderno originado da ciência moderna, se consolidou uma matriz de pensamento que separava o homem da natureza, e considerava esta última um recurso, que poderia ser explorado incessantemente já que esse recurso era ilimitado. No entanto, por saber dessa trajetória do capitalismo e sua relação com o ambiente, muitas vezes, negligenciamos os impactos ambientais em outros sistemas econômicos. O texto a seguir mostra o desastre do mar de Aral, que aconteceu em um país socialista, a antiga URSS, desmistificando assim, a ideia que só no capitalismo há degradação ambiental . Catástrofe no mar de Aral O mar de Aral, entre o Cazaquistão e o Uzbequistão, está morrendo. Por Sergio Adeodato Ele tinha uma área equivalente à dos estados do Rio de Janeiro e Alagoas juntos. Por séculos, foi um oásis no meio do deserto. Mas agora o mar de Aral, entre o Cazaquistão e o Uzbequistão, está morrendo. Simboliza o que poderá acontecer com os outros mananciais do planeta se o ritmo do uso irracional continuar como nos dias de hoje. Apesar do nome, o Aral é um grande lago que se tornou salgado. Antes da década de 1960, tinha 62.000 km2 de extensão. Hoje, já perdeu dois terços da sua área de superfície. Em toda a bacia do Aral, existem mais de 5 mil lagos, a maior parte na região dos rios Amu Daria e Sir Daria. Sua morte foi prevista há quase 50 anos, quando o então governo soviético desviou dois rios que o alimentavam para irrigar plantios de algodão. Os agrotóxicos poluíram 15% das águas, também castigadas pelos efeitos das barragens de 45 usinas hidrelétricas. A floresta que cercava suas margens praticamente acabou. Cerca de 80% das espécies de animais desapareceram. Com a erosão e a retirada exagerada de água, o Aral recebe anualmente 60 milhões de toneladas de sal carregadas pelos rios, matando peixes e, por conseqüência, a indústria pesqueira que sustentava a economia local. O sal e
  • 3. os pesticidas agrícolas se infiltraram no solo. Contaminaram lençóis freáticos, tornaram impossível a lavoura e elevaram a níveis epidêmicos doenças como o câncer. O Aral pode desaparecer se nada for feito para modernizar os sistemas de irrigação e adotar práticas ambientais menos agressivas. Retirado de : http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/ambiente/conteudo_345576.shtml Capitalismo: catástrofe para o meio ambiente Dimitri Silveira - 15 de dezembro de 2005 O ano de 2005 foi um ano de catástrofes. Iniciamos o ano em campanha de solidariedade com as vítimas do tsunami na Ásia, em agosto o furacão Katrina apagou do mapa cidades inteiras na sul dos EUA, e por fim um terremoto devastador na região da Caxemira fez milhares de vítimas fatais. Em todos esses acontecimentos vemos a incapacidade do capitalismo em garantir segurança e socorro aos atingidos pelas catástrofes, potencializando os seus efeitos. Um pouco de história A década de 70 figura como um marco de emergência de questionamentos e manifestações ecológicas, em escala mundial, que defendem a inclusão dos problemas ambientais na agenda do desenvolvimento das nações e das relações internacionais. Essas preocupações refletem a percepção de um conflito crescente entre a expansão do capitalismo e o os efeitos destrutivos sobre os ecossistemas naturais. Os impactos ambientais, até então percebidos como resíduos inevitáveis do progresso e da expansão capitalista, passam a assumir uma nova dimensão. A intensificação de problemas sócio-ambientais como os processos de urbanização acelerada; o crescimento e a desigual distribuição demográfica; a expansão descontrolada do uso de energia nuclear, com finalidades bélicas ou pacíficas; o consumo excessivo de recursos não-renováveis; os fenômenos crescentes de perda e desertificação do solo; a contaminação tóxica dos recursos naturais; o desflorestamento; a redução da biodiversidade e da diversidade cultural; a intensificação do efeito estufa e a redução da camada de ozônio e suas implicações sobre o equilíbrio climático, têm impactado a opinião pública mundial e atraído atenção para uma realidade até então pouco observada. Diante dessa situação, a sociedade foi paulatinamente pressionando a incorporação da questão ambiental aos programas de governo nacionais e à agenda dos organismos internacionais. Em 1983 a ONU divulga o conceito de desenvolvimento sustentável, ou seja, definido como aquele que atende às necessidades do
  • 4. presente sem comprometer a capacidade de as gerações futuras também atenderem as suas. Desde a primeira conferência sobre meio ambiente, realizada em 1972 em Estocolmo, até a de Joanesburgo em 2002, passando pela Rio 92, pouca coisa mudou em relação ao combate à degradação ambiental. Relatórios são apresentados, notícias alarmantes são veiculadas pela mídia, metas e prazos são estabelecidos, mas pouco se avança, o que serve apenas para dar a falsa impressão de que algo está sendo feito pelo meio ambiente e pela qualidade de vida no planeta. Tentam ganhar tempo Dessa forma tenta-se amenizar as pressões da opinião pública e ganhar tempo para que grandes empresas possam aperfeiçoar não as tecnologias antipoluentes, mas as que, de maneira mais sofisticada, servem para continuar poluindo. Até mesmo os especialistas em questões ambientais que participam dessas conferências reconhecem que os prazos e metas estipulados deveriam ser levados mais a sério. Os países avançados, que por sua vez também são os maiores poluidores do planeta, em geral se comprometem muito timidamente em assinar algum acordo internacional que estipule redução na emissão de poluentes, pois isso significa despesas para as industrias. Exemplo disso foi o protocolo de Kyoto, apresentado no Japão em 1997, que passou a vigorar em fevereiro deste ano e propõe a redução em 5,2% das emissões produzidas por combustíveis fósseis até 2012 para minimizar o problema do aquecimento global. Os EUA e Austrália se recusaram a ratificar este protocolo e os demais países ricos se comprometeram com metas irrisórias se comparado ao tamanho do problema. A verdade é que as conferências da ONU sobre meio ambiente realizadas até hoje e o conceito de desenvolvimento sustentável não passam de tímidas intenções de minimizar os efeitos da degradação ambiental, ao invés de combater suas causas. Diante do capitalismo o conceito de desenvolvimento sustentável é insustentável. Basta lembrar que o sistema de mercado não existe para atender as necessidades das pessoas, mas para atender aos desejos dos consumidores e a lucratividade dos capitalistas. Discutir preservação ambiental significa discutir também concepção de sociedade. Cabe a pergunta: estão os países imperialistas e as elites das nações subdesenvolvidas dispostas a mudanças e sacrifícios em prol do meio ambiente e da humanidade? Seca na Amazônia
  • 5. A insanidade capitalista torna-se nítida se observarmos o que vem ocorrendo na Amazônia e em Mato Grosso. Neste Estado, cujo governador é Blairo Maggi, também conhecido por “Rei da Soja”, está em andamento um brutal processo de desmatamento da floresta amazônica, que sede lugar às plantações de soja e à criação de gado. A atual seca na região explica-se em parte pela grande retirada da cobertura vegetal que vem ocorrendo nos últimos anos. Segundo dados do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) no período de agosto de 2003 a agosto de 2004 o Brasil desmatou 26.130 km2, sendo que o Estado do Mato Grosso foi responsável por 50%. Mas isso ainda não é o pior, pois há especialistas que dizem que os dados do INPE não correspondem à realidade e afirmam que metade da floresta amazônica já foi destruída. Este sim é o verdadeiro massacre da serra elétrica! Não é raro ouvir pessoas dizerem que a ciência e a tecnologia existentes atualmente possibilitariam a redução, e em alguns casos até mesmo a reversão, de graves problemas ambientais. Essas pessoas, em parte, estão certas. Mas só em parte. A culpa é do sistema Em geral as ONGs ambientalistas também compartilham dessa idéia, isto é, afirmam que a tecnologia já criou meios alternativos que minimizariam drasticamente o impacto da ação humana sobre o meio ambiente. Mas então por que os problemas ambientais vêm piorando dos últimos anos para cá? Segundo as ONGs, o problema é a população e listam uma infinidade de precauções que as pessoas deveriam adotar ao comprar seus alimentos, mobiliar sua casa, abastecer seu veículo, comprar sua roupa etc. Não percebem que os grandes interesses econômicos do capitalismo não respeitam idéias ecologicamente corretas e muito menos incentivariam tecnologias pró- meio ambiente que ameaçassem seus lucros. A energia solar só não é utilizada em larga escala por uma razão muito simples, o sol ainda é gratuito para todos. Tratar a questão do problema ambiental meramente do ponto de vista do avanço tecnológico e de comportamento individual das pessoas, sem levar em conta a luta contra o próprio capitalismo, significa correr atrás do próprio rabo; atacar os efeitos e não a causa dos problemas. É uma luta pelo socialismo Foi-se o tempo em que se dizia que teríamos de preservar a natureza para nossos filhos e netos. Previsões
  • 6. de impacto sobre o meio ambiente que antes eram feitas para um prazo de 100 anos, foram sendo revistas para 50, 30 e até 10 anos. A crise ambiental já bate à nossa porta! Uma mudança rápida e profunda precisa ser feita, mas o capitalismo é incapaz de resolver os problemas que cria, seja do ponto de vista econômico, social ou ambiental. A seca na Amazônia, as queimadas de florestas por todo o planeta, a intensificação de furacões e de seu poder de destruição, assim como a extinção de espécies animais e vegetais, entre outros problemas, não terão solução sob o capitalismo, pois por incrível que pareça, tem gente lucrando muito com tudo isso. É necessário transformar radicalmente as bases econômicas da sociedade para que possa haver harmonia e não destruição. Uma economia planificada que mobilizasse o conjunto da classe trabalhadora e da juventude num grande projeto de recuperação do meio ambiente no Brasil e no mundo é a única forma de evitar o apocalipse ambiental que se aproxima. E isso só será possível numa sociedade socialista. Somente uma sociedade organizada de acordo com os reais interesses da humanidade será capaz de garantir um futuro saudável a todas as espécies. MEIO AMBIENTE IMPACTOS AMBIENTAIS Impacto ambiental deve ser entendido como um desequilíbrio provocado por um choque, um "trauma ecológico", resultante da ação do homem sobre o meio ambiente. No entanto, pode ser resultado de acidentes naturais: a explosão de um vulcão, o choque de um meteoro, um raio, etc. Mas devemos dar cada vez mais atenção aos impactos causados pela ação do homem. Mas quem é esse homem genérico, agente vago que muitas vezes é responsabilizado por tudo? Quando dizemos que o homem causa os desequilíbrios, obviamente estamos falando do sistema produtivo construído pela humanidade ao longo de sua história. Estamos falando particularmente do capitalismo. Podemos diferenciar os impactos ambientais em escala local, regional e global. Podemos também separá-los naqueles ocorridos em um ecossistema natural, em um ecossistema agrícola ou em um sistema urbano, embora um impacto, à primeira vista ocorrido em escala local, possa Ter também conseqüências em escala global. Por exemplo, a devastação de florestas tropicais por queimadas para a introdução de pastagens pode provocar desequilíbrios nesse ecossistema natural: extinção de espécies animais e vegetais, empobrecimento do solo, assoreamento dos rios, menor índice pluviométrico, etc., mas a emissão de gás carbônico como resultado da combustão das árvores vai colaborar para o aumento da concentração desse gás na atmosfera, agravando o "efeito estufa". Assim, os impactos localizados, ao se somarem, acabam tendo um efeito também em escala global. Veremos agora os principais impactos ambientais no mundo hoje: a) Desmatamento de florestas As principais conseqüências do desmatamento são: - Destruição da biodiversidade; - Genocídio e etnocídio das nações indígenas; - Erosão e empobrecimento dos solos; - Enchente e assoreamento dos rios; - Diminuição dos índices pluviométricos;
  • 7. - Elevação das temperaturas; - Desertificação; - Proliferação de pragas e doenças. A primeira conseqüência do desmatamento é a destruição da biodiversidade, como resultado da diminuição ou, muitas vezes, da extinção de espécies vegetais e animais. As florestas tropicais tem uma enorme biodiversidade e um incalculável valor para as futuras gerações. Muitas espécies que podem ser a chave para a cura de doenças, usadas na alimentação ou como novas matérias-primas, são totalmente desconhecidas do homem urbano-industrial e correm o risco de serem destruídas antes mesmo de conhecidas e estudadas. Esse patrimônio genético é bastante conhecido pelas várias nações indígenas que habitam as florestas tropicais, notadamente a Amazônia. Mas essas comunidades nativas também estão sofrendo um processo de genocídio e etnocídio que tem levado à perda de seu patrimônio cultural, dificultando, portanto, o acesso aos seus conhecimentos. Um efeito muito sério, local e regional, do desmatamento é o agravamento dos processos erosivos. A erosão é um fenômeno natural, que é absorvido pelos ecossistemas sem nenhum tipo de desequilíbrio. Em uma floresta, as árvores servem de anteparo para as gotas das chuvas, que escorrem pelos seus troncos, infiltrando-se no subsolo. Além de diminuir a velocidade de escoamento superficial, as árvores evitam o impacto direto das chuvas como o solo e suas raízes ajudam a retê-lo, evitando a sua desagregação. A retirada da cobertura vegetal expõe o solo ao impacto das chuvas. As conseqüências dessa interferência humana são várias: - aumento do processo erosivo, o que leva a um empobrecimento dos solos, como resultado da retirada de sua camada superficial e, muitas vezes, acaba inviabilizando a agricultura; - assoreamento de rios e lagos, como resultado da elevação da sedimentação, que provoca desequilíbrios nesses ecossistemas aquáticos, além de causar enchentes e, muitas vezes, trazer dificuldades para a navegação; - extinção de nascentes: o rebaixamento do lençol freático, resultante da menor infiltração da água das chuvas no subsolo, muitas vezes pode provocar problemas de abastecimento de água nas cidades e na agricultura; - diminuição dos índices pluviométricos, em conseqüência do fenômeno descrito acima, mas também do fim da evapotranspiração. Estima-se que metade das chuvas caídas sobre as florestas tropicais são resultantes da evapotranspiração, ou seja, da troca de água da floresta com a atmosfera; - elevação das temperaturas locais e regionais, como conseqüência da maior irradiação de calor para a atmosfera a partir do solo exposto. Boa parte da energia solar é absorvida pela floresta para o processo de fotossíntese e evapotranspiração. Sem a floresta, quase toda essa energia é devolvida para a atmosfera em forma de calor, elevando as temperaturas médias; - agravamento dos processos de desertificação, devido à combinação de todos os fenômenos até agora descritos: diminuição das chuvas, elevação das temperaturas, empobrecimento dos solos e, portanto, acentuada diminuição da biodiversidade; - redução ou fim das atividades extrativas vegetais, muitas vezes de alto valor socioeconômico. É importante perceber que, muitas vezes, compensa mais, em termos sociais, ambientais e mesmo econômicos, a preservação da floresta, que pode ser explorada de forma sustentável, do que sua substituição por outra atividade qualquer; - proliferação de pragas e doenças, como resultado de desequilíbrios nas cadeias alimentares. Algumas espécies, geralmente insetos, antes em nenhuma nocividade, passam a proliferar exponencialmente com a eliminação de seus predadores, causando graves prejuízos, principalmente para a agricultura. Além desses impactos locais e regionais da devastação das florestas, há também um perigoso impacto em escala global. A queima das florestas, seja em incêndios criminosos, seja na forma de lenha ou carvão vegetal para vários fins (aliás, a queima de carvão vegetal vem aumentando muito na Amazônia brasileira, como resultado da disseminação de usinas de produção de ferro gusa, principalmente no Pará), tem colaborado para aumentar para aumentar a concentração de gás carbônico na atmosfera. É importante lembrar que esse gás é um dos principais responsáveis pelo efeito estufa. b) Poluição com agrotóxicos A padronização dos cultivos, ou seja, o plantio de uma única espécie em grandes extensões de terra - nos EUA, por exemplo, há a predominância de determinada cultura em algumas regiões
  • 8. do país, definindo os cinturões (belts) do trigo (wheat-belt), do milho (corn belt), do algodão (cotton belt), etc. -, tem causado desequilíbrios nas cadeias alimentares preexistentes, favorecendo a proliferação de vários insetos, que se tornaram verdadeiras pragas com o desaparecimento de seus predadores naturais: pássaros, aranhas, cobras, etc. Por outro lado, a maciça utilização de agrotóxicos, na tentativa de controlar tais insetos, tem levado, por seleção natural (quando só se reproduzem os elementos imunes ao veneno), à proliferação de linhagens resistentes, forçando a aplicação de inseticidas cada vez mais potentes. Isso, além de causar doenças nas pessoas que manipulam e aplicam esses venenos e naquelas que consomem os alimentos contaminados, tem agravado a poluição dos solos. A utilização indiscriminada de agrotóxicos tem acelerado a contaminação do solo, empobrecendo-o, ao impedir a proliferação de microorganismos fundamentais para a sua fertilidade. c) Erosão Outro impacto sério causado pela agricultura é a erosão do solo, principalmente na zona tropical do planeta. O revolvimento do solo antes do cultivo desagrega-o, facilitando o carreamento dos minerais pela água das chuvas. A perda de milhares de toneladas de solo agricultável todos os anos, em conseqüência da erosão, é um dos mais graves problemas enfrentados pela economia agrícola. O processo de formação de novos solos, como resultado do intemperismo das rochas, é extremamente lento, daí a gravidade do problema. Toda atividade agrícola favorece o processo erosivo, mas algumas culturas facilitam-no mais que outras. O combate à erosão Com o objetivo de anular, ou pelo menos minimizar, os problemas causados pela erosão em áreas agrícolas, foram desenvolvidas técnicas. - Terraceamento: consiste em fazer cortes formando degraus - os terraços - nas encostas das montanhas, o que, além de possibilitar a expansão das áreas agrícolas em países montanhosos e populosos, dificulta, ao quebrar a velocidade de escoamento da água, o processo erosivo. Essa técnica é muito comum em países asiáticos, como a China, o Japão, a Tailândia; o Nepal, etc. - Curvas de nível: esta técnica consiste em arar o solo e depois fazer a semeadura seguindo as cotas altimétricas do terreno, o que por si só já reduz a velocidade de escoamento superficial da água da chuva. Para reduzi-la ainda mais, é comum a construção de obstáculos no terreno, espécies de canaletas, com terra retirada dos próprios sulcos resultantes da aração. Com esse método simples, a perda de solo agricultável é sensivelmente reduzida. O cultivo seguindo as curvas de nível é feito em terrenos com baixo declive, propício a mecanização. É comum em países desenvolvidos, onde a agricultura é bastante mecanizada: Grandes Planícies, nos EUA e no Canadá; planície Champagne, na França; Grande Bacia Australiana, etc. - Associação de culturas: em cultivos que deixam boa parte do solo exposto à erosão (algodão, café, etc.), é comum plantar, entre uma fileira e outra, espécies leguminosas (feijão, por exemplo), que recobrem bem o terreno. Essa técnica, além de evitar a erosão, garante o equilíbrio orgânico do solo. d) O efeito estufa O efeito estufe é talvez o impacto ambiental que mais assusta as pessoas. Fazem-se previsões catastróficas acerca do derretimento do gelo dos pólos e das montanhas e a conseqüente elevação do nível dos oceanos e inundação de centenas de cidades litorâneas. Talvez o que mais assuste no efeito estufa, ou melhor, nas possíveis conseqüências de uma gradativa elevação das médias térmicas no planeta, é a tomada de consciência, pela primeira vez na história, da possibilidade de destruição do próprio homem. Os impactos ambientais são "democratizados", ou seja, passam a atingir todas as pessoas, sem distinção de cunho econômico, social ou cultural: atingem indistintamente homens e mulheres, ricos e pobres, operários e patrões, negros e amarelos, desenvolvidos e subdesenvolvidos, capitalistas e socialistas, liberais e conservadores. Não há mais refúgio seguro. Todos finalmente passam a Ter plena consciência do óbvio: a Terra é finita e a tecnologia não pode resolver todos os seus problemas. Mas o que é esse tão temido e tão falado efeito estufa? Antes de mais nada, é fundamental enfatizar que se trata, na verdade, de um fenômeno natural e fundamental para a vida na Terra.
  • 9. O efeito estufa, que consiste na retenção de calor irradiado pela superfície terrestre, pelas partículas de gases e de água em suspensão na atmosfera, garante a manutenção do equilíbrio térmico do planeta e, portanto, a sobrevivência das várias espécies vegetais e animais. Sem isso, certamente, seria impossível a vida na Terra ou, pelo menos, a vida como conhecemos hoje. Assim, feita essa importante ressalva, o efeito estufa, de que tanto se fala ultimamente, resulta, a rigor de um desequilíbrio na composição atmosférica, provocado pela crescente elevação da concentração de certos gases que têm capacidade de absorver calor, como é o caso do metano, dos CFCs, mas principalmente do dióxido de carbono (CO2). Essa elevação dos níveis de dióxido de carbono na atmosfera se deve à crescente queima de combustíveis fósseis e das florestas, desde a Revolução Industrial. Assim, segundo pesquisas feitas, admite-se que uma duplicação na concentração de dióxido de carbono na atmosfera pode provocar uma elevação média de 3ºC na temperatura terrestre, o que poderia elevar em uns 20 centímetros, em média, o nível dos oceanos. Isso seria resultante da fusão do gelo do topo das montanhas, da fusão do gelo que recobre as terras polares e também da dilatação da água dos mares. Uma elevação dos oceanos, ainda que de 20 centímetros em média, já seria suficiente para causar transtornos a cidades litorâneas. Esse fenômeno é chamado de efeito estufa porque, nos países temperados, é comum a utilização de estufas durante o inverno para abrigar determinadas plantas, a estufa feita de vidro ou plástico transparente tem a capacidade de reter calor, mantendo a temperatura interna mais elevada que a temperatura ambiente. Isso ocorre porque a luz emitida pelo Sol, tanto no espectro visível quanto no ultravioleta, consegue atravessar o vidro e o plástico. O calor irradiado pelo solo, no entanto, basicamente no espectro infravermelho, não atravessa esses materiais, elevando, assim, a temperatura no interior da estufa. Você já parou para pensar que é uma incoerência construir enormes prédios de vidro nos países localizados na zona tropical do planeta, já que eles recebem grande insolação o ano inteiro? Essas enormes caixas de vidro funcionam como gigantescas estufas, armazenando grande quantidade de calor. Para torná-las habitáveis, faz-se necessário dissipar esse calor excedente. Assim, são necessários potentes sistemas de ar-condicionado, que consomem enorme quantidade de energia. E o pior é que, apesar de serem de vidro transparente, a luz solar nem pode ser utilizada como iluminação natural, devido às várias divisórias internas e ao uso de cortinas para minimizar o calor. Assim, a iluminação artificial tem que ficar ligada o dia todo, colaborando para maior consumo de energia, ao mesmo tempo, para a elevação do calor interno, exigindo mais do sistema de ar-condicionado, que por sua vez gasta mais energia ainda. É o resultado de importar padrões desenvolvidos para a zona temperada do planeta. e) Destruição da camada de ozônio A destruição da Camada de Ozônio, localizada na estratosfera, é um dos mais severos problemas ambientais da nossa era, e durante algum tempo foi muito citada na imprensa. Sua destruição ainda que parcial, diminui a resistência natural que oferece à passagem dos raios solares nocivos à saúde de homens, animais e plantas, os chamados raios ultravioletas. As conseqüências mais citadas seriam o câncer de pele, problemas oculares, diminuição da capacidade imunológica, etc. O problema surgiu nos anos 30, quando algumas substâncias foram produzidas artificialmente em laboratório, principalmente para as aplicações em refrigeração. Descobriu-se mais tarde que estas atacam a camada de ozônio, com a tendência de reduzi-la globalmente, e com um efeito devastador que acontece localmente na Antártica, conhecido como o buraco de ozônio da Antártica, aumentando assim a penetração dos raios ultravioleta indesejáveis. Nos anos 80 iniciou-se uma verdadeira guerra para preservação da camada de ozônio, e uma de suas maiores vitórias foi a assinatura do Protocolo de Montreal, há mais de 10 anos. Por este tratado, assinado em 1987 por vários países, todas as substâncias conhecidas por CFC (clorofluorcarbonetos), responsáveis pela destruição do ozônio, não seriam mais produzidas em massa. O trabalho mundial que se realiza para salvar a camada de ozônio continua. Trata-se de uma verdadeira guerra, onde se ganha batalha por batalha (e às vezes se perde uma, como por exemplo a não assinatura do Protocolo por alguns países). O grande problema é que muitas das pequenas indústrias que produziam e ainda produzem substâncias "proibidas" não tem tido capacidade financeira de se adaptar aos ditames do Protocolo de Montreal. A eliminação total está prevista para 2010, e o nível de 50% está previsto, numa etapa intermediária, para 2005. A maior vitória nesta guerra foi conquistada em 1987, quando a maioria dos países desenvolvidos parou de fabricar os CFCs. Para não
  • 10. prejudicar os países em desenvolvimento, foi lhes concedido ainda um tempo adicional para se adaptar às novas exigências. Assim é que, 84% da emissão de CFCs já foi eliminada, uma conquista extraordinária. A guerra, porém, ainda não está ganha. A Índia e a China são hoje ainda os maiores produtores e consumidores de CFCs. A redução da camada de ozônio pode ser medida através do tamanho do buraco de ozônio da Antártica. Trata-se de uma região onde os efeitos destruidores dos CFCs são aumentados, pelas condições climáticas do Pólo Sul. Assim é que estamos numa época em que o tamanho do buraco é o maior já registrado. Apesar da vitória alcançada em 87, os problemas ainda não estão totalmente resolvidos para a camada de ozônio, e o motivo é que não existe ainda um substituto ideal para repor o CFC. Hoje utiliza-se maciçamente substâncias conhecidas por HCFC, isto é, um CFC melhorado ecologicamente, mas que ainda tem em sua molécula um átomo de cloro, que mais cedo ou mais tarde, vai também atacar a camada de ozônio. Em outras palavras, a situação está teoricamente melhor, mas ainda não está resolvida. A guerra não está ganha ainda. Não se pode esquecer que a camada de ozônio reage muito lentamente aos estímulos externos. O exemplo citado acima ilustra bem o que se afirma. A partir de 87 foi quase eliminada a emissão de novas quantidades de CFC para a atmosfera, mas hoje ainda temos um buraco de ozônio na Antártica que está próximo ao seu tamanho máximo. Os cientistas dizem para explicar isto que a camada tem constante de tempo muito longa. A constante de tempo da camada de ozônio é muito grande, isto é, ela só vai reagir a um estímulo após dezenas de anos. A prova é que, há mais de 13 anos após a principal vitória na eliminação da emissão de CFCs, o buraco na camada de ozônio ainda continua próximo ao seu máximo. Em 1998 o tamanho do buraco de ozônio da Antártica foi o maior já registrado, com 27 milhões de quilômetros quadrados, ou seja, mais de 3 vezes o tamanho do Brasil. Parece que estamos ainda muito longe de um resultado realmente positivo no sentido da recuperação da camada de ozônio, não só na Antártica, mas também em todo o mundo. O Brasil tem participado deste trabalho de avaliação contínua da camada de ozônio não só sobre o Brasil, mas também na Antártica, onde manteve em 1999 uma equipe na base Comandante Ferraz, para medir a camada de ozônio usando balões de pesquisa. Por tudo isto, continua o monitoramento da camada de ozônio em todo o mundo, a partir da superfície terrestre, de satélites, de aeronaves, usando as técnicas mais diversas. Não podemos esquecer que a guerra ainda levará muitos anos, até que finalmente, poderemos de fato não mais nos preocupar com radiação ultravioleta danosa aos seres vivos, quando a camada de ozônio estiver recuperada. f) Inversão térmica Fenômeno meteorológico que ocorre principalmente em metrópoles e principal centros urbanos. As radiações solares aquecem o solo e o calor que fica retido no mesmo irradia-se, aquecendo as camadas mais baixas da, atmosfera. Essas camadas, já que estão quentes, ficam menos densas e tendem a subir, formando correntes de convecção do ar. Os poluentes, já que mais quentes que o ar (portanto, menos densos), sobem e irão dispersar-se nas camadas mais altas da atmosfera. Esse é o fenômeno normal. Mas quando duas massas de ar diferentes, o ar quente passa sobre o ar frio, ficando assim acima dele. Por ser mais denso, o ar frio que ficou embaixo não sobe e o ar quente que ficou em cima do frio não desce, por ser menos denso. Na interseção do ar quente e frio, forma-se uma capa que não deixa que os gases poluentes e tóxicos passem para as camadas mais altas da atmosfera. A isso dá-se o nome de Inversão Térmica. Assim, esses gases dispersam-se na atmosfera, criando uma névoa sobre a cidade ou município. Essa névoa é composta de gases tóxicos e poluentes, que são prejudiciais à saúde. Ocorre geralmente nos dias frios do inverno, onde a formação de frentes frias é maior. Quando há deslocamento horizontal dos ventos, a camada de ar frio é carregada e o ar quente desce, assim acabando com a inversão térmica. Os problemas de saúde causados pela inversão térmica são, entre outros: pneumonia, bronquite, enfisemas, agravamento das doenças cardíacas, mal-estares, irritação nos olhos. g) Ilhas de Calor
  • 11. Uma cidade pode ter vários picos de temperatura espalhados pela mancha urbana, caracterizando assim várias ilhas de calor. Uma região fortemente edificada e industrializada como o eixo da marginal Tietê apresenta picos de temperatura mais elevados do que a região do Morumbi, ainda com bastante áreas verdes. As cidades apresentam temperaturas médias maiores do que as zonas rurais de mesma latitude. Dentro delas, as temperaturas aumentam das periferias em direção ao centro. Em casos extremos, a diferença de temperatura entre as º zonas periféricas e o centro pode atingir até 10 C. Esse fenômeno, resulta de muitas alterações humanas sobre o meio ambiente. O uso de grande quantidade de combustíveis fósseis em aquecedores, automóveis e indústrias transforma a cidade em uma fonte inesgotável de calor. Os materiais usados na construção, como o asfalto e o concreto, servem de refletores para o calor produzido na cidade e para o calor solar. De dia, os edifícios funcionam como um labirinto de reflexão nas camadas mais altas de ar aquecido. À noite a poluição do ar impede a dispersão de calor. As áreas centrais de uma cidade concentram a mais alta densidade de construções, bem como atividades emissoras de poluentes. A massa de ar quente carregada de material particulado que se forma sobre essas áreas tende a subir até se resfriar. Quando se resfria, retorna a superfície, dando origem a intensos nevoeiros na periferia da mancha urbana. Daí, volta à região central. É um verdadeiro círculo vicioso de fuligem e poeira. Apesar de todo esse calor, as grandes cidades recebem em média menos radiação solar do que as áreas rurais. É que a poeira suspensa no ar absorve e reflete a radiação antes que ela atinja a superfície. Entretanto, a produção de calor e a conversão do calor latente realizadas pelas construções urbanas mais do que compensam essa perda. As áreas metropolitanas costumam apresentar vários "picos" de temperatura. As atividades que causam esse efeito podem estar concentradas em várias regiões do tecido urbano, que funcionariam como o "centro". Bairros fabris pouco arborizados tendem a ser mais quentes que bairros residenciais de luxo, com baixa densidade de construção e muitas áreas verdes. Mas quais são as conseqüências desse leve aumento das temperaturas? Quais são as conseqüências do surgimento desses microclimas urbanos? A elevação da temperatura nessas áreas centrais da mancha urbana facilita ascensão do ar, quando não há inversão térmica, formando uma zona de baixa pressão. Isso faz com que, os ventos soprem, pelo menos durante o dia, para essa região central, levando muitas vezes, maiores quantidades de poluentes. Assim, sobre a zona central da mancha urbana forma-se uma "cúpula" de ar pesadamente poluído. No caso de São Paulo, os ventos que sopram de zonas industriais periféricas cidades do ABC, Osasco, Guarulhos, etc. rumo as zonas centrais da metrópole concentram ainda maiores quantidades de poluentes. Quando se chega à cidade, pode-se ver nitidamente uma "cúpula" acinzentada recobrindo-a (smog fotoquímico). Uma das formas de evitar a formação dessas ilhas de calor é a manutenção de áreas verdes nos centros urbanos, pois a vegetação altera os índices de reflexão do calor e favorece a manutenção da umidade relativa do ar. h) Chuva ácida A queima de carvão e de combustíveis fósseis e os poluentes industriais lançam dióxido de enxofre e de nitrogênio na atmosfera. Esses gases combinam-se com o hidrogênio presente na atmosfera sob a forma de vapor de água. O resultado são as chuvas ácidas. As águas da chuva, assim como a geada, neve e neblina, ficam carregadas de ácido sulfúrico ou ácido nítrico. Ao caírem na superfície, alteram a composição química do solo e das águas, atingem as cadeias alimentares, destroem florestas e lavouras, atacam estruturas metálicas, monumentos e edificações. Inicialmente, é preciso lembrar que a água da chuva já é naturalmente ácida. Devido à uma pequena quantidade de dióxido de carbono (CO 2) dissolvido na atmosfera, a chuva torna-se ligeiramente ácida, atingindo um pH próximo a 5,6. Ela adquire assim um efeito corrosivo para a maioria dos metais, para o calcário e outras substâncias. Quando não é natural, a chuva ácida é provocada principalmente por fábricas e carros que queimam combustíveis fósseis, como o carvão e o petróleo. Desta poluição um pouco se precipita, depositando-se sobre o solo, árvores, monumentos, etc. Outra parte circula na atmosfera e se mistura com o vapor de água. Passa então a existir o risco da chuva ácida. Segundo o Fundo Mundial para a Natureza, cerca de 35% dos ecossistemas europeus já estão seriamente alterados e cerca de 50% das florestas da Alemanha e da Holanda estão destruídas pela acidez da chuva. Na costa do Atlântico Norte, a água do mar está entre 10% e 30% mais ácida que nos últimos vinte anos. Nos EUA, onde as usinas termoelétricas são responsáveis por quase 65% do dióxido de enxofre lançado na atmosfera, o solo dos Montes Apalaches também está alterado: tem uma acidez dez vezes maior que a das áreas vizinhas,
  • 12. de menor altitude, e cem vezes maior que a das regiões onde não há esse tipo de poluição. Monumentos históricos também estão sendo corroídos: a Acrópole, em Atenas; o Coliseu, em Roma; o Taj Mahal, na Índia; as catedrais de Notre Dame, em Paris e de Colônia, na Alemanha. Em Cubatão, São Paulo, as chuvas ácidas contribuem para a destruição da Mata Atlântica e desabamentos de encostas. A usina termoelétrica de Candiota, em Bagé, no Rio Grande do Sul, provoca a formação de chuvas ácidas no Uruguai. Outro efeito das chuvas ácidas é a formação de cavernas . PREJUÍZOS PARA O HOMEM SAÚDE: A chuva ácida libera metais tóxicos que estavam no solo. Esses metais podem alcançar rios e serem utilizados pelo homem causando sérios problemas de saúde. PRÉDIOS, CASAS, ARQUITETURA: a chuva ácida também ajuda a corroer os materiais usados nas construções como casas, edifícios e arquitetura, destruindo represas, turbinas hidrelétricas, etc. PREJUÍZOS PARA O MEIO AMBIENTE LAGOS: os lagos podem ser os mais prejudicados com o efeito da chuva ácida, pois podem ficar totalmente acidificados, perdendo toda a sua vida. DESMATAMENTOS: a chuva ácida faz clareiras, matando duas ou três árvores. Imagine uma floresta com muitas árvores utilizando mutuamente, agora duas árvores são atingidas pela chuva ácida e morrem, algum tempo após muitas plantas que se utilizavam da sombra destas árvores morrem e assim vão indo até formar uma clareira. Essas reações podem destruir florestas. AGRICULTURA: a chuva ácida afeta as plantações quase do mesmo jeito que das florestas, só que é destruída mais rápido já que as plantas são do mesmo tamanho, tendo assim mais áreas atingidas. Revolução Verde – Precedentes Históricos Para se entender melhor a Revolução Verde e se estudar seus pontos negativos e positivos e preciso antes conhecer o contexto histórico em que ela surgiu. A Revolução Verde é um fato corrente no campo que está presente na vida de muitos produtores em diversas áreas do mundo, porém, para se chegar ao atual estágio, exigiu-se toda uma gama de fatores que marcaram a sociedade no instante de seu surgimento (ANDRADES e GANIMI, 2007). Nesse sentido, será imprescindível remeter ao contexto do final da Segunda Guerra Mundial, em cujo momento pode observar a formação de um conjunto de variáveis técnicas sociais, econômicas e políticas para a formação da Revolução Verde. Antes de terminar a Segunda Grande Guerra, instituições privadas como a Rockfeller e a Ford, vendo na agricultura uma boa chance para reprodução de capital, começaram a investir em técnicas para o melhoramento de sementes, denominadas Variedade Alta de Produtividade (VAP), no México e nas filipinas (ROSA, 1998, citado por ANDRADES e GANIMI) Ao fim da Segunda Guerra Mundial empresas de produtos químicos que abasteciam a indústria bélica norte-americana começaram a incentivar a produção e o uso de agrotóxicos como herbicidas, fungicidas, inseticidas e fertilizantes químicos. Paralelamente a este fato, começou também a ser adotado e incentivado o uso de maquinário pesado como tratores e colheitadeiras. Assim surgiram as inovações tecnológicas que deram início à base técnica da Revolução Verde. As outras variáveis sociais, econômicas e políticas que impulsionaram a Revolução Verde surgiram ao findar da Segunda Guerra Mundial, durante a Guerra Fria, quando os EUA (bloco capitalista) e extinta União Soviética (bloco socialista) disputavam ideológica e economicamente a hegemonia do mundo. A partir desse cenário os demais países deveriam se aliar a uma dessas superpotências, que por sua vez, para manter ou conquistar novas áreas de influência faziam investimentos econômicos em países que pretendiam fazer com que se aliassem a elas. Os EUA e os grandes capitalistas temiam que a fome, um problema que se tornava cada vez mais sério em várias partes do mundo, se tornasse um elemento decisivo para os países aliados ou que pretendiam se aliar. Nesse contexto ocorreram grandes investimentos dos EUA na agricultura de diversos países em desenvolvimento como Índia, Brasil e México. A Revolução Verde A expressão Revolução Verde foi criada em 1966, em uma conferência em Washington, por Wiliam Gown, que disse a um pequeno grupo de pessoas interessadas no desenvolvimento de países com déficit de alimentos “é a Revolução Verde, feita a base de tecnologia, e não do sofrimento do povo.” As sementes modificadas e desenvolvidas nos laboratórios possuem alta resistência a diferentes tipos de pragas e doenças, seu plantio, aliado à utilização de agrotóxicos, fertilizantes, implementos agrícolas e máquinas, aumenta significativamente a produção agrícola.
  • 13. Após 1950, muitos países do mundo, incluindo o Brasil, introduziram as inovações trazidas pela Revolução Verde em seus meios de produção agrícola. Consequências da Revolução Verde Mundo Com a adoção das novas praticas agrícolas propostas pela Revolução Verde, constatou-se um aumento significativo na produção de alimentos. No México, as experiências iniciais e mais significativas foram realizadas com o trigo, que em sete anos quadruplicou sua produção. Nas Filipinas, as pesquisas foram realizadas com arroz, o resultado foi satisfatório havendo um grande aumento na produção e colheita. Porém a fome no mundo não reduziu, pois a produção de alimentos nos países em desenvolvimento é destinada principalmente, a países ricos e industrializados. A modernização no campo alterou a estrutura agrária. Pequenos produtores que não conseguiram se adaptar as novas técnicas de produção, não atingiram a produtividade suficiente para competir com grandes empresas agrícolas e se endividaram com empréstimos bancários feitos com o objetivo de investir na mecanização das atividades, tendo como única alternativa, a venda de suas terras a outros produtores. Outro motivo para o fracasso da Revolução Verde pode ser explicado pelo fato de que paralelamente ao aumento da produção de alimentos, deveria ter sido proposto um programa que visasse combater as desigualdades sociais, pois, elas são responsáveis pela pobreza que é o real causador da fome nos países em desenvolvimento que é causada não pela falta de alimentos, mas sim pela falta de recursos para adquirir os alimentos disponíveis. Uma terceira linha de críticas refere-se aos efeitos ambientais da Revolução Verde: ocorreram impactos ambientais ocasionados pelo uso do maquinário e fertilizantes químicos tais como: erosão, compactação do solo, poluição do ar e do solo, redução dos recursos hídricos, perda de matéria orgânica do solo, inundação e salinização de terras irrigadas, exploração excessiva dos recursos pesqueiros e poluição dos mares. A perda da biodiversidade, especialmente, torna esse tipo de agricultura contrária aos princípios básicos do desenvolvimento sustentável Brasil Para se compreender melhor as consequências que a revolução verde teve no Brasil, é preciso primeiramente se entender em qual contexto histórico a mesma foi implantada no país. Durante a ditadura militar, muito se discutia a respeito de qual caminho o país deveria seguir para aumentar sua produtividade agrícola. Duas possibilidades distintas predominavam: a que defendia o aumento da produtividade por meio da reforma agrária, e a que defendia a adoção de pacotes tecnológicos pelos agricultores, sem se tocar na questão fundiária. Sem nenhuma surpresa, o Governo militar adotou a opção de manter a estrutura agrária que já existia no Brasil e adotou as bases do modelo da Revolução Verde. Essa postura foi muito questionada por seus críticos que a denominaram modernização conservadora. Primeiramente as regiões que sofreram mais intensamente foram as regiões Sul, Sudeste e um pouco mais tarde, a região Centro Oeste. A grande abertura da nova fronteira agrícola foi executada pela grande empresa com o apoio do estado. Foi observada a preferência pelas monoculturas com o objetivo de exportação como soja, milho, algodão e arroz. Logo depois, a cana-de-açúcar também teve sua expansão observada devido aos incentivos do programa Proácool. Observou-se que as atitudes tomadas aumentaram sim a produtividade do setor, entretanto houve um grande custo para a sociedade e para o meio ambiente. Com relação à questão ambiental, pode se destacar a erosão genética, um dos processos de degradação provocado pela seleção de espécies e pelo desmatamento. O processo de modernização da agricultura acentuou a extinção de espécies, tanto animais quanto vegetais por ter se dedicado a produtos economicamente mais rentáveis. O desmatamento de vastas áreas para o cultivo de monoculturas acarretou a proliferação de pragas que se alimentam desses cultivos como a lagarta da soja, o besouro bicudo do algodão. Para se combater essas e outras diversas pragas que atacavam os cultivares os produtores investiram no uso intensivo de agrotóxicos, fungicidas, herbicidas e inseticidas sem se levar em conta o fato de que, quanto mais se usa esses insumos, mais as pragas tendem a se tornar resistentes, demandando cada vez mais o uso de agrotóxicos. O uso indiscriminado desses insumos ainda provocou a contaminação de solos, rios, animais e por conseqüência, de todo o ecossistema. Ainda pode ser observado outro problema quanto a irrigação, que se usada de maneira errada, nos moldes da Revolução Verde, altera todo o ciclo hidrológico natural. Como se observou, a Revolução verde causou grandes impactos ambientais, mas não pode se esquecer de que o homem, apesar de causador desses impactos, também sofre com as conseqüências de seus atos, tanto como ser biológico quanto como ser social. Biologicamente a saúde do homem foi afetada pelo uso de agrotóxicos que se acumulam no organismo e causam doenças e impactos irreversíveis. Não pode se esquecer também que o contato direto que o homem do campo teve com tais produtos, sem se usar o equipamento de proteção necessário, acarretou problemas de saúde como: lesões hepáticas e renais, distúrbios mentais e doenças respiratórias. Do ponto de vista social, o processo de modernização da agricultura é extremamente desigual e excludente, visto que privilegia os poucos grandes produtores em detrimento de outros pequenos produtores familiares. Primeiramente os investimentos não atingem de forma democrática os estabelecimentos já que as maiores parcelas de financiamentos se destinaram a grandes e médios produtores, deixando de fora, os pequenos produtores que representavam mais de 87% em 1985.
  • 14. A mecanização também acentuou o desemprego no campo conforme a intensificação do processo. Isso ocorreu porque as máquinas agrícolas implantadas e advindas dos pacotes tecnológicos da Revolução verde eram poupadores de mão-de-obra. Os produtores que não receberam investimentos, ou seja, os pequenos produtores, não conseguiram acompanhar essa modernização, muitas vezes sendo obrigados a vender suas terras aos grandes produtores o que acarretou uma grande expropriação de terras. Esses produtores expropriados de suas terras migraram para cidades grandes, principalmente Rio de Janeiro e São Paulo para trabalhar em empregos de remuneração baixa, em empregos informais ou ainda colaborar com o aumento da criminalidade, na pior das hipóteses. Populações advindas do meio rural se vêem obrigadas, pela falta de oportunidades, a morar em favelas, muitas vezes em condições precárias, ou em periferias das grandes cidades. A perda das terras pelos pequenos produtores ocasionou ainda a concentração fundiária e de renda nas mãos de grandes produtores. Essa concentração é evidenciada ao se observar os conflitos pela Terra, acentuados devido as tensões geradas pelo desenvolvimento de mobilizações de trabalhadores rurais pela reforma agrária como o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra). A nova revolução verde Por ocasião da grande demanda mundial de alimentos, muito tem se falado sobre o surgimento de uma Nova Revolução Verde. A crise mundial de alimentos se tornou novamente uma oportunidade para as próprias empresas que criaram as condições para a crise se iniciar, os proponentes da Revolução Verde. De certo tem se falado que não a razões para duvidar que a resposta a nova crise de mundial de alimentos virá do avanço tecnológico (Revista VEJA, 2009). Segundo um artigo de Luís Guilherme Barrucho, publicado na revista VEJA existem três caminhos vitais a serem seguidos para alimentar a população do planeta nos próximos anos. O primeiro caminho listado trata da modernização das lavouras e a adoção da agricultura de precisão. O segundo caminho trata do uso da biotecnologia para o melhoramento de sementes para o aumento da produtividade ou desenvolvimento de resistência das mesmas à determinadas pragas. O terceiro caminho visa a expansão da fronteira agrícola, que em alguns países da Europa já está próxima de seus limites, mas que no Brasil e a África ainda pode crescer muito. CONSIDERAÇÕES FINAIS Pode se entender que todo esse conjunto de inovações tecnológicas, pesquisas em sementes, fertilização do solo, uso de agrotóxicos, pesticidas e mecanização agrícola ocorridos com objetivo de aumento de produtividade e conseqüente diminuição da fome mundial chamado Revolução Verde teve, a curto prazo, resultados positivos mas por fim acabou piorando todo o cenário agrícola produtivo, aumentando a discrepância social entre os pequenos e os grandes produtores. Aqueles que não conseguiram acompanhar as alterações tecnológicas foram engolidos pela revolução ao não acompanharem o nível de produtividade, se endividaram com empréstimos e acabaram tendo que vender suas propriedades à outros produtores que, por muitas vezes, caíram no mesmo ciclo vicioso. A Revolução Verde foi apenas mais uma das táticas capitalistas das grandes potências para monopolizar também o mercado agrícola, o que acarretou mais desigualdades, fome e ainda impactos ambientais. O problema da fome não está nem nunca esteve na produção de alimentos, mas sim na dificuldade de obtenção destes alimentos por parte da população carente, que por sua vez só existe por causa da má distribuição de renda mundial. Isso comprova a instabilidade da revolução verde, que favoreceu apenas a as grandes potencias que subsidiaram a produção dos países subdesenvolvidos para assim poderem importar a produção desses países os deixando com a menor e pior parte de sua produção.