O documento discute o desenvolvimento da carreira de pessoas com deficiência física. Ele apresenta o contexto e objetivo do estudo, que é descobrir a trajetória desses profissionais após ingressarem em organizações. Também descreve a metodologia qualitativa de estudo de caso utilizada e as categorias de análise, como processo de exclusão e principais barreiras. Por fim, analisa a visão dessas pessoas sobre suas próprias carreiras e os desafios do mercado de trabalho em incluí-las plenamente.
DESENVOLVIMENTO DA CARREIRA DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA FÍSICA
1. DESENVOLVIMENTO DA CARREIRA
DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA FÍSICA
GABRIELA GUIDARA LUCIANO
ISABELLA PATRIANI MOVIZZO
Orientadora: Profa. Christiane Coutheux Trindade
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2. Contextualização
do estudo
OBJETIVO: Descobrir a trajetória
desses profissionais depois do
ingresso deles na organização
O Brasil é composto por cerca de
25 milhões de pessoas com
deficiência ,o que equivale a 15%
da população brasileira. (Censo 2000)
Discriminação: 60% dos casos
ocorrem no local de trabalho
(Instituto Ethos, 2006)
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3. Contextualização do estudo
Suposições: a pessoa com deficiência possui...
1ª) Oportunidade maior de exercer
cargos hierarquicamente superiores
na organização pública
2ª) Maior perspectivas de carreira
no setor público
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4. Percurso Metodológico
ABORDAGEM: Qualitativa
//Prevalece a visão trazida pelo profissional com deficiência física
//Mostra o valor das contribuições das narrativas e as individualidades
dos casos
MÉTODO: Estudo de caso
//Análise detalhada de casos individuais
//Comparação simultânea de diferentes estudos individuais,
abrangendo particularidades dos casos
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5. Coleta de Campo
Entrevistados:
Setor Púbico
3 profissionais com deficiência
1 profissional da área de RH
Terceiro Setor
3 profissionais com deficiência
1 profissional da área de RH
Setor Privado
Somente o profissional da área de RH
Entrevistas de apoio
2 profissionais do Gabinete da Mara Gabrilli
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6. Coleta de Campo
Categorias de análise:
Ponto de partida e a reação da
família
Processo de exclusão
Principais barreiras
Visão da própria carreira
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7. Ponto de partida e a reação da família
A deficiência física
Alteração completa ou parcial de um ou mais
segmentos do corpo humano, acarretando o
comprometimento da função física. (Decreto nº 5.296)
Grupos distintos: a pessoa com deficiência
congênita e adquirida.
Papel da família no processo de adaptação e
aceitação da nova realidade
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8. Resultado empírico
A adaptação e aceitação da família e da própria
pessoa com deficiência quando a origem é
congênita mostrou-se ser aceita mais facilmente do
que quando a deficiência é adquirida.
“ “Toda criança acredita que o pai e a mãe sempre falam a verdade e
torna aquilo uma sentença. É quem pode construir e destruir. Se você
me perguntar quem pode tornar a pessoa apta ou impotente é a
”
família”. (Deficiência adquirida)
“ Então, eles me tratam tão normal que tem horas que eles pedem para mim,
pede para fazer uma coisa, “ah, esqueço que você tem um braço só.
(Deficiência congênita)
”
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9. Inclusão
Processo de exclusão transforma o sistema para
que se tornem de qualidade
para todos
Integração
propõe a adaptação delas
às necessidades impostas
pela sociedade e seu
sistema.
Exclusão e preconceito
estereótipo criado pela
sociedade, com o intuito de
inferiorizar o outro para
justificar suas atitudes
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10. Resultado empírico
A segregação no convívio com a sociedade, alimenta o
processo de exclusão, gerando o tratamento da diferença –
sem olhar para a semelhança.
Dificuldade no acesso às escolas causado pelo preconceito
“ “Era a tal discriminação. A professora não ligava muito. Sabe? Ela me
largava assim... Eu sempre fui largado pela a escola”.
”
“ “Tiveram que fazer uma reunião para ver se iam me aceitar, se eu não
me adaptasse eu ia ter que sair da escola. Como eles nunca tinham tido
nenhuma pessoa com deficiência, eles meio que se assustaram”.
”
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11. Resultado empírico
Pessoa com deficiência ainda é estigmatizado como incapaz
“ Como em qualquer lugar do
mundo, tem todo o tipo de gente.
Teve gente que falava “lá no setor
dos aleijadinhos.
”“ Passa na cabeça deles que a
gente não consegue se virar
sozinho, fica sempre dependente.
“ Ele (ex-chefe) achava que eu era
incapaz de, de estar trabalhando, ele
”
chegou até falar uma palavra pesada
”
para mim.
“ Para inicio não, não me queriam. Não falou para mim: “Oh. Não
quero. Porque você tem um braço só. Não consegue”. Eles falaram
para outras pessoas.
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”
12. Principais barreiras
Atitudinal
Metodológica
Instrumental
Arquitetônica
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13. Resultado empírico
Principal barreira enfrentada: arquitetônica
“ Eu sofri para encontrar um trabalho, porque
todo lugar que eu ia: “ Ah, a gente não sabia que
você era cadeirante e aqui a gente não tem
”
acesso, não tem elevador.
“ As calçadas são horríveis, as rampas são mal
feitas, tem poucos ônibus adaptados.
”
“ Não, minha faculdade não era acessível, ela
tinha uns vinte degraus. Aí meu pai ia comigo,
”
subia comigo os degraus, descia.
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15. Visão da própria carreira
Legislação de cotas
Setor Privado e Terceiro setor: proporcional ao número de
funcionários
2%
•até 200
3%
•de 201 a 500
4%
•de 501 a 1000
5%
•acima de 1001
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16. Visão da própria carreira
Legislação de cotas
Setor Público:
reserva de vagas e direito de se inscrever no concurso público
Mínimo: 5% Máximo: 20%
Exemplo: 0,5 Exemplo: 2
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17. Visão da própria carreira
Pessoas com deficiência no mercado de trabalho e escolaridade
Apenas 537 mil pessoas com deficiência fazem parte do universo de
trabalhadores formais ativos, composto por 26 milhões de pessoas.
86,74%
Fonte: MODEM
Fonte: CPS/FGV a partir dos micro dados da RAIS/TEM
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18. Resultado empírico
Mecanismo de cota é visto pelo caráter de penalização frente
aos empresários
“ “ Eu já vi empresas que contratam pessoas que
aceitam ser contratadas para nunca irem ao
”
Eu sei que hoje as empresas trabalho.
contratam porque tem que contratar,
“
né, eles não querem contratar. Sem a
”
lei não contratariam, isso é fato. Tem vagas boas, tem gente aqui capacitada
para estar nessas vagas, mas não é dada
oportunidade para a gente concorrer a essas
vagas, a gente não pode concorrer a elas.
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”
19. Considerações finais
Limite investigativo enfrentado: resistência da
colaboração com a pesquisa por parte das
empresas privadas
Assunto tratado com distanciamento, índica o
desinteresse em efetivar a inclusão social no
ambiente de trabalho
a
O discurso politicamente correto frente
atitude de recusa: indícios do não
cumprimento da lei
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20. Considerações finais
Legislação de cotas possui falha na
fiscalização.
O “jeitinho brasileiro”, alternativas legais para
não cumprir a lei: acordo com Ministério do
Trabalho
Boa parte das contratações se deve ao mero
cumprimento da legislação.
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21. Considerações finais
O país e as instituições sociais continuam
sem infraestrutura para assegurar que as
pessoas com deficiências possam viver em
plena igualdade
Ele tem sido integrado no mercado de
trabalho e não incluído: falta de interesse em
desenvolver o funcionário
A questão levantada sobre carreira não se
responde plenamente ao fim deste estudo: o difícil
acesso ao mercado de trabalho compromete o
desenvolvimento desse profissional
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24. Desdobramento
Até quando será questionada a preparação social para
incluir as pessoas com deficiência, quando na realidade,
eles já estão presentes na sociedade desde o surgimento
da espécie humana?
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25. DÚVIDAS?
OBRIGADA
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