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Apresentação ao Leitor
Na data de publicação exata deste sermão, 31 de outubro de 2017,
comemoramos 500 anos de Reforma Protestante. A data claramente é
um símbolo do movimento, que de fato ganhou volume e corpo após o
celebre acontecimento. Desde então, milhares de homens, mulheres e
crianças foram libertas das trevas em que estavam afogadas para a Luz
da Palavra. Grande parte do negrume por qual estavam envoltos, a
ignorância bíblica, foi produto e culpa direta do catolicismo romano.
Daqueles tempos para cá, e principalmente em nosso presente século,
muitos crentes, igrejas e congregações inteiras, deixando para traz
doutrinas bíblicas e desejosos de mais uma vez abraçar as heresias de
Roma, negam os próprios baluartes e baixam a guarda da Verdade do
Evangelho. Os tais diluem as Boas-Novas de Jesus Cristo, como que
redescobertas à época da Reforma, em troca de aplausos de homens e
consolos superficiais.
Martin Lloyd-Jones não era assim. O grande pregador galês da segunda
metade do século XX, em plena era do movimento ecumênico e dos
apelos sedutores de Roma para uma “abertura” ao mundo, não se
deixou enganar. Neste sermão, pregado em 1963, ele se declarou clara e
abertamente contra as doutrinas romanas, já intensamente combatidas
por seus antepassados reformadores e puritanos.
O Dr. Lloyd-Jones neste texto é claro e direto. Tudo que afirma tem
base nas Escrituras e nas próprias doutrinas católicas, que permanecem
as mesmas desde sempre (contrário ao que muitos evangélicos, até hoje,
parecem acreditar). Roma pode ter mudado exteriormente, mas
continua doutrinariamente condenando o protestantismo como heresia
perniciosa, ainda que o atual Papa Francisco aparentemente não “se
lembre” disso.
As notas de rodapé não existem no texto original, mas decidi elaborá-las
com duas intenções primordiais: contextualizar o texto à época em que
foi produzido para o leitor atual e demonstrar onde, como e por que o
ensino católico romano ensina os argumentos refutados por Lloyd-
Jones. Utilizei como fontes primárias o endereço do próprio Vaticano,
sempre que possível; não sendo, domínios digitais renomados do
catolicismo romano. Os principais materiais utilizados como fonte
foram o Catecismo da Igreja Católica e as resoluções dos Concílio
de Trento, Concílio Vaticano I e Concilio Vaticano II, com suas
constituições e cartas dogmáticas. Concentrei-me neles por serem os de
maior autoridade dentro do magistério universal da igreja romana; além
do mais, sendo estes mais claros, ganham maior peso.
Algumas notas são longas por conta do conteúdo, pois preferi citar o
máximo de conteúdo possível, a fim de evitar más interpretações dos
dogmas católicos romanos por culpa de frases soltas ou fora de
contexto.
É necessário reforçar que apontei as fontes com cuidado desejoso de
ser fiel ao que as doutrinas católicas declaram, e para não poder ser
acusado de falso testemunho ou interpretações errôneas. Alguns
apontamentos, porém, que não tratam especificamente de uma doutrina
são textos escritos por reformadores e pastores. Inseri-os objetivando
estabelecer alguns pontos (principalmente no que diz respeito ao tema
da idolatria).
Que nesses tempos frouxos em que vivemos mais pessoas se levantem
corajosamente como o Dr. D. Martin Lloyd-Jones, para que a Verdade
do Evangelho de Jesus Cristo seja pregada em ousadia, pureza,
fidelidade e dependência do Espírito Santo, em todos os lugares da
terra, para Sua glória. Que Deus dê olhos para enxergar e ouvidos para
ouvir. Que ninguém se escandalize com as palavras do Dr., mas, lendo-
as, seja levado ao arrependimento e fé somente em Jesus Cristo, por
Graça.
Armando Marcos
Criador e editor chefe de Projeto Castelo Forte
Outubro de 2017, 500° ano da Reforma Protestante
Catolicismo
Romano
Uma Análise Crítica
Sermão proferido em Maio de 1963 por
Dr. D. Martin Lloyd-Jones
Na Capela de Westminster, Londres
(Com notas de rodapé elaboradas por Armando Marcos)
“Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais
estar firmes contra as astutas ciladas do diabo. (Efésios
6:11).
Certas coisas que vêm ocorrendo em nossos dias exigem de
cada cristão inteligente, imperativamente, determinado
conhecimento sobre o Catolicismo Romano1.
Movimentos em andamento e encontros sendo organizados
tentam promover a reaproximação entre o catolicismo romano e o
protestantismo. Há pessoas se alegrando por isso e dizendo que será
maravilhoso caso voltemos à união, se nos unirmos novamente, e
que cooperarmos em certos aspectos será uma bela manifestação do
espírito cristão.
Ora, afirmativas assim fazem com que seja imperativo
entendermos o que está acontecendo; além de quê, conforme
olhamos para o futuro, o quadro torna-se cada vez mais urgente,
dado que existem determinadas possibilidades a serem encaradas de
modo realista. Percebo, ao olhar para as estatísticas, que, caso esta
propensão atual continue, logo teremos uma maioria católica.
Portanto, se prosseguirmos com o princípio democrático de decidir
nossa forma de governo pelo número de cabeças presentes, em
breve, passaremos a ter uma maioria católica romana. Não é difícil
de antever certas possibilidades que resultarão do que vem
ocorrendo em nossos dias. A verdade é que tudo isso poderá
1
Devemos nos lembrar de que à época em que esse sermão foi pregado dava-se início ao Concilio
Vaticano II.
acontecer até mesmo neste país, dentro de alguns anos. Portanto,
sob todos os pontos de vista, torna-se imperativo enxergar o curso
dos acontecimentos e abrir os olhos para os fatos, os grandiosos
fatos que estão nos confrontando.
Quer gostemos ou não, trata-se de algo que precisamos fazer.
Pessoalmente falando, eu jamais o havia feito antes. Não pertenço a
qualquer “sociedade protestante”. Jamais subi nesse tipo de tribuna.
Minha posição tem sido sempre a de que a única e definitiva
resposta para o catolicismo romano é a pregação positiva da Verdade
cristã e das grandes doutrinas da reforma. Nada, além disso, foi
capaz, e nada senão isso será capaz algum dia de lidar com a igreja
católica romana. Protestos negativos, a meu ver, resultam em
praticamente nada; eles persistem desde tempos e até hoje. Mas a
verdade é que o corpo romano está crescendo praticamente no país
todo, enquanto todos os nossos protestos negativos vêm sendo de
valor nenhum.
Minha opinião é que o crescimento do catolicismo romano se
deve a uma única coisa, a saber, ao protestantismo fraco e flácido
que desconhece aquilo em que crê. E é por isso que dedico meu
tempo entregando um ensino positivo. Agora, nosso texto me obriga
a tratar dos seguintes assuntos: “as astutas ciladas do diabo”, a
atividade dos principados e potestades, os príncipes das trevas deste
século, e as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais [cf.
Efésios 6:12].
Muito bem, e assim o que encontramos? Deixe-me fazer
abundantemente claro que eu não estou, aqui, interessado em tratar
com pessoas, individualmente falando. É óbvio que existem pessoas
católicas romanas e, ao mesmo tempo, cristãs. Você pode ser um
cristão e, também, um católico romano. Meu objetivo, em sua
integralidade, é tentar demonstrar que essas pessoas são cristãs
apesar do sistema eclesiástico em que estão inseridas, e não em
razão dele. Sejamos, de toda forma, claros sobre o seguinte: é
possível que uma pessoa seja cristã, não obstante dentro da igreja
católica romana.
Não estou considerando as pessoas, individualmente falando,
nem o assunto pelo ponto de vista político. Claro, nem por um
momento quero aparentemente dizer que o aspecto político não seja
importante; afinal, acabo de dar evidências de como ele pode ser de
enorme importância. Conhecemos o registro histórico desta
instituição chamada igreja católica romana e sabemos o que
acontece politicamente falando; sabemos que ela alega ser um poder
político e, portanto, até mesmo sob este aspecto o que se trata aqui
seria importante. Porém, não é com isso que eu me preocupo agora.
Parece-me que esse seria um trabalho para o cristão comum, leigo, e
para o estadista cristão. Ao invés disso, o que mais me preocupa é o
aspecto espiritual, pois foi para este que o apóstolo direcionou
nossas mentes.
A Ortodoxia Romana
Ora, para o que estamos olhando? Estamos olhando para um
sistema, conhecido como catolicismo romano, e eu não hesitaria em
afirmá-lo como sendo a maior obra-prima do diabo! Este sistema
está de tal modo afastado da fé cristã e do ensino do Novo
Testamento que eu não hesitaria em, a uma só voz com os
reformadores do século 16, descrevê-lo como [uma] “apostasia”.
Sejamos claros aqui. Nós definimos apostasia como uma
espécie de afastamento absoluto e completo da fé cristã. “Ora”,
alguns dirão, “o senhor está falando isso da igreja católica romana?”
Precisamos ser cuidadosos agora. Quando dizemos que o catolicismo
romano é apostasia, precisamos esclarecer em qual sentido esta
afirmação é verdadeira.
Deixe-me dizer, portanto, que não se trata de uma simples
questão sobre “negação” da Verdade; mas, antes, de um acréscimo,
atitude tal que, por fim, resulta num afastamento do que é
verdadeiro. Deixem-me explicar, pois é justamente aqui onde entra
toda a sutileza e onde os ardis do diabo ganham espaço. Em certo
sentido, se observada descuidadamente, a igreja católica romana
poderá parecer a mais ortodoxa do mundo. Quando considerada a
Pessoa do Senhor Jesus Cristo, não há dúvidas sobre a ortodoxia da
igreja católica romana. É uma instituição que acredita que Jesus de
Nazaré foi o Filho Eterno de Deus; acredita no nascimento virginal;
acredita na Encarnação; acredita em Seus milagres; acredita em Sua
obra substitutiva na Cruz e em Sua ressurreição física e Ascenção.
Não há dúvida sobre isso.
Acerca da questão sobre a Pessoa de nosso Senhor, a igreja
católica romana é absolutamente ortodoxa (ai! de nós, e, penso por
vezes, até mais ortodoxa do que a maioria dos protestantes). É isso
que torna esta instituição tão aterradora. Do mesmo modo, quando
se trata da Obra de nosso Senhor, não existe qualquer dúvida sobre a
ortodoxia católica romana. No que diz respeito ao princípio da graça,
é um de seus dogmas mais centrais. Quanto à inspiração e
autoridade divinas da Escritura Sagrada, ela as confirma e crê que a
Bíblia seja a Palavra de Deus. Mas novamente, e ai! de nós por isso,
muito mais do que a maior parte dos protestantes.
Sendo assim, se a observarmos meramente por um prisma
mais genérico, concluiremos que o catolicismo romano é o corpo
mais ortodoxo na face da terra. Mas é exatamente nesse ponto que
reside a argúcia e surgem as dificuldades. A tudo ela acrescenta um
“adicional”, um “a mais”de coisas totalmente não escriturísticas e
completamente passíveis de condenação, as quais, a bem da
verdade, passam a ser uma negação da Escritura. Por fim, esta igreja
nos coloca numa situação em que, caso aceitemos seus ensinos,
estaremos acreditando numa mentira! Em outras palavras, seus
dogmas são uma falsidade e ela é, conforme as Escrituras declaram,
“a grande prostituta”!
A sutileza de Roma
Ora, este assunto é extremamente sutil, mas estamos
justamente tratando, aqui, da sutileza, das “astutas ciladas do
diabo”. Se você realmente deseja saber algo a respeito de sutilezas,
leia a literatura da igreja católica romana2. Ela consegue aparentar
todas as coisas a todos os tipos de homens e mulheres, tudo a todos.
Seu sistema é tão vasto e sua sutileza, tão grande que por pouco
aparenta ser deveras inexpugnável. Vocês devem ter-se apercebido
disso.
Tomo um exemplo ao acaso. Vocês já devem tê-lo percebido
muitas vezes. Ouve-se dizer que a igreja católica romana não admite
o divórcio, e quando um de seus membros divorcia-se, ele deve ser
excomungado. Mas, logo em seguida, quando de repente lemos nos
jornais a respeito do divórcio de um homem ou mulher católicos e
pertencentes à nobreza, questiona-se: “como isso pôde acontecer?”.
Ah, sim, sim, eles conseguem explicar muito bem o ocorrido.
Afirmam que aquele casamento nunca foi, na realidade, um
casamento legítimo. Eles podem explicar qualquer coisa, não há
dificuldade alguma no caminho. Seu sistema de casuística e seus
argumentos são desenvolvidos de tal maneira que ela parece estar
atirando em todas as direções, ao mesmo tempo.
2
Os melhores materiais para se conhecer de fato as doutrinas católicas romanas são seu “Catecismo da
Igreja Católica” e suas diversas encíclicas, bulas e concílios (material citado em abundância nesta obra).
As Muitas Faces de Roma
Aplicando de outro modo, quantas faces a igreja católica
romana tem na verdade? Vejamos. Observem-na aqui na Inglaterra,
depois na Irlanda do Norte e na Irlanda do Sul. Vejam-na nos
Estados Unidos e, em seguida, percebam-na nos países da América
Latina; após isso, provavelmente vocês não acreditarão que se trata
da mesma instituição. Observem-na em países como a Espanha e a
Itália e em outros países semelhantes e vejam o contraste em que ela
aparece com relação à Alemanha e a outro país semelhante;
comparem-nas e vejam como a diferença é gigantesca. Vocês não
imaginariam se tratar da mesma instituição. Mas são. Ela pode
mudar de cor, aparência e forma, sendo, como eu disse, todas as
coisas para todos os homens em todos os lugares: ela é tudo.
Vocês se lembram de que o apóstolo nos disse que uma das
características do próprio diabo é que ele pode transformar-se em
anjo da luz. Do mesmo modo, essa igreja também consegue fazê-lo.
Não há limites, não há um fim para os vários "disfarces" com os
quais ela pode aparecer trajada.
No país em que estamos, ela se mostra altamente intelectual,
encorajando as pessoas à leitura da Bíblia; já em outras nações, ela
proíbe que os seus membros tornem-se intelectuais e leiam a Bíblia,
a fim de ali encorajar, deliberadamente, a superstição. Aqui ela
parece tolerante, pronta a ouvir e a argumentar e a ceder pontos e a
ser amistosa. Entretanto, nos países não desenvolvidos, ela já é
absolutamente intolerante, cruel e vil em seu desvelo perseguidor.
Mesmo assim, continua sendo o mesmo corpo, a mesma instituição e
o mesmo povo, os mesmos frequentadores, a mesma membresia.
Com esta evidência é que me baseio para afirmar que ela é, sem
dúvida, a obra-prima do diabo.
Temos aqui um grande corpo, uma instituição que, de tempos
em tempos, através dos séculos, continua agindo assim, como dizem
as Escrituras, manifestando “as ciladas do diabo”, com toda a
sutileza “e com todo o engano da injustiça” que lhe são costumeiros.
Tudo isso é profetizado na bíblia de forma clara e direta, profecias
estas que podem ser encontradas na segunda epístola de Paulo aos
tessalonicenses. (Esta não é a única explicação para essa passagem,
mas, ainda assim, uma delas.) Talvez vocês já considerem esse
sistema como que elevado à nona potência, justamente o que ele já
vem fazendo há tempos. Vocês podem também vê-lo retratado na
segunda besta do capítulo 13 do livro de Apocalipse, e eu suponho
que ele também aparece no capítulo 17, na imagem da "grande
prostituta" sentada nos sete montes, como sempre fez e
invariavelmente Roma faz.
Todo esse sistema se mostrou assim ao longo da história, e
sempre da mesma forma, de tal modo, e tanto, que em determinada
época monopolizou basicamente toda a igreja cristã. Ele chegou
vagarosa e sutilmente, a fim de construir um caminho, para,
finalmente, ter controle terminante.
O que a igreja católica tem feito e como ela tem agido? Seriam
precisos meses para este assunto ser tratado adequadamente. Estou
preocupado neste único sermão em oferecer apenas algumas linhas
principais comprovando que minha discórdia se faz verdadeira.
Portanto, dividirei o sermão em três “partes” principais:
1. Idolatria e Superstição
Este primeiro ponto é para demonstrar a forma como a igreja
católica romana tem sido culpada de introduzir idolatria e
superstição. Ora, não existe coisa alguma mais condenada na
Escritura do que a “idolatria”3. Não devemos fabricar “imagens
esculpidas”4. Mas a igreja católica romana está repleta de imagens e
ensina seu povo a adorar os ídolos5. Eles adoram todo tipo de
3
Alguns exemplos de condenação à idolatria: Êxodo 20; Levítico 19:4; Deuteronômio 27:15; Salmos
115:4-8; Isaías 42:8, 45:2; I Corinitios 10:7; I João 5:21, entre tantos outros. Martin Lloyd-Jones, aqui,
trata da questão mais “material” dos ídolos na igreja católica romana, mas também pode ser visto de
forma mais ampla. Ken Sande, citado por C. J. Mahaney, diz “Em termos bíblicos, um ídolo é alguma
outra coisa, que não Deus, na qual empregamos nosso coração (Lc. 12:29, 1 Co. 10:6), que nos motiva (1
Co. 4:5), que nos controla ou governa (Sl. 119:133), ou a qual servimos (Mt. 6:24)”.
FONTE: <http://www.monergismo.com/textos/pecado_tentacao/idolatria_mahaney.htm>.
4
Êxodo 20:4: Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos
céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra.
5
A igreja católica romana diferencia os termos “Latria” (do grego latreou, “adorar”) como culto
direcionado devida e unicamente a Deus (i. e. a Trindade como um todo) dos termos “Dulia” (do grego
douleuo, “venerar” ou “honrar”), prestada aos santos em geral, e “Hiperdulia”, uma especial e
preeminente veneração, prestada a Maria em particular. Na Constituição Dogmática Lumem Gentium
do Concilio Vaticano II, diz-se sobre o culto de hiperdulia a Maria: “Este culto, tal como sempre existiu
na Igreja, embora inteiramente singular, difere essencialmente do culto de adoração, que se presta por
igual ao Verbo encarnado, ao Pai e ao Espírito Santo, e favorece-o poderosamente. Na verdade, as várias
formas de piedade para com a Mãe de Deus, aprovadas pela Igreja, dentro dos limites de sã e recta
doutrina, segundo os diversos tempos e lugares e de acordo com a índole e modo de ser dos fiéis, têm a
virtude de fazer com que, honrando a mãe, melhor se conheça, ame e gloria fique o Filho, por quem tudo
existe (cfr. Col. 1, 15-16) e no qual «aprouve a Deus que residisse toda a plenitude» (Col. 1,19), e também
melhor se cumpram os seus mandamentos.”. Nota-se claramente que a igreja católica romana, ao inserir
Maria em tal posição, divide a glória de Cristo indevidamente, sendo assim idolátrica, pois a insere e os
santos numa posição “irregular”, por assim dizer.
imagens, estátuas, formas e representações6. Quem já visitou uma de
suas grandes catedrais deve ter visto pessoas cometendo esse tipo de
idolatria.
Vá à Catedral de São Pedro (em Roma), e perceba como lá está
erigida uma estátua do apóstolo Pedro e veja como os dedos do pé da
imagem estão lisos e gastos. Mas por quê? Muitos católicos romanos,
pobres vítimas deste sistema, têm ali passado beijando seus artelhos.
As pessoas se ajoelham com reverência e adoram imagens, estátuas e
relicários. Elas afirmam possuir relíquias de determinados santos,
como pedacinhos de ossos e coisas por eles usadas, colocando-os em
lugares especiais e, ajoelhadas, adorando-os. Isto é nada mais do que
pura idolatria7. Não há nada nas Escrituras, Novo e Velho
6
A igreja católica, tanto no ocidente (sob Roma) quanto no oriente (sob Constantinopla) aceitou o uso
de imagens, estátuas e ícones aproximadamente entre os séculos V e VI. Especula-se que este costume
advém das honrarias dadas aos mártires cristãos, ou que foi simplesmente uma adaptação das
adorações idolátricas dos pagãos recém-convertidos. No século VIII, porém, os imperadores do oriente
deram apoio a movimentos contrários à veneração de imagens e ícones, fato que levou ao chamado
movimento iconoclasta (termo que significa “quebrador de ícones, imagens”). Chegar a esse ponto
dependeu muito do ânimo do imperador bizantino da época, e só teve fim no II Concilio de Niceia, que
condenou os iconoclastas como hereges, estipulando regras e incentivos ao uso de imagens, ícones,
estátuas. Nas igrejas ortodoxas do oriente, os ícones são a norma, e não se aceitam estátuas. Não
obstante, a ideia de veneração é a mesma.
7
João Calvino, nas Institutas da Religião Cristã, declara “Por isso, quando os homens, na forma de
imagens, fazem uma representação tanto de Deus quanto da criatura e prostra-se diante dela para
venera-la, é porque já foi fascinado por certa superstição. Foi por essa razão que o Senhor proibiu não
somente levantar-se estátuas modeladas para representa-lo, mas proibiu consagrarem-se gravuras de
qualquer espécie, para serem usadas como objetos de adoração. Pela mesma razão, também, no
preceito da Lei, junta-se outra parte a respeito da adoração dessas representações, pois tão logo foi
inventada essa forma visível de Deus, o passo seguinte foi o de atribuir-lhe poder, Os seres humanos são
néscios a tal ponto, que identificam Deus com tudo o que o representa, e, por isso, não pode acontecer
outra coisa senão adorarem a essa representação de Deus! É supérfluo discutir se simplesmente se
adora o ídolo ou se se adora a Deus no ídolo, pois, seja qual for o pretexto, quando se proporcionam
honras divinas a um ídolo, é sempre idolatria. E pelo fato de Deus não querer ser cultuado de maneira
supersticiosa, recusa-se a Ele aquilo que se oferece aos ídolos”.
FONTE: <http://www.monergismo.com/textos/jcalvino/abominavel_calvino.htm>.
Testamentos, tão condenado quanto a idolatria; não obstante, o
catolicismo romano a encoraja com deliberação8.
2. Roma interpõe-se entre a alma e Jesus
Cristo
A segunda grande acusação contra a igreja católica romana é
de que todo o seu sistema e ensinamento interpõe-se entre o homem
e o Senhor Jesus Cristo. Trata-se da acusação mais terrível, de várias
formas. Por exemplo, a própria igreja romana interpõe-se entre nós
e o Senhor Jesus Cristo. Ela se afirma essencial à salvação9. “Fora da
Igreja (extra ecclesiam) não há salvação”10 (nulla salus). Ela se faz
absolutamente indispensável. Ela interpõe-se entre a minha alma e o
Senhor Jesus Cristo. Ela arroga esta posição para si mesma. Você
não conseguirá encontrar nada parecido no Novo Testamento, mas
8
Martin Lloyd-Jones concorda plenamente com J. C. Ryle, que afirmou: “Sim, a idolatria é um dos mais
clamorosos pecados dos quais a Igreja de Roma é culpada. Digo isso com pleno reconhecimento de
nossas falhas como protestantes, inclusive não pouca idolatria em nossas fileiras. Mas quando falamos
de idolatria formal, reconhecida e sistematizada, francamente devemos falar de catolicismo romano.
Idolatria é ter imagens e retratos de “santos” nas igrejas e reverenciá-los sem base nem precedente
algum para isso nas Escrituras. Portanto, afirmo que há idolatria na Igreja de Roma. Idolatria é invocar a
virgem Maria e aos santos e dirigir-se a eles utilizando uma linguagem que nas Escrituras é reservada
somente para a Santíssima Trindade. Portanto, afirmo que há idolatria na Igreja de Roma. Idolatria é
inclinar-se diante de coisas materiais e atribuir a elas um poder e uma santidade muito superiores aos
que eram atribuídos, por exemplo, à arca da aliança ou ao altar de sacrifícios do Antigo Testamento; e
um poder e uma santidade completamente alheios à Palavra de Deus. Portanto, afirmo que há idolatria
na Igreja de Roma”. FONTE: <http://www.projetoryle.com.br/idolatria/>.
9
De acordo com o Catecismo da Igreja Católica, “776. Como sacramento, a Igreja é instrumento de
Cristo. «É assumida por Ele como instrumento da redenção universal» (202), «o sacramento universal da
salvação» (203)”, arrogando para si a posição de único canal para a salvação de todos.
10
Conforme suas doutrinas oficiais, o IV Concílio de Latrão (1215) afirma: Canon I: “[...] Há apenas uma
Igreja universal dos fiéis, fora da qual absolutamente ninguém é salvo [...] Canon III: “Nós
excomungamos e anatematizamos toda heresia erguida contra a santa, ortodoxa e Católica fé sobre a
qual nós, acima, explanamos”. E no Catecismo da Igreja Católica diz-se “168 – Pode alguém salvar-se
fora da Igreja Católica, Apostólica, Romana? RESPOSTA: Não. Fora da Igreja Católica, Apostólica,
Romana, ninguém pode salvar-se, como ninguém pôde salvar-se do dilúvio fora da arca de Noé, que era
figura desta Igreja.” FONTE: <http://www.montfort.org.br/bra/veritas/igreja/foradaigreja/>.
encontra na igreja católica romana. Ela somente sabe o que é a
Verdade; ela a descreve e ela e somente ela pode e consegue defini-la
e interpretá-la11.
Já em completa contrapartida, o protestantismo, obviamente,
ensina o “sacerdócio universal dos crentes” e o direito de cada
pessoa ler sozinho as Escrituras e interpretá-la sob a iluminação do
Espírito Santo12. Roma nega tudo isso, completa e terminantemente.
Ela, e ela somente, é capaz de entender e interpretar a Escritura, e é
ela quem deve dizer-nos no que devemos acreditar13.
2.1. Acréscimos à Escritura
A Igreja Católica Romana diz o que diz, em parte, porque
afirma ter recebido uma “revelação contínua”. Ela não acredita,
11
De acordo com a “Dei Verbum”, documento elaborado e sancionado pelo Papa Paulo VI no Concílio
Vaticano II, considerado atualmente a principal regra sobre a relação da Bíblia, tradição e magistério na
Igreja Católica Romana, diz-se “Com efeito, tudo quanto diz respeito à interpretação da Escritura, está
sujeito ao juízo último da Igreja, que tem o divino mandato e o ministério de guardar e interpretar a
palavra de Deus”.
FONTE: <http://www.vatican.va/archive/hist_councils/ii_vatican_council/documents/vat-
ii_const_19651118_dei-verbum_po.html>.
Adendo: é interessante notar como o atual Papa Francisco reconfirmou esse ensinamento em 2013 ao
afirmar que “a interpretação das escrituras não pode ser apenas um esforço intelectual individual, mas
deve ser sempre confrontado, inserido e autenticado pela tradição viva da Igreja”.
FONTE: <http://g1.globo.com/mundo/noticia/2013/04/papa-francisco-diz-que-apenas-igreja-e-capaz-
de-interpretar-escrituras.html>.
12
Na “Exortação ao Conhecimento da Sagrada Escritura”, escrita por Thomas Cranmer no “Livros das
Homilias”, declara-se: “Uma exortação à leitura e exame diligentes das Sagradas Escrituras. Rejeitem a
corrupção dos homens carnais, os quais somente se preocupam com o seu exterior. Ouçam e leiam de
modo reverente as Sagradas Escrituras, as quais são o alimento da alma (Mateus 4.4). Busquem
diligentemente a fonte da vida no Antigo e no Novo Testamentos, e não se vá para os poços fétidos das
tradições dos homens em busca de justificação e de salvação.”
FONTE:<http://voltemosaoevangelho.com/blog/2017/03/exortacao-ao-conhecimento-das-sagradas-
escrituras-parte-1-reforma-500/>.
13
Conferir a nota <4> sobre o assunto.
como os protestantes afirmam, que toda a revelação cessou com o
que temos no Novo Testamento. Ela reivindica uma revelação
contínua e continuada e, por isso, não hesita em afirmar que você
deve acrescentar ensinamentos vários à Verdade das Escrituras. Ao
dizer que a Bíblia é a Palavra de Deus, a igreja católica romana
afirma que a tradição por ela criada e acrescentada é coigual em
autoridade e igualmente peremptória14. E é assim que ela se afasta
da bíblia, a saber, tomando-a e declarando acréscimos e tradições
que negam o próprio ensino bíblico. É aqui que a sutileza toma
lugar.15
No final das contas, a igreja romana exige de nós fidelidade e
submissão totalitárias, arrogando para si o direito de governar
nossas crenças e ações. Ela, afinal, afirma ser responsável por nossas
almas e por nossa salvação. Portanto, faz-se mister submetermo-nos
completa e absolutamente, sem reservas, ao que ‘A Igreja’ nos diz e
àquilo que nos concede como ensinamento. Ela possui um sistema
totalitário. Não há dúvidas de que ela prenda a alma de seu povo por
completo, tanto quanto o comunismo e Hitler fizeram em seus
sistemas horrendos. Vê-se, aqui, um sistema totalitário. A igreja é
suprema e, assim, interpõe-se entre nós e o Senhor Jesus Cristo.
14
De acordo com a “Dei Verbum”: “9. A sagrada Tradição, portanto, e a Sagrada Escritura estão
ìntimamente unidas e compenetradas entre si. Com efeito, derivando ambas da mesma fonte divina,
fazem como que uma coisa só e tendem ao mesmo fim.”
15
Nas palavras de “Dei Verbum”, “Esta tradição apostólica progride na Igreja sob a assistência do
Espírito Santo”. E por conta de ser pela tradição que a Igreja, com seu magistério, interpreta as
Escrituras, ela alega poder “avançar” através das eras nas coisas que o Espírito Santo viria a revelar (em
uma interpretação errônea de João 14). Quanto à tradição ser tão vinculativa quanto a Escritura, a “Dei
Verbum” afirma “que ambas – Escrituras sagradas e tradição – devem ser recebidas e veneradas com
igual espírito de piedade e reverência”.
2.2. O Papado
A segunda manifestação e consequência lógica desse tipo de
totalitarismo é o Papa, com todo o ensinamento sobre sua figura. A
igreja católica romana o afirma como “Vigário de Cristo”16, o
descendente espiritual direto do Apóstolo Pedro17 (“Sucessão
Apostólica”), aquele que retém toda a sua autoridade. Ora, não me
permito distrair-me com indagações sobre a posição que esta
instituição atribui ao próprio Pedro; ao invés disso, afirmo que é este
o seu credo, a saber, esta pessoa, a quem eles chamam de Santo
Padre (a despeito de as Escrituras ensinarem precisamente que não
devemos chamar a ninguém neste mundo de “Pai”, pois o único Pai é
o Pai que está nos céus)18, é seu Santo Pai, o Vigário de Cristo. A
igreja católica romana diz ainda que quando o papa declara algo de
modo “excatedra”, durante os concílios entre cardeais, ele
permanece “infalível”. Esta doutrina foi definida em 1870, embora
nela acreditassem bem antes.19
16
Vigário de Cristo (em latim, Vicarius Christi). Um vigário é um servo que representa um superior,
administrando a posição no lugar do verdadeiro soberano; aos sinônimos inclui-se “representante” ou
“enviado”.
17
O Catecismo da Igreja Católica declara: “869. A Igreja é apostólica: está edificada sobre alicerces
duradouros, que são «os Doze apóstolos do Cordeiro»; é indestrutível; é infalivelmente mantida na
verdade: Cristo é quem a governa por meio de Pedro e dos outros apóstolos, presentes nos seus
sucessores, o Papa e o colégio dos bispos” e também “882. O Papa, bispo de Roma e sucessor de S.
Pedro, «é princípio perpétuo e visível, e fundamento da unidade que liga, entre si, tanto os bispos como a
multidão dos fiéis». Com efeito, em virtude do seu cargo de vigário de Cristo e pastor de toda a Igreja, o
pontífice romano tem sobre a mesma Igreja um poder pleno, supremo e universal, que pode sempre
livremente exercer»”.
18
O título de “Santo Padre” é comumente utilizado conjuntamente ao termo “Sua Santidade”. Não há
registros sobre qualquer motivo especial para se utilizar esse tratamento senão uma atitude “carinhosa”
(ou, talvez, uma “submissão além da conta”) para com o bispo de Roma.
19
A infalibilidade do Papa foi promulgada pelo Concílio Vaticano I, “1839. Por isso Nós, apegando-nos à
Tradição recebida desde o início da fé cristã, para a glória de Deus, nosso Salvador, para exaltação da
religião católica, e para a salvação dos povos cristãos, com a aprovação do Sagrado Concílio, ensinamos
e definimos como dogma divinamente revelado que o Romano Pontífice, quando fala ex cathedra, isto é,
quando, no desempenho do ministério de pastor e doutor de todos os cristãos, define com sua suprema
autoridade apostólica alguma doutrina referente à fé e à moral para toda a Igreja, em virtude da
assistência divina prometida a ele na pessoa de São Pedro, goza daquela infalibilidade com a qual Cristo
quis munir a sua Igreja quando define alguma doutrina sobre a fé e a moral; e que, portanto, tais
declarações do Romano Pontífice são por si mesmas, e não apenas em virtude do consenso da Igreja,
A partir de então, conforme definido, os seus pronunciamentos
passaram ao patamar da infalibilidade, considerados tão infalíveis
quanto a própria Palavra de Deus e o próprio Senhor Jesus, pois,
afinal, ele é o Vigário, o representante de Cristo na terra. Percebam,
o poder da igreja está encabeçado por este único homem, que, de
acordo com 2 Tessalonicenses 2, fala “como sendo Deus”. O papa é
adorado pelas pessoas; elas se ajoelham diante dele, expressando um
sentimento de adoração que somente deve ser dirigida senão ao
Deus Todo-Poderoso20.
2.3. O Sacerdócio
A terceira cilada encontrada no catolicismo romano é a do
sacerdócio católico. Os sacerdotes da igreja católica romana são
pessoas muito especiais, uma vez que o “sacerdócio universal dos
crentes” não faz parte de seu credo. As únicas pessoas consideradas
sacerdotes são os homens que ela mesma treinou e ordenou, os
quais recebem uma parte de sua autoridade proveniente da
“Sucessão Apostólica”21. De encontro, no entanto, 1 Pedro 2:9 nos diz
irreformáveis. 1840. [Cânon]: Se, porém, alguém ousar contrariar esta nossa definição, o que Deus não
permita, - seja excomungado.”.
FONTE: <http://www.montfort.org.br/bra/documentos/concilios/vaticano1/>. Tecnicamente, essa
prerrogativa foi usada oficialmente apenas em 1950 quando ocorreu a proclamação do Dogma da
Assunção de Maria. Não obstante, mesmo antes já era motivo de polêmica e os protestantes a
condenavam veementemente como sendo herética. Mesmo depois de 1870, alguns cardeais católicos
romanos não concordaram com a doutrina. Uma curiosidade é que a expressão “ex cathedra” significa
“da cadeira”, isto é, o trono episcopal de Pedro, que se encontra na Basílica de São Pedro e é
conservado num relicário.
20
Note o contraste de tal atitude com o que foi registrado em Atos 10:25-26: “E aconteceu que,
entrando Pedro, saiu Cornélio a recebê-lo, e, prostrando-se a seus pés o adorou. Mas Pedro o levantou,
dizendo: Levanta-te, que eu também sou homem”.
21
No Catecismo da Igreja Católica, o Sacerdócio é um dos 7 (sete) sacramentos, o Sacramento das
Ordens, algo que os protestantes ou rejeitaram por completo, mantendo somente o Batismo e a Ceia
(com a variedade de interpretações), ou remanejaram para uma categoria de “sinal sacramental”,
que somos todos sacerdotes: “Mas vós sois a geração eleita, o
sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que
anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a
sua maravilhosa luz”. Não, Roma diz, vocês são os leigos, e não
sacerdócio; somente os nossos padres é que são sacerdotes22.
Em seguida, ela lhes atribui certos poderes únicos, como o de
operar milagres. Aqui temos um assunto muito central e de crucial
importância. A igreja católica romana afirma que o sacerdote pode
transformar a água usada no batismo, de modo que a graça nela
penetre23. Ela diz que o sacerdote é capaz de operar um milagre em
relação ao pão e vinho na Ceia do Senhor, que ele foi dotado de
capacitação para operar o milagre chamado de
“Transubstanciação”24. É-nos dito que o pão não é mais pão, mas,
agora, transformou-se no corpo de Cristo; é-nos informado que os
acidentes da cor, do sabor, do odor e assim por diante permanecem
inferior a um sacramento pleno (a título de exemplo, Igreja Anglicana). No Catecismo da Igreja Católica,
há a diferença:“1592. O sacerdócio ministerial difere essencialmente do sacerdócio comum dos fiéis,
porque confere um poder sagrado para o serviço dos mesmos fiéis. Os ministros ordenados exercem o
seu serviço junto do povo de Deus pelo ensino (munusdocendi), pelo culto divino (munusliturgicum) e
pelo governo pastoral (munusregendi)”.
22
O Catecismo da Igreja Católica declara: “897. «Por leigos entendem-se aqui todos os cristãos com
excepção dos membros da ordem sacra ou do estado religioso reconhecido pela Igreja, isto é, os fiéis
que, incorporados em Cristo pelo Baptismo, constituídos em povo de Deus e feitos participantes, a seu
modo, da função sacerdotal, profética e real de Cristo, exercem, pela parte que lhes toca, na Igreja e no
mundo, a missão de todo o povo cristão» (437)”. Ao ler o Catecismo, percebe-se que tentam incluir o
povo leigo numa espécie de função sacerdotal inferior, contrário ao ensino protestante.
23
O Catecismo da Igreja Católica declara: “1238. A água baptismal é então consagrada por uma oração
de epiclese (ou no próprio momento, ou na Vigília Pascal). A Igreja pede a Deus que, pelo seu Filho, o
poder do Espírito Santo desça a esta água, para que os que nela forem baptizados «nasçam da água e
do Espírito» (Jo 3, 5)”.
24
O Catecismo da Igreja Católica declara: “1411. Só os sacerdotes validamente ordenados podem
presidir à Eucaristia e consagrar o pão e o vinho, para que se tornem o corpo e o sangue do Senhor:
1412. Os sinais essenciais do sacramento eucarístico são o pão de trigo e o vinho da videira, sobre os
quais é invocada a bênção do Espírito Santo, e o sacerdote pronuncia as palavras da consagração ditas
por Jesus durante a última ceia: «Isto é o meu corpo, que será entregue por vós... Este é o cálice do meu
sangue...». 1413. Pela consagração, opera-se a transubstanciação do pão e do vinho no corpo e no
sangue de Cristo. Sob as espécies consagradas do pão e do vinho, o próprio Cristo, vivo e glorioso, está
presente de modo verdadeiro, real e substancial, com o seu corpo e o seu sangue, com a sua alma e a
sua divindade (254)”.
os mesmos, mas a substância fora alterada para o corpo de Cristo25.
Tudo isso é o resultado do milagre operado pelo sacerdote, ele que
tem o poder para operar tamanha maravilha.
2.4. Os Sacramentos
Isto nos conduz a toda a doutrina dos sacramentos. Eles
afirmam possuir sete sacramentos, mas mencionarei
particularmente o Batismo e a Ceia do Senhor, os quais a igreja
católica romana não hesita em chamá-los de milagres, por meio de
seus ensinos. A teoria é a seguinte, que estes milagres, tendo sido
operados por um sacerdote na água, no pão e no vinho, carregam
tais elementos da graça de Deus de um modo especial; estes,
portanto, funcionam mais ou menos de forma automática. Ela
expressa que eles operam “ex opere operato”. Em outras palavras, a
água já não é apenas água, pois foi carregada da graça de Deus;
portanto, ocorre um milagre na criança quando posta sobre sua
cabeça. Ou quando se come o pão no momento da Ceia (a propósito,
não lhe é permitido beber do vinho26), você está literalmente
comendo do próprio corpo de Cristo27.
25
Essa citação de “acidente” e “substância” foi alegada por São Tomás de Aquino, partindo de
pressupostos da filosofia aristotélica, com os quais ele tentou explicar que os “acidentes”, as aparências
exteriores dos elementos da Ceia permanecem os mesmos tanto em aparência, cor e sabor, mas a
essência propriamente dita dos elementos, por meio da consagração do sacerdote, transformava-se no
corpo e no sangue de Cristo. Isso foi negado pelos reformadores, primeiro por Lutero de forma mais
atenuada e, posteriormente, por Zuínglio, de forma radical. Calvino, por sua vez, sintetizou ambas as
doutrinas num “meio termo” reformado.
26
A explicação para não se dar vinho ao povo, mas unicamente a hóstia, é que a igreja romana, para
proteger o sangue eucarístico de Jesus da profanação (de ser derramado), legitimou a participação de
uma só espécie para a comunhão dos leigos em geral. O prof. Felipe Aquino explica: “É preciso entender
que no Pão consagrado Jesus está em plenitude: corpo, sangue, alma e divindade; assim, quem
Comunga o Pão eucarístico comunga plenamente. Da mesma forma, Jesus está em plenitude apenas no
2.5. Confissão
Veja como tudo isso é uma faceta da sutileza e das astutas
ciladas do diabo. Qualquer um desses ensinamentos trata-se de
adição, pois não há uma só palavra a respeito no Novo Testamento.
Antes de passarmos do papel do sacerdote no catolicismo romano,
devemos nos lembrar de que ele é também aquele a quem devemos
ir e confessar nossos pecados, porque ele tem o poder para
pronunciar a absolvição, conceder-nos e assegurar-nos o perdão dos
pecados28. Ninguém mais pode fazê-lo exceto o sacerdócio romano,
constituído por pessoas que gozam de poderes especiais.
E seguindo por essa doutrina, as pessoas são ensinadas a irem
e se confessarem a um padre. Não há sequer uma palavra sobre isso
nas Escrituras. Confessamos nossas faltas a Deus e ao próximo, na
Igreja cristã, mas não a um "padre". Vejam mais uma faceta.
Percebam que estou lhes expondo as formas pelas quais este sistema
interpõe-se entre nós e o Senhor Jesus Cristo. Você e eu, como
Vinho”. FONTE: <http://cleofas.com.br/por-que-so-comungamos-a-hostia-e-nao-bebemos-o-vinho-
consagrado/>.
O Concílio de Trento afirma: “Portanto, ainda que Cristo Senhor Nosso na última ceia tenha instituído
este sacramento sob as espécies de pão e de vinho e o tenha distribuído assim aos Apóstolos (cfr. Mt 26,
26 ss; Mc 14, 22 ss; Lc 22, 19 s; l Cor 11, 24 s), contudo aquela instituição e tradição não pretendem que
todos os fiéis de Cristo, por preceito do Senhor, estejam obrigados a receber ambas as espécies”.
27
Na igreja católica romana, considera-se que o pão da ceia é, em sua mais profunda essência,
transformado de tal forma no corpo de Cristo que, dado a vida estar no sangue e, por sua vez, o sangue,
no corpo, neste “acidente” não somente o corpo como também o sangue está presente.
28
De acordo com o Concilio de Trento: “916. Cân. 6. Se alguém negar que a confissão sacramental foi
instituída e é necessária para a salvação por direito divino; ou disser que o modo de confessar em
segredo, só ao sacerdote, que a Igreja desde o princípio sempre observou e ainda observa, é alheio à
instituição de Cristo e não passa de invenção humana — seja excomungado [cfr. n° 899 s]”.
cristãos, vamos a Deus para confessarmos nossos pecados; eles, por
sua vez, vão ao padre.
2.6. O culto a Virgem Maria
Aqui temos a quarta manifestação das argúcias de Roma: uma
das mais alarmantes entre todas as demais. O culto a Virgem Maria,
no catolicismo romano, tem crescido rápida e alarmantemente. E o
que ela ensina acerca desse culto? Que Maria é a ‘Rainha dos Céus’,
sendo ela a quem devemos dirigir-nos em oração em primeira
instância29. Em muitas igrejas católicas, poderemos descobrir que
Maria tem primazia sobre o Senhor Jesus, que é praticamente
escondido por detrás dela. E qual a razão de ser?
A igreja católica romana explica que, sendo Maria humana, ela
é muito mais amorosa e terna do que Jesus; por que Ele é tão
grande, poderoso e autoritário, Ele é tão austero – é isto que ela
ensina, é esta a explicação completa do porquê cultua-se a Virgem
Maria – que não poderíamos ou conseguiríamos ir diretamente a
Ele. Ah, sim, mas, para a nossa alegria, ela está lá, ela que é tão
amorosa, doce; e também, convenhamos, ela é a mãe e pode vir a
influenciá-Lo, não é mesmo?
29
O Catecismo da Igreja Católica chama Maria de Rainha ao dizer “966. «Finalmente, a Virgem
Imaculada, preservada imune de toda a mancha da culpa original, terminado o curso da vida terrena, foi
elevada ao céu em corpo e alma e exaltada pelo Senhor como rainha, para assim se conformar mais
plenamente com o seu Filho, Senhor dos senhores e vencedor do pecado e da morte»”. Notemos
também que a Igreja usa de aparições supostas de Maria para afirmar esse título. Ela teria dito para
Santa Brigida que “Eu sou – lhe disse – Rainha do Céu e Mãe de Misericórdia; para os justos sou alegria e
para os pecadores sou a porta por onde entram para Deus”.
FONTE:<https://blog.cancaonova.com/tododemaria/maria-rainha-do-ceu-e-mae-de-misericordia/>.
Por conseguinte, devemos orar a Virgem Maria e pedir-lhe que
interceda em nosso lugar. Ela está bem ali, entre nós e o Filho de
Deus, o Salvador de nossas almas30. Mas não paramos por aí. A
igreja católica romana vem aumentando cada vez mais o poder de
Maria. Em 1854, eles deram início ao ensino sobre a “Imaculada
Conceição”, a saber, que não somente o Senhor Jesus Cristo nasceu
sem pecado, mas Maria também31. Agora, faz pouco tempo que foi
anunciada a doutrina da “Assunção de Maria”, afirmando que ela
nunca morreu nem foi sepultada, comum a todo ser humano, mas,
ao contrário, que literalmente ascendeu aos céus assim como o Seu
Filho32. Perceba, é assim que a igreja católica romana desenvolve e
30
O Catecismo da Igreja Católica declara sobre a oração da Ave-Maria: “2677. «Santa Maria, Mãe de
Deus, rogai por nós...». Com Isabel, também nós ficamos maravilhados: «E de onde me é dado que
venha ter comigo a Mãe do meu Senhor?» (Lc 1, 43). Porque nos dá Jesus, seu Filho, Maria é Mãe de
Deus e nossa Mãe; podemos confiar-lhe todas as nossas preocupações e pedidos: Ela ora por nós como
orou por si própria: «Faça-se em Mim segundo a tua palavra» (Lc 1, 38). Confiando-nos à sua oração,
abandonamo-nos com Ela à vontade de Deus: «Seja feita a vossa vontade». «Rogai por nós, pecadores,
agora e na hora da nossa morte». Pedindo a Maria que rogue por nós, reconhecemo-nos pobres
pecadores e recorremos à «Mãe de misericórdia», à «Santíssima». Confiamo-nos a Ela «agora», no hoje
das nossas vidas. E a nossa confiança alarga-se para lhe confiar, desde agora, «a hora da nossa morte».
Que Ela esteja então presente como na morte do seu Filho na cruz e que, na hora do nosso passamento,
Ela nos acolha como nossa Mãe (27), para nos levar ao seu Filho Jesus, no Paraíso”.
31
Em 1854, o papa Pio IX, na Bula Ineffabilis Deus, definiu o dogma da Imaculada Conceição de Maria.
Diz-se no ponto 41, parte na qual este é definido: “Depois de implorarmos com gemidos o Espírito
consolador; por sua inspiração, em honra da santa e indivisível Trindade, para decoro e ornamento da
Virgem Mãe de Deus, para exaltação da fé católica, e para incremento da religião cristã, com a
autoridade de Nosso Senhor Jesus Cristo, dos bem-aventurados Apóstolos Pedro e Paulo, e com a Nossa,
declaramos, pronunciamos e definimos: A doutrina que sustenta que a beatíssima Virgem Maria, no
primeiro instante da sua Conceição, por singular graça e privilégio de Deus onipotente, em vista dos
méritos de Jesus Cristo, Salvador do gênero humano, foi preservada imune de toda mancha de pecado
original, essa doutrina foi revelada por Deus, e por isto deve ser crida firme e inviolavelmente por todos
os fiéis”. FONTE: <http://www.montfort.org.br/bra/documentos/decretos/20060220/>.
“Coincidentemente”, em 1858, em Lourdes (França), uma aparição de Maria para uma jovem
camponesa teria confirmado a doutrina oficial, pois ela se revelou, dizendo “Eu sou a Imaculada
Conceição”. Esse dogma já havia sido amplamente discutido na história da Igreja cristã: rejeitado por
Santo Anselmo, afirmado muito confusamente por São Tomás de Aquino, e rejeitado no protestantismo
e na Igreja Ortodoxa Oriental.
32
Em 01 de novembro de 1950, na constituição apostólica Munificentissimus Deus, o papa Pio XII
declarou a Assunção de Maria como um dogma: “Pela autoridade de Nosso Senhor Jesus Cristo, dos
Santos Apóstolos Pedro e Paulo e em nossa própria autoridade, pronunciamos, declaramos e definimos
como sendo um dogma revelado por Deus: que a Imaculada Mãe de Deus, a sempre Virgem Maria,
tendo completado o curso de sua vida terrena, foi assumida, corpo e alma, na glória celeste”.Deve-se
notar que tal dogma foi definido após séculos sem base bíblica sólida e com tradição desconexa, mas Pio
estabelece a doutrina da Virgem Maria, tornando-a por demais
importante, de tal modo que a Pessoa do Senhor Jesus Cristo é
ofuscada.
2.7. Os Santos
Por fim, à Virgem Maria acrescentam-se os “santos”. O povo
católico romano é ensinado a orar aos santos33. Mas como isso pode
acontecer? Eles acreditam no perfeccionismo para esta vida e
declaram que alguns “santos” viveram vidas tão perfeitas que
obtiveram “méritos” demais e, assim, têm mais do que precisam,
uma superabundância de méritos.
O desfecho é que você e eu, que falhamos e necessitamos de
méritos, podemos ir e rezar aos santos e pedir-lhes que nos deem
certa medida da superabundância em suas contas. A isso eles dão o
nome de trabalho da "supererrogação"34, no qual os santos podem
interceder por nós e até mesmo transfundir um pouco do excesso de
XII usou de opiniões de bispos de sua época e pesquisas entre o clero para afirmá-lo. Desde a declaração
solene acerca da infalibilidade papal pelo Concílio Vaticano, proferida pela primeira vez em 1870, foi a
única vez em que um papa fez uso, ex cathedra, da prerrogativa de forma oficial. Martin Lloyd-Jones
critica tal recurso no texto.
33
Declara-se no Concilio de Trento: “984. Manda o Santo Concílio a todos os bispos, aos encarregados
do ensino e aos que mantêm cura, que instruam diligentemente os fiéis, sobretudo no que diz respeito à
intercessão e invocação dos Santos, à veneração das suas Relíquias e ao uso legítimo das Imagens...
Ensinem-lhes que os Santos reinam juntamente com Cristo e oferecem a Deus suas orações pelos
homens, que é bom e útil invocá-los com súplicas e recorrermos às suas orações, ao seu socorro e auxílio,
para obtermos benefícios que a Deus devem ser pedidos por intermédio de Seu Filho Jesus Cristo Nosso
Senhor, único Redentor e Salvador nosso”.
34
Perceba como nos 39 Artigos da Igreja da Inglaterra, artigo 14, nega-se claramente esse conceito:
“ARTIGO XIV – DAS OBRAS DE SUPERERROGAÇÃO: As obras voluntárias, que excedem os Mandamentos
de Deus, e que se chamam Obras de Supererrogação, não se pode ensinar sem arrogância e impiedade;
porque por elas declaram os homens que não só rendem a Deus tudo a que são obrigados, mas também
a favor dele fazem mais do que, como rigoroso dever, lhes é requerido; ainda que Cristo claramente
disse: Quando tiveres feito tudo o que vos está ordenado dizei: Somos servos inúteis”.
méritos a fim de suprir a deficiência e a falta que se encontra em nós.
Assim, tem-se a adoração aos santos, a oração aos santos e a
dependência dos santos. Percebe? O mérito de Jesus Cristo não é
suficiente, mas você precisa ter algo extra, um quê a mais; o mérito
do Salvador, portanto, necessita de ser complementado35.
Escolhi apenas cinco das principais formas como todo o
sistema e a instituição da igreja católica romana interpõem-se entre
o crente e o Senhor Jesus Cristo. Lembrem-se de que todo esse
ensinamento é promulgado por pessoas que Lhe atribuem divindade
plena e são bastante específicas quanto à Encarnação de Cristo, ao
nascimento virginal entre outras doutrinas basilares. É aqui que “as
astutas ciladas do diabo” tomam espaço. Por um lado, a igreja
católica romana aparenta afirmar tudo o que é verdadeiro; por
outro, ela própria acrescenta doutrinas tão falsas que você começa a
se perguntar se ainda resta algo são neste corpo.
35
Note que o Catecismo da Igreja Católica diz “2009. A adopção filial, tornando-nos, pela graça,
participantes da natureza divina, pode conferir-nos, segundo a justiça gratuita de Deus, um verdadeiro
mérito. Trata-se de um direito derivante da graça, o direito pleno do amor que nos faz «co-herdeiros» de
Cristo e dignos de obter a «herança prometida da vida eterna» (64). Os méritos das nossas boas obras
são dons da bondade divina (65). «A graça precedeu; agora restitui-se o que é devido [...] Os méritos
são dons de Deus» (66)”. O documento transforma a graça de Cristo em um mérito ao homem,
divergindo assim grandemente do que Paulo diz em Romanos 4 sobre a justificação de Abrão.
3. Justificação
Permitam-me passar ao terceiro ponto, demonstrando como a
igreja católica romana não simplesmente rouba a posição de Cristo,
mas também Lhe detrai a glória, a perfeição, a plenitude e a
completude da tão grande salvação que Ele oferece e dá a nós. O que
quero dizer com isso? Tome por primeiro exemplo o seguinte: o
ensinamento acerca da justificação (a justificação pela fé). Conforme
disse Lutero, “é a doutrina pela qual a igreja permanece em pé ou
desmorona”, doutrina esta em que reside toda a glória do
protestantismo, sua razão de ser36. Observem o ensinamento
romano no que diz respeito à justificação. Nós conhecemos o nosso
ensino, certo? Ou não? Às vezes me pergunto se muitos de nós,
protestantes, o conhecemos. Não é de admirar que o catolicismo
romano esteja crescendo, visto que a maioria dos protestantes
desconhece o que significa a Justificação37. Enquanto boa parte de
nós continuar achando que basta viver uma vida moralmente boa, o
catolicismo romano está fadado a prosperar. Não é surpresa ver
como esta instituição vem se alastrando pelos países e nações.
O ensino romano é o de que as boas obras, o angariar méritos
podem ser praticados pelo homem, mesmo este pecador,
36
Calvino, nas Institutas da Religião Cristã, diz que a justificação pela fé somente é “a principal
dobradiça sobre a qual a religião se dependura, de modo que devotemos uma maior atenção e
preocupação para com ela”.
FONTE: <http://www.monergismo.com/textos/justificacao/justificacao_heber.htm>.
37
Um grande exemplo desta confusão é o documento “Evangélicos e Católicos Juntos”, assinado por
vários ministros em 1994, no qual a doutrina da justificação pela fé somente não é evidenciada, mesmo
que no documento diga-se algo a respeito.
contribuindo em certa medida para sua justificação38. Eles assim
creem e isso ensinam. Mas nós, protestantes, uníssonos à bíblia,
dizemos: “Como está escrito: Não há um justo, nem um sequer”
(Romanos 3:10), “Porque todos pecaram e destituídos estão da
glória de Deus; Sendo justificados gratuitamente pela sua graça,
pela redenção que há em Cristo Jesus” (Romanos 3:23-24). Em
Isaías 64:6 lemos: “Mas todos nós somos como o imundo, e todas as
nossas justiças como trapo da imundícia; e todos nós murchamos
como a folha, e as nossas iniquidades como um vento nos
arrebatam”. Ou, como o apóstolo Paulo escreve aos filipenses,
nossas melhores obras são como “esterco”, refugo, sem valor. Não,
não, nada disso!, diz Roma. Elas possuem o seu valor, serão
contabilizadas, ajudarão as nossas almas39.
Ainda mais grave é o fato de que, em última análise, o
catolicismo romano prega que a justificação resulta do batismo40. É
aqui que tudo se interconecta. Ensina-se que no ato do batismo não
somente seus pecados são perdoados, mas também uma justiça e
retidão perfeitas são infundidas na pessoa; ou seja, você é feito justo
pelo ato do batismo41. Ainda que se trate de um infante inconsciente,
38
O Concilio de Trento declara: “834. Cân. 24. Se alguém disser que a justiça recebida não se conserva
nem tão pouco se aumenta diante de Deus pelas boas obras, mas que as boas obras somente são frutos
e sinais da justificação que se alcançou, e que não é causa do aumento da mesma — seja excomungado
[cfr. n° 803]”.
39
Perceba que o Concilio de Trento declara: “836. Cân. 26. Se alguém disser que os justos não devem
esperar de Deus a retribuição eterna pelas boas obras feitas em Deus, pela misericórdia do mesmo
Senhor e merecimentos de Jesus Cristo, se perseverarem até ao fim, obrando bem e observando os
preceitos divinos — seja excomungado [cfr. n° 809]”.
40
O Catecismo da Igreja Católica declara: “1266. A Santíssima Trindade confere ao baptizado a graça
santificante, a graça da justificação”.
41
Nas decisões do Concilio de Trento, é-nos informado: “Cap. 4 – A justificação do pecador .796. Nestas
palavras se descreve a justificação do pecador, como sendo uma passagem daquele estado em que o
homem, nascido filho do primeiro Adão, [passa] para o estado de graça e de adoção de filhos (Rom 8,
15) de Deus por meio do segundo Adão, Jesus Cristo, Senhor Nosso. – Esta transladação, depois da
não importa, são-lhe dadas justiça e retidão perfeitas, o pecado
original da pessoa é cancelado e você recebe justiça e retidão
positivas. Aliás, de acordo com a igreja romana, não se trata da
justiça de Cristo, mas, sim, da justiça que Deus elaborou para
aqueles que são batizados. Eles não são “vestidos com a justiça de
Cristo”, e sim feitos justos e retos aos olhos de Deus42. É daí que
advém a denúncia de que o ensino protestante acerca da justificação
pela fé somente é uma heresia perniciosa.
Você consegue ver como tudo isso funciona? Todo ensino o
torna dependente da igreja. Quer dizer que você pode se arrepender,
ir a Cristo, crer nEle e ser salvo? Não, não, você precisa ter uma obra
operada em você pelo sacerdote através do batismo. Do começo ao
fim, as doutrinas romanas tornam o sacerdote e a igreja
absolutamente essenciais. Sem ambos, você estará desamparado; a
igreja o ata a eles. Não há acesso direto a Cristo, você
invariavelmente deve ir a Ele mediante intermediários. A bíblia
declara que há um só Mediador entre Deus e os homens, o homem
Jesus Cristo. Mas não é bem assim em Roma: Maria, o Papa, os
sacerdotes, os santos e toda a estrutura hierárquica e doutrinária são
essenciais e fundamentais. Sendo assim, sobre esta doutrina tão
vital, a justificação, eles ensinam uma mentira.
promulgação do Evangelho, não é possível sem a lavagem da regeneração [isso é o Batismo] ou sem o
desejo do mesmo”.
42
O Catecismo da Igreja Católica declara: “1992. A justificação foi-nos merecida pela paixão de Cristo,
que na cruz Se ofereceu como hóstia viva, santa e agradável a Deus, e cujo sangue se tornou
instrumento de propiciação pelos pecados de todos os homens. A justificação é concedida pelo
Baptismo, sacramento da fé. Conforma-nos com a justiça de Deus que nos torna interiormente justos
pelo poder da sua misericórdia.”Tal ensino é contrário à Fé somente como o meio instrumental de
justificação, e também vai contra a doutrina de que a Fé nos torna justos [justificados] no sentido
externo, diante de Deus, mas não interiormente justos e retos. A Confissão de Augsburgo afirma: “Ser
justificado aqui não significa que o ímpio é tornado justo, mas que ele é pronunciado justo num sentido
forense”.
A Vida Cristã
Chegamos, agora, à vida cristã, outro ponto de grande
importância. Roma não enfatiza tanto o viver uma vida piedosa
quanto a observância de cerimônias e ritos religiosos. Ela ensina aos
membros que mais importante do que batalhar por santidade e
compreender o ensino neotestamentário a respeito da santificação é
comparecer à missa e confessar-se a um sacerdote. Não é ensinada a
responsabilidade pessoal e direta de se praticar a vida cristã, nem
exortações para tanto. Ao contrário, é-lhes ensinado que o dever de
cada membro é o de conformar-se às ordenanças da igreja.
Pois bem, você assiste às cerimônias e faz o que eles lhe
disserem; toma a ceia de vez em quando, faz isso, não faz aquilo, e
achega-se ao seu padre para fazer confissão. Você comparece à missa
e depois vai embora e faz o que quiser. Bom, então você é
acobertado, trazido de volta ao caminho certo e vida que segue. No
lugar de uma simples vida santa, conforme vemos nas Escrituras,
tem-se cerimônias, ritos e observâncias disso e daquilo.
Negação da Garantia da Salvação
Outro erro grave é a completa negação da doutrina sobre a
garantia e certeza da salvação. Não há nada mais glorioso do que
essa doutrina. Vemos no capítulo 8, versículo 16 de Romanos esta
declaração majestosa: “O mesmo Espírito testifica com o nosso
espírito que somos filhos de Deus”. Você sabe o que essa passagem
significa? Não existe nada mais maravilhoso do que compreendê-la,
mas a igreja de Roma nega a doutrina em questão por completo. Não
é possível qualquer tipo de certeza nesta vida. Mas por quê?43
Argumento postulado, de forma bastante lógica – daí é que o
sistema católico romano se mostra tão diabólico; ninguém senão o
próprio diabo poderia tê-lo concebido com tamanha engenhosidade
Funciona da seguinte maneira: no ato do batismo, o seu pecado
original é cancelado, você é tornado justo aos olhos de Deus e agora
está tudo certo entre ambos. Ah, sim, mas e quanto aos pecados
cometidos após o batismo, e quanto aos pecados que você cometeu
depois de ser batizado? Seu batismo não tem nada a ver com isso. E
o que pode ser feito, então? Está aí o problema.
O ensino protestante ensina que “O sangue de Jesus Cristo nos
purifica de todo pecado”, que Sua Obra na Cruz cobre meus pecados
presentes, passados e futuros. Esse único ato foi suficiente. Nada
43
O Concilio de Trento declara: “826. Cân. 16. Se alguém disser que com absoluta e infalível certeza há
de ter aquele grande dom da perseverança final, sem o ter sabido por especial revelação — seja
excomungado [cfr. n° 805 s]”.
disso, diz Roma, não é o suficiente! O problema dos pecados
cometidos após o batismo é de outra alçada. Mas, então, o que devo
fazer a respeito deles? É claro, devo ir ao sacerdote e fazer confissão,
pois ele somente poderá lidar com eles44.
Mesmo assim, talvez nem mesmo o sacerdote possa purgar-
nos de todas as nossas faltas. E é assim que eu chego ao fim da vida,
cá estou eu me encontrando com meus pecados cometidos depois do
batismo, eles estão me ameaçando com o inferno e a condenação. É
isso? Não, diz ela, o sacerdote, e tão somente ele poderá livrar-nos,
obviamente. Você tem à disposição o sacramento da penitência, faz
uma confissão, não habitual diga-se e, assim, é-lhe dada absolvição.
Bom, isso me garantirá uma boa posição perante Deus? Não,
nem mesmo isso! O que se passou quase o colocou nos trilhos, mas
alguns pecados ainda não lhe foram perdoados. O que fazer com
eles, então? Ora, felizmente existe um lugar, conta-nos a igreja de
Roma, chamado purgatório. É-me permitido ir para lá a fim de
44
O Concilio de Trento declara sobre o perdão dos pecados após o batismo: “807. Aqueles que pelo
pecado perderam a graça da justificação, que haviam recebido, poderão novamente ser justificados
[cân. 29] se, excitados por Deus, procurarem recuperar a graça perdida por meio do sacramento da
Penitência, em virtude do merecimento de Cristo. Este modo de justificação é a reparação do que caiu,
sendo com muito acerto denominada pelos Santos Padres de "segunda tábua depois do naufrágio da
graça perdida"8. Pois, para os que depois do Batismo caem em pecados, instituiu Jesus Cristo o
sacramento da Penitência com as palavras Recebei o Espírito Santo; àqueles a quem perdoardes os
pecados, ser-lhes-ão perdoados, e àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos (Jo 20, 22-23). Por
onde se deve ensinar que a Penitência do cristão depois da queda muito se distingue do Batismo, e que
nela está contida não só a renúncia e a detestação dos pecados, ou o coração contrito e humilhado (Sl
50, 19), mas também a confissão sacramental dos mesmos, ao menos em desejo [in voto], que se há de
cumprir a seu tempo, a absolvição sacerdotal e anda a satisfação por jejuns, orações, esmolas e outros
piedosos exercícios da vida espiritual, não em lugar do castigo eterno, que é com a culpa perdoado pela
recepção do sacramento ou pelo desejo de recebê-lo, mas em lugar do castigo temporal [cân. 30], que,
como ensinam as Sagradas Letras, nem sempre é perdoado todo – como sucede no Batismo – àqueles
que, ingratos à graça de Deus, contristaram o Espírito Santo (Ef 4, 30) e não recearam violar o templo de
Deus (1 Cor 3, 17)”.
libertar-me deste meu pecado que permanece sem perdão, ou seja,
os pecados que cometi após ser batizado45.
O que acontece comigo lá? Bom, meus parentes ainda vivos
estão orando e pagando quantias de dinheiro por mim. Você poderá
perceber todo tipo de “indulgências”, “orações pelos mortos”, velas
acesas e taxas coletadas. Quanto mais meu parente pagar por mim, o
quanto antes me será permitido sair. Você vê algo acerca disso em
algum lugar da bíblia? Não vê, correto? É claro que não! Essas
doutrinas não passam de “revelações” adicionais, conforme eles
alegam ter. Não passa de adição.
A obra de Cristo, diz a igreja romana, não é suficiente, precisa
ser complementada do modo como ela prescreve. Então, estou indo
longe demais ao chamá-la de apostasia?
45
Sobre o Purgatório, o Catecismo da Igreja Católica declara: “III. A purificação final ou Purgatório 1030.
Os que morrem na graça e na amizade de Deus, mas não de todo purificados, embora seguros da sua
salvação eterna, sofrem depois da morte uma purificação, a fim de obterem a santidade necessária para
entrar na alegria do céu. 1031. A Igreja chama Purgatório a esta purificação final dos eleitos, que é
absolutamente distinta do castigo dos condenados. A Igreja formulou a doutrina da fé relativamente ao
Purgatório sobretudo nos concílios de Florença (622) e de Trento (623). A Tradição da Igreja, referindo-se
a certos textos da Escritura fala dum fogo purificador:e no Concilio de Trento afirma: 840. Cân. 30. Se
alguém disser que a todo pecador penitente, que recebeu a graça da justificação, é de tal modo
perdoada a ofensa e desfeita e abolida a obrigação à pena eterna, que não lhe fica obrigação alguma de
pena temporal a pagar, seja neste mundo ou no outro, no purgatório, antes que lhe possam ser abertas
as portas para o reino dos céus — seja excomungado [cfr. n° 807]”.
Consequências Horríveis
E quais as consequências do que foi falado anteriormente? Os
membros da igreja católica romana são mantidos em ignorância e
atados à superstição. Mas não para por aí. Consequentemente,
também vemos um estilo de vida que, neste país, ficou conhecido
como “Domingo relaxado”46, ou seja, tendo comparecido à missa aos
domingos pela manhã, você poderá fazer o que quiser no restante do
dia. Você pode tratar o domingo como qualquer outro dia,
praticando esportes, desfrutando de prazeres [terrenos] etc. Essa é
uma das consequências lógicas do sistema romano, e não me
surpreende que assim se dê, afinal as pessoas, enquanto indivíduos,
não importam nem é feito algo para que o contrário aconteça.
Basta a pessoa obedecer aos comandos do sistema, entregar-se
à instituição que a igreja cuidará de sua alma. É a consequência
lógica. Além de quê, destas atitudes segue-se a perseguição do
verdadeiro caminho, já declarado por essa mesma instituição. Ela,
antes, disse crer em algo, e por necessidade lógica agora o persegue.
Chegando ao final deste sermão, pergunto-lhes: será que não
temos perdido nosso tempo? Devemos realmente nos preocupar
com tudo isso? Não deveríamos estar orgulhosos de que existam
46
No original, “Continental Sunday”. A expressão refere-se à prática comumente encontrada na Europa
continental, e é contrária à visão do Domingo dos puritanos, dos reformadores entre outros cristãos
ortodoxos. De acordo com o dicionário digital Merriam-Webster, em tradução livre, é a “Expressão que
remete ao dia de Domingo como observado na Europa continental, geralmente sem restrições especiais
impostas sobre ações públicas e cíveis. Prática esta que contrasta com o costume britânico e
americano”.
novas abordagens para com o catolicismo romano? Não temos de
nos alegrar com o fato de que seja possível para todos nós, apesar
dos pesares, nos unirmos como cristãos contra o comunismo?
São essas as perguntas que você precisa encarar. Quanto a
mim, não hesito em dar-lhes resposta. O sistema católico romano é
terminantemente mais perigoso do que o próprio comunismo, por
ser uma falsificação, uma imitação, um simulacro “em nome” de
Jesus. Ela, a igreja de Roma, é a “mulher escarlate”, o mais terrível e
confuso entre todos os enganos e mentiras, justamente por usar o
nome de Cristo. Por sua vez, o comunismo não passa de um sistema
aberrante e obviamente ateísta, ímpio.
Os Reformadores Protestantes
Não, os reformadores protestantes não eram meros fanáticos
religiosos, nem tolos. Eles tiveram os olhos abertos pelo Espírito
Santo. Foi exatamente isso o que aconteceu com Lutero, o que
aconteceu com Calvino, o que aconteceu com Knox, o que aconteceu
com todos eles. Tais homens tiveram seus olhos abertos, eles viram,
eles enxergaram como a bíblia retratava o catolicismo romano como
uma monstruosidade horrenda, advertindo-nos contra ele. Tendo os
olhos abertos, eles preferiram arriscar a vida e protestar.
Eles declararam que o romanismo era falso. Depois, passaram
a afirmar a justificação do pecador pela fé, a autoridade
peremptória, suprema, final, toda suficiente das Escrituras Sagradas,
o sacerdócio universal dos crentes, e assim por diante. Estes homens
estavam prontos a morrer por estas verdades, e muitos deles
realmente morreram por elas!
Deixe-me, em solene advertência, alertá-lo de algo. Caso você
esteja feliz por essas novas tendências concernentes ao catolicismo
romano, sua reação nada mais faz do que negar o sangue desses
mártires! Jamais se aproximem de Smithfield47, caso vocês creiam
no que eu acabei de lhes dizer. Esses homens do passado foram lá
47
Smithfield é um bairro localizado ao noroeste de Londres. Trata-se de um local aberto usado na Idade
Média para execução de muitos mártires religiosos. John Foxe relata vários casos da época de Maria I, a
Sangunária, em seu livro “O Livro dos Mártires”.
queimados na fogueira; John Bradford48 entre outros foram
martirizados ao denunciarem a igreja católica romana justamente
naquele lugar. Vocês estarão renegando seus próprios antepassados,
dando-lhes as costas e dizendo: ‘vocês estavam errados, vocês foram
enganados!’. Cuidado, vejam bem o que vocês estão fazendo. Não
sejam engodados pelos argumentos capciosos de Roma.
48
John Bradford (1510-1555) foi um reformador inglês, e chegou a ser capelão do Rei Eduardo VI. Ele foi
preso na Torre de Londres pela acusação de “agitação”, no reinado da rainha católica Maria Tudor. Seu
martírio na fogueira se deu no dia 01 de julho de 1555.
Roma Nunca Muda
O problema tem sido cada vez mais agudo devido à tecnologia
de rádio e tevê. Veja como os católicos romanos aparecem: quão
educados, gentis, legais, como são tolerantes e compreensivos. Eles
aparentam ser muito mais cordiais do que a nossa membresia!
Protestantes tolos e ignorantes têm dito coisas do tipo, prontos para
cair na armadilha romana. “Ah, mas veja bem”, talvez alguém diga,
“a igreja católica romana não mudou? Você tem se mantido no
passado, como se estivéssemos no século 16. Não percebe? Estamos
vivendo no século 20”. Bom, minha resposta é bastante simples. O
maior motivo de orgulho para a igreja católica romana é exatamente
o fato de ela nunca mudar. “Sempereadem”49. Como ela então teria
mudado ou viria a mudar?
Se mudasse, Roma estaria admitindo que estava errada no
passado; ela, que tem invariavelmente afirmado ser infalível, que o
papa é o Vigário de Cristo e que, portanto, é-lhe impossível falhar. Se
disser que é capaz de mudanças, ela estará negando seu dogma mais
central!
Ela não afirma estar mudando nem algum dia virá a mudar. A
igreja de Roma permanece e persiste a mesma. E se algum dia ela
passar por alguma mudança, será para pior. A igreja católica romana
49
Sempereadem é uma expressão do latim que, traduzida, significa “sempre o mesmo”. Foi usada no
reinado de Elizabeth I como lema. FONTE: <http://www.avenirinstitute.info/avenirology/semper-
eadem-semper-in-motu>.
acrescentou ensinamentos aos que ela já havia promulgado no
século 16, entre os quais está a infalibilidade papal. Não, não existem
mudanças na igreja de Roma. E se uma denominação mundial vier à
existência neste mundo, será porque a igreja católica romana já terá
engolido todas as demais e as tragado à ignorância!
Quanto a isso, não existe qualquer dificuldade. Roma é uma
falsificação, uma farsa, uma fraude, uma impostora. É prostituição
do tipo mais horrendo, mais diabólico. É, afinal, uma forma de
anticristo. Ela deve ser rejeitada, denunciada e, acima de tudo,
combatida.
Mas só há um modo de se combatê-la, conforme eu disse no
início deste sermão, e este é a doutrina cristã bíblica. Um
cristianismo que prega nada além de “venha a Cristo” ou “venha a
Jesus” não resistirá ao catolicismo romano nem por um segundo. É
bem provável que agir assim dará, em última instância, mais cabeças
a Roma. Aqueles que sustentam campanhas evangelísticas e dizem
“ah, sim, católicos romanos . . . voltem para a igreja de vocês, podem
ir pra lá que não tem problema” negam o ensino do Novo
Testamento50. Nós precisamos advertir os que permanecem no
sistema católico romano.
50
O famoso Evangelista Billy Graham era muito conhecido por suas imensas campanhas evangelistas;
em 1963 ele já havia feito algumas em Londres. Lloyd-Jones não aceitou o convite do próprio Graham
para juntar-se a ele em seus empreendimentos na Inglaterra. O Dr. criticava o evangelismo superficial e
principalmente a associação de Graham com católicos romanos nas campanhas, tanto na estrutura
quanto na liderança dos eventos. Sua crítica se baseia literalmente em algo que Billy Graham pregava, a
saber, que ao se converter, os novos crentes deveriam buscar uma igreja imediatamente, ainda que
fosse uma católica romana.
Existe somente um ensino, um poder que consegue resistir a
este engano horrendo: o que a bíblia chama de “toda a armadura de
Deus”, uma demonstração bíblica, doutrinária e teológica da
Verdade neotestamentária. Foi dessa forma que combateram no
século 16. Lutero não era um mero evangelista superficial, mas, sim,
um teólogo de poder. E assim também o foi Calvino, e todos os
demais. Foi este maravilhoso conjunto da Verdade, estruturado em
detalhes e apresentado ao povo, que enfraqueceu e até mesmo
abalou a igreja de Roma. Nada menos do que isso é suficiente ao
cenário atual.
Povo cristão, a incumbência que paira sobre suas cabeças é
terrível. Vocês precisam e devem conhecer a verdade, entendê-la,
compreendê-la e serem capazes de contra-argumentar falsos
ensinamentos. Há pessoas inocentes sendo enganadas pelos engodos
de Roma. É o nosso dever abrir-lhes os olhos e ensinar-lhes o
verdadeiro caminho.
Mas não é só. Devemos, ao passo que nos posicionamos como
bastiões da Verdade de Deus, comprometer-nos a orar com fervor,
confiantes de que o Espírito Santo nos abençoará. Ao nos
posicionarmos pelas Escrituras e por suas Verdades, o Espírito de
Deus trará sobre nós um poderoso avivamento. É dessa forma que
creio. Nada senão as Verdades da Palavra de Deus poderão nos dar
um avivamento que abale a instituição que se autointitula como
sendo “A Igreja de Roma”, esta “grande prostituta”.
Que Deus nos ilumine e dê entendimento sobre os tempos em
que estamos vivendo. Que Ele nos desperte antes que seja tarde
demais. Amém.
Bibliografia básica
Catecismo da Igreja Católica
<http://www.vatican.va/archive/cathechism_po/index_new/prima-pagina-
cic_po.html>.
Concilio de Trento
<http://www.montfort.org.br/bra/documentos/concilios/trento/>.
Concilio Vaticano I
<http://www.montfort.org.br/bra/documentos/concilios/vaticano1/>.
Concilio Vaticano II
<http://www.vatican.va/archive/hist_councils/ii_vatican_council/index_po.ht
m>.
Constituição Dogmática Lumen Gentium
<http://www.vatican.va/archive/hist_councils/ii_vatican_council/documents/
vat-ii_const_19641121_lumen-gentium_po.html>.
Constituição Dogmática Dei Verbum
<http://www.vatican.va/archive/hist_councils/ii_vatican_council/documents/
vat-ii_const_19651118_dei-verbum_po.html>
Bula "Ineffabilis Deus" – Dogma da Imaculada Conceição
http://www.montfort.org.br/bra/documentos/decretos/20060220/
Constituição apostólica Munificentissimus Deus - Dogma da Assunção de
Maria http://w2.vatican.va/content/pius-
xii/pt/apost_constitutions/documents/hf_p-
xii_apc_19501101_munificentissimus-deus.html
ORE PARA QUE O ESPIRITO SANTO USE ESSE SERMÃO
PARA TRAZER UM CONHECIMENTO SALVÍFICO DE
JESUS CRISTO E PARA EDIFICAÇÃO DA IGREJA
FONTE: “The Roman Catholic Church” – Um sermão de D. Martin Lloyd-
Jones, pregado na Capela de Westminster (Westminster Chapel), Londres, e
publicado em Maio de 1963.
Tradução: Mary Schultze
Revisão da tradução e copidesque: Cesare Turazzi
Revisão: Cibele Cardozo, Plábyo Geanine e Cesare Turazzi.
Capa e diagramação: Armando Marcos.
Revisão final: Armando Marcos
1°Edição : 2010
2° Edição revista e com notas : 2017
Projeto Castelo Forte – Proclamando a Verdade Evangélica
Site: www.projetocasteloforte.com.br
Instagram: @projetocasteloforte
Facebook/ProjetoCasteloForte
Você tem permissão de livre uso desse material, e é incentivado a distribuí-lo, desde
que sem alteração do conteúdo, em parte ou em todo, em qualquer formato: em
blogs e sites, ou distribuidores, pede-se somente que cite o site “Projeto Spurgeon”
como fonte, bem como o link do site www.projetocasteloforte.com.br. Caso você
tenha encontrado esse arquivo em sites de downloads de livros, não se preocupe se é
legal ou ilegal, nosso material é para livre uso para divulgação de Cristo e do
Evangelho, por qualquer meio adquirido, exceto por venda. É vedada a venda desse
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Catolicismo Romano: Uma Análise Crítica

  • 1.
  • 2.
  • 3. Apresentação ao Leitor Na data de publicação exata deste sermão, 31 de outubro de 2017, comemoramos 500 anos de Reforma Protestante. A data claramente é um símbolo do movimento, que de fato ganhou volume e corpo após o celebre acontecimento. Desde então, milhares de homens, mulheres e crianças foram libertas das trevas em que estavam afogadas para a Luz da Palavra. Grande parte do negrume por qual estavam envoltos, a ignorância bíblica, foi produto e culpa direta do catolicismo romano. Daqueles tempos para cá, e principalmente em nosso presente século, muitos crentes, igrejas e congregações inteiras, deixando para traz doutrinas bíblicas e desejosos de mais uma vez abraçar as heresias de Roma, negam os próprios baluartes e baixam a guarda da Verdade do Evangelho. Os tais diluem as Boas-Novas de Jesus Cristo, como que redescobertas à época da Reforma, em troca de aplausos de homens e consolos superficiais. Martin Lloyd-Jones não era assim. O grande pregador galês da segunda metade do século XX, em plena era do movimento ecumênico e dos apelos sedutores de Roma para uma “abertura” ao mundo, não se deixou enganar. Neste sermão, pregado em 1963, ele se declarou clara e abertamente contra as doutrinas romanas, já intensamente combatidas por seus antepassados reformadores e puritanos. O Dr. Lloyd-Jones neste texto é claro e direto. Tudo que afirma tem base nas Escrituras e nas próprias doutrinas católicas, que permanecem as mesmas desde sempre (contrário ao que muitos evangélicos, até hoje, parecem acreditar). Roma pode ter mudado exteriormente, mas
  • 4. continua doutrinariamente condenando o protestantismo como heresia perniciosa, ainda que o atual Papa Francisco aparentemente não “se lembre” disso. As notas de rodapé não existem no texto original, mas decidi elaborá-las com duas intenções primordiais: contextualizar o texto à época em que foi produzido para o leitor atual e demonstrar onde, como e por que o ensino católico romano ensina os argumentos refutados por Lloyd- Jones. Utilizei como fontes primárias o endereço do próprio Vaticano, sempre que possível; não sendo, domínios digitais renomados do catolicismo romano. Os principais materiais utilizados como fonte foram o Catecismo da Igreja Católica e as resoluções dos Concílio de Trento, Concílio Vaticano I e Concilio Vaticano II, com suas constituições e cartas dogmáticas. Concentrei-me neles por serem os de maior autoridade dentro do magistério universal da igreja romana; além do mais, sendo estes mais claros, ganham maior peso. Algumas notas são longas por conta do conteúdo, pois preferi citar o máximo de conteúdo possível, a fim de evitar más interpretações dos dogmas católicos romanos por culpa de frases soltas ou fora de contexto. É necessário reforçar que apontei as fontes com cuidado desejoso de ser fiel ao que as doutrinas católicas declaram, e para não poder ser acusado de falso testemunho ou interpretações errôneas. Alguns apontamentos, porém, que não tratam especificamente de uma doutrina são textos escritos por reformadores e pastores. Inseri-os objetivando estabelecer alguns pontos (principalmente no que diz respeito ao tema da idolatria).
  • 5. Que nesses tempos frouxos em que vivemos mais pessoas se levantem corajosamente como o Dr. D. Martin Lloyd-Jones, para que a Verdade do Evangelho de Jesus Cristo seja pregada em ousadia, pureza, fidelidade e dependência do Espírito Santo, em todos os lugares da terra, para Sua glória. Que Deus dê olhos para enxergar e ouvidos para ouvir. Que ninguém se escandalize com as palavras do Dr., mas, lendo- as, seja levado ao arrependimento e fé somente em Jesus Cristo, por Graça. Armando Marcos Criador e editor chefe de Projeto Castelo Forte Outubro de 2017, 500° ano da Reforma Protestante
  • 6. Catolicismo Romano Uma Análise Crítica Sermão proferido em Maio de 1963 por Dr. D. Martin Lloyd-Jones Na Capela de Westminster, Londres (Com notas de rodapé elaboradas por Armando Marcos)
  • 7. “Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo. (Efésios 6:11). Certas coisas que vêm ocorrendo em nossos dias exigem de cada cristão inteligente, imperativamente, determinado conhecimento sobre o Catolicismo Romano1. Movimentos em andamento e encontros sendo organizados tentam promover a reaproximação entre o catolicismo romano e o protestantismo. Há pessoas se alegrando por isso e dizendo que será maravilhoso caso voltemos à união, se nos unirmos novamente, e que cooperarmos em certos aspectos será uma bela manifestação do espírito cristão. Ora, afirmativas assim fazem com que seja imperativo entendermos o que está acontecendo; além de quê, conforme olhamos para o futuro, o quadro torna-se cada vez mais urgente, dado que existem determinadas possibilidades a serem encaradas de modo realista. Percebo, ao olhar para as estatísticas, que, caso esta propensão atual continue, logo teremos uma maioria católica. Portanto, se prosseguirmos com o princípio democrático de decidir nossa forma de governo pelo número de cabeças presentes, em breve, passaremos a ter uma maioria católica romana. Não é difícil de antever certas possibilidades que resultarão do que vem ocorrendo em nossos dias. A verdade é que tudo isso poderá 1 Devemos nos lembrar de que à época em que esse sermão foi pregado dava-se início ao Concilio Vaticano II.
  • 8. acontecer até mesmo neste país, dentro de alguns anos. Portanto, sob todos os pontos de vista, torna-se imperativo enxergar o curso dos acontecimentos e abrir os olhos para os fatos, os grandiosos fatos que estão nos confrontando. Quer gostemos ou não, trata-se de algo que precisamos fazer. Pessoalmente falando, eu jamais o havia feito antes. Não pertenço a qualquer “sociedade protestante”. Jamais subi nesse tipo de tribuna. Minha posição tem sido sempre a de que a única e definitiva resposta para o catolicismo romano é a pregação positiva da Verdade cristã e das grandes doutrinas da reforma. Nada, além disso, foi capaz, e nada senão isso será capaz algum dia de lidar com a igreja católica romana. Protestos negativos, a meu ver, resultam em praticamente nada; eles persistem desde tempos e até hoje. Mas a verdade é que o corpo romano está crescendo praticamente no país todo, enquanto todos os nossos protestos negativos vêm sendo de valor nenhum. Minha opinião é que o crescimento do catolicismo romano se deve a uma única coisa, a saber, ao protestantismo fraco e flácido que desconhece aquilo em que crê. E é por isso que dedico meu tempo entregando um ensino positivo. Agora, nosso texto me obriga a tratar dos seguintes assuntos: “as astutas ciladas do diabo”, a atividade dos principados e potestades, os príncipes das trevas deste século, e as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais [cf. Efésios 6:12].
  • 9. Muito bem, e assim o que encontramos? Deixe-me fazer abundantemente claro que eu não estou, aqui, interessado em tratar com pessoas, individualmente falando. É óbvio que existem pessoas católicas romanas e, ao mesmo tempo, cristãs. Você pode ser um cristão e, também, um católico romano. Meu objetivo, em sua integralidade, é tentar demonstrar que essas pessoas são cristãs apesar do sistema eclesiástico em que estão inseridas, e não em razão dele. Sejamos, de toda forma, claros sobre o seguinte: é possível que uma pessoa seja cristã, não obstante dentro da igreja católica romana. Não estou considerando as pessoas, individualmente falando, nem o assunto pelo ponto de vista político. Claro, nem por um momento quero aparentemente dizer que o aspecto político não seja importante; afinal, acabo de dar evidências de como ele pode ser de enorme importância. Conhecemos o registro histórico desta instituição chamada igreja católica romana e sabemos o que acontece politicamente falando; sabemos que ela alega ser um poder político e, portanto, até mesmo sob este aspecto o que se trata aqui seria importante. Porém, não é com isso que eu me preocupo agora. Parece-me que esse seria um trabalho para o cristão comum, leigo, e para o estadista cristão. Ao invés disso, o que mais me preocupa é o aspecto espiritual, pois foi para este que o apóstolo direcionou nossas mentes.
  • 10. A Ortodoxia Romana Ora, para o que estamos olhando? Estamos olhando para um sistema, conhecido como catolicismo romano, e eu não hesitaria em afirmá-lo como sendo a maior obra-prima do diabo! Este sistema está de tal modo afastado da fé cristã e do ensino do Novo Testamento que eu não hesitaria em, a uma só voz com os reformadores do século 16, descrevê-lo como [uma] “apostasia”. Sejamos claros aqui. Nós definimos apostasia como uma espécie de afastamento absoluto e completo da fé cristã. “Ora”, alguns dirão, “o senhor está falando isso da igreja católica romana?” Precisamos ser cuidadosos agora. Quando dizemos que o catolicismo romano é apostasia, precisamos esclarecer em qual sentido esta afirmação é verdadeira. Deixe-me dizer, portanto, que não se trata de uma simples questão sobre “negação” da Verdade; mas, antes, de um acréscimo, atitude tal que, por fim, resulta num afastamento do que é verdadeiro. Deixem-me explicar, pois é justamente aqui onde entra toda a sutileza e onde os ardis do diabo ganham espaço. Em certo sentido, se observada descuidadamente, a igreja católica romana poderá parecer a mais ortodoxa do mundo. Quando considerada a Pessoa do Senhor Jesus Cristo, não há dúvidas sobre a ortodoxia da igreja católica romana. É uma instituição que acredita que Jesus de Nazaré foi o Filho Eterno de Deus; acredita no nascimento virginal; acredita na Encarnação; acredita em Seus milagres; acredita em Sua
  • 11. obra substitutiva na Cruz e em Sua ressurreição física e Ascenção. Não há dúvida sobre isso. Acerca da questão sobre a Pessoa de nosso Senhor, a igreja católica romana é absolutamente ortodoxa (ai! de nós, e, penso por vezes, até mais ortodoxa do que a maioria dos protestantes). É isso que torna esta instituição tão aterradora. Do mesmo modo, quando se trata da Obra de nosso Senhor, não existe qualquer dúvida sobre a ortodoxia católica romana. No que diz respeito ao princípio da graça, é um de seus dogmas mais centrais. Quanto à inspiração e autoridade divinas da Escritura Sagrada, ela as confirma e crê que a Bíblia seja a Palavra de Deus. Mas novamente, e ai! de nós por isso, muito mais do que a maior parte dos protestantes. Sendo assim, se a observarmos meramente por um prisma mais genérico, concluiremos que o catolicismo romano é o corpo mais ortodoxo na face da terra. Mas é exatamente nesse ponto que reside a argúcia e surgem as dificuldades. A tudo ela acrescenta um “adicional”, um “a mais”de coisas totalmente não escriturísticas e completamente passíveis de condenação, as quais, a bem da verdade, passam a ser uma negação da Escritura. Por fim, esta igreja nos coloca numa situação em que, caso aceitemos seus ensinos, estaremos acreditando numa mentira! Em outras palavras, seus dogmas são uma falsidade e ela é, conforme as Escrituras declaram, “a grande prostituta”!
  • 12. A sutileza de Roma Ora, este assunto é extremamente sutil, mas estamos justamente tratando, aqui, da sutileza, das “astutas ciladas do diabo”. Se você realmente deseja saber algo a respeito de sutilezas, leia a literatura da igreja católica romana2. Ela consegue aparentar todas as coisas a todos os tipos de homens e mulheres, tudo a todos. Seu sistema é tão vasto e sua sutileza, tão grande que por pouco aparenta ser deveras inexpugnável. Vocês devem ter-se apercebido disso. Tomo um exemplo ao acaso. Vocês já devem tê-lo percebido muitas vezes. Ouve-se dizer que a igreja católica romana não admite o divórcio, e quando um de seus membros divorcia-se, ele deve ser excomungado. Mas, logo em seguida, quando de repente lemos nos jornais a respeito do divórcio de um homem ou mulher católicos e pertencentes à nobreza, questiona-se: “como isso pôde acontecer?”. Ah, sim, sim, eles conseguem explicar muito bem o ocorrido. Afirmam que aquele casamento nunca foi, na realidade, um casamento legítimo. Eles podem explicar qualquer coisa, não há dificuldade alguma no caminho. Seu sistema de casuística e seus argumentos são desenvolvidos de tal maneira que ela parece estar atirando em todas as direções, ao mesmo tempo. 2 Os melhores materiais para se conhecer de fato as doutrinas católicas romanas são seu “Catecismo da Igreja Católica” e suas diversas encíclicas, bulas e concílios (material citado em abundância nesta obra).
  • 13. As Muitas Faces de Roma Aplicando de outro modo, quantas faces a igreja católica romana tem na verdade? Vejamos. Observem-na aqui na Inglaterra, depois na Irlanda do Norte e na Irlanda do Sul. Vejam-na nos Estados Unidos e, em seguida, percebam-na nos países da América Latina; após isso, provavelmente vocês não acreditarão que se trata da mesma instituição. Observem-na em países como a Espanha e a Itália e em outros países semelhantes e vejam o contraste em que ela aparece com relação à Alemanha e a outro país semelhante; comparem-nas e vejam como a diferença é gigantesca. Vocês não imaginariam se tratar da mesma instituição. Mas são. Ela pode mudar de cor, aparência e forma, sendo, como eu disse, todas as coisas para todos os homens em todos os lugares: ela é tudo. Vocês se lembram de que o apóstolo nos disse que uma das características do próprio diabo é que ele pode transformar-se em anjo da luz. Do mesmo modo, essa igreja também consegue fazê-lo. Não há limites, não há um fim para os vários "disfarces" com os quais ela pode aparecer trajada. No país em que estamos, ela se mostra altamente intelectual, encorajando as pessoas à leitura da Bíblia; já em outras nações, ela proíbe que os seus membros tornem-se intelectuais e leiam a Bíblia, a fim de ali encorajar, deliberadamente, a superstição. Aqui ela parece tolerante, pronta a ouvir e a argumentar e a ceder pontos e a ser amistosa. Entretanto, nos países não desenvolvidos, ela já é
  • 14. absolutamente intolerante, cruel e vil em seu desvelo perseguidor. Mesmo assim, continua sendo o mesmo corpo, a mesma instituição e o mesmo povo, os mesmos frequentadores, a mesma membresia. Com esta evidência é que me baseio para afirmar que ela é, sem dúvida, a obra-prima do diabo. Temos aqui um grande corpo, uma instituição que, de tempos em tempos, através dos séculos, continua agindo assim, como dizem as Escrituras, manifestando “as ciladas do diabo”, com toda a sutileza “e com todo o engano da injustiça” que lhe são costumeiros. Tudo isso é profetizado na bíblia de forma clara e direta, profecias estas que podem ser encontradas na segunda epístola de Paulo aos tessalonicenses. (Esta não é a única explicação para essa passagem, mas, ainda assim, uma delas.) Talvez vocês já considerem esse sistema como que elevado à nona potência, justamente o que ele já vem fazendo há tempos. Vocês podem também vê-lo retratado na segunda besta do capítulo 13 do livro de Apocalipse, e eu suponho que ele também aparece no capítulo 17, na imagem da "grande prostituta" sentada nos sete montes, como sempre fez e invariavelmente Roma faz. Todo esse sistema se mostrou assim ao longo da história, e sempre da mesma forma, de tal modo, e tanto, que em determinada época monopolizou basicamente toda a igreja cristã. Ele chegou vagarosa e sutilmente, a fim de construir um caminho, para, finalmente, ter controle terminante.
  • 15. O que a igreja católica tem feito e como ela tem agido? Seriam precisos meses para este assunto ser tratado adequadamente. Estou preocupado neste único sermão em oferecer apenas algumas linhas principais comprovando que minha discórdia se faz verdadeira. Portanto, dividirei o sermão em três “partes” principais: 1. Idolatria e Superstição Este primeiro ponto é para demonstrar a forma como a igreja católica romana tem sido culpada de introduzir idolatria e superstição. Ora, não existe coisa alguma mais condenada na Escritura do que a “idolatria”3. Não devemos fabricar “imagens esculpidas”4. Mas a igreja católica romana está repleta de imagens e ensina seu povo a adorar os ídolos5. Eles adoram todo tipo de 3 Alguns exemplos de condenação à idolatria: Êxodo 20; Levítico 19:4; Deuteronômio 27:15; Salmos 115:4-8; Isaías 42:8, 45:2; I Corinitios 10:7; I João 5:21, entre tantos outros. Martin Lloyd-Jones, aqui, trata da questão mais “material” dos ídolos na igreja católica romana, mas também pode ser visto de forma mais ampla. Ken Sande, citado por C. J. Mahaney, diz “Em termos bíblicos, um ídolo é alguma outra coisa, que não Deus, na qual empregamos nosso coração (Lc. 12:29, 1 Co. 10:6), que nos motiva (1 Co. 4:5), que nos controla ou governa (Sl. 119:133), ou a qual servimos (Mt. 6:24)”. FONTE: <http://www.monergismo.com/textos/pecado_tentacao/idolatria_mahaney.htm>. 4 Êxodo 20:4: Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. 5 A igreja católica romana diferencia os termos “Latria” (do grego latreou, “adorar”) como culto direcionado devida e unicamente a Deus (i. e. a Trindade como um todo) dos termos “Dulia” (do grego douleuo, “venerar” ou “honrar”), prestada aos santos em geral, e “Hiperdulia”, uma especial e preeminente veneração, prestada a Maria em particular. Na Constituição Dogmática Lumem Gentium do Concilio Vaticano II, diz-se sobre o culto de hiperdulia a Maria: “Este culto, tal como sempre existiu na Igreja, embora inteiramente singular, difere essencialmente do culto de adoração, que se presta por igual ao Verbo encarnado, ao Pai e ao Espírito Santo, e favorece-o poderosamente. Na verdade, as várias formas de piedade para com a Mãe de Deus, aprovadas pela Igreja, dentro dos limites de sã e recta doutrina, segundo os diversos tempos e lugares e de acordo com a índole e modo de ser dos fiéis, têm a virtude de fazer com que, honrando a mãe, melhor se conheça, ame e gloria fique o Filho, por quem tudo existe (cfr. Col. 1, 15-16) e no qual «aprouve a Deus que residisse toda a plenitude» (Col. 1,19), e também melhor se cumpram os seus mandamentos.”. Nota-se claramente que a igreja católica romana, ao inserir Maria em tal posição, divide a glória de Cristo indevidamente, sendo assim idolátrica, pois a insere e os santos numa posição “irregular”, por assim dizer.
  • 16. imagens, estátuas, formas e representações6. Quem já visitou uma de suas grandes catedrais deve ter visto pessoas cometendo esse tipo de idolatria. Vá à Catedral de São Pedro (em Roma), e perceba como lá está erigida uma estátua do apóstolo Pedro e veja como os dedos do pé da imagem estão lisos e gastos. Mas por quê? Muitos católicos romanos, pobres vítimas deste sistema, têm ali passado beijando seus artelhos. As pessoas se ajoelham com reverência e adoram imagens, estátuas e relicários. Elas afirmam possuir relíquias de determinados santos, como pedacinhos de ossos e coisas por eles usadas, colocando-os em lugares especiais e, ajoelhadas, adorando-os. Isto é nada mais do que pura idolatria7. Não há nada nas Escrituras, Novo e Velho 6 A igreja católica, tanto no ocidente (sob Roma) quanto no oriente (sob Constantinopla) aceitou o uso de imagens, estátuas e ícones aproximadamente entre os séculos V e VI. Especula-se que este costume advém das honrarias dadas aos mártires cristãos, ou que foi simplesmente uma adaptação das adorações idolátricas dos pagãos recém-convertidos. No século VIII, porém, os imperadores do oriente deram apoio a movimentos contrários à veneração de imagens e ícones, fato que levou ao chamado movimento iconoclasta (termo que significa “quebrador de ícones, imagens”). Chegar a esse ponto dependeu muito do ânimo do imperador bizantino da época, e só teve fim no II Concilio de Niceia, que condenou os iconoclastas como hereges, estipulando regras e incentivos ao uso de imagens, ícones, estátuas. Nas igrejas ortodoxas do oriente, os ícones são a norma, e não se aceitam estátuas. Não obstante, a ideia de veneração é a mesma. 7 João Calvino, nas Institutas da Religião Cristã, declara “Por isso, quando os homens, na forma de imagens, fazem uma representação tanto de Deus quanto da criatura e prostra-se diante dela para venera-la, é porque já foi fascinado por certa superstição. Foi por essa razão que o Senhor proibiu não somente levantar-se estátuas modeladas para representa-lo, mas proibiu consagrarem-se gravuras de qualquer espécie, para serem usadas como objetos de adoração. Pela mesma razão, também, no preceito da Lei, junta-se outra parte a respeito da adoração dessas representações, pois tão logo foi inventada essa forma visível de Deus, o passo seguinte foi o de atribuir-lhe poder, Os seres humanos são néscios a tal ponto, que identificam Deus com tudo o que o representa, e, por isso, não pode acontecer outra coisa senão adorarem a essa representação de Deus! É supérfluo discutir se simplesmente se adora o ídolo ou se se adora a Deus no ídolo, pois, seja qual for o pretexto, quando se proporcionam honras divinas a um ídolo, é sempre idolatria. E pelo fato de Deus não querer ser cultuado de maneira supersticiosa, recusa-se a Ele aquilo que se oferece aos ídolos”. FONTE: <http://www.monergismo.com/textos/jcalvino/abominavel_calvino.htm>.
  • 17. Testamentos, tão condenado quanto a idolatria; não obstante, o catolicismo romano a encoraja com deliberação8. 2. Roma interpõe-se entre a alma e Jesus Cristo A segunda grande acusação contra a igreja católica romana é de que todo o seu sistema e ensinamento interpõe-se entre o homem e o Senhor Jesus Cristo. Trata-se da acusação mais terrível, de várias formas. Por exemplo, a própria igreja romana interpõe-se entre nós e o Senhor Jesus Cristo. Ela se afirma essencial à salvação9. “Fora da Igreja (extra ecclesiam) não há salvação”10 (nulla salus). Ela se faz absolutamente indispensável. Ela interpõe-se entre a minha alma e o Senhor Jesus Cristo. Ela arroga esta posição para si mesma. Você não conseguirá encontrar nada parecido no Novo Testamento, mas 8 Martin Lloyd-Jones concorda plenamente com J. C. Ryle, que afirmou: “Sim, a idolatria é um dos mais clamorosos pecados dos quais a Igreja de Roma é culpada. Digo isso com pleno reconhecimento de nossas falhas como protestantes, inclusive não pouca idolatria em nossas fileiras. Mas quando falamos de idolatria formal, reconhecida e sistematizada, francamente devemos falar de catolicismo romano. Idolatria é ter imagens e retratos de “santos” nas igrejas e reverenciá-los sem base nem precedente algum para isso nas Escrituras. Portanto, afirmo que há idolatria na Igreja de Roma. Idolatria é invocar a virgem Maria e aos santos e dirigir-se a eles utilizando uma linguagem que nas Escrituras é reservada somente para a Santíssima Trindade. Portanto, afirmo que há idolatria na Igreja de Roma. Idolatria é inclinar-se diante de coisas materiais e atribuir a elas um poder e uma santidade muito superiores aos que eram atribuídos, por exemplo, à arca da aliança ou ao altar de sacrifícios do Antigo Testamento; e um poder e uma santidade completamente alheios à Palavra de Deus. Portanto, afirmo que há idolatria na Igreja de Roma”. FONTE: <http://www.projetoryle.com.br/idolatria/>. 9 De acordo com o Catecismo da Igreja Católica, “776. Como sacramento, a Igreja é instrumento de Cristo. «É assumida por Ele como instrumento da redenção universal» (202), «o sacramento universal da salvação» (203)”, arrogando para si a posição de único canal para a salvação de todos. 10 Conforme suas doutrinas oficiais, o IV Concílio de Latrão (1215) afirma: Canon I: “[...] Há apenas uma Igreja universal dos fiéis, fora da qual absolutamente ninguém é salvo [...] Canon III: “Nós excomungamos e anatematizamos toda heresia erguida contra a santa, ortodoxa e Católica fé sobre a qual nós, acima, explanamos”. E no Catecismo da Igreja Católica diz-se “168 – Pode alguém salvar-se fora da Igreja Católica, Apostólica, Romana? RESPOSTA: Não. Fora da Igreja Católica, Apostólica, Romana, ninguém pode salvar-se, como ninguém pôde salvar-se do dilúvio fora da arca de Noé, que era figura desta Igreja.” FONTE: <http://www.montfort.org.br/bra/veritas/igreja/foradaigreja/>.
  • 18. encontra na igreja católica romana. Ela somente sabe o que é a Verdade; ela a descreve e ela e somente ela pode e consegue defini-la e interpretá-la11. Já em completa contrapartida, o protestantismo, obviamente, ensina o “sacerdócio universal dos crentes” e o direito de cada pessoa ler sozinho as Escrituras e interpretá-la sob a iluminação do Espírito Santo12. Roma nega tudo isso, completa e terminantemente. Ela, e ela somente, é capaz de entender e interpretar a Escritura, e é ela quem deve dizer-nos no que devemos acreditar13. 2.1. Acréscimos à Escritura A Igreja Católica Romana diz o que diz, em parte, porque afirma ter recebido uma “revelação contínua”. Ela não acredita, 11 De acordo com a “Dei Verbum”, documento elaborado e sancionado pelo Papa Paulo VI no Concílio Vaticano II, considerado atualmente a principal regra sobre a relação da Bíblia, tradição e magistério na Igreja Católica Romana, diz-se “Com efeito, tudo quanto diz respeito à interpretação da Escritura, está sujeito ao juízo último da Igreja, que tem o divino mandato e o ministério de guardar e interpretar a palavra de Deus”. FONTE: <http://www.vatican.va/archive/hist_councils/ii_vatican_council/documents/vat- ii_const_19651118_dei-verbum_po.html>. Adendo: é interessante notar como o atual Papa Francisco reconfirmou esse ensinamento em 2013 ao afirmar que “a interpretação das escrituras não pode ser apenas um esforço intelectual individual, mas deve ser sempre confrontado, inserido e autenticado pela tradição viva da Igreja”. FONTE: <http://g1.globo.com/mundo/noticia/2013/04/papa-francisco-diz-que-apenas-igreja-e-capaz- de-interpretar-escrituras.html>. 12 Na “Exortação ao Conhecimento da Sagrada Escritura”, escrita por Thomas Cranmer no “Livros das Homilias”, declara-se: “Uma exortação à leitura e exame diligentes das Sagradas Escrituras. Rejeitem a corrupção dos homens carnais, os quais somente se preocupam com o seu exterior. Ouçam e leiam de modo reverente as Sagradas Escrituras, as quais são o alimento da alma (Mateus 4.4). Busquem diligentemente a fonte da vida no Antigo e no Novo Testamentos, e não se vá para os poços fétidos das tradições dos homens em busca de justificação e de salvação.” FONTE:<http://voltemosaoevangelho.com/blog/2017/03/exortacao-ao-conhecimento-das-sagradas- escrituras-parte-1-reforma-500/>. 13 Conferir a nota <4> sobre o assunto.
  • 19. como os protestantes afirmam, que toda a revelação cessou com o que temos no Novo Testamento. Ela reivindica uma revelação contínua e continuada e, por isso, não hesita em afirmar que você deve acrescentar ensinamentos vários à Verdade das Escrituras. Ao dizer que a Bíblia é a Palavra de Deus, a igreja católica romana afirma que a tradição por ela criada e acrescentada é coigual em autoridade e igualmente peremptória14. E é assim que ela se afasta da bíblia, a saber, tomando-a e declarando acréscimos e tradições que negam o próprio ensino bíblico. É aqui que a sutileza toma lugar.15 No final das contas, a igreja romana exige de nós fidelidade e submissão totalitárias, arrogando para si o direito de governar nossas crenças e ações. Ela, afinal, afirma ser responsável por nossas almas e por nossa salvação. Portanto, faz-se mister submetermo-nos completa e absolutamente, sem reservas, ao que ‘A Igreja’ nos diz e àquilo que nos concede como ensinamento. Ela possui um sistema totalitário. Não há dúvidas de que ela prenda a alma de seu povo por completo, tanto quanto o comunismo e Hitler fizeram em seus sistemas horrendos. Vê-se, aqui, um sistema totalitário. A igreja é suprema e, assim, interpõe-se entre nós e o Senhor Jesus Cristo. 14 De acordo com a “Dei Verbum”: “9. A sagrada Tradição, portanto, e a Sagrada Escritura estão ìntimamente unidas e compenetradas entre si. Com efeito, derivando ambas da mesma fonte divina, fazem como que uma coisa só e tendem ao mesmo fim.” 15 Nas palavras de “Dei Verbum”, “Esta tradição apostólica progride na Igreja sob a assistência do Espírito Santo”. E por conta de ser pela tradição que a Igreja, com seu magistério, interpreta as Escrituras, ela alega poder “avançar” através das eras nas coisas que o Espírito Santo viria a revelar (em uma interpretação errônea de João 14). Quanto à tradição ser tão vinculativa quanto a Escritura, a “Dei Verbum” afirma “que ambas – Escrituras sagradas e tradição – devem ser recebidas e veneradas com igual espírito de piedade e reverência”.
  • 20. 2.2. O Papado A segunda manifestação e consequência lógica desse tipo de totalitarismo é o Papa, com todo o ensinamento sobre sua figura. A igreja católica romana o afirma como “Vigário de Cristo”16, o descendente espiritual direto do Apóstolo Pedro17 (“Sucessão Apostólica”), aquele que retém toda a sua autoridade. Ora, não me permito distrair-me com indagações sobre a posição que esta instituição atribui ao próprio Pedro; ao invés disso, afirmo que é este o seu credo, a saber, esta pessoa, a quem eles chamam de Santo Padre (a despeito de as Escrituras ensinarem precisamente que não devemos chamar a ninguém neste mundo de “Pai”, pois o único Pai é o Pai que está nos céus)18, é seu Santo Pai, o Vigário de Cristo. A igreja católica romana diz ainda que quando o papa declara algo de modo “excatedra”, durante os concílios entre cardeais, ele permanece “infalível”. Esta doutrina foi definida em 1870, embora nela acreditassem bem antes.19 16 Vigário de Cristo (em latim, Vicarius Christi). Um vigário é um servo que representa um superior, administrando a posição no lugar do verdadeiro soberano; aos sinônimos inclui-se “representante” ou “enviado”. 17 O Catecismo da Igreja Católica declara: “869. A Igreja é apostólica: está edificada sobre alicerces duradouros, que são «os Doze apóstolos do Cordeiro»; é indestrutível; é infalivelmente mantida na verdade: Cristo é quem a governa por meio de Pedro e dos outros apóstolos, presentes nos seus sucessores, o Papa e o colégio dos bispos” e também “882. O Papa, bispo de Roma e sucessor de S. Pedro, «é princípio perpétuo e visível, e fundamento da unidade que liga, entre si, tanto os bispos como a multidão dos fiéis». Com efeito, em virtude do seu cargo de vigário de Cristo e pastor de toda a Igreja, o pontífice romano tem sobre a mesma Igreja um poder pleno, supremo e universal, que pode sempre livremente exercer»”. 18 O título de “Santo Padre” é comumente utilizado conjuntamente ao termo “Sua Santidade”. Não há registros sobre qualquer motivo especial para se utilizar esse tratamento senão uma atitude “carinhosa” (ou, talvez, uma “submissão além da conta”) para com o bispo de Roma. 19 A infalibilidade do Papa foi promulgada pelo Concílio Vaticano I, “1839. Por isso Nós, apegando-nos à Tradição recebida desde o início da fé cristã, para a glória de Deus, nosso Salvador, para exaltação da religião católica, e para a salvação dos povos cristãos, com a aprovação do Sagrado Concílio, ensinamos e definimos como dogma divinamente revelado que o Romano Pontífice, quando fala ex cathedra, isto é, quando, no desempenho do ministério de pastor e doutor de todos os cristãos, define com sua suprema autoridade apostólica alguma doutrina referente à fé e à moral para toda a Igreja, em virtude da assistência divina prometida a ele na pessoa de São Pedro, goza daquela infalibilidade com a qual Cristo quis munir a sua Igreja quando define alguma doutrina sobre a fé e a moral; e que, portanto, tais declarações do Romano Pontífice são por si mesmas, e não apenas em virtude do consenso da Igreja,
  • 21. A partir de então, conforme definido, os seus pronunciamentos passaram ao patamar da infalibilidade, considerados tão infalíveis quanto a própria Palavra de Deus e o próprio Senhor Jesus, pois, afinal, ele é o Vigário, o representante de Cristo na terra. Percebam, o poder da igreja está encabeçado por este único homem, que, de acordo com 2 Tessalonicenses 2, fala “como sendo Deus”. O papa é adorado pelas pessoas; elas se ajoelham diante dele, expressando um sentimento de adoração que somente deve ser dirigida senão ao Deus Todo-Poderoso20. 2.3. O Sacerdócio A terceira cilada encontrada no catolicismo romano é a do sacerdócio católico. Os sacerdotes da igreja católica romana são pessoas muito especiais, uma vez que o “sacerdócio universal dos crentes” não faz parte de seu credo. As únicas pessoas consideradas sacerdotes são os homens que ela mesma treinou e ordenou, os quais recebem uma parte de sua autoridade proveniente da “Sucessão Apostólica”21. De encontro, no entanto, 1 Pedro 2:9 nos diz irreformáveis. 1840. [Cânon]: Se, porém, alguém ousar contrariar esta nossa definição, o que Deus não permita, - seja excomungado.”. FONTE: <http://www.montfort.org.br/bra/documentos/concilios/vaticano1/>. Tecnicamente, essa prerrogativa foi usada oficialmente apenas em 1950 quando ocorreu a proclamação do Dogma da Assunção de Maria. Não obstante, mesmo antes já era motivo de polêmica e os protestantes a condenavam veementemente como sendo herética. Mesmo depois de 1870, alguns cardeais católicos romanos não concordaram com a doutrina. Uma curiosidade é que a expressão “ex cathedra” significa “da cadeira”, isto é, o trono episcopal de Pedro, que se encontra na Basílica de São Pedro e é conservado num relicário. 20 Note o contraste de tal atitude com o que foi registrado em Atos 10:25-26: “E aconteceu que, entrando Pedro, saiu Cornélio a recebê-lo, e, prostrando-se a seus pés o adorou. Mas Pedro o levantou, dizendo: Levanta-te, que eu também sou homem”. 21 No Catecismo da Igreja Católica, o Sacerdócio é um dos 7 (sete) sacramentos, o Sacramento das Ordens, algo que os protestantes ou rejeitaram por completo, mantendo somente o Batismo e a Ceia (com a variedade de interpretações), ou remanejaram para uma categoria de “sinal sacramental”,
  • 22. que somos todos sacerdotes: “Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz”. Não, Roma diz, vocês são os leigos, e não sacerdócio; somente os nossos padres é que são sacerdotes22. Em seguida, ela lhes atribui certos poderes únicos, como o de operar milagres. Aqui temos um assunto muito central e de crucial importância. A igreja católica romana afirma que o sacerdote pode transformar a água usada no batismo, de modo que a graça nela penetre23. Ela diz que o sacerdote é capaz de operar um milagre em relação ao pão e vinho na Ceia do Senhor, que ele foi dotado de capacitação para operar o milagre chamado de “Transubstanciação”24. É-nos dito que o pão não é mais pão, mas, agora, transformou-se no corpo de Cristo; é-nos informado que os acidentes da cor, do sabor, do odor e assim por diante permanecem inferior a um sacramento pleno (a título de exemplo, Igreja Anglicana). No Catecismo da Igreja Católica, há a diferença:“1592. O sacerdócio ministerial difere essencialmente do sacerdócio comum dos fiéis, porque confere um poder sagrado para o serviço dos mesmos fiéis. Os ministros ordenados exercem o seu serviço junto do povo de Deus pelo ensino (munusdocendi), pelo culto divino (munusliturgicum) e pelo governo pastoral (munusregendi)”. 22 O Catecismo da Igreja Católica declara: “897. «Por leigos entendem-se aqui todos os cristãos com excepção dos membros da ordem sacra ou do estado religioso reconhecido pela Igreja, isto é, os fiéis que, incorporados em Cristo pelo Baptismo, constituídos em povo de Deus e feitos participantes, a seu modo, da função sacerdotal, profética e real de Cristo, exercem, pela parte que lhes toca, na Igreja e no mundo, a missão de todo o povo cristão» (437)”. Ao ler o Catecismo, percebe-se que tentam incluir o povo leigo numa espécie de função sacerdotal inferior, contrário ao ensino protestante. 23 O Catecismo da Igreja Católica declara: “1238. A água baptismal é então consagrada por uma oração de epiclese (ou no próprio momento, ou na Vigília Pascal). A Igreja pede a Deus que, pelo seu Filho, o poder do Espírito Santo desça a esta água, para que os que nela forem baptizados «nasçam da água e do Espírito» (Jo 3, 5)”. 24 O Catecismo da Igreja Católica declara: “1411. Só os sacerdotes validamente ordenados podem presidir à Eucaristia e consagrar o pão e o vinho, para que se tornem o corpo e o sangue do Senhor: 1412. Os sinais essenciais do sacramento eucarístico são o pão de trigo e o vinho da videira, sobre os quais é invocada a bênção do Espírito Santo, e o sacerdote pronuncia as palavras da consagração ditas por Jesus durante a última ceia: «Isto é o meu corpo, que será entregue por vós... Este é o cálice do meu sangue...». 1413. Pela consagração, opera-se a transubstanciação do pão e do vinho no corpo e no sangue de Cristo. Sob as espécies consagradas do pão e do vinho, o próprio Cristo, vivo e glorioso, está presente de modo verdadeiro, real e substancial, com o seu corpo e o seu sangue, com a sua alma e a sua divindade (254)”.
  • 23. os mesmos, mas a substância fora alterada para o corpo de Cristo25. Tudo isso é o resultado do milagre operado pelo sacerdote, ele que tem o poder para operar tamanha maravilha. 2.4. Os Sacramentos Isto nos conduz a toda a doutrina dos sacramentos. Eles afirmam possuir sete sacramentos, mas mencionarei particularmente o Batismo e a Ceia do Senhor, os quais a igreja católica romana não hesita em chamá-los de milagres, por meio de seus ensinos. A teoria é a seguinte, que estes milagres, tendo sido operados por um sacerdote na água, no pão e no vinho, carregam tais elementos da graça de Deus de um modo especial; estes, portanto, funcionam mais ou menos de forma automática. Ela expressa que eles operam “ex opere operato”. Em outras palavras, a água já não é apenas água, pois foi carregada da graça de Deus; portanto, ocorre um milagre na criança quando posta sobre sua cabeça. Ou quando se come o pão no momento da Ceia (a propósito, não lhe é permitido beber do vinho26), você está literalmente comendo do próprio corpo de Cristo27. 25 Essa citação de “acidente” e “substância” foi alegada por São Tomás de Aquino, partindo de pressupostos da filosofia aristotélica, com os quais ele tentou explicar que os “acidentes”, as aparências exteriores dos elementos da Ceia permanecem os mesmos tanto em aparência, cor e sabor, mas a essência propriamente dita dos elementos, por meio da consagração do sacerdote, transformava-se no corpo e no sangue de Cristo. Isso foi negado pelos reformadores, primeiro por Lutero de forma mais atenuada e, posteriormente, por Zuínglio, de forma radical. Calvino, por sua vez, sintetizou ambas as doutrinas num “meio termo” reformado. 26 A explicação para não se dar vinho ao povo, mas unicamente a hóstia, é que a igreja romana, para proteger o sangue eucarístico de Jesus da profanação (de ser derramado), legitimou a participação de uma só espécie para a comunhão dos leigos em geral. O prof. Felipe Aquino explica: “É preciso entender que no Pão consagrado Jesus está em plenitude: corpo, sangue, alma e divindade; assim, quem Comunga o Pão eucarístico comunga plenamente. Da mesma forma, Jesus está em plenitude apenas no
  • 24. 2.5. Confissão Veja como tudo isso é uma faceta da sutileza e das astutas ciladas do diabo. Qualquer um desses ensinamentos trata-se de adição, pois não há uma só palavra a respeito no Novo Testamento. Antes de passarmos do papel do sacerdote no catolicismo romano, devemos nos lembrar de que ele é também aquele a quem devemos ir e confessar nossos pecados, porque ele tem o poder para pronunciar a absolvição, conceder-nos e assegurar-nos o perdão dos pecados28. Ninguém mais pode fazê-lo exceto o sacerdócio romano, constituído por pessoas que gozam de poderes especiais. E seguindo por essa doutrina, as pessoas são ensinadas a irem e se confessarem a um padre. Não há sequer uma palavra sobre isso nas Escrituras. Confessamos nossas faltas a Deus e ao próximo, na Igreja cristã, mas não a um "padre". Vejam mais uma faceta. Percebam que estou lhes expondo as formas pelas quais este sistema interpõe-se entre nós e o Senhor Jesus Cristo. Você e eu, como Vinho”. FONTE: <http://cleofas.com.br/por-que-so-comungamos-a-hostia-e-nao-bebemos-o-vinho- consagrado/>. O Concílio de Trento afirma: “Portanto, ainda que Cristo Senhor Nosso na última ceia tenha instituído este sacramento sob as espécies de pão e de vinho e o tenha distribuído assim aos Apóstolos (cfr. Mt 26, 26 ss; Mc 14, 22 ss; Lc 22, 19 s; l Cor 11, 24 s), contudo aquela instituição e tradição não pretendem que todos os fiéis de Cristo, por preceito do Senhor, estejam obrigados a receber ambas as espécies”. 27 Na igreja católica romana, considera-se que o pão da ceia é, em sua mais profunda essência, transformado de tal forma no corpo de Cristo que, dado a vida estar no sangue e, por sua vez, o sangue, no corpo, neste “acidente” não somente o corpo como também o sangue está presente. 28 De acordo com o Concilio de Trento: “916. Cân. 6. Se alguém negar que a confissão sacramental foi instituída e é necessária para a salvação por direito divino; ou disser que o modo de confessar em segredo, só ao sacerdote, que a Igreja desde o princípio sempre observou e ainda observa, é alheio à instituição de Cristo e não passa de invenção humana — seja excomungado [cfr. n° 899 s]”.
  • 25. cristãos, vamos a Deus para confessarmos nossos pecados; eles, por sua vez, vão ao padre. 2.6. O culto a Virgem Maria Aqui temos a quarta manifestação das argúcias de Roma: uma das mais alarmantes entre todas as demais. O culto a Virgem Maria, no catolicismo romano, tem crescido rápida e alarmantemente. E o que ela ensina acerca desse culto? Que Maria é a ‘Rainha dos Céus’, sendo ela a quem devemos dirigir-nos em oração em primeira instância29. Em muitas igrejas católicas, poderemos descobrir que Maria tem primazia sobre o Senhor Jesus, que é praticamente escondido por detrás dela. E qual a razão de ser? A igreja católica romana explica que, sendo Maria humana, ela é muito mais amorosa e terna do que Jesus; por que Ele é tão grande, poderoso e autoritário, Ele é tão austero – é isto que ela ensina, é esta a explicação completa do porquê cultua-se a Virgem Maria – que não poderíamos ou conseguiríamos ir diretamente a Ele. Ah, sim, mas, para a nossa alegria, ela está lá, ela que é tão amorosa, doce; e também, convenhamos, ela é a mãe e pode vir a influenciá-Lo, não é mesmo? 29 O Catecismo da Igreja Católica chama Maria de Rainha ao dizer “966. «Finalmente, a Virgem Imaculada, preservada imune de toda a mancha da culpa original, terminado o curso da vida terrena, foi elevada ao céu em corpo e alma e exaltada pelo Senhor como rainha, para assim se conformar mais plenamente com o seu Filho, Senhor dos senhores e vencedor do pecado e da morte»”. Notemos também que a Igreja usa de aparições supostas de Maria para afirmar esse título. Ela teria dito para Santa Brigida que “Eu sou – lhe disse – Rainha do Céu e Mãe de Misericórdia; para os justos sou alegria e para os pecadores sou a porta por onde entram para Deus”. FONTE:<https://blog.cancaonova.com/tododemaria/maria-rainha-do-ceu-e-mae-de-misericordia/>.
  • 26. Por conseguinte, devemos orar a Virgem Maria e pedir-lhe que interceda em nosso lugar. Ela está bem ali, entre nós e o Filho de Deus, o Salvador de nossas almas30. Mas não paramos por aí. A igreja católica romana vem aumentando cada vez mais o poder de Maria. Em 1854, eles deram início ao ensino sobre a “Imaculada Conceição”, a saber, que não somente o Senhor Jesus Cristo nasceu sem pecado, mas Maria também31. Agora, faz pouco tempo que foi anunciada a doutrina da “Assunção de Maria”, afirmando que ela nunca morreu nem foi sepultada, comum a todo ser humano, mas, ao contrário, que literalmente ascendeu aos céus assim como o Seu Filho32. Perceba, é assim que a igreja católica romana desenvolve e 30 O Catecismo da Igreja Católica declara sobre a oração da Ave-Maria: “2677. «Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós...». Com Isabel, também nós ficamos maravilhados: «E de onde me é dado que venha ter comigo a Mãe do meu Senhor?» (Lc 1, 43). Porque nos dá Jesus, seu Filho, Maria é Mãe de Deus e nossa Mãe; podemos confiar-lhe todas as nossas preocupações e pedidos: Ela ora por nós como orou por si própria: «Faça-se em Mim segundo a tua palavra» (Lc 1, 38). Confiando-nos à sua oração, abandonamo-nos com Ela à vontade de Deus: «Seja feita a vossa vontade». «Rogai por nós, pecadores, agora e na hora da nossa morte». Pedindo a Maria que rogue por nós, reconhecemo-nos pobres pecadores e recorremos à «Mãe de misericórdia», à «Santíssima». Confiamo-nos a Ela «agora», no hoje das nossas vidas. E a nossa confiança alarga-se para lhe confiar, desde agora, «a hora da nossa morte». Que Ela esteja então presente como na morte do seu Filho na cruz e que, na hora do nosso passamento, Ela nos acolha como nossa Mãe (27), para nos levar ao seu Filho Jesus, no Paraíso”. 31 Em 1854, o papa Pio IX, na Bula Ineffabilis Deus, definiu o dogma da Imaculada Conceição de Maria. Diz-se no ponto 41, parte na qual este é definido: “Depois de implorarmos com gemidos o Espírito consolador; por sua inspiração, em honra da santa e indivisível Trindade, para decoro e ornamento da Virgem Mãe de Deus, para exaltação da fé católica, e para incremento da religião cristã, com a autoridade de Nosso Senhor Jesus Cristo, dos bem-aventurados Apóstolos Pedro e Paulo, e com a Nossa, declaramos, pronunciamos e definimos: A doutrina que sustenta que a beatíssima Virgem Maria, no primeiro instante da sua Conceição, por singular graça e privilégio de Deus onipotente, em vista dos méritos de Jesus Cristo, Salvador do gênero humano, foi preservada imune de toda mancha de pecado original, essa doutrina foi revelada por Deus, e por isto deve ser crida firme e inviolavelmente por todos os fiéis”. FONTE: <http://www.montfort.org.br/bra/documentos/decretos/20060220/>. “Coincidentemente”, em 1858, em Lourdes (França), uma aparição de Maria para uma jovem camponesa teria confirmado a doutrina oficial, pois ela se revelou, dizendo “Eu sou a Imaculada Conceição”. Esse dogma já havia sido amplamente discutido na história da Igreja cristã: rejeitado por Santo Anselmo, afirmado muito confusamente por São Tomás de Aquino, e rejeitado no protestantismo e na Igreja Ortodoxa Oriental. 32 Em 01 de novembro de 1950, na constituição apostólica Munificentissimus Deus, o papa Pio XII declarou a Assunção de Maria como um dogma: “Pela autoridade de Nosso Senhor Jesus Cristo, dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo e em nossa própria autoridade, pronunciamos, declaramos e definimos como sendo um dogma revelado por Deus: que a Imaculada Mãe de Deus, a sempre Virgem Maria, tendo completado o curso de sua vida terrena, foi assumida, corpo e alma, na glória celeste”.Deve-se notar que tal dogma foi definido após séculos sem base bíblica sólida e com tradição desconexa, mas Pio
  • 27. estabelece a doutrina da Virgem Maria, tornando-a por demais importante, de tal modo que a Pessoa do Senhor Jesus Cristo é ofuscada. 2.7. Os Santos Por fim, à Virgem Maria acrescentam-se os “santos”. O povo católico romano é ensinado a orar aos santos33. Mas como isso pode acontecer? Eles acreditam no perfeccionismo para esta vida e declaram que alguns “santos” viveram vidas tão perfeitas que obtiveram “méritos” demais e, assim, têm mais do que precisam, uma superabundância de méritos. O desfecho é que você e eu, que falhamos e necessitamos de méritos, podemos ir e rezar aos santos e pedir-lhes que nos deem certa medida da superabundância em suas contas. A isso eles dão o nome de trabalho da "supererrogação"34, no qual os santos podem interceder por nós e até mesmo transfundir um pouco do excesso de XII usou de opiniões de bispos de sua época e pesquisas entre o clero para afirmá-lo. Desde a declaração solene acerca da infalibilidade papal pelo Concílio Vaticano, proferida pela primeira vez em 1870, foi a única vez em que um papa fez uso, ex cathedra, da prerrogativa de forma oficial. Martin Lloyd-Jones critica tal recurso no texto. 33 Declara-se no Concilio de Trento: “984. Manda o Santo Concílio a todos os bispos, aos encarregados do ensino e aos que mantêm cura, que instruam diligentemente os fiéis, sobretudo no que diz respeito à intercessão e invocação dos Santos, à veneração das suas Relíquias e ao uso legítimo das Imagens... Ensinem-lhes que os Santos reinam juntamente com Cristo e oferecem a Deus suas orações pelos homens, que é bom e útil invocá-los com súplicas e recorrermos às suas orações, ao seu socorro e auxílio, para obtermos benefícios que a Deus devem ser pedidos por intermédio de Seu Filho Jesus Cristo Nosso Senhor, único Redentor e Salvador nosso”. 34 Perceba como nos 39 Artigos da Igreja da Inglaterra, artigo 14, nega-se claramente esse conceito: “ARTIGO XIV – DAS OBRAS DE SUPERERROGAÇÃO: As obras voluntárias, que excedem os Mandamentos de Deus, e que se chamam Obras de Supererrogação, não se pode ensinar sem arrogância e impiedade; porque por elas declaram os homens que não só rendem a Deus tudo a que são obrigados, mas também a favor dele fazem mais do que, como rigoroso dever, lhes é requerido; ainda que Cristo claramente disse: Quando tiveres feito tudo o que vos está ordenado dizei: Somos servos inúteis”.
  • 28. méritos a fim de suprir a deficiência e a falta que se encontra em nós. Assim, tem-se a adoração aos santos, a oração aos santos e a dependência dos santos. Percebe? O mérito de Jesus Cristo não é suficiente, mas você precisa ter algo extra, um quê a mais; o mérito do Salvador, portanto, necessita de ser complementado35. Escolhi apenas cinco das principais formas como todo o sistema e a instituição da igreja católica romana interpõem-se entre o crente e o Senhor Jesus Cristo. Lembrem-se de que todo esse ensinamento é promulgado por pessoas que Lhe atribuem divindade plena e são bastante específicas quanto à Encarnação de Cristo, ao nascimento virginal entre outras doutrinas basilares. É aqui que “as astutas ciladas do diabo” tomam espaço. Por um lado, a igreja católica romana aparenta afirmar tudo o que é verdadeiro; por outro, ela própria acrescenta doutrinas tão falsas que você começa a se perguntar se ainda resta algo são neste corpo. 35 Note que o Catecismo da Igreja Católica diz “2009. A adopção filial, tornando-nos, pela graça, participantes da natureza divina, pode conferir-nos, segundo a justiça gratuita de Deus, um verdadeiro mérito. Trata-se de um direito derivante da graça, o direito pleno do amor que nos faz «co-herdeiros» de Cristo e dignos de obter a «herança prometida da vida eterna» (64). Os méritos das nossas boas obras são dons da bondade divina (65). «A graça precedeu; agora restitui-se o que é devido [...] Os méritos são dons de Deus» (66)”. O documento transforma a graça de Cristo em um mérito ao homem, divergindo assim grandemente do que Paulo diz em Romanos 4 sobre a justificação de Abrão.
  • 29. 3. Justificação Permitam-me passar ao terceiro ponto, demonstrando como a igreja católica romana não simplesmente rouba a posição de Cristo, mas também Lhe detrai a glória, a perfeição, a plenitude e a completude da tão grande salvação que Ele oferece e dá a nós. O que quero dizer com isso? Tome por primeiro exemplo o seguinte: o ensinamento acerca da justificação (a justificação pela fé). Conforme disse Lutero, “é a doutrina pela qual a igreja permanece em pé ou desmorona”, doutrina esta em que reside toda a glória do protestantismo, sua razão de ser36. Observem o ensinamento romano no que diz respeito à justificação. Nós conhecemos o nosso ensino, certo? Ou não? Às vezes me pergunto se muitos de nós, protestantes, o conhecemos. Não é de admirar que o catolicismo romano esteja crescendo, visto que a maioria dos protestantes desconhece o que significa a Justificação37. Enquanto boa parte de nós continuar achando que basta viver uma vida moralmente boa, o catolicismo romano está fadado a prosperar. Não é surpresa ver como esta instituição vem se alastrando pelos países e nações. O ensino romano é o de que as boas obras, o angariar méritos podem ser praticados pelo homem, mesmo este pecador, 36 Calvino, nas Institutas da Religião Cristã, diz que a justificação pela fé somente é “a principal dobradiça sobre a qual a religião se dependura, de modo que devotemos uma maior atenção e preocupação para com ela”. FONTE: <http://www.monergismo.com/textos/justificacao/justificacao_heber.htm>. 37 Um grande exemplo desta confusão é o documento “Evangélicos e Católicos Juntos”, assinado por vários ministros em 1994, no qual a doutrina da justificação pela fé somente não é evidenciada, mesmo que no documento diga-se algo a respeito.
  • 30. contribuindo em certa medida para sua justificação38. Eles assim creem e isso ensinam. Mas nós, protestantes, uníssonos à bíblia, dizemos: “Como está escrito: Não há um justo, nem um sequer” (Romanos 3:10), “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus; Sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus” (Romanos 3:23-24). Em Isaías 64:6 lemos: “Mas todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças como trapo da imundícia; e todos nós murchamos como a folha, e as nossas iniquidades como um vento nos arrebatam”. Ou, como o apóstolo Paulo escreve aos filipenses, nossas melhores obras são como “esterco”, refugo, sem valor. Não, não, nada disso!, diz Roma. Elas possuem o seu valor, serão contabilizadas, ajudarão as nossas almas39. Ainda mais grave é o fato de que, em última análise, o catolicismo romano prega que a justificação resulta do batismo40. É aqui que tudo se interconecta. Ensina-se que no ato do batismo não somente seus pecados são perdoados, mas também uma justiça e retidão perfeitas são infundidas na pessoa; ou seja, você é feito justo pelo ato do batismo41. Ainda que se trate de um infante inconsciente, 38 O Concilio de Trento declara: “834. Cân. 24. Se alguém disser que a justiça recebida não se conserva nem tão pouco se aumenta diante de Deus pelas boas obras, mas que as boas obras somente são frutos e sinais da justificação que se alcançou, e que não é causa do aumento da mesma — seja excomungado [cfr. n° 803]”. 39 Perceba que o Concilio de Trento declara: “836. Cân. 26. Se alguém disser que os justos não devem esperar de Deus a retribuição eterna pelas boas obras feitas em Deus, pela misericórdia do mesmo Senhor e merecimentos de Jesus Cristo, se perseverarem até ao fim, obrando bem e observando os preceitos divinos — seja excomungado [cfr. n° 809]”. 40 O Catecismo da Igreja Católica declara: “1266. A Santíssima Trindade confere ao baptizado a graça santificante, a graça da justificação”. 41 Nas decisões do Concilio de Trento, é-nos informado: “Cap. 4 – A justificação do pecador .796. Nestas palavras se descreve a justificação do pecador, como sendo uma passagem daquele estado em que o homem, nascido filho do primeiro Adão, [passa] para o estado de graça e de adoção de filhos (Rom 8, 15) de Deus por meio do segundo Adão, Jesus Cristo, Senhor Nosso. – Esta transladação, depois da
  • 31. não importa, são-lhe dadas justiça e retidão perfeitas, o pecado original da pessoa é cancelado e você recebe justiça e retidão positivas. Aliás, de acordo com a igreja romana, não se trata da justiça de Cristo, mas, sim, da justiça que Deus elaborou para aqueles que são batizados. Eles não são “vestidos com a justiça de Cristo”, e sim feitos justos e retos aos olhos de Deus42. É daí que advém a denúncia de que o ensino protestante acerca da justificação pela fé somente é uma heresia perniciosa. Você consegue ver como tudo isso funciona? Todo ensino o torna dependente da igreja. Quer dizer que você pode se arrepender, ir a Cristo, crer nEle e ser salvo? Não, não, você precisa ter uma obra operada em você pelo sacerdote através do batismo. Do começo ao fim, as doutrinas romanas tornam o sacerdote e a igreja absolutamente essenciais. Sem ambos, você estará desamparado; a igreja o ata a eles. Não há acesso direto a Cristo, você invariavelmente deve ir a Ele mediante intermediários. A bíblia declara que há um só Mediador entre Deus e os homens, o homem Jesus Cristo. Mas não é bem assim em Roma: Maria, o Papa, os sacerdotes, os santos e toda a estrutura hierárquica e doutrinária são essenciais e fundamentais. Sendo assim, sobre esta doutrina tão vital, a justificação, eles ensinam uma mentira. promulgação do Evangelho, não é possível sem a lavagem da regeneração [isso é o Batismo] ou sem o desejo do mesmo”. 42 O Catecismo da Igreja Católica declara: “1992. A justificação foi-nos merecida pela paixão de Cristo, que na cruz Se ofereceu como hóstia viva, santa e agradável a Deus, e cujo sangue se tornou instrumento de propiciação pelos pecados de todos os homens. A justificação é concedida pelo Baptismo, sacramento da fé. Conforma-nos com a justiça de Deus que nos torna interiormente justos pelo poder da sua misericórdia.”Tal ensino é contrário à Fé somente como o meio instrumental de justificação, e também vai contra a doutrina de que a Fé nos torna justos [justificados] no sentido externo, diante de Deus, mas não interiormente justos e retos. A Confissão de Augsburgo afirma: “Ser justificado aqui não significa que o ímpio é tornado justo, mas que ele é pronunciado justo num sentido forense”.
  • 32. A Vida Cristã Chegamos, agora, à vida cristã, outro ponto de grande importância. Roma não enfatiza tanto o viver uma vida piedosa quanto a observância de cerimônias e ritos religiosos. Ela ensina aos membros que mais importante do que batalhar por santidade e compreender o ensino neotestamentário a respeito da santificação é comparecer à missa e confessar-se a um sacerdote. Não é ensinada a responsabilidade pessoal e direta de se praticar a vida cristã, nem exortações para tanto. Ao contrário, é-lhes ensinado que o dever de cada membro é o de conformar-se às ordenanças da igreja. Pois bem, você assiste às cerimônias e faz o que eles lhe disserem; toma a ceia de vez em quando, faz isso, não faz aquilo, e achega-se ao seu padre para fazer confissão. Você comparece à missa e depois vai embora e faz o que quiser. Bom, então você é acobertado, trazido de volta ao caminho certo e vida que segue. No lugar de uma simples vida santa, conforme vemos nas Escrituras, tem-se cerimônias, ritos e observâncias disso e daquilo.
  • 33. Negação da Garantia da Salvação Outro erro grave é a completa negação da doutrina sobre a garantia e certeza da salvação. Não há nada mais glorioso do que essa doutrina. Vemos no capítulo 8, versículo 16 de Romanos esta declaração majestosa: “O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus”. Você sabe o que essa passagem significa? Não existe nada mais maravilhoso do que compreendê-la, mas a igreja de Roma nega a doutrina em questão por completo. Não é possível qualquer tipo de certeza nesta vida. Mas por quê?43 Argumento postulado, de forma bastante lógica – daí é que o sistema católico romano se mostra tão diabólico; ninguém senão o próprio diabo poderia tê-lo concebido com tamanha engenhosidade Funciona da seguinte maneira: no ato do batismo, o seu pecado original é cancelado, você é tornado justo aos olhos de Deus e agora está tudo certo entre ambos. Ah, sim, mas e quanto aos pecados cometidos após o batismo, e quanto aos pecados que você cometeu depois de ser batizado? Seu batismo não tem nada a ver com isso. E o que pode ser feito, então? Está aí o problema. O ensino protestante ensina que “O sangue de Jesus Cristo nos purifica de todo pecado”, que Sua Obra na Cruz cobre meus pecados presentes, passados e futuros. Esse único ato foi suficiente. Nada 43 O Concilio de Trento declara: “826. Cân. 16. Se alguém disser que com absoluta e infalível certeza há de ter aquele grande dom da perseverança final, sem o ter sabido por especial revelação — seja excomungado [cfr. n° 805 s]”.
  • 34. disso, diz Roma, não é o suficiente! O problema dos pecados cometidos após o batismo é de outra alçada. Mas, então, o que devo fazer a respeito deles? É claro, devo ir ao sacerdote e fazer confissão, pois ele somente poderá lidar com eles44. Mesmo assim, talvez nem mesmo o sacerdote possa purgar- nos de todas as nossas faltas. E é assim que eu chego ao fim da vida, cá estou eu me encontrando com meus pecados cometidos depois do batismo, eles estão me ameaçando com o inferno e a condenação. É isso? Não, diz ela, o sacerdote, e tão somente ele poderá livrar-nos, obviamente. Você tem à disposição o sacramento da penitência, faz uma confissão, não habitual diga-se e, assim, é-lhe dada absolvição. Bom, isso me garantirá uma boa posição perante Deus? Não, nem mesmo isso! O que se passou quase o colocou nos trilhos, mas alguns pecados ainda não lhe foram perdoados. O que fazer com eles, então? Ora, felizmente existe um lugar, conta-nos a igreja de Roma, chamado purgatório. É-me permitido ir para lá a fim de 44 O Concilio de Trento declara sobre o perdão dos pecados após o batismo: “807. Aqueles que pelo pecado perderam a graça da justificação, que haviam recebido, poderão novamente ser justificados [cân. 29] se, excitados por Deus, procurarem recuperar a graça perdida por meio do sacramento da Penitência, em virtude do merecimento de Cristo. Este modo de justificação é a reparação do que caiu, sendo com muito acerto denominada pelos Santos Padres de "segunda tábua depois do naufrágio da graça perdida"8. Pois, para os que depois do Batismo caem em pecados, instituiu Jesus Cristo o sacramento da Penitência com as palavras Recebei o Espírito Santo; àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados, e àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos (Jo 20, 22-23). Por onde se deve ensinar que a Penitência do cristão depois da queda muito se distingue do Batismo, e que nela está contida não só a renúncia e a detestação dos pecados, ou o coração contrito e humilhado (Sl 50, 19), mas também a confissão sacramental dos mesmos, ao menos em desejo [in voto], que se há de cumprir a seu tempo, a absolvição sacerdotal e anda a satisfação por jejuns, orações, esmolas e outros piedosos exercícios da vida espiritual, não em lugar do castigo eterno, que é com a culpa perdoado pela recepção do sacramento ou pelo desejo de recebê-lo, mas em lugar do castigo temporal [cân. 30], que, como ensinam as Sagradas Letras, nem sempre é perdoado todo – como sucede no Batismo – àqueles que, ingratos à graça de Deus, contristaram o Espírito Santo (Ef 4, 30) e não recearam violar o templo de Deus (1 Cor 3, 17)”.
  • 35. libertar-me deste meu pecado que permanece sem perdão, ou seja, os pecados que cometi após ser batizado45. O que acontece comigo lá? Bom, meus parentes ainda vivos estão orando e pagando quantias de dinheiro por mim. Você poderá perceber todo tipo de “indulgências”, “orações pelos mortos”, velas acesas e taxas coletadas. Quanto mais meu parente pagar por mim, o quanto antes me será permitido sair. Você vê algo acerca disso em algum lugar da bíblia? Não vê, correto? É claro que não! Essas doutrinas não passam de “revelações” adicionais, conforme eles alegam ter. Não passa de adição. A obra de Cristo, diz a igreja romana, não é suficiente, precisa ser complementada do modo como ela prescreve. Então, estou indo longe demais ao chamá-la de apostasia? 45 Sobre o Purgatório, o Catecismo da Igreja Católica declara: “III. A purificação final ou Purgatório 1030. Os que morrem na graça e na amizade de Deus, mas não de todo purificados, embora seguros da sua salvação eterna, sofrem depois da morte uma purificação, a fim de obterem a santidade necessária para entrar na alegria do céu. 1031. A Igreja chama Purgatório a esta purificação final dos eleitos, que é absolutamente distinta do castigo dos condenados. A Igreja formulou a doutrina da fé relativamente ao Purgatório sobretudo nos concílios de Florença (622) e de Trento (623). A Tradição da Igreja, referindo-se a certos textos da Escritura fala dum fogo purificador:e no Concilio de Trento afirma: 840. Cân. 30. Se alguém disser que a todo pecador penitente, que recebeu a graça da justificação, é de tal modo perdoada a ofensa e desfeita e abolida a obrigação à pena eterna, que não lhe fica obrigação alguma de pena temporal a pagar, seja neste mundo ou no outro, no purgatório, antes que lhe possam ser abertas as portas para o reino dos céus — seja excomungado [cfr. n° 807]”.
  • 36. Consequências Horríveis E quais as consequências do que foi falado anteriormente? Os membros da igreja católica romana são mantidos em ignorância e atados à superstição. Mas não para por aí. Consequentemente, também vemos um estilo de vida que, neste país, ficou conhecido como “Domingo relaxado”46, ou seja, tendo comparecido à missa aos domingos pela manhã, você poderá fazer o que quiser no restante do dia. Você pode tratar o domingo como qualquer outro dia, praticando esportes, desfrutando de prazeres [terrenos] etc. Essa é uma das consequências lógicas do sistema romano, e não me surpreende que assim se dê, afinal as pessoas, enquanto indivíduos, não importam nem é feito algo para que o contrário aconteça. Basta a pessoa obedecer aos comandos do sistema, entregar-se à instituição que a igreja cuidará de sua alma. É a consequência lógica. Além de quê, destas atitudes segue-se a perseguição do verdadeiro caminho, já declarado por essa mesma instituição. Ela, antes, disse crer em algo, e por necessidade lógica agora o persegue. Chegando ao final deste sermão, pergunto-lhes: será que não temos perdido nosso tempo? Devemos realmente nos preocupar com tudo isso? Não deveríamos estar orgulhosos de que existam 46 No original, “Continental Sunday”. A expressão refere-se à prática comumente encontrada na Europa continental, e é contrária à visão do Domingo dos puritanos, dos reformadores entre outros cristãos ortodoxos. De acordo com o dicionário digital Merriam-Webster, em tradução livre, é a “Expressão que remete ao dia de Domingo como observado na Europa continental, geralmente sem restrições especiais impostas sobre ações públicas e cíveis. Prática esta que contrasta com o costume britânico e americano”.
  • 37. novas abordagens para com o catolicismo romano? Não temos de nos alegrar com o fato de que seja possível para todos nós, apesar dos pesares, nos unirmos como cristãos contra o comunismo? São essas as perguntas que você precisa encarar. Quanto a mim, não hesito em dar-lhes resposta. O sistema católico romano é terminantemente mais perigoso do que o próprio comunismo, por ser uma falsificação, uma imitação, um simulacro “em nome” de Jesus. Ela, a igreja de Roma, é a “mulher escarlate”, o mais terrível e confuso entre todos os enganos e mentiras, justamente por usar o nome de Cristo. Por sua vez, o comunismo não passa de um sistema aberrante e obviamente ateísta, ímpio.
  • 38. Os Reformadores Protestantes Não, os reformadores protestantes não eram meros fanáticos religiosos, nem tolos. Eles tiveram os olhos abertos pelo Espírito Santo. Foi exatamente isso o que aconteceu com Lutero, o que aconteceu com Calvino, o que aconteceu com Knox, o que aconteceu com todos eles. Tais homens tiveram seus olhos abertos, eles viram, eles enxergaram como a bíblia retratava o catolicismo romano como uma monstruosidade horrenda, advertindo-nos contra ele. Tendo os olhos abertos, eles preferiram arriscar a vida e protestar. Eles declararam que o romanismo era falso. Depois, passaram a afirmar a justificação do pecador pela fé, a autoridade peremptória, suprema, final, toda suficiente das Escrituras Sagradas, o sacerdócio universal dos crentes, e assim por diante. Estes homens estavam prontos a morrer por estas verdades, e muitos deles realmente morreram por elas! Deixe-me, em solene advertência, alertá-lo de algo. Caso você esteja feliz por essas novas tendências concernentes ao catolicismo romano, sua reação nada mais faz do que negar o sangue desses mártires! Jamais se aproximem de Smithfield47, caso vocês creiam no que eu acabei de lhes dizer. Esses homens do passado foram lá 47 Smithfield é um bairro localizado ao noroeste de Londres. Trata-se de um local aberto usado na Idade Média para execução de muitos mártires religiosos. John Foxe relata vários casos da época de Maria I, a Sangunária, em seu livro “O Livro dos Mártires”.
  • 39. queimados na fogueira; John Bradford48 entre outros foram martirizados ao denunciarem a igreja católica romana justamente naquele lugar. Vocês estarão renegando seus próprios antepassados, dando-lhes as costas e dizendo: ‘vocês estavam errados, vocês foram enganados!’. Cuidado, vejam bem o que vocês estão fazendo. Não sejam engodados pelos argumentos capciosos de Roma. 48 John Bradford (1510-1555) foi um reformador inglês, e chegou a ser capelão do Rei Eduardo VI. Ele foi preso na Torre de Londres pela acusação de “agitação”, no reinado da rainha católica Maria Tudor. Seu martírio na fogueira se deu no dia 01 de julho de 1555.
  • 40. Roma Nunca Muda O problema tem sido cada vez mais agudo devido à tecnologia de rádio e tevê. Veja como os católicos romanos aparecem: quão educados, gentis, legais, como são tolerantes e compreensivos. Eles aparentam ser muito mais cordiais do que a nossa membresia! Protestantes tolos e ignorantes têm dito coisas do tipo, prontos para cair na armadilha romana. “Ah, mas veja bem”, talvez alguém diga, “a igreja católica romana não mudou? Você tem se mantido no passado, como se estivéssemos no século 16. Não percebe? Estamos vivendo no século 20”. Bom, minha resposta é bastante simples. O maior motivo de orgulho para a igreja católica romana é exatamente o fato de ela nunca mudar. “Sempereadem”49. Como ela então teria mudado ou viria a mudar? Se mudasse, Roma estaria admitindo que estava errada no passado; ela, que tem invariavelmente afirmado ser infalível, que o papa é o Vigário de Cristo e que, portanto, é-lhe impossível falhar. Se disser que é capaz de mudanças, ela estará negando seu dogma mais central! Ela não afirma estar mudando nem algum dia virá a mudar. A igreja de Roma permanece e persiste a mesma. E se algum dia ela passar por alguma mudança, será para pior. A igreja católica romana 49 Sempereadem é uma expressão do latim que, traduzida, significa “sempre o mesmo”. Foi usada no reinado de Elizabeth I como lema. FONTE: <http://www.avenirinstitute.info/avenirology/semper- eadem-semper-in-motu>.
  • 41. acrescentou ensinamentos aos que ela já havia promulgado no século 16, entre os quais está a infalibilidade papal. Não, não existem mudanças na igreja de Roma. E se uma denominação mundial vier à existência neste mundo, será porque a igreja católica romana já terá engolido todas as demais e as tragado à ignorância! Quanto a isso, não existe qualquer dificuldade. Roma é uma falsificação, uma farsa, uma fraude, uma impostora. É prostituição do tipo mais horrendo, mais diabólico. É, afinal, uma forma de anticristo. Ela deve ser rejeitada, denunciada e, acima de tudo, combatida. Mas só há um modo de se combatê-la, conforme eu disse no início deste sermão, e este é a doutrina cristã bíblica. Um cristianismo que prega nada além de “venha a Cristo” ou “venha a Jesus” não resistirá ao catolicismo romano nem por um segundo. É bem provável que agir assim dará, em última instância, mais cabeças a Roma. Aqueles que sustentam campanhas evangelísticas e dizem “ah, sim, católicos romanos . . . voltem para a igreja de vocês, podem ir pra lá que não tem problema” negam o ensino do Novo Testamento50. Nós precisamos advertir os que permanecem no sistema católico romano. 50 O famoso Evangelista Billy Graham era muito conhecido por suas imensas campanhas evangelistas; em 1963 ele já havia feito algumas em Londres. Lloyd-Jones não aceitou o convite do próprio Graham para juntar-se a ele em seus empreendimentos na Inglaterra. O Dr. criticava o evangelismo superficial e principalmente a associação de Graham com católicos romanos nas campanhas, tanto na estrutura quanto na liderança dos eventos. Sua crítica se baseia literalmente em algo que Billy Graham pregava, a saber, que ao se converter, os novos crentes deveriam buscar uma igreja imediatamente, ainda que fosse uma católica romana.
  • 42. Existe somente um ensino, um poder que consegue resistir a este engano horrendo: o que a bíblia chama de “toda a armadura de Deus”, uma demonstração bíblica, doutrinária e teológica da Verdade neotestamentária. Foi dessa forma que combateram no século 16. Lutero não era um mero evangelista superficial, mas, sim, um teólogo de poder. E assim também o foi Calvino, e todos os demais. Foi este maravilhoso conjunto da Verdade, estruturado em detalhes e apresentado ao povo, que enfraqueceu e até mesmo abalou a igreja de Roma. Nada menos do que isso é suficiente ao cenário atual. Povo cristão, a incumbência que paira sobre suas cabeças é terrível. Vocês precisam e devem conhecer a verdade, entendê-la, compreendê-la e serem capazes de contra-argumentar falsos ensinamentos. Há pessoas inocentes sendo enganadas pelos engodos de Roma. É o nosso dever abrir-lhes os olhos e ensinar-lhes o verdadeiro caminho. Mas não é só. Devemos, ao passo que nos posicionamos como bastiões da Verdade de Deus, comprometer-nos a orar com fervor, confiantes de que o Espírito Santo nos abençoará. Ao nos posicionarmos pelas Escrituras e por suas Verdades, o Espírito de Deus trará sobre nós um poderoso avivamento. É dessa forma que creio. Nada senão as Verdades da Palavra de Deus poderão nos dar um avivamento que abale a instituição que se autointitula como sendo “A Igreja de Roma”, esta “grande prostituta”.
  • 43. Que Deus nos ilumine e dê entendimento sobre os tempos em que estamos vivendo. Que Ele nos desperte antes que seja tarde demais. Amém.
  • 44. Bibliografia básica Catecismo da Igreja Católica <http://www.vatican.va/archive/cathechism_po/index_new/prima-pagina- cic_po.html>. Concilio de Trento <http://www.montfort.org.br/bra/documentos/concilios/trento/>. Concilio Vaticano I <http://www.montfort.org.br/bra/documentos/concilios/vaticano1/>. Concilio Vaticano II <http://www.vatican.va/archive/hist_councils/ii_vatican_council/index_po.ht m>. Constituição Dogmática Lumen Gentium <http://www.vatican.va/archive/hist_councils/ii_vatican_council/documents/ vat-ii_const_19641121_lumen-gentium_po.html>. Constituição Dogmática Dei Verbum <http://www.vatican.va/archive/hist_councils/ii_vatican_council/documents/ vat-ii_const_19651118_dei-verbum_po.html> Bula "Ineffabilis Deus" – Dogma da Imaculada Conceição http://www.montfort.org.br/bra/documentos/decretos/20060220/ Constituição apostólica Munificentissimus Deus - Dogma da Assunção de Maria http://w2.vatican.va/content/pius- xii/pt/apost_constitutions/documents/hf_p- xii_apc_19501101_munificentissimus-deus.html
  • 45. ORE PARA QUE O ESPIRITO SANTO USE ESSE SERMÃO PARA TRAZER UM CONHECIMENTO SALVÍFICO DE JESUS CRISTO E PARA EDIFICAÇÃO DA IGREJA FONTE: “The Roman Catholic Church” – Um sermão de D. Martin Lloyd- Jones, pregado na Capela de Westminster (Westminster Chapel), Londres, e publicado em Maio de 1963. Tradução: Mary Schultze Revisão da tradução e copidesque: Cesare Turazzi Revisão: Cibele Cardozo, Plábyo Geanine e Cesare Turazzi. Capa e diagramação: Armando Marcos. Revisão final: Armando Marcos 1°Edição : 2010 2° Edição revista e com notas : 2017 Projeto Castelo Forte – Proclamando a Verdade Evangélica Site: www.projetocasteloforte.com.br Instagram: @projetocasteloforte Facebook/ProjetoCasteloForte Você tem permissão de livre uso desse material, e é incentivado a distribuí-lo, desde que sem alteração do conteúdo, em parte ou em todo, em qualquer formato: em blogs e sites, ou distribuidores, pede-se somente que cite o site “Projeto Spurgeon” como fonte, bem como o link do site www.projetocasteloforte.com.br. Caso você tenha encontrado esse arquivo em sites de downloads de livros, não se preocupe se é legal ou ilegal, nosso material é para livre uso para divulgação de Cristo e do Evangelho, por qualquer meio adquirido, exceto por venda. É vedada a venda desse material