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CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA
CELSO SUCKOW DA FONSECA
CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM GESTÃO DE TURISMO
HUMBERTO GOMES DA SILVA
PLANEJAMENTO TURÍSTICO MUNICIPAL: OS DESAFIOS NA
IMPLEMENTAÇÃO OU ATUALIZAÇÃO DO INVENTÁRIO TURÍSTICO NA
REGIÃO TURÍSTICA BAIXADA VERDE
DUQUE DE CAXIAS/RJ
2022
2
HUMBERTO GOMES DA SILVA
PLANEJAMENTO TURÍSTICO MUNICIPAL: OS DESAFIOS NA
IMPLEMENTAÇÃO OU ATUALIZAÇÃO DO INVENTÁRIO TURÍSTICO NA
REGIÃO TURÍSTICA BAIXADA VERDE
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado
como requisito parcial à obtenção do título de
Tecnólogo em Gestão do Turismo pelo Centro
Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow
da Fonseca.
Orientador: Nadson Nei da Silva de Souza
DUQUE DE CAXIAS/RJ
2022
3
RESUMO
SILVA, Humberto Gomes da. PLANEJAMENTO TURÍSTICO MUNICIPAL: OS
DESAFIOS NA IMPLEMENTAÇÃO OU ATUALIZAÇÃO DO INVENTÁRIO
TURÍSTICO NA REGIÃO TURÍSTICA BAIXADA VERDE. Trabalho de Conclusão de
Curso – Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca. Rio de Janeiro,
2022.
Com este estudo pretende-se compreender os desafios apresentados ao planejamento
municipal de turismo na Região Turística Baixada Verde. O turismo é constituído por um
conjunto de atividades de diversos setores, num sistema aberto, em que seus componentes
interagem de forma complexa e complementar para a entrega de um produto perecível e
altamente dependente do ambiente em que está inserido, podendo ser impactado também por
alterações econômicas e/ou sociais, mesmo quando bem planejados. Tal planejamento é
dependente do Inventário Turístico. Seu planejamento a nível municipal, guiado pelas
diretrizes políticas e normas nacionais, desenvolvido através de programas e projetos
turísticos em cooperação com governos estaduais, utilizando-se do patrimônio histórico e
cultural, recursos sociais e ambientais, de forma sustentável, não pode desconsiderar estudos e
pesquisas que indiquem fundamentalmente, o potencial atrativo municipal e da região em que
está inserido, sua capacidade de atender a uma demanda turística e o interesse da população
local pela recepção de fluxos de visitantes. Portanto, a questão a ser respondida na pesquisa é
de que maneira a falta do inventário turístico pode implicar no planejamento dos municípios
que compõem a Região Turística Baixada Verde? E para responder a questão, o objetivo geral
da pesquisa é analisar os desafios postos ao planejamento turístico municipal nos municípios
da Baixada Fluminense pela não conclusão ou desatualização do seu Inventário Turístico. O
percurso metodológico foi realizado através da pesquisa bibliográfica, por meio do Google
acadêmico no período de 2012 a 2022. Os resultados indicam que a falta ou desatualização do
inventário turístico prejudica o processo de planejamento turístico da Região Turística
Baixada Verde.
Palavras-chave: Planejamento. Inventário Turístico. Desafios. Baixada Verde.
4
I – INTRODUÇÃO
O planejamento é parte essencial de todo projeto que se pretenda concluir de forma
bem-sucedida. No caso do turismo, limitando os impactos negativos e promovendo o
desenvolvimento regional. É através do planejamento que se determina o objeto a ser
desenvolvido, a organização necessária, o ponto de partida, caminhos possíveis, estratégias
mais eficientes, parâmetros de controle dos processos e, também nele que se ordenam as
metas intermediárias a serem alcançadas com a culminância do projeto por sua entrega, ciente
dos desafios pelas limitações impostas. E é de fato importante que haja conhecimento destes
desafios para que o projeto não seja interrompido, não tenha seu escopo alterado, não
ultrapasse o custo estimado e seja entregue no tempo e com a qualidade esperada. O
inventário turístico é peça fundamental para no planejamento turístico.
Sem o conhecimento dos atrativos e outros potenciais recursos turísticos disponíveis,
sejam naturais, históricos, ambientais, culturais ou sociais, o planejador tem enormes
dificuldades para viabilizar os recursos necessários ao financiamento e implantação dos
projetos turísticos no município. Limitação esta superável pela inventariação da oferta
turística do município, com os potenciais atrativos revelados. Os percentuais recursos
municipais previstos em orçamento dedicados ao turismo, em muitos casos, impõe outras
fontes de financiamento.
Um planejamento turístico eficaz deve considerar o fluxo turístico esperado e seu perfil
apontado por pesquisas de demanda, o que é necessário para o êxito na recepção e
fornecimento dos serviços necessários durante a estadia dos visitantes. A falta ou
desatualização de tais informações gera limitações nos investimentos ou emprego diverso ao
demandado, resultando em baixa atividade turística ou num curto ciclo de atratividade
turística nos destinos. O que pode ser evitado com o bom aproveitamento do inventário da
demanda turística municipal.
Também é importante o apoio da população local, que deve ser ouvida em pesquisa de
opinião e conscientizada quanto às possibilidades de ganho com o fluxo de turistas, como
melhor infraestrutura de serviços e mais opções de lazer. De igual importância, devem ser
conhecidas as adaptações necessárias ao mobiliário urbano para que o turismo seja
administrado sem a contrariedade da população local. Sem conhecer tais limitações, algumas
atividades turísticas podem ser ofertadas por curto período.
5
Logo, contribuir para a compreensão dos desafios ao planejamento municipal de
turismo, por aprendizados construídos na Região Turística Baixada Verde constitui um dado
importante e, para, além disso, enfrentar os desafios impostos por limitações ao planejamento
do turismo municipal é lutar pelo completo e atualizado inventário turístico. Considerando o
referido contexto, se formula o seguinte problema: De que maneira a falta do inventário
turístico pode implicar no planejamento dos municípios que compõem a Região Turística
Baixada Verde?
E para responder ao problema formulado, o objetivo geral da pesquisa é analisar os
desafios postos ao planejamento turístico municipal nos municípios da Baixada Fluminense
pela não conclusão ou desatualização do seu Inventário Turístico e os específicos são: -
Conceituar suscintamente os Municípios Turísticos e; - Discutir os desafios do planejamento
turístico pela falta do Inventário Turístico completo e atualizado na Região Turística Baixada
Verde.
A hipótese da pesquisa é que o planejamento turístico municipal nos municípios da
Região Turística Baixada Verde enfrenta desafios únicos e desconhecidos. A identificação da
capacidade de oferta local, da infraestrutura básica de acesso e turística, dos interesses locais e
regionais, das realidades e particularidades dos grupos sociais da comunidade receptora
devem revelar tais desafios. A falta de atualização do inventário turístico limita ao gestor em
seu planejamento, ocasionando a falta de políticas públicas e investimentos na infraestrutura
local que promova o bem-estar social dos moradores e a sensibilização pela educação
turística. Tais ações são importantíssimas para o desenvolvimento da atividade turística.
Limitações impostas ao planejamento pela falta de inventário turístico atualizado afetam
diretamente a organização e desenvolvimento turístico com reflexos em toda a Região
Turística Baixada Verde.
Além disso, a pesquisa se justifica pela possibilidade de mudança no cenário quanto ao
desejado desenvolvimento social, cultural e econômico, numa região que tem diversos
atrativos já reconhecidos pelo Observatório de Turismo e Lazer na Região Turística Baixada
Verde. Tais desafios podem ser analisados e utilizados como base de conhecimento para o
devido planejamento da atividade turística nos municípios integrantes da mesma região
turística. O investimento necessário para a atualização dos inventários torna-se pequeno
diante do resultado esperado com desenvolvimento que pode ser gerado na atividade turística.
Conhecendo os desafios a enfrentar pode-se compartilhá-los com possíveis financiadores de
6
projetos que visem romper com tais barreiras ao desenvolvimento, não só da atividade
turística mais destes municípios como um todo.
A originalidade da pesquisa encontra-se a partir dos debates realizados por diversos
autores que pontuam sobre a necessidade e importância do inventário turístico para a operação
de um turismo sustentável, ecológico e consciente. Enfatiza-se as limitações impostas pela
falta do inventário atualizado para o planejamento turístico pelos gestores públicos municipais
indicando que este deve ser reconhecido como prioritário.
Há indicadores de um grande hiato entre o que é feito e o que se pode fazer para o
desenvolvimento da atividade turística na baixada fluminense. Estudar as limitações pode
aumentar o interesse em eliminá-las. Havendo interesse prioriza-se, e o desafio torna-se
romper estas barreiras.
A falta de atualização de inventário não deve ser vista como justificativa para
planejamento ineficaz. Antes, deve ser vista como meta inicial no planejamento do projeto
turístico de todo município que deseja usufruir dos benefícios que a atividade turística
planejada pode proporcionar.
As razões pessoais que motivaram a escolha do tema nascem pelo desejo em contribuir
para o desenvolvimento da atividade turística no município de Duque de Caxias e em toda
Região Turística Baixada Verde, gerando desenvolvimento cultural, social e econômica, que a
região tanto precisa.
O percurso metodológico ocorre por meio da pesquisa bibliográfica, balizando os
argumentos discutidos pelos autores da literatura especializada. O metabuscador utilizado é o
Google Acadêmico no período de 2012 a 2022 e as palavras chaves incluídas na seguinte
frase: “Turismo na Baixada Verde Rio de Janeiro”. Encontraram-se três publicações. Tentou-
se também “Inventário Turístico da Baixada Verde Rio de Janeiro”, mas não apareceu
nenhuma publicação para o mesmo período. O número limitado de publicações constitui um
dado importante para a referida pesquisa, contribuindo para realização de mais investigações
sobre o tema. O processo também inclui a identificação das argumentações que contribuem
para a elucidação e compreensão do fenômeno. Por fim, seguir com a pesquisa documental
on-line que aborde questões relacionadas ao planejamento turístico nos municípios da Região
Turística Baixada Verde/RJ.
7
II – OS MUNICÍPIOS TURÍSTICOS: BREVE RESENHA DA LITERATURA DE
BOULLÓN
A ideia deste capítulo não é discutir a problemática e complexa definição de município,
apenas trazer um conceito breve como ponte para discutir os municípios turísticos. Segundo o
professor de José Afonso da Silva (2009, p. 619):
A Constituição de 1988 modifica profundamente a posição dos Municípios na
Federação, porque os consideram componentes da estrutura federativa. Realmente,
assim o diz em dois momentos. No art. 1º declara que a República Federativa do
Brasil é formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito
Federal. No art. 18 estatui que a organização politico-administrativa da República
Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição. Nos termos, pois, da
Constituição, o Município brasileiro é entidade estatal integrante da Federação,
como entidade politico-administrativa, dotada de autonomia política, administrativa
e financeira. Essa é uma peculiaridade do Município brasileiro. A inclusão do
Município na estrutura da Federação teria que vir acompanhada de consequências,
tais como o reconhecimento constitucional de sua capacidade de auto-organização
mediante cartas próprias e a ampliação de sua competência, com a liberação de
controles que o sistema até agora vigente lhe impunha, especialmente por via de leis
orgânicas estabelecidas pelos Estados.
Esse é um conceito discutido com base na Constituição Federal Brasileira de 1988, que
em suas disposições assegura a autonomia política, administrativa e financeira dos Municípios
brasileiros, um conteúdo introdutório, relevante e inspirador para a discussão sobre os
Munícipios Turísticos, ainda que sejam interpretados a partir de outra perspectiva conceitual.
No contexto latino-americano, o poder do município, sua autonomia ou subordinação se
divide em três importantes variantes, sendo elas: município autônomo, município autárquico e
município centralizado. Tais variantes têm suas próprias especificidades, definidas pelos
graus, conforme explica Boullón (1997: p. 30).
Os centros turísticos são espaços administrativos constituídos de áreas rurais e/ou
urbanas, com poder centralizado em uma cidade principal ou capital, sede das autoridades
políticas e das decisões com relação a outros povoados ou pequenos conglomerados
secundários. Em um mesmo espaço administrativo pode unir-se municípios rurais e urbanos.
Entretanto, segundo o autor, o grau de importância entre uma capital ou um povoado
secundário como centro turístico varia de acordo com os atrativos turísticos do lugar e todo
8
processo de planejamento e operacionalização das atividades turísticas, ainda que na capital se
concentre um maior número elementos da infraestrutura básica.
Para melhor entendimento sobre os municípios turísticos, Boullón (1997) os classificou
a partir de algumas variantes: a) a partir da demanda; b) da relação com o funcionamento
dos centros turísticos (centros de distribuição, centros de estadia, centros de escala, centros
de excursão e centros de recreação); c) com relação à oferta: equipamento turístico
(alojamento, alimentação, lazer e outros serviços) e instalações (de água e praia, de
montanha e gerais).
Cada centro turístico possui uma hierarquia com base nos atrativos turísticos localizados
no espaço que lhe corresponde, mas para, além disso, o autor comenta que existe a
possibilidade de superposição de funções e níveis dos mesmos. Na sequência explica sobre a
importância e dependência destes centros históricos e pontes feitas por meio dos transportes
aéreos e terrestres em conexão com marítimo e fluvial. A estas linhas ou nós, Boullón (1997)
chama de estrutura-rede.
Quanto às funções dos municípios turísticos, o autor comenta que os níveis operativos
ainda enfrentam “uma escassa precisão dos objetivos políticos, sociais e técnicos que os
organismos sociais precisam cumprir agregados à falta de definição das áreas técnicas em que
devem atuar e os tipos de ação que devem realizar em cada uma dessas áreas (p.57).” Outro
fator importante no debate sobre o tema é o processo de planejamento turístico, embora
complexo, conforme é possível observar a seguir.
III – O PLANEJAMENTO TURÍSTICO: DISCUTINDO ALGUNS CONCEITOS
O planejamento turístico implica no alinhamento de vários protagonistas envolvidos
com o turismo, tendo como objetivo cumprir com algumas etapas ou ações que visam o
desenvolvimento e uma excelente prestação de serviços turísticos. Este planejamento
representa uma fase primordial para analisar a viabilidade de programar o turismo em
determinado lugar com potencial natural e cultural por meio da promoção e comercialização
do produto turístico.
Ao analisarem os argumentos defendidos por Beni sobre os aspectos teóricos e
conceituais do planejamento turístico, Binfaré et. al (2016) comentam que
9
Em seu olhar, o planejamento turístico faz parte do Conjunto das Relações
Estruturais do SISTUR, no subsistema da Superestrutura, que é responsável pelas
Políticas, Planejamento e Gestão do turismo. O autor ainda contribuiu para os
estudos na área de planejamento, em sua obra “Globalização do Turismo:
Megatendências do Setor e a Realidade Brasileira”, em que indica a formação de
clusters, como estratégia competitiva para o planejamento dos destinos turísticos.
Entretanto, com base na análise de algumas definições defendidas por teóricos da
literatura especializada, Binfaré et. al (2016) definem planejamento turístico como
a organização sistemática de um conjunto de ideias e decisões, de forma integrada.
Consiste na definição de objetivos, ordenação dos recursos materiais e humanos, na
determinação de métodos, tempo, indicação de localização espacial. É uma ação
voltada para o futuro.
Em outra pesquisa, Binfaré e Soares (2014) interpretam o planejamento turístico por
meio da interdependência da atividade turística. Essa interdependência, segundo os autores
“eleva o grau de complexidade do processo de planejamento e faz necessária a inclusão da
palavra ‘flexibilidade’ no conceito de planejamento turístico.” (p. 321)
Além disso, a “flexibilidade é uma condição relevante uma vez que privilegia o respeito
às características locais, permitindo adaptar o método em função destas características e não
ao contrário (BINFARÉ E SOARES, 2014: p. 321).”
Ainda sobre a interdependência da atividade turística, conforme explicam Oliveira e
Lohmeyer Fuchs (2013), pode ser interpretada a partir da participação social, principalmente
quando se considera os papéis dos diferentes atores sociais pertencentes à determinada
comunidade local, constituindo um ponto crucial para o processo de planejamento turístico.
Incluir a participação social nessa discussão, conforme propõe Oliveira e Lohmeyer
Fuchs (2013), representa uma evolução da interpretação do planejamento turístico como
“ferramenta de crescimento econômico, para uma na qual se adota o desenvolvimento
econômico e social como parâmetro para a distribuição equitativa dos frutos deste
crescimento.(FRANCA, 2013: p. 49)”
Para SAMPAIO (2019: p.17) o planejamento turístico,
bem como a elaboração dos Planos Municipais de Desenvolvimento Turístico, deve
gerar ações concretas para o destino turístico. Neste sentido, são de suma
importância para os municípios, pois a partir deles, os destinos podem organizar-se e
estruturar-se para se desenvolverem e/ou consolidarem-se no turismo. Além de
serem instrumentos essenciais para viabilizar investimentos junto aos órgãos
fomentadores da atividade turística.
10
Observa-se na definição defendida por Sampaio (2019) que o planejamento turístico é
interpretado a partir de uma perspectiva economicista, contrárias a que se defende nesta
pesquisa, ou seja, por meio de uma visão mais holística, plural e sociológica. Ao comparar os
conceitos, é perceptível a projeção de um turismo estritamente planejado com base na oferta –
demanda consumo – venda, dentre outros elementos orientados às práticas de um turismo
predatório, utilitarista e explorador.
IV – POTENCIALIDADES DA REGIÃO TURÍSTICA BAIXADA VERDE: UM
SUSCINTO LEVANTAMENTO DOS ATRATIVOS NATURAIS E HISTÓRICO-CULTURAIS
Na zona metropolitana do Estado do Rio de Janeiro, encontra-se uma região,
administrativamente composta por 13 municípios, a destacar: Belford Roxo, Nova Iguaçu,
Seropédica, Duque de Caxias, São João de Meriti, Nilópolis, Japeri, Mesquita, Magé, Itaguaí
Queimados, Paracambi e Guapimirim. A região é chamada de Baixada Fluminense e, possui
aproximadamente 3,8 milhões de habitantes (IBGE, 2019).
A região carrega um pesado estigma de pobreza, violência, desemprego, descaso dos
governos estadual e municipal e esteticamente sem planejamento urbano. A partir de 2017,
por meio de um estudo realizado pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro, descobriu-se o
potencial natural existente na referida região. Segundo Gomes (2020: p. 09), o estudo teve
como articulador, a Câmara Metropolitana do Estado, foi intitulado Mapa da Região
Metropolitana do Rio de Janeiro, trouxe dados relevantes sobre a Baixada Fluminense e
revelou que 36,27% do território que compõe a Região Metropolitana são
formados por áreas verdes naturais preservadas. Desse total, 11% estão em
municípios localizados na Baixada Fluminense, como Duque de Caxias e Nova
Iguaçu. O município de Duque de Caxias possui uma área territorial de 464,6 Km²,
sendo 44% desse total composto por área verde preservada. Já Nova Iguaçu, possui
uma área de 520,8 Km² sendo 66% desse total compostas por Unidades de
Conservação, Reserva Biológica, Áreas de Proteção Ambiental e parques naturais.
Neste sentido, o Parque Natural Municipal de Nova Iguaçu ganhou destaque com
seus 1,1 mil hectares de área verde preservada abrigando trilhas, cachoeiras, além da
fauna e flora da região.
A partir dos resultados do referido estudo, a região foi denominada de Baixada Verde e
integra 10 municípios: Belfort Roxo; Duque de Caxias; Japeri; Magé; Mesquita; Nilópolis;
Nova Iguaçu; Queimados; São João de Meriti; e, Seropédica. Desde então, constitui uma
11
das 12 Regiões Turísticas no estado do Rio de Janeiro. Ou seja, a Região Turística Baixada
Verde, passou a ser reconhecida a partir da Portaria nº 197 de 14/09/2017.
Com esse reconhecimento, além dos incentivos financeiros, houve uma maior
divulgação do potencial turístico dos municípios que integram a região, promovida pelos
órgãos competentes do turismo do Estado do Rio de Janeiro e pelas secretarias municipais. E
a contribuição do SEBRAE no que tange à elaboração de um Plano Estratégico para a Região
Turística Baixada Verde.
Um dos potenciais encontrados na região, elencados no Plano e discutidos no Fórum
Estadual de Secretários de Turismo (FUVEST- RJ) é o ecoturismo. Inclusive, batizaram os
10 municípios como “paraíso verde” e destacou-se 150 áreas mapeadas com um potencial
para o desenvolvimento de experiências turísticas na natureza, que por sinal, encontra-se
bastante preservada. (ROTARIO, 2019)
Os esforços para promover e retomar o turismo na região vem ocorrendo recentemente
por meio da realização de eventos, como o Fórum Regional do Turismo para a Baixada
Verde, realizado no dia 22/02/2022, promovido pela Secretaria de Estado de Turismo do Rio
de Janeiro (Setur - RJ) e a Companhia de Turismo do Estado do Rio de Janeiro (TurisRio).
O evento é uma das ações do programa “Turismo RJ + Perto” e teve como finalidade discutir
a retomada das atividades turísticas dos municípios, no pós-período pandêmico.
(BRASILTURIS JORNAL, 2022)
4.1 - O potencial da Região Turística Baixada Verde.
A discussão sobre potencialidade turística é fundamental para o processo de
inventariação e hierarquização dos atrativos turísticos de determinada localidade. É
importante esclarecer que uma região com potencial turístico é aquela que precisa ser dotada
de infraestrutura e equipamentos turísticos, e ainda que, tenha o mínimo de serviços básicos
precisa de investimentos públicos e do interesse de empresários da área de Turismo.
Quando se trata da discussão sobre a potencialidade turística, Almeida (2009: p. 542):
Mas o que se deve entender, exatamente, por potencial turístico, vocação turística
ou potencialidade turística? Acredita-se, pois, que a vulgarização de tais expressões
se origina da ausência de uma definição mais precisa destes termos e da remota
possibilidade de se avaliar de forma concreta este potencial nas localidades que se
12
supõem turísticas com os métodos e instrumentos até agora criados para tal
finalidade, como é o caso da metodologia proposta pela Empresa Brasileira de
Turismo – EMBRATUR para hierarquização dos atrativos turísticos.
Por outro lado, Sobrinho (2004) discute o termo “potencial” com base no conceito de
lugar turístico. Para o autor, o turismo se desenvolve por meio da apropriação do lugar. Por
esse motivo, propõe que os “lugares que já foram apropriados pela prática social do turismo
(potencial explorado), quanto a lugares considerados potencialmente turísticos (potencial
latente). O turismo se apropria dos lugares e produz este lugar para a sua comercialização” (p.
71).
Considerando os argumentos discutidos, entende-se que os atrativos naturais e culturais
da região podem constituir um potencial latente, se for tomado em conta os requisitos de um
inventário turístico, segundo o Ministério do Turismo. No quadro 1, listado a seguir, observa-
se um breve levantamento da potencialidade encontrada nos municípios que compõem a
Região Turística Baixada Verde.
QUADRO I – POTENCIALIDADE DOS MUNICÍPIOS DA REGIÃO TURÍSTICA
BAIXADA VERDE
Município Natureza Histórico-Cultural
Belford Roxo - Área de Proteção
Ambiental (APA) do Alto
Iguaçu,
- Fazenda do Brejo;
- Bica da Mulata;
- Portal;
- Praça de Heliópolis;
- Centro Cultural Donana;
- Igreja Nossa Senhora da
Conceição (conhecida
como igreja de pedra)
(O DIA, 2021)
Duque de Caxias - Parque Natural da
Taquara;
- Cachoeira das Dores;
- Cachoeira Véu de Noiva.
(GUILHERMINO, 2015)
- Museu Histórico de
Duque de Caxias;
- Museu Ciência e Vida.
(GUILHERMINO, 2015);
- Museu Vivo do São
Bento;
-Igreja Matriz Nossa
Senhora do Pilar
Japeri - Pedra do Gavião;
- Parque Natural Municipal
do Curió;
- Cachoeira de Jaceruba;
- Tradicional Estação
Ferroviária de Japeri.
13
- Área de Preservação
Ambiental do Pico da
Coragem;
- Rio Guandu;
- Morro da Pedra Lisa.
Magé - Parque Nacional Serra
dos Órgãos;
- Praia da Batata;
- Parque Castelos do Açú;
- Pedra do Sino;
- Morro Açú;
- Mirante do Soberbo;
- Cachoeira do Monjolo;
- Cachoeira Grande;
- Cachoeira Véu da Noiva;
- Trilha Pico Itacolomi.
- Caminho do Ouro para
Petrópolis;
- Capela Nosso Senhor do
Bonfim;
- Igreja de Nossa Senhora
da Piedade;
- Igreja de São Nicolau
- Igreja Nossa Senhora da
Guia de Pacobaíba;
- Museu Mané Garrincha;
- Primeira Estrada de Ferro
do Brasil;
- Ruínas da Capela de
Nossa Senhora da Estrela;
- Ruínas da Igreja de
Nossa Senhora;
- Ruínas do Engenho do
Rio da Cachoeira Grande.
Mesquita - Pedra da Cotenda;
- Serra de Madureira;
- Poço das Cobras.
- Teatro Gracinda Freire;
- Estádio Giulite Coutinho;
- Capela de São Matheus.
Nilópolis - Campo de Gericinó.
(GUILHERMINO, 2015)
- Beija Flor;
- Parque de Eventos;
- Igreja de São Matheus;
- Igreja de Nossa Senhora
da Conceição;
- Igreja de São Sebastião;
- Sinagoga Israelita Tiferet
Israel;
- Loja Maçônica.
(GUILHERMINO, 2015)
Nova Iguaçu - Parque Natural Municipal
de Nova Iguaçu (1998);
- As cachoeiras no entorno
da Reserva Biológica do
Tinguá (1997);
- As cachoeiras de
Jaceruba
(GUILHERMINO, 2015)
- Fazenda São Bernardino
(1975) (GUILHERMINO,
2015)
Queimados - Parque Natural Municipal
Morro da Torre Onça
Feliz;
- Sítio da Amizade;
- Horto Municipal Luiz
Gonzaga de Macedo.
- Velho Leprosário;
- Praça dos Eucaliptos;
- Paróquia Nossa Senhora
de Fátima;
- Praça Vila Dona Branca;
- Estação Ferroviária de
14
Queimadas;
- Paróquia Nossa Senhora
da Conceição;
- Teatro Municipal de
Queimados;
- Horto Municipal de
Queimados.
São João do Meriti - Parque de São João de
Meriti.
- Via Music Hall.
Seropédica - Conjunto de Colinas
(extensa Planície do rio
Guandu ou Baixada de
Seropédica);
- Serranias de Seropédica
(Serras do Caçador e
Mazomba);
- Escarpas e encostas
frontais componentes do
“cinturão” da Serra do
Mar;
- Vales Fluviais;
- Terraços Fluviais.
(SILVA, 2006)
- Ponte dos Jesuítas
(1752);
- Igreja de Nossa Senhora
da Conceição do Bananal
(1817);
- Fazenda Caxias (1848);
- Fazenda Paraíso da
cidade (1920);
- UFRRJ
- Serofolia;
- Festa do Trabalhador;
- Aniversário da cidade;
- Festa das Crianças;
- Copa da Paz. (SILVA,
2006)
Fonte: O próprio autor (2022)
Por meio de um simples exercício para definir os atrativos, tanto natural quanto
histórico-cultural, se percebeu uma ausência de encontrá-los nas publicações da literatura
especializada discutidos a partir do processo de inventariação (categorias, subcategorias,
tipos, subtipos, dentre outros). Observa-se, dessa forma, que as informações do referido
quadro foram coletadas por meio de algumas publicações e reportagens.
V - DESAFIOS PERMANENTES E MOMENTÂNEOS NO PROCESSO DE
INVENTARIAÇÃO TURÍSTICA NA BAIXADA VERDE
Os desafios constituem situações que precisam ser enfrentadas e que estão postas no
cotidiano do ser humano, seja no contexto familiar, social, políticos ou profissional.
Compreender os desafios contribuem para que, de forma madura, sejam tomadas decisões
eficazes para o alcance do objetivo final. No caso do turismo, existem inúmeros desafios e no
caso desta pesquisa, o processo de inventariação constitui um deles.
15
Não é objetivo da pesquisa o aprofundamento sobre a finalidade do Inventário Turístico
e sobre as etapas do processo de inventariação dos atrativos naturais e culturais de
determinado “lugar turístico”. Entretanto, é uma pesquisa que propõe discutir os desafios para
a adequação do Inventário ao Sistema de Inventariação da Oferta Turística (INVTUR) como
caminho que contribui para o planejamento turístico municipal, tão importante para o
desenvolvimento do turismo no Brasil, neste caso especificamente, na Região Turística
Baixada Verde.
5.1- Análise dos desafios permanentes aos planejadores da atividade turística municipal
quanto ao processo de inventariação dos atrativos turísticos na Região Turística
Baixada Verde
Os desafios permanentes da gestão do turismo municipal vão além da simples ação de
planejar o desenvolvimento turístico em determinado lugar ou região. E no processo de
planejamento já são muitas as etapas, a destacar: O diagnóstico; o prognóstico; os objetivos e
metas; as estratégias; as propostas; a implantação das ações e a avaliação continuada.
Considerando o contexto social, político, econômico e urbanístico que se encontra a
Baixada Fluminense atualmente, e, tomando em conta que o turismo pode ser um vetor de
inclusão social, geração de empregos e de sustentabilidade ecológica, os desafios permanentes
para o processo de inventariação dos recursos naturais e culturais na Região Turística Baixada
Verde podem ser:
QUADRO II – DESAFIOS PARA O PLANEJADOR TURÍSTICO NO PROCESSO DE
INVENTARIAÇÃO TURÍSTICA NA REGIÃO TURÍSTICA BAIXADA VERDE
Desafios Permanentes Descrição
A inclusão do turismo como
prioridade nos municípios.
É comum incluir o turismo em outras pastas como
cultura e esporte, dividindo recursos orçamentários e
implicando no trabalho do profissional no
planejamento turístico. Com poucos recursos é
complicado realizar diagnósticos, estabelecer
estratégias, definir ações e elaborar avaliações. Por
isso, é necessário “vender” internamente a
importância do inventário turístico.
16
Descobrir e explorar toda a
potencialidade revelada pelo
Inventário Turístico.
É necessário considerar a alavancagem do
planejamento turístico a partir dos inventários
concluídos e atualizados. O reconhecimento externo
dos demais órgãos do planejamento turístico. É
preciso um olhar sobre a potencialidade do inventário
turístico no Brasil e de forma particular no Estado do
Rio de Janeiro. Dessa forma, por meio das vivências
ou experiências observadas de aproveitamento dos
inventários em outros lugares, é possível propor em
comum acordo com os demais planejadores da
Região, alternativas para elaboração de projetos
integrados de desenvolvimento turístico.
Corrigir possíveis lacunas no
processo inventariação, relacionadas
a integração com a comunidade local
por exemplo.
Um inventário produzido sem escutar, conectar ou
dialogar devidamente com estes atores sociais resulta
possivelmente em informações imprecisas e, além
disso, contribui para a desvalorização da cultura
local, dos saberes e fazeres tradicionais, dentre
outros.
Estratégia política É preciso discutir o planejamento turístico dentro de
uma proposta de plano de ação para o turismo na
Baixada Verde a partir da integração e do diálogo
entre as autoridades políticas das diferentes esferas de
governo (Federal, Estadual e Municipal). Todos
devem estar alinhados, facilitando o planejamento
turístico da região, ainda que cada município que a
integre, tenha seu próprio potencial turístico a
desenvolver.
Fonte: O próprio autor (2022)
A realidade é que a Região Turística Baixada Verde, apesar de ser reconhecida pela
diversidade de recursos naturais e culturais, com um potencial turístico, segundo o Plano
Estratégico desenvolvido pelo SEBRAE em 2017, necessita maior vontade política das
autoridades estaduais e municipais, reconhecendo sua relevância para o turismo nacional e sua
devida importância para o desenvolvimento econômico e social dos municípios que a
integram.
Embora algumas autoridades se unam para discutir ações estratégicas por meio dos
Fóruns Regionais de Turismo, percebe-se que são ações comumente restrita a eventos. No
quadro II, identificam-se alguns desafios permanentes relacionados com o desenvolvimento
da Região Turística Baixada Verde e os quatro descritos requerem um posicionamento das
autoridades políticas municipais, com relação ao turismo como um setor tão importante
quanto aos demais na economia municipal e na melhoria da qualidade de vida de sua
população. Cabe ao profissional da gestão turística não somente planejar, mas persuadir os
17
políticos quanto à potencialidade existente nos municípios e encontrar soluções para tais
desafios, ainda que estejam eles fora do âmbito de suas decisões. Para isso, deve contar com
o apoio dos coordenadores das atividades ao longo do processo.
5.2 – Análise dos desafios momentâneos aos coordenadores da atividade
Os desafios momentâneos são aqueles transitórios e que podem se repetir. No caso do
turismo, os desafios para os coordenadores no processo de inventariação turística estão
relacionados a três áreas do conhecimento que possuem relevância para esta pesquisa,
conforme é possível observar no Quadro III - Desafios para os Coordenadores das Atividades
no processo de inventariação turística na Região Turística Baixada Verde.
QUADRO III – DESAFIOS PARA OS COORDENADORES DAS ATIVIDADES
NO PROCESSO DE INVENTARIAÇÃO TURÍSTICA NA REGIÃO
TURÍSTICA BAIXADA VERDE
Desafios momentâneos Descrição
Atitude profissional na aplicação
das técnicas
Os coordenadores por muitas vezes se guiam por
teorias do turismo buscando a perfeição no processo de
inventariação, mas precisam adaptar-se à realidade,
considerando as especificidades econômicas, políticas,
sociais e culturais em que estão inseridos os municípios
que compõem a Região Turística Baixada Verde.
Impactos ecológicos no meio
ambiente e governança
participativa
Ainda que exista um modelo oficial para a realização
do inventário turístico, algumas questões ambientais
estão na ordem das discussões mundiais (mudança
climática, emissão do gás carbônico, aumento do nível
dos mares, dentre outros). Dessa forma, a que se
considerar para a inclusão no inventário atrativos que
não estejam impedidos de visitação por questões de
impacto ambiental, visando não somente o
planejamento turístico como também colaborando com
políticas públicas de preservação ambiental e somando
forças na governança participativa.
Valorização dos aspectos
antropológico-culturais
Trata da inclusão de espaços dedicados aos saberes
tradicionais, ancestralidade e memória na
inventariação, reconhecendo e valorizando as culturas
religiosas de matriz africana, indígena, caiçara,
quilombolas, jongueiros, pescadores artesanais, dentre
outras.
Fonte: O próprio autor (2022)
18
Ao analisar tais desafios, nota-se que o primeiro (Atitude profissional na aplicação das
técnicas) está relacionado à questão comportamental, aquilo que Boullón (1997) chamaria de
crise de idealismo, que implica na elaboração de extensos relatórios técnicos e teóricos, com
acúmulo de informações e com pouca aplicabilidade no processo de inventariação.
Por outro lado, o segundo (Impactos ecológicos no meio ambiente e Governança
Participativa) convida o leitor à reflexão sobre a relevância e prioridade do tema,
considerando a riqueza natural encontrada nos municípios que integram a Região Turística
Baixada Verde e considerando a necessidade de salvaguardar a natureza da prática massiva de
visitantes e turistas. Nesta direção, a governança participativa contribui com o planejamento
turístico, com implementação e monitoramento de políticas públicas para natureza e a cultura
e, consequentemente valorizando o patrimônio ambiental da região de interesse da elaboração
do inventário turístico.
Quanto ao terceiro e último (Valorização dos aspectos antropológico-culturais)
protagoniza as culturas tradicionais e reconhece sua potencialidade para o desenvolvimento
do turismo. Ainda que seja um aspecto que conte com as subjetividades do ser humano, no
processo de inventariação, deve ser considerada sua relevância para o planejamento turístico.
VI – CONSIDERAÇÕES FINAIS
Retomando o objetivo geral do artigo que vem sendo “analisar os desafios postos ao
planejamento turístico municipal nos municípios da Baixada Fluminense pela não conclusão
ou desatualização do seu Inventário Turístico”, é importante contextualizar o processo da
pesquisa, que se tornou também um desafio.
Primeiro pelo fato de que na pesquisa bibliográfica não foi possível identificar
publicações sobre inventário dos 10 municípios que compõem a Região Turística Baixada
Verde. E, quando se fala de processo de inventario turístico, cada município é responsável
pelo seu próprio inventário. Sendo interessante uma construção de inventário integrado da
região turística que revele todo o seu potencial, a partir dos inventários individualizados.
Obviamente, a opção por particularizar municipalmente os inventários traz limitações
geográficas de atuação e comodismo para os profissionais que atuam nas instituições oficiais.
19
Entretanto, ao refletir com base no que representa o Programa de Regionalização dos
Municípios Turísticos, o compromisso de integração dos dez municípios num Inventário
Regional Final, contribuiria não somente com as possíveis conexões turísticas entre eles,
como também com o processo de promoção, comercialização e venda dos produtos turísticos.
A bem da verdade, a pesquisa provoca algumas inquietações sobre a importância do
inventário para o planejamento turístico e descreve alguns desafios, permanentes e
momentâneos, que precisam ser superados por gestores de turismo municipal juntamente a
coordenadores de processos de criação e atualização de inventário turístico. A eficácia
depende do engajamento de todos os atores sociais envolvidos no processo.
E, embora a pesquisa possua algumas limitações, pois poderia ampliar a análise dos
desafios permanentes e momentâneos na elaboração do inventário, constitui um caminho que
motiva a seguir investigando e aprofundando o tema como forma de disponibilizar
informações atualizadas para o desenvolvimento e crescimento da Região Turística Baixada
Verde.
20
IV – REFERÊNCIAS
ALBUQUERQUE, E., & RIBEIRO, M. A. (2020). Formas Espaciais Simbólicas Que
Rememoram Histórias Apagadas–Marcas Da Territorialidade Judaica Em Nilópolis (RJ).
Espaço e Cultura, (48), 86-103.
ALMEIDA, M. V. de. Matriz de Avaliação do Potencial Turístico de Localidades Receptoras.
Turismo em Análise, v.20, n.3, dezembro 2009.
BINFARÉ, P. W et. al. Planejamento turístico: aspectos teóricos e conceituais e suas relações
com o conceito de turismo. Revista de Turismo Contemporâneo – RTC, Natal, v. 4, Ed.
Especial, p. 24-40, abr. 2016.
BINFARÉ, P. W; SOARES, A. dos S. Planejamento turístico: A necessidade de novos rumos
em busca da sustentabilidade dos destinos. Revista Turismo & Desenvolvimento. N.º
21/22, 2014. (p.319 -327)
BISSOLI, M. A. M. A. Planejamento turístico municipal com suporte em sistemas de
informação. São Paulo: Futura, 2001.
BOULLÓN, R. C. Planejamento do espaço turístico. Bauru: Edusc, 2002.
BOULLÓN, R. C. Los Municípios Turísticos. México: Trillas, 1990 (reimp 1997).
BRAGA, Débora Cordeiro. Planejamento turístico: teoria e prática. Rio de Janeiro: Elsevier/
Campus, 2007.
BRASIL. Ministério do Turismo. Programa de Regionalização do Turismo: roteiros do
Brasil. Brasília, 2004.
BRASILTOURS JORNAL. Setur-RJ leva Fórum Regional do Turismo para a Baixada
Verde. Rio de Janeiro, 2022.
CÉSAR, P. de A. B.; STIGLIANO, B. V. Inventário turístico. Campinas: Alínea, 2005.
FRANCA, T. B. M. Planejamento e impactos do turismo: turismo de eventos em Porto de
Galinhas / Tomé Barros Monteiro Franca. - Recife : O Autor, 2013. 82 folhas: il. 30 cm.
Orientador: Profa. Dra. Alexandrina Sobreira de Moura. Dissertação (Mestrado) –
Universidade Federal de Pernambuco. CCSA. Gestão Pública, 2013.
GOMES, C. H. M; SANTOS, J. da S. C.; CORDEIRO, J. S. S. Potencialidades do Parque
Natural Municipal de Nova Iguaçu na região Turística Baixada Verde (RJ) ISSN 2318-2148
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2020http://www.periodicos.uff.br/uso_publico.
GOMES, Marta Taets et al. Patrimônios de Duque de Caxias: história e memória no Museu
Vivo do São Bento. 2016.
21
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a potencialidade dos Municípios de Nilópolis, Nova Iguaçu e Duque de Caxias.
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com implementação em um software / Eliane Avelina de Azevedo Sampaio. – Aracaju,
2019. 166 f. Dissertação (Mestrado) – Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia de
Sergipe - IFS. Programa de pós-Graduação de Mestrado Profissional em Turismo-PPMTUR.
Orientador: Prof. Dr. Jaime José da Silveira Barros Neto.
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SILVA, M. C. da. Planejamento do setor turístico como estratégia para alavancar o
desenvolvimento regional - Estudo de Caso: município de Seropédica/RJ . Universidade
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Graduação em Gestão e Estratégia em Negócios. (Dissertação de Mestrado). Rio de Janeiro,
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SOBRINHO, F. L. A. Lugares, olhares e imagens: uma breve discussão sobre o planejamento
turístico in: Revista Múltipla – Ano IX - vol. 10 – nº 16, Junho de 2004. ISSN 1414-6304
Brasília, DF, Brasil.

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Desafios do planejamento turístico na Baixada Verde

  • 1. CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA CELSO SUCKOW DA FONSECA CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM GESTÃO DE TURISMO HUMBERTO GOMES DA SILVA PLANEJAMENTO TURÍSTICO MUNICIPAL: OS DESAFIOS NA IMPLEMENTAÇÃO OU ATUALIZAÇÃO DO INVENTÁRIO TURÍSTICO NA REGIÃO TURÍSTICA BAIXADA VERDE DUQUE DE CAXIAS/RJ 2022
  • 2. 2 HUMBERTO GOMES DA SILVA PLANEJAMENTO TURÍSTICO MUNICIPAL: OS DESAFIOS NA IMPLEMENTAÇÃO OU ATUALIZAÇÃO DO INVENTÁRIO TURÍSTICO NA REGIÃO TURÍSTICA BAIXADA VERDE Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial à obtenção do título de Tecnólogo em Gestão do Turismo pelo Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca. Orientador: Nadson Nei da Silva de Souza DUQUE DE CAXIAS/RJ 2022
  • 3. 3 RESUMO SILVA, Humberto Gomes da. PLANEJAMENTO TURÍSTICO MUNICIPAL: OS DESAFIOS NA IMPLEMENTAÇÃO OU ATUALIZAÇÃO DO INVENTÁRIO TURÍSTICO NA REGIÃO TURÍSTICA BAIXADA VERDE. Trabalho de Conclusão de Curso – Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca. Rio de Janeiro, 2022. Com este estudo pretende-se compreender os desafios apresentados ao planejamento municipal de turismo na Região Turística Baixada Verde. O turismo é constituído por um conjunto de atividades de diversos setores, num sistema aberto, em que seus componentes interagem de forma complexa e complementar para a entrega de um produto perecível e altamente dependente do ambiente em que está inserido, podendo ser impactado também por alterações econômicas e/ou sociais, mesmo quando bem planejados. Tal planejamento é dependente do Inventário Turístico. Seu planejamento a nível municipal, guiado pelas diretrizes políticas e normas nacionais, desenvolvido através de programas e projetos turísticos em cooperação com governos estaduais, utilizando-se do patrimônio histórico e cultural, recursos sociais e ambientais, de forma sustentável, não pode desconsiderar estudos e pesquisas que indiquem fundamentalmente, o potencial atrativo municipal e da região em que está inserido, sua capacidade de atender a uma demanda turística e o interesse da população local pela recepção de fluxos de visitantes. Portanto, a questão a ser respondida na pesquisa é de que maneira a falta do inventário turístico pode implicar no planejamento dos municípios que compõem a Região Turística Baixada Verde? E para responder a questão, o objetivo geral da pesquisa é analisar os desafios postos ao planejamento turístico municipal nos municípios da Baixada Fluminense pela não conclusão ou desatualização do seu Inventário Turístico. O percurso metodológico foi realizado através da pesquisa bibliográfica, por meio do Google acadêmico no período de 2012 a 2022. Os resultados indicam que a falta ou desatualização do inventário turístico prejudica o processo de planejamento turístico da Região Turística Baixada Verde. Palavras-chave: Planejamento. Inventário Turístico. Desafios. Baixada Verde.
  • 4. 4 I – INTRODUÇÃO O planejamento é parte essencial de todo projeto que se pretenda concluir de forma bem-sucedida. No caso do turismo, limitando os impactos negativos e promovendo o desenvolvimento regional. É através do planejamento que se determina o objeto a ser desenvolvido, a organização necessária, o ponto de partida, caminhos possíveis, estratégias mais eficientes, parâmetros de controle dos processos e, também nele que se ordenam as metas intermediárias a serem alcançadas com a culminância do projeto por sua entrega, ciente dos desafios pelas limitações impostas. E é de fato importante que haja conhecimento destes desafios para que o projeto não seja interrompido, não tenha seu escopo alterado, não ultrapasse o custo estimado e seja entregue no tempo e com a qualidade esperada. O inventário turístico é peça fundamental para no planejamento turístico. Sem o conhecimento dos atrativos e outros potenciais recursos turísticos disponíveis, sejam naturais, históricos, ambientais, culturais ou sociais, o planejador tem enormes dificuldades para viabilizar os recursos necessários ao financiamento e implantação dos projetos turísticos no município. Limitação esta superável pela inventariação da oferta turística do município, com os potenciais atrativos revelados. Os percentuais recursos municipais previstos em orçamento dedicados ao turismo, em muitos casos, impõe outras fontes de financiamento. Um planejamento turístico eficaz deve considerar o fluxo turístico esperado e seu perfil apontado por pesquisas de demanda, o que é necessário para o êxito na recepção e fornecimento dos serviços necessários durante a estadia dos visitantes. A falta ou desatualização de tais informações gera limitações nos investimentos ou emprego diverso ao demandado, resultando em baixa atividade turística ou num curto ciclo de atratividade turística nos destinos. O que pode ser evitado com o bom aproveitamento do inventário da demanda turística municipal. Também é importante o apoio da população local, que deve ser ouvida em pesquisa de opinião e conscientizada quanto às possibilidades de ganho com o fluxo de turistas, como melhor infraestrutura de serviços e mais opções de lazer. De igual importância, devem ser conhecidas as adaptações necessárias ao mobiliário urbano para que o turismo seja administrado sem a contrariedade da população local. Sem conhecer tais limitações, algumas atividades turísticas podem ser ofertadas por curto período.
  • 5. 5 Logo, contribuir para a compreensão dos desafios ao planejamento municipal de turismo, por aprendizados construídos na Região Turística Baixada Verde constitui um dado importante e, para, além disso, enfrentar os desafios impostos por limitações ao planejamento do turismo municipal é lutar pelo completo e atualizado inventário turístico. Considerando o referido contexto, se formula o seguinte problema: De que maneira a falta do inventário turístico pode implicar no planejamento dos municípios que compõem a Região Turística Baixada Verde? E para responder ao problema formulado, o objetivo geral da pesquisa é analisar os desafios postos ao planejamento turístico municipal nos municípios da Baixada Fluminense pela não conclusão ou desatualização do seu Inventário Turístico e os específicos são: - Conceituar suscintamente os Municípios Turísticos e; - Discutir os desafios do planejamento turístico pela falta do Inventário Turístico completo e atualizado na Região Turística Baixada Verde. A hipótese da pesquisa é que o planejamento turístico municipal nos municípios da Região Turística Baixada Verde enfrenta desafios únicos e desconhecidos. A identificação da capacidade de oferta local, da infraestrutura básica de acesso e turística, dos interesses locais e regionais, das realidades e particularidades dos grupos sociais da comunidade receptora devem revelar tais desafios. A falta de atualização do inventário turístico limita ao gestor em seu planejamento, ocasionando a falta de políticas públicas e investimentos na infraestrutura local que promova o bem-estar social dos moradores e a sensibilização pela educação turística. Tais ações são importantíssimas para o desenvolvimento da atividade turística. Limitações impostas ao planejamento pela falta de inventário turístico atualizado afetam diretamente a organização e desenvolvimento turístico com reflexos em toda a Região Turística Baixada Verde. Além disso, a pesquisa se justifica pela possibilidade de mudança no cenário quanto ao desejado desenvolvimento social, cultural e econômico, numa região que tem diversos atrativos já reconhecidos pelo Observatório de Turismo e Lazer na Região Turística Baixada Verde. Tais desafios podem ser analisados e utilizados como base de conhecimento para o devido planejamento da atividade turística nos municípios integrantes da mesma região turística. O investimento necessário para a atualização dos inventários torna-se pequeno diante do resultado esperado com desenvolvimento que pode ser gerado na atividade turística. Conhecendo os desafios a enfrentar pode-se compartilhá-los com possíveis financiadores de
  • 6. 6 projetos que visem romper com tais barreiras ao desenvolvimento, não só da atividade turística mais destes municípios como um todo. A originalidade da pesquisa encontra-se a partir dos debates realizados por diversos autores que pontuam sobre a necessidade e importância do inventário turístico para a operação de um turismo sustentável, ecológico e consciente. Enfatiza-se as limitações impostas pela falta do inventário atualizado para o planejamento turístico pelos gestores públicos municipais indicando que este deve ser reconhecido como prioritário. Há indicadores de um grande hiato entre o que é feito e o que se pode fazer para o desenvolvimento da atividade turística na baixada fluminense. Estudar as limitações pode aumentar o interesse em eliminá-las. Havendo interesse prioriza-se, e o desafio torna-se romper estas barreiras. A falta de atualização de inventário não deve ser vista como justificativa para planejamento ineficaz. Antes, deve ser vista como meta inicial no planejamento do projeto turístico de todo município que deseja usufruir dos benefícios que a atividade turística planejada pode proporcionar. As razões pessoais que motivaram a escolha do tema nascem pelo desejo em contribuir para o desenvolvimento da atividade turística no município de Duque de Caxias e em toda Região Turística Baixada Verde, gerando desenvolvimento cultural, social e econômica, que a região tanto precisa. O percurso metodológico ocorre por meio da pesquisa bibliográfica, balizando os argumentos discutidos pelos autores da literatura especializada. O metabuscador utilizado é o Google Acadêmico no período de 2012 a 2022 e as palavras chaves incluídas na seguinte frase: “Turismo na Baixada Verde Rio de Janeiro”. Encontraram-se três publicações. Tentou- se também “Inventário Turístico da Baixada Verde Rio de Janeiro”, mas não apareceu nenhuma publicação para o mesmo período. O número limitado de publicações constitui um dado importante para a referida pesquisa, contribuindo para realização de mais investigações sobre o tema. O processo também inclui a identificação das argumentações que contribuem para a elucidação e compreensão do fenômeno. Por fim, seguir com a pesquisa documental on-line que aborde questões relacionadas ao planejamento turístico nos municípios da Região Turística Baixada Verde/RJ.
  • 7. 7 II – OS MUNICÍPIOS TURÍSTICOS: BREVE RESENHA DA LITERATURA DE BOULLÓN A ideia deste capítulo não é discutir a problemática e complexa definição de município, apenas trazer um conceito breve como ponte para discutir os municípios turísticos. Segundo o professor de José Afonso da Silva (2009, p. 619): A Constituição de 1988 modifica profundamente a posição dos Municípios na Federação, porque os consideram componentes da estrutura federativa. Realmente, assim o diz em dois momentos. No art. 1º declara que a República Federativa do Brasil é formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal. No art. 18 estatui que a organização politico-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição. Nos termos, pois, da Constituição, o Município brasileiro é entidade estatal integrante da Federação, como entidade politico-administrativa, dotada de autonomia política, administrativa e financeira. Essa é uma peculiaridade do Município brasileiro. A inclusão do Município na estrutura da Federação teria que vir acompanhada de consequências, tais como o reconhecimento constitucional de sua capacidade de auto-organização mediante cartas próprias e a ampliação de sua competência, com a liberação de controles que o sistema até agora vigente lhe impunha, especialmente por via de leis orgânicas estabelecidas pelos Estados. Esse é um conceito discutido com base na Constituição Federal Brasileira de 1988, que em suas disposições assegura a autonomia política, administrativa e financeira dos Municípios brasileiros, um conteúdo introdutório, relevante e inspirador para a discussão sobre os Munícipios Turísticos, ainda que sejam interpretados a partir de outra perspectiva conceitual. No contexto latino-americano, o poder do município, sua autonomia ou subordinação se divide em três importantes variantes, sendo elas: município autônomo, município autárquico e município centralizado. Tais variantes têm suas próprias especificidades, definidas pelos graus, conforme explica Boullón (1997: p. 30). Os centros turísticos são espaços administrativos constituídos de áreas rurais e/ou urbanas, com poder centralizado em uma cidade principal ou capital, sede das autoridades políticas e das decisões com relação a outros povoados ou pequenos conglomerados secundários. Em um mesmo espaço administrativo pode unir-se municípios rurais e urbanos. Entretanto, segundo o autor, o grau de importância entre uma capital ou um povoado secundário como centro turístico varia de acordo com os atrativos turísticos do lugar e todo
  • 8. 8 processo de planejamento e operacionalização das atividades turísticas, ainda que na capital se concentre um maior número elementos da infraestrutura básica. Para melhor entendimento sobre os municípios turísticos, Boullón (1997) os classificou a partir de algumas variantes: a) a partir da demanda; b) da relação com o funcionamento dos centros turísticos (centros de distribuição, centros de estadia, centros de escala, centros de excursão e centros de recreação); c) com relação à oferta: equipamento turístico (alojamento, alimentação, lazer e outros serviços) e instalações (de água e praia, de montanha e gerais). Cada centro turístico possui uma hierarquia com base nos atrativos turísticos localizados no espaço que lhe corresponde, mas para, além disso, o autor comenta que existe a possibilidade de superposição de funções e níveis dos mesmos. Na sequência explica sobre a importância e dependência destes centros históricos e pontes feitas por meio dos transportes aéreos e terrestres em conexão com marítimo e fluvial. A estas linhas ou nós, Boullón (1997) chama de estrutura-rede. Quanto às funções dos municípios turísticos, o autor comenta que os níveis operativos ainda enfrentam “uma escassa precisão dos objetivos políticos, sociais e técnicos que os organismos sociais precisam cumprir agregados à falta de definição das áreas técnicas em que devem atuar e os tipos de ação que devem realizar em cada uma dessas áreas (p.57).” Outro fator importante no debate sobre o tema é o processo de planejamento turístico, embora complexo, conforme é possível observar a seguir. III – O PLANEJAMENTO TURÍSTICO: DISCUTINDO ALGUNS CONCEITOS O planejamento turístico implica no alinhamento de vários protagonistas envolvidos com o turismo, tendo como objetivo cumprir com algumas etapas ou ações que visam o desenvolvimento e uma excelente prestação de serviços turísticos. Este planejamento representa uma fase primordial para analisar a viabilidade de programar o turismo em determinado lugar com potencial natural e cultural por meio da promoção e comercialização do produto turístico. Ao analisarem os argumentos defendidos por Beni sobre os aspectos teóricos e conceituais do planejamento turístico, Binfaré et. al (2016) comentam que
  • 9. 9 Em seu olhar, o planejamento turístico faz parte do Conjunto das Relações Estruturais do SISTUR, no subsistema da Superestrutura, que é responsável pelas Políticas, Planejamento e Gestão do turismo. O autor ainda contribuiu para os estudos na área de planejamento, em sua obra “Globalização do Turismo: Megatendências do Setor e a Realidade Brasileira”, em que indica a formação de clusters, como estratégia competitiva para o planejamento dos destinos turísticos. Entretanto, com base na análise de algumas definições defendidas por teóricos da literatura especializada, Binfaré et. al (2016) definem planejamento turístico como a organização sistemática de um conjunto de ideias e decisões, de forma integrada. Consiste na definição de objetivos, ordenação dos recursos materiais e humanos, na determinação de métodos, tempo, indicação de localização espacial. É uma ação voltada para o futuro. Em outra pesquisa, Binfaré e Soares (2014) interpretam o planejamento turístico por meio da interdependência da atividade turística. Essa interdependência, segundo os autores “eleva o grau de complexidade do processo de planejamento e faz necessária a inclusão da palavra ‘flexibilidade’ no conceito de planejamento turístico.” (p. 321) Além disso, a “flexibilidade é uma condição relevante uma vez que privilegia o respeito às características locais, permitindo adaptar o método em função destas características e não ao contrário (BINFARÉ E SOARES, 2014: p. 321).” Ainda sobre a interdependência da atividade turística, conforme explicam Oliveira e Lohmeyer Fuchs (2013), pode ser interpretada a partir da participação social, principalmente quando se considera os papéis dos diferentes atores sociais pertencentes à determinada comunidade local, constituindo um ponto crucial para o processo de planejamento turístico. Incluir a participação social nessa discussão, conforme propõe Oliveira e Lohmeyer Fuchs (2013), representa uma evolução da interpretação do planejamento turístico como “ferramenta de crescimento econômico, para uma na qual se adota o desenvolvimento econômico e social como parâmetro para a distribuição equitativa dos frutos deste crescimento.(FRANCA, 2013: p. 49)” Para SAMPAIO (2019: p.17) o planejamento turístico, bem como a elaboração dos Planos Municipais de Desenvolvimento Turístico, deve gerar ações concretas para o destino turístico. Neste sentido, são de suma importância para os municípios, pois a partir deles, os destinos podem organizar-se e estruturar-se para se desenvolverem e/ou consolidarem-se no turismo. Além de serem instrumentos essenciais para viabilizar investimentos junto aos órgãos fomentadores da atividade turística.
  • 10. 10 Observa-se na definição defendida por Sampaio (2019) que o planejamento turístico é interpretado a partir de uma perspectiva economicista, contrárias a que se defende nesta pesquisa, ou seja, por meio de uma visão mais holística, plural e sociológica. Ao comparar os conceitos, é perceptível a projeção de um turismo estritamente planejado com base na oferta – demanda consumo – venda, dentre outros elementos orientados às práticas de um turismo predatório, utilitarista e explorador. IV – POTENCIALIDADES DA REGIÃO TURÍSTICA BAIXADA VERDE: UM SUSCINTO LEVANTAMENTO DOS ATRATIVOS NATURAIS E HISTÓRICO-CULTURAIS Na zona metropolitana do Estado do Rio de Janeiro, encontra-se uma região, administrativamente composta por 13 municípios, a destacar: Belford Roxo, Nova Iguaçu, Seropédica, Duque de Caxias, São João de Meriti, Nilópolis, Japeri, Mesquita, Magé, Itaguaí Queimados, Paracambi e Guapimirim. A região é chamada de Baixada Fluminense e, possui aproximadamente 3,8 milhões de habitantes (IBGE, 2019). A região carrega um pesado estigma de pobreza, violência, desemprego, descaso dos governos estadual e municipal e esteticamente sem planejamento urbano. A partir de 2017, por meio de um estudo realizado pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro, descobriu-se o potencial natural existente na referida região. Segundo Gomes (2020: p. 09), o estudo teve como articulador, a Câmara Metropolitana do Estado, foi intitulado Mapa da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, trouxe dados relevantes sobre a Baixada Fluminense e revelou que 36,27% do território que compõe a Região Metropolitana são formados por áreas verdes naturais preservadas. Desse total, 11% estão em municípios localizados na Baixada Fluminense, como Duque de Caxias e Nova Iguaçu. O município de Duque de Caxias possui uma área territorial de 464,6 Km², sendo 44% desse total composto por área verde preservada. Já Nova Iguaçu, possui uma área de 520,8 Km² sendo 66% desse total compostas por Unidades de Conservação, Reserva Biológica, Áreas de Proteção Ambiental e parques naturais. Neste sentido, o Parque Natural Municipal de Nova Iguaçu ganhou destaque com seus 1,1 mil hectares de área verde preservada abrigando trilhas, cachoeiras, além da fauna e flora da região. A partir dos resultados do referido estudo, a região foi denominada de Baixada Verde e integra 10 municípios: Belfort Roxo; Duque de Caxias; Japeri; Magé; Mesquita; Nilópolis; Nova Iguaçu; Queimados; São João de Meriti; e, Seropédica. Desde então, constitui uma
  • 11. 11 das 12 Regiões Turísticas no estado do Rio de Janeiro. Ou seja, a Região Turística Baixada Verde, passou a ser reconhecida a partir da Portaria nº 197 de 14/09/2017. Com esse reconhecimento, além dos incentivos financeiros, houve uma maior divulgação do potencial turístico dos municípios que integram a região, promovida pelos órgãos competentes do turismo do Estado do Rio de Janeiro e pelas secretarias municipais. E a contribuição do SEBRAE no que tange à elaboração de um Plano Estratégico para a Região Turística Baixada Verde. Um dos potenciais encontrados na região, elencados no Plano e discutidos no Fórum Estadual de Secretários de Turismo (FUVEST- RJ) é o ecoturismo. Inclusive, batizaram os 10 municípios como “paraíso verde” e destacou-se 150 áreas mapeadas com um potencial para o desenvolvimento de experiências turísticas na natureza, que por sinal, encontra-se bastante preservada. (ROTARIO, 2019) Os esforços para promover e retomar o turismo na região vem ocorrendo recentemente por meio da realização de eventos, como o Fórum Regional do Turismo para a Baixada Verde, realizado no dia 22/02/2022, promovido pela Secretaria de Estado de Turismo do Rio de Janeiro (Setur - RJ) e a Companhia de Turismo do Estado do Rio de Janeiro (TurisRio). O evento é uma das ações do programa “Turismo RJ + Perto” e teve como finalidade discutir a retomada das atividades turísticas dos municípios, no pós-período pandêmico. (BRASILTURIS JORNAL, 2022) 4.1 - O potencial da Região Turística Baixada Verde. A discussão sobre potencialidade turística é fundamental para o processo de inventariação e hierarquização dos atrativos turísticos de determinada localidade. É importante esclarecer que uma região com potencial turístico é aquela que precisa ser dotada de infraestrutura e equipamentos turísticos, e ainda que, tenha o mínimo de serviços básicos precisa de investimentos públicos e do interesse de empresários da área de Turismo. Quando se trata da discussão sobre a potencialidade turística, Almeida (2009: p. 542): Mas o que se deve entender, exatamente, por potencial turístico, vocação turística ou potencialidade turística? Acredita-se, pois, que a vulgarização de tais expressões se origina da ausência de uma definição mais precisa destes termos e da remota possibilidade de se avaliar de forma concreta este potencial nas localidades que se
  • 12. 12 supõem turísticas com os métodos e instrumentos até agora criados para tal finalidade, como é o caso da metodologia proposta pela Empresa Brasileira de Turismo – EMBRATUR para hierarquização dos atrativos turísticos. Por outro lado, Sobrinho (2004) discute o termo “potencial” com base no conceito de lugar turístico. Para o autor, o turismo se desenvolve por meio da apropriação do lugar. Por esse motivo, propõe que os “lugares que já foram apropriados pela prática social do turismo (potencial explorado), quanto a lugares considerados potencialmente turísticos (potencial latente). O turismo se apropria dos lugares e produz este lugar para a sua comercialização” (p. 71). Considerando os argumentos discutidos, entende-se que os atrativos naturais e culturais da região podem constituir um potencial latente, se for tomado em conta os requisitos de um inventário turístico, segundo o Ministério do Turismo. No quadro 1, listado a seguir, observa- se um breve levantamento da potencialidade encontrada nos municípios que compõem a Região Turística Baixada Verde. QUADRO I – POTENCIALIDADE DOS MUNICÍPIOS DA REGIÃO TURÍSTICA BAIXADA VERDE Município Natureza Histórico-Cultural Belford Roxo - Área de Proteção Ambiental (APA) do Alto Iguaçu, - Fazenda do Brejo; - Bica da Mulata; - Portal; - Praça de Heliópolis; - Centro Cultural Donana; - Igreja Nossa Senhora da Conceição (conhecida como igreja de pedra) (O DIA, 2021) Duque de Caxias - Parque Natural da Taquara; - Cachoeira das Dores; - Cachoeira Véu de Noiva. (GUILHERMINO, 2015) - Museu Histórico de Duque de Caxias; - Museu Ciência e Vida. (GUILHERMINO, 2015); - Museu Vivo do São Bento; -Igreja Matriz Nossa Senhora do Pilar Japeri - Pedra do Gavião; - Parque Natural Municipal do Curió; - Cachoeira de Jaceruba; - Tradicional Estação Ferroviária de Japeri.
  • 13. 13 - Área de Preservação Ambiental do Pico da Coragem; - Rio Guandu; - Morro da Pedra Lisa. Magé - Parque Nacional Serra dos Órgãos; - Praia da Batata; - Parque Castelos do Açú; - Pedra do Sino; - Morro Açú; - Mirante do Soberbo; - Cachoeira do Monjolo; - Cachoeira Grande; - Cachoeira Véu da Noiva; - Trilha Pico Itacolomi. - Caminho do Ouro para Petrópolis; - Capela Nosso Senhor do Bonfim; - Igreja de Nossa Senhora da Piedade; - Igreja de São Nicolau - Igreja Nossa Senhora da Guia de Pacobaíba; - Museu Mané Garrincha; - Primeira Estrada de Ferro do Brasil; - Ruínas da Capela de Nossa Senhora da Estrela; - Ruínas da Igreja de Nossa Senhora; - Ruínas do Engenho do Rio da Cachoeira Grande. Mesquita - Pedra da Cotenda; - Serra de Madureira; - Poço das Cobras. - Teatro Gracinda Freire; - Estádio Giulite Coutinho; - Capela de São Matheus. Nilópolis - Campo de Gericinó. (GUILHERMINO, 2015) - Beija Flor; - Parque de Eventos; - Igreja de São Matheus; - Igreja de Nossa Senhora da Conceição; - Igreja de São Sebastião; - Sinagoga Israelita Tiferet Israel; - Loja Maçônica. (GUILHERMINO, 2015) Nova Iguaçu - Parque Natural Municipal de Nova Iguaçu (1998); - As cachoeiras no entorno da Reserva Biológica do Tinguá (1997); - As cachoeiras de Jaceruba (GUILHERMINO, 2015) - Fazenda São Bernardino (1975) (GUILHERMINO, 2015) Queimados - Parque Natural Municipal Morro da Torre Onça Feliz; - Sítio da Amizade; - Horto Municipal Luiz Gonzaga de Macedo. - Velho Leprosário; - Praça dos Eucaliptos; - Paróquia Nossa Senhora de Fátima; - Praça Vila Dona Branca; - Estação Ferroviária de
  • 14. 14 Queimadas; - Paróquia Nossa Senhora da Conceição; - Teatro Municipal de Queimados; - Horto Municipal de Queimados. São João do Meriti - Parque de São João de Meriti. - Via Music Hall. Seropédica - Conjunto de Colinas (extensa Planície do rio Guandu ou Baixada de Seropédica); - Serranias de Seropédica (Serras do Caçador e Mazomba); - Escarpas e encostas frontais componentes do “cinturão” da Serra do Mar; - Vales Fluviais; - Terraços Fluviais. (SILVA, 2006) - Ponte dos Jesuítas (1752); - Igreja de Nossa Senhora da Conceição do Bananal (1817); - Fazenda Caxias (1848); - Fazenda Paraíso da cidade (1920); - UFRRJ - Serofolia; - Festa do Trabalhador; - Aniversário da cidade; - Festa das Crianças; - Copa da Paz. (SILVA, 2006) Fonte: O próprio autor (2022) Por meio de um simples exercício para definir os atrativos, tanto natural quanto histórico-cultural, se percebeu uma ausência de encontrá-los nas publicações da literatura especializada discutidos a partir do processo de inventariação (categorias, subcategorias, tipos, subtipos, dentre outros). Observa-se, dessa forma, que as informações do referido quadro foram coletadas por meio de algumas publicações e reportagens. V - DESAFIOS PERMANENTES E MOMENTÂNEOS NO PROCESSO DE INVENTARIAÇÃO TURÍSTICA NA BAIXADA VERDE Os desafios constituem situações que precisam ser enfrentadas e que estão postas no cotidiano do ser humano, seja no contexto familiar, social, políticos ou profissional. Compreender os desafios contribuem para que, de forma madura, sejam tomadas decisões eficazes para o alcance do objetivo final. No caso do turismo, existem inúmeros desafios e no caso desta pesquisa, o processo de inventariação constitui um deles.
  • 15. 15 Não é objetivo da pesquisa o aprofundamento sobre a finalidade do Inventário Turístico e sobre as etapas do processo de inventariação dos atrativos naturais e culturais de determinado “lugar turístico”. Entretanto, é uma pesquisa que propõe discutir os desafios para a adequação do Inventário ao Sistema de Inventariação da Oferta Turística (INVTUR) como caminho que contribui para o planejamento turístico municipal, tão importante para o desenvolvimento do turismo no Brasil, neste caso especificamente, na Região Turística Baixada Verde. 5.1- Análise dos desafios permanentes aos planejadores da atividade turística municipal quanto ao processo de inventariação dos atrativos turísticos na Região Turística Baixada Verde Os desafios permanentes da gestão do turismo municipal vão além da simples ação de planejar o desenvolvimento turístico em determinado lugar ou região. E no processo de planejamento já são muitas as etapas, a destacar: O diagnóstico; o prognóstico; os objetivos e metas; as estratégias; as propostas; a implantação das ações e a avaliação continuada. Considerando o contexto social, político, econômico e urbanístico que se encontra a Baixada Fluminense atualmente, e, tomando em conta que o turismo pode ser um vetor de inclusão social, geração de empregos e de sustentabilidade ecológica, os desafios permanentes para o processo de inventariação dos recursos naturais e culturais na Região Turística Baixada Verde podem ser: QUADRO II – DESAFIOS PARA O PLANEJADOR TURÍSTICO NO PROCESSO DE INVENTARIAÇÃO TURÍSTICA NA REGIÃO TURÍSTICA BAIXADA VERDE Desafios Permanentes Descrição A inclusão do turismo como prioridade nos municípios. É comum incluir o turismo em outras pastas como cultura e esporte, dividindo recursos orçamentários e implicando no trabalho do profissional no planejamento turístico. Com poucos recursos é complicado realizar diagnósticos, estabelecer estratégias, definir ações e elaborar avaliações. Por isso, é necessário “vender” internamente a importância do inventário turístico.
  • 16. 16 Descobrir e explorar toda a potencialidade revelada pelo Inventário Turístico. É necessário considerar a alavancagem do planejamento turístico a partir dos inventários concluídos e atualizados. O reconhecimento externo dos demais órgãos do planejamento turístico. É preciso um olhar sobre a potencialidade do inventário turístico no Brasil e de forma particular no Estado do Rio de Janeiro. Dessa forma, por meio das vivências ou experiências observadas de aproveitamento dos inventários em outros lugares, é possível propor em comum acordo com os demais planejadores da Região, alternativas para elaboração de projetos integrados de desenvolvimento turístico. Corrigir possíveis lacunas no processo inventariação, relacionadas a integração com a comunidade local por exemplo. Um inventário produzido sem escutar, conectar ou dialogar devidamente com estes atores sociais resulta possivelmente em informações imprecisas e, além disso, contribui para a desvalorização da cultura local, dos saberes e fazeres tradicionais, dentre outros. Estratégia política É preciso discutir o planejamento turístico dentro de uma proposta de plano de ação para o turismo na Baixada Verde a partir da integração e do diálogo entre as autoridades políticas das diferentes esferas de governo (Federal, Estadual e Municipal). Todos devem estar alinhados, facilitando o planejamento turístico da região, ainda que cada município que a integre, tenha seu próprio potencial turístico a desenvolver. Fonte: O próprio autor (2022) A realidade é que a Região Turística Baixada Verde, apesar de ser reconhecida pela diversidade de recursos naturais e culturais, com um potencial turístico, segundo o Plano Estratégico desenvolvido pelo SEBRAE em 2017, necessita maior vontade política das autoridades estaduais e municipais, reconhecendo sua relevância para o turismo nacional e sua devida importância para o desenvolvimento econômico e social dos municípios que a integram. Embora algumas autoridades se unam para discutir ações estratégicas por meio dos Fóruns Regionais de Turismo, percebe-se que são ações comumente restrita a eventos. No quadro II, identificam-se alguns desafios permanentes relacionados com o desenvolvimento da Região Turística Baixada Verde e os quatro descritos requerem um posicionamento das autoridades políticas municipais, com relação ao turismo como um setor tão importante quanto aos demais na economia municipal e na melhoria da qualidade de vida de sua população. Cabe ao profissional da gestão turística não somente planejar, mas persuadir os
  • 17. 17 políticos quanto à potencialidade existente nos municípios e encontrar soluções para tais desafios, ainda que estejam eles fora do âmbito de suas decisões. Para isso, deve contar com o apoio dos coordenadores das atividades ao longo do processo. 5.2 – Análise dos desafios momentâneos aos coordenadores da atividade Os desafios momentâneos são aqueles transitórios e que podem se repetir. No caso do turismo, os desafios para os coordenadores no processo de inventariação turística estão relacionados a três áreas do conhecimento que possuem relevância para esta pesquisa, conforme é possível observar no Quadro III - Desafios para os Coordenadores das Atividades no processo de inventariação turística na Região Turística Baixada Verde. QUADRO III – DESAFIOS PARA OS COORDENADORES DAS ATIVIDADES NO PROCESSO DE INVENTARIAÇÃO TURÍSTICA NA REGIÃO TURÍSTICA BAIXADA VERDE Desafios momentâneos Descrição Atitude profissional na aplicação das técnicas Os coordenadores por muitas vezes se guiam por teorias do turismo buscando a perfeição no processo de inventariação, mas precisam adaptar-se à realidade, considerando as especificidades econômicas, políticas, sociais e culturais em que estão inseridos os municípios que compõem a Região Turística Baixada Verde. Impactos ecológicos no meio ambiente e governança participativa Ainda que exista um modelo oficial para a realização do inventário turístico, algumas questões ambientais estão na ordem das discussões mundiais (mudança climática, emissão do gás carbônico, aumento do nível dos mares, dentre outros). Dessa forma, a que se considerar para a inclusão no inventário atrativos que não estejam impedidos de visitação por questões de impacto ambiental, visando não somente o planejamento turístico como também colaborando com políticas públicas de preservação ambiental e somando forças na governança participativa. Valorização dos aspectos antropológico-culturais Trata da inclusão de espaços dedicados aos saberes tradicionais, ancestralidade e memória na inventariação, reconhecendo e valorizando as culturas religiosas de matriz africana, indígena, caiçara, quilombolas, jongueiros, pescadores artesanais, dentre outras. Fonte: O próprio autor (2022)
  • 18. 18 Ao analisar tais desafios, nota-se que o primeiro (Atitude profissional na aplicação das técnicas) está relacionado à questão comportamental, aquilo que Boullón (1997) chamaria de crise de idealismo, que implica na elaboração de extensos relatórios técnicos e teóricos, com acúmulo de informações e com pouca aplicabilidade no processo de inventariação. Por outro lado, o segundo (Impactos ecológicos no meio ambiente e Governança Participativa) convida o leitor à reflexão sobre a relevância e prioridade do tema, considerando a riqueza natural encontrada nos municípios que integram a Região Turística Baixada Verde e considerando a necessidade de salvaguardar a natureza da prática massiva de visitantes e turistas. Nesta direção, a governança participativa contribui com o planejamento turístico, com implementação e monitoramento de políticas públicas para natureza e a cultura e, consequentemente valorizando o patrimônio ambiental da região de interesse da elaboração do inventário turístico. Quanto ao terceiro e último (Valorização dos aspectos antropológico-culturais) protagoniza as culturas tradicionais e reconhece sua potencialidade para o desenvolvimento do turismo. Ainda que seja um aspecto que conte com as subjetividades do ser humano, no processo de inventariação, deve ser considerada sua relevância para o planejamento turístico. VI – CONSIDERAÇÕES FINAIS Retomando o objetivo geral do artigo que vem sendo “analisar os desafios postos ao planejamento turístico municipal nos municípios da Baixada Fluminense pela não conclusão ou desatualização do seu Inventário Turístico”, é importante contextualizar o processo da pesquisa, que se tornou também um desafio. Primeiro pelo fato de que na pesquisa bibliográfica não foi possível identificar publicações sobre inventário dos 10 municípios que compõem a Região Turística Baixada Verde. E, quando se fala de processo de inventario turístico, cada município é responsável pelo seu próprio inventário. Sendo interessante uma construção de inventário integrado da região turística que revele todo o seu potencial, a partir dos inventários individualizados. Obviamente, a opção por particularizar municipalmente os inventários traz limitações geográficas de atuação e comodismo para os profissionais que atuam nas instituições oficiais.
  • 19. 19 Entretanto, ao refletir com base no que representa o Programa de Regionalização dos Municípios Turísticos, o compromisso de integração dos dez municípios num Inventário Regional Final, contribuiria não somente com as possíveis conexões turísticas entre eles, como também com o processo de promoção, comercialização e venda dos produtos turísticos. A bem da verdade, a pesquisa provoca algumas inquietações sobre a importância do inventário para o planejamento turístico e descreve alguns desafios, permanentes e momentâneos, que precisam ser superados por gestores de turismo municipal juntamente a coordenadores de processos de criação e atualização de inventário turístico. A eficácia depende do engajamento de todos os atores sociais envolvidos no processo. E, embora a pesquisa possua algumas limitações, pois poderia ampliar a análise dos desafios permanentes e momentâneos na elaboração do inventário, constitui um caminho que motiva a seguir investigando e aprofundando o tema como forma de disponibilizar informações atualizadas para o desenvolvimento e crescimento da Região Turística Baixada Verde.
  • 20. 20 IV – REFERÊNCIAS ALBUQUERQUE, E., & RIBEIRO, M. A. (2020). Formas Espaciais Simbólicas Que Rememoram Histórias Apagadas–Marcas Da Territorialidade Judaica Em Nilópolis (RJ). Espaço e Cultura, (48), 86-103. ALMEIDA, M. V. de. Matriz de Avaliação do Potencial Turístico de Localidades Receptoras. Turismo em Análise, v.20, n.3, dezembro 2009. BINFARÉ, P. W et. al. Planejamento turístico: aspectos teóricos e conceituais e suas relações com o conceito de turismo. Revista de Turismo Contemporâneo – RTC, Natal, v. 4, Ed. Especial, p. 24-40, abr. 2016. BINFARÉ, P. W; SOARES, A. dos S. Planejamento turístico: A necessidade de novos rumos em busca da sustentabilidade dos destinos. Revista Turismo & Desenvolvimento. N.º 21/22, 2014. (p.319 -327) BISSOLI, M. A. M. A. Planejamento turístico municipal com suporte em sistemas de informação. São Paulo: Futura, 2001. BOULLÓN, R. C. Planejamento do espaço turístico. Bauru: Edusc, 2002. BOULLÓN, R. C. Los Municípios Turísticos. México: Trillas, 1990 (reimp 1997). BRAGA, Débora Cordeiro. Planejamento turístico: teoria e prática. Rio de Janeiro: Elsevier/ Campus, 2007. BRASIL. Ministério do Turismo. Programa de Regionalização do Turismo: roteiros do Brasil. Brasília, 2004. BRASILTOURS JORNAL. Setur-RJ leva Fórum Regional do Turismo para a Baixada Verde. Rio de Janeiro, 2022. CÉSAR, P. de A. B.; STIGLIANO, B. V. Inventário turístico. Campinas: Alínea, 2005. FRANCA, T. B. M. Planejamento e impactos do turismo: turismo de eventos em Porto de Galinhas / Tomé Barros Monteiro Franca. - Recife : O Autor, 2013. 82 folhas: il. 30 cm. Orientador: Profa. Dra. Alexandrina Sobreira de Moura. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Pernambuco. CCSA. Gestão Pública, 2013. GOMES, C. H. M; SANTOS, J. da S. C.; CORDEIRO, J. S. S. Potencialidades do Parque Natural Municipal de Nova Iguaçu na região Turística Baixada Verde (RJ) ISSN 2318-2148 1Revista Eletrônica Uso Público em Unidades de Conservação. Niterói, RJ. Vol. 8, nº 12. 2020http://www.periodicos.uff.br/uso_publico. GOMES, Marta Taets et al. Patrimônios de Duque de Caxias: história e memória no Museu Vivo do São Bento. 2016.
  • 21. 21 GUILHERMINO, R. da C. O Turismo na Baixada Fluminense (RJ): Um breve estudo sobre a potencialidade dos Municípios de Nilópolis, Nova Iguaçu e Duque de Caxias. Universidade Federal Fluminense. Faculdade de Turismo e Hotelaria. Departamento de Turismo. (Trabalho de Conclusão de Curso), Niterói, 2015. (78 f) IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas. Censo demográfico, 2019. [online]. Recupurado de https://cidades.ibge.gov.br/ IGNARRA, L. R. Fundamentos do turismo. São Paulo: Pioneira, 1999. O DIA. Projeto ‘Conhecendo Bel’ cadastra quem trabalha com turismo em Belford Roxo A Prefeitura valoriza os artistas e elaborou o Mapa Cultural para distribuir de forma justa os recursos da Lei Aldir Blanc. Rio de Janeiro, 2021. OLIVEIRA, F. F. de; LOHMEYER FUCHS, A. M. S. Planejamento Turístico Participativo na Gestão do Circuito Turístico Trilha dos Inconfidentes/MG. Revista NAU Social - v.4, n.6, p. 100-119Maio/Out 2013. RUSCHMANN, D. Turismo e planejamento sustentável: a proteção do meio ambiente. 12 ed. Campinas: Papirus, 2005. RUSCHMANN, D.; SOLHA, K. T. Planejamento turístico. Barueri: Manole, 2006. ROTÁRIO. Ecoturismo: Cidades da Baixada Fluminense ganham projeto para mapear cachoeiras e paraísos verdes. Rio de Janeiro, 26 de Junho de 2019. SAMPAIO, E. A. de A. Metodologia para planejamento e gestão municipal do turismo com implementação em um software / Eliane Avelina de Azevedo Sampaio. – Aracaju, 2019. 166 f. Dissertação (Mestrado) – Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia de Sergipe - IFS. Programa de pós-Graduação de Mestrado Profissional em Turismo-PPMTUR. Orientador: Prof. Dr. Jaime José da Silveira Barros Neto. SILVA, J. A. DA. Curso de Direito Constitucional Positivo, Malheiros, 2009 SILVA, M. C. da. Planejamento do setor turístico como estratégia para alavancar o desenvolvimento regional - Estudo de Caso: município de Seropédica/RJ . Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro - Instituto de Ciências Humanas e Sociais - Programa de Pós- Graduação em Gestão e Estratégia em Negócios. (Dissertação de Mestrado). Rio de Janeiro, 2006. (148 f) SOBRINHO, F. L. A. Lugares, olhares e imagens: uma breve discussão sobre o planejamento turístico in: Revista Múltipla – Ano IX - vol. 10 – nº 16, Junho de 2004. ISSN 1414-6304 Brasília, DF, Brasil.