O documento discute o caso de um homem que cometeu crimes violentos após ser liberado de um hospital psiquiátrico. Ele confessou matar dois adolescentes com uma faca de cozinha e abusar sexualmente de outros 11 jovens. Estudos mostram uma ligação entre maus-tratos a animais na infância e futuros crimes violentos.
2. 1881 fundação 1ª entidade britânica de proteção ao menor:
Society of The Prevention of Cruelty to Children
durante um encontro de proteção animal em Liverpool
Society for the Protection of Animals
“Entre a brutalidade para com o animal e a crueldade
para com o homem,
há uma só diferença: a vítima.”
Alphonse de Lamartine (1790-1869)
3. Assembléia Geral da ONU - Resolução 40/34 de 29-11-85
“Pessoa que, individual ou coletivamente tenha sofrido danos, inclusive lesões físicas ou mentais,
sofrimento emocional, perda financeira ou diminuição substancial de seus direitos fundamentais, como
consequências de ações ou omissões que violem a legislação penal vigente, ... incluída a que prescreve o
abuso de poder.”
Direito Penal brasileiro
“vítima é o ofendido ou lesado, aquele que sofre ação ou omissão
do autor do delito; sujeito passivo ou titular do bem jurídico lesado
(a vida, a liberdade, o patrimônio, etc)”
Os animais, assim como as coisas inanimadas
são objetos materiais
e não podem ser sujeitos passivos
4. meios de vitimização
relações com o vitimizador
VITIMIZADO
entendimento se aplica até mesmo ao meio ambiente.
Justiça Restaurativa
superar os conflitos
em particular na anulação de desigualdades;
entre as formas de vida inclusive
5.
6. 1988 Michigan State University
trabalhos em abrigos locais
1990 proprietária de The Cat Clinics of Roswell
trabalhos em órgãos de controle animal
Gwinnet County Animal Control
2007 trabalho em tempo integral para ASPCA
Treina veterinários e agentes da lei e do direito
9. ―descabelada‖
Roupas
―peludas‖
estilo casual
―desleixado‖
arranhaduras em vestir e morar
braços e pernas
prefere gastar com gatos do que com cuidado pessoal
10.
11.
12.
13.
14.
15.
16.
17. ISOLAMENTO
VOLUNTÁRIO
por ruptura de
relações sociais
ACÚMULO DE AMBIENTE SUJO
AUTONEGLIÊNCIA LIXO
abandono de higiene,
saúde, nutrição
NULA
CONSCIÊNCIA
do problema
SITUAÇÃO DE APARÊNCIA
MISÉRIA COMPROMETIDA
RENEGA
mudança de vida ou
conduta
18.
19.
20.
21.
22.
23.
24.
25.
26.
27.
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29.
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31.
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33.
34.
35.
36.
37.
38.
39.
40.
41.
42. Conhecido como
"animal hoarding"
ou colecionismo de animais:
o hábito de acumular bichos em casa
Ainda não classificado no
Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais
Distúrbio como pertencente a um
grupo de transtornos colecionistas.
...dificuldade em achar especialistas no Brasil
43. INTERVENÇÃO CRIMINAL
Animais = evidência
manter em custódia judicial.
Caso/processo(s) demora meses ou anos.
Berry et al, “ Long-term outcomes in animal cases”
4. Animal Law, 11: 167-194, 2005
44. I. Um modelo Alternativo
1Três casos como exemplo
pode haver um esforço por parte dos
agentes interventores
para desenvolver um relacionamento (amigável)
com o acumuladores,...
para trabalhar com eles por uma solução apropriada
45.
46.
47.
48.
49.
50.
51. Colecionadores...
sentem que tem a missão
de evitar a morte dos animais.
Há pessoas que possuem vários animais
e são capazes de cuidar bem deles...
alguma coisa acontece e surge um desiquilíbrio...
algum tipo de perda, seja financeira
ou de alguma pessoa querida.
São facilmente identificadas em suas comunidades
como "a mulher dos gatos", ou algo assim.
E aí os vizinhos que não querem mais seus gatos
vão jogá-los dentro da casa dessa mulher.
E.. colecionadores podem procurar na internet.
Colecionadoras de animais hoje livres do problema
não percebiam o problema
52. A melhor estratégia para começar a recuperação
é criar um ambiente estável
e evitar que colecionem mais animais.
Muito difícil conseguir que as pessoas
se desfaçam de seus bicho
clínicas veterinárias e abrigos
profissionais podem ficar de olho
.puxá-los para uma conversa.
falar sobre o estado de saúde dos animais
e oferecer algum tipo de ajuda
NOS EUA são proibidos de criar animais novamente
O problema: abrigos não espaçosos o bastante.
Então....eles são sacrificados
53.
54.
55.
56.
57.
58. 1 liberdade fisiológica (ausência de fome e de sede)
2 liberdade ambiental (edificações adaptadas)
3. liberdade sanitária (ausência de doenças e de lesões)
4. liberdade comportamental (comportamentos normais)
5. liberdade psicológica (ausência de medo/de ansiedade)
64. Infância juventude maturidade meia-idade senilidade
vínculo com animais TOC / consumo diógenes
distúrbios cognitivos
separação / morte hipocondria
―bullying‖ depressão
drogas de abuso
abuso sexual
VULNERABILIDADE ao CRIME e / ou ESTELIONATO
Referências: depoimentos em histórico de anamnese ―CONFISSÕES‖
72. FOME INANIÇÃO
ANOREXIA
• Peso e condição corporal do animal;
TACC – Tuft´s Animal Care and Condition
• Mensuração de volume e valor nutricional do
alimento;
• Composição Corpórea:
Privação de alimento ( FOME ) causa
alterações enzimáticas e orgânicas próprias.
Allen, T.A., Toll, P.W. 1995 Medical implications of
fasting and starvation. In Kirk´s current veterinary
therapy XII:Small animal practice.
73. SISTEMA DE AVALIAÇÃO CORPORAL
por parâmetros visuais
ANIMAL SUBALIMENTADO
(caquexia extrema)
• costelas visíveis
• vértebras lombares visíveis à distância;
• ossos pélvicos
• gordura corporal
• massa muscular não discernível;
ANIMAL SUBALIMENTADO
(comprometimento leve)
• costelas
• topo de vértebras lombares visíveis;
• ossos pélvicos pouco visíveis;
• gordura corporal pouco palpável;
• cintura e reentrância abdominal evidentes;
74. ANIMAL IDEAL
(alimentado sem excessos)
• costelas palpáveis;
• costelas um pouco visíveis;
• cintura um pouco visível;
• abdômen retraído;
NOTA: expectativas exageradas =
sobrepeso ou obesidade =
comprometimento da saúde animal
Direitos Autorais de Uso de Imagens NESTLÉ PURINA
Laflamme,D.P. Development and Validation of a Body Condition Score System for
Dogs. Canine Practice 1997
85. Condução da Ocorrência - Relativos ao Local
1. Entorno social ( Etnoveterinária – sociologia );
2. Inspeção Zoosanitária Padrão (critérios de Saúde Pública);
3. Condição alimentar, nutricional, hídrica (ou carência);
recipientes e estoques de alimento / de água
5. Dimensões do recinto / jaula e condições de confinamento;
local para movimento e descanso (ou privação);
6. Acesso a ar e luz (ou privação);
7. Guarda responsável‖ ( ou omissão, imprudência)
contensão, condução, agressão;
8. Treinamento vicioso (ou imperícia, imprudência) :
petrechos, objetos, contensão;
9. Trabalho (petrechos de trabalho / provocação / castigo)
10. Abandono(omissão) /descaso (negligência) - invasão de domicílio;
86. Condução da Ocorrência - Relativos ao Objeto de Perícia
1. espécie(s) envolvidas, número de cada espécie;
2. Identificação ( transponder ou chip, tatuagem, anelação, resenha técnica
reconhecimento ( confronto e “atende por nome próprio” )
3. Fotografação / Transponder
4. ―Corpo de Delito” Animal:
1. Estado nutricional e exterior descritivo,
2. Alterações de pelame / plumagem,
3. Lesões, ferimentos, soluções de continuidade, cicatrizes.
4. Amputação o ausência de membros, órgãos, anexos,
5. Amostras para identificação genética e exames complementares;
5. SINAIS DE DOR;
6. SINAIS DE MEDO;
7. SINAIS DE ESTRESSE = síndrome geral de adaptação
87. 8. Aspectos comportamentais gerais
1. relação com humanos (obediência, dominância, sociabilidade)
2. agressividade (dirigida a pessoas, adultos, crianças ou minorias
ao manuseio ou trato, no convívio,
entre outros cães, entre animais)
3. territoriabilidade
4. localização e espaço de fuga / postura
5. latidos e vocalizações
9. Avaliação encontrada no contexto social:
1. Utilidade (companhia, segurança, trabalho, exibição)
2. Valoração (estimativa de valor alegado, presumível, sentimental)
88.
89.
90. • The Hoarding Handbook: A Guide for Human Service Professionals
Christiana Bratiotis, Cristina Sorrentino Schmalisch, Gail Steketee, 2011
• Stuff: Compulsive hoarding and the meaning of things [Contains a chapter
on animal hoarding] Randy Frost and Gail Steketee, 2010
• A theoretical perspective to inform assessment and treatment strategies
for animal hoarders
Gary Patronek and Jane N Nathanson, Clincal Psychology Review, 2009
• Animal hoarding: Slipping into the darkness of co-morbid animal and self-
neglect
Jane N Nathanson, J Elder Abuse and Neglect, 2009
• The case of Barbara Erickson and her 552 dogs
Arnold Arluke and Celeste Killeen, 2009
• ANIMAL HOARDING: Structuring Interdisciplinary Responses to Help
People, Animals, and Communities at Risk Gary Patronek, Lynn Loar and
Jane N Nathanson, eds, 2006
91. • Long-term outcomes in animal hoarding cases Colin Berry, Randy
Lockwood, and Gary Patronek, Animal Law, 2005
• Normalizing passive cruelty:The excuses and justifications of animal
hoarders Arnie Arluke and Maria Vaca-Guzman, Anthrozoos, 2004
• Health implications of animal hoarding HARC, Health & Social Work, 2002
• Press reports of animal hoarding Arnold Arluke & HARC, Anthrozoos, 2002
• The problem of animal hoarding Gary Patronek, Municipal Lawyer, 2001
• People who hoard animals Randy Frost & HARC, Psychiatric Times, 2001
• Hoarding of animals: an under-recognized problem in a difficult to study
population Gary Patronek, Public Health Reports, 1999
• Tufts Animal Care and Condition Scales Lori Donley and Gary Patronek,
2001
These scales were also published in the textbook of Shelter Medicine, by
Drs Lila Miller and Steve Zawistowski.
109. The Link Between
Violence Against Animals & Against Humans
The Violence Connection
juízes, promotores e outros profissionais
da esfera
legal, psiquiatras, familiares, professores
115. Fazenda em Franco da Rocha 731
quilômetros quadrados
Juqueri
• Manicômio Judiciário
116. blog.caosemdono.com.br
Denúncia em Franco da Rocha
Foram quase 100 kg de ração
em menos de 3 horas dentro do hospital.
... deve ter mais ou menos uns 150 animais e dois cavalos.
117.
118. O Caso Franco da Rocha -
Parte 2
Conseguimos doar os
dois cavalos.
Recolhemos 9 filhotes.
Sra. Lurdinha (diretora do
complexo)
autorizou ceder um espaço:
119. Veja São Paulo - O portal da cidade 03 O
Cadáveres com dezenas de perfurações a faca...
Ademir Oliveira do Rosário
...confessou o crime... Já fora condenado por
atentado violento ao pudor e homicídio.
Cumpria pena no Hospital de Custódia e Tratamento
Psiquiátrico de Franco da Rocha, em regime semi-aberto.
120. 30.09.2007 tv
globo
O que diz o psiquiatra que deu o último laudo
sobre o homem que matou dois adolescentes?
“Ele era, tecnicamente falando, um psicopata”,
avalia o psiquiatra Charles Kiraly. “Eu disse que ele
era perigoso, que tinha periculosidade. A
possibilidade dele reincidir é grande”
121. O Globo – 27 de Setembro de 2007
Maníaco confessa morte de irmãos e
é suspeito de abusar de 11 jovens
O assassino disse que teve visões de animais,
como leões [...]
[...] os jovens foram mortos com uma
faca de cozinha...
[...] ele chegou a ter relações sexuais
depois de morto (necrofilia).
127. Karlsson 1997
Lesões múltiplas
profundas e violentas
sugerem
envolvimento e risco
à pessoa próxima do
agressor.
128. CRUELDADE COM ANIMAIS
x
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
CONTRA MULHERES:
UMA CONEXÃO REAL
Maria José Sales Padilha
Psicóloga e Mestre em Educação
Georgia State University USA
DATA: março a agosto de 2010
LOCAL :Pernambuco: Jaboatão dos Guararapes e Recife
Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher
AMOSTRAGEM B.O. de mulheres de várias classes sociais
“Lei Maria da Penha” Lei 11.340 de 07/08/2006
453 questionários respondendo 9 perguntas.
129. PERFIL DA VÍTIMA:
1. Motivo da ocorrência
37% violência física 28 % violência sexual
2. Idade das vítimas
52 % + de 30 anos 32 % +de 25-30 anos
3. Escolaridade da vítima
43% Ensino Fundamental Incompleto
32% Ensino Fundamental Completo
4. Vítima possui animais em casa?
25% não possui animais
44% cães 26% gatos
5. O agressor já foi violento com os animais da
casa ou com outros animais?
51% já foi violento com os animais
130. PERFIL DO AGRESSOR:
• Qual(is) tipo(s) de violência para
com os animais?
50% espancamento físico
30% privação
22% chantagem
• Idade do agressor
79 % + de 30 anos
14% + de 25 a 30 anos
• Escolaridade do agressor
13% Analfabetos
30% Ensino Fundamental Incompleto
33% Ensino Fundamental Completo
131. 9. Agressor segundo sua proximidade familiar
27% companheiro
27% marido
23% ex-companheiro
16% ex-marido
132. Aggression and Violent
Behavior
Volume 12, Issue 5, 2007, 493-
507
Crime Classification and
Offender Typologies
Serial Murder and the
Psychology of Violent Crimes
133. 1998 Cruelty to Animals and Interpersonal Violence:
Readings in Research and Application
1998 Child Abuse, Domestic Violence, and Animal Abuse:
Linking the Circles of Compassion for Prevention and Intervention
2001 Safe Havens for Pets: Guidelines for Programs Sheltering Pets
for Women who are Battered.
Children and Animals: Exploring the Roots of Kindness
The International Handbook of Theory and Research on Animal Abuse
and Cruelty
134.
135.
136.
137.
138.
139. Suspeita de trauma
não – acidental
no animal
sistemática o diagnóstico
Síndrome da Criança Espancada
por analogia denominado
Síndrome do Animal Espancado
140. FATOR DE RISCO RELATIVO À FAMÍLIA
Indicadores:
• Relatos de histórias discrepantes sobre o trauma
• Os envolvidos não querem ou não conseguem explicar o que ocorreu
no episódio do trauma
• As explicações sobre o trauma são vagas
• A narrativa não é compatível com a gravidade da apresentação clínica
• Não há demonstração de preocupação com o animal — naturalização
do trauma
• Recorrência de acidentes com animais no ambiente familiar
• Nos acidentes recorrentes são acionados distintos serviços de saúde e
profissionais para dificultar a detecção das causas reais
• Episódios ou mortes violentas entre os membros humanos da família
141. FATOR DE RISCO : EVIDENCIA
NO EXAME CLÍNICO DO ANIMAL
Indicadores:
• Traumas múltiplos
• Lesões com estágios evolutivos distintos
• Sinais comportamentais não usuais do animal
• Raça: pit bulls e rottweilers
• Sexo: machos caninos
• Idade: cães e gatos menores de dois anos de idade e idosos
142. FATOR DE RISCO
RELATIVO AO AGRESSOR
Indicadores:
• Sexo masculino
• Usuários de drogas
• Pertencentes a segmentos sociais menos favorecidos
• Portadores de Síndrome de Münchausen
156. Into the Minds of
Madmen: How
the FBI's
Behavioral
Science Unit
Revolutionized
Crime
Investigation
Don DeNevi
John H.Campbell
Stephen Band
John E. Otto
159. Domestic violence at the
margins: readings on
race, class, gender, and
culture
edited by
Natalie J. Sokoloff/
Chiristina Pratt
2005
7. The Intersectionality of
Domestic
Violence and Welfare
in the Lives of Poor Women
164. A motivação de ser
bom vem da
consciência de sua
importância na vida
das pessoas.
O cientista deve ter a consciência de como
o seu trabalho pode criar uma vida
melhor....
Roberto Shinyashiki ( psiquiatra )
Trabalhe com amor no coração / setembro de 2007
165. Murar o medo, por Mia Couto
Eis o que nos dizem: para superarmos as ameaças
domésticas precisamos de mais polícia, mais prisões, mais
segurança privada e menos privacidade. Para enfrentar as
ameaças globais precisamos de mais exércitos, mais
serviços secretos e a suspensão temporária da nossa
cidadania. Todos sabemos que o caminho verdadeiro tem
que ser outro. Todos sabemos que esse outro caminho
começaria pelo desejo de conhecermos melhor esses que,
de um e do outro lado, aprendemos a chamar de ―eles‖.