O autor resume a disputa pelo Grão-Mestrado do Grande Oriente de São Paulo em 5 pontos. Ele defende que os candidatos devem respeitar os princípios maçônicos de liberdade, igualdade e fraternidade. Também argumenta que a vitória deve unir a instituição e não criar divisões, e declara apoio aos candidatos Mário Sérgio Nunes da Costa e Benedito Marques Ballouk Filho.
1. A RESPEITO DA DISPUTA PELO GRÃO-MESTRADO DO GOSP
J. B. Oliveira – M.: I.:
Acompanhando textos de cá e de lá, cada qual defendendo seu candidato e – às
vezes – lançando algumas farpas em relação ao outro, pondero, do alto (alto
apenas no sentido de tempo...) de meus quase 50 anos de Ordem:
1. – O que há de mais importante nesse pleito, é que temos irmãos – bons e
dignos irmãos – disputando democrática e licitamente o comando estadual de
nossa Sublime Institucional, cujo sustentáculo é a trilogia Liberdade, Igualdade e
FRATERNIDADE. Assim, é nosso indeclinável dever respeitar aquele que se situa,
em razão do primeiro desses imperecíveis valores, no outro polo da mesma
trincheira e sob o princípio comum da “paz, harmonia e concórdia”, tríplice
argamassa em que se fundam todas nossas ações. A verdadeira política – seja
ela partidária ou, com mais razão ainda, institucional – define-se como “a arte e
a ciência do bem comum”. Nela não existem inimigos, mas concorrentes ou
adversários de campanha, só de campanha, que continuarão – após a breve
pugna – caminhando lado a lado, dentro das mesmas colunas da Sabedoria, da
Força e da Beleza!
2. – Outra coisa seria se nos víssemos em uma disputa entre o bem e o mal; a
luz e as trevas; o bom e o mau; o honesto e o corrupto. Esse maniqueísmo não
existe no caso em foco, felizmente. O que cada um de nós tem que considerar é
a aceitação desta ou daquela plataforma de governo; validar a afinidade que
guarda com as propostas de um ou do outro, nada mais. Não há espaço para
palavras, agressivas, ofensivas ou ferinas. Cabe aqui lembrar que escreveu o ir.:
Frederico II, da Prússia, em carta ao ir.: Voltaire: “As palavras ferem mais do
que punhais”, assim como as palavras de um antigo provérbio árabe:“Pode-se
curar a ferida feita por uma espada; jamais a feita por uma palavra”! O
pensador W. Zusman adverte para o perigo dos extremos: “o pensamento
maniqueísta vai além na medida em que considera que um lado deve destruir
o outro, porque um é Luz e o outro Trevas”.
3. – Considero, ainda, que a vitória dessa peleja não pode ser apenas a do
irmão candidato que reunir o maior número de nossos votos, mas há de ser a
vitória de nosso Grande Oriente de São Paulo, que, soberano e sobranceiro, se
posiciona acima de todos nós e é mister que ele demonstre “urbe et orbe” – à
Maçonaria do Brasil e do Mundo – não apenas que defende – mas também que
pratica – a liberdade em todos os sentidos, inclusive no dediscordar, desde que
2. com o respaldo da decência, da ética e da verdade, nos termos proclamados por
nosso ilustre irmão Voltaire: “Não concordo com uma só das palavras que
dizeis, mas defenderei até a morte o direito que tendes de dizê-las”!
4. – Concluo reiterando que, como integrantes da mesma Fraternidade de
Homens Livres e de Bons Costumes, continuaremos juntos multissecular tarefa
de “cavar Masmorras ao Vício e elevar Templos à Virtude”. Indispensável lembrar
que, à semelhança das peças do tabuleiro de xadrez, findo o jogo, rei e peão
voltam para a mesma caixa! E é salutar que não voltem com arranhões! Assim,
só assim, seremos sucessores e herdeiros dos Maçons do passado e, como eles,
poderemos nos considerar “Construtores do Edifício Moral da Sociedade”!
5. – Por questão da coerência e transparência que se espera do Maçom, e
dentro do respeito aos princípios acima expostos, externo meu respeito aos
irmãos Waldemar Batista e Vicente Rocco, mas declaro abertamente meu voto
aos candidatos MARIO SÉRGIO NUNES DA COSTA e BENEDITO MARQUES
BALLOUK FILHO, assim como meu integral apoio à sua campanha.
Oriente de São Paulo
Fevereiro de 2011 – E.: V.: