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Já dissemos aqui nesta coluna,
que as empresas brasileiras estão
indo bem em termos de ‘vigilância
tecnológica’, especialmente quanto
a mapear ‘o que vem por aí’ em
células a combustível, em novas
formas de armazenamento de
energia, em uso dos recursos
hídricos, em tratamento de
efluentes industriais e mesmo em
desenvolvimento de peças sob
encomenda no conceito de projeto
robusto (Taguchi). Hoje tratamos,
no entanto, de lembrar que se
considerarmos que a cadeia de
inovação requer que o fruto da
atividade inventiva seja colocado
no mercado, veremos que fica
difícil inovar sem ter uma mínima
estrutura de qualidade industrial
internalizada na empresa.
E isto se explica pelo fato de que
um produto inovador terá de ser,
cedo ou tarde, homologado, pela
área de engenharia do cliente
(no caso das produções make
to order) ou pelas Agências
Regulatórias e demais instâncias
de Governo, quando se tratar de
produto destinado ao mercado
internacional ou produtos que de
forma direta ou indireta tenham
impacto em saúde e segurança ou
em relações de consumo, como é o
caso dos medidores inteligentes de
consumo de energia elétrica.
E estas homologações serão
fortemente aceleradas, na medida
em que, em nossas empresas,
os aspectos metrológicos de
normalização, avaliação da
conformidade, ensaio e calibração
estejam sendo bem cuidados.
É importante lembrar que as
empresas brasileiras guardam
certas vantagens sobre empresas
do Leste Europeu e da América
do Sul, pelo fato do Brasil, através
do MDIC e do INMETRO, ser
signatário de diversos acordos com
organismos de acreditação, que
ao acordarem sobre os requisitos
de acreditação e sobre as práticas
relacionadas às suas atividades,
possibilitaram o estabelecimento
de acordos de reconhecimento
mútuo – Multilateral Recognition
Agreement (MLA). Isto significa
que mundialmente as acreditações
efetuadas no Brasil são conduzidas
de modo equivalente na Ásia,
Europa e Estados Unidos, por
exemplo. Logo, as práticas
adotadas por aqui em termos de
ensaios, testes e inspeções, bem
como as adequações do parque
fabril e calibrações dos dispositivos
de medição e monitoramento
dentro da indústria brasileira, têm
crédito e aceitação internacional!
Se inovação passa por qualidade
industrial? Pelo descrito acima,
vimos que passa, sobretudo se
desejarmos que nossas inovações
não fiquem apenas no nível de
protótipos ou cabeças-de-série,
mas raramente se convertam
em produtos inseridos no
mercado doméstico e externo.
Então, antes de inovar, vamos
dar uma examinada se em
nossas indústrias os resultados
de medição estão com erro de
medição ou erro sistemático, e
se estamos calibrando nossos
equipamentos de medição críticos
no processo de produção, de modo
a termos produtos acabados mais
uniformes e que representem uma
vantagem competitiva em relação
aos concorrentes.
Paz e Bem e até a próxima edição,
se Deus quiser!
Glaudson Bastos. Gerente de
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