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PROSPECÇÃO VIA OBSERVATÓRIOS
TECNOLÓGICOS
No conjunto de características distintivas capazes de indicar se um projeto de P&D atende a requisitos
mínimos de enquadramento naquilo que podemos chamar de ‘boas práticas na gestão da pesquisa e do
desenvolvimento, destacam-se (i) o uso sistemático de dados e informações relevantes presentes no
projeto básico (de um produto ou empreendimento); (ii) o gerenciamento e o controle deste conjunto de
dados e (iii) a adoção da prática de vigilância e prospecção tecnológica. E é sobre este último aspecto
que pretendemos falar aqui nesta edição do Metalsul News.
Os meios de prospecção tecnológica são, de certo modo, usualmente conhecidos pelas empresas e
organismos brasileiros. Em parte isto se deve ao fato de termos avançado bastante por aqui em termos
de formação de RH. Veja o caso do Estado do Rio de Janeiro, já com uma taxa de 3,58 Doutores por
1.000 habitantes, na faixa etária entre 24 e 65 anos de idade (a maior taxa da Federação).
De outro lado, avançou-se muito no País também em termos de estudos prospectivos. Destaco apenas
como exemplo, o excelente material produzido pelo MCT com um vasto panorama tecnológico e
mercadológico (prospectivo) para o setor siderúrgico, leia-se, metálicos para aciarias, sucatas e gusa.
Esta combinação, pessoal qualificado e com habilidade e experiência em P&D, junto ao esforço de
organismos de governo e de patronais, é capaz de gerar um mapa prospectivo bastante rico. Mas
podemos ir um pouco mais além, e aí entram os Observatórios Tecnológicos.
O objetivo básico de uma estrutura de “observação”, neste contexto, aponta essencialmente para
a necessidade de se mapear a situação atual e mapear as tendências futuras em termos de
tecnologia e ciência no segmento em que se esteja atuando. É o que o Brasil tem feito muito bem,
por exemplo, quanto a mapear ‘o que vem por aí’ em células a combustível, em novas formas de
armazenamento de energia em uso dos recursos hídricos e em tratamento de efluentes industriais.
As estruturas de um observatório podem ser complexas e altamente ‘institucionais’, mantidas por
estrutura de Governo, via comitês técnicos de ciência e tecnologia, assistidos por Universidades e
Especialistas, e capazes de gerar relatos que, em última instância, irão contribuir para a formulação
da política de desenvolvimento tecnológico de um País ou uma Mesorregião.
Outra opção são os observatórios baseados em uma rotina sistemática de construção e revisão de
cenários de curto, médio e longo prazo, antecipando, através dos relatórios de vigilância tecnológica,
as escolhas mais prováveis por parte dos usuários de determinada tecnologia ou os riscos de
regulamentação que irão definir – mandatoriamente – os padrões tecnológicos a serem aceitos em
um setor, especialmente aqueles com regulamentação compulsória.
Perícia, isenção e independência, moldam um bom observatório, tenha a iniciativa de prospecção
tecnológica este nome ou não. Isenção para analisar criticamente os dados que chegam da demanda
e perícia para conceber, de modo objetivo, o quadro de análises que recomende a melhor escolha em
termos de trajetória tecnológica a se perseguir. E sobre o assunto ainda vamos tratar mais adiante,
se Deus permitir.
Bons negócios!
Glaudson Bastos. Gerente de
Projetos da Logike Associados S/C
e Mestre em Metrologia, Qualidade
Industrial e Inovação pela PUC -
Rio. Email: sac@logike.com

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