O documento discute como o controle de qualidade industrial funcionará na Indústria 4.0, com verificações em tempo real feitas por sensores, redução de erros, menor intervenção humana e tendências como inteligência artificial, nanotecnologia e impressão 3D. Empresas precisam se adaptar às mudanças ou correm o risco de ficarem para trás no futuro.
2. ÍNDICE
INTRODUÇÃO COMO O CONTROLE
DE QUALIDADE
INDUSTRIAL VAI
FUNCIONAR NO
FUTURO?
TENDÊNCIAS CONCLUSÃO
3. Já falamos aqui no blog sobre controle de qualidade industrial
no post “Qualidade da linha de produção: sua empresa mantém
excelência em todas as etapas?”. Nele, explicamos a importân-
cia de verificar a efetividade dos processos a cada etapa da linha
de produção. A realização de testes funcionais é fundamental
para garantir a total efetividade do trabalho. Afinal, um erro não
detectado a tempo pode ser replicado para todas as peças se-
guintes. Porém, o resultado dessa operação depende da aplica-
ção de metodologias específicas que estão sujeitas às verifica-
ções de cada indústria. Apesar de extremamente necessário,esse
processo é complexo, caro e sujeito a erros. Porém, no futuro, a
verificação tende a ser automatizada e integrada aos conceitos
da indústria 4.0, ou seja, a gestão de erros se tornará autônoma e
qualquer erro de conformidade poderá ser identificado imedia-
tamente. Veja com detalhes como isso funciona:
5. A indústria 4.0 é o nome dado ao novo ciclo da in-
dústria que usa a tecnologia da informação para gerir
o chão de fábrica. A tendência é que a partir do mo-
mento que sejam aplicados esses conceitos, todos os
processos se tornem mais precisos e a intervenção
humana seja mais estratégica e menos operacional.
Essa mudança de paradigmas está mais evidente em
países da Europa e nos EUA. A Alemanha, berço do
conceito, tem diversas indústrias que trabalham nes-
sa premissa - considerada como catalizadora da cha-
mada “quarta revolução industrial”.
No Brasil, empresas que desejam atingir a excelên-
cia e concorrer de igual para igual com mercados es-
trangeiros precisam ficar atentas e começar a fazer
adaptações em seus processos produtivos. Em pouco
tempo, o que é novidade passará a ser corriqueiro e
aqueles que não se adequaram no momento certo
passarão a não conseguir mais ganhar mercado.
Separamos algumas consequências dessa mudança
de lógica para o controle de qualidade industrial, tais
como:
6. Na prática, a verificação em tempo real da indústria
4.0 é feita por meio de sensores instalados no maqui-
nário, chão de fábrica, esteiras etc. Todos os dados são
coletados e imediatamente articulados com o obje-
tivo de monitorar o controle de qualidade industrial.
Além de ser vantajoso pela precisão, realizar esse pro-
cesso detalhado é importante porque dispensa a ne-
cessidade de verificar a efetividade final, já que esse
monitoramento pode ser feito de forma integral em
todas as etapas.
VERIFICAÇÕES
EM TEMPO REAL
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Na indústria 4.0 os erros decorrentes do processo produtivo se aproximam a zero, já que o produto foi verificado em
cada etapa de sua fabricação. Fora a qualidade, o benefício mais evidente é a economia de recursos por quatro motivos:
REDUÇÃO DE ERROS
A maioria das indústrias gasta tempo e dinheiro com retrabalho. É
quase inevitável. A interação entre máquinas e pessoas é harmônica,
mas não é efetiva o tempo todo. Como sabemos, criar processos de
verificação que ocorram etapa a etapa ajudam a identificar esses erros
assim que ocorram, a fim de que eles não sejam replicados para as
etapas seguintes. Mesmo assim, nem sempre essa é a garantia de um
trabalho 100% bem feito. Na indústria 4.0 essa relação é bem diferente.
As verificações não só ocorrem etapa a etapa, elas acontecem o tempo
todo e de forma muito mais detalhada. Sensores, aparelhos de raio x e
outras tecnologias cuidarão para que nada saia do programado.
Contratar pessoas para uma linha de produção envolve
custos, encargos e uma grande estrutura. No futuro, as
máquinas farão parte operacional do trabalho e os seres
humanos ficarão encarregados de processos mais estraté-
gicos e menos operacionais. É uma tendência geral e ine-
vitável. Essa reportagem publicada pela revista Exame ex-
plica que essa mudança de paradigma não significa uma
redução no número de empregos. Pelo contrário, ela deve
até aumentar. No entanto, a necessidade de qualificação
será ainda mais evidente.
Menor número de pessoas envolvidas Efetividade
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Produtos dentro da garantia que têm falhas são um custo para a fá-
brica. Dependendo do acordo feito, há a troca ou o reparo do defeito.
Pior ainda quando há um produto mal feito que tende a apresentar
a mesma falha em várias unidades. Além da logística e os custos para
atender os consumidores, a reputação fica abalada. É possível que es-
tes clientes não voltem a comprar e que outros, que eventualmente
fiquem sabendo sobre a falha, não confiem mais na marca.
Com os erros menos constantes e processos de verificação
extremamente precisos, dificilmente um produto ruim
chegará à mão do consumidor. Sendo assim, um produ-
to só será devolvido porque não atendeu às expectativas
do consumidor, mas raramente porque apresentou algum
defeito. Isso representa uma economia significativa de re-
cursos porque uma devolução sempre gera custos com
transporte, embalagem, etc.
Menos devoluções por defeito Menor custo com manutenção
10. Recentemente a Revista Exame destacou nove me-
gatendências em inovação que vêm com a indústria
4.0. Observá-las é interessante tanto para o empresá-
rio que deseja aplicar conceitos em sua linha de pro-
dução, quanto para os que buscam oportunidades e
poderão ser futuros fornecedores. A nova forma de
pensar a indústria demandará um grande número
de soluções de software e hardware para controlar
toda essa tecnologia. Por isso, destacamos algumas
das tendências apontadas pela revista onde sua em-
presa pode procurar oportunidades:
11. INTELIGÊNCIA
ARTIFICIAL E
ANÁLISE DE
DADOS
Nesse quesito destacamos a capacidade de personalização. Imagine,
por exemplo, se você pudesse desenhar um eletrodoméstico e ele fos-
se fabricado exclusivamente para você. Hoje em dia isso até é possível,
mas custa muito caro porque envolve uma série de processos custosos.
Na indústria 4.0 isso será mais viável porque as máquinas, além de in-
teligentes, serão adaptáveis para qualquer tipo e tamanho de produto,
com pouca ou nenhuma intervenção humana. Assim, se você desejar
ter uma geladeira azul, a máquina simplesmente mudará o cartucho
de tintas sozinha e fabricará sua encomenda.
Oportunidade: uma realidade assim precisa ain-
da de muitos avanços, desde o pedido até a en-
trega. Para que um pedido como esse seja exe-
cutado, é preciso conectar o software onde são
feitas as customizações com os comandos da
fábrica. O mesmo precisa ser feito com as má-
quinas, que hoje funcionam em uma lógica
padronizada. Há oportunidades também
para a logística, que precisará ser ainda
mais inteligente para que os pedidos se-
jam entregues ao consumidor sem erros.
12. NANOTECNOLOGIA
E BIOTECNOLOGIA
Essa é uma tendência colocada em prática em alguns setores, espe-
cialmente têxtil e cosmético, e que deve expandir para outras áreas.
Como mencionamos, a precisão é uma premissa da indústria 4.0, e
nada mais exato do que tratar produtos e processos em escala micros-
cópica. Isso será importante quando pensarmos em tecnologias que
tratam com células, como é o caso de medicamentos ou mesmo pro-
dutos que são passados na pele ou cabelos. Também é útil se pensar-
mos em produtos químicos, produtos de limpeza, entre outros.
Oportunidade: ainda há muita pesquisa a ser feita
nesse setor, tanto para desenvolvimento de pro-
dutos, quanto para equipamentos para a execu-
ção desses processos. Empresas que tenham
boas ideias nesse setor tendem a se encaixar
muito bem no contexto futuro e saírem na
frente com produtos que facilitem a vida das
pessoas ao atuarem a nível microscópico.
13. INTERNET DAS
COISAS E
SENSORES
A reportagem destaca o uso da internet das coisas (IoT) na logística,
onde é possível saber em tempo real se estão adequados os parâme-
tros como: temperatura, velocidade, localização, etc. Mas esse concei-
to pode se expandir para outros setores, como as smart homes, por
exemplo. Imagine poder, por exemplo, em um dia quente programar
o ar condicionado da sua casa para ligar 15 minutos antes da sua che-
gada. Ou mesmo apagar uma luz que tenha ficado acesa, ou trancar
uma porta que eventualmente tenha ficado aberta.
Oportunidade: muitas tecnologias nesse sentido
foram desenvolvidas, mas ainda há muito o que
fazer. Indústrias que desejem investir em IoT te-
rão mercado de sobra em um futuro onde qua-
se tudo poderá ser controlado através do
smartphone.
14. IMPRESSÃO
3D
Imaginar algo e poder imprimir imediatamente em casa parece coisa
do futuro, mas é bastante aplicável. Porém, muito mais do que uten-
sílios domésticos ou objetos de decoração, a aplicabilidade mais inte-
ressante da impressão 3D tem sido a execução de protótipos. Se antes
era necessário contratar uma grande indústria para produzir poucas
peças, com essa nova tecnologia é possível fazer isso em pequena
escala.
Oportunidade: há oportunidades para as em-
presas que desejam fabricar essas impressoras e
para pesquisas que tenham como objetivo do-
minar materiais para a impressão 3D. Hoje em
dia não é qualquer material que pode ser co-
locado em uma máquina e transformado em
um produto de maneira simples. Estudar e
executar essas tarefas é um desafio para os
empreendedores do futuro.
15. CONHECIMENTO
PERFEITO E
ROBÓTICA
AVANÇADA
A indústria 4.0 traz consigo a certeza de que estaremos cada vez mais
conectados: nós com as máquinas e também uns com os outros. Se
hoje já é comum usar o celular para procurar um caminho, como avan-
ço das Smart Cities saberemos o tempo exato de chegada, a velocida-
de certa para encontrarmos os semáforos abertos, etc.
Os carros também serão cada vez mais inteligentes. O veículo autô-
nomo para transporte de cargas já é uma realidade e essa tecnologia
tende a chegar aos carros de passeio também.
Oportunidade: a demanda que tende a surgir em
torno de uma cidade conectada é praticamente
infinita. Serão necessários sistemas, sensores, co-
municadores e uma infinidade de outros dispo-
sitivos. Gerenciar isso também não será fácil. In-
vista nisso e sua empresa tem muito a ganhar
com a indústria 4.0.
17. Iniciar o processo de mudança rumo à indústria 4.0 é inevitável.
Se a sua indústria ainda não iniciou o planejamento para a adap-
tação de conceito, produto e processos comece agora. Além da
mudança física, há toda a mudança de pensamento. Informe-se
sobre o assunto, converse com outros empresários e esteja aten-
to às mudanças. As adaptações no setor produtivo já começaram
em outros países e o Brasil tende a ficar para trás se a reação não
for imediata. Mas calma. As tendências que mostramos nesse
material mostram também que essa é uma importante oportu-
nidade para mudar, inovar e se dar bem no novo contexto. Seja
inteligente e invista em inovação. Essa é a chave para não ficar
perdido naquilo que está por vir.