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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
INSTITUTO DE LETRAS E COMUNICAÇÃO
FACULDADE DE LETRAS
CURSO DE LICENCIATURA EM LETRAS - LÍNGUA PORTUGUESA
MODALIDADE À DISTÂNCIA
GEANE DO SOCORRO ROVERE LEAL PINHEIRO
ELEMENTOS LINGUÍSTICOS DE ATITUDE NA LINGUAGEM DOCENTE EM
FÓRUNS VIRTUAIS EDUCACIONAIS
BELÉM – PA
2016
GEANE DO SOCORRO ROVERE LEAL PINHEIRO
ELEMENTOS LINGUÍSTICOS DE ATITUDE NA LINGUAGEM DOCENTE EM
FÓRUNS VIRTUAIS EDUCACIONAIS
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à
Faculdade de Letras da Universidade Federal do Pará
como requisito para obtenção da graduação em
Licenciatura Plena em Letras, Língua Portuguesa.
Orientadora: Profª. Drª. Maria Cristina Ataíde Lobato
BELÉM-PA
2016
GEANE DO SOCORRO ROVERE LEAL PINHEIRO
ELEMENTOS LINGUÍSTICOS DE ATITUDE NA LINGUAGEM DOCENTE EM
FÓRUNS VIRTUAIS EDUCACIONAIS
MEMBRO DA BANCA EXAMINADORA
Orientador
___________________________________________________
Profª. Drª. Maria Cristina Ataíde Lobato
Doutora em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem
FALE/ ILC/ UFPA
Examinador
___________________________________________________
Profª. Drª Ana Lygia Almeida Cunha
Doutora em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem
FALE/ ILC/ UFPA
Apresentado em: 02/04/2016
Conceito: EXCELENTE
BELÉM-PA
2016
DEDICATÓRIA
Aos meus pais Israel e Raimunda por me permitirem está
hoje aqui, ao meu marido José Pinheiro pelo incentivo e
companheirismo, e aos nossos filhos Izaildo Neto e Gabriel
Rovere, que são o motivo do meu esforço.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus, pela minha vida, e por me guiar sempre pelos bons caminhos,
estando ao meu lado sempre nos momentos difíceis.
Agradeço aos meus pais, Israel Leal e Raimunda Elena, pelos esforços em nos
garantir sempre um futuro brilhante.
Agradeço ao meu marido José pelo seu incondicional apoio, carinho e amor, foram
extremamente relevantes para conclusão dessa jornada.
Aos meus filhos Izaildo e Gabriel pelo amor e carinho recebido, que foram
fundamentais para vencer mais essa batalha.
As minhas irmãs Gigliane Leal e Geliane Leal pela amizade e palavras de incentivo.
A Geli, pelo carinho e o auxílio nas traduções.
A minha amiga Rafaela Correia, que iniciou comigo essa jornada, mais não podemos
concluir juntas, sei que está torcendo por mim assim como torço por você.
A Lenilde Ramos, pelo apoio e dedicação com meus filhos durante esse período de
estudo.
A todos os professores que decorrer da graduação partilharam seus conhecimentos,
conselhos e orientações. Em especial a Drª Fátima do Nascimento, pelo auxílio na
transferência de pólo, e a minha orientadora Profª. Drª. Maria Cristina Ataíde Lobato,
pelas suas orientações que foram fundamentais para conclusão desse trabalho.
Aos meus tutores a distância e presenciais que no decorrer dessa jornada foram de
fundamental importância, Antônia Belchior, Remmy Sales e Manoel Alves, e em
especial as minhas queridas amigas e tutoras Alegna Nunes e Ana Cláudia Melo
Soares.
A Drª Fabíola Satrin, pesquisadora da Teoria da Avaliatividade, pelos seus
conhecimentos partilhados e textos esclarecedores.
Enfim, agradeço a todos que direta ou indiretamente colaboraram com essa jornada
de sucesso.
RESUMO
Esta pesquisa tem como objetivo investigar os elementos linguísticos de Atitude nas
mensagens docentes dos fóruns virtuais de duas disciplinas do curso de licenciatura
em letras da Universidade Federal do Pará. As disciplinas foram selecionadas pelo
quantitativo de mensagens, uma com maior e outra com menor número. Ao se
investigar o subsistema de atitude que integra o sistema de avaliatividade realizado
nas mensagens docentes dos fóruns, este estudo pretende contribuir para pesquisas
na área de linguística aplicada, sobretudo sobre o sistema de avaliatividade e EaD.
Para tal, foram usados como referencial teórico o sistema da avaliatividade proposto
por Martin (2000), Martin e Rose (2003/2007, 2008) e Martin e White (2005), o qual
tem como origem a Linguística Sistêmico-Funcional de Halliday (1994) e Halliday e
Hasan (1985). Por esse sistema é possível investigar as avaliações realizadas por
meio da língua. A avaliatividade se refere “ao lado interpessoal na linguagem, à
presença subjetiva escritores/falantes no texto, na medida em que eles se
comunicam” (Martin e White, 2005, p.1). As análises realizadas nesta pesquisa
mostraram que subcategoria apreciação é o recurso avaliativo mais utilizado nas
mensagens analisadas. Os elementos linguísticos usados para realizar atitude, foram
atributos e processos, esses foram usados para expressar sentimentos, realizar
julgamentos e apreciações. O quantitativo de avaliações revelou que houve um
aumento no número de participações discentes, assim como a polaridade das
avaliações também influenciou as participações discentes.
Palavras-chave: atitude, avaliatividade, fóruns virtuais, EaD.
ABSTRACT
This study aims to investigate the linguistic elements of attitude in the messages
teachers of virtual forums two undergraduate course in Licentiate in letters of the
Federal University of Pará. The subjects were selected by quantitative messages, one
more and one with fewer. To investigate the attitude subsystem that integrates
avaliatividade system performed in messages faculty forums, this study aims to
contribute to research in linguistics applied area, especially on the avaliatividade
system and distance education. For this, were used as the theoretical framework
avaliatividade system proposed by Martin (2000), Martin and Rose (2003-2007, 2008)
and Martin and White (2005), which is to rise to Systemic Functional Linguistics
Halliday (1994) and Halliday and Hasan (1985). By system it is possible to investigate
the evaluations carried out by language. The avaliatividade refers to "interpersonal side
in the language, the presence subjective writers / speakers in the text, in so far as they
communicate" (Martin and White, 2005 p.1). The analyzes in this study showed that
sub-category appreciation resource is the most used in the evaluation in the analyzed
messages. The linguistic elements used to perform action, were attributes and
processes, these were used to express feelings, conduct trials and appreciation. The
quantitative evaluation showed that there was an increase in the number of students
participation, as well as the polarity of the evaluations also influenced the students'
participations.
Key-words: attitude, appraisal, virtual forums, e-learning.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Sistema de Avaliatividade ........................................................................22
Figura 2 - Julgamento e apreciação como afeto institucionalizado...........................24
Figura 3 - Subsistema de atitude..............................................................................38
Figura 4 - Subtipos de julgamento............................................................................45
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Relação das metafunções da linguagem com contexto de situação.......18
Quadro 2 - Realização do Afeto e exemplos ............................................................25
Quadro 3 - Julgamento de estima social ..................................................................27
Quadro 4 - Julgamento de sanção social .................................................................27
Quadro 5 - Tipos de Apreciação...............................................................................29
Quadro 6 - Resumo das mensagens dos fóruns da disciplina CPT..........................34
Quadro 7 - Resumo das mensagens dos fóruns da disciplina FF ............................35
Quadro 8 - Apresentação dos tipos de atitude .........................................................37
Quadro 9 - Ocorrências avaliativas por categoria atitudinal......................................39
Quadro 10 - Tipo de polaridade por categorias atitudinais .......................................40
Quadro 11 - Resumo por elemento léxico-gramatical e subtipo de afeto .................42
Quadro 12 - Ocorrências por subtipos de afeto........................................................44
Quadro 13 - Ocorrências por subtipo de julgamento ................................................45
Quadro 14 - Ocorrências por subtipo de apreciação ................................................49
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - Mensagens x Avaliações ........................................................................52
Gráfico 2 - Avaliações por polaridade ......................................................................53
Gráfico 3 - Avaliações x Mensagens discentes ........................................................53
SUMÁRIO
CONSIDERAÇÕES INICIAIS ..................................................................................12
CAPÍTULO I – FUDAMENTAÇÃO TEÓRICA..........................................................14
1.1 – Educação à Distância no Brasil ................................................................15
1.2 – Linguística Sistêmico-Funcional ..............................................................17
1.3 – O Sistema de Avaliatividade (‘Appraisal’) ................................................19
1.3.1 Atitude .....................................................................................................23
1.3.1.1 Afeto ..................................................................................................24
1.3.1.2 Julgamento .......................................................................................26
1.3.1.3 Apreciação ........................................................................................28
CAPÍTULO II – METODOLOGIA.............................................................................30
2.1 O Corpus .......................................................................................................30
2.1.1 O Contexto ..............................................................................................30
2.1.2 Os participantes......................................................................................33
2.1.3 Os dados .................................................................................................33
2.2 Procedimento de coletas e organização dos dados ..................................34
2.2.1 A coleta dos dados.............................................................................34
2.2.2 A organização dos dados ..................................................................35
2.3 Procedimento de análise dos dados ...........................................................35
2.3.1 Etapas de análise dos dados.................................................................35
2.3.2 Critérios para apresentação dos dados................................................36
CAPÍTULO III – APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS........38
3.1 Apresentação dos dados .............................................................................39
3.1.1 Avaliações de Afeto................................................................................40
3.1.2 Avaliações de julgamento......................................................................44
3.1.3 Avaliações de apreciação ......................................................................48
CONSIDERAÇÕES FINAIS.....................................................................................55
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................58
ANEXOS..................................................................................................................60
Fóruns de Compreensão e Produção de Textos ..............................................61
Fóruns de Fonética e Fonologia......................................................................120
12
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
O presente trabalho tem como propósito investigar os elementos linguísticos
de atitudes na linguagem docente, presente nas mensagens dos fóruns de discussão
do Curso de Licenciatura em Letras – Habilitação em Língua Portuguesa, modalidade
a distância, da Universidade Federal do Pará. A investigação se concentrou nos fóruns
das disciplinas de Compreensão e Produção de Texto e Fonética e Fonologia,
ministradas para as turmas de 2011 dos polos de Tucumã e Dom Eliseu.
A presente pesquisa foi motivada pela observação dos fóruns virtuais de
aprendizagem, utilizados como instrumento de ensino e aprendizagem da Educação
a Distância, em decorrência da desigualdade nas participações discentes. A partir de
então, como aluna e participante das duas disciplinas escolhidas, escolhi uma
disciplina na qual continha maior número mensagens totais e outra que não tivesse
números tão expressivos. O que coincidentemente, para mim, foram uma das quais
mais gostei de participar e a outra não gostava de participar.
Pretende-se nesta pesquisa colaborar com os estudos na área de Linguística
Aplicada e na de Educação a Distância, investigando na linguagem docentes das
mensagens dos fóruns os elementos linguísticos de atitude que incentivam a
participação dos alunos, dinamizando as interações nesse contexto. Dessa forma, os
objetivos específicos assim delineiam-se:
- Identificar os tipos e subtipos de atitude.
- Analisar e quantificar o número de avaliações docentes.
- Analisar e descrever a polaridade das avaliações.
A partir desses objetivos cheguei aos questionamentos:
1) Quais elementos linguísticos de atitude, na linguagem docente, podem
contribuir para uma melhor interação nos fóruns das duas disciplinas
pesquisadas?
2) Quais os modos preferenciais para se avaliar, identificados no corpus desse
estudo?
3) O quantitativo de avaliações docentes influenciou a participação discente?
4) A polaridade das avaliações docentes influenciou as participações discentes?
13
Para responder aos questionamentos, foi realizado o mapeamento das
avaliações encontradas, seguindo pela quantificação por tipo e subtipo e polaridade.
Como base teórica utilizei o sistema de avaliatividade, proposto por Martin
(2000) e posteriormente aprofundado por outros pesquisadores, como Martin e Rose
(2003/2007), Martin e White (2005). Esse sistema tem é baseado na Linguística
Sistêmico-Funcional de Halliday (1985/1994) dentre outros seguidores.
Esta dissertação organiza-se em três capítulos do seguinte modo: no
Capítulo I – Fundamentação Teórica, apresento o arcabouço teórico ao qual essa
pesquisa utilizou como suporte para as investigações. Primeiramente abordo sobre o
cenário da educação a distância no Brasil, seguindo pela Linguística Sistêmico-
Funcional, explicitando suas características e conceitos. Finalizando o capítulo com a
explicação detalhada do Sistema de Avaliatividade, destacando inicialmente de forma
mais geral, seguindo com a explicitação do subsistema de Atitude e seus tipos, afeto,
julgamento e apreciação e subtipos.
No Capítulo II – Metodologia, apresento o contexto e os passos seguidos
para as análises. Descrevo como foi realizado as análises, a fim de contribuir para
futuras pesquisas que porventura utilizem o subsistema de atitude para investigar o
discurso ou elementos linguísticos nos mais variados contextos. São descritos: o
contexto, os participantes e os dados. Seguindo com os procedimentos de coleta e
organização dos dados. Finalizando com as etapas de análises e critérios para
apresentação dos dados.
No Capítulo III – Apresentação, Análise e Discussão dos dados, neste
capítulo apresento os dados com as avaliações encontradas, categorizadas por tipo,
subtipo e polaridade, bem como os elementos linguísticos utilizados. São
apresentados exemplos e discutidos logo abaixo com reflexões sobre as implicações
do uso desses recursos de atitude.
Finalizando com as Considerações Finais, retomo as questões a qual esse
estudo se propôs, demonstrando o percurso seguido para responder tais
questionamentos.
14
CAPÍTULO I – FUDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Neste capítulo reunirei e explicarei os conceitos teóricos que sustentarão as
análises das mensagens que constituem o corpus da pesquisa. Iniciarei com o atual
cenário da educação à distância no Brasil, seguindo pela Linguística Sistêmico-
Funcional (doravante LSF), proposta por Halliday (1985, 1994) e como teoria
específica, focalizei nesta pesquisa o sistema da Avaliatividade, proposto por Martin
(2000), Martin e Rose (2003/2007), Martin e White (2005), especificamente, o
subsistema de atitude.
O sistema da avaliatividade investiga, por meio dos usos da linguagem, o
modo como falantes/escritores atribuem valores a objetos, fenômenos e eventos. Para
White (2004) a avaliatividade é definida como uma abordagem capaz de explorar,
descrever e explicar a forma pela qual a língua é utilizada para avaliar, adotar uma
postura, construir personas1
textuais e lidar com posicionamento interpessoais.
Constituída de três subsistemas que representam as principais categorias semânticas
pelas quais podemos realizar avaliações: atitude, engajamento e gradação. Atitude
abrange as categorias afeto, julgamento e apreciação; o engajamento engloba
enunciados monoglóssicos e heteroglóssicos; a gradação realiza-se mediante força e
foco.
Nessa pesquisa, enfoquei o subsistema atitude, que para Martin e Rose
(2003/2007), a atitude se preocupa com as avaliações que o falante faz das coisas,
do caráter do indivíduo e dos seus sentimentos. Esse subsistema pode ser atribuído
não apenas ao falante, más aos demais participantes do discurso, com intuito de
avaliar coisas e fenômenos.
Partirei agora para um breve cenário da educação a distância no Brasil,
seguindo pela reflexão teórica dos princípios básicos da LSF. Abordarei o contexto
social e as metafunções. Em seguida, explicitarei o sistema de avaliatividade, recurso
esse que se situa no âmbito da interpessoalidade, por ser núcleo teórico dessa
pesquisa.
1
O termo persona textual é utilizado nesta pesquisa de acordo com o sentido usado por White (2004)
e Martin e White (2005), ou seja, para indicar a identidade autoral que o falante constrói para si próprio
no texto.
15
1.1 – Educação à Distância no Brasil
Para a Leis de Diretrizes e Bases (LDB) a Educação a Distância (doravante
EaD) no Brasil, é considerada uma modalidade de ensino que possibilita a
autoaprendizagem, com a mediação de recursos didáticos sistematicamente
organizados, apresentados em diferentes suportes de informação, utilizados
isoladamente ou combinados e veiculados pelos diversos meios de comunicação.
Embora está definição oficial, constante no Decreto nº 5.622 de 19 de dezembro de
2005, existem vários conceitos para EaD, entretanto todos apresentam alguns pontos
em comum. Cada autor ressalta e/ou enfatiza algumas características em especial na
sua conceitualização. Deste modo, destaco os conceitos abaixo: (BERNARDO, 2009
apud ALVES, 2011):
• Dohmem em 1967, conceituou enfatizando a forma de estudo na EaD:
Educação a Distância é uma forma sistematicamente organizada de auto-
estudo onde o aluno instrui-se a partir do material de estudo que lhe é
apresentado, o acompanhamento e a supervisão do sucesso do estudante
são levados a cabo por um grupo de professores. Isto é possível através da
aplicação de meios de comunicação, capazes de vencer longas distâncias.
• Moore 1973, ressalta as ações dos professores e a facilidade de comunicação
aluno – professor deve ser facilitada:
Ensino a distância pode ser definido como uma espécie de família de
métodos instrucionais, onde as ações dos professores são executadas à
parte das ações dos alunos, incluindo também situações continuadas que
podem ser feitas na presença dos estudantes. Porém, a comunicação entre
o professor e o aluno deve ser facilitada por meios impressos, eletrônicos,
mecânicos ou outro.
• Chaves 1999, destaca a distância física e o uso de tecnologias de
telecomunicações:
A Educação a Distância, no sentido fundamental da expressão, é o ensino
que ocorre quando o professor (ensinante) e o aluno (aprendente) estão
separados, seja no tempo ou no espaço. No sentido que a expressão
assume hoje, enfatiza-se mais a distância no espaço e propõe-se que ela
seja contornada através do uso de tecnologias de telecomunicação e de
transmissão de dados, voz e imagens (incluindo dinâmicas, isto é, televisão
ou vídeo). Não é preciso ressaltar que todas essas tecnologias, hoje,
convergem para o computador.
Os novos conceitos foram criados à medida que novas tecnologias foram
implementadas, provocando mudanças nas variáveis que definem os cenários
educacionais, interferindo nos papéis de alunos e professores, nas possibilidades e
16
modalidades de interação, nas coordenadas espaço-temporais e nos acessos aos
recursos. (COLL, MONEREO et al. 2010)
A EaD no Brasil, nos últimos anos demonstrou expansão vertiginosa,
ganhando novos espaços inexplorados. Os indicadores mostram o aumento de alunos
matriculados na graduação a distância, conforme o último censo da educação superior
de 2013.
Segundo o Inep/MEC, considerando o período de 2010 a 2013 a educação a
distância atingiu seu maior percentual de crescimento, 35,3%. E os números de cursos
ofertados saltaram de 930 em 2010 para 1.258 em 2013. As matrículas também
tiveram crescimento de 24% em relação a 2010 atingindo um total de 1.153.572 alunos
em 2013.
As estatísticas divulgadas pelo último censo, deixam claro o aumento dessa
modalidade de ensino e aprendizagem que por sua vez, abriram novas perspectivas
para o desenvolvimento da educação, tanto para o ensino presencial, quanto a
mediada por tecnologia a distância. O uso de novas tecnologias virtuais, como as
plataformas de aprendizagem virtual, os fóruns temáticos, os chats, os e-mails, as
listas de discussão, etc. possibilita ao aluno e o professor uma aprendizagem ativa e
compartilhada. Essas plataformas de aprendizagem on-line como o Moodle (Modular
Object-Oriented Dynamic Learning Environment), plataforma adotada pela maioria
das Instituições de Ensino Superior integrantes – IES da Universidade Aberta do Brasil
– UAB, dentre elas a Universidade Federal do Pará.
O Moodle é um software de código aberto e distribuído gratuitamente,
possibilita o trabalho em colaboração entre os participantes em um mesmo ambiente
de aprendizagem por meio da internet. São oferecidos aos alunos e professores
características próximas a uma sala de aula real, privilegiando a interação entre
alunos/alunos, alunos/professor, alunos/tutor, etc. além da administração e
monitoramento de materiais didáticos e atividades virtuais.
Para Rice IV (2007 apud Ramos e Medeiros 2009, p. 55), o Moodle é um
sistema de gestão da aprendizagem, permitindo tanto ao professor quanto ao aluno,
criar e vivenciar experiências envolventes, criativas e flexíveis de aprendizagem on-
line. Para Rice IV o Moodle não é simplesmente uma página web que oferece recursos
como imagens, textos em pdf, questionários on-line, mas é principalmente uma
plataforma virtual de aprendizagem que possibilita a realização de atividades de
interação, como os fóruns.
17
No próximo subitem, descreverei a Linguística sistêmico-funcional
1.2 – Linguística Sistêmico-Funcional
A Linguística Sistêmico-Funcional, (doravante LSF) conta com seus princípios
teóricos esboçados em Halliday (1978, 1985, 1994, 2004), Halliday e Hasan (1976,
1989), Eggins (1994), Martin e Rose (2003), Thompson (2004), dentre muitos outros
estudiosos, os quais consideram a importância do ambiente situacional e cultural para
a língua em uso. A partir desse arcabouço teórico diversas outras teorias se
desenvolveram, dentre elas destaco o Sistema de Avaliatividade, de Martin e White
(2005), que será melhor descrito no próximo subitem.
Para Halliday (1994) e seus seguidores, um dos princípios básicos da LSF é
o uso da língua motivado pelas relações sociais, evidenciando, conforme explica
Eggins (1994), as escolhas léxico-gramaticas que os falantes realizam, condicionadas
pelo contexto de cultura e situação. Halliday (1994) considera ainda a língua como
resultado do contexto sociocultural, focalizando seus estudos na linguagem e
preocupando-se em explorar como a língua é estruturada para o uso em diferentes
contextos.
Segundo Halliday (1994), o texto ocorre em dois contextos: o contexto de
cultura e de situação. O contexto de cultura, pode ser entendido como tudo aquilo que
constitui a história cultural dos participantes das interações verbais via língua(gem),
objeto de análise, conforme enfatiza o autor no seguinte trecho.
“O contexto da cultura determina a natureza do código. Como uma língua se
manifesta através de seus textos, a cultura se manifesta através de suas
situações; assim, atendendo ao texto em situação, uma criança compreende
o código e, ao usar o código para interpretar o texto, ela compreende a
cultura. Dessa forma, para o indivíduo, o código engendra a cultura, e isso
proporciona uma inércia poderosa para o processo de transmissão2
. ”
(HALLIDAY, 1994, p. xxvii).
O contexto de situação é pré-determinante potencial das escolhas linguísticas,
refere-se não apenas à situação, mas também ao ambiente verbal onde o texto se
insere. Refletindo três metafunções da linguagem: ideacional, interpessoal e textual,
2
Traduzido por mim, trecho original: “The context of culture determines the nature of the code. As a
language is manifested through its texts, a culture is manifested through its situations; so by attending
to text-in-situation a child construes the code, and by using the code to interpret text he construe the
culture. Thus for the individual, the code engenders the culture, and this gives a powerful inertia to the
transmission process” (HALLIDAY, 1994, p. xxvii)
18
que procuram explicar como as funções da linguagem são constituintes dos
enunciados e como as necessidades dos falantes moldaram a forma como a
linguagem evolui. Para tanto, para compreensão do contexto de situação, Halliday
(1985, 1994) aponta três variáveis, as quais constituem o registro: o campo as
relações e o modo.
As metafunções, formam um conjunto que organiza a linguagem
funcionalmente e representam as possibilidades de opções semântico-linguísticas
que está à disposição do usuário da língua para realizar as funções de ação e
informação numa situação de troca, conforme o quadro abaixo:
Quadro 1 - Relação das metafunções da linguagem com contexto de situação
(ALMEIDA, 2008, p. 9)
No quadro 1, observamos o Campo do discurso, que se realiza por meio da
função semântica ideacional, marcada pelos acontecimentos ou pela natureza da
ação social, ou seja, quem está fazendo o quê para quem, onde, porquê e como. As
Relações são realizadas pela metafunção interpessoal que trata da organização da
realidade social das pessoas com quem interagimos. Já o Modo seja escrito ou falado,
é expressado por meio da metafunção textual, que organiza os significados
ideacionais e interpessoais de maneira harmônica e coesa.
A metafunção ideacional, reflete o modo como o usuário da língua organiza
suas experiências e ações no mundo, ou seja, reflete como o usuário fala sobre as
suas ações, as situações, crenças, estados, e as circunstâncias. Está função é
percebida no vocabulário dos textos e está ligada ao contexto de uso por meio da
19
variável Campo. Segundo Halliday e Hasan (1985) nessa metafunção a oração é vista
como representação e seu significado é a expressão de algum tipo de evento, ação,
estado, ou outro fenômeno do mundo real.
A Metafunção Interpessoal é a característica que a linguagem tem de ser
utilizada para estabelecer trocas e relações entre falante e ouvinte, cujos papéis são
definidos durante a interação, ou seja, expressa as interações sociais e a
intersubjetividade. É materializada na linguagem pelo modo como se expressam as
estruturas e pela modalização.
Por fim a Metafunção textual está ligada ao fluxo de informação. Está, por sua
vez, é responsável por organizar estruturalmente as outras duas funções de modo que
o receptor possa reconhecer a mensagem. Porém, essa função não se limita somente
em estabelecer relações entre frases, antes, refere-se à organização interna das
frases, ao seu significado como mensagem, tanto em si mesma quanto na sua relação
de contexto.
Concordando com Eggins (1994), Thompson (1996, apud Almeida, 2008,
p.16), diz que o objetivo mais importante da comunicação é propiciar a interação entre
as pessoas, estabelecendo e mantendo ligações sociais entre elas. Nós falamos com
as pessoas com uma finalidade, como, por exemplo, influenciar suas atitudes e
comportamentos, fornecer ou pedir informações e explicar nossas atitudes e
comportamentos.
Apresento no próximo subitem o Sistema de Avaliatividade.
1.3 – O Sistema de Avaliatividade (‘Appraisal’)
O sistema de avaliatividade está situado na LSF, como um sistema
interpessoal no nível da semântica discursiva. Nesse mesmo nível existe outros dois
sistemas de significados, a saber: negociação e envolvimento, que complementam a
avaliatividade. Tal complementação é explicada por Martin e White (2005, p. 31), isso
se deve ao fato de a negociação abranger as funções de fala destacando as escolhas
entre as preposições (dar e pedir informações), propostas (dar e pedir bens e serviços)
e estrutura de troca. São escolhas que se realizam na léxico-gramática por meio do
modo e pelas perguntas de confirmação. Para o campo fonológico, a negociação é
marcada pela entonação das estruturas.
20
O sistema de avaliatividade contempla três subsistemas: engajamento, atitude
(afeto, julgamento e apreciação) e gradação. Tal sistema como um todo, é realizado
por meio do léxico avaliativo, verbos modais, adjuntos modais, polaridade,
numeração, intensificação entre outros na léxico-gramática. Já no campo fonológico,
ele é evidenciado pela qualidade e volume da voz do falante.
Quanto ao sistema de envolvimento, pode se dizer que complementa a
avaliatividade, pois, foca nos recursos não graduáveis que o falante faz uso para
indicar graus de proximidade com seu interlocutor. Já na léxico-gramática o
envolvimento é realizado pelo uso de formas de nomeação, como os nomes próprios,
o uso de termos técnicos, metáforas gramaticais, gírias, entre outros. Quanto ao
campo fonológico, é representado pelos sotaques, cochichos, entre outros.
O Sistema de Avaliatividade surgiu a partir da Linguística Sistêmico-Funcional
(LSF) de Halliday, no final da década de 1980, proposto por Martin (2000) e
aprofundado por outros pesquisadores como Martin e Rose (2003/2007) e Martin e
White (2005). O sistema de Avaliatividade, foi primeiramente aplicado em trabalhos
no campo da linguística educacional da Austrália em programas de letramento
baseados em gêneros textuais e posteriormente as áreas de interesse para
investigação da avaliação foram sendo ampliadas, passando a abranger vários
campos do conhecimento, que resultaram em novas pesquisas sobre avaliação como
recurso interpessoal no discurso em diversos contextos.
Para os autores, “podemos localizar a avaliação como um sistema
interpessoal ao nível da semântica do discurso”3
(MARTIN; WHITE, 2005, p.33), Desta
forma, esse sistema tem como principal objetivo identificar a avaliação que se faz
presente na linguagem, com focos nos recursos avaliativos utilizados pelo produtor do
texto e no modo como esses recursos são negociados nas relações interpessoais, ou
seja, os tipos de significado interpessoais, que provocam diferenças no teor da
interação social que se materializa por meio dos textos.
Os autores ainda observam que as avaliações presentes nos textos: “são
interessantes não somente porque revelam os sentimentos e valores do
falante/escritor”, mas também porque essas avaliações “podem estar relacionadas ao
3
Traduzido por mim, trecho original: “we can locate appraisal as an interpersonal system at the level of
discourse semantics”.
21
status de autoridade do falante/escritor construído pelo texto”4
. (MARTIN; WHITE,
2005, p.2).
Esse sistema subdivide-se em três campos de interação, a saber: ATITUDE,
ENGAJAMENTO e GRADAÇÃO. Martin (2004) considera cada campo como uma
região de significados. A ATITUDE, ocupa lugar central no processo avaliativo, uma
vez que é responsável, pelos nossos sentimentos, incluindo as reações emocionais,
julgamento de comportamento e avaliação de objetos e situações. Para Martin e White
(2005, p. 94), O ENGAJAMENTO, trata dos recursos semânticos discursivos que nos
fornecem os meios para a voz autoral realizar seu posicionamento em relação a, e,
portanto, se “engajar” com as demais vozes e posições alternativas interpretadas,
como parte de um jogo no atual contexto comunicativo. Ainda segundo, Martin e White
(2005, p. 99, 100), o engajamento divide-se em Monoglossia (quando os enunciados
não fazem nenhuma referência a outras vozes e pontos de vista) e Heteroglossia
(quando eles invocam ou permitem alternativas dialógicas).
Já a GRADAÇÃO, composto por dois subsistemas - Força e Foco -, busca
situar os fenômenos de acordo com a intensidade com que ocorrem e tem a ver com
o ajustamento de uma avaliação, em outras palavras: “o quanto forte ou fraco o
sentimento é”5
. (MARTIN; WHITE, 2005, p.37).
Ainda segundo Matin e White (2005, p. 37):
A GRADAÇÃO preocupa-se com a gradabilidade. Para a ATITUDE, já que os
recursos são inerentemente graduáveis, a GRADAÇÃO consiste em ajustar
o grau de uma avaliação, o quão forte ou fraco o sentimento é. Este tipo de
GRADAÇÃO recebe o nome de ‘força’; suas realizações incluem
intensificação, morfologia comparativa e superlativa, repetição e vários
aspectos grafológicos (juntamente ao uso do léxico intensificado _’odiar’ para
não gostar, e assim por diante).6
A figura a seguir representa os três sistemas, bem como seus subsistemas,
conforme adaptado do proposto por Martin e Rose (2003/2007, p.28):
4
Traduzido por mim, trecho original: “These attitudinal evaluations are of interest not only because their
expression can be related to the speaker’s/writer’s status or authority as construed by the text […].
5
Traduzido por mim, trecho original: “how strong or weak the feeling is.”
6
Traduzido por mim, trecho original: Graduation is concerned with gradability. For attitude, since the
resources are inherently gradable, graduation has to do with adjusting the degree of an evaluation –
how strong or weak the feeling is.This kind of graduation is called ‘force’; realisations include
intensification, comparative and superlative morphology, repetition, and various graphological and
phonological features (alongside the use of intensified lexis – loathe for really dislike, and so on).
22
Figura 1 - Sistema de Avaliatividade
Segundo Almeida (2008), é importante ressaltar que esses três subsistemas
estão fortemente relacionados entre si, porquanto, um sustenta e explica o outro; ou
seja, a atitude abrange as avaliações, o engajamento contempla as fontes ou as
origens da atitude; e a gradação focaliza a intensificação para mais ou para menos
das avaliações.
Para White (2004), o termo avaliatividade compreende todos os usos
avaliativos da linguagem, ou seja, esse sistema exerce a função de realizar, no
discurso, os posicionamentos avaliativos do falante/escritor. Tal posicionamento
acontece quando o falante/escritor emite suas opiniões ou valores sobre algo ou
alguém. Esses posicionamentos integram o processo de avaliação, desde a
construção até a interpretação dos valores já atribuídos. Desta forma cabe ao sistema
de avaliatividade explicar como ocorre esse fenômeno no discurso, ou seja, como
esse processo acontece como um todo, quem avalia, o que avalia, quem ou o que é
se é avaliado, quais foram os recursos léxicos-gramaticais utilizados para realização
das avaliações, e assim por diante.
Ainda segundo White (2004), o sistema da avaliatividade pode ser definido
como uma abordagem que explora, descreve e explica de que maneira a língua é
utilizada nos processos de avaliação. Nos subsistemas estuda-se como o falante e
escritor realizam seus julgamentos sobre pessoas e acontecimentos de um modo
geral.
Para Martin (2002 apud ALMEIDA 2008), ao expressar nossos sentimentos,
esperamos dos nossos interlocutores algum tipo de solidariedade, seja de simpatia ou
antipatia, dessa forma, nós expressamos sentimentos a fim de dividi-los e/ou para
construir relacionamentos.
Avaliatividade
Atitude
Afeto
Julgamento
ApreciaçãoGradação
Engajamento
23
A seguir descreverei o subsistema Atitude, bem como seus subsistemas,
afeto, julgamento e apreciação.
1.3.1 Atitude
Conforme mencionado anteriormente, a atitude integra o sistema de
avaliatividade juntamente com o engajamento e a gradação. A atitude é o subsistema
responsável pela expressão linguística das avaliações, sejam elas positivas ou
negativas, abrangendo três regiões semânticas: emoção, ética e estética. Ocupa
papel central no processo avaliativo, e “está preocupada com os nossos sentimentos,
incluindo reações emocionais, juízos de comportamento e avaliação das coisas”
(MARTIN e WHITE, 2005, p.35)7
.
Para Martin e Rose (2003/2007) as avaliações podem ser implícitas ou
explícitas. A atitude implícita é quando as avaliações são indiretas, ou seja, será
necessário a interpretação do ouvinte/leitor. Já a atitude explícita é realizada quando
é codificado um valor seja positivo ou negativo que pode ser intensificado para mais
ou menos.
As atitudes estão relacionadas às avaliações e podem ser mais ou menos
intensas ou mais ou menos ampliadas, segundo Martin (2000 apud Almeida 2008).
Por meio das atitudes, são revelados os tipos e os níveis em que a avaliatividade se
desenvolve e se expressa no discurso. As atitudes ou os sentidos atitudinais dividem-
se em três tipos: afeto, julgamento e apreciação.
Na visão de Martin e White (2005, p. 45) nossas atitudes ao serem expressas,
podem ser vislumbradas como sentimentos institucionalizados, embora o julgamento
refira-se ao universo das propostas sobre o comportamento e a apreciação ao
universo das proposições sobre o valor das coisas. O afeto, sobretudo torna-se centro
das atitudes que expressamos. Os recursos linguísticos utilizados para a realização
da avaliação iniciam nos primeiros estágios do desenvolvimento linguístico. Dessa
forma, o mecanismo da inter-relação entre afeto, julgamento e apreciação pode ser
melhor explicado na figura abaixo, traduzida de Martin e White (2005, p. 45):
7
Traduzido por mim, trecho original: “is concerned with our feelings, including emotional reactions,
judgements of behaviour and evaluation of things”.
24
Figura 2- Julgamento e apreciação como afeto institucionalizado.
O sistema atitudinal, Atitude, explica as escolhas expressivas do autor e dizem
respeito ao grau de envolvimento sentimental de quem enuncia em relação a algo ou
alguém.
Os três tipos de atitudes estão envolvidos com sentimento. Embora, o
julgamento e a apreciação são disposições das emoções que foram
institucionalizadas para que fosse possível participarmos das comunidades uns dos
outros.
1.3.1.1 Afeto
O primeiro tipo de posicionamento de Atitude do Sistema de Avaliatividade,
está o afeto, este que está diretamente ligado às emoções, demonstrando como estão
emocionalmente envolvidos com o objeto ou pessoa da situação em questão.
Segundo Martin (2000, p. 148 apud ALMEIDA, 2008), o afeto é um recurso
semântico para construção das emoções. Diz respeito à avaliação pautada nos
sentimentos dos falantes. Esse recurso indica como os falantes se comportam
emocionalmente, em relação às pessoas, às coisas, aos objetos e aos
acontecimentos.
O afeto pode ser realizado, como qualidade, como processo e como
comentário. Podendo ser realizado nos seguintes itens léxico-gramaticais: nos
epítetos, nos atributos, nos processos e nos adjuntos de circunstância. Os epítetos
acrescentam qualidades podendo ser do tipo experiencial ou atitudinal. Quando indica
25
uma qualidade, o epíteto faz referência à propriedade objetiva do objeto ou a uma
expressão de atitude subjetiva do falante em relação a esse objeto ou coisa.
Os epítetos podem indicar qualidade, sendo de função experiencial ou indicar
a atitude do falante, são de função interpessoal. O atributo pode ser definido como
uma qualidade atribuída ou conferida a uma entidade. Já o adjunto de circunstância
acrescenta uma característica a situação.
No quadro abaixo, podemos observar os aspectos afetivos e exemplos,
adaptados de Martin e Rose (2007, p. 64):
Quadro 2 - Realização do Afeto e exemplos
Afeto como
“qualidade”
Um garoto feliz. Epíteto
O garoto estava feliz. Atributo
O garoto brincava felizmente. Adjunto de circunstância
Afeto como
“processo”
O presente agradou o garoto. Processo (sensorial)
O garoto sorriu. Processo (comportamental)
Afeto como
“comentário”
Felizmente, ele tirou uma
longa soneca.
Adjunto de modo.
Para Martin e White, (2005, p. 46), os participantes podem ser classificados
como Emoter (termo utilizado para o participante consciente que sente a emoção), e
Trigger (termo utilizado pelo fenômeno responsável pela emoção).
Martin e Rose (2003/2007, p. 25-26), descrevem as características do afeto,
dizendo que as pessoas possuem bons (afetos positivos) ou maus sentimentos (afetos
negativos), que podem se manifestar de forma implícita ou explícita.
O afeto é classificado pelos autores Martin e White (2005, p. 49) em três
categorias, a saber: felicidade/infelicidade, segurança/insegurança e
satisfação/insatisfação, e são representadas no nível lexical por meio dos adjetivos,
verbos, advérbios e nominalizações.
a) Felicidade/infelicidade: refere-se as emoções ligadas aos “assuntos do coração”
(tristeza, raiva, felicidade e amor).
26
Martin e White (2005, p. 49), afirmam que esses sentimentos abrangem as
emoções, que envolvem formas de sentimentos felizes ou tristes e a possibilidade de
direcionar nossos sentimentos para o fenômeno de gostar ou não gostar. Conforme
exemplo traduzido por mim de Martin e White (2005, p. 49)
• O capitão se sentiu triste/feliz.
b) Segurança/insegurança: refere-se aos sentimentos que cobre as emoções
relacionadas ao bem-estar social, ou seja, ansiedade, temor, confiança. São emoções
que envolvem nossos sentimentos de paz e ansiedade em relação ao ambiente e as
pessoas que nos cercam. Conforme exemplo traduzido por mim de Martin e White
(2005, p. 49)
• O capitão se sentiu ansioso/seguro.
c) Satisfação/insatisfação: refere-se as emoções relacionadas a busca dos objetivos:
tédio, desprazer/desagrado, respeito, curiosidade. São emoções que lidam com
sentimento de alcance ou frustração que estão relacionados às atividades em que se
está engajado, incluindo papeis como participantes/espectadores da ação. Conforme
exemplo traduzido por mim de Martin e White (2005, p. 49)
• O capitão se sentiu ansioso/seguro.
1.3.1.2 Julgamento
O julgamento, categoria semântica de atitude, corresponde à avaliação das
atitudes das pessoas, relacionadas ao seu caráter e ao modo como se comportam.
Para Martin (2000 apud ALMEIDA, 2008) o julgamento pode ser entendido
como uma institucionalização do sentimento, ou seja, diz respeito às normas de
comportamento que direcionam as pessoas com relação a forma de agir ou não. Para
Martin e White (2005, p. 52), esse recurso semântico observa as qualidades do
falante/escritor, podendo ser divido em julgamentos referente à ‘estima social’ e à
‘sanção social’ (MARTIN e WHITE, 2005).
O julgamento de estima social, envolve admiração e crítica sem implicações
legais, já o de sanção social implica elogio e condenação, na maioria das vezes, com
complicações legais. Em geral esse tipo de julgamento (estima social ou sanção
social) está relacionado com a posição institucional de quem avalia. No entanto, o
27
avaliador possui respaldo, dependendo da posição que ocupa, para poder julgar as
pessoas positiva ou negativamente.
Martin e White (2005, p. 52) retomam (Eggins & Salde, 1997), e afirmam que
os julgamentos de estima social tendem a ser policiados pela cultura oral, seja por
meio de boatos, fofocas, brincadeiras e histórias diversas. Quanto ao de sanção
social, são escritos e codificados como regras, éditos, regulações, leis sobre
comportamento de acordo com o Estado e a igreja, resultando em penalidades e
punições que podem ser aplicados a quem infringe ou quebra determinado código ou
lei.
Os julgamentos de estima social classificam-se em termos de ‘normalidade’,
‘capacidade’ e ‘tenacidade’, conforme o quadro a seguir:
Quadro 3 - Julgamento de estima social
Adaptado de MARTIN e WHITE, 2005.
Os julgamentos de sanção social relacionam-se com o conjunto de regras ou
regulamentos morais ou legais definidos culturalmente, dividindo-se em: ‘veracidade’
e ‘propriedade’, conforme ilustra o quadro a seguir:
Quadro 4 - Julgamento de sanção social
28
Adaptado de MARTIN e WHITE (2005)
A atitude de julgamento, pode ser realizada por meio de advérbios, atributos
e epítetos, grupos nominais ou na forma de verbos.
1.3.1.3 Apreciação
A terceira e última categoria semântica da atitude, a apreciação é responsável
pela expressão das nossas avaliações sobre as coisas, objetos e fenômenos. Ou seja,
está voltada para o objeto da avaliação. A apreciação abrange as reações dos falantes
e as avaliações da realidade. Essa atitude é considerada como um dos maiores
recursos atitudinais disponíveis, pois, refere-se ao modo pelo qual os falantes avaliam
o texto (oral ou escrito) ou o processo (fenômeno).
Martin e White (2005) definem três tipos de apreciação, a saber: reação,
composição e valoração, conforme descrito abaixo:
a) Reação: corresponde às reações que são provocadas nas pessoas pelas coisas,
ou seja, como as coisas chamam atenção das pessoas. Divide-se ainda em: reação-
impacto e reação-qualidade.
b) Composição: corresponde às nossas percepções de proporcionalidade e detalhe
em um texto/processo. Nessa apreciação está concentrado os sentimentos que dizem
respeito à organização, à elaboração e à forma como as coisas e objetos foram
construídos ou elaborados. Semelhante à reação, também é dividida em: Equilíbrio e
complexidade.
29
c) Valoração: corresponde as nossas avaliações da significação social do
texto/processo. Essa apreciação é correspondente ao valor que é atribuído às coisas
ou objetos.
Os subtipos de apreciação, estão distribuídos no quadro abaixo, traduzido e
adaptado por mim de Martin e White (2005, p.56)
Quadro 5 - Tipos de Apreciação
Positivo Negativo
Reação: Impacto
Isso chamou minha atenção?
Interessante, cativante,
encantador...
Fascinante, excitante,
emocionante...
Maçante, tedioso,
monótono...
Árido, não convidativo...
Reação: Qualidade
Isso me agradou?
Bom, amável...
Lindo, esplêndido,
encantador...
Ruim, sujo, imundo...
Feio, grotesco, repulsivo...
Composição: proporção
Isso se mostrou
equilibrado/harmonioso?
Equilibrado, harmonioso,
uniforme, simétrico,
proporcional...
Desequilibrado,
discordante, irregular,
falho...
Composição: complexidade
Foi difícil de compreender?
Simples, puro, elegante...
Claro, preciso, detalhado...
Excessivamente
enfeitado, extravagante
Valoração:
Isso valeu a pena?
Penetrante, profundo...
Inovador, original, criativo...
Superficial, redutivo,
insignificante,
convencional, prosaico...
30
CAPÍTULO II – METODOLOGIA
Neste capítulo apresentarei os procedimentos metodológicos, para realização
da pesquisa, bem como a coleta, análise e o curso da análise dos dados.
Está pesquisa classifica-se nas áreas da Linguística Aplicada e da Linguística
Sistêmico-Funcional. Seu caráter exploratório propõe a investigação de como e para
que os significados foram produzidos em um determinado contexto. Para tanto, tomei
como base análises léxico-gramaticais, uma vez que a pesquisa tinha como propósito
destacar os elementos linguístico que caracterizavam a atitude dos professores no
contexto investigado.
Este estudo, conforme explicado na introdução, tem como objetivo geral
analisar as interações nos fóruns virtuais de discussão das disciplinas de
Compreensão e Produção de Texto e Fonética e Fonologia, do Curso de Licenciatura
em Letras – Habilitação em Língua Portuguesa – modalidade a distância, da
Universidade Federal do Pará, dos polos de Tucumã e Dom Eliseu, com o propósito
de identificar, na linguagem dos professores utilizadas durante as interações nos
fóruns, elementos linguísticos de atitude, a fim de constatar ou não o aumento
quantitativo e qualitativo das interações, por meio de comparativo entre os fóruns
supracitados.
2.1 O Corpus
2.1.1 O Contexto
Os dados desta pesquisa foram coletados nos fóruns virtuais de discussão da
disciplina de Compreensão e Produção de Textos (CPT) da turma de 2011 do polo de
Tucumã e Fonética e Fonologia (FF), ministradas aos alunos das turmas de 2011,
polo de Dom Eliseu. Essas disciplinas integram a grade curricular do Curso de
Licenciatura em Letras – Habilitação em Língua Portuguesa – modalidade a distância
(CLLD), ofertado pela Universidade Federal do Pará (UFPA).
As disciplinas selecionadas para a pesquisa, foram escolhidas com base em
observações nas discussões e interações, selecionei uma das disciplinas que houve
maior número de participação por fórum e outra com número de participação menos
31
significativo, afim de constatar por meio de comparativo entre ambas disciplina o
objetivo desta pesquisa.
As disciplinas CPT e FF, fazem parte do eixo Reflexão sobre a Linguagem,
do projeto Pedagógico do Curso, e entre outras competências e habilidades, que
objetivam desenvolver estão: “Identificar, analisar e explicar os processos envolvidos
na organização do texto oral e escrito”, “Analisar, descrever e explicar diacrônica e
sincronicamente a estrutura e o funcionamento de uma língua, em particular da Língua
Portuguesa”, “Descrever e justificar as características fonológicas, morfológicas,
lexicais, sintáticas, semânticas e pragmáticas de variedades da língua portuguesa em
diferentes contextos”, etc. . (CUNHA; LOBATO, 2012, p. 28).
As disciplinas escolhidas fazem parte da estrutura curricular do Curso de
Licenciatura em Letras – Habilitação em Língua Portuguesa – modalidade a distância,
doravante (CLLD), ofertado pela Universidade Federal do Pará (UFPA).
O curso de Licenciatura em Letras é ofertado pela UFPA desde maio de 2008
e segundo consta em seu Projeto Político Pedagógico, tem por finalidade a análise,
reflexão e descrição dos fatos linguísticos e literários, conduzidas numa perspectiva
formativa, de modo que desenvolva no aluno uma atitude investigativa diante da
língua e da literatura (CUNHA; LOBATO, 2005, p. 16). E como objetivo geral, conforme
consta em seu projeto, é “formar profissionais interculturalmente competentes,
capazes de lidar, de forma crítica, com as linguagens, especialmente a verbal, nos
contextos oral e escrito”. (CUNHA; LOBATO, 2005, p. 16).
O CLLD, foi projetado para ser desenvolvido com atividades semipresenciais,
com apoio de material didático impresso, com encontros semanais, que ocorrem nos
polos de apoio presencial aos sábados, mediadas pelos professores ou tutores
presenciais. A equipe profissional do CLLD é composta por um coordenador geral, um
coordenador de disciplina, tutores presenciais (dois em cada polo) e tutores virtuais
(um para cada polo).
Aos sábados são realizadas as tutorias presenciais em cada polo, com
objetivos de discutir as atividades curriculares e a realização de avaliações. Além do
apoio dos tutores presenciais, os tutores à distância, também auxiliam por meio dos
fóruns virtuais de discussão, por e-mail ou telefone.
Os fóruns virtuais de discussão do CLLD desenvolvem-se na Plataforma
Moodle, sistema de gestão de ensino-aprendizagem em ambiente virtual, que permite
a criação, armazenamento e administração de cursos ofertados a distância por meio
32
da internet. Esse sistema disponibiliza diversas ferramentas que permitem interação
síncrona e assíncrona, simulando uma sala de aula presencial, permitindo ações
educacionais potencialmente interativas: “É um aplicativo desenvolvido para ajudar os
educadores a criar cursos on-line ou suporte on-line a cursos presenciais, de alta
qualidade e com muitos tipos de recursos disponíveis” (SABBATINI, 2007, p. 1).
Segundo Sánchez (2005, apud LOBATO, 2012), os fóruns virtuais podem ser
definidos como um espaço de comunicação formado por quadros de diálogo nos quais
as mensagens podem ser inclusas e classificadas tematicamente. Nestes espaços,
especificamente os fóruns educativos, ao qual o autor se refere, os usuários, podem
realizar novas contribuições, esclarecer outras, refutar as dos demais participantes,
etc. de modo assíncrono, possibilitando ainda que essas mensagens permaneçam
disponíveis à todo tempo para os demais participantes.
Os fóruns de discussão podem e devem ser mais agradáveis. De acordo com
Sartori e Roesler (2005 apud LOBATO, 2012), os fóruns podem trazer excelentes
resultados para o desenvolvimento da disciplina, desde que o mediador coordene a
discussão a fim de mantê-la ativa e intervenha de forma criativa para que o grupo se
sinta estimulado a continuar o debate. Os autores ressaltam ainda que a inadequada
utilização dos fóruns pode causar alguns problemas, como o afastamento do assunto
em discussão, a intervenção exagerada em termos numéricos e de extensão das
mensagens, o envio de mensagens de caráter ou de natureza diversa ao objetivo do
fórum. Além do mais representam um espaço que quando bem utilizado, isto é,
quando bem mediado contribuem significativamente com o desenvolvimento da
aprendizagem dos cursistas e também dos professores, visto que podem configurar
um espaço de construção colaborativa do conhecimento.
Os fóruns são abertos no decorrer das disciplinas, são espaços destinados a
discussão e reflexão de conteúdos e temas sobre o capítulo ou assunto que está
sendo abordado. O fórum pode ser classificado como um recurso de extrema
importância para a interação constante seja entre professores-alunos, tutores-alunos
e alunos-alunos. Nesse espaço a interação é assíncrona e as mensagens ficam
armazenadas no decorrer do curso da disciplina.
Em geral a configuração básica dos fóruns é a seguinte: o professor abre as
discussões com uma mensagem, com objetivo de incentivar as interações. O fórum
encerra-se um uma data estipulada pelo professor, que, normalmente, posta uma
mensagem comunicando o encerramento das discussões.
33
A quantidade de fóruns abertos e os temas principais para discussão, ficam a
cargo do professor de cada disciplina.
2.1.2 Os participantes
Os participantes deste estudo serão os alunos graduandos, os professores
coordenadores das disciplinas e os professores tutores a distância das duas
disciplinas supracitadas, do curso de Letras. Neste estudo, a professora coordenadora
da disciplina CPT será chamada de P1 e o tutor de T1. Já a professora da disciplina
de FF será chamada de P2 e o tutor de T2.
2.1.3 Os dados
A escolha dos dados foi motivada pela observação da variação do número de
mensagens durante as interações realizadas nos fóruns das disciplinas de CPT e FF.
Assim sendo, observei que no decorrer da disciplina de CPT, o número de
participações do professor-coordenador da disciplina, tutor a distância e alunos foram
mais elevados, já para a disciplina de FF, foi inferior. Mediante essas observações
surgiram os questionamentos sobre os fatores que influenciaram ou contribuíram para
tal diferença, objetivo esse que este estudo pretende elucidar.
Durante o desenvolvimento da disciplina CPT, foram abertos 6 fóruns: quatro
para discussão do conteúdo das atividades do material didático impresso, um
destinado a divulgar notícias e um destinado a comentários sobre as avaliações
realizadas no decorrer do curso.
Já na disciplina FF, foram abertos 11 fóruns, dos quais oito para discussão do
conteúdo das Atividades do livro didático, um para divulgação das notícias, um
destinado a apresentação do professor coordenador da disciplina e alunos e tutor, e
um último para tirar dúvidas, caso ainda houvesse, dos alunos sobre o conteúdo
ministrado no decorrer da disciplina.
Na próxima seção, descreverei os procedimentos de coletas e análises dos
dados.
34
2.2 Procedimento de coletas e organização dos dados
2.2.1 A coleta dos dados
Os dados foram coletados das mensagens postadas nos fóruns virtuais das
disciplinas supracitadas. Tais fóruns, são como salas de interação da plataforma
Moodle e as mensagens ali postadas ficam registradas e podem ser consultadas a
qualquer momento pelos participantes e pelos administradores do curso. A abertura
dos fóruns é feita pelos professores coordenadores das disciplinas ou pelos tutores.
A coleta dos dados foi realizada nas mensagens dos fóruns de cada disciplina,
as quais foram copiadas e arquivadas em documentos de texto, em computador
pessoal, facilitando o acesso a qualquer momento.
O quadro abaixo ilustra o quantitativo de mensagens dos professores
(professor-coordenador e tutores) e dos alunos, em cada fórum da disciplina CPT.
Quadro 6 - Resumo das mensagens dos fóruns da disciplina CPT
Disciplina CPT
Fórum
Mensagens
Docentes Discentes Tutores Total
Unidade 1 31 44 03 78
Unidade 2 18 29 03 50
Unidade 3 12 33 04 49
Unidade 4 12 27 04 43
Avaliação 03 02 - 05
Totais 76 135 14 225
O quantitativo de mensagens durante o desenvolvimento da disciplina FF está
descrito no quadro 7 a seguir.
35
Quadro 7 - Resumo das mensagens dos fóruns da disciplina FF
Disciplina FF
Fórum
Mensagens
Docentes Discentes Tutores Total
Apresentação 03 11 - 14
Fórum 1 06 18 07 31
Fórum 2 01 14 04 19
Fórum 3 03 19 06 28
Fórum 4 06 13 05 24
As vogais da língua portuguesa 03 09 - 12
As consoantes do português 06 09 - 15
A importância da sílaba 02 04 - 06
Tira-dúvidas 01 - - 01
Atividades 14 e 15 01 01 - 02
Totais 32 98 22 152
Na próxima subseção, descreverei o processo de organização dos dados.
2.2.2 A organização dos dados
Após a coleta dos dados, os mesmos foram organizados da seguinte maneira:
i. Criação de pastas para cada disciplina, CPT e FF;
ii. Arquivamento das páginas dos fóruns de cada disciplina em documentos de textos,
divididos por fórum.
Tal organização foi de relevante importância para as análises, pois possibilitou
a análise dos dados, separadamente, seja por fórum, por disciplina, ou por
participante.
Na próxima subseção, descreverei os procedimentos de análises.
2.3 Procedimento de análise dos dados
2.3.1 Etapas de análise dos dados
A análise dos dados foi feita nas seguintes etapas:
36
i. Análise dos elementos léxico-gramaticas avaliativos;
ii. Classificação e resumo dos itens avaliativos;
iii. Interpretação dos itens avaliativos;
Para realizar a análise dos elementos léxico-gramaticais avaliativos, procurei
identificar nas leituras das mensagens quais elementos indicavam atitudes de afeto,
julgamento e apreciação, que após a análise, permaneceram arquivados em
documentos de texto. Depois da identificação desses elementos, separei o número de
ocorrência de cada elemento avaliativo por tipo de atitude (afeto, julgamento e
apreciação), juntamente com suas subcategorias.
Ainda nessa etapa, após a separação por tipos de atitudes, foi realizada a
subdivisão dos elementos léxico-gramaticais utilizados na realização linguística das
avaliações, conforme proposto por Martin (2000, p.149).
Após a conclusão dessa etapa, apresento e interpreto as avaliações
encontradas nos fóruns escolhidos, para em seguida interpretar e discutir os
resultados obtidos.
Na próxima subseção, apresentarei os dados que compõem o corpus deste
estudo.
2.3.2 Critérios para apresentação dos dados
Para apresentação dos dados, foram adotados os seguintes critérios:
utilização de abreviações para indicar os participantes, P1 e P2 para os professores-
coordenadores, T1 e T2 para os tutores.
As avaliações encontradas serão apresentadas como exemplos e em
algumas delas, usei o símbolo (...), para indicar que as mensagens dos fóruns
coletadas não foram copiadas na íntegra, visto que interessa somente os trechos em
que os tipos de atitude foram evidenciados.
Ao lado dos elementos que realizam atitude, usei colchetes [ ], com a
indicação do tipo de avaliação. Os exemplos são recuados e serão numerados com
letra tamanho 11. O negrito servirá para destacar os itens avaliativos abalizados.
Para indicar o avaliador ou objeto da avaliação destaco nos exemplos a cor
da fonte azul juntamente com o sublinhado.
37
Para apresentação do tipo e subtipo de atitudes, serão usados símbolos (+ e
-) e o nome do tipo de atitude, adaptadas ao português, do inglês, das que são
utilizadas por Martin & White (2005, p.71), conforme quadro 8 abaixo:
Quadro 8 - Apresentação dos tipos de atitude
Tipos de Atitude Apresentação
Atitude positiva +
Atitude negativa -
Afeto: felicidade Felicidade
Afeto: infelicidade Felicidade-
Afeto: segurança Segurança
Afeto: insegurança Segurança-
Afeto: satisfação Satisfação
Afeto: insatisfação Satisfação-
Julgamento: normalidade Julg.: normalidade
Julgamento: capacidade Julg.: capacidade
Julgamento: tenacidade Julg.: tenacidade
Julgamento: veracidade Julg.: veracidade
Apreciação: reação Aprec.: reação
Reação impacto Aprec.: Reação-impacto
Reação qualidade Aprec.: Reação-qualidade
Apreciação: composição Aprec.: Composição
Composição equilíbrio Aprec.: Comp-equilíbrio
Composição complexidade Aprec.: Comp-complexidade
Apreciação: valoração Aprec.: Valoração
38
CAPÍTULO III – APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS
Neste capítulo serão apresentados os resultados das análises do subsistema
de atitude identificados nas mensagens dos professores dos fóruns virtuais das
disciplinas pesquisadas, destacando os elementos léxico-gramaticais que foram
usados para realização de atitude.
Primeiramente apresento resumidamente dados gerais das avaliações
encontradas por categorias atitudinais, com valores totais e percentuais
correspondentes, em seguida as categorias atitudinais com as polaridades
encontradas, (se positivas ou negativas). Finalizo com a apresentação das categorias
atitudinais, levando em consideração a organização conforme a ordem que os
autores, Martin e White (2005), utilizam para apresentar a análise de atitude. Assim
sendo, serão apresentados na seguinte ordem: primeiramente o afeto e seus
respectivos subtipos, depois os de julgamento e finalizando com os de apreciação.
Retomo os tipos e subtipos da atitude (Martin, 2000 apud Sartin, 2008),
conforme a figura abaixo:
Figura 3 - Subsistema de atitude
39
Neste estudo, fez-se uso do subsistema de atitude, que serão apresentadas
primeiramente os valores numéricos dos itens avaliativos totais, em seguida por
subtipo de atitude.
3.1 Apresentação dos dados
Nesta seção apresento em valores numéricos os itens avaliativos que foram
encontrados nos fóruns das disciplinas pesquisadas. Para a disciplina de CPT foram
contabilizadas 49 avaliações atitudinais e para a disciplina de FF foram registradas 26
avaliações atitudinais.
Após contabilizadas as avaliações, apresento os dados em valores
percentuais, no qual é relevante destacar quantas dessas avaliações correspondem
a cada categoria atitudinal. Dessa forma, obtive os seguintes valores:
Quadro 9 - Ocorrências avaliativas por categoria atitudinal
Disciplina
Categoria
CPT FF
Afeto 7 14,3% 0 0%
Julgamento 11 22,4% 8 30,8%
Apreciação 31 63,3% 18 69,2%
Total 49 100% 26 100%
Os dados do quadro acima permitem constatar que em ambas as disciplinas
a categoria atitudinal de apreciação foi o modo preferencial para a avaliação dos
alunos pelos professores, sendo que em FF essa opção teve maior proporção com
69,2% dos casos contra 63,3% em CPT. Um fator relevante que cabe ressaltar, é que
não foram encontradas avaliações na categoria afeto nas mensagens dos fóruns da
disciplina de FF.
Conforme descrito no capítulo de fundamentação teórica, os sentimentos
culturalmente são considerados positivos ou negativos. Os sentimentos positivos, são
os agradáveis de se experienciar. Já os negativos, são desagradáveis de se
experenciar. As avaliações podem ser positivas ou negativas, conforme apresentado
40
no quadro abaixo, as categorias atitudinais e a polaridade nas avaliações
encontradas:
Quadro 10 - Tipo de polaridade por categorias atitudinais
Disciplina
Categoria
Disciplina CPT Disciplina FF
Tipo de Polaridade + - + -
Afeto 71,4% 28,6% 0% 0%
Julgamento 72,7% 21,4% 75% 25%
Apreciação 83,9% 16,1% 88,9% 11,1%
Os dados do quadro 10 permitem constatar que nas duas disciplinas, as
avaliações positivas foram majoritárias. Em CPT, as avaliações na categoria afeto,
foram em sua maioria positiva, representando 71,4% e as negativas com 28,6%,
enquanto na FF não foram identificadas avaliações nessa categoria. Com relação a
categoria de julgamento, os itens avaliativos nas duas disciplinas assemelharam-se
numericamente, no entanto, na disciplina FF, o índice de avaliações negativas foi mais
significativo (25%) do que na disciplina CPT (21,4%). Já em relação à categoria de
apreciação, o índice de avaliações positivas foi maior na disciplina FF (88,9%), contra
82,1% na disciplina CPT. Esses resultados demonstram que em ambas as disciplinas
as avaliações de julgamento e apreciação se aproximaram. A categoria de apreciação
foi a categoria com maior percentual de avaliações positivas nas duas disciplinas, o
que demonstra a categoria preterida pelos docentes para realizar avaliações.
Após quantificada a polaridade, as análises se concentraram em cada
categoria atitudinal, apresentadas a seguir.
3.1.1 Avaliações de Afeto
O afeto foi a categoria menos utilizada pelos docentes nas mensagens dos
fóruns da disciplina CPT e não foi encontrada nenhuma avaliação de afeto na
disciplina FF. Embora os fóruns analisados caracterizem-se pela linguagem
acadêmica, foram encontradas avaliações afetivas de polaridade positiva, como
felicidade e satisfação, e negativas, como de infelicidade.
41
Retomando o que foi dito na Fundamentação Teórica deste trabalho, para
Martin e White (2005, p. 59), o afeto pode ser expressado por dois tipos de
participantes, a saber: o emoter (entidade que sente conscientemente determinadas
emoções), e o participante que atua como avaliador adicional, isto é, aquele que diz
o que outra pessoa sente. Nas avaliações da categoria afeto, foram registradas 7
avaliações, das quais 4 os professores foram participantes da emoção e em 3
avaliações, o professor como avaliador adicional.
Exemplos de professores participantes da emoção
Exemplo (01)
P1: O texto, é realmente, um assunto muito interessante. [Aprec.: reação-qualidade]
(...). Eu também gosto [felicidade+] muito... [Fonte: fóruns CPT]
Em 01, P1, usa o atributo “gosto”, para demonstrar seu sentimento de
felicidade com relação ao assunto abordado na mensagem envidada anteriormente
por um aluno, (O texto) P1, responde demonstrando seus sentimentos de felicidade
em resposta solidária ao seu interlocutor, nesse caso o aluno. De acordo com Martin
2002 apud Almeida, 2008), a atitude é utilizada pelo falante/escritor no intuito de
receber de seu interlocutor uma resposta de solidariedade.
Exemplos de professores avaliadores adicionais
Exemplo (02)
T1: (...) Experimente um dia ler “Paca, tatu, cotia, não” de Juraci Siqueira, para os
alunos do 5º ano... Os olhinhos deles brilham! [satisfação+] ... [Fonte: fóruns CPT]
Em 02, T1, utiliza o atributo “brilham”, para dizer como os alunos se sentem,
ou seja, T1, atua como avaliador adicional, expressando sentimento de satisfação,
que os alunos demonstram ao ouvir tais histórias contadas por T1.
Conforme explicado no referencial teórico desse estudo, para Martin e Rose
(2007) o afeto pode ser realizado como qualidade (epítetos, atributos, adjunto de
circunstância), processos (verbos) e comentários (adjuntos modais). Exemplos,
constam na fundamentação teórica, capítulo 2.
42
Nesse estudo, o afeto foi encontrado realizado como qualidade, processo e
comentário, conforme o quadro a seguir em que demonstro as avaliações obtidas são
apresentadas de acordo com o elemento léxico-gramatical.
Quadro 11 - Resumo por elemento léxico-gramatical e subtipo de afeto
Elementos léxicos-
gramaticais
Subtipo de Afeto
P1 T1 P2 T2
Qualidade 01 01 - -
Processos 02 01 - -
Comentários 02 0 - -
Total 05 02 - -
Exemplos de afeto como qualidade:
Exemplo (03)
T1: [...] Se eu puder contribuir, Fico muito feliz. [felicidade+]. [Fonte: fóruns CPT]
Exemplo (04)
P1: [...] Fico feliz [felicidade+] em saber que você está gostando. [felicidade+].
[Fonte: fóruns CPT]
Nos exemplos apresentados acima, o afeto positivo é realizado pelos
atributos: “feliz” e “gostando”. Em 3, T1 descreve seu sentimento de felicidade, em
poder contribuir com o aprendizado dos alunos, já em 4, P1 demonstra sentimento de
felicidade ao saber que os alunos estão gostando do assunto abordado pela disciplina.
Exemplos de afeto como processo:
Exemplo (05)
P1: [...] Bom saber que você está gostando. [felicidade+]. [Fonte: fóruns CPT]
43
No exemplo 05, o afeto positivo também é expressado pelo atributo
“gostando”, P1 demonstra seu sentimento ao saber que o aluno está gostando da
dinâmica dos fóruns e do assunto abordado.
Exemplos de afeto como comentário:
Exemplo (06)
P1: [...] Quanto a isso, infelizmente [felicidade-] temos a dizer que é grande a
ocorrência de provas cujas repostas parecem ter sido escrita às pressas. [Fonte:
fóruns CPT]
No exemplo 6, P1, expressa sentimento negativo, com relação ao resultado
obtido nas respostas das avaliações da disciplina, realiza pelos alunos.
Conforme observado nos exemplos, P1 e T1, demonstraram seus
sentimentos de felicidade e satisfação em respostas solidária aos seus interlocutores,
nesse caso os alunos.
Nas ocorrências do subtipo afeto encontradas, todas foram em respostas aos
sentimentos expressos pelos alunos, demonstrando solidariedade aos seus
interlocutores. P1 demonstrou sentimentos de felicidade com polaridades positivas e
negativas, demonstrando o quão ficava feliz em saber que os alunos também
demonstravam sentimentos positivos em relação ao conteúdo discutido no fórum e os
negativos com relação ao desempenho dos alunos nas avaliações das disciplinas. Já
T1 demonstrou sentimentos de felicidade e satisfação, deixando claro que se sente
feliz em ajudar os alunos com suas dúvidas e questionamentos que por ventura
ocorressem. E satisfeita com o resultado do seu trabalho ao ver os alunos encantados
com suas técnicas e didáticas.
Com relação ao subtipo de afeto, foram identificados, felicidade, infelicidade
e satisfação, conforme o quadro abaixo, de acordo com a polaridade:
44
Quadro 12 - Ocorrências por subtipos de afeto
Participantes Nº de ocorrência Subtipo de afeto
P1 05
Felicidade+
Felicidade-
T1 02
Felicidade+
Satisfação+
P2 - -
T2 - -
No quadro 12, demonstra-se o número de ocorrência e o subtipo de afeto
encontrado nas avaliações dos professores, nas quais os sentimentos de felicidade
foram mais frequentes. Em se tratando da polaridade, os sentimentos foram mais
positivos. Observamos que os participantes priorizaram os sentimentos de felicidade,
comum aos dois professores, esses sentimentos demonstram o quão feliz ou infeliz o
participante está, ou seja, são expressos os sentimentos ligados à “questão do
coração” (MARTIN E WHITE, 2005).
O quantitativo de avaliações da subcategoria de afeto já era esperado em
menor número que as demais, uma vez que se tratam de fóruns educacionais com
caráter acadêmico. No entanto, ainda assim, foram identificadas avaliações com
emoções relacionadas aos sentimentos do coração – felicidade e infelicidade,
conforme os exemplos 1, 3, 4 e 5. Já o sentimento de satisfação encontra-se no
exemplo 2.
3.1.2 Avaliações de julgamento
Em continuidade com as análises, nesta seção descrevo e discuto os
exemplos referentes ao segundo subtipo de atitude, o julgamento. Segundo Martin e
Rose (2003/2007, p. 62) o julgamento pode ser entendido como uma
“institucionalização dos sentimentos”, ou seja, normas de comportamentos que devem
ou não ser seguida pelas pessoas de acordo com as normas sociais e legais. Analiso
nesta seção as avaliações dos professores com relação ao caráter e ao
comportamento das pessoas (alunos, professores, tutores e outros participantes).
45
Para as análises de julgamento, utilizei as categorias transcritas a seguir:
Figura 4 Subtipos de julgamento
O julgamento foi a segunda categoria atitudinal mais utilizada pelos
professores, em sua maior parte na modalidade positiva. No quadro a seguir estão as
ocorrências por participantes e subtipos de julgamento encontrados:
Quadro 13 - Ocorrências por subtipo de julgamento
Participantes Nº de ocorrência Subtipo de julgamento
P1 10
Capacidade+
Capacidade-
Tenacidade+
T1 01 Tenacidade+
P2 06
Capacidade+
Capacidade-
T2 02 Capacidade+
As atitudes de julgamento encontradas referem-se ao julgamento da
capacidade de compreensão dos alunos sobre os assuntos abordados. Nas
avaliações encontradas em apenas uma ocorrência o professor realizou julgamento
sobre outros participantes, nas demais foram julgamentos sobre os alunos e auto-
julgamentos. A seguir, apresento exemplos de auto-julgamentos dos professores,
julgamentos dos professores sobre os alunos, e julgamento dos professores sobre
outros participantes do convívio pessoal ou profissional dos professores.
Julgamento
Estima Social
Normalidade
Capacidade
Tenacidade
Sanção Social
Propriedade
Veracidade
46
Exemplos de auto-julgamentos:
Exemplo (07)
P1: [...] Concordo com o ditado, [...], mas confesso que não compreendi [Julg.:
capacidade-] o seu propósito comunicativo ao utilizá-lo. [Fonte: fóruns CPT]
No exemplo 07, P1 expressa sua avaliação, realizando um auto-julgamento
por meio do atributo “não compreendi”, enquadrado pelo subtipo capacidade. Subtipo
esse, que julga o quão o indivíduo é competente, capaz. Desta forma, P1, realiza um
auto-julgamento, acerca sua competência e julga-se incapaz de compreender o
propósito comunicativo do aluno sobre o emprego do ditado popular.
Exemplo (08)
P2: [...] Se você apenas repete o que está nos materiais lidos, sem nenhuma
interpretação sua, eu não posso avaliar bem a sua compreensão [Julg.:
capacidade] do assunto. [Fonte: fóruns FF].
Em 08, é possível identificar que P2, é ao agente elocutor, representado pelo
pronome “eu”, que expressa avaliações sobre a compreensão do aluno. Da mesma
forma que P1 no exemplo 07, P2, também se julga incapaz de avaliar a compreensão
do aluno acerca do assunto abordado.
Exemplos de julgamentos sobre alunos:
Os exemplos a seguir trazem avaliações de julgamentos dos professores com
relação aos alunos e estão enquadrados no tipo estima social, são avaliações sobre
o comportamento das pessoas, sem implicação legal, envolvendo admiração ou
crítica. Nesses exemplos, são utilizados atributos para realizar seus julgamentos,
acerca das repostas a questionamentos ou contribuições dos discentes postadas nos
fóruns. O atributo “muito bem” foi o mais usado para julgar a capacidade de
compreensão dos alunos acerca do conteúdo da disciplina.
Exemplo (09)
47
P1: Muito bem [Julg.: capacidade+], [...]. Vocês estão indo muito bem [Julg.:
capacidade+], parecem estar alcançando uma boa compreensão [Julg.:
capacidade+] do conteúdo de nosso material. [Fonte: fóruns CPT]
No exemplo 09, P1, faz uso do atributo “Muito bem” e repete seu julgamento
com “estão indo muito bem” com intuito de enfatizar aos alunos mencionados na
mensagem (nome foram suprimidos), que estão no caminho certo para atingir a boa
compreensão da disciplina.
Exemplo (10)
P1: [...] as contribuições postadas por vocês nas últimas 24 horas demonstram que
a nossa disciplina, [...], está fazendo com que vocês percebam [Julg.:
capacidade+] o papel que tem o professor, hoje, na formação de leitores e produtores
de textos. [Fonte: fóruns CPT]
Exemplo (11)
P1: [...] vejo que vocês estão interessados [Julg.: capacidade+] no campo de estudo
da LT (linguística textual). [Fonte: fóruns CPT]
No exemplo 10, P1, novamente menciona a boa compreensão dos alunos
estão alcançando, baseada nas mensagens postadas anteriormente e em 11, avalia
o interesse dos alunos no campo de estudo da linguística textual, como interessados
no assunto abordado pela disciplina. Percebe-se que P1, prioriza as avaliações,
positivas, procurando evidenciar a compreensão dos alunos em suas mensagens.
Exemplo (12)
P2: Muito bem [Julg.: capacidade+], [...]. Ótimo raciocínio. [Fonte: fóruns FF]
Exemplo (13)
T2: Muito bem [Julg.: capacidade+] [...]. [Fonte: fóruns FF]
No exemplo 12, P2, julga a capacidade do aluno por meio do atributo “muito
bem”, finalizando com “ótimo raciocínio”, que enfatiza o quão relevante fora a
postagem do aluno. Já no exemplo 13, T2, utiliza somente o atributo “muito bem”,
48
enfatizando a relevância da postagem realizada pelo aluno, mencionada após a
avaliação.
Exemplos de julgamento sobre outros participantes:
Exemplo (14)
P1: Paulo Freire sempre estava certo [Julg.: capacidade+], [...]. Ele sabia o que
dizia. [Fonte: fóruns FF]
No exemplo 14, P1, realiza o julgamento do subtipo capacidade por meio do
atributo “sempre estava certo”, para evidenciar seu julgamento de capacidade,
complementando com “Ele sabia o que dizia”, em reposta a uma citação realizada por
um aluno.
Nas avaliações de julgamento, podemos observar que P1 expressa
julgamentos positivos sobre a capacidade dos alunos, conforme os exemplos 9, 10 e
11. P1, prioriza o julgamento positivo sobre os alunos e sobre a capacidade de outros
participantes, conforme o exemplo 14. Já P2 e T2, julgam a capacidade dos alunos
por meio de atributos, conforme os exemplos 12 e 13.
3.1.3 Avaliações de apreciação
Nesta subseção, apresento as análises referente ao último tipo de atitude, a
apreciação; são apresentadas as avaliações referente aos objetos, artefatos,
processos e estados das coisas, positivas ou negativas. Trata-se da avaliação da
estética da composição, estrutura e forma, da apresentação e do conteúdo desses
objetos. Essa categoria foi a mais utilizada no corpus desse estudo. Conforme
apresentado no quadro 9.
A apreciação é organizada do seguinte modo: reação, composição e
valoração. Reação subdivide-se em reação impacto e de qualidade, diz respeito à
reação que as coisas provocam nos falantes/escritores. A apreciação do tipo
composição de equilíbrio e complexidade, diz respeito à elaboração dos objetos, e,
por fim, a valoração contempla o valor que é dado às coisas e objetos.
No corpus deste estudo as apreciações foram em sua maior parte acerca das
mensagens dos alunos em respostas a questionamentos, inclusão de exemplos,
dúvidas, etc. postadas nos fóruns. A seguir, apresento as avaliações feitas pelos
49
participantes em suas mensagens nos fóruns, o número de ocorrências e os subtipos
de apreciação.
Quadro 14 - Ocorrências por subtipo de apreciação
Participantes Nº de ocorrência Subtipo de apreciação
P1 27
Reação-Qualidade+
Reação-Qualidade-
Reação-Impacto+
Composição-Complexidade+
Composição-Equilíbrio+
Composição-Equilíbrio-
Composição-Proporção-
T1 04
Composição-Equilíbrio+
Reação-Qualidade+
P2 09
Composição-Equilíbrio+
Reação-Impacto-
Reação-Qualidade+
Reação-Qualidade-
T2 09
Reação-Impacto+
Composição-Equilíbrio+
No quadro 14, são listados os subtipos de apreciação que foram usadas pelos
professores e tutores, observamos que o subtipo composição-equilíbrio+, foi utilizada
por todos os participantes e que P1 foi o participante que fez o maior número (27) de
avaliações, como ilustrado e comentado nos exemplos seguintes.
Exemplo (15)
P1: [...] Um outro exemplo interessante [Aprec.: Reação-qualidade+] é o da piada,
que é um texto nem sempre compreendido. [...]. [Fonte: fóruns CPT]
Exemplo (16)
P1: [...] O texto é, realmente, um assunto muito interessante [Aprec.: Reação-
qualidade+] [...]. [Fonte: fóruns CPT]
50
Nos exemplos 15 e 16, P1 faz uso do atributo “interessante” para avaliar o
gênero “piada” em 15 e o “texto” em 16, ambos exemplos, são do subtipo reação-
qualidade+ e referem-se ao impacto emocional que o objeto provoca no avaliador,
desta forma, a reação de P1 aos exemplos postados pelos alunos, demonstra que
achou interessante avaliando positivamente as contribuições postadas nos fóruns.
Exemplo (17)
P1: Bem oportuno [Aprec.: composição+] o seu exemplo [...] [Fonte: fóruns CPT]
Exemplo (18)
P1: Sábias palavras [Aprec.: Reação-impacto+] as suas, [...] [Fonte: fóruns CPT]
Nos exemplos 17 e 18, P1 avalia as participações dos alunos, por meio dos
atributos “bem oportuno” e “sábias palavras”. Observa-se que P1 em suas avaliações,
prefere apreciar as contribuições dos alunos de forma positiva.
Exemplo (19)
P1: [...] gostei [Aprec.: composição+] de suas colocações sobre os gêneros textuais,
mas não do uso da palavra “apostila” [Aprec.: composição-]. Nosso livro não
pertence ao gênero apostila! [...] [Fonte: fóruns CPT]
No exemplo 19, P1, realiza duas avaliações, uma por meio do atributo “gostei”
apreciando de forma positiva as colocações sobre os gêneros, enviada pelo aluno. E
outra negativa, onde comenta não ter gostado da comparação do material didático
usado pelos alunos com apostila. Uma vez que o material impresso recebido pelos
alunos, não comtempla as mesmas características que o gênero apostila.
Nos exemplos seguintes, as avaliações de P2, podem ser observadas:
Exemplo (20)
P2: [...] Está muito boa [Aprec.: composição+] sua comparação. [Fonte: fóruns FF]
Exemplo (21)
P2: É isso mesmo, [Aprec.: composição+] [...]. Falar é tão simples para nós porque
é uma atividade que fazemos automaticamente [...] [Fonte: fóruns FF]
51
No exemplo 20, P2, avalia a comparação realizada por um aluno, por meio do
atributo “boa”, avaliando de forma positiva sua colaboração ao fórum. Já em 21, avalia
por meio do atributo “isso mesmo” concordando com as mensagens enviadas pelos
alunos.
Exemplo (22)
P2: [...] A resposta ao questionamento veio no seu último parágrafo apenas, o
preâmbulo foi bastante longo. [Aprec.: composição-] Preâmbulos muito longos
[Aprec.: composição-] cansam o interlocutor e pode atrapalhar o diálogo. [...]
No exemplo 22, P2 avalia o texto enviado no fórum de forma negativa, por
meio de apreciação do subtipo composição, faz uso do atributo “longo” intensificado
por “bastante”, ao referir-se ao preâmbulo que o aluno escreveu, considerando seu
texto muito longo e cansativo podendo este fator cansar e atrapalhar o diálogo.
Observo que nas avaliações de apreciação encontradas, boa parte das
apreciações foram sobre a colaboração dos alunos ao fórum, ou seja, avaliações
sobre o conteúdo das mensagens dos alunos, essas em sua maior parte em respostas
a questionamentos postados em mensagens anteriores pelos docentes. Quanto a
polaridade das avaliações, a maior parte foram positivas.
Concluindo apresentação dos dados, faço algumas considerações. Realizado
o mapeamento atitudinal dos docentes, identificados por seus respectivos tipos e
subtipos, conforme demonstra no quadro 9, a apreciação foi a categoria mais utilizada
em ambas as disciplinas, correspondendo a 69,2% das avaliações e em FF e 63,3%
em CPT. O subtipo julgamento também obteve números representativos, 30,8% para
as avaliações de FF e 22,4% para CPT.
Conforme observado no quadro 6 e 7, o número de mensagens totais por
disciplina, foi maior para disciplina de CPT, com total de 225 mensagens para 152 de
FF, apesar da disciplina de FF possuir maior número de fóruns. Observou-se também
que em CPT o número de mensagens docentes foi superior (90) aos de FF (54).
Conforme podemos observar no gráfico a seguir:
52
Gráfico 1 - Mensagens x Avaliações
Conforme ilustrado no gráfico 1, as mensagens e as avaliações registradas
nos fóruns da disciplina CPT, num total de 49 avaliações, correspondem a 54,4% das
mensagens docentes e as dos fóruns de FF, num total de 26 avaliações,
correspondem a 48,1% das mensagens docentes. Na disciplina de CPT, o número de
mensagens docentes e de avaliações foi superior aos números da disciplina de FF, o
que conferiu a disciplina de CPT, em comparação com a de FF, um número superior
de participações discentes. Embora, a disciplina de CPT tenha tido número de fóruns
abertos, no decorrer da disciplina, inferior (6 fóruns) à de FF (11 fóruns), ainda assim
o número de participações discentes foi superior. De acordo com gráfico acima,
observa-se que na disciplina de CPT onde houve maior número de avaliações,
também houve maior número de participação discente.
Quanto a polaridade das avaliações, os valores percentuais foram
apresentados no quadro 10, distribuído por categoria de atitude e por polaridade,
constatamos que as avaliações positivas foram majoritárias. Na disciplina de CPT de
49 avaliações, 39 foram positivas contra 10 negativas. Já em FF de 26 avaliações, 22
foram positivas e 4 negativas.
No gráfico abaixo, apresento o número de avaliações por categoria atitudinal
de ambas as disciplinas em comparativo com o número de mensagens discentes.
90
54
135
98
49
26
C P T FF
Docentes Discentes Avaliações
53
Gráfico 2 - Avaliações por polaridade
No gráfico 2, observamos que disciplina de CPT obteve um número maior de
avaliações positivas em todas as categorias, o que considero um fator influenciador
no número de participações discentes.
No gráfico abaixo, resumo as avaliações por polaridade e quantitativo de
mensagens discentes.
Gráfico 3 - Avaliações x Mensagens discentes
5
2
0
0
8
3
6
2
26
5
16
2
CPT - (+ ) CPT - (-) FF - (+ ) FF - (-)
Afeto Julgamento Apreciação
39
22
10
4
135
98
CP T FF
Avaliações ( + ) Avaliações ( - ) Mensagens discentes
54
No gráfico 3, fica evidente que as participações discentes, foram maiores na
disciplina de CPT, disciplina essa que registou número maior de avaliações positivas.
A disciplina de CPT, registrou um total de 135 mensagens discentes contra 98 da
disciplina de FF. Desta forma, concluo que a polaridade das avaliações influenciou as
participações discentes.
Finalizada a análise e os resultados obtidos, são apresentadas a seguir as
considerações finais deste estudo.
55
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conforme proposto como objetivos deste trabalho, que constam na
introdução, o questionamento principal foi: quais elementos linguísticos de atitude, na
linguagem docente, podem contribuir para uma melhor interação nos fóruns das duas
disciplinas pesquisadas?
A partir desse questionamento, realizei as análises por meio da teoria de
avaliatividade, fazendo uso do subsistema de Atitude (afeto, julgamento e apreciação),
teoria essa, desenvolvida por Martin (2000) e aprofundado por outros pesquisadores
como Martin e Rose (2003/2007) e Martin e White (2005). O corpus deste estudo foi
composto pelas mensagens dos professores nos fóruns das disciplinas de CPT e FF,
do curso de Licenciatura em Letras – Habilitação Língua Portuguesa, modalidade à
distância ofertado pela Universidade Federal do Pará.
As análises foram direcionadas pelas perguntas desse estudo, elencadas na
introdução, que se retoma, agora, para que possam ser respondidas:
1. Quais os modos preferenciais para se avaliar, identificados no corpus deste
estudo?
2. O quantitativo de avaliações docentes influenciou a participação discente?
3. A polaridade das avaliações docentes influenciou a participação discente?
No corpus analisado, foi identificado avaliações de afeto somente nas
mensagens da disciplina de CPT. Esses foram realizados por meio de elementos
linguísticos, como atributos e processos, usados para expressar as emoções dos
professores nas mensagens. Por meio desse recurso semântico, os docentes
demonstraram o quão gostavam do assunto abordado nos fóruns e o quão são
interessantes práticas didáticas criativas, com objetivo de despertar maior interesse
dos alunos pelo campo de estudo da disciplina e pela inovação nas práticas didáticas,
haja vista, que o fórum abordava assuntos das disciplinas de um curso de licenciatura
em letras, ou seja, de futuros professores e pesquisadores da linguagem. Nas
avaliações encontradas de afeto, os sentimentos foram expressados diretamente em
solidariedade aos seus interlocutores nesse caso os alunos.
Nas avaliações de julgamento, em ambas disciplinas, maior parte das
avaliações foram sobre os alunos e algumas poucas sobre os próprios professores e
em apenas uma ocorrência, sobre outros participantes. Nessas avaliações o elemento
56
léxico-gramatical mais usado foi o atributo. Nos julgamentos dos alunos ambos
docentes concentraram em avaliar o comportamento e capacidade de compreensão
sobre as disciplinas, assuntos ou tópicos abordados. Nas duas disciplinas os
resultados encontrados foram semelhantes, as avaliações foram realizadas por
atributos com auto-julgamento e julgamento sobre os alunos, dos quais em sua maior
parte lhes conferia a capacidade ou não de compreensão do que fora explicado ou
questionado em mensagens anteriores.
Em se tratando da atitude de apreciação, em que são destacadas as
avaliações dos docentes sobre as coisas, os objetos, as performances, etc., o subtipo
composição-equilíbrio+, foi usado por todos os docentes para avaliar as produções
dos alunos, as contribuições, as mensagens, os exemplos postados nos fóruns, etc.
O elemento léxico-gramatical mais usado foi o atributo, em ambas as
disciplinas os docentes apreciaram por meio desse elemento.
Observo que na disciplina de CPT, deteve o maior número de avaliações na
categoria de apreciação. Destaco que em tal disciplina, os docentes responderam, em
boa parte das contribuições postadas pelos alunos, com apreciações sobre as
mesmas, ou seja, os docentes sempre apreciavam o conteúdo das mensagens
postadas pelos alunos, e em sua maior parte com apreciações positivas. Destaco
como um ponto relevante e influenciador na participação dos alunos no fórum da
disciplina.
Com relação a disciplina de FF, os docentes realizaram apreciações somente
sobre algumas mensagens dos alunos, ficando muitas delas sem respostas, conforme
observado no corpus deste estudo. Destaco como um ponto negativo, a falta de
respostas e a ausência de apreciação as mensagens dos alunos, considero um
desestímulo a participação dos discentes.
Com as análises linguísticas deste estudo, é possível observar que os
recursos léxicos-gramaticais preferenciais foram os atributos que expressam os tipos
de atitude. Esses recursos foram usados com intuito de instigar os alunos acerca da
futura profissão (professor).
A investigação das mensagens docentes nos fóruns virtuais, a partir do
subsistema de atitude, propiciou a compreensão mais ampla acerca da função dos
recursos semânticos utilizados pelos professores para realização das avaliações,
revelando o subtipo de apreciação como preterido para as avaliações.
57
Os resultados deste estudo são positivos no sentido de colaborarem para o
conhecimento de aspectos linguísticos importantes na avaliação docente em fóruns
virtuais de aprendizagem. A pesquisa pode ser continuada com uma investigação
sobre as mensagens docentes e discentes, com base nos demais subsistemas da
Teoria da Avaliatividade, engajamento e gradação.
Este estudo, ainda que limitado pela sua própria natureza - Trabalho de
Conclusão de Curso – pode contribuir para a pesquisa da linguagem em educação a
distância, possibilitando reflexões sobre a linguagem docente em fóruns virtuais de
aprendizagem, tão importantes para os cursos na modalidade a distância. O estudo é
uma contribuição também para pesquisas fundamentadas no Sistema de
Avaliatividade, as quais ainda são em número reduzido no contexto educacional.
58
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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professores universitários. 2008. 376 f. Tese (Doutorado). Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo. São Paulo, 2008. Disponível em:
<http://www.sapientia.pucsp.br/tde_arquivos/19/TDE-2008-07-08T08:21:24Z-
5896/Publico/Fabiola%20Aparecida%20Sartin%20Dutra%20Parreira%20Almeida.pdf
>. Acessado em: 22 set. 2015.
ALVES, L., Educação a distância: conceitos e história no Brasil e no mundo. Revista
brasileira de aprendizagem aberta e a distância, v. 10, 2011. Disponível em:
<http://www.abed.org.br/revistacientifica/_Brazilian/edicoes/2011/2011_Edicaov10.ht
m>. Acessado em 11/02/2016.
ALVES, R. M.; ZAMBALDE, A. L.; FIGUEIREDO, C. X. Ensino a Distância.
UFLA/FAEPE, 2004.
COLL, C.; MONEREO, C. et al. Psicologia da educação virtual. Aprender e ensinar
com as tecnologias da informação e da comunicação. Tradução Naila Freitas. Porto
Alegre: Artmed, 2010.
CUNHA, A. L.; LOBATO, M. C. A. Projeto do Curso de Licenciatura em Letras –
Habilitação em Língua Portuguesa – Modalidade a distância. Universidade Federal do
Pará, 2005.
EGGINS, S. An Introduction to Systemic Functional Linguistics. London: Pinter
Publishers. 1994.
HALLIDAY, M. A. K. An introducion to functional gramar. 2 ed. London: Edward Arnold
Publishers. London, Continuunn, 1994.
HALLIDAY, M. A. K.; HASAN, R. Language, context, and text: aspects of language in
a social-semiotic perspective. Oxford: Oxford University Press, 1985.
59
LOBATO, M. C. A. Mediações Docentes em Fóruns Educacionais do Curso de Letras
da Universidade Federal do Pará. 2012. 254 f. Tese (Doutorado). Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2012. Disponível em:
<http://www.sapientia.pucsp.br/tde_arquivos/19/TDE-2013-01-15T10:50:36Z-
13343/Publico/Maria%20Cristina%20Ataide%20Lobato.pdf>. Acessado em: 15 set
2015.
MARTIN, J. R. Sense and sensibility: texturing evaluation. In: FOLEY, J. A. (Org.).
Language Education and Discourse: Funciotional Approaches. London: Continuum,
2004. P. 270-304.
MARTIN, J. R.; ROSE, D. Working with discourse: meaning beyond the clause.
London: Continuum, 2003/2007.
______. Working with discourse: meaning beyond the clause. 2 ed. London:
Continuum, 2008.
MARTIN, J. R.; WHITE, P. The language of evaluation: Appraisal in English. London:
Palgrave Macmillan, 2005.
MEC/INEP. Censo da educação superior 2013. Brasília, Ministério da Educação,
2015.
RAMOS, W. M.; MEDEIROS, L. Pesquisa em educação a distância: desafios e
possibilidades. In: SOUZA, A. M. de; FIORENTINI, L. M. R. (Org.). Comunidade de
Trabalho e Aprendizagem em rede (CTAR). Brasília: Universidade de Brasília,
Faculdade de Educação, 2009, p. 37–64.
SABBATINI, R. M. E. Ambiente de ensino e aprendizagem via internet: A plataforma
Moodle. Instituto EduMed, [2007]. Disponível em:
<http://www.ead.edumed.org.br/file.php/1/PlataformaMoodle.pdf> Acessado em: 09
dez. 2015.
60
ANEXOS
61
Fóruns de Compreensão e Produção de Textos
Unidade 1
sexta, 14 Jun 2013, 13:02
Olá, boa tarde, meu nome é [...]
Re: Unidade 1
quinta, 13 Set 2012, 12:50
Eu poderia dizer que competência se refere ao conjunto de conhecimentos disponíveis num
determinado momento a respeito de uma questão?
Mostrar principal | Responder
Re: Unidade 1
quinta, 13 Set 2012, 21:34
[...], eu diria que a competência comunicativa pode ser compreendida como o conjunto de habilidades
que permitem que alguém use um determinado sistema linguístico de formas apropriadas em
diferentes situações da vida cotidiana, considerando as funções, as variedades da linguagem e as
situações socioculturais em que se dá esse uso. Como você pode ver, a competência comunicativa
vai além dos aspectos estritamente linguísticos do processo de utilização desse sistema, englobando
aspectos socioculturais e psicológicos.
Mostrar principal | Responder
Re: Unidade 1
sexta, 14 Set 2012, 17:13
Sim, mudou bastante, anteriormente tinha idéia de que texto era somente um conjunto de frases
reunidas. Porém, apartir da leitura do material mudei minha concepção, passando então a entender
que um texto não é medido pela sua extensão e sim avaliando várias condições inclusive o sentido
que esse texto produz ou produzirá.
Mostrar principal | Responder
Re: Unidade 1
sexta, 14 Set 2012, 21:59
Após a leitura da unidade 1, a noção que tinha sobre a formação de texto passou a ser sim de uma
outra forma. Um bom texto não é defindo pela sua extensão, e nem regido por normas gramaticais. A
estrutura de um texto pode ser formada pela a articulação dos enunciados, que dão coêrencia para
que haja um entendimento por parte do leitor, podendo assim usar o seu conhecimento de mundo
para intrepretá-lo. Já que o texto em sua formação passa por um processo de interação entre o
escritor, o falante, o leitor e o ouvinte.
Mostrar principal | Responder
Re: Unidade 1
sexta, 14 Set 2012, 22:44
Muito bem, [...] e [...]. Vocês estão indo muito bem, parecem estar alcançando uma boa compreensão
do conteúdo de nosso material. Em caso de dúvidas, postem seus questionamentos e tentaremos
ajudá-las a assimilar os novos conceitos.
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ELEMENTOS LINGUÍSTICOS DE ATITUDE NA LINGUAGEM DOCENTE EM FÓRUNS VIRTUAIS EDUCACIONAIS

  • 1. UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE LETRAS E COMUNICAÇÃO FACULDADE DE LETRAS CURSO DE LICENCIATURA EM LETRAS - LÍNGUA PORTUGUESA MODALIDADE À DISTÂNCIA GEANE DO SOCORRO ROVERE LEAL PINHEIRO ELEMENTOS LINGUÍSTICOS DE ATITUDE NA LINGUAGEM DOCENTE EM FÓRUNS VIRTUAIS EDUCACIONAIS BELÉM – PA 2016
  • 2. GEANE DO SOCORRO ROVERE LEAL PINHEIRO ELEMENTOS LINGUÍSTICOS DE ATITUDE NA LINGUAGEM DOCENTE EM FÓRUNS VIRTUAIS EDUCACIONAIS Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade de Letras da Universidade Federal do Pará como requisito para obtenção da graduação em Licenciatura Plena em Letras, Língua Portuguesa. Orientadora: Profª. Drª. Maria Cristina Ataíde Lobato BELÉM-PA 2016
  • 3. GEANE DO SOCORRO ROVERE LEAL PINHEIRO ELEMENTOS LINGUÍSTICOS DE ATITUDE NA LINGUAGEM DOCENTE EM FÓRUNS VIRTUAIS EDUCACIONAIS MEMBRO DA BANCA EXAMINADORA Orientador ___________________________________________________ Profª. Drª. Maria Cristina Ataíde Lobato Doutora em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem FALE/ ILC/ UFPA Examinador ___________________________________________________ Profª. Drª Ana Lygia Almeida Cunha Doutora em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem FALE/ ILC/ UFPA Apresentado em: 02/04/2016 Conceito: EXCELENTE BELÉM-PA 2016
  • 4. DEDICATÓRIA Aos meus pais Israel e Raimunda por me permitirem está hoje aqui, ao meu marido José Pinheiro pelo incentivo e companheirismo, e aos nossos filhos Izaildo Neto e Gabriel Rovere, que são o motivo do meu esforço.
  • 5. AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus, pela minha vida, e por me guiar sempre pelos bons caminhos, estando ao meu lado sempre nos momentos difíceis. Agradeço aos meus pais, Israel Leal e Raimunda Elena, pelos esforços em nos garantir sempre um futuro brilhante. Agradeço ao meu marido José pelo seu incondicional apoio, carinho e amor, foram extremamente relevantes para conclusão dessa jornada. Aos meus filhos Izaildo e Gabriel pelo amor e carinho recebido, que foram fundamentais para vencer mais essa batalha. As minhas irmãs Gigliane Leal e Geliane Leal pela amizade e palavras de incentivo. A Geli, pelo carinho e o auxílio nas traduções. A minha amiga Rafaela Correia, que iniciou comigo essa jornada, mais não podemos concluir juntas, sei que está torcendo por mim assim como torço por você. A Lenilde Ramos, pelo apoio e dedicação com meus filhos durante esse período de estudo. A todos os professores que decorrer da graduação partilharam seus conhecimentos, conselhos e orientações. Em especial a Drª Fátima do Nascimento, pelo auxílio na transferência de pólo, e a minha orientadora Profª. Drª. Maria Cristina Ataíde Lobato, pelas suas orientações que foram fundamentais para conclusão desse trabalho. Aos meus tutores a distância e presenciais que no decorrer dessa jornada foram de fundamental importância, Antônia Belchior, Remmy Sales e Manoel Alves, e em especial as minhas queridas amigas e tutoras Alegna Nunes e Ana Cláudia Melo Soares. A Drª Fabíola Satrin, pesquisadora da Teoria da Avaliatividade, pelos seus conhecimentos partilhados e textos esclarecedores. Enfim, agradeço a todos que direta ou indiretamente colaboraram com essa jornada de sucesso.
  • 6. RESUMO Esta pesquisa tem como objetivo investigar os elementos linguísticos de Atitude nas mensagens docentes dos fóruns virtuais de duas disciplinas do curso de licenciatura em letras da Universidade Federal do Pará. As disciplinas foram selecionadas pelo quantitativo de mensagens, uma com maior e outra com menor número. Ao se investigar o subsistema de atitude que integra o sistema de avaliatividade realizado nas mensagens docentes dos fóruns, este estudo pretende contribuir para pesquisas na área de linguística aplicada, sobretudo sobre o sistema de avaliatividade e EaD. Para tal, foram usados como referencial teórico o sistema da avaliatividade proposto por Martin (2000), Martin e Rose (2003/2007, 2008) e Martin e White (2005), o qual tem como origem a Linguística Sistêmico-Funcional de Halliday (1994) e Halliday e Hasan (1985). Por esse sistema é possível investigar as avaliações realizadas por meio da língua. A avaliatividade se refere “ao lado interpessoal na linguagem, à presença subjetiva escritores/falantes no texto, na medida em que eles se comunicam” (Martin e White, 2005, p.1). As análises realizadas nesta pesquisa mostraram que subcategoria apreciação é o recurso avaliativo mais utilizado nas mensagens analisadas. Os elementos linguísticos usados para realizar atitude, foram atributos e processos, esses foram usados para expressar sentimentos, realizar julgamentos e apreciações. O quantitativo de avaliações revelou que houve um aumento no número de participações discentes, assim como a polaridade das avaliações também influenciou as participações discentes. Palavras-chave: atitude, avaliatividade, fóruns virtuais, EaD.
  • 7. ABSTRACT This study aims to investigate the linguistic elements of attitude in the messages teachers of virtual forums two undergraduate course in Licentiate in letters of the Federal University of Pará. The subjects were selected by quantitative messages, one more and one with fewer. To investigate the attitude subsystem that integrates avaliatividade system performed in messages faculty forums, this study aims to contribute to research in linguistics applied area, especially on the avaliatividade system and distance education. For this, were used as the theoretical framework avaliatividade system proposed by Martin (2000), Martin and Rose (2003-2007, 2008) and Martin and White (2005), which is to rise to Systemic Functional Linguistics Halliday (1994) and Halliday and Hasan (1985). By system it is possible to investigate the evaluations carried out by language. The avaliatividade refers to "interpersonal side in the language, the presence subjective writers / speakers in the text, in so far as they communicate" (Martin and White, 2005 p.1). The analyzes in this study showed that sub-category appreciation resource is the most used in the evaluation in the analyzed messages. The linguistic elements used to perform action, were attributes and processes, these were used to express feelings, conduct trials and appreciation. The quantitative evaluation showed that there was an increase in the number of students participation, as well as the polarity of the evaluations also influenced the students' participations. Key-words: attitude, appraisal, virtual forums, e-learning.
  • 8. LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Sistema de Avaliatividade ........................................................................22 Figura 2 - Julgamento e apreciação como afeto institucionalizado...........................24 Figura 3 - Subsistema de atitude..............................................................................38 Figura 4 - Subtipos de julgamento............................................................................45
  • 9. LISTA DE QUADROS Quadro 1 - Relação das metafunções da linguagem com contexto de situação.......18 Quadro 2 - Realização do Afeto e exemplos ............................................................25 Quadro 3 - Julgamento de estima social ..................................................................27 Quadro 4 - Julgamento de sanção social .................................................................27 Quadro 5 - Tipos de Apreciação...............................................................................29 Quadro 6 - Resumo das mensagens dos fóruns da disciplina CPT..........................34 Quadro 7 - Resumo das mensagens dos fóruns da disciplina FF ............................35 Quadro 8 - Apresentação dos tipos de atitude .........................................................37 Quadro 9 - Ocorrências avaliativas por categoria atitudinal......................................39 Quadro 10 - Tipo de polaridade por categorias atitudinais .......................................40 Quadro 11 - Resumo por elemento léxico-gramatical e subtipo de afeto .................42 Quadro 12 - Ocorrências por subtipos de afeto........................................................44 Quadro 13 - Ocorrências por subtipo de julgamento ................................................45 Quadro 14 - Ocorrências por subtipo de apreciação ................................................49
  • 10. LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 - Mensagens x Avaliações ........................................................................52 Gráfico 2 - Avaliações por polaridade ......................................................................53 Gráfico 3 - Avaliações x Mensagens discentes ........................................................53
  • 11. SUMÁRIO CONSIDERAÇÕES INICIAIS ..................................................................................12 CAPÍTULO I – FUDAMENTAÇÃO TEÓRICA..........................................................14 1.1 – Educação à Distância no Brasil ................................................................15 1.2 – Linguística Sistêmico-Funcional ..............................................................17 1.3 – O Sistema de Avaliatividade (‘Appraisal’) ................................................19 1.3.1 Atitude .....................................................................................................23 1.3.1.1 Afeto ..................................................................................................24 1.3.1.2 Julgamento .......................................................................................26 1.3.1.3 Apreciação ........................................................................................28 CAPÍTULO II – METODOLOGIA.............................................................................30 2.1 O Corpus .......................................................................................................30 2.1.1 O Contexto ..............................................................................................30 2.1.2 Os participantes......................................................................................33 2.1.3 Os dados .................................................................................................33 2.2 Procedimento de coletas e organização dos dados ..................................34 2.2.1 A coleta dos dados.............................................................................34 2.2.2 A organização dos dados ..................................................................35 2.3 Procedimento de análise dos dados ...........................................................35 2.3.1 Etapas de análise dos dados.................................................................35 2.3.2 Critérios para apresentação dos dados................................................36 CAPÍTULO III – APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS........38 3.1 Apresentação dos dados .............................................................................39 3.1.1 Avaliações de Afeto................................................................................40 3.1.2 Avaliações de julgamento......................................................................44 3.1.3 Avaliações de apreciação ......................................................................48 CONSIDERAÇÕES FINAIS.....................................................................................55
  • 12. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................58 ANEXOS..................................................................................................................60 Fóruns de Compreensão e Produção de Textos ..............................................61 Fóruns de Fonética e Fonologia......................................................................120
  • 13. 12 CONSIDERAÇÕES INICIAIS O presente trabalho tem como propósito investigar os elementos linguísticos de atitudes na linguagem docente, presente nas mensagens dos fóruns de discussão do Curso de Licenciatura em Letras – Habilitação em Língua Portuguesa, modalidade a distância, da Universidade Federal do Pará. A investigação se concentrou nos fóruns das disciplinas de Compreensão e Produção de Texto e Fonética e Fonologia, ministradas para as turmas de 2011 dos polos de Tucumã e Dom Eliseu. A presente pesquisa foi motivada pela observação dos fóruns virtuais de aprendizagem, utilizados como instrumento de ensino e aprendizagem da Educação a Distância, em decorrência da desigualdade nas participações discentes. A partir de então, como aluna e participante das duas disciplinas escolhidas, escolhi uma disciplina na qual continha maior número mensagens totais e outra que não tivesse números tão expressivos. O que coincidentemente, para mim, foram uma das quais mais gostei de participar e a outra não gostava de participar. Pretende-se nesta pesquisa colaborar com os estudos na área de Linguística Aplicada e na de Educação a Distância, investigando na linguagem docentes das mensagens dos fóruns os elementos linguísticos de atitude que incentivam a participação dos alunos, dinamizando as interações nesse contexto. Dessa forma, os objetivos específicos assim delineiam-se: - Identificar os tipos e subtipos de atitude. - Analisar e quantificar o número de avaliações docentes. - Analisar e descrever a polaridade das avaliações. A partir desses objetivos cheguei aos questionamentos: 1) Quais elementos linguísticos de atitude, na linguagem docente, podem contribuir para uma melhor interação nos fóruns das duas disciplinas pesquisadas? 2) Quais os modos preferenciais para se avaliar, identificados no corpus desse estudo? 3) O quantitativo de avaliações docentes influenciou a participação discente? 4) A polaridade das avaliações docentes influenciou as participações discentes?
  • 14. 13 Para responder aos questionamentos, foi realizado o mapeamento das avaliações encontradas, seguindo pela quantificação por tipo e subtipo e polaridade. Como base teórica utilizei o sistema de avaliatividade, proposto por Martin (2000) e posteriormente aprofundado por outros pesquisadores, como Martin e Rose (2003/2007), Martin e White (2005). Esse sistema tem é baseado na Linguística Sistêmico-Funcional de Halliday (1985/1994) dentre outros seguidores. Esta dissertação organiza-se em três capítulos do seguinte modo: no Capítulo I – Fundamentação Teórica, apresento o arcabouço teórico ao qual essa pesquisa utilizou como suporte para as investigações. Primeiramente abordo sobre o cenário da educação a distância no Brasil, seguindo pela Linguística Sistêmico- Funcional, explicitando suas características e conceitos. Finalizando o capítulo com a explicação detalhada do Sistema de Avaliatividade, destacando inicialmente de forma mais geral, seguindo com a explicitação do subsistema de Atitude e seus tipos, afeto, julgamento e apreciação e subtipos. No Capítulo II – Metodologia, apresento o contexto e os passos seguidos para as análises. Descrevo como foi realizado as análises, a fim de contribuir para futuras pesquisas que porventura utilizem o subsistema de atitude para investigar o discurso ou elementos linguísticos nos mais variados contextos. São descritos: o contexto, os participantes e os dados. Seguindo com os procedimentos de coleta e organização dos dados. Finalizando com as etapas de análises e critérios para apresentação dos dados. No Capítulo III – Apresentação, Análise e Discussão dos dados, neste capítulo apresento os dados com as avaliações encontradas, categorizadas por tipo, subtipo e polaridade, bem como os elementos linguísticos utilizados. São apresentados exemplos e discutidos logo abaixo com reflexões sobre as implicações do uso desses recursos de atitude. Finalizando com as Considerações Finais, retomo as questões a qual esse estudo se propôs, demonstrando o percurso seguido para responder tais questionamentos.
  • 15. 14 CAPÍTULO I – FUDAMENTAÇÃO TEÓRICA Neste capítulo reunirei e explicarei os conceitos teóricos que sustentarão as análises das mensagens que constituem o corpus da pesquisa. Iniciarei com o atual cenário da educação à distância no Brasil, seguindo pela Linguística Sistêmico- Funcional (doravante LSF), proposta por Halliday (1985, 1994) e como teoria específica, focalizei nesta pesquisa o sistema da Avaliatividade, proposto por Martin (2000), Martin e Rose (2003/2007), Martin e White (2005), especificamente, o subsistema de atitude. O sistema da avaliatividade investiga, por meio dos usos da linguagem, o modo como falantes/escritores atribuem valores a objetos, fenômenos e eventos. Para White (2004) a avaliatividade é definida como uma abordagem capaz de explorar, descrever e explicar a forma pela qual a língua é utilizada para avaliar, adotar uma postura, construir personas1 textuais e lidar com posicionamento interpessoais. Constituída de três subsistemas que representam as principais categorias semânticas pelas quais podemos realizar avaliações: atitude, engajamento e gradação. Atitude abrange as categorias afeto, julgamento e apreciação; o engajamento engloba enunciados monoglóssicos e heteroglóssicos; a gradação realiza-se mediante força e foco. Nessa pesquisa, enfoquei o subsistema atitude, que para Martin e Rose (2003/2007), a atitude se preocupa com as avaliações que o falante faz das coisas, do caráter do indivíduo e dos seus sentimentos. Esse subsistema pode ser atribuído não apenas ao falante, más aos demais participantes do discurso, com intuito de avaliar coisas e fenômenos. Partirei agora para um breve cenário da educação a distância no Brasil, seguindo pela reflexão teórica dos princípios básicos da LSF. Abordarei o contexto social e as metafunções. Em seguida, explicitarei o sistema de avaliatividade, recurso esse que se situa no âmbito da interpessoalidade, por ser núcleo teórico dessa pesquisa. 1 O termo persona textual é utilizado nesta pesquisa de acordo com o sentido usado por White (2004) e Martin e White (2005), ou seja, para indicar a identidade autoral que o falante constrói para si próprio no texto.
  • 16. 15 1.1 – Educação à Distância no Brasil Para a Leis de Diretrizes e Bases (LDB) a Educação a Distância (doravante EaD) no Brasil, é considerada uma modalidade de ensino que possibilita a autoaprendizagem, com a mediação de recursos didáticos sistematicamente organizados, apresentados em diferentes suportes de informação, utilizados isoladamente ou combinados e veiculados pelos diversos meios de comunicação. Embora está definição oficial, constante no Decreto nº 5.622 de 19 de dezembro de 2005, existem vários conceitos para EaD, entretanto todos apresentam alguns pontos em comum. Cada autor ressalta e/ou enfatiza algumas características em especial na sua conceitualização. Deste modo, destaco os conceitos abaixo: (BERNARDO, 2009 apud ALVES, 2011): • Dohmem em 1967, conceituou enfatizando a forma de estudo na EaD: Educação a Distância é uma forma sistematicamente organizada de auto- estudo onde o aluno instrui-se a partir do material de estudo que lhe é apresentado, o acompanhamento e a supervisão do sucesso do estudante são levados a cabo por um grupo de professores. Isto é possível através da aplicação de meios de comunicação, capazes de vencer longas distâncias. • Moore 1973, ressalta as ações dos professores e a facilidade de comunicação aluno – professor deve ser facilitada: Ensino a distância pode ser definido como uma espécie de família de métodos instrucionais, onde as ações dos professores são executadas à parte das ações dos alunos, incluindo também situações continuadas que podem ser feitas na presença dos estudantes. Porém, a comunicação entre o professor e o aluno deve ser facilitada por meios impressos, eletrônicos, mecânicos ou outro. • Chaves 1999, destaca a distância física e o uso de tecnologias de telecomunicações: A Educação a Distância, no sentido fundamental da expressão, é o ensino que ocorre quando o professor (ensinante) e o aluno (aprendente) estão separados, seja no tempo ou no espaço. No sentido que a expressão assume hoje, enfatiza-se mais a distância no espaço e propõe-se que ela seja contornada através do uso de tecnologias de telecomunicação e de transmissão de dados, voz e imagens (incluindo dinâmicas, isto é, televisão ou vídeo). Não é preciso ressaltar que todas essas tecnologias, hoje, convergem para o computador. Os novos conceitos foram criados à medida que novas tecnologias foram implementadas, provocando mudanças nas variáveis que definem os cenários educacionais, interferindo nos papéis de alunos e professores, nas possibilidades e
  • 17. 16 modalidades de interação, nas coordenadas espaço-temporais e nos acessos aos recursos. (COLL, MONEREO et al. 2010) A EaD no Brasil, nos últimos anos demonstrou expansão vertiginosa, ganhando novos espaços inexplorados. Os indicadores mostram o aumento de alunos matriculados na graduação a distância, conforme o último censo da educação superior de 2013. Segundo o Inep/MEC, considerando o período de 2010 a 2013 a educação a distância atingiu seu maior percentual de crescimento, 35,3%. E os números de cursos ofertados saltaram de 930 em 2010 para 1.258 em 2013. As matrículas também tiveram crescimento de 24% em relação a 2010 atingindo um total de 1.153.572 alunos em 2013. As estatísticas divulgadas pelo último censo, deixam claro o aumento dessa modalidade de ensino e aprendizagem que por sua vez, abriram novas perspectivas para o desenvolvimento da educação, tanto para o ensino presencial, quanto a mediada por tecnologia a distância. O uso de novas tecnologias virtuais, como as plataformas de aprendizagem virtual, os fóruns temáticos, os chats, os e-mails, as listas de discussão, etc. possibilita ao aluno e o professor uma aprendizagem ativa e compartilhada. Essas plataformas de aprendizagem on-line como o Moodle (Modular Object-Oriented Dynamic Learning Environment), plataforma adotada pela maioria das Instituições de Ensino Superior integrantes – IES da Universidade Aberta do Brasil – UAB, dentre elas a Universidade Federal do Pará. O Moodle é um software de código aberto e distribuído gratuitamente, possibilita o trabalho em colaboração entre os participantes em um mesmo ambiente de aprendizagem por meio da internet. São oferecidos aos alunos e professores características próximas a uma sala de aula real, privilegiando a interação entre alunos/alunos, alunos/professor, alunos/tutor, etc. além da administração e monitoramento de materiais didáticos e atividades virtuais. Para Rice IV (2007 apud Ramos e Medeiros 2009, p. 55), o Moodle é um sistema de gestão da aprendizagem, permitindo tanto ao professor quanto ao aluno, criar e vivenciar experiências envolventes, criativas e flexíveis de aprendizagem on- line. Para Rice IV o Moodle não é simplesmente uma página web que oferece recursos como imagens, textos em pdf, questionários on-line, mas é principalmente uma plataforma virtual de aprendizagem que possibilita a realização de atividades de interação, como os fóruns.
  • 18. 17 No próximo subitem, descreverei a Linguística sistêmico-funcional 1.2 – Linguística Sistêmico-Funcional A Linguística Sistêmico-Funcional, (doravante LSF) conta com seus princípios teóricos esboçados em Halliday (1978, 1985, 1994, 2004), Halliday e Hasan (1976, 1989), Eggins (1994), Martin e Rose (2003), Thompson (2004), dentre muitos outros estudiosos, os quais consideram a importância do ambiente situacional e cultural para a língua em uso. A partir desse arcabouço teórico diversas outras teorias se desenvolveram, dentre elas destaco o Sistema de Avaliatividade, de Martin e White (2005), que será melhor descrito no próximo subitem. Para Halliday (1994) e seus seguidores, um dos princípios básicos da LSF é o uso da língua motivado pelas relações sociais, evidenciando, conforme explica Eggins (1994), as escolhas léxico-gramaticas que os falantes realizam, condicionadas pelo contexto de cultura e situação. Halliday (1994) considera ainda a língua como resultado do contexto sociocultural, focalizando seus estudos na linguagem e preocupando-se em explorar como a língua é estruturada para o uso em diferentes contextos. Segundo Halliday (1994), o texto ocorre em dois contextos: o contexto de cultura e de situação. O contexto de cultura, pode ser entendido como tudo aquilo que constitui a história cultural dos participantes das interações verbais via língua(gem), objeto de análise, conforme enfatiza o autor no seguinte trecho. “O contexto da cultura determina a natureza do código. Como uma língua se manifesta através de seus textos, a cultura se manifesta através de suas situações; assim, atendendo ao texto em situação, uma criança compreende o código e, ao usar o código para interpretar o texto, ela compreende a cultura. Dessa forma, para o indivíduo, o código engendra a cultura, e isso proporciona uma inércia poderosa para o processo de transmissão2 . ” (HALLIDAY, 1994, p. xxvii). O contexto de situação é pré-determinante potencial das escolhas linguísticas, refere-se não apenas à situação, mas também ao ambiente verbal onde o texto se insere. Refletindo três metafunções da linguagem: ideacional, interpessoal e textual, 2 Traduzido por mim, trecho original: “The context of culture determines the nature of the code. As a language is manifested through its texts, a culture is manifested through its situations; so by attending to text-in-situation a child construes the code, and by using the code to interpret text he construe the culture. Thus for the individual, the code engenders the culture, and this gives a powerful inertia to the transmission process” (HALLIDAY, 1994, p. xxvii)
  • 19. 18 que procuram explicar como as funções da linguagem são constituintes dos enunciados e como as necessidades dos falantes moldaram a forma como a linguagem evolui. Para tanto, para compreensão do contexto de situação, Halliday (1985, 1994) aponta três variáveis, as quais constituem o registro: o campo as relações e o modo. As metafunções, formam um conjunto que organiza a linguagem funcionalmente e representam as possibilidades de opções semântico-linguísticas que está à disposição do usuário da língua para realizar as funções de ação e informação numa situação de troca, conforme o quadro abaixo: Quadro 1 - Relação das metafunções da linguagem com contexto de situação (ALMEIDA, 2008, p. 9) No quadro 1, observamos o Campo do discurso, que se realiza por meio da função semântica ideacional, marcada pelos acontecimentos ou pela natureza da ação social, ou seja, quem está fazendo o quê para quem, onde, porquê e como. As Relações são realizadas pela metafunção interpessoal que trata da organização da realidade social das pessoas com quem interagimos. Já o Modo seja escrito ou falado, é expressado por meio da metafunção textual, que organiza os significados ideacionais e interpessoais de maneira harmônica e coesa. A metafunção ideacional, reflete o modo como o usuário da língua organiza suas experiências e ações no mundo, ou seja, reflete como o usuário fala sobre as suas ações, as situações, crenças, estados, e as circunstâncias. Está função é percebida no vocabulário dos textos e está ligada ao contexto de uso por meio da
  • 20. 19 variável Campo. Segundo Halliday e Hasan (1985) nessa metafunção a oração é vista como representação e seu significado é a expressão de algum tipo de evento, ação, estado, ou outro fenômeno do mundo real. A Metafunção Interpessoal é a característica que a linguagem tem de ser utilizada para estabelecer trocas e relações entre falante e ouvinte, cujos papéis são definidos durante a interação, ou seja, expressa as interações sociais e a intersubjetividade. É materializada na linguagem pelo modo como se expressam as estruturas e pela modalização. Por fim a Metafunção textual está ligada ao fluxo de informação. Está, por sua vez, é responsável por organizar estruturalmente as outras duas funções de modo que o receptor possa reconhecer a mensagem. Porém, essa função não se limita somente em estabelecer relações entre frases, antes, refere-se à organização interna das frases, ao seu significado como mensagem, tanto em si mesma quanto na sua relação de contexto. Concordando com Eggins (1994), Thompson (1996, apud Almeida, 2008, p.16), diz que o objetivo mais importante da comunicação é propiciar a interação entre as pessoas, estabelecendo e mantendo ligações sociais entre elas. Nós falamos com as pessoas com uma finalidade, como, por exemplo, influenciar suas atitudes e comportamentos, fornecer ou pedir informações e explicar nossas atitudes e comportamentos. Apresento no próximo subitem o Sistema de Avaliatividade. 1.3 – O Sistema de Avaliatividade (‘Appraisal’) O sistema de avaliatividade está situado na LSF, como um sistema interpessoal no nível da semântica discursiva. Nesse mesmo nível existe outros dois sistemas de significados, a saber: negociação e envolvimento, que complementam a avaliatividade. Tal complementação é explicada por Martin e White (2005, p. 31), isso se deve ao fato de a negociação abranger as funções de fala destacando as escolhas entre as preposições (dar e pedir informações), propostas (dar e pedir bens e serviços) e estrutura de troca. São escolhas que se realizam na léxico-gramática por meio do modo e pelas perguntas de confirmação. Para o campo fonológico, a negociação é marcada pela entonação das estruturas.
  • 21. 20 O sistema de avaliatividade contempla três subsistemas: engajamento, atitude (afeto, julgamento e apreciação) e gradação. Tal sistema como um todo, é realizado por meio do léxico avaliativo, verbos modais, adjuntos modais, polaridade, numeração, intensificação entre outros na léxico-gramática. Já no campo fonológico, ele é evidenciado pela qualidade e volume da voz do falante. Quanto ao sistema de envolvimento, pode se dizer que complementa a avaliatividade, pois, foca nos recursos não graduáveis que o falante faz uso para indicar graus de proximidade com seu interlocutor. Já na léxico-gramática o envolvimento é realizado pelo uso de formas de nomeação, como os nomes próprios, o uso de termos técnicos, metáforas gramaticais, gírias, entre outros. Quanto ao campo fonológico, é representado pelos sotaques, cochichos, entre outros. O Sistema de Avaliatividade surgiu a partir da Linguística Sistêmico-Funcional (LSF) de Halliday, no final da década de 1980, proposto por Martin (2000) e aprofundado por outros pesquisadores como Martin e Rose (2003/2007) e Martin e White (2005). O sistema de Avaliatividade, foi primeiramente aplicado em trabalhos no campo da linguística educacional da Austrália em programas de letramento baseados em gêneros textuais e posteriormente as áreas de interesse para investigação da avaliação foram sendo ampliadas, passando a abranger vários campos do conhecimento, que resultaram em novas pesquisas sobre avaliação como recurso interpessoal no discurso em diversos contextos. Para os autores, “podemos localizar a avaliação como um sistema interpessoal ao nível da semântica do discurso”3 (MARTIN; WHITE, 2005, p.33), Desta forma, esse sistema tem como principal objetivo identificar a avaliação que se faz presente na linguagem, com focos nos recursos avaliativos utilizados pelo produtor do texto e no modo como esses recursos são negociados nas relações interpessoais, ou seja, os tipos de significado interpessoais, que provocam diferenças no teor da interação social que se materializa por meio dos textos. Os autores ainda observam que as avaliações presentes nos textos: “são interessantes não somente porque revelam os sentimentos e valores do falante/escritor”, mas também porque essas avaliações “podem estar relacionadas ao 3 Traduzido por mim, trecho original: “we can locate appraisal as an interpersonal system at the level of discourse semantics”.
  • 22. 21 status de autoridade do falante/escritor construído pelo texto”4 . (MARTIN; WHITE, 2005, p.2). Esse sistema subdivide-se em três campos de interação, a saber: ATITUDE, ENGAJAMENTO e GRADAÇÃO. Martin (2004) considera cada campo como uma região de significados. A ATITUDE, ocupa lugar central no processo avaliativo, uma vez que é responsável, pelos nossos sentimentos, incluindo as reações emocionais, julgamento de comportamento e avaliação de objetos e situações. Para Martin e White (2005, p. 94), O ENGAJAMENTO, trata dos recursos semânticos discursivos que nos fornecem os meios para a voz autoral realizar seu posicionamento em relação a, e, portanto, se “engajar” com as demais vozes e posições alternativas interpretadas, como parte de um jogo no atual contexto comunicativo. Ainda segundo, Martin e White (2005, p. 99, 100), o engajamento divide-se em Monoglossia (quando os enunciados não fazem nenhuma referência a outras vozes e pontos de vista) e Heteroglossia (quando eles invocam ou permitem alternativas dialógicas). Já a GRADAÇÃO, composto por dois subsistemas - Força e Foco -, busca situar os fenômenos de acordo com a intensidade com que ocorrem e tem a ver com o ajustamento de uma avaliação, em outras palavras: “o quanto forte ou fraco o sentimento é”5 . (MARTIN; WHITE, 2005, p.37). Ainda segundo Matin e White (2005, p. 37): A GRADAÇÃO preocupa-se com a gradabilidade. Para a ATITUDE, já que os recursos são inerentemente graduáveis, a GRADAÇÃO consiste em ajustar o grau de uma avaliação, o quão forte ou fraco o sentimento é. Este tipo de GRADAÇÃO recebe o nome de ‘força’; suas realizações incluem intensificação, morfologia comparativa e superlativa, repetição e vários aspectos grafológicos (juntamente ao uso do léxico intensificado _’odiar’ para não gostar, e assim por diante).6 A figura a seguir representa os três sistemas, bem como seus subsistemas, conforme adaptado do proposto por Martin e Rose (2003/2007, p.28): 4 Traduzido por mim, trecho original: “These attitudinal evaluations are of interest not only because their expression can be related to the speaker’s/writer’s status or authority as construed by the text […]. 5 Traduzido por mim, trecho original: “how strong or weak the feeling is.” 6 Traduzido por mim, trecho original: Graduation is concerned with gradability. For attitude, since the resources are inherently gradable, graduation has to do with adjusting the degree of an evaluation – how strong or weak the feeling is.This kind of graduation is called ‘force’; realisations include intensification, comparative and superlative morphology, repetition, and various graphological and phonological features (alongside the use of intensified lexis – loathe for really dislike, and so on).
  • 23. 22 Figura 1 - Sistema de Avaliatividade Segundo Almeida (2008), é importante ressaltar que esses três subsistemas estão fortemente relacionados entre si, porquanto, um sustenta e explica o outro; ou seja, a atitude abrange as avaliações, o engajamento contempla as fontes ou as origens da atitude; e a gradação focaliza a intensificação para mais ou para menos das avaliações. Para White (2004), o termo avaliatividade compreende todos os usos avaliativos da linguagem, ou seja, esse sistema exerce a função de realizar, no discurso, os posicionamentos avaliativos do falante/escritor. Tal posicionamento acontece quando o falante/escritor emite suas opiniões ou valores sobre algo ou alguém. Esses posicionamentos integram o processo de avaliação, desde a construção até a interpretação dos valores já atribuídos. Desta forma cabe ao sistema de avaliatividade explicar como ocorre esse fenômeno no discurso, ou seja, como esse processo acontece como um todo, quem avalia, o que avalia, quem ou o que é se é avaliado, quais foram os recursos léxicos-gramaticais utilizados para realização das avaliações, e assim por diante. Ainda segundo White (2004), o sistema da avaliatividade pode ser definido como uma abordagem que explora, descreve e explica de que maneira a língua é utilizada nos processos de avaliação. Nos subsistemas estuda-se como o falante e escritor realizam seus julgamentos sobre pessoas e acontecimentos de um modo geral. Para Martin (2002 apud ALMEIDA 2008), ao expressar nossos sentimentos, esperamos dos nossos interlocutores algum tipo de solidariedade, seja de simpatia ou antipatia, dessa forma, nós expressamos sentimentos a fim de dividi-los e/ou para construir relacionamentos. Avaliatividade Atitude Afeto Julgamento ApreciaçãoGradação Engajamento
  • 24. 23 A seguir descreverei o subsistema Atitude, bem como seus subsistemas, afeto, julgamento e apreciação. 1.3.1 Atitude Conforme mencionado anteriormente, a atitude integra o sistema de avaliatividade juntamente com o engajamento e a gradação. A atitude é o subsistema responsável pela expressão linguística das avaliações, sejam elas positivas ou negativas, abrangendo três regiões semânticas: emoção, ética e estética. Ocupa papel central no processo avaliativo, e “está preocupada com os nossos sentimentos, incluindo reações emocionais, juízos de comportamento e avaliação das coisas” (MARTIN e WHITE, 2005, p.35)7 . Para Martin e Rose (2003/2007) as avaliações podem ser implícitas ou explícitas. A atitude implícita é quando as avaliações são indiretas, ou seja, será necessário a interpretação do ouvinte/leitor. Já a atitude explícita é realizada quando é codificado um valor seja positivo ou negativo que pode ser intensificado para mais ou menos. As atitudes estão relacionadas às avaliações e podem ser mais ou menos intensas ou mais ou menos ampliadas, segundo Martin (2000 apud Almeida 2008). Por meio das atitudes, são revelados os tipos e os níveis em que a avaliatividade se desenvolve e se expressa no discurso. As atitudes ou os sentidos atitudinais dividem- se em três tipos: afeto, julgamento e apreciação. Na visão de Martin e White (2005, p. 45) nossas atitudes ao serem expressas, podem ser vislumbradas como sentimentos institucionalizados, embora o julgamento refira-se ao universo das propostas sobre o comportamento e a apreciação ao universo das proposições sobre o valor das coisas. O afeto, sobretudo torna-se centro das atitudes que expressamos. Os recursos linguísticos utilizados para a realização da avaliação iniciam nos primeiros estágios do desenvolvimento linguístico. Dessa forma, o mecanismo da inter-relação entre afeto, julgamento e apreciação pode ser melhor explicado na figura abaixo, traduzida de Martin e White (2005, p. 45): 7 Traduzido por mim, trecho original: “is concerned with our feelings, including emotional reactions, judgements of behaviour and evaluation of things”.
  • 25. 24 Figura 2- Julgamento e apreciação como afeto institucionalizado. O sistema atitudinal, Atitude, explica as escolhas expressivas do autor e dizem respeito ao grau de envolvimento sentimental de quem enuncia em relação a algo ou alguém. Os três tipos de atitudes estão envolvidos com sentimento. Embora, o julgamento e a apreciação são disposições das emoções que foram institucionalizadas para que fosse possível participarmos das comunidades uns dos outros. 1.3.1.1 Afeto O primeiro tipo de posicionamento de Atitude do Sistema de Avaliatividade, está o afeto, este que está diretamente ligado às emoções, demonstrando como estão emocionalmente envolvidos com o objeto ou pessoa da situação em questão. Segundo Martin (2000, p. 148 apud ALMEIDA, 2008), o afeto é um recurso semântico para construção das emoções. Diz respeito à avaliação pautada nos sentimentos dos falantes. Esse recurso indica como os falantes se comportam emocionalmente, em relação às pessoas, às coisas, aos objetos e aos acontecimentos. O afeto pode ser realizado, como qualidade, como processo e como comentário. Podendo ser realizado nos seguintes itens léxico-gramaticais: nos epítetos, nos atributos, nos processos e nos adjuntos de circunstância. Os epítetos acrescentam qualidades podendo ser do tipo experiencial ou atitudinal. Quando indica
  • 26. 25 uma qualidade, o epíteto faz referência à propriedade objetiva do objeto ou a uma expressão de atitude subjetiva do falante em relação a esse objeto ou coisa. Os epítetos podem indicar qualidade, sendo de função experiencial ou indicar a atitude do falante, são de função interpessoal. O atributo pode ser definido como uma qualidade atribuída ou conferida a uma entidade. Já o adjunto de circunstância acrescenta uma característica a situação. No quadro abaixo, podemos observar os aspectos afetivos e exemplos, adaptados de Martin e Rose (2007, p. 64): Quadro 2 - Realização do Afeto e exemplos Afeto como “qualidade” Um garoto feliz. Epíteto O garoto estava feliz. Atributo O garoto brincava felizmente. Adjunto de circunstância Afeto como “processo” O presente agradou o garoto. Processo (sensorial) O garoto sorriu. Processo (comportamental) Afeto como “comentário” Felizmente, ele tirou uma longa soneca. Adjunto de modo. Para Martin e White, (2005, p. 46), os participantes podem ser classificados como Emoter (termo utilizado para o participante consciente que sente a emoção), e Trigger (termo utilizado pelo fenômeno responsável pela emoção). Martin e Rose (2003/2007, p. 25-26), descrevem as características do afeto, dizendo que as pessoas possuem bons (afetos positivos) ou maus sentimentos (afetos negativos), que podem se manifestar de forma implícita ou explícita. O afeto é classificado pelos autores Martin e White (2005, p. 49) em três categorias, a saber: felicidade/infelicidade, segurança/insegurança e satisfação/insatisfação, e são representadas no nível lexical por meio dos adjetivos, verbos, advérbios e nominalizações. a) Felicidade/infelicidade: refere-se as emoções ligadas aos “assuntos do coração” (tristeza, raiva, felicidade e amor).
  • 27. 26 Martin e White (2005, p. 49), afirmam que esses sentimentos abrangem as emoções, que envolvem formas de sentimentos felizes ou tristes e a possibilidade de direcionar nossos sentimentos para o fenômeno de gostar ou não gostar. Conforme exemplo traduzido por mim de Martin e White (2005, p. 49) • O capitão se sentiu triste/feliz. b) Segurança/insegurança: refere-se aos sentimentos que cobre as emoções relacionadas ao bem-estar social, ou seja, ansiedade, temor, confiança. São emoções que envolvem nossos sentimentos de paz e ansiedade em relação ao ambiente e as pessoas que nos cercam. Conforme exemplo traduzido por mim de Martin e White (2005, p. 49) • O capitão se sentiu ansioso/seguro. c) Satisfação/insatisfação: refere-se as emoções relacionadas a busca dos objetivos: tédio, desprazer/desagrado, respeito, curiosidade. São emoções que lidam com sentimento de alcance ou frustração que estão relacionados às atividades em que se está engajado, incluindo papeis como participantes/espectadores da ação. Conforme exemplo traduzido por mim de Martin e White (2005, p. 49) • O capitão se sentiu ansioso/seguro. 1.3.1.2 Julgamento O julgamento, categoria semântica de atitude, corresponde à avaliação das atitudes das pessoas, relacionadas ao seu caráter e ao modo como se comportam. Para Martin (2000 apud ALMEIDA, 2008) o julgamento pode ser entendido como uma institucionalização do sentimento, ou seja, diz respeito às normas de comportamento que direcionam as pessoas com relação a forma de agir ou não. Para Martin e White (2005, p. 52), esse recurso semântico observa as qualidades do falante/escritor, podendo ser divido em julgamentos referente à ‘estima social’ e à ‘sanção social’ (MARTIN e WHITE, 2005). O julgamento de estima social, envolve admiração e crítica sem implicações legais, já o de sanção social implica elogio e condenação, na maioria das vezes, com complicações legais. Em geral esse tipo de julgamento (estima social ou sanção social) está relacionado com a posição institucional de quem avalia. No entanto, o
  • 28. 27 avaliador possui respaldo, dependendo da posição que ocupa, para poder julgar as pessoas positiva ou negativamente. Martin e White (2005, p. 52) retomam (Eggins & Salde, 1997), e afirmam que os julgamentos de estima social tendem a ser policiados pela cultura oral, seja por meio de boatos, fofocas, brincadeiras e histórias diversas. Quanto ao de sanção social, são escritos e codificados como regras, éditos, regulações, leis sobre comportamento de acordo com o Estado e a igreja, resultando em penalidades e punições que podem ser aplicados a quem infringe ou quebra determinado código ou lei. Os julgamentos de estima social classificam-se em termos de ‘normalidade’, ‘capacidade’ e ‘tenacidade’, conforme o quadro a seguir: Quadro 3 - Julgamento de estima social Adaptado de MARTIN e WHITE, 2005. Os julgamentos de sanção social relacionam-se com o conjunto de regras ou regulamentos morais ou legais definidos culturalmente, dividindo-se em: ‘veracidade’ e ‘propriedade’, conforme ilustra o quadro a seguir: Quadro 4 - Julgamento de sanção social
  • 29. 28 Adaptado de MARTIN e WHITE (2005) A atitude de julgamento, pode ser realizada por meio de advérbios, atributos e epítetos, grupos nominais ou na forma de verbos. 1.3.1.3 Apreciação A terceira e última categoria semântica da atitude, a apreciação é responsável pela expressão das nossas avaliações sobre as coisas, objetos e fenômenos. Ou seja, está voltada para o objeto da avaliação. A apreciação abrange as reações dos falantes e as avaliações da realidade. Essa atitude é considerada como um dos maiores recursos atitudinais disponíveis, pois, refere-se ao modo pelo qual os falantes avaliam o texto (oral ou escrito) ou o processo (fenômeno). Martin e White (2005) definem três tipos de apreciação, a saber: reação, composição e valoração, conforme descrito abaixo: a) Reação: corresponde às reações que são provocadas nas pessoas pelas coisas, ou seja, como as coisas chamam atenção das pessoas. Divide-se ainda em: reação- impacto e reação-qualidade. b) Composição: corresponde às nossas percepções de proporcionalidade e detalhe em um texto/processo. Nessa apreciação está concentrado os sentimentos que dizem respeito à organização, à elaboração e à forma como as coisas e objetos foram construídos ou elaborados. Semelhante à reação, também é dividida em: Equilíbrio e complexidade.
  • 30. 29 c) Valoração: corresponde as nossas avaliações da significação social do texto/processo. Essa apreciação é correspondente ao valor que é atribuído às coisas ou objetos. Os subtipos de apreciação, estão distribuídos no quadro abaixo, traduzido e adaptado por mim de Martin e White (2005, p.56) Quadro 5 - Tipos de Apreciação Positivo Negativo Reação: Impacto Isso chamou minha atenção? Interessante, cativante, encantador... Fascinante, excitante, emocionante... Maçante, tedioso, monótono... Árido, não convidativo... Reação: Qualidade Isso me agradou? Bom, amável... Lindo, esplêndido, encantador... Ruim, sujo, imundo... Feio, grotesco, repulsivo... Composição: proporção Isso se mostrou equilibrado/harmonioso? Equilibrado, harmonioso, uniforme, simétrico, proporcional... Desequilibrado, discordante, irregular, falho... Composição: complexidade Foi difícil de compreender? Simples, puro, elegante... Claro, preciso, detalhado... Excessivamente enfeitado, extravagante Valoração: Isso valeu a pena? Penetrante, profundo... Inovador, original, criativo... Superficial, redutivo, insignificante, convencional, prosaico...
  • 31. 30 CAPÍTULO II – METODOLOGIA Neste capítulo apresentarei os procedimentos metodológicos, para realização da pesquisa, bem como a coleta, análise e o curso da análise dos dados. Está pesquisa classifica-se nas áreas da Linguística Aplicada e da Linguística Sistêmico-Funcional. Seu caráter exploratório propõe a investigação de como e para que os significados foram produzidos em um determinado contexto. Para tanto, tomei como base análises léxico-gramaticais, uma vez que a pesquisa tinha como propósito destacar os elementos linguístico que caracterizavam a atitude dos professores no contexto investigado. Este estudo, conforme explicado na introdução, tem como objetivo geral analisar as interações nos fóruns virtuais de discussão das disciplinas de Compreensão e Produção de Texto e Fonética e Fonologia, do Curso de Licenciatura em Letras – Habilitação em Língua Portuguesa – modalidade a distância, da Universidade Federal do Pará, dos polos de Tucumã e Dom Eliseu, com o propósito de identificar, na linguagem dos professores utilizadas durante as interações nos fóruns, elementos linguísticos de atitude, a fim de constatar ou não o aumento quantitativo e qualitativo das interações, por meio de comparativo entre os fóruns supracitados. 2.1 O Corpus 2.1.1 O Contexto Os dados desta pesquisa foram coletados nos fóruns virtuais de discussão da disciplina de Compreensão e Produção de Textos (CPT) da turma de 2011 do polo de Tucumã e Fonética e Fonologia (FF), ministradas aos alunos das turmas de 2011, polo de Dom Eliseu. Essas disciplinas integram a grade curricular do Curso de Licenciatura em Letras – Habilitação em Língua Portuguesa – modalidade a distância (CLLD), ofertado pela Universidade Federal do Pará (UFPA). As disciplinas selecionadas para a pesquisa, foram escolhidas com base em observações nas discussões e interações, selecionei uma das disciplinas que houve maior número de participação por fórum e outra com número de participação menos
  • 32. 31 significativo, afim de constatar por meio de comparativo entre ambas disciplina o objetivo desta pesquisa. As disciplinas CPT e FF, fazem parte do eixo Reflexão sobre a Linguagem, do projeto Pedagógico do Curso, e entre outras competências e habilidades, que objetivam desenvolver estão: “Identificar, analisar e explicar os processos envolvidos na organização do texto oral e escrito”, “Analisar, descrever e explicar diacrônica e sincronicamente a estrutura e o funcionamento de uma língua, em particular da Língua Portuguesa”, “Descrever e justificar as características fonológicas, morfológicas, lexicais, sintáticas, semânticas e pragmáticas de variedades da língua portuguesa em diferentes contextos”, etc. . (CUNHA; LOBATO, 2012, p. 28). As disciplinas escolhidas fazem parte da estrutura curricular do Curso de Licenciatura em Letras – Habilitação em Língua Portuguesa – modalidade a distância, doravante (CLLD), ofertado pela Universidade Federal do Pará (UFPA). O curso de Licenciatura em Letras é ofertado pela UFPA desde maio de 2008 e segundo consta em seu Projeto Político Pedagógico, tem por finalidade a análise, reflexão e descrição dos fatos linguísticos e literários, conduzidas numa perspectiva formativa, de modo que desenvolva no aluno uma atitude investigativa diante da língua e da literatura (CUNHA; LOBATO, 2005, p. 16). E como objetivo geral, conforme consta em seu projeto, é “formar profissionais interculturalmente competentes, capazes de lidar, de forma crítica, com as linguagens, especialmente a verbal, nos contextos oral e escrito”. (CUNHA; LOBATO, 2005, p. 16). O CLLD, foi projetado para ser desenvolvido com atividades semipresenciais, com apoio de material didático impresso, com encontros semanais, que ocorrem nos polos de apoio presencial aos sábados, mediadas pelos professores ou tutores presenciais. A equipe profissional do CLLD é composta por um coordenador geral, um coordenador de disciplina, tutores presenciais (dois em cada polo) e tutores virtuais (um para cada polo). Aos sábados são realizadas as tutorias presenciais em cada polo, com objetivos de discutir as atividades curriculares e a realização de avaliações. Além do apoio dos tutores presenciais, os tutores à distância, também auxiliam por meio dos fóruns virtuais de discussão, por e-mail ou telefone. Os fóruns virtuais de discussão do CLLD desenvolvem-se na Plataforma Moodle, sistema de gestão de ensino-aprendizagem em ambiente virtual, que permite a criação, armazenamento e administração de cursos ofertados a distância por meio
  • 33. 32 da internet. Esse sistema disponibiliza diversas ferramentas que permitem interação síncrona e assíncrona, simulando uma sala de aula presencial, permitindo ações educacionais potencialmente interativas: “É um aplicativo desenvolvido para ajudar os educadores a criar cursos on-line ou suporte on-line a cursos presenciais, de alta qualidade e com muitos tipos de recursos disponíveis” (SABBATINI, 2007, p. 1). Segundo Sánchez (2005, apud LOBATO, 2012), os fóruns virtuais podem ser definidos como um espaço de comunicação formado por quadros de diálogo nos quais as mensagens podem ser inclusas e classificadas tematicamente. Nestes espaços, especificamente os fóruns educativos, ao qual o autor se refere, os usuários, podem realizar novas contribuições, esclarecer outras, refutar as dos demais participantes, etc. de modo assíncrono, possibilitando ainda que essas mensagens permaneçam disponíveis à todo tempo para os demais participantes. Os fóruns de discussão podem e devem ser mais agradáveis. De acordo com Sartori e Roesler (2005 apud LOBATO, 2012), os fóruns podem trazer excelentes resultados para o desenvolvimento da disciplina, desde que o mediador coordene a discussão a fim de mantê-la ativa e intervenha de forma criativa para que o grupo se sinta estimulado a continuar o debate. Os autores ressaltam ainda que a inadequada utilização dos fóruns pode causar alguns problemas, como o afastamento do assunto em discussão, a intervenção exagerada em termos numéricos e de extensão das mensagens, o envio de mensagens de caráter ou de natureza diversa ao objetivo do fórum. Além do mais representam um espaço que quando bem utilizado, isto é, quando bem mediado contribuem significativamente com o desenvolvimento da aprendizagem dos cursistas e também dos professores, visto que podem configurar um espaço de construção colaborativa do conhecimento. Os fóruns são abertos no decorrer das disciplinas, são espaços destinados a discussão e reflexão de conteúdos e temas sobre o capítulo ou assunto que está sendo abordado. O fórum pode ser classificado como um recurso de extrema importância para a interação constante seja entre professores-alunos, tutores-alunos e alunos-alunos. Nesse espaço a interação é assíncrona e as mensagens ficam armazenadas no decorrer do curso da disciplina. Em geral a configuração básica dos fóruns é a seguinte: o professor abre as discussões com uma mensagem, com objetivo de incentivar as interações. O fórum encerra-se um uma data estipulada pelo professor, que, normalmente, posta uma mensagem comunicando o encerramento das discussões.
  • 34. 33 A quantidade de fóruns abertos e os temas principais para discussão, ficam a cargo do professor de cada disciplina. 2.1.2 Os participantes Os participantes deste estudo serão os alunos graduandos, os professores coordenadores das disciplinas e os professores tutores a distância das duas disciplinas supracitadas, do curso de Letras. Neste estudo, a professora coordenadora da disciplina CPT será chamada de P1 e o tutor de T1. Já a professora da disciplina de FF será chamada de P2 e o tutor de T2. 2.1.3 Os dados A escolha dos dados foi motivada pela observação da variação do número de mensagens durante as interações realizadas nos fóruns das disciplinas de CPT e FF. Assim sendo, observei que no decorrer da disciplina de CPT, o número de participações do professor-coordenador da disciplina, tutor a distância e alunos foram mais elevados, já para a disciplina de FF, foi inferior. Mediante essas observações surgiram os questionamentos sobre os fatores que influenciaram ou contribuíram para tal diferença, objetivo esse que este estudo pretende elucidar. Durante o desenvolvimento da disciplina CPT, foram abertos 6 fóruns: quatro para discussão do conteúdo das atividades do material didático impresso, um destinado a divulgar notícias e um destinado a comentários sobre as avaliações realizadas no decorrer do curso. Já na disciplina FF, foram abertos 11 fóruns, dos quais oito para discussão do conteúdo das Atividades do livro didático, um para divulgação das notícias, um destinado a apresentação do professor coordenador da disciplina e alunos e tutor, e um último para tirar dúvidas, caso ainda houvesse, dos alunos sobre o conteúdo ministrado no decorrer da disciplina. Na próxima seção, descreverei os procedimentos de coletas e análises dos dados.
  • 35. 34 2.2 Procedimento de coletas e organização dos dados 2.2.1 A coleta dos dados Os dados foram coletados das mensagens postadas nos fóruns virtuais das disciplinas supracitadas. Tais fóruns, são como salas de interação da plataforma Moodle e as mensagens ali postadas ficam registradas e podem ser consultadas a qualquer momento pelos participantes e pelos administradores do curso. A abertura dos fóruns é feita pelos professores coordenadores das disciplinas ou pelos tutores. A coleta dos dados foi realizada nas mensagens dos fóruns de cada disciplina, as quais foram copiadas e arquivadas em documentos de texto, em computador pessoal, facilitando o acesso a qualquer momento. O quadro abaixo ilustra o quantitativo de mensagens dos professores (professor-coordenador e tutores) e dos alunos, em cada fórum da disciplina CPT. Quadro 6 - Resumo das mensagens dos fóruns da disciplina CPT Disciplina CPT Fórum Mensagens Docentes Discentes Tutores Total Unidade 1 31 44 03 78 Unidade 2 18 29 03 50 Unidade 3 12 33 04 49 Unidade 4 12 27 04 43 Avaliação 03 02 - 05 Totais 76 135 14 225 O quantitativo de mensagens durante o desenvolvimento da disciplina FF está descrito no quadro 7 a seguir.
  • 36. 35 Quadro 7 - Resumo das mensagens dos fóruns da disciplina FF Disciplina FF Fórum Mensagens Docentes Discentes Tutores Total Apresentação 03 11 - 14 Fórum 1 06 18 07 31 Fórum 2 01 14 04 19 Fórum 3 03 19 06 28 Fórum 4 06 13 05 24 As vogais da língua portuguesa 03 09 - 12 As consoantes do português 06 09 - 15 A importância da sílaba 02 04 - 06 Tira-dúvidas 01 - - 01 Atividades 14 e 15 01 01 - 02 Totais 32 98 22 152 Na próxima subseção, descreverei o processo de organização dos dados. 2.2.2 A organização dos dados Após a coleta dos dados, os mesmos foram organizados da seguinte maneira: i. Criação de pastas para cada disciplina, CPT e FF; ii. Arquivamento das páginas dos fóruns de cada disciplina em documentos de textos, divididos por fórum. Tal organização foi de relevante importância para as análises, pois possibilitou a análise dos dados, separadamente, seja por fórum, por disciplina, ou por participante. Na próxima subseção, descreverei os procedimentos de análises. 2.3 Procedimento de análise dos dados 2.3.1 Etapas de análise dos dados A análise dos dados foi feita nas seguintes etapas:
  • 37. 36 i. Análise dos elementos léxico-gramaticas avaliativos; ii. Classificação e resumo dos itens avaliativos; iii. Interpretação dos itens avaliativos; Para realizar a análise dos elementos léxico-gramaticais avaliativos, procurei identificar nas leituras das mensagens quais elementos indicavam atitudes de afeto, julgamento e apreciação, que após a análise, permaneceram arquivados em documentos de texto. Depois da identificação desses elementos, separei o número de ocorrência de cada elemento avaliativo por tipo de atitude (afeto, julgamento e apreciação), juntamente com suas subcategorias. Ainda nessa etapa, após a separação por tipos de atitudes, foi realizada a subdivisão dos elementos léxico-gramaticais utilizados na realização linguística das avaliações, conforme proposto por Martin (2000, p.149). Após a conclusão dessa etapa, apresento e interpreto as avaliações encontradas nos fóruns escolhidos, para em seguida interpretar e discutir os resultados obtidos. Na próxima subseção, apresentarei os dados que compõem o corpus deste estudo. 2.3.2 Critérios para apresentação dos dados Para apresentação dos dados, foram adotados os seguintes critérios: utilização de abreviações para indicar os participantes, P1 e P2 para os professores- coordenadores, T1 e T2 para os tutores. As avaliações encontradas serão apresentadas como exemplos e em algumas delas, usei o símbolo (...), para indicar que as mensagens dos fóruns coletadas não foram copiadas na íntegra, visto que interessa somente os trechos em que os tipos de atitude foram evidenciados. Ao lado dos elementos que realizam atitude, usei colchetes [ ], com a indicação do tipo de avaliação. Os exemplos são recuados e serão numerados com letra tamanho 11. O negrito servirá para destacar os itens avaliativos abalizados. Para indicar o avaliador ou objeto da avaliação destaco nos exemplos a cor da fonte azul juntamente com o sublinhado.
  • 38. 37 Para apresentação do tipo e subtipo de atitudes, serão usados símbolos (+ e -) e o nome do tipo de atitude, adaptadas ao português, do inglês, das que são utilizadas por Martin & White (2005, p.71), conforme quadro 8 abaixo: Quadro 8 - Apresentação dos tipos de atitude Tipos de Atitude Apresentação Atitude positiva + Atitude negativa - Afeto: felicidade Felicidade Afeto: infelicidade Felicidade- Afeto: segurança Segurança Afeto: insegurança Segurança- Afeto: satisfação Satisfação Afeto: insatisfação Satisfação- Julgamento: normalidade Julg.: normalidade Julgamento: capacidade Julg.: capacidade Julgamento: tenacidade Julg.: tenacidade Julgamento: veracidade Julg.: veracidade Apreciação: reação Aprec.: reação Reação impacto Aprec.: Reação-impacto Reação qualidade Aprec.: Reação-qualidade Apreciação: composição Aprec.: Composição Composição equilíbrio Aprec.: Comp-equilíbrio Composição complexidade Aprec.: Comp-complexidade Apreciação: valoração Aprec.: Valoração
  • 39. 38 CAPÍTULO III – APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS Neste capítulo serão apresentados os resultados das análises do subsistema de atitude identificados nas mensagens dos professores dos fóruns virtuais das disciplinas pesquisadas, destacando os elementos léxico-gramaticais que foram usados para realização de atitude. Primeiramente apresento resumidamente dados gerais das avaliações encontradas por categorias atitudinais, com valores totais e percentuais correspondentes, em seguida as categorias atitudinais com as polaridades encontradas, (se positivas ou negativas). Finalizo com a apresentação das categorias atitudinais, levando em consideração a organização conforme a ordem que os autores, Martin e White (2005), utilizam para apresentar a análise de atitude. Assim sendo, serão apresentados na seguinte ordem: primeiramente o afeto e seus respectivos subtipos, depois os de julgamento e finalizando com os de apreciação. Retomo os tipos e subtipos da atitude (Martin, 2000 apud Sartin, 2008), conforme a figura abaixo: Figura 3 - Subsistema de atitude
  • 40. 39 Neste estudo, fez-se uso do subsistema de atitude, que serão apresentadas primeiramente os valores numéricos dos itens avaliativos totais, em seguida por subtipo de atitude. 3.1 Apresentação dos dados Nesta seção apresento em valores numéricos os itens avaliativos que foram encontrados nos fóruns das disciplinas pesquisadas. Para a disciplina de CPT foram contabilizadas 49 avaliações atitudinais e para a disciplina de FF foram registradas 26 avaliações atitudinais. Após contabilizadas as avaliações, apresento os dados em valores percentuais, no qual é relevante destacar quantas dessas avaliações correspondem a cada categoria atitudinal. Dessa forma, obtive os seguintes valores: Quadro 9 - Ocorrências avaliativas por categoria atitudinal Disciplina Categoria CPT FF Afeto 7 14,3% 0 0% Julgamento 11 22,4% 8 30,8% Apreciação 31 63,3% 18 69,2% Total 49 100% 26 100% Os dados do quadro acima permitem constatar que em ambas as disciplinas a categoria atitudinal de apreciação foi o modo preferencial para a avaliação dos alunos pelos professores, sendo que em FF essa opção teve maior proporção com 69,2% dos casos contra 63,3% em CPT. Um fator relevante que cabe ressaltar, é que não foram encontradas avaliações na categoria afeto nas mensagens dos fóruns da disciplina de FF. Conforme descrito no capítulo de fundamentação teórica, os sentimentos culturalmente são considerados positivos ou negativos. Os sentimentos positivos, são os agradáveis de se experienciar. Já os negativos, são desagradáveis de se experenciar. As avaliações podem ser positivas ou negativas, conforme apresentado
  • 41. 40 no quadro abaixo, as categorias atitudinais e a polaridade nas avaliações encontradas: Quadro 10 - Tipo de polaridade por categorias atitudinais Disciplina Categoria Disciplina CPT Disciplina FF Tipo de Polaridade + - + - Afeto 71,4% 28,6% 0% 0% Julgamento 72,7% 21,4% 75% 25% Apreciação 83,9% 16,1% 88,9% 11,1% Os dados do quadro 10 permitem constatar que nas duas disciplinas, as avaliações positivas foram majoritárias. Em CPT, as avaliações na categoria afeto, foram em sua maioria positiva, representando 71,4% e as negativas com 28,6%, enquanto na FF não foram identificadas avaliações nessa categoria. Com relação a categoria de julgamento, os itens avaliativos nas duas disciplinas assemelharam-se numericamente, no entanto, na disciplina FF, o índice de avaliações negativas foi mais significativo (25%) do que na disciplina CPT (21,4%). Já em relação à categoria de apreciação, o índice de avaliações positivas foi maior na disciplina FF (88,9%), contra 82,1% na disciplina CPT. Esses resultados demonstram que em ambas as disciplinas as avaliações de julgamento e apreciação se aproximaram. A categoria de apreciação foi a categoria com maior percentual de avaliações positivas nas duas disciplinas, o que demonstra a categoria preterida pelos docentes para realizar avaliações. Após quantificada a polaridade, as análises se concentraram em cada categoria atitudinal, apresentadas a seguir. 3.1.1 Avaliações de Afeto O afeto foi a categoria menos utilizada pelos docentes nas mensagens dos fóruns da disciplina CPT e não foi encontrada nenhuma avaliação de afeto na disciplina FF. Embora os fóruns analisados caracterizem-se pela linguagem acadêmica, foram encontradas avaliações afetivas de polaridade positiva, como felicidade e satisfação, e negativas, como de infelicidade.
  • 42. 41 Retomando o que foi dito na Fundamentação Teórica deste trabalho, para Martin e White (2005, p. 59), o afeto pode ser expressado por dois tipos de participantes, a saber: o emoter (entidade que sente conscientemente determinadas emoções), e o participante que atua como avaliador adicional, isto é, aquele que diz o que outra pessoa sente. Nas avaliações da categoria afeto, foram registradas 7 avaliações, das quais 4 os professores foram participantes da emoção e em 3 avaliações, o professor como avaliador adicional. Exemplos de professores participantes da emoção Exemplo (01) P1: O texto, é realmente, um assunto muito interessante. [Aprec.: reação-qualidade] (...). Eu também gosto [felicidade+] muito... [Fonte: fóruns CPT] Em 01, P1, usa o atributo “gosto”, para demonstrar seu sentimento de felicidade com relação ao assunto abordado na mensagem envidada anteriormente por um aluno, (O texto) P1, responde demonstrando seus sentimentos de felicidade em resposta solidária ao seu interlocutor, nesse caso o aluno. De acordo com Martin 2002 apud Almeida, 2008), a atitude é utilizada pelo falante/escritor no intuito de receber de seu interlocutor uma resposta de solidariedade. Exemplos de professores avaliadores adicionais Exemplo (02) T1: (...) Experimente um dia ler “Paca, tatu, cotia, não” de Juraci Siqueira, para os alunos do 5º ano... Os olhinhos deles brilham! [satisfação+] ... [Fonte: fóruns CPT] Em 02, T1, utiliza o atributo “brilham”, para dizer como os alunos se sentem, ou seja, T1, atua como avaliador adicional, expressando sentimento de satisfação, que os alunos demonstram ao ouvir tais histórias contadas por T1. Conforme explicado no referencial teórico desse estudo, para Martin e Rose (2007) o afeto pode ser realizado como qualidade (epítetos, atributos, adjunto de circunstância), processos (verbos) e comentários (adjuntos modais). Exemplos, constam na fundamentação teórica, capítulo 2.
  • 43. 42 Nesse estudo, o afeto foi encontrado realizado como qualidade, processo e comentário, conforme o quadro a seguir em que demonstro as avaliações obtidas são apresentadas de acordo com o elemento léxico-gramatical. Quadro 11 - Resumo por elemento léxico-gramatical e subtipo de afeto Elementos léxicos- gramaticais Subtipo de Afeto P1 T1 P2 T2 Qualidade 01 01 - - Processos 02 01 - - Comentários 02 0 - - Total 05 02 - - Exemplos de afeto como qualidade: Exemplo (03) T1: [...] Se eu puder contribuir, Fico muito feliz. [felicidade+]. [Fonte: fóruns CPT] Exemplo (04) P1: [...] Fico feliz [felicidade+] em saber que você está gostando. [felicidade+]. [Fonte: fóruns CPT] Nos exemplos apresentados acima, o afeto positivo é realizado pelos atributos: “feliz” e “gostando”. Em 3, T1 descreve seu sentimento de felicidade, em poder contribuir com o aprendizado dos alunos, já em 4, P1 demonstra sentimento de felicidade ao saber que os alunos estão gostando do assunto abordado pela disciplina. Exemplos de afeto como processo: Exemplo (05) P1: [...] Bom saber que você está gostando. [felicidade+]. [Fonte: fóruns CPT]
  • 44. 43 No exemplo 05, o afeto positivo também é expressado pelo atributo “gostando”, P1 demonstra seu sentimento ao saber que o aluno está gostando da dinâmica dos fóruns e do assunto abordado. Exemplos de afeto como comentário: Exemplo (06) P1: [...] Quanto a isso, infelizmente [felicidade-] temos a dizer que é grande a ocorrência de provas cujas repostas parecem ter sido escrita às pressas. [Fonte: fóruns CPT] No exemplo 6, P1, expressa sentimento negativo, com relação ao resultado obtido nas respostas das avaliações da disciplina, realiza pelos alunos. Conforme observado nos exemplos, P1 e T1, demonstraram seus sentimentos de felicidade e satisfação em respostas solidária aos seus interlocutores, nesse caso os alunos. Nas ocorrências do subtipo afeto encontradas, todas foram em respostas aos sentimentos expressos pelos alunos, demonstrando solidariedade aos seus interlocutores. P1 demonstrou sentimentos de felicidade com polaridades positivas e negativas, demonstrando o quão ficava feliz em saber que os alunos também demonstravam sentimentos positivos em relação ao conteúdo discutido no fórum e os negativos com relação ao desempenho dos alunos nas avaliações das disciplinas. Já T1 demonstrou sentimentos de felicidade e satisfação, deixando claro que se sente feliz em ajudar os alunos com suas dúvidas e questionamentos que por ventura ocorressem. E satisfeita com o resultado do seu trabalho ao ver os alunos encantados com suas técnicas e didáticas. Com relação ao subtipo de afeto, foram identificados, felicidade, infelicidade e satisfação, conforme o quadro abaixo, de acordo com a polaridade:
  • 45. 44 Quadro 12 - Ocorrências por subtipos de afeto Participantes Nº de ocorrência Subtipo de afeto P1 05 Felicidade+ Felicidade- T1 02 Felicidade+ Satisfação+ P2 - - T2 - - No quadro 12, demonstra-se o número de ocorrência e o subtipo de afeto encontrado nas avaliações dos professores, nas quais os sentimentos de felicidade foram mais frequentes. Em se tratando da polaridade, os sentimentos foram mais positivos. Observamos que os participantes priorizaram os sentimentos de felicidade, comum aos dois professores, esses sentimentos demonstram o quão feliz ou infeliz o participante está, ou seja, são expressos os sentimentos ligados à “questão do coração” (MARTIN E WHITE, 2005). O quantitativo de avaliações da subcategoria de afeto já era esperado em menor número que as demais, uma vez que se tratam de fóruns educacionais com caráter acadêmico. No entanto, ainda assim, foram identificadas avaliações com emoções relacionadas aos sentimentos do coração – felicidade e infelicidade, conforme os exemplos 1, 3, 4 e 5. Já o sentimento de satisfação encontra-se no exemplo 2. 3.1.2 Avaliações de julgamento Em continuidade com as análises, nesta seção descrevo e discuto os exemplos referentes ao segundo subtipo de atitude, o julgamento. Segundo Martin e Rose (2003/2007, p. 62) o julgamento pode ser entendido como uma “institucionalização dos sentimentos”, ou seja, normas de comportamentos que devem ou não ser seguida pelas pessoas de acordo com as normas sociais e legais. Analiso nesta seção as avaliações dos professores com relação ao caráter e ao comportamento das pessoas (alunos, professores, tutores e outros participantes).
  • 46. 45 Para as análises de julgamento, utilizei as categorias transcritas a seguir: Figura 4 Subtipos de julgamento O julgamento foi a segunda categoria atitudinal mais utilizada pelos professores, em sua maior parte na modalidade positiva. No quadro a seguir estão as ocorrências por participantes e subtipos de julgamento encontrados: Quadro 13 - Ocorrências por subtipo de julgamento Participantes Nº de ocorrência Subtipo de julgamento P1 10 Capacidade+ Capacidade- Tenacidade+ T1 01 Tenacidade+ P2 06 Capacidade+ Capacidade- T2 02 Capacidade+ As atitudes de julgamento encontradas referem-se ao julgamento da capacidade de compreensão dos alunos sobre os assuntos abordados. Nas avaliações encontradas em apenas uma ocorrência o professor realizou julgamento sobre outros participantes, nas demais foram julgamentos sobre os alunos e auto- julgamentos. A seguir, apresento exemplos de auto-julgamentos dos professores, julgamentos dos professores sobre os alunos, e julgamento dos professores sobre outros participantes do convívio pessoal ou profissional dos professores. Julgamento Estima Social Normalidade Capacidade Tenacidade Sanção Social Propriedade Veracidade
  • 47. 46 Exemplos de auto-julgamentos: Exemplo (07) P1: [...] Concordo com o ditado, [...], mas confesso que não compreendi [Julg.: capacidade-] o seu propósito comunicativo ao utilizá-lo. [Fonte: fóruns CPT] No exemplo 07, P1 expressa sua avaliação, realizando um auto-julgamento por meio do atributo “não compreendi”, enquadrado pelo subtipo capacidade. Subtipo esse, que julga o quão o indivíduo é competente, capaz. Desta forma, P1, realiza um auto-julgamento, acerca sua competência e julga-se incapaz de compreender o propósito comunicativo do aluno sobre o emprego do ditado popular. Exemplo (08) P2: [...] Se você apenas repete o que está nos materiais lidos, sem nenhuma interpretação sua, eu não posso avaliar bem a sua compreensão [Julg.: capacidade] do assunto. [Fonte: fóruns FF]. Em 08, é possível identificar que P2, é ao agente elocutor, representado pelo pronome “eu”, que expressa avaliações sobre a compreensão do aluno. Da mesma forma que P1 no exemplo 07, P2, também se julga incapaz de avaliar a compreensão do aluno acerca do assunto abordado. Exemplos de julgamentos sobre alunos: Os exemplos a seguir trazem avaliações de julgamentos dos professores com relação aos alunos e estão enquadrados no tipo estima social, são avaliações sobre o comportamento das pessoas, sem implicação legal, envolvendo admiração ou crítica. Nesses exemplos, são utilizados atributos para realizar seus julgamentos, acerca das repostas a questionamentos ou contribuições dos discentes postadas nos fóruns. O atributo “muito bem” foi o mais usado para julgar a capacidade de compreensão dos alunos acerca do conteúdo da disciplina. Exemplo (09)
  • 48. 47 P1: Muito bem [Julg.: capacidade+], [...]. Vocês estão indo muito bem [Julg.: capacidade+], parecem estar alcançando uma boa compreensão [Julg.: capacidade+] do conteúdo de nosso material. [Fonte: fóruns CPT] No exemplo 09, P1, faz uso do atributo “Muito bem” e repete seu julgamento com “estão indo muito bem” com intuito de enfatizar aos alunos mencionados na mensagem (nome foram suprimidos), que estão no caminho certo para atingir a boa compreensão da disciplina. Exemplo (10) P1: [...] as contribuições postadas por vocês nas últimas 24 horas demonstram que a nossa disciplina, [...], está fazendo com que vocês percebam [Julg.: capacidade+] o papel que tem o professor, hoje, na formação de leitores e produtores de textos. [Fonte: fóruns CPT] Exemplo (11) P1: [...] vejo que vocês estão interessados [Julg.: capacidade+] no campo de estudo da LT (linguística textual). [Fonte: fóruns CPT] No exemplo 10, P1, novamente menciona a boa compreensão dos alunos estão alcançando, baseada nas mensagens postadas anteriormente e em 11, avalia o interesse dos alunos no campo de estudo da linguística textual, como interessados no assunto abordado pela disciplina. Percebe-se que P1, prioriza as avaliações, positivas, procurando evidenciar a compreensão dos alunos em suas mensagens. Exemplo (12) P2: Muito bem [Julg.: capacidade+], [...]. Ótimo raciocínio. [Fonte: fóruns FF] Exemplo (13) T2: Muito bem [Julg.: capacidade+] [...]. [Fonte: fóruns FF] No exemplo 12, P2, julga a capacidade do aluno por meio do atributo “muito bem”, finalizando com “ótimo raciocínio”, que enfatiza o quão relevante fora a postagem do aluno. Já no exemplo 13, T2, utiliza somente o atributo “muito bem”,
  • 49. 48 enfatizando a relevância da postagem realizada pelo aluno, mencionada após a avaliação. Exemplos de julgamento sobre outros participantes: Exemplo (14) P1: Paulo Freire sempre estava certo [Julg.: capacidade+], [...]. Ele sabia o que dizia. [Fonte: fóruns FF] No exemplo 14, P1, realiza o julgamento do subtipo capacidade por meio do atributo “sempre estava certo”, para evidenciar seu julgamento de capacidade, complementando com “Ele sabia o que dizia”, em reposta a uma citação realizada por um aluno. Nas avaliações de julgamento, podemos observar que P1 expressa julgamentos positivos sobre a capacidade dos alunos, conforme os exemplos 9, 10 e 11. P1, prioriza o julgamento positivo sobre os alunos e sobre a capacidade de outros participantes, conforme o exemplo 14. Já P2 e T2, julgam a capacidade dos alunos por meio de atributos, conforme os exemplos 12 e 13. 3.1.3 Avaliações de apreciação Nesta subseção, apresento as análises referente ao último tipo de atitude, a apreciação; são apresentadas as avaliações referente aos objetos, artefatos, processos e estados das coisas, positivas ou negativas. Trata-se da avaliação da estética da composição, estrutura e forma, da apresentação e do conteúdo desses objetos. Essa categoria foi a mais utilizada no corpus desse estudo. Conforme apresentado no quadro 9. A apreciação é organizada do seguinte modo: reação, composição e valoração. Reação subdivide-se em reação impacto e de qualidade, diz respeito à reação que as coisas provocam nos falantes/escritores. A apreciação do tipo composição de equilíbrio e complexidade, diz respeito à elaboração dos objetos, e, por fim, a valoração contempla o valor que é dado às coisas e objetos. No corpus deste estudo as apreciações foram em sua maior parte acerca das mensagens dos alunos em respostas a questionamentos, inclusão de exemplos, dúvidas, etc. postadas nos fóruns. A seguir, apresento as avaliações feitas pelos
  • 50. 49 participantes em suas mensagens nos fóruns, o número de ocorrências e os subtipos de apreciação. Quadro 14 - Ocorrências por subtipo de apreciação Participantes Nº de ocorrência Subtipo de apreciação P1 27 Reação-Qualidade+ Reação-Qualidade- Reação-Impacto+ Composição-Complexidade+ Composição-Equilíbrio+ Composição-Equilíbrio- Composição-Proporção- T1 04 Composição-Equilíbrio+ Reação-Qualidade+ P2 09 Composição-Equilíbrio+ Reação-Impacto- Reação-Qualidade+ Reação-Qualidade- T2 09 Reação-Impacto+ Composição-Equilíbrio+ No quadro 14, são listados os subtipos de apreciação que foram usadas pelos professores e tutores, observamos que o subtipo composição-equilíbrio+, foi utilizada por todos os participantes e que P1 foi o participante que fez o maior número (27) de avaliações, como ilustrado e comentado nos exemplos seguintes. Exemplo (15) P1: [...] Um outro exemplo interessante [Aprec.: Reação-qualidade+] é o da piada, que é um texto nem sempre compreendido. [...]. [Fonte: fóruns CPT] Exemplo (16) P1: [...] O texto é, realmente, um assunto muito interessante [Aprec.: Reação- qualidade+] [...]. [Fonte: fóruns CPT]
  • 51. 50 Nos exemplos 15 e 16, P1 faz uso do atributo “interessante” para avaliar o gênero “piada” em 15 e o “texto” em 16, ambos exemplos, são do subtipo reação- qualidade+ e referem-se ao impacto emocional que o objeto provoca no avaliador, desta forma, a reação de P1 aos exemplos postados pelos alunos, demonstra que achou interessante avaliando positivamente as contribuições postadas nos fóruns. Exemplo (17) P1: Bem oportuno [Aprec.: composição+] o seu exemplo [...] [Fonte: fóruns CPT] Exemplo (18) P1: Sábias palavras [Aprec.: Reação-impacto+] as suas, [...] [Fonte: fóruns CPT] Nos exemplos 17 e 18, P1 avalia as participações dos alunos, por meio dos atributos “bem oportuno” e “sábias palavras”. Observa-se que P1 em suas avaliações, prefere apreciar as contribuições dos alunos de forma positiva. Exemplo (19) P1: [...] gostei [Aprec.: composição+] de suas colocações sobre os gêneros textuais, mas não do uso da palavra “apostila” [Aprec.: composição-]. Nosso livro não pertence ao gênero apostila! [...] [Fonte: fóruns CPT] No exemplo 19, P1, realiza duas avaliações, uma por meio do atributo “gostei” apreciando de forma positiva as colocações sobre os gêneros, enviada pelo aluno. E outra negativa, onde comenta não ter gostado da comparação do material didático usado pelos alunos com apostila. Uma vez que o material impresso recebido pelos alunos, não comtempla as mesmas características que o gênero apostila. Nos exemplos seguintes, as avaliações de P2, podem ser observadas: Exemplo (20) P2: [...] Está muito boa [Aprec.: composição+] sua comparação. [Fonte: fóruns FF] Exemplo (21) P2: É isso mesmo, [Aprec.: composição+] [...]. Falar é tão simples para nós porque é uma atividade que fazemos automaticamente [...] [Fonte: fóruns FF]
  • 52. 51 No exemplo 20, P2, avalia a comparação realizada por um aluno, por meio do atributo “boa”, avaliando de forma positiva sua colaboração ao fórum. Já em 21, avalia por meio do atributo “isso mesmo” concordando com as mensagens enviadas pelos alunos. Exemplo (22) P2: [...] A resposta ao questionamento veio no seu último parágrafo apenas, o preâmbulo foi bastante longo. [Aprec.: composição-] Preâmbulos muito longos [Aprec.: composição-] cansam o interlocutor e pode atrapalhar o diálogo. [...] No exemplo 22, P2 avalia o texto enviado no fórum de forma negativa, por meio de apreciação do subtipo composição, faz uso do atributo “longo” intensificado por “bastante”, ao referir-se ao preâmbulo que o aluno escreveu, considerando seu texto muito longo e cansativo podendo este fator cansar e atrapalhar o diálogo. Observo que nas avaliações de apreciação encontradas, boa parte das apreciações foram sobre a colaboração dos alunos ao fórum, ou seja, avaliações sobre o conteúdo das mensagens dos alunos, essas em sua maior parte em respostas a questionamentos postados em mensagens anteriores pelos docentes. Quanto a polaridade das avaliações, a maior parte foram positivas. Concluindo apresentação dos dados, faço algumas considerações. Realizado o mapeamento atitudinal dos docentes, identificados por seus respectivos tipos e subtipos, conforme demonstra no quadro 9, a apreciação foi a categoria mais utilizada em ambas as disciplinas, correspondendo a 69,2% das avaliações e em FF e 63,3% em CPT. O subtipo julgamento também obteve números representativos, 30,8% para as avaliações de FF e 22,4% para CPT. Conforme observado no quadro 6 e 7, o número de mensagens totais por disciplina, foi maior para disciplina de CPT, com total de 225 mensagens para 152 de FF, apesar da disciplina de FF possuir maior número de fóruns. Observou-se também que em CPT o número de mensagens docentes foi superior (90) aos de FF (54). Conforme podemos observar no gráfico a seguir:
  • 53. 52 Gráfico 1 - Mensagens x Avaliações Conforme ilustrado no gráfico 1, as mensagens e as avaliações registradas nos fóruns da disciplina CPT, num total de 49 avaliações, correspondem a 54,4% das mensagens docentes e as dos fóruns de FF, num total de 26 avaliações, correspondem a 48,1% das mensagens docentes. Na disciplina de CPT, o número de mensagens docentes e de avaliações foi superior aos números da disciplina de FF, o que conferiu a disciplina de CPT, em comparação com a de FF, um número superior de participações discentes. Embora, a disciplina de CPT tenha tido número de fóruns abertos, no decorrer da disciplina, inferior (6 fóruns) à de FF (11 fóruns), ainda assim o número de participações discentes foi superior. De acordo com gráfico acima, observa-se que na disciplina de CPT onde houve maior número de avaliações, também houve maior número de participação discente. Quanto a polaridade das avaliações, os valores percentuais foram apresentados no quadro 10, distribuído por categoria de atitude e por polaridade, constatamos que as avaliações positivas foram majoritárias. Na disciplina de CPT de 49 avaliações, 39 foram positivas contra 10 negativas. Já em FF de 26 avaliações, 22 foram positivas e 4 negativas. No gráfico abaixo, apresento o número de avaliações por categoria atitudinal de ambas as disciplinas em comparativo com o número de mensagens discentes. 90 54 135 98 49 26 C P T FF Docentes Discentes Avaliações
  • 54. 53 Gráfico 2 - Avaliações por polaridade No gráfico 2, observamos que disciplina de CPT obteve um número maior de avaliações positivas em todas as categorias, o que considero um fator influenciador no número de participações discentes. No gráfico abaixo, resumo as avaliações por polaridade e quantitativo de mensagens discentes. Gráfico 3 - Avaliações x Mensagens discentes 5 2 0 0 8 3 6 2 26 5 16 2 CPT - (+ ) CPT - (-) FF - (+ ) FF - (-) Afeto Julgamento Apreciação 39 22 10 4 135 98 CP T FF Avaliações ( + ) Avaliações ( - ) Mensagens discentes
  • 55. 54 No gráfico 3, fica evidente que as participações discentes, foram maiores na disciplina de CPT, disciplina essa que registou número maior de avaliações positivas. A disciplina de CPT, registrou um total de 135 mensagens discentes contra 98 da disciplina de FF. Desta forma, concluo que a polaridade das avaliações influenciou as participações discentes. Finalizada a análise e os resultados obtidos, são apresentadas a seguir as considerações finais deste estudo.
  • 56. 55 CONSIDERAÇÕES FINAIS Conforme proposto como objetivos deste trabalho, que constam na introdução, o questionamento principal foi: quais elementos linguísticos de atitude, na linguagem docente, podem contribuir para uma melhor interação nos fóruns das duas disciplinas pesquisadas? A partir desse questionamento, realizei as análises por meio da teoria de avaliatividade, fazendo uso do subsistema de Atitude (afeto, julgamento e apreciação), teoria essa, desenvolvida por Martin (2000) e aprofundado por outros pesquisadores como Martin e Rose (2003/2007) e Martin e White (2005). O corpus deste estudo foi composto pelas mensagens dos professores nos fóruns das disciplinas de CPT e FF, do curso de Licenciatura em Letras – Habilitação Língua Portuguesa, modalidade à distância ofertado pela Universidade Federal do Pará. As análises foram direcionadas pelas perguntas desse estudo, elencadas na introdução, que se retoma, agora, para que possam ser respondidas: 1. Quais os modos preferenciais para se avaliar, identificados no corpus deste estudo? 2. O quantitativo de avaliações docentes influenciou a participação discente? 3. A polaridade das avaliações docentes influenciou a participação discente? No corpus analisado, foi identificado avaliações de afeto somente nas mensagens da disciplina de CPT. Esses foram realizados por meio de elementos linguísticos, como atributos e processos, usados para expressar as emoções dos professores nas mensagens. Por meio desse recurso semântico, os docentes demonstraram o quão gostavam do assunto abordado nos fóruns e o quão são interessantes práticas didáticas criativas, com objetivo de despertar maior interesse dos alunos pelo campo de estudo da disciplina e pela inovação nas práticas didáticas, haja vista, que o fórum abordava assuntos das disciplinas de um curso de licenciatura em letras, ou seja, de futuros professores e pesquisadores da linguagem. Nas avaliações encontradas de afeto, os sentimentos foram expressados diretamente em solidariedade aos seus interlocutores nesse caso os alunos. Nas avaliações de julgamento, em ambas disciplinas, maior parte das avaliações foram sobre os alunos e algumas poucas sobre os próprios professores e em apenas uma ocorrência, sobre outros participantes. Nessas avaliações o elemento
  • 57. 56 léxico-gramatical mais usado foi o atributo. Nos julgamentos dos alunos ambos docentes concentraram em avaliar o comportamento e capacidade de compreensão sobre as disciplinas, assuntos ou tópicos abordados. Nas duas disciplinas os resultados encontrados foram semelhantes, as avaliações foram realizadas por atributos com auto-julgamento e julgamento sobre os alunos, dos quais em sua maior parte lhes conferia a capacidade ou não de compreensão do que fora explicado ou questionado em mensagens anteriores. Em se tratando da atitude de apreciação, em que são destacadas as avaliações dos docentes sobre as coisas, os objetos, as performances, etc., o subtipo composição-equilíbrio+, foi usado por todos os docentes para avaliar as produções dos alunos, as contribuições, as mensagens, os exemplos postados nos fóruns, etc. O elemento léxico-gramatical mais usado foi o atributo, em ambas as disciplinas os docentes apreciaram por meio desse elemento. Observo que na disciplina de CPT, deteve o maior número de avaliações na categoria de apreciação. Destaco que em tal disciplina, os docentes responderam, em boa parte das contribuições postadas pelos alunos, com apreciações sobre as mesmas, ou seja, os docentes sempre apreciavam o conteúdo das mensagens postadas pelos alunos, e em sua maior parte com apreciações positivas. Destaco como um ponto relevante e influenciador na participação dos alunos no fórum da disciplina. Com relação a disciplina de FF, os docentes realizaram apreciações somente sobre algumas mensagens dos alunos, ficando muitas delas sem respostas, conforme observado no corpus deste estudo. Destaco como um ponto negativo, a falta de respostas e a ausência de apreciação as mensagens dos alunos, considero um desestímulo a participação dos discentes. Com as análises linguísticas deste estudo, é possível observar que os recursos léxicos-gramaticais preferenciais foram os atributos que expressam os tipos de atitude. Esses recursos foram usados com intuito de instigar os alunos acerca da futura profissão (professor). A investigação das mensagens docentes nos fóruns virtuais, a partir do subsistema de atitude, propiciou a compreensão mais ampla acerca da função dos recursos semânticos utilizados pelos professores para realização das avaliações, revelando o subtipo de apreciação como preterido para as avaliações.
  • 58. 57 Os resultados deste estudo são positivos no sentido de colaborarem para o conhecimento de aspectos linguísticos importantes na avaliação docente em fóruns virtuais de aprendizagem. A pesquisa pode ser continuada com uma investigação sobre as mensagens docentes e discentes, com base nos demais subsistemas da Teoria da Avaliatividade, engajamento e gradação. Este estudo, ainda que limitado pela sua própria natureza - Trabalho de Conclusão de Curso – pode contribuir para a pesquisa da linguagem em educação a distância, possibilitando reflexões sobre a linguagem docente em fóruns virtuais de aprendizagem, tão importantes para os cursos na modalidade a distância. O estudo é uma contribuição também para pesquisas fundamentadas no Sistema de Avaliatividade, as quais ainda são em número reduzido no contexto educacional.
  • 59. 58 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA, F. A. S. D. P. Os recursos léxico-gramaticais de Atitude no discurso de dois professores universitários. 2008. 376 f. Tese (Doutorado). Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. São Paulo, 2008. Disponível em: <http://www.sapientia.pucsp.br/tde_arquivos/19/TDE-2008-07-08T08:21:24Z- 5896/Publico/Fabiola%20Aparecida%20Sartin%20Dutra%20Parreira%20Almeida.pdf >. Acessado em: 22 set. 2015. ALVES, L., Educação a distância: conceitos e história no Brasil e no mundo. Revista brasileira de aprendizagem aberta e a distância, v. 10, 2011. Disponível em: <http://www.abed.org.br/revistacientifica/_Brazilian/edicoes/2011/2011_Edicaov10.ht m>. Acessado em 11/02/2016. ALVES, R. M.; ZAMBALDE, A. L.; FIGUEIREDO, C. X. Ensino a Distância. UFLA/FAEPE, 2004. COLL, C.; MONEREO, C. et al. Psicologia da educação virtual. Aprender e ensinar com as tecnologias da informação e da comunicação. Tradução Naila Freitas. Porto Alegre: Artmed, 2010. CUNHA, A. L.; LOBATO, M. C. A. Projeto do Curso de Licenciatura em Letras – Habilitação em Língua Portuguesa – Modalidade a distância. Universidade Federal do Pará, 2005. EGGINS, S. An Introduction to Systemic Functional Linguistics. London: Pinter Publishers. 1994. HALLIDAY, M. A. K. An introducion to functional gramar. 2 ed. London: Edward Arnold Publishers. London, Continuunn, 1994. HALLIDAY, M. A. K.; HASAN, R. Language, context, and text: aspects of language in a social-semiotic perspective. Oxford: Oxford University Press, 1985.
  • 60. 59 LOBATO, M. C. A. Mediações Docentes em Fóruns Educacionais do Curso de Letras da Universidade Federal do Pará. 2012. 254 f. Tese (Doutorado). Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2012. Disponível em: <http://www.sapientia.pucsp.br/tde_arquivos/19/TDE-2013-01-15T10:50:36Z- 13343/Publico/Maria%20Cristina%20Ataide%20Lobato.pdf>. Acessado em: 15 set 2015. MARTIN, J. R. Sense and sensibility: texturing evaluation. In: FOLEY, J. A. (Org.). Language Education and Discourse: Funciotional Approaches. London: Continuum, 2004. P. 270-304. MARTIN, J. R.; ROSE, D. Working with discourse: meaning beyond the clause. London: Continuum, 2003/2007. ______. Working with discourse: meaning beyond the clause. 2 ed. London: Continuum, 2008. MARTIN, J. R.; WHITE, P. The language of evaluation: Appraisal in English. London: Palgrave Macmillan, 2005. MEC/INEP. Censo da educação superior 2013. Brasília, Ministério da Educação, 2015. RAMOS, W. M.; MEDEIROS, L. Pesquisa em educação a distância: desafios e possibilidades. In: SOUZA, A. M. de; FIORENTINI, L. M. R. (Org.). Comunidade de Trabalho e Aprendizagem em rede (CTAR). Brasília: Universidade de Brasília, Faculdade de Educação, 2009, p. 37–64. SABBATINI, R. M. E. Ambiente de ensino e aprendizagem via internet: A plataforma Moodle. Instituto EduMed, [2007]. Disponível em: <http://www.ead.edumed.org.br/file.php/1/PlataformaMoodle.pdf> Acessado em: 09 dez. 2015.
  • 62. 61 Fóruns de Compreensão e Produção de Textos Unidade 1 sexta, 14 Jun 2013, 13:02 Olá, boa tarde, meu nome é [...] Re: Unidade 1 quinta, 13 Set 2012, 12:50 Eu poderia dizer que competência se refere ao conjunto de conhecimentos disponíveis num determinado momento a respeito de uma questão? Mostrar principal | Responder Re: Unidade 1 quinta, 13 Set 2012, 21:34 [...], eu diria que a competência comunicativa pode ser compreendida como o conjunto de habilidades que permitem que alguém use um determinado sistema linguístico de formas apropriadas em diferentes situações da vida cotidiana, considerando as funções, as variedades da linguagem e as situações socioculturais em que se dá esse uso. Como você pode ver, a competência comunicativa vai além dos aspectos estritamente linguísticos do processo de utilização desse sistema, englobando aspectos socioculturais e psicológicos. Mostrar principal | Responder Re: Unidade 1 sexta, 14 Set 2012, 17:13 Sim, mudou bastante, anteriormente tinha idéia de que texto era somente um conjunto de frases reunidas. Porém, apartir da leitura do material mudei minha concepção, passando então a entender que um texto não é medido pela sua extensão e sim avaliando várias condições inclusive o sentido que esse texto produz ou produzirá. Mostrar principal | Responder Re: Unidade 1 sexta, 14 Set 2012, 21:59 Após a leitura da unidade 1, a noção que tinha sobre a formação de texto passou a ser sim de uma outra forma. Um bom texto não é defindo pela sua extensão, e nem regido por normas gramaticais. A estrutura de um texto pode ser formada pela a articulação dos enunciados, que dão coêrencia para que haja um entendimento por parte do leitor, podendo assim usar o seu conhecimento de mundo para intrepretá-lo. Já que o texto em sua formação passa por um processo de interação entre o escritor, o falante, o leitor e o ouvinte. Mostrar principal | Responder Re: Unidade 1 sexta, 14 Set 2012, 22:44 Muito bem, [...] e [...]. Vocês estão indo muito bem, parecem estar alcançando uma boa compreensão do conteúdo de nosso material. Em caso de dúvidas, postem seus questionamentos e tentaremos ajudá-las a assimilar os novos conceitos.