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Fluência tecnologia ou literacia digital
Estas e outrasquestõesestãoemcimada mesae necessitamde umconhecimentobastante
maisconsistente sobre oque efetivamenteascriançase os jovensfazemquandoentãoonline.
Em causa esta nãosó o modocomo estãoem risco,mastambéma validade educacional ou
lúdicadasapropriaçõesque autonomamente têmmoldado,sendoque oscruzamentose
influênciasreciprocasentre conhecimentoe economiasãoigualmente incontornáveis.Trata-
se sobretudode encontrarum equilíbriosaudávelentre benefíciose malefícios.Emais
importante doque sabercomo,quandoe com que frequênciaacedemosmaisjovensaweb,
parece serpercebero que procurame porquê,oque aprendem, que conceções
desenvolveramsobre osperigosque issocomportae comoreagemas nossassituações.Além
das questõesde acessoe preferências,importatambémsaberasimplicaçõesdestesusosdas
novastecnologiasnaconstruçãode identidades,naregulaçãode conflitos,naformaçãode
valores,noconceitode grupoe respetivasrepercussões.Járeferimosigualmentea
necessidadede atenderaidentificaçãodascompetênciasoucapacidadesexigidaspela
sociedade de conhecimento,ouseja,garantira promoçãode uma efetivaliteraciadigital.
Neste complexomapade desafios,que aqui tentamossintetizar,masque,comosabemos,se
renovarápidae continuamente,descobrirestratégiasque nosencaminhemnadireçãocerta
não cabe,estão,apenasàs ciênciasdaEducação, mas tambémà Psicologia,àSociologia,à
Comunicação,entre outras.Encontrarum equilíbrionesteenredopressupõe,assim, a
intervençãode váriosatoressociais:educadores,paislegisladores,fornecedoresde serviços,
produtoresde conteúdos,indústriae comunicaçãosocial.Emesmonãoretirando
responsabilidadesaestesintervenientes,estamosconvictosde qualquercaminhoimplicará
uma grande dose de autorregulação,tantonoque respeitaaoaproveitamentode
oportunidadescomoàgestãodo risco.
Terminamos citandonovamentePapert.Maisimportante doque ensinaraosalunasa utilizaro
processadorde textoe a pesquizanainternet,dizoautorque a escoladeveriaapostarnuma
preparaçãomaisampla, fomentando acriação consciênciacriticae habilitando osalunosa
resolversozinhos osproblemas,inclusiveasdificuldadestécnicas.Oautorfalade uma
“fluênciatecnologia”,valorizandoaface a noçãomais tradicional de literacia,enquanto
aquisiçãode conhecimentos descontextualizados(1997:56).A internetjáfornece informação
vasta que nosajuda a transpormuitosdestesobstáculos,algunsdosquais,comosviros,
propagadospor elaprópria.Verifica-se,nestase outrasáreasde conhecimento,umacultura
de partilhae,pelomenosnestadimensãomaistécnica,parece-nosefetivamente estarjá
alargada a aprendizagemportentativaerro.RecordemosnovamenteosdadosdoINE que
apontavamentre as camadasetáriasmaisbaixas,para uma pré-disposiçãoparaaauto-
aprendizagem, em detrimentofrequênciade açõesde formação(2007). Refira-se que estamos
conscientesque estaafirmaçõessãodemasiadoligeirasface aossériosdesafiosque encerram
e sabemosque se referemaamadae odiadafilosofiaconstrutivistadoensino.Contudo,e
apesardo objetivonãosero de tomar partidodeste amplodebate,nãoqueremosdeixarde
reconheceraimportânciae avalidade daautoaprendizagem, especialmente porque nos
situamosnocomplexoemque progressoé,parao beme para o mal,perturbadoramente
veloz.
Neste quadroaindabastante obscuro,parece-nos,emsuma,que tantoao nível daprevenção
ou reaçãoface ao perigo,comono que dizrespeitoaodesenvolvimentodasoportunidades
abertaspelautilizaçãodasnovastecnologias,nãosódesconhecemosomelhorrumoaseguir,
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  • 1. Fluência tecnologia ou literacia digital Estas e outrasquestõesestãoemcimada mesae necessitamde umconhecimentobastante maisconsistente sobre oque efetivamenteascriançase os jovensfazemquandoentãoonline. Em causa esta nãosó o modocomo estãoem risco,mastambéma validade educacional ou lúdicadasapropriaçõesque autonomamente têmmoldado,sendoque oscruzamentose influênciasreciprocasentre conhecimentoe economiasãoigualmente incontornáveis.Trata- se sobretudode encontrarum equilíbriosaudávelentre benefíciose malefícios.Emais importante doque sabercomo,quandoe com que frequênciaacedemosmaisjovensaweb, parece serpercebero que procurame porquê,oque aprendem, que conceções desenvolveramsobre osperigosque issocomportae comoreagemas nossassituações.Além das questõesde acessoe preferências,importatambémsaberasimplicaçõesdestesusosdas novastecnologiasnaconstruçãode identidades,naregulaçãode conflitos,naformaçãode valores,noconceitode grupoe respetivasrepercussões.Járeferimosigualmentea necessidadede atenderaidentificaçãodascompetênciasoucapacidadesexigidaspela sociedade de conhecimento,ouseja,garantira promoçãode uma efetivaliteraciadigital. Neste complexomapade desafios,que aqui tentamossintetizar,masque,comosabemos,se renovarápidae continuamente,descobrirestratégiasque nosencaminhemnadireçãocerta não cabe,estão,apenasàs ciênciasdaEducação, mas tambémà Psicologia,àSociologia,à Comunicação,entre outras.Encontrarum equilíbrionesteenredopressupõe,assim, a intervençãode váriosatoressociais:educadores,paislegisladores,fornecedoresde serviços, produtoresde conteúdos,indústriae comunicaçãosocial.Emesmonãoretirando responsabilidadesaestesintervenientes,estamosconvictosde qualquercaminhoimplicará uma grande dose de autorregulação,tantonoque respeitaaoaproveitamentode oportunidadescomoàgestãodo risco. Terminamos citandonovamentePapert.Maisimportante doque ensinaraosalunasa utilizaro processadorde textoe a pesquizanainternet,dizoautorque a escoladeveriaapostarnuma preparaçãomaisampla, fomentando acriação consciênciacriticae habilitando osalunosa resolversozinhos osproblemas,inclusiveasdificuldadestécnicas.Oautorfalade uma “fluênciatecnologia”,valorizandoaface a noçãomais tradicional de literacia,enquanto aquisiçãode conhecimentos descontextualizados(1997:56).A internetjáfornece informação vasta que nosajuda a transpormuitosdestesobstáculos,algunsdosquais,comosviros, propagadospor elaprópria.Verifica-se,nestase outrasáreasde conhecimento,umacultura de partilhae,pelomenosnestadimensãomaistécnica,parece-nosefetivamente estarjá alargada a aprendizagemportentativaerro.RecordemosnovamenteosdadosdoINE que apontavamentre as camadasetáriasmaisbaixas,para uma pré-disposiçãoparaaauto- aprendizagem, em detrimentofrequênciade açõesde formação(2007). Refira-se que estamos conscientesque estaafirmaçõessãodemasiadoligeirasface aossériosdesafiosque encerram e sabemosque se referemaamadae odiadafilosofiaconstrutivistadoensino.Contudo,e apesardo objetivonãosero de tomar partidodeste amplodebate,nãoqueremosdeixarde reconheceraimportânciae avalidade daautoaprendizagem, especialmente porque nos situamosnocomplexoemque progressoé,parao beme para o mal,perturbadoramente veloz.
  • 2. Neste quadroaindabastante obscuro,parece-nos,emsuma,que tantoao nível daprevenção ou reaçãoface ao perigo,comono que dizrespeitoaodesenvolvimentodasoportunidades abertaspelautilizaçãodasnovastecnologias,nãosódesconhecemosomelhorrumoaseguir, como aindanão ultrapassamosumpatamar inferior:ode definire demarcarbemo problema.