SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 1
Baixar para ler offline
98
PONTOSDEVISTA
99
DEZEMBRO2018
»COOPERAÇÃO & NEGÓCIOS NA CPLP
“O CONHECIMENTO É SEMPRE
UMA VANTAGEM COMPETITIVA”
Constituída em 2016, a MIRA apresenta-se no mercado como uma referência em Market Research & Business Intelligence.
“A MIRA pretende ser o parceiro na recolha, tratamento, organização, e integração de informação útil para o negócio dos nossos
clientes”, afirma Filipa Oliveira, Senior Partner da Mira.
P
ara contextualizar o nosso leitor, o que é Market
Research & Business Intelligence?
Estamos na era em que a Informação é o novo petró-
leo. Market Research é o processo de recolha e trata-
mento de informação que seja útil aos nossos clientes e auxilie
a delinear a estratégia de actuação. Hoje em dia, existe ainda
um conjunto de informação disponível, produzida diariamente
pelos vários departamentos das empresas, e a nível das plata-
formas online, que pode ser trabalhada e organizada de forma
a ajudar os gestores a terem uma visão mais objectiva sobre o
negócio. O desafio passa sempre por transformar informação
em conhecimento. O conhecimento é sempre uma vantagem
competitiva, qualquer que seja o contexto. Conhecer o mer-
cado, conhecer a concorrência, conhecer os hábitos e esco-
lhas dos consumidor é sempre uma mais valia para qualquer
negócio.
A MIRA pretende ser o parceiro na recolha, tratamento, orga-
nização, e integração de informação útil para o negócio dos
nossos clientes.
Num mercado cada vez mais globalizado e competitivo,
que importância assumem estas ferramentas no tecido
empresarial?
Mercado global, sim, mas não esquecendo as especificidades
locais. O comportamento e os hábitos dos consumidores são
diferentes de região para região. As empresas que estiverem
atentas a estas diferenças e melhor ajustarem a sua oferta às
necessidades e gosto do consumidor, mais hipóteses de suces-
so terão.
As empresas conscientes dessas diferenças investem em pes-
quisa para identificar necessidades não satisfeitas, espaço para
o lançamento de novos produtos mais ajustados às caracte-
rísticas dos consumidores locais e oportunidades de melhoria
na sua oferta.
A MIRA desenvolve estudos regulares transversais que dão
a conhecer estas particularidades do consumidor angolano.
Realizamos também estudos específicos a pedido dos nossos
clientes, como por exemplo, testes de produto que permitam
avaliar a aceitação de um determinado sabor no mercado
angolano. Temos feito vários estudos específicos, quer na área
da alimentação, quer na área das bebidas. Realizamos todo o
tipo de pesquisa, quer quantitativa, quer qualitativa. A pesquisa
deve ser vista como um investimento. Investir em pesquisa e
informação é sempre vantajoso. Tomar decisões com base em
informação fidedigna é muito menos arriscado.
De região para região os hábitos são diferentes, sofrem a
influência cultural, climática, religiosa, etc., e é esse conheci-
mento que permite às empresas actuarem da forma mais ajus-
tada às necessidades do mercado.
Para melhor atender um mercado-alvo, as organizações
devem dispor de informações relevantes sobre o seu campo
de atuação. E este é exatamente o papel que a MIRA assume
junto das empresas. Mas que verdadeiros desafios acarreta,
atualmente, um papel com esta complexidade?
Temos como missão apoiar os nossos clientes na tomada de
decisões estratégicas.
O nosso maior desafio é fornecer informação fidedigna e útil
para que os nossos clientes possam tomar decisões mais acer-
tadas e correndo menos riscos.
Para garantirmos a qualidade dos nossos estudos, contamos
com uma equipa de profissionais experientes e
com bastante know-how em pesquisa e tratamen-
to de informação, nomeadamente no mercado
angolano, conseguindo assim responder às solici-
tações dos nossos clientes.
Além disso consideramos essencial produzir um
conjunto de estudos regulares que forneçam infor-
mação detalhada sobre temas que são transversais
e por isso procurados por um conjunto mais alarga-
do de empresas.
Em 2017 lançámos o estudo MIRA TV, que é um
estudo semestral com 4500 entrevistas, e que con-
téminformaçãodetalhadasobreaudiênciasdetele-
visão em Luanda, Benguela, Huambo e Huíla. Foi o
nosso primeiro estudo regular e já vai na 4ª edição.
É algo pioneiro em Angola pois integra dados sobre
Luanda e mais três províncias angolanas. Conhecer
os hábitos de consumo de televisão quer a nível da
capital, quer das províncias, é essencial para todos
os que pretendem comunicar neste mercado. Este
estudo é muito interessante tanto para Agências
de Publicidade, como para os grandes anuncian-
tes, que investem verbas avultadas em anúncios
de Televisão. Para estes players é essencial conhe-
cerem as audiências dos vários canais e programas
para melhor rentabilizarem o investimento.
Em 2018 lançámos um estudo anual sobre a
Banca, o MIRA ISB (Indicador de Satisfação Bancá-
ria), que é um estudo de referência para o bancário,
que permite conhecer a avaliação dos indivíduos
bancarizados sobre os bancos com quem se rela-
cionam. O MIRA ISB dá uma visão muito detalhada
sobre a forma como os angolanos utilizam o siste-
ma bancário, o que valorizam, e o que ainda está
por explorar.
Temos ainda o survey MIRA Internet e o MIRA
Rádio, que são estudos sobre os hábitos dos ango-
lanos de relacionamento com a Internet e de con-
sumo de Rádio.
Por último, vamos disponibilizar ainda este mês,
um estudo de caracterização e segmentação do
consumidor: o MIRA PCA (Perfil do Consumidor
Angolano). O MIRA PCA é um estudo com 7.750
inquéritos realizados em sete províncias angolanas,
que dá a conhecer a composição dos lares ango-
lanos e hábitos e comportamentos de consumo.
Neste estudo integramos informação de Provín-
cias sobre as quais até agora se sabia muito pouco,
como o Bié, Cuanza Sul e Cabida. É muito interes-
sante para quem pretende conhecer este mercado,
ter informação com este detalhe.
Com dois anos de presença no mercado ango-
lano, que percurso está delineado para a MIRA?
Apesar de ser uma empresa recente, a MIRA é
constituída por uma equipa sénior com vasta
experiência no mercado angolano. Estes dois anos
foram anos de muito trabalho, em que procuramos
apoiar de perto os nossos clientes, mas também
lançar estudos robustos e inovadores, que possam
ser úteis para os decisores de várias áreas. Adequar
esses estudos regulares às necessidades do merca-
do, foi um dos nossos desafios.
O contexto alterou-se nos últimos quatro anos, e
nesta fase o mercado angolano está mais retraído.
Encaramos esta nova fase como uma oportunida-
de, pois os nossos clientes precisam de informação
para tomar decisões e melhor se adaptarem às
mudanças na economia angolana. A nossa opção
foi lançar estudos interessantes para o negócio dos
nossos clientes a preços competitivos, para ir de
encontro à realidade atual. Outro desafio foi termos
apostado na recolha de informação via mobile o
que nos permitiu apresentar estudos com preços
mais competitivos e maior controlo de qualidade,
o que resulta em informação mais fiável.
Quais são os pontos fortes e qual será a estraté-
gia da empresa para construir o seu futuro?
Os nossos pontos fortes são o profundo domínio
das técnicas de pesquisa e tratamento da informa-
ção e o conhecimento do mercado angolano e das
suas especificidades. É essencial em pesquisa, ter a
abordagem adequada, colocar a questão da forma
correta, e para isso não basta dominar as técnicas
de pesquisa, é necessário conhecer as característi-
cas locais e escolher e adaptar as metodologias ao
mercado que se quer pesquisar. Acreditamos que
com a nossa experiência e conhecimento, conse-
guimos fornecer insights fiáveis que identifiquem
soluções e oportunidades, e possibilitem o cresci-
mento do negócio dos nossos clientes.
Portugal ou outro País-Membro “da grande
ponte que se estende do Brasil até Timor” – a
Comunidade dos Países de Língua Portuguesa
(CPLP) –, fazem parte da estratégia da MIRA?
Nestes dois anos o nosso foco foi no mercado
angolano, mas temos também uma equipa em
Portugal, que responde a solicitações específicas
que surgem no mercado português.
Portugal e Brasil são mercados interessantes e há
interesses cruzados, pois temos clientes portugue-
ses e brasileiros que procuram informação sobre
Angola, informação que lhes permita conhecer as
especificidades do mercado angolano de forma a
realizarem investimentos de forma mais assertiva.
A MIRA posiciona-se como o parceiro, com pre-
sença no mercado angolano, capacitado para dis-
ponibilizar informação essencial para aqueles que
pretendem investir em Angola.
No âmbito CPLP, em termos de cooperação eco-
nómica e empresarial, considera que a mesma
representa mais oportunidades ou desafios para
Angola?
Sem dúvida que a cooperação empresarial é
nesta fase muito importante para Angola. Angola
precisa de captar novos investidores. O contexto
angolano alterou-se significativamente nos últimos
quatro anos. A queda do preço do petróleo resul-
tou na escassez de divisas e Angola deixou de ter
capacidade de importar com a mesma facilidade.
Até 2014, em Angola tudo se importava, desde a
água de mesa até aos legumes. O novo contexto
económico impulsionou a aposta na agricultura e
na produção local.
De notar que até 2014 o país vivia do petróleo e
apenas virado para o petróleo: o petróleo empre-
gava, o petróleo arrendava, o petróleo comprava,
tudo girava à volta do petróleo.
Atualmente o país procura outros caminhos,
outras soluções, diversificação e investimento.
A CPLP pode fomentar a parceira entre empresas
dos vários países de Língua Portuguesa, apoiar a
troca de conhecimentos e a formação. Novas opor-
tunidades surgem, e as empresas da CPLP podem
desempenhar um papel importante que seja van-
tajoso para ambas as partes. ▪
FILIPA OLIVEIRA

Mais conteúdo relacionado

Semelhante a Entrevista com a MIRA sobre o mercado angolano e a CPLP

14a edição | Panorama GS1 Brasil | Junho 2015
14a edição | Panorama GS1 Brasil | Junho 201514a edição | Panorama GS1 Brasil | Junho 2015
14a edição | Panorama GS1 Brasil | Junho 2015GS1 Brasil
 
Tendências de consumo e o novo varejo
Tendências de consumo e o novo varejoTendências de consumo e o novo varejo
Tendências de consumo e o novo varejoAlexandre van Beeck
 
Slide mercado estrela
Slide mercado estrelaSlide mercado estrela
Slide mercado estrelaJoão Silva
 
Apresentação institucional
Apresentação institucionalApresentação institucional
Apresentação institucionalDani Yuri
 
Projeto casa grande auto_shopping
Projeto casa grande auto_shoppingProjeto casa grande auto_shopping
Projeto casa grande auto_shoppingPaulo Consul
 
Clipping do Varejo 31102011
Clipping do Varejo 31102011Clipping do Varejo 31102011
Clipping do Varejo 31102011Ricardo Pastore
 
Institucional Accuracy Consulting
Institucional Accuracy ConsultingInstitucional Accuracy Consulting
Institucional Accuracy ConsultingAccuracy Consulting
 
Perfil da Arusha Media e Serviços 0602
Perfil da Arusha Media e Serviços 0602Perfil da Arusha Media e Serviços 0602
Perfil da Arusha Media e Serviços 0602Joaquim Rebelo
 
Guia do-mercado-laboral-2016-hays-portugal
Guia do-mercado-laboral-2016-hays-portugalGuia do-mercado-laboral-2016-hays-portugal
Guia do-mercado-laboral-2016-hays-portugalHenrique dos Santos
 
Delfos - Informações Estratégicas
Delfos - Informações EstratégicasDelfos - Informações Estratégicas
Delfos - Informações Estratégicasrubensjr08
 
Apresentação do Trabalho de Conclusão de Curso: Projeto Empresarial - Think I...
Apresentação do Trabalho de Conclusão de Curso: Projeto Empresarial - Think I...Apresentação do Trabalho de Conclusão de Curso: Projeto Empresarial - Think I...
Apresentação do Trabalho de Conclusão de Curso: Projeto Empresarial - Think I...Marco Antônio Pensak
 
Copa do mundo kpmg
Copa do mundo kpmgCopa do mundo kpmg
Copa do mundo kpmgStudiesfree
 
Tese final hugo final pdf
Tese final hugo final pdfTese final hugo final pdf
Tese final hugo final pdfHugo Filipe
 
Slide atividade interdisciplinar em grupo
Slide   atividade interdisciplinar em grupoSlide   atividade interdisciplinar em grupo
Slide atividade interdisciplinar em grupoJoão Silva
 

Semelhante a Entrevista com a MIRA sobre o mercado angolano e a CPLP (20)

Tendências de Consumo
Tendências de ConsumoTendências de Consumo
Tendências de Consumo
 
14a edição | Panorama GS1 Brasil | Junho 2015
14a edição | Panorama GS1 Brasil | Junho 201514a edição | Panorama GS1 Brasil | Junho 2015
14a edição | Panorama GS1 Brasil | Junho 2015
 
Tendências de consumo e o novo varejo
Tendências de consumo e o novo varejoTendências de consumo e o novo varejo
Tendências de consumo e o novo varejo
 
Slide mercado estrela
Slide mercado estrelaSlide mercado estrela
Slide mercado estrela
 
Apresentação institucional
Apresentação institucionalApresentação institucional
Apresentação institucional
 
09_04_2012
09_04_201209_04_2012
09_04_2012
 
Projeto casa grande auto_shopping
Projeto casa grande auto_shoppingProjeto casa grande auto_shopping
Projeto casa grande auto_shopping
 
Teste 2
Teste 2Teste 2
Teste 2
 
06_08_2012
06_08_201206_08_2012
06_08_2012
 
Petitebox Deck 2018
Petitebox Deck 2018Petitebox Deck 2018
Petitebox Deck 2018
 
Clipping do Varejo 31102011
Clipping do Varejo 31102011Clipping do Varejo 31102011
Clipping do Varejo 31102011
 
Institucional Accuracy Consulting
Institucional Accuracy ConsultingInstitucional Accuracy Consulting
Institucional Accuracy Consulting
 
Perfil da Arusha Media e Serviços 0602
Perfil da Arusha Media e Serviços 0602Perfil da Arusha Media e Serviços 0602
Perfil da Arusha Media e Serviços 0602
 
Guia do-mercado-laboral-2016-hays-portugal
Guia do-mercado-laboral-2016-hays-portugalGuia do-mercado-laboral-2016-hays-portugal
Guia do-mercado-laboral-2016-hays-portugal
 
Delfos - Informações Estratégicas
Delfos - Informações EstratégicasDelfos - Informações Estratégicas
Delfos - Informações Estratégicas
 
Apresentação do Trabalho de Conclusão de Curso: Projeto Empresarial - Think I...
Apresentação do Trabalho de Conclusão de Curso: Projeto Empresarial - Think I...Apresentação do Trabalho de Conclusão de Curso: Projeto Empresarial - Think I...
Apresentação do Trabalho de Conclusão de Curso: Projeto Empresarial - Think I...
 
Apresentacao Mkt IBGM
Apresentacao Mkt IBGMApresentacao Mkt IBGM
Apresentacao Mkt IBGM
 
Copa do mundo kpmg
Copa do mundo kpmgCopa do mundo kpmg
Copa do mundo kpmg
 
Tese final hugo final pdf
Tese final hugo final pdfTese final hugo final pdf
Tese final hugo final pdf
 
Slide atividade interdisciplinar em grupo
Slide   atividade interdisciplinar em grupoSlide   atividade interdisciplinar em grupo
Slide atividade interdisciplinar em grupo
 

Entrevista com a MIRA sobre o mercado angolano e a CPLP

  • 1. 98 PONTOSDEVISTA 99 DEZEMBRO2018 »COOPERAÇÃO & NEGÓCIOS NA CPLP “O CONHECIMENTO É SEMPRE UMA VANTAGEM COMPETITIVA” Constituída em 2016, a MIRA apresenta-se no mercado como uma referência em Market Research & Business Intelligence. “A MIRA pretende ser o parceiro na recolha, tratamento, organização, e integração de informação útil para o negócio dos nossos clientes”, afirma Filipa Oliveira, Senior Partner da Mira. P ara contextualizar o nosso leitor, o que é Market Research & Business Intelligence? Estamos na era em que a Informação é o novo petró- leo. Market Research é o processo de recolha e trata- mento de informação que seja útil aos nossos clientes e auxilie a delinear a estratégia de actuação. Hoje em dia, existe ainda um conjunto de informação disponível, produzida diariamente pelos vários departamentos das empresas, e a nível das plata- formas online, que pode ser trabalhada e organizada de forma a ajudar os gestores a terem uma visão mais objectiva sobre o negócio. O desafio passa sempre por transformar informação em conhecimento. O conhecimento é sempre uma vantagem competitiva, qualquer que seja o contexto. Conhecer o mer- cado, conhecer a concorrência, conhecer os hábitos e esco- lhas dos consumidor é sempre uma mais valia para qualquer negócio. A MIRA pretende ser o parceiro na recolha, tratamento, orga- nização, e integração de informação útil para o negócio dos nossos clientes. Num mercado cada vez mais globalizado e competitivo, que importância assumem estas ferramentas no tecido empresarial? Mercado global, sim, mas não esquecendo as especificidades locais. O comportamento e os hábitos dos consumidores são diferentes de região para região. As empresas que estiverem atentas a estas diferenças e melhor ajustarem a sua oferta às necessidades e gosto do consumidor, mais hipóteses de suces- so terão. As empresas conscientes dessas diferenças investem em pes- quisa para identificar necessidades não satisfeitas, espaço para o lançamento de novos produtos mais ajustados às caracte- rísticas dos consumidores locais e oportunidades de melhoria na sua oferta. A MIRA desenvolve estudos regulares transversais que dão a conhecer estas particularidades do consumidor angolano. Realizamos também estudos específicos a pedido dos nossos clientes, como por exemplo, testes de produto que permitam avaliar a aceitação de um determinado sabor no mercado angolano. Temos feito vários estudos específicos, quer na área da alimentação, quer na área das bebidas. Realizamos todo o tipo de pesquisa, quer quantitativa, quer qualitativa. A pesquisa deve ser vista como um investimento. Investir em pesquisa e informação é sempre vantajoso. Tomar decisões com base em informação fidedigna é muito menos arriscado. De região para região os hábitos são diferentes, sofrem a influência cultural, climática, religiosa, etc., e é esse conheci- mento que permite às empresas actuarem da forma mais ajus- tada às necessidades do mercado. Para melhor atender um mercado-alvo, as organizações devem dispor de informações relevantes sobre o seu campo de atuação. E este é exatamente o papel que a MIRA assume junto das empresas. Mas que verdadeiros desafios acarreta, atualmente, um papel com esta complexidade? Temos como missão apoiar os nossos clientes na tomada de decisões estratégicas. O nosso maior desafio é fornecer informação fidedigna e útil para que os nossos clientes possam tomar decisões mais acer- tadas e correndo menos riscos. Para garantirmos a qualidade dos nossos estudos, contamos com uma equipa de profissionais experientes e com bastante know-how em pesquisa e tratamen- to de informação, nomeadamente no mercado angolano, conseguindo assim responder às solici- tações dos nossos clientes. Além disso consideramos essencial produzir um conjunto de estudos regulares que forneçam infor- mação detalhada sobre temas que são transversais e por isso procurados por um conjunto mais alarga- do de empresas. Em 2017 lançámos o estudo MIRA TV, que é um estudo semestral com 4500 entrevistas, e que con- téminformaçãodetalhadasobreaudiênciasdetele- visão em Luanda, Benguela, Huambo e Huíla. Foi o nosso primeiro estudo regular e já vai na 4ª edição. É algo pioneiro em Angola pois integra dados sobre Luanda e mais três províncias angolanas. Conhecer os hábitos de consumo de televisão quer a nível da capital, quer das províncias, é essencial para todos os que pretendem comunicar neste mercado. Este estudo é muito interessante tanto para Agências de Publicidade, como para os grandes anuncian- tes, que investem verbas avultadas em anúncios de Televisão. Para estes players é essencial conhe- cerem as audiências dos vários canais e programas para melhor rentabilizarem o investimento. Em 2018 lançámos um estudo anual sobre a Banca, o MIRA ISB (Indicador de Satisfação Bancá- ria), que é um estudo de referência para o bancário, que permite conhecer a avaliação dos indivíduos bancarizados sobre os bancos com quem se rela- cionam. O MIRA ISB dá uma visão muito detalhada sobre a forma como os angolanos utilizam o siste- ma bancário, o que valorizam, e o que ainda está por explorar. Temos ainda o survey MIRA Internet e o MIRA Rádio, que são estudos sobre os hábitos dos ango- lanos de relacionamento com a Internet e de con- sumo de Rádio. Por último, vamos disponibilizar ainda este mês, um estudo de caracterização e segmentação do consumidor: o MIRA PCA (Perfil do Consumidor Angolano). O MIRA PCA é um estudo com 7.750 inquéritos realizados em sete províncias angolanas, que dá a conhecer a composição dos lares ango- lanos e hábitos e comportamentos de consumo. Neste estudo integramos informação de Provín- cias sobre as quais até agora se sabia muito pouco, como o Bié, Cuanza Sul e Cabida. É muito interes- sante para quem pretende conhecer este mercado, ter informação com este detalhe. Com dois anos de presença no mercado ango- lano, que percurso está delineado para a MIRA? Apesar de ser uma empresa recente, a MIRA é constituída por uma equipa sénior com vasta experiência no mercado angolano. Estes dois anos foram anos de muito trabalho, em que procuramos apoiar de perto os nossos clientes, mas também lançar estudos robustos e inovadores, que possam ser úteis para os decisores de várias áreas. Adequar esses estudos regulares às necessidades do merca- do, foi um dos nossos desafios. O contexto alterou-se nos últimos quatro anos, e nesta fase o mercado angolano está mais retraído. Encaramos esta nova fase como uma oportunida- de, pois os nossos clientes precisam de informação para tomar decisões e melhor se adaptarem às mudanças na economia angolana. A nossa opção foi lançar estudos interessantes para o negócio dos nossos clientes a preços competitivos, para ir de encontro à realidade atual. Outro desafio foi termos apostado na recolha de informação via mobile o que nos permitiu apresentar estudos com preços mais competitivos e maior controlo de qualidade, o que resulta em informação mais fiável. Quais são os pontos fortes e qual será a estraté- gia da empresa para construir o seu futuro? Os nossos pontos fortes são o profundo domínio das técnicas de pesquisa e tratamento da informa- ção e o conhecimento do mercado angolano e das suas especificidades. É essencial em pesquisa, ter a abordagem adequada, colocar a questão da forma correta, e para isso não basta dominar as técnicas de pesquisa, é necessário conhecer as característi- cas locais e escolher e adaptar as metodologias ao mercado que se quer pesquisar. Acreditamos que com a nossa experiência e conhecimento, conse- guimos fornecer insights fiáveis que identifiquem soluções e oportunidades, e possibilitem o cresci- mento do negócio dos nossos clientes. Portugal ou outro País-Membro “da grande ponte que se estende do Brasil até Timor” – a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) –, fazem parte da estratégia da MIRA? Nestes dois anos o nosso foco foi no mercado angolano, mas temos também uma equipa em Portugal, que responde a solicitações específicas que surgem no mercado português. Portugal e Brasil são mercados interessantes e há interesses cruzados, pois temos clientes portugue- ses e brasileiros que procuram informação sobre Angola, informação que lhes permita conhecer as especificidades do mercado angolano de forma a realizarem investimentos de forma mais assertiva. A MIRA posiciona-se como o parceiro, com pre- sença no mercado angolano, capacitado para dis- ponibilizar informação essencial para aqueles que pretendem investir em Angola. No âmbito CPLP, em termos de cooperação eco- nómica e empresarial, considera que a mesma representa mais oportunidades ou desafios para Angola? Sem dúvida que a cooperação empresarial é nesta fase muito importante para Angola. Angola precisa de captar novos investidores. O contexto angolano alterou-se significativamente nos últimos quatro anos. A queda do preço do petróleo resul- tou na escassez de divisas e Angola deixou de ter capacidade de importar com a mesma facilidade. Até 2014, em Angola tudo se importava, desde a água de mesa até aos legumes. O novo contexto económico impulsionou a aposta na agricultura e na produção local. De notar que até 2014 o país vivia do petróleo e apenas virado para o petróleo: o petróleo empre- gava, o petróleo arrendava, o petróleo comprava, tudo girava à volta do petróleo. Atualmente o país procura outros caminhos, outras soluções, diversificação e investimento. A CPLP pode fomentar a parceira entre empresas dos vários países de Língua Portuguesa, apoiar a troca de conhecimentos e a formação. Novas opor- tunidades surgem, e as empresas da CPLP podem desempenhar um papel importante que seja van- tajoso para ambas as partes. ▪ FILIPA OLIVEIRA