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Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins
comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do Alfa Concursos Públicos Online.
1º BLOCO ........................................................................................................................................................................................... 2
I. Origens e Aplicações de Recursos ........................................................................................................................................ 2
2º BLOCO ........................................................................................................................................................................................... 5
I. Continuação de Origens e Aplicações de Recursos .............................................................................................................. 5
II. Receita................................................................................................................................................................................... 6
• Estrito................................................................................................................................................................................. 6
• Amplo................................................................................................................................................................................. 6
3º BLOCO ........................................................................................................................................................................................... 8
I. Despesa................................................................................................................................................................................. 8
• Estrito................................................................................................................................................................................. 8
• Amplo................................................................................................................................................................................. 8
II. Resultado (Rédito) ................................................................................................................................................................. 9
4º BLOCO ......................................................................................................................................................................................... 11
I. Origens de Recursos............................................................................................................................................................ 11
• Ampla............................................................................................................................................................................... 11
• Estrita............................................................................................................................................................................... 11
II. Aplicação de Recursos......................................................................................................................................................... 13
• Ampla............................................................................................................................................................................... 13
• Estrita............................................................................................................................................................................... 13
5º BLOCO ......................................................................................................................................................................................... 16
I. Exercícios Relativos ao Encontro......................................................................................................................................... 16
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I. ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS
Como vimos no encontro anterior, o objeto de estudo da Contabilidade é o patrimônio. Quando se fala em
patrimônio, necessariamente se fala em recursos financeiros, ou aquilo que possa ser avaliado monetariamente, que
tenha um preço. Isso quer dizer que a Contabilidade só se importará com a pessoa que tiver patrimônio
monetariamente avaliável.
Ao vermos uma empresa que tem um imóvel, por exemplo, imaginamos que ele não tenha surgido como um
milagre. Ele teve uma origem. Pode ter sido comprado, doado, ganhado em uma ação judicial, enfim, fatos ocorreram
que fizeram com que esse imóvel passasse a ser parte do patrimônio de uma empresa. Podemos concluir, então,
que, por algum motivo, houve uma fonte (origem) ou fontes que disponibilizaram recursos para que a pessoa
aplicasse nesse imóvel.
Se imaginarmos que o imóvel foi adquirido, em parte, à vista, com recursos que os sócios entregaram à empresa
no momento da sua abertura e, em parte, financiado em um banco, concluímos que as origens de recursos foram
recursos próprios (da empresa, entregues pelos sócios) e recursos de terceiros (banco) que foram utilizados para
aplicar no imóvel.
Dessa interação entre origens (fontes) e aplicações de recursos surgem os elementos patrimoniais, ou seja, Ativo,
Passivo e Patrimônio Líquido, suas alterações qualitativas e quantitativas e o resultado.
Como as funções da Contabilidade são, primordialmente, o controle do patrimônio e a apuração do resultado (se
lucro ou prejuízo), o entendimento de quais são as origens de recursos e onde tais recursos são aplicados torna-se
primordial para o cumprimento dessas funções, afinal, é só sabendo de onde vêm os recursos da organização e onde
são aplicados que se poderá fazer o efetivo controle dos mesmos e saber se, depois de um determinado período,
houve um resultado positivo ou negativo.
O mecanismo desenvolvido pela Contabilidade para permitir o cumprimento de suas funções é denominado
Método das Partidas Dobradas. Nesse método, não existirá aplicação de recursos sem que haja uma fonte que o
justifique. Como decorrência da aplicação desse método, a soma das origens de recursos serão sempre iguais à
soma das aplicações de recursos, em qualquer situação.
Assim, para facilitar o entendimento, é necessário um breve exemplo de como surge o patrimônio de uma pessoa
e como ele se desenvolve.
Voltemos, então, à empresa “A”.
Hoje, ela tem bens que valem 300.000, dinheiro em Caixa, Estoques, Computadores, Veículos, e Imóveis.
Sabemos, então, onde estão aplicados os recursos da organização. Mas como essa empresa conseguiu esses
recursos para possuir tais bens?
Imaginemos que em um determinado dia duas pessoas resolveram abrir uma empresa, a empresa “A”. Decidiram
que a empresa “A” seria uma cervejaria. Para tanto, fizeram a pesquisa sobre como funcionam as cervejarias e
verificaram que, para funcionar, mesmo antes de abrir, a empresa necessitaria de vários bens, tais como: um imóvel,
um automóvel, computadores para informatizar o atendimento e controlar as vendas e os estoques, dentre outros.
Como cada sócio será proprietário de 50% da empresa, e em função das possibilidades financeiras de cada um,
decidiram investir 70.000, cabendo, então, a cada um a responsabilidade de entregar 35.000.
Esse valor foi entregue por cada um à empresa formando o chamado Capital Social, ou seja, o capital inicial que
servirá, a depender da situação, para dar o pontapé inicial, ou pelo menos auxiliar nesse pontapé. Mas esse dinheiro
foi parar aonde?
O dinheiro entregue ficará no Caixa da empresa.
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Como fica, então, a configuração patrimonial da empresa “A” nesse primeiro dia de vida? Vejamos a figura a seguir.
Fato 01: Integralização de Capital Social em dinheiro no valor de 70.000.
Obs.: As contas que sofrem alterações foram grifadas.
Origem de recursos: Capital Social (Represa a o Valor do investimento dos proprietários na empresa).
Aplicação de recursos: Caixa,
Observem que, nesse momento, não existe Passivo Exigível, havendo uma situação patrimonial de propriedade
total de ativos.
Para funcionar, a empresa necessitava de outros bens e o próximo passo foi adquirir um imóvel.
O imóvel escolhido custava 100.000, porém a empresa não dispunha de tal quantia, pois, em Caixa, só tinha
70.000. Assim, a solução encontrada foi fazer um financiamento.
Para não utilizar todo dinheiro em Caixa, pois a empresa necessitará de dinheiro para outras destinações, os
sócios decidiram que financiariam 50.000 do valor do imóvel, pagando, então, 50.000 em dinheiro, deixando o
patrimônio dessa forma.
Fato 02: Aquisição de imóvel no valor de 100.000, sendo 50% à vista e 50% financiado.
Origem de recursos: Caixa e Financiamento (Banco).
Aplicação de recursos: Imóvel.
Adquirido o imóvel, os sócios resolveram adquirir o automóvel. O veículo escolhido custa 40.000, e, em função da
necessidade de se ter dinheiro em caixa para o funcionamento da empresa, decidiu-se comprar o veículo a prazo e
sem entrada. Para tanto, a empresa aceitou duplicatas nesse valor, ficando o patrimônio dessa forma.
Fato 03: Aquisição de veículos a prazo no valor de 40.000, com aceite de duplicatas.
Origem de recursos: Duplicatas a Pagar (concessionária de veículos).
Aplicação de recursos: Veículos.
Após isso, a empresa necessitava de mercadorias para venda e, fazendo uma projeção de vendas, os seus
administradores resolveram adquirir mercadorias no valor de 50.000, as quais serão colocadas em estoques.
Porém, a empresa não tem recursos para adquirir tanta mercadoria, tendo os administradores optado por pagar
10.000 à vista e 40.000 a prazo, aceitando duplicatas, deixando o patrimônio com essa configuração.
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Fato 04: Aquisição de mercadorias no valor de 50.000, sendo 20% à vista e 80% a prazo.
Origem de recursos: Caixa (10.000) e Duplicatas a Pagar (Fornecedores) (40.000).
Aplicação de recursos: Estoques de Mercadorias.
Após visita à prefeitura, os proprietários conseguiram convencer o Secretário de Fazenda, irmão de um deles, que
seria bom para o município ter mais um empreendimento como aquele. Porém, para abri-lo, a empresa necessitaria
de mais um imóvel e não tinha recursos para adquiri-lo.
Assim, convencido por seu irmão do quanto seria bom para o município doar o imóvel para a empresa, tal doação
se processou deixando o patrimônio com essa configuração.
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I. CONTINUAÇÃO DE ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS
Fato 05: Recebimento em doação de imóvel no valor de 100.000.
Atentem para a diferença entre total de ativos, 300.000, e total de passivos, 200.000.
Origem de recursos: Doação (100.000).
Aplicação de recursos: Imóveis (100.000).
Após essa doação, os proprietários adquiriram os computadores à vista no valor de 5.000, deixando o patrimônio
dessa forma.
Fato 06: Aquisição de computadores à vista no valor de 5.000.
Atentem para a diferença entre total de ativos, 300.000, e total de passivos, 200.000.
Origem de recursos: Caixa (5.000).
Aplicação de recursos: Computadores (Móveis e Utensílios).
Por fim, a empresa foi inaugurada e em seu primeiro dia de funcionamento faturou 10.000 em dinheiro em vendas
de mercadorias. Essas mercadorias saíram do estoque e custaram para a empresa 5.000, ou seja, a empresa
vendeu com lucro de 100% em relação ao que tinha pago. Tal operação deixou o patrimônio com essa configuração.
Fato 07: Venda de mercadoria a vista no valor de 10.000 com 100% de lucro.
Atentem para a diferença entre total de ativos, 305.000, e total de Passivos, 200.000.
Origem de recursos: Venda de Mercadorias (10.000).
Aplicação de recursos: Caixa (10.000).
Origem de recursos: Estoque (5.000).
Aplicação de recursos: Custo das Mercadorias Vendidas (CMV).
Como pudemos verificar, houve várias alterações nos elementos patrimoniais e, no fim, o total de ativos e de
passivos apresenta uma diferença de 105.000. Mas não vimos, acima, que esses totais sempre serão iguais? O que
houve então?
Não se preocupe, porque agora vamos chegar ao resultado e balancear os dois lados do patrimônio.
Para tanto, é necessário entender cinco conceitos: o que é Receita; o que é Despesa, o que é Resultado, o que é
Origem de Recursos e o que é Aplicação de Recursos.
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II. RECEITA
Receitas são fatos contábeis que aumentam a Situação Líquida, ou seja, aumentam a parcela dos proprietários
sobre os bens e direitos da empresa, desde que esse aumento não tenha como origem o próprio proprietário.
Com relação ao conceito de receita, pode-se ter, conforme a amplitude, um conceito estrito e um conceito amplo.
• ESTRITO
Em sentido estrito, receitas são somente os fatos contábeis que representam aumento do Patrimônio Líquido e
que estejam relacionados com as atividades principais da empresa, ou seja, são acréscimos patrimoniais
provenientes do esforço da organização e, portanto, são mais comuns, normalmente representados pela entrada de
recursos ou registro de direitos, como receita de venda de mercadorias e produtos, receita de serviços, receita
financeiras relacionadas às vendas, dentre outras.
• AMPLO
De forma ampla, considera-se como receita as variações patrimoniais positivas, ou seja, quaisquer alterações do
patrimônio que fazem aumentar a Situação Líquida, desde que não seja aumento do Patrimônio Líquido por meio de
recursos advindos do proprietário.
Assim, dentro do conceito de receita em sentido amplo estão tanto as receitas obtidas pela empresa em função do
seu esforço (receita em sentido estrito) quanto as variações patrimoniais de natureza eventual, fatos que aumentam o
Patrimônio Líquido alterando a composição do patrimônio de duas formas:
 Superveniência Ativa: Ocorre com o surgimento ou aumento de um Ativo sem o desaparecimento de outro
Ativo ou um aumento proporcional de um Passivo relacionado, como a doação que a empresa “A” recebeu.
Tal receita é tecnicamente chamada de superveniência (surgimento) ativa (que aumenta a SL), ou, ainda, de
superveniência do Ativo (surgimento de um ativo).
 Insubsistência ativa: Ocorre com o desaparecimento de um Passivo sem o desaparecimento proporcional
de um Ativo relacionado ou surgimento de outro Passivo, como quando ocorre o perdão de uma dívida, por
exemplo. Tal receita é tecnicamente chamada Insubsistência (desaparecimento) Ativa (que aumenta a SL) ou
Insubsistência do Passivo (desaparecimento de um Passivo ).
E quando se realiza uma receita?
Segundo o regime de competência, que veremos em breve, a receita é considerada realizada no momento em
que ocorre, independente de recebimento. No caso da atividade comercial, no momento em que a mercadoria ou
produto é entregue ao cliente, ou seja, no momento da transmissão da propriedade do vendedor para o comprador.
Se a empresa teve alguma despesa relacionada à receita, ou seja, uma despesa em decorrência de um esforço
para poder obter a receita, aquela é considerada realizada simultaneamente à receita a que se refere.
Lembremos, então, do nosso exemplo. Os 10.000 que foram ganhos no primeiro dia de funcionamento da
empresa foram Receita de Venda de Mercadoria e, assim, fizeram aumentar o Patrimônio Líquido em 10.000.
Para entendermos melhor a receita, vamos isolá-la da doação e da saída de estoque. Imaginemos que não
tivesse havido doação do imóvel e que não tivesse havido a baixa no estoque, que a empresa tivesse funcionado
somente esse primeiro dia, e que, após esse primeiro dia, ela fosse extinta. A situação patrimonial ficaria, então,
dessa forma.
Se liquidarmos os bens e direitos teremos um valor de 210.000. Após, deve-se pagar as obrigações exigíveis, que
somam 130.000. O que sobra, então, será destinado aos proprietários. Porém, podemos observar que o Capital
Social, ou seja, a parte que os proprietários colocaram na empresa é 70.000 e sobrou 80.000. Os 10.000 a quem
pertence?
Vamos raciocinar. Qual foi o motivo que levou os dois amigos a abrirem a empresa?
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Sendo uma empresa com fins lucrativos, o motivo somente poder ser se apropriar dos resultados dela, ou seja, a
empresa funcionará para, com seus lucros, torná-los mais ricos.
A parte dos bens e direitos da empresa que cabe aos proprietários é representada pela Situação Líquida. Assim,
se ela aumenta, melhor pra eles. Por esse raciocínio, é ali que deverá estar a receita, que é o reflexo do aumento do
Ativo em função do funcionamento da mesma, em função do seu trabalho. Nesse caso específico, dinheiro em Caixa.
Dessa forma, essa receita de 10.000 vai contribuir para aumentar a SL da empresa tornando os proprietários mais
ricos.
O que é importante entender é que a entrada de dinheiro no Caixa não é receita em si; a receita é o reflexo que tal
ingresso vai causar, ou seja, o aumento proporcional do PL que essa entrada vai proporcionar. A origem dos
recursos (10.000) é a receita de vendas, que significa o trabalho da empresa para obter mais riquezas, enquanto que
a aplicação desses recursos obtidos ocorre com a entrada no Caixa nesse mesmo valor.
No mesmo sentido está a doação de imóvel recebida. Apesar de não ser dinheiro e não ser relativa às atividades
principais da empresa, tal doação teve com o resultado um aumento no Ativo no valor de 100.000. Para
identificarmos a diferença do impacto no patrimônio entre a doação de um imóvel e a compra do outro, vejamos o
caso da aquisição do primeiro imóvel, em que também houve um aumento do Ativo em 100.000. Porém, relacionado
com esse aumento, houve o desaparecimento de um ativo, os 50.000 usados para a parte paga à vista, e o
surgimento de um Passivo, os 50.000 em Financiamentos a Pagar.
Analisando o que foi explicado, vemos que o imóvel comprado teve duas origens:
 50.000 em dinheiro entregue pelos proprietários à empresa (recursos próprios), que significou uma redução do
Ativo “Caixa”;
 50.000 conseguidos junto ao banco em forma de financiamento (recursos de terceiros), que significou um
aumento do Passivo exigível “Financiamentos”.
Com a doação do novo imóvel, não houve qualquer outro reflexo no Ativo ou no Passivo. Por esse motivo, assim
como a receita de vendas, essa diferença no patrimônio aumentará a SL e, consequentemente, pertencerá aos
sócios, pois, quando liquidarem os bens da empresa, estará entre esses bens o imóvel que foi doado. Assim,
poderão se apropriar desse valor a maior, após pagar o Passivo Exigível, que não aumentou.
Se observarmos o efeito para o proprietário, veremos que a doação teve o mesmo efeito da receita de venda de
mercadorias, pois ambos fizeram aumentar o valor que os sócios teriam direito caso fossem liquidados os bens.
Porém, como não foi da atividade normal da empresa, a origem desse imóvel foi uma receita de doação classificada
com uma Superveniência (surgimento do imóvel) Ativa (que aumentou a SL) ou ainda Superveniência (surgimento)
do Ativo (de um ativo).
Para fechar o entendimento, se a receita aumenta a SL e se a natureza do saldo da SL é credora, a natureza do
saldo da receita também é credora.
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I. DESPESA
Despesas são fatos contábeis que reduzem a Situação Líquida de uma Pessoa, desde que não seja a saída de
recursos destinados aos proprietários. É, na maioria dos casos, o consumo de bens e serviços.
Assim como a receita, também a despesa pode ser definida segundo um conceito estrito ou amplo.
• ESTRITO
Despesas em sentido estrito são os sacrifícios patrimoniais com o fim de se obter receitas. São as despesas
comuns no dia-a-dia da organização e, normalmente, representada pela saída de recursos ou registro de obrigações,
como pagamento de salários, aluguel, custo das mercadorias vendidas, juros (que não seja de mora).
Assim, despesas em sentido estrito representam os gastos desembolsados ou obrigações assumidas necessárias
ao desenvolvimento das operações e que provoquem um decréscimo no Ativo ou um acréscimo no Passivo,
reduzindo assim a Situação Líquida.
Dessa forma, a despesa em sentido estrito se caracteriza como um sacrifício patrimonial com o fim de gerar
receita, ou seja, é uma aplicação de recursos com um fim específico, gerar Receitas.
Atribui-se a denominação de Custos à Aplicação de Recursos àquela incorrida em função da produção de bens e
prestação de serviços, como o consumo de matéria-prima, os salários da produção, a energia elétrica do setor de
produção, etc.
• AMPLO
Despesa em sentido amplo representa qualquer alteração patrimonial que provoque redução da Situação Líquida.
Assim, esse conceito envolve tanto as despesas em sentido estrito, quanto as alterações patrimoniais de natureza
eventual que alterem a SL.
Com relação às alterações eventuais, podem ocorrer de duas formas e podem impactar a composição do patrimônio
de formas distintas:
 Superveniência Passiva: Representada pelo surgimento de um Passivo sem o desaparecimento de outro
Passivo de valor proporcional e relacionado ou o surgimento de um Ativo de valor proporcional e relacionado,
como os juros de mora referente a uma obrigação. Tecnicamente, essa despesa é chamada Superveniência
(surgimento) Passiva (que reduz a SL) ou Superveniência (surgimento) do Passivo (que aumenta o Passivo).
 Insubsistência Passiva: Ocorre com o desaparecimento de um Ativo sem o surgimento de outro Ativo
proporcional e relacionado em seu lugar ou o desaparecimento de um Passivo proporcional e relacionado,
como a destruição de um bem por um incêndio. Tecnicamente, tal despesa é chamada Insubsistência
(desaparecimento) Passiva (que reduz a SL) ou insubsistência (desaparecimento) do Ativo (de um ativo).
De todo o exposto, conclui-se que despesa não é somente saída de dinheiro; despesa é todo fato que reduz a
Situação Líquida.
E quando se realiza a despesa?
Assim como a receita, segundo o regime de competência que veremos em breve, a despesa se realiza no
momento em que ocorre, independente de pagamento, e simultaneamente à receita, quando correlatas.
Voltando ao exemplo, a saída das mercadorias que estavam em estoque provocou uma diminuição do ativo,
especificamente na conta Estoques, que foi reduzida de 50.000 para 45.000.
A despesa provocada por essa redução do Ativo reduziu também o valor da SL proporcionalmente, tornando a
empresa mais pobre e, consequentemente, os seus donos. Vale lembrar que a saída de recursos em si, nesse caso
a saída de mercadorias do estoque, não é a despesa em si. Tal saída representa a origem do recurso que foi
aplicado na despesa que na realidade é o reflexo que essa saída de recursos provoca na SL da empresa.
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Assim, a Origem de Recurso é o Estoque, que com a saída de mercadorias ficou menor, reduzindo assim o Ativo
como um todo. A Aplicação do recurso é a despesa em si, que representa a perda de direitos da empresa sobre o
seu Ativo em função dessa redução do próprio Ativo, ou seja, é a própria redução da Situação Líquida.
Para fechar o entendimento, se a Despesa reduz a Situação Líquida e se a natureza do saldo da SL é credora, a
natureza do saldo da despesa deverá ser o inverso, ou seja, devedora.
Com relação às despesas e receitas eventuais, segue um pequeno esquema para dirimir qualquer dúvida, pois os
termos “ativa” e “passiva” não se referem ao Ativo e Passivo do balanço patrimonial, mas relacionam-se com o efeito
produzido pela variação patrimonial, ou seja, no Patrimônio Líquido, e isso geralmente gera muitas dúvidas.
 Superveniência Ativa = Superveniência do Ativo (aumenta o ativo);
 Superveniência Passiva = Superveniência do Passivo (Aumenta o Passivo);
 Insubsistência Ativa = Insubsistência do Passivo (Diminui o Passivo);
 Insubsistência Passiva = Insubsistência do Ativo (diminui o ativo);
Exemplos:
 SUPERVENIÊNCIA ATIVA (do ativo): nascimento de semoventes (animais), doações recebidas.
 SUPERVENIÊNCIA PASSIVA (do Passivo): condenação judicial a pagar uma indenização, multa.
 INSUBSISTÊNCIA ATIVA (do Passivo): perdão de uma dívida.
 INSUBSISTÊNCIA PASSIVA (do ativo): furto de um bem, morte de um animal.
II. RESULTADO (RÉDITO)
As contas de receita e despesas são denominadas de contas de resultado, segundo a teoria patrimonialista, pois
é do confronto entre elas que se encontra o resultado da organização em um determinado período.
As contas de receita e despesa, apesar de alterarem a SL da empresa, não entram diretamente com seus saldos,
aumentando-a e reduzindo-a respectivamente. O que entra é o resultado, que nada mais é que a confrontação entre
elas. Se houver mais receitas que despesas, teremos lucro, e assim a SL crescerá, se, ao contrário, houver mais
despesas que receitas, teremos prejuízos, e a SL decrescerá.
Assim, depois de um período em que empresa desenvolveu suas atividades, para os sócios saberem a situação
patrimonial da empresa eles devem, necessariamente, apurar o resultado e lançá-lo na SL, para então ocorrer os
devidos ajustes na Situação Líquida a então se igualar o Ativo com o Passivo Total.
Vamos apurar, então, o Resultado da empresa “A”.
Para tanto, basta identificar as receitas e despesas do período e confrontá-las na conta denominada Resultado.
Esse é o valor que faltava para equilibrarmos os dois lados do patrimônio, e como o saldo foi credor isso significa
que a empresa teve lucro e, consequentemente, aumentará a SL deixando o patrimônio dessa forma.
Porém, por que, à medida que as receitas e despesas foram ocorrendo, a Situação Líquida não foi sendo
alterada, aumentando primeiro em 100 e depois em 10, e depois diminuindo em 5?
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Porque as receitas e despesas não alteram a Situação Líquida diretamente. O que provoca essa alteração é o
resultado. Assim, conclui-se que as contas de resultado, receita e despesa alteram a Situação Líquida de forma
indireta, pois a confrontação entre ambas formará o resultado que a alterará, se lucro, aumentando, se prejuízo,
diminuindo.
Entendido o motivo pelo qual existia a diferença entre Ativo e Passivo, e corrigida a distorção, voltamos ao
questionamento que motivou a explicação. Qual a origem dos 175.000 que estão no Ativo?
Agora ficou fácil, é lógico que tais valores tiveram como origem na SL que foi acrescida em 105.000 pelo lucro do
período. Vamos relembrar:
Foi com parte do dinheiro dos sócios entregues à organização no momento da sua constituição que foi adquirido o
imóvel, 50.000. Dez mil foram empregados para pagar parte das mercadorias colocadas em estoque. O imóvel no
valor de 100.000 teve como origem a doação, que é uma espécie de receita, uma Superveniência Ativa. Dentre os
15.000 do Caixa, 5.000 são parte também dos recursos iniciais empregados pelos sócios e 10.000 de receita de
mercadorias vendidas.
Bem, surge, então, a pergunta: a quem pertence a parte do Ativo representado pela situação Líquida?
À própria empresa. Ela foi a outra fonte de receita que financiou os bens que se encontram no Ativo, chamada de
recursos próprios.
Essa fonte pode ainda ser subdividida em duas: recursos advindos do patrimônio dos sócios, os 70.000 do Capital
Social, e os recursos que surgiram com as operações da empresa, ou seja, o resultado apurado no valor de 105.000.
Identificamos, então, a origem de todos os valores que se encontram no Ativo e dividimos em duas fontes,
Passivo Exigível, que representa recursos de terceiros, e a SL que representa recursos próprios.
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I. ORIGENS DE RECURSOS
Toda entidade necessita fazer aplicações de recursos em seu dia-a-dia para sobreviver. Aplicar, por exemplo,
dinheiro no Caixa, que pode lá permanecer para fazer frente às necessidades com pagamento em dinheiro vivo, ou,
então, servir somente de guarda transitória até que os valores nele contidos sejam aplicados na conta corrente
(Bancos Conta Movimento). Pode aplicar, também, valores em direitos que futuramente se reverterão em dinheiro ou
outros bens. Pode aplicar, ainda, recursos em despesas de seu dia-a-dia, como pagamento de salários, água, luz
necessários ao seu funcionamento.
Origem de recursos são as fontes de onde se originam os valores que propiciarão à organização as aplicações
necessárias em seu dia-a-dia. Tais valores não serão necessariamente recursos financeiros, podendo ser quaisquer
tipos de recursos, desde que avaliáveis financeiramente.
Diante desse conceito, podemos ter duas definições para origem, uma ampla e uma estrita.
• AMPLA
Soma do Passivo, Patrimônio líquido e Receitas (Origens = P + PL + Rec.)
De forma ampla, quando se olha para o Ativo e para as despesas, vê-se que todos os bens, direitos e despesas
de um ente, mesmo que seja de forma indireta, tiveram como origem o Passivo, o Patrimônio Líquido ou uma
Receita.
Deve-se levar em consideração também as contas retificadoras do Ativo que têm natureza credora. Porém a falta
dessas contas no conceito amplo não torna a afirmativa falsa (Origens = P + PL + Rec. + Ret. A). São todos os
grupos de contas de natureza credora.
• ESTRITA
Todo lançamento credor. Esse é o conceito usado no método das partidas dobradas, não importando em que
conta tenha ocorrido, se do ativo, passivo, patrimônio líquido, despesa ou receita.
Para entendermos o que é origem de recursos, vamos iniciar com um exemplo.
Imaginemos que você é sócio de uma empresa prestadora de serviços e que chegou mais tarde na empresa.
Quando você chegou, percebeu que o Caixa tinha aumentado em 50. Começou a olhar a documentação da
empresa e verificou que o valor das contas a receber também tinha aumentado em 50. Desconsiderando outras
possibilidades, isso que dizer que o ativo da empresa pode ter aumentado em 100, 50 e dinheiro vivo e 50 pelo
registro do direito, contas a receber.
Se houve alteração no Ativo, é porque houve um fato contábil e você, como responsável pela contabilidade da
empresa, vai ter que fazer o registo desse fato conforme o método das partidas dobradas.
Mas, para fazer o lançamento, você precisa saber qual foi a fonte desse valor e onde ele foi aplicado, ou seja,
identificar a origem (lançamento credor) e aplicação a de recursos (lançamento devedor) e suas contas respectivas.
Vejamos algumas possíveis origens de recursos.
a) O Ativo:
O Ativo tem natureza devedora. Dessa forma, toda vez que o Ativo for origem de recursos de um fato contábil, ele
será reduzido, porque nele foi feito um lançamento credor. As contas existentes no ativo são, em sua grande maioria,
de natureza devedora. Assim, toda vez que uma dessas contas for origem de recursos, seu saldo será diminuído,
com exceção das contas retificadoras.
No exemplo dado, a empresa poderia ter vendido um bem, metade à vista e metade a prazo, no valor de 100; um
automóvel, por exemplo. Nesse caso, o lançamento credor deveria ser feito naquela conta, que, por ter natureza
devedora, seria reduzida, sendo ela então a fonte dos recursos que você encontrou na empresa.
b) Terceiros (Passivo):
O Passivo tem natureza credora e toda vez que ele for origem de recursos seu valor aumentará, porque nele foi
feito um lançamento credor. As contas do Passivo são predominantemente de natureza credora. Assim, toda vez que
uma dessas contas for origem de recursos seu saldo será aumentado, com exceção das contas retificadoras.
No exemplo dado, pelo menos o valor que entrou no caixa poderia ter sido conseguido por meio de um
empréstimo e a conta empréstimos a pagar receberia parte do lançamento credor, aumentando-a em 50.
Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins
comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do Alfa Concursos Públicos Online.
c) O Patrimônio Líquido:
O Patrimônio Líquido tem natureza credora e toda vez que ele for origens de recursos seu valor aumentará,
porque nele foi feito um lançamento credor. As contas do Patrimônio Líquido são predominantemente de natureza
credora e o saldo dessas contas aumentará toda vez que uma dessas contas for origem de recursos, com exceção
das contas retificadoras.
No exemplo dado, o valor poderia ter surgido de duas origens relacionadas ao Patrimônio líquido:
 O proprietário:
Em função de vários fatores, algum dos sócios pode ter feito um novo aporte de recursos, passando para a
empresa 50 em dinheiro que foi para o Caixa e 50 em direitos que ele tinha a receber de alguém e que passou para a
empresa.
Dessa forma, o proprietário seria a origem dos recursos e o lançamento credor seria feito na conta Capital Social,
aumentando-a.
 As receitas:
Apesar de não estarem dentro do Patrimônio líquido, as receitas o alteram indiretamente, aumentando-o. Esses fatos
contábeis que aumentam o Patrimônio Líquido podem se subdividir em dois tipos:
 Receita em sentido estrito:
Tal origem surge com os fatos contábeis que ocorrem em função das atividades normais da empresa, aquelas
para as quais a empresa foi criada para desenvolver ou que estão diretamente ligadas a elas, aquelas que
caracterizam seu objeto social, ou seja, é a empresa trabalhando para enriquecer e, consequentemente, enriquecer
seus proprietários.
São elas:
• Empresas comerciais: receita de venda de mercadorias; receita de juros; etc.
• Empresas industriais: receita de venda de produtos; receita de juros, etc.
• Empresas prestadoras de serviços: receita de prestação de serviços, receita de juros, etc.
 Fatos contábeis eventuais que alteram a situação líquida:
Como vimos anteriormente, são de dois tipos essas receitas:
• Superveniência Ativa.
• Insubsistência Ativa.
Agora que nós sabemos quais são algumas das possíveis origens de recursos, voltamos ao exemplo dado.
Lembremo-nos que você precisa fazer o lançamento contábil referente ao fato ocorrido e que, para tanto, você deve,
primeiramente, identificar as contas creditadas e as contas debitadas.
Para tanto, você chama seu funcionário e faz a seguinte pergunta: “o que aconteceu para ter aparecido dinheiro
no Caixa e também ter aumentado o saldo das contas a receber?”.
O funcionário vai responder: “antes de o senhor chegar, houve uma prestação de serviços no valor de 100, sendo
metade recebida à vista e metade registrada para o recebimento a prazo.”
Agora, você já tem todas as informações que necessita para fazer tal lançamento.
A empresa é uma prestadora de serviços. Isso que dizer que os recursos surgiram em função do trabalho da
empresa. É a empresa trabalhando para aumentar seu Patrimônio Líquido e enriquecer.
Dessa forma, a origem desses recursos, ou seja, a conta que receberá o lançamento credor, é a conta
denominada Receita de Serviços. Isso significa que os 100 que fizeram aumentar o Ativo da empresa tiveram como
origem o seu próprio trabalho, aumentando assim o Patrimônio líquido no mesmo valor. Significa, ainda, que tal fato
fez aumentar em 100 a parte que cabe à empresa sobre os bens e direitos em seu Ativo, tornando-a mais rica.
Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins
comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do Alfa Concursos Públicos Online.
II. APLICAÇÃO DE RECURSOS
As aplicações de recursos são os destinos que os recursos tomarão. Quando uma empresa busca um recurso, é
para aplicá-lo em alguma coisa. Descobrir onde esse recurso foi aplicado torna-se essencial para que se possa fazer
o lançamento contábil e assim cumprir a regra contida no método das partidas dobradas. Toda aplicação de recursos
se configurará num lançamento de natureza devedora.
Diante desse conceito, podemos ter duas definições para aplicações de recursos, uma ampla e uma estrita.
• AMPLA
Soma do Ativo e Despesas.
De forma ampla, quando se olha para o Passivo, para o Patrimônio Líquido e para as receitas, vê-se que todos os
recursos obtidos pela empresa tiveram como destino, mesmo que de forma indireta, o Ativo ou uma Despesa
(Aplicações = A + Desp.).
Deve-se levar em consideração também as contas retificadoras do Passivo e PL que têm natureza devedora,
porém a falta dessas contas no conceito amplo não torna a afirmativa falsa (Aplicações = A + Desp. + Ret. Passivo
Total).
• ESTRITA
É todo lançamento devedor. Esse é o conceito usado no método das partidas dobradas, não importando em que
conta tenha ocorrido, se ativo, passivo, patrimônio líquido despesa ou receita.
Para que possamos entender melhor a aplicação de recursos, vamos nos valer de outro exemplo.
Voltemos à sua prestadora de serviço. Você chega na loja, vai ao Caixa fazer uma conferência e verifica que
faltam 100. Houve, então, um fato contábil que reduziu um ativo e necessita ser lançado contabilmente.
Se o Caixa tem natureza devedora e está com um saldo menor, então nele deverá ser feito um lançamento
credor. Assim, já identificamos a fonte de recursos desse fato contábil, o Caixa.
Para cumprir a método das partidas dobradas, necessitamos, agora, identificar onde esses recursos foram
aplicados.
Vejamos onde os recursos podem ser aplicados na empresa.
a) O Ativo:
O Ativo tem natureza devedora e toda vez que ele for aplicação de recursos seu valor aumentará, porque nele foi
feito um lançamento devedor. No ativo, os recursos podem ser aplicados em bens e direitos. Como a natureza das
contas do Ativo é devedora, essas contas aumentarão com os lançamentos devedores, com as aplicações de
recursos. É o caso da conta Estoques. Se a empresa adquire mercadoria para revenda, elas terão como destino o
estoque, que terá seu valor aumentado com um lançamento devedor. Tal raciocínio serve para todas as contas do
Ativo, exceto para as contas retificadoras.
Voltando ao exemplo, o valor pode ter sido aplicado, então, para aumentar a conta que representa um bem,
estoque, por exemplo, ou para aumentar uma conta que representa um direito, bancos conta movimento, despesa
antecipada, adiantamento de salários, adiantamento a fornecedores, dentre outros.
b) O Passivo:
O Passivo tem natureza credora e toda vez que ele for aplicação de recursos seu valor diminuirá, porque nele foi
feito um lançamento devedor. A natureza das contas do Passivo é credora; assim, nele haverá aplicação de recursos
quando tiver suas contas reduzidas. Quando a empresa paga uma obrigação em dinheiro, a fonte de recursos foi o
Caixa que teve um lançamento credor, reduzindo seu valor, e a aplicação de recurso foi o Passivo Exigível, que teve
o saldo daquela obrigação reduzida em função do pagamento da mesma, recebendo, assim, um lançamento
devedor.
Voltemos ao exemplo. O valor que desapareceu do Caixa pode ter tido como destino o pagamento de uma
obrigação, como água a pagar, luz a pagar, salários a pagar. Assim, ele poderia ter sido aplicado no Passivo Exigível,
reduzindo-o.
c) O Patrimônio Líquido:
As contas do Patrimônio Líquido também são, em sua grande maioria, de natureza credora e, assim, quando elas
receberem aplicações de recursos, seus saldos serão reduzidos, com exceção das contas retificadoras.
No exemplo dado, a aplicação de recursos no patrimônio líquido poderia ter ocorrido de duas formas:
Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins
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 O proprietário:
Em função de vários fatores, um sócio pode querer reduzir sua participação na empresa ou mesmo se retirar.
Saindo, ele levará com ele os recursos que aplicou. Essa saída de recursos teria como fonte o Caixa e como
aplicação o Patrimônio Líquido, mais especificamente a conta Capital Social, reduzindo-a. Assim, no exemplo dado, o
que pode ter ocorrido é que um dos sócios se retirou e levou o valor que lhe cabia, coincidentemente os 100. Outra
possibilidade é distribuição de lucros aos sócios que reduz a situação Líquida.
 As despesas:
Apesar de não estarem dentro do Patrimônio líquido, as despesas o alteram indiretamente reduzindo-o. Esses fatos
contábeis que diminuem o Patrimônio Líquido podem se subdividir em dois:
 Despesas em sentido estrito:
Tal aplicação surge como o consumo de bens e serviços, ou seja, são sacrifícios patrimoniais na busca pela
obtenção de receitas. São despesas relacionadas às atividades normais da empresa ou que estão diretamente
ligadas a elas. São as atividades para as quais a empresa foi criada para desenvolver, aquelas que caracterizam seu
objeto social, ou seja, é a empresa consumindo recursos para que tenha condições de gerar receita.
São elas:
Custo das Mercadorias Vendidas (Empresas comerciais), Custo dos Produtos Vendidos (Empresas industriais);
Custo dos serviços prestados (Empresas prestadoras de serviço); água; luz; telefone; juros passivos; tributos;
salários; etc.
 Variações patrimoniais de natureza eventual:
Como vimos anteriormente, são de dois tipos essas despesas:
• Superveniência passiva.
• Insubsistência passiva.
Agora que nós sabemos quais são algumas das possíveis aplicações de recursos, voltemos ao exemplo dado.
Lembremo-nos que você precisa fazer o lançamento contábil referente ao fato ocorrido e, para tanto, você deve,
primeiramente, identificar as contas creditadas e as contas debitadas.
Para tanto, você chama seu funcionário e vai fazer a seguinte pergunta: “o que aconteceu para ter desaparecido
dinheiro do caixa?”.
O funcionário vai responder: “antes de o senhor chegar, eu paguei uma conta de luz no valor de 100”.
Agora você já tem todas as informações que necessita para fazer tal lançamento.
A empresa é uma prestadora de serviços; isso que dizer que, para obter receitas, ela precisa também consumir
bens e serviços para cumprir seu objeto social e obter receitas, ou seja, incorrer em despesas de funcionamento,
como a conta de luz.
Como nós já sabemos a origem, o Caixa, agora basta identificar a aplicação, que é a Despesa com Luz, conta
que receberá o lançamento devedor aumentando seu saldo. Isso significa que os 100 que fizeram diminuir o Ativo da
empresa teve como aplicação uma despesa, diminuindo assim o Patrimônio líquido no mesmo valor, reduzindo em
100 a parte que cabe à empresa sobre os bens e direitos em seu Ativo, tornando-a mais pobre.
ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS DA EMPRESA “A”
Entendido o que sejam fontes e aplicações de recursos, voltemos a empresa “A” e exercitemos o conhecimento
identificando as origens e aplicações que fizeram com que o patrimônio dessa empresa ficasse com essa
configuração.
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ORIGENS
Observando-se os ativos, após a última alteração ocorrida, vemos diversos bens listados, dinheiro, estoques,
computadores e imóveis com seus respectivos valores. Mas, se não tivéssemos acompanhado as alterações
ocorridas desde o início da empresa, como nós poderíamos saber de onde eles vieram? A pergunta que faríamos é:
quem entregou esses bens para organização, ou então o dinheiro para adquiri-los?
A resposta é simples, é só olhar para o Passivo, para o Patrimônio Líquido e para as Receitas da empresa.
Por exemplo, de onde surgiu o primeiro imóvel, como ele veio parar na posse da empresa?
Pelo menos parte da origem dele eu consigo identificar olhando o Passivo Exigível, pois lá existe uma conta
chamada “Financiamentos a Pagar” no valor de 50.000. Se verificarmos a documentação, veremos que esse
financiamento se refere ao imóvel. Dessa forma, eu já identifico a origem de parte dos recursos utilizados na compra
do imóvel, que é o banco. Assim, podemos afirmar que se a empresa for fechada hoje, 50.000 deverão ser
devolvidos ao banco, pois ainda não foi paga nenhuma parcela. Seguindo esse raciocínio, podemos também afirmar
que esse valor representado pela dívida é denominado recursos de terceiros, pois é um capital empregado no ativo
da empresa pelo banco e não pelo proprietário.
Com relação às mercadorias em estoque e ao veículo, segue-se o mesmo raciocínio; enquanto não for paga
nenhuma duplicata referente a essas aquisições, os seus valores no Passivo representarão recursos de terceiro que
foram investidos no Ativo, só que os investidores desses recursos serão o fornecedor de mercadorias e a
concessionária de veículos, respectivamente.
Com esse entendimento, encontramos uma das origens dos recursos da organização denominada terceiros.
Assim, todos os valores registrados no Passivo Exigível representam recursos de terceiros que estão de posse da
empresa.
Mas e o restante? Afinal, os bens e direitos da empresa somam 305.000, e agora sabemos que foram terceiros
que financiaram 130.000, o Passivo Exigível. De onde vieram os 175.000 que faltam, qual foi sua origem?
A resposta é simples. Se olharmos mais uma vez o Passivo Total, veremos que existem ali recursos que podem
explicar qual a origem desse valor. Porém, se observarmos o último balanço, veremos que existe uma diferença no
valor de 105.000 que, como vimos, refere-se ao resultado obtido no período em que a empresa funcionou.
Assim, a origem dos 175.000 restantes é uma soma entre os recursos entregues pelos sócios à empresa (70.000)
e 105.000 obtidos na forma de lucro. À soma desses recursos, por comporem a Situação Líquida, chamaremos de
recursos próprios.
APLICAÇÕES
Já que sabemos de onde vêm os recursos da organização, terceiros ou próprios. Fica, agora, fácil saber onde
eles são aplicados, no Ativo, nas Despesas e nas contas Redutoras do Passivo e SL, ou seja, contas de natureza
devedora. Podemos, então, simplificar afirmando que aplicações são onde os recursos da empresa são empregados
e têm sempre natureza devedora.
Desse modo, o Passivo e as receitas, ou seja, as origens, são um reflexo de tudo que foi aplicado no ativo, na
forma de bens e direitos, e na despesa. Por esse motivo, as origens e aplicações têm o mesmo valor sempre, não
importando o que aconteça com esse patrimônio, ou que configuração assuma.
REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DO PATRIMÔNIO COM ALGUMAS INFORMAÇÕES RELEVANTES
Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins
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I. EXERCÍCIOS RELATIVOS AO ENCONTRO
1. A contabilidade conceitua o agregado de valores que estão disponíveis pela empresa em determinado momento
com a seguinte terminologia:
a) Capital Total à Disposição da Empresa;
b) Capital Nominal;
c) Capital de Abertura;
d) Capital Próprio;
e) Capital de Terceiros Investido.
Em cada um dos itens a seguir é apresentada uma situação hipotética, referente a registros contábeis, seguida de
uma assertiva a ser julgada com base nas normas brasileiras de contabilidade.
2. Um hotel aceitou reservas para o carnaval de 2010, recebendo o valor das diárias correspondentes a esse
período em agosto de 2009. Nessa situação, esse recebimento só pode ser registrado como receitas do
exercício em 2010.
No que diz respeito à natureza de cada conta e dos mecanismos de débito e crédito nela utilizados, julgue o item
abaixo.
3. As contas de natureza devedora, como o passivo e a receita, têm seus saldos aumentados por meio de débitos
e diminuídos por meio de créditos.
4. De acordo com a doutrina e a legislação contábeis, a prescrição de uma dívida e o perecimento de um direito
correspondem, respectivamente, a uma realização de receita e à incoerência de uma despesa.
5. Ao registrar a venda de mercadorias à vista, segundo o regime de competência, a empresa acrescentará o valor
da venda em suas receitas e aumentará o seu ativo. Ao apurar o custo da mercadoria que foi vendida, a
empresa registrará um decréscimo em seu ativo e um decréscimo no resultado do exercício.
GABARITO
1 - A
2 - CORRETO
3 - ERRADO
4 - CORRETO
5 - CORRETO

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  • 3. Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do Alfa Concursos Públicos Online. I. ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS Como vimos no encontro anterior, o objeto de estudo da Contabilidade é o patrimônio. Quando se fala em patrimônio, necessariamente se fala em recursos financeiros, ou aquilo que possa ser avaliado monetariamente, que tenha um preço. Isso quer dizer que a Contabilidade só se importará com a pessoa que tiver patrimônio monetariamente avaliável. Ao vermos uma empresa que tem um imóvel, por exemplo, imaginamos que ele não tenha surgido como um milagre. Ele teve uma origem. Pode ter sido comprado, doado, ganhado em uma ação judicial, enfim, fatos ocorreram que fizeram com que esse imóvel passasse a ser parte do patrimônio de uma empresa. Podemos concluir, então, que, por algum motivo, houve uma fonte (origem) ou fontes que disponibilizaram recursos para que a pessoa aplicasse nesse imóvel. Se imaginarmos que o imóvel foi adquirido, em parte, à vista, com recursos que os sócios entregaram à empresa no momento da sua abertura e, em parte, financiado em um banco, concluímos que as origens de recursos foram recursos próprios (da empresa, entregues pelos sócios) e recursos de terceiros (banco) que foram utilizados para aplicar no imóvel. Dessa interação entre origens (fontes) e aplicações de recursos surgem os elementos patrimoniais, ou seja, Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido, suas alterações qualitativas e quantitativas e o resultado. Como as funções da Contabilidade são, primordialmente, o controle do patrimônio e a apuração do resultado (se lucro ou prejuízo), o entendimento de quais são as origens de recursos e onde tais recursos são aplicados torna-se primordial para o cumprimento dessas funções, afinal, é só sabendo de onde vêm os recursos da organização e onde são aplicados que se poderá fazer o efetivo controle dos mesmos e saber se, depois de um determinado período, houve um resultado positivo ou negativo. O mecanismo desenvolvido pela Contabilidade para permitir o cumprimento de suas funções é denominado Método das Partidas Dobradas. Nesse método, não existirá aplicação de recursos sem que haja uma fonte que o justifique. Como decorrência da aplicação desse método, a soma das origens de recursos serão sempre iguais à soma das aplicações de recursos, em qualquer situação. Assim, para facilitar o entendimento, é necessário um breve exemplo de como surge o patrimônio de uma pessoa e como ele se desenvolve. Voltemos, então, à empresa “A”. Hoje, ela tem bens que valem 300.000, dinheiro em Caixa, Estoques, Computadores, Veículos, e Imóveis. Sabemos, então, onde estão aplicados os recursos da organização. Mas como essa empresa conseguiu esses recursos para possuir tais bens? Imaginemos que em um determinado dia duas pessoas resolveram abrir uma empresa, a empresa “A”. Decidiram que a empresa “A” seria uma cervejaria. Para tanto, fizeram a pesquisa sobre como funcionam as cervejarias e verificaram que, para funcionar, mesmo antes de abrir, a empresa necessitaria de vários bens, tais como: um imóvel, um automóvel, computadores para informatizar o atendimento e controlar as vendas e os estoques, dentre outros. Como cada sócio será proprietário de 50% da empresa, e em função das possibilidades financeiras de cada um, decidiram investir 70.000, cabendo, então, a cada um a responsabilidade de entregar 35.000. Esse valor foi entregue por cada um à empresa formando o chamado Capital Social, ou seja, o capital inicial que servirá, a depender da situação, para dar o pontapé inicial, ou pelo menos auxiliar nesse pontapé. Mas esse dinheiro foi parar aonde? O dinheiro entregue ficará no Caixa da empresa.
  • 4. Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do Alfa Concursos Públicos Online. Como fica, então, a configuração patrimonial da empresa “A” nesse primeiro dia de vida? Vejamos a figura a seguir. Fato 01: Integralização de Capital Social em dinheiro no valor de 70.000. Obs.: As contas que sofrem alterações foram grifadas. Origem de recursos: Capital Social (Represa a o Valor do investimento dos proprietários na empresa). Aplicação de recursos: Caixa, Observem que, nesse momento, não existe Passivo Exigível, havendo uma situação patrimonial de propriedade total de ativos. Para funcionar, a empresa necessitava de outros bens e o próximo passo foi adquirir um imóvel. O imóvel escolhido custava 100.000, porém a empresa não dispunha de tal quantia, pois, em Caixa, só tinha 70.000. Assim, a solução encontrada foi fazer um financiamento. Para não utilizar todo dinheiro em Caixa, pois a empresa necessitará de dinheiro para outras destinações, os sócios decidiram que financiariam 50.000 do valor do imóvel, pagando, então, 50.000 em dinheiro, deixando o patrimônio dessa forma. Fato 02: Aquisição de imóvel no valor de 100.000, sendo 50% à vista e 50% financiado. Origem de recursos: Caixa e Financiamento (Banco). Aplicação de recursos: Imóvel. Adquirido o imóvel, os sócios resolveram adquirir o automóvel. O veículo escolhido custa 40.000, e, em função da necessidade de se ter dinheiro em caixa para o funcionamento da empresa, decidiu-se comprar o veículo a prazo e sem entrada. Para tanto, a empresa aceitou duplicatas nesse valor, ficando o patrimônio dessa forma. Fato 03: Aquisição de veículos a prazo no valor de 40.000, com aceite de duplicatas. Origem de recursos: Duplicatas a Pagar (concessionária de veículos). Aplicação de recursos: Veículos. Após isso, a empresa necessitava de mercadorias para venda e, fazendo uma projeção de vendas, os seus administradores resolveram adquirir mercadorias no valor de 50.000, as quais serão colocadas em estoques. Porém, a empresa não tem recursos para adquirir tanta mercadoria, tendo os administradores optado por pagar 10.000 à vista e 40.000 a prazo, aceitando duplicatas, deixando o patrimônio com essa configuração.
  • 5. Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do Alfa Concursos Públicos Online. Fato 04: Aquisição de mercadorias no valor de 50.000, sendo 20% à vista e 80% a prazo. Origem de recursos: Caixa (10.000) e Duplicatas a Pagar (Fornecedores) (40.000). Aplicação de recursos: Estoques de Mercadorias. Após visita à prefeitura, os proprietários conseguiram convencer o Secretário de Fazenda, irmão de um deles, que seria bom para o município ter mais um empreendimento como aquele. Porém, para abri-lo, a empresa necessitaria de mais um imóvel e não tinha recursos para adquiri-lo. Assim, convencido por seu irmão do quanto seria bom para o município doar o imóvel para a empresa, tal doação se processou deixando o patrimônio com essa configuração.
  • 6. Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do Alfa Concursos Públicos Online. I. CONTINUAÇÃO DE ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS Fato 05: Recebimento em doação de imóvel no valor de 100.000. Atentem para a diferença entre total de ativos, 300.000, e total de passivos, 200.000. Origem de recursos: Doação (100.000). Aplicação de recursos: Imóveis (100.000). Após essa doação, os proprietários adquiriram os computadores à vista no valor de 5.000, deixando o patrimônio dessa forma. Fato 06: Aquisição de computadores à vista no valor de 5.000. Atentem para a diferença entre total de ativos, 300.000, e total de passivos, 200.000. Origem de recursos: Caixa (5.000). Aplicação de recursos: Computadores (Móveis e Utensílios). Por fim, a empresa foi inaugurada e em seu primeiro dia de funcionamento faturou 10.000 em dinheiro em vendas de mercadorias. Essas mercadorias saíram do estoque e custaram para a empresa 5.000, ou seja, a empresa vendeu com lucro de 100% em relação ao que tinha pago. Tal operação deixou o patrimônio com essa configuração. Fato 07: Venda de mercadoria a vista no valor de 10.000 com 100% de lucro. Atentem para a diferença entre total de ativos, 305.000, e total de Passivos, 200.000. Origem de recursos: Venda de Mercadorias (10.000). Aplicação de recursos: Caixa (10.000). Origem de recursos: Estoque (5.000). Aplicação de recursos: Custo das Mercadorias Vendidas (CMV). Como pudemos verificar, houve várias alterações nos elementos patrimoniais e, no fim, o total de ativos e de passivos apresenta uma diferença de 105.000. Mas não vimos, acima, que esses totais sempre serão iguais? O que houve então? Não se preocupe, porque agora vamos chegar ao resultado e balancear os dois lados do patrimônio. Para tanto, é necessário entender cinco conceitos: o que é Receita; o que é Despesa, o que é Resultado, o que é Origem de Recursos e o que é Aplicação de Recursos.
  • 7. Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do Alfa Concursos Públicos Online. II. RECEITA Receitas são fatos contábeis que aumentam a Situação Líquida, ou seja, aumentam a parcela dos proprietários sobre os bens e direitos da empresa, desde que esse aumento não tenha como origem o próprio proprietário. Com relação ao conceito de receita, pode-se ter, conforme a amplitude, um conceito estrito e um conceito amplo. • ESTRITO Em sentido estrito, receitas são somente os fatos contábeis que representam aumento do Patrimônio Líquido e que estejam relacionados com as atividades principais da empresa, ou seja, são acréscimos patrimoniais provenientes do esforço da organização e, portanto, são mais comuns, normalmente representados pela entrada de recursos ou registro de direitos, como receita de venda de mercadorias e produtos, receita de serviços, receita financeiras relacionadas às vendas, dentre outras. • AMPLO De forma ampla, considera-se como receita as variações patrimoniais positivas, ou seja, quaisquer alterações do patrimônio que fazem aumentar a Situação Líquida, desde que não seja aumento do Patrimônio Líquido por meio de recursos advindos do proprietário. Assim, dentro do conceito de receita em sentido amplo estão tanto as receitas obtidas pela empresa em função do seu esforço (receita em sentido estrito) quanto as variações patrimoniais de natureza eventual, fatos que aumentam o Patrimônio Líquido alterando a composição do patrimônio de duas formas:  Superveniência Ativa: Ocorre com o surgimento ou aumento de um Ativo sem o desaparecimento de outro Ativo ou um aumento proporcional de um Passivo relacionado, como a doação que a empresa “A” recebeu. Tal receita é tecnicamente chamada de superveniência (surgimento) ativa (que aumenta a SL), ou, ainda, de superveniência do Ativo (surgimento de um ativo).  Insubsistência ativa: Ocorre com o desaparecimento de um Passivo sem o desaparecimento proporcional de um Ativo relacionado ou surgimento de outro Passivo, como quando ocorre o perdão de uma dívida, por exemplo. Tal receita é tecnicamente chamada Insubsistência (desaparecimento) Ativa (que aumenta a SL) ou Insubsistência do Passivo (desaparecimento de um Passivo ). E quando se realiza uma receita? Segundo o regime de competência, que veremos em breve, a receita é considerada realizada no momento em que ocorre, independente de recebimento. No caso da atividade comercial, no momento em que a mercadoria ou produto é entregue ao cliente, ou seja, no momento da transmissão da propriedade do vendedor para o comprador. Se a empresa teve alguma despesa relacionada à receita, ou seja, uma despesa em decorrência de um esforço para poder obter a receita, aquela é considerada realizada simultaneamente à receita a que se refere. Lembremos, então, do nosso exemplo. Os 10.000 que foram ganhos no primeiro dia de funcionamento da empresa foram Receita de Venda de Mercadoria e, assim, fizeram aumentar o Patrimônio Líquido em 10.000. Para entendermos melhor a receita, vamos isolá-la da doação e da saída de estoque. Imaginemos que não tivesse havido doação do imóvel e que não tivesse havido a baixa no estoque, que a empresa tivesse funcionado somente esse primeiro dia, e que, após esse primeiro dia, ela fosse extinta. A situação patrimonial ficaria, então, dessa forma. Se liquidarmos os bens e direitos teremos um valor de 210.000. Após, deve-se pagar as obrigações exigíveis, que somam 130.000. O que sobra, então, será destinado aos proprietários. Porém, podemos observar que o Capital Social, ou seja, a parte que os proprietários colocaram na empresa é 70.000 e sobrou 80.000. Os 10.000 a quem pertence? Vamos raciocinar. Qual foi o motivo que levou os dois amigos a abrirem a empresa?
  • 8. Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do Alfa Concursos Públicos Online. Sendo uma empresa com fins lucrativos, o motivo somente poder ser se apropriar dos resultados dela, ou seja, a empresa funcionará para, com seus lucros, torná-los mais ricos. A parte dos bens e direitos da empresa que cabe aos proprietários é representada pela Situação Líquida. Assim, se ela aumenta, melhor pra eles. Por esse raciocínio, é ali que deverá estar a receita, que é o reflexo do aumento do Ativo em função do funcionamento da mesma, em função do seu trabalho. Nesse caso específico, dinheiro em Caixa. Dessa forma, essa receita de 10.000 vai contribuir para aumentar a SL da empresa tornando os proprietários mais ricos. O que é importante entender é que a entrada de dinheiro no Caixa não é receita em si; a receita é o reflexo que tal ingresso vai causar, ou seja, o aumento proporcional do PL que essa entrada vai proporcionar. A origem dos recursos (10.000) é a receita de vendas, que significa o trabalho da empresa para obter mais riquezas, enquanto que a aplicação desses recursos obtidos ocorre com a entrada no Caixa nesse mesmo valor. No mesmo sentido está a doação de imóvel recebida. Apesar de não ser dinheiro e não ser relativa às atividades principais da empresa, tal doação teve com o resultado um aumento no Ativo no valor de 100.000. Para identificarmos a diferença do impacto no patrimônio entre a doação de um imóvel e a compra do outro, vejamos o caso da aquisição do primeiro imóvel, em que também houve um aumento do Ativo em 100.000. Porém, relacionado com esse aumento, houve o desaparecimento de um ativo, os 50.000 usados para a parte paga à vista, e o surgimento de um Passivo, os 50.000 em Financiamentos a Pagar. Analisando o que foi explicado, vemos que o imóvel comprado teve duas origens:  50.000 em dinheiro entregue pelos proprietários à empresa (recursos próprios), que significou uma redução do Ativo “Caixa”;  50.000 conseguidos junto ao banco em forma de financiamento (recursos de terceiros), que significou um aumento do Passivo exigível “Financiamentos”. Com a doação do novo imóvel, não houve qualquer outro reflexo no Ativo ou no Passivo. Por esse motivo, assim como a receita de vendas, essa diferença no patrimônio aumentará a SL e, consequentemente, pertencerá aos sócios, pois, quando liquidarem os bens da empresa, estará entre esses bens o imóvel que foi doado. Assim, poderão se apropriar desse valor a maior, após pagar o Passivo Exigível, que não aumentou. Se observarmos o efeito para o proprietário, veremos que a doação teve o mesmo efeito da receita de venda de mercadorias, pois ambos fizeram aumentar o valor que os sócios teriam direito caso fossem liquidados os bens. Porém, como não foi da atividade normal da empresa, a origem desse imóvel foi uma receita de doação classificada com uma Superveniência (surgimento do imóvel) Ativa (que aumentou a SL) ou ainda Superveniência (surgimento) do Ativo (de um ativo). Para fechar o entendimento, se a receita aumenta a SL e se a natureza do saldo da SL é credora, a natureza do saldo da receita também é credora.
  • 9. Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do Alfa Concursos Públicos Online. I. DESPESA Despesas são fatos contábeis que reduzem a Situação Líquida de uma Pessoa, desde que não seja a saída de recursos destinados aos proprietários. É, na maioria dos casos, o consumo de bens e serviços. Assim como a receita, também a despesa pode ser definida segundo um conceito estrito ou amplo. • ESTRITO Despesas em sentido estrito são os sacrifícios patrimoniais com o fim de se obter receitas. São as despesas comuns no dia-a-dia da organização e, normalmente, representada pela saída de recursos ou registro de obrigações, como pagamento de salários, aluguel, custo das mercadorias vendidas, juros (que não seja de mora). Assim, despesas em sentido estrito representam os gastos desembolsados ou obrigações assumidas necessárias ao desenvolvimento das operações e que provoquem um decréscimo no Ativo ou um acréscimo no Passivo, reduzindo assim a Situação Líquida. Dessa forma, a despesa em sentido estrito se caracteriza como um sacrifício patrimonial com o fim de gerar receita, ou seja, é uma aplicação de recursos com um fim específico, gerar Receitas. Atribui-se a denominação de Custos à Aplicação de Recursos àquela incorrida em função da produção de bens e prestação de serviços, como o consumo de matéria-prima, os salários da produção, a energia elétrica do setor de produção, etc. • AMPLO Despesa em sentido amplo representa qualquer alteração patrimonial que provoque redução da Situação Líquida. Assim, esse conceito envolve tanto as despesas em sentido estrito, quanto as alterações patrimoniais de natureza eventual que alterem a SL. Com relação às alterações eventuais, podem ocorrer de duas formas e podem impactar a composição do patrimônio de formas distintas:  Superveniência Passiva: Representada pelo surgimento de um Passivo sem o desaparecimento de outro Passivo de valor proporcional e relacionado ou o surgimento de um Ativo de valor proporcional e relacionado, como os juros de mora referente a uma obrigação. Tecnicamente, essa despesa é chamada Superveniência (surgimento) Passiva (que reduz a SL) ou Superveniência (surgimento) do Passivo (que aumenta o Passivo).  Insubsistência Passiva: Ocorre com o desaparecimento de um Ativo sem o surgimento de outro Ativo proporcional e relacionado em seu lugar ou o desaparecimento de um Passivo proporcional e relacionado, como a destruição de um bem por um incêndio. Tecnicamente, tal despesa é chamada Insubsistência (desaparecimento) Passiva (que reduz a SL) ou insubsistência (desaparecimento) do Ativo (de um ativo). De todo o exposto, conclui-se que despesa não é somente saída de dinheiro; despesa é todo fato que reduz a Situação Líquida. E quando se realiza a despesa? Assim como a receita, segundo o regime de competência que veremos em breve, a despesa se realiza no momento em que ocorre, independente de pagamento, e simultaneamente à receita, quando correlatas. Voltando ao exemplo, a saída das mercadorias que estavam em estoque provocou uma diminuição do ativo, especificamente na conta Estoques, que foi reduzida de 50.000 para 45.000. A despesa provocada por essa redução do Ativo reduziu também o valor da SL proporcionalmente, tornando a empresa mais pobre e, consequentemente, os seus donos. Vale lembrar que a saída de recursos em si, nesse caso a saída de mercadorias do estoque, não é a despesa em si. Tal saída representa a origem do recurso que foi aplicado na despesa que na realidade é o reflexo que essa saída de recursos provoca na SL da empresa.
  • 10. Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do Alfa Concursos Públicos Online. Assim, a Origem de Recurso é o Estoque, que com a saída de mercadorias ficou menor, reduzindo assim o Ativo como um todo. A Aplicação do recurso é a despesa em si, que representa a perda de direitos da empresa sobre o seu Ativo em função dessa redução do próprio Ativo, ou seja, é a própria redução da Situação Líquida. Para fechar o entendimento, se a Despesa reduz a Situação Líquida e se a natureza do saldo da SL é credora, a natureza do saldo da despesa deverá ser o inverso, ou seja, devedora. Com relação às despesas e receitas eventuais, segue um pequeno esquema para dirimir qualquer dúvida, pois os termos “ativa” e “passiva” não se referem ao Ativo e Passivo do balanço patrimonial, mas relacionam-se com o efeito produzido pela variação patrimonial, ou seja, no Patrimônio Líquido, e isso geralmente gera muitas dúvidas.  Superveniência Ativa = Superveniência do Ativo (aumenta o ativo);  Superveniência Passiva = Superveniência do Passivo (Aumenta o Passivo);  Insubsistência Ativa = Insubsistência do Passivo (Diminui o Passivo);  Insubsistência Passiva = Insubsistência do Ativo (diminui o ativo); Exemplos:  SUPERVENIÊNCIA ATIVA (do ativo): nascimento de semoventes (animais), doações recebidas.  SUPERVENIÊNCIA PASSIVA (do Passivo): condenação judicial a pagar uma indenização, multa.  INSUBSISTÊNCIA ATIVA (do Passivo): perdão de uma dívida.  INSUBSISTÊNCIA PASSIVA (do ativo): furto de um bem, morte de um animal. II. RESULTADO (RÉDITO) As contas de receita e despesas são denominadas de contas de resultado, segundo a teoria patrimonialista, pois é do confronto entre elas que se encontra o resultado da organização em um determinado período. As contas de receita e despesa, apesar de alterarem a SL da empresa, não entram diretamente com seus saldos, aumentando-a e reduzindo-a respectivamente. O que entra é o resultado, que nada mais é que a confrontação entre elas. Se houver mais receitas que despesas, teremos lucro, e assim a SL crescerá, se, ao contrário, houver mais despesas que receitas, teremos prejuízos, e a SL decrescerá. Assim, depois de um período em que empresa desenvolveu suas atividades, para os sócios saberem a situação patrimonial da empresa eles devem, necessariamente, apurar o resultado e lançá-lo na SL, para então ocorrer os devidos ajustes na Situação Líquida a então se igualar o Ativo com o Passivo Total. Vamos apurar, então, o Resultado da empresa “A”. Para tanto, basta identificar as receitas e despesas do período e confrontá-las na conta denominada Resultado. Esse é o valor que faltava para equilibrarmos os dois lados do patrimônio, e como o saldo foi credor isso significa que a empresa teve lucro e, consequentemente, aumentará a SL deixando o patrimônio dessa forma. Porém, por que, à medida que as receitas e despesas foram ocorrendo, a Situação Líquida não foi sendo alterada, aumentando primeiro em 100 e depois em 10, e depois diminuindo em 5?
  • 11. Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do Alfa Concursos Públicos Online. Porque as receitas e despesas não alteram a Situação Líquida diretamente. O que provoca essa alteração é o resultado. Assim, conclui-se que as contas de resultado, receita e despesa alteram a Situação Líquida de forma indireta, pois a confrontação entre ambas formará o resultado que a alterará, se lucro, aumentando, se prejuízo, diminuindo. Entendido o motivo pelo qual existia a diferença entre Ativo e Passivo, e corrigida a distorção, voltamos ao questionamento que motivou a explicação. Qual a origem dos 175.000 que estão no Ativo? Agora ficou fácil, é lógico que tais valores tiveram como origem na SL que foi acrescida em 105.000 pelo lucro do período. Vamos relembrar: Foi com parte do dinheiro dos sócios entregues à organização no momento da sua constituição que foi adquirido o imóvel, 50.000. Dez mil foram empregados para pagar parte das mercadorias colocadas em estoque. O imóvel no valor de 100.000 teve como origem a doação, que é uma espécie de receita, uma Superveniência Ativa. Dentre os 15.000 do Caixa, 5.000 são parte também dos recursos iniciais empregados pelos sócios e 10.000 de receita de mercadorias vendidas. Bem, surge, então, a pergunta: a quem pertence a parte do Ativo representado pela situação Líquida? À própria empresa. Ela foi a outra fonte de receita que financiou os bens que se encontram no Ativo, chamada de recursos próprios. Essa fonte pode ainda ser subdividida em duas: recursos advindos do patrimônio dos sócios, os 70.000 do Capital Social, e os recursos que surgiram com as operações da empresa, ou seja, o resultado apurado no valor de 105.000. Identificamos, então, a origem de todos os valores que se encontram no Ativo e dividimos em duas fontes, Passivo Exigível, que representa recursos de terceiros, e a SL que representa recursos próprios.
  • 12. Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do Alfa Concursos Públicos Online. I. ORIGENS DE RECURSOS Toda entidade necessita fazer aplicações de recursos em seu dia-a-dia para sobreviver. Aplicar, por exemplo, dinheiro no Caixa, que pode lá permanecer para fazer frente às necessidades com pagamento em dinheiro vivo, ou, então, servir somente de guarda transitória até que os valores nele contidos sejam aplicados na conta corrente (Bancos Conta Movimento). Pode aplicar, também, valores em direitos que futuramente se reverterão em dinheiro ou outros bens. Pode aplicar, ainda, recursos em despesas de seu dia-a-dia, como pagamento de salários, água, luz necessários ao seu funcionamento. Origem de recursos são as fontes de onde se originam os valores que propiciarão à organização as aplicações necessárias em seu dia-a-dia. Tais valores não serão necessariamente recursos financeiros, podendo ser quaisquer tipos de recursos, desde que avaliáveis financeiramente. Diante desse conceito, podemos ter duas definições para origem, uma ampla e uma estrita. • AMPLA Soma do Passivo, Patrimônio líquido e Receitas (Origens = P + PL + Rec.) De forma ampla, quando se olha para o Ativo e para as despesas, vê-se que todos os bens, direitos e despesas de um ente, mesmo que seja de forma indireta, tiveram como origem o Passivo, o Patrimônio Líquido ou uma Receita. Deve-se levar em consideração também as contas retificadoras do Ativo que têm natureza credora. Porém a falta dessas contas no conceito amplo não torna a afirmativa falsa (Origens = P + PL + Rec. + Ret. A). São todos os grupos de contas de natureza credora. • ESTRITA Todo lançamento credor. Esse é o conceito usado no método das partidas dobradas, não importando em que conta tenha ocorrido, se do ativo, passivo, patrimônio líquido, despesa ou receita. Para entendermos o que é origem de recursos, vamos iniciar com um exemplo. Imaginemos que você é sócio de uma empresa prestadora de serviços e que chegou mais tarde na empresa. Quando você chegou, percebeu que o Caixa tinha aumentado em 50. Começou a olhar a documentação da empresa e verificou que o valor das contas a receber também tinha aumentado em 50. Desconsiderando outras possibilidades, isso que dizer que o ativo da empresa pode ter aumentado em 100, 50 e dinheiro vivo e 50 pelo registro do direito, contas a receber. Se houve alteração no Ativo, é porque houve um fato contábil e você, como responsável pela contabilidade da empresa, vai ter que fazer o registo desse fato conforme o método das partidas dobradas. Mas, para fazer o lançamento, você precisa saber qual foi a fonte desse valor e onde ele foi aplicado, ou seja, identificar a origem (lançamento credor) e aplicação a de recursos (lançamento devedor) e suas contas respectivas. Vejamos algumas possíveis origens de recursos. a) O Ativo: O Ativo tem natureza devedora. Dessa forma, toda vez que o Ativo for origem de recursos de um fato contábil, ele será reduzido, porque nele foi feito um lançamento credor. As contas existentes no ativo são, em sua grande maioria, de natureza devedora. Assim, toda vez que uma dessas contas for origem de recursos, seu saldo será diminuído, com exceção das contas retificadoras. No exemplo dado, a empresa poderia ter vendido um bem, metade à vista e metade a prazo, no valor de 100; um automóvel, por exemplo. Nesse caso, o lançamento credor deveria ser feito naquela conta, que, por ter natureza devedora, seria reduzida, sendo ela então a fonte dos recursos que você encontrou na empresa. b) Terceiros (Passivo): O Passivo tem natureza credora e toda vez que ele for origem de recursos seu valor aumentará, porque nele foi feito um lançamento credor. As contas do Passivo são predominantemente de natureza credora. Assim, toda vez que uma dessas contas for origem de recursos seu saldo será aumentado, com exceção das contas retificadoras. No exemplo dado, pelo menos o valor que entrou no caixa poderia ter sido conseguido por meio de um empréstimo e a conta empréstimos a pagar receberia parte do lançamento credor, aumentando-a em 50.
  • 13. Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do Alfa Concursos Públicos Online. c) O Patrimônio Líquido: O Patrimônio Líquido tem natureza credora e toda vez que ele for origens de recursos seu valor aumentará, porque nele foi feito um lançamento credor. As contas do Patrimônio Líquido são predominantemente de natureza credora e o saldo dessas contas aumentará toda vez que uma dessas contas for origem de recursos, com exceção das contas retificadoras. No exemplo dado, o valor poderia ter surgido de duas origens relacionadas ao Patrimônio líquido:  O proprietário: Em função de vários fatores, algum dos sócios pode ter feito um novo aporte de recursos, passando para a empresa 50 em dinheiro que foi para o Caixa e 50 em direitos que ele tinha a receber de alguém e que passou para a empresa. Dessa forma, o proprietário seria a origem dos recursos e o lançamento credor seria feito na conta Capital Social, aumentando-a.  As receitas: Apesar de não estarem dentro do Patrimônio líquido, as receitas o alteram indiretamente, aumentando-o. Esses fatos contábeis que aumentam o Patrimônio Líquido podem se subdividir em dois tipos:  Receita em sentido estrito: Tal origem surge com os fatos contábeis que ocorrem em função das atividades normais da empresa, aquelas para as quais a empresa foi criada para desenvolver ou que estão diretamente ligadas a elas, aquelas que caracterizam seu objeto social, ou seja, é a empresa trabalhando para enriquecer e, consequentemente, enriquecer seus proprietários. São elas: • Empresas comerciais: receita de venda de mercadorias; receita de juros; etc. • Empresas industriais: receita de venda de produtos; receita de juros, etc. • Empresas prestadoras de serviços: receita de prestação de serviços, receita de juros, etc.  Fatos contábeis eventuais que alteram a situação líquida: Como vimos anteriormente, são de dois tipos essas receitas: • Superveniência Ativa. • Insubsistência Ativa. Agora que nós sabemos quais são algumas das possíveis origens de recursos, voltamos ao exemplo dado. Lembremo-nos que você precisa fazer o lançamento contábil referente ao fato ocorrido e que, para tanto, você deve, primeiramente, identificar as contas creditadas e as contas debitadas. Para tanto, você chama seu funcionário e faz a seguinte pergunta: “o que aconteceu para ter aparecido dinheiro no Caixa e também ter aumentado o saldo das contas a receber?”. O funcionário vai responder: “antes de o senhor chegar, houve uma prestação de serviços no valor de 100, sendo metade recebida à vista e metade registrada para o recebimento a prazo.” Agora, você já tem todas as informações que necessita para fazer tal lançamento. A empresa é uma prestadora de serviços. Isso que dizer que os recursos surgiram em função do trabalho da empresa. É a empresa trabalhando para aumentar seu Patrimônio Líquido e enriquecer. Dessa forma, a origem desses recursos, ou seja, a conta que receberá o lançamento credor, é a conta denominada Receita de Serviços. Isso significa que os 100 que fizeram aumentar o Ativo da empresa tiveram como origem o seu próprio trabalho, aumentando assim o Patrimônio líquido no mesmo valor. Significa, ainda, que tal fato fez aumentar em 100 a parte que cabe à empresa sobre os bens e direitos em seu Ativo, tornando-a mais rica.
  • 14. Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do Alfa Concursos Públicos Online. II. APLICAÇÃO DE RECURSOS As aplicações de recursos são os destinos que os recursos tomarão. Quando uma empresa busca um recurso, é para aplicá-lo em alguma coisa. Descobrir onde esse recurso foi aplicado torna-se essencial para que se possa fazer o lançamento contábil e assim cumprir a regra contida no método das partidas dobradas. Toda aplicação de recursos se configurará num lançamento de natureza devedora. Diante desse conceito, podemos ter duas definições para aplicações de recursos, uma ampla e uma estrita. • AMPLA Soma do Ativo e Despesas. De forma ampla, quando se olha para o Passivo, para o Patrimônio Líquido e para as receitas, vê-se que todos os recursos obtidos pela empresa tiveram como destino, mesmo que de forma indireta, o Ativo ou uma Despesa (Aplicações = A + Desp.). Deve-se levar em consideração também as contas retificadoras do Passivo e PL que têm natureza devedora, porém a falta dessas contas no conceito amplo não torna a afirmativa falsa (Aplicações = A + Desp. + Ret. Passivo Total). • ESTRITA É todo lançamento devedor. Esse é o conceito usado no método das partidas dobradas, não importando em que conta tenha ocorrido, se ativo, passivo, patrimônio líquido despesa ou receita. Para que possamos entender melhor a aplicação de recursos, vamos nos valer de outro exemplo. Voltemos à sua prestadora de serviço. Você chega na loja, vai ao Caixa fazer uma conferência e verifica que faltam 100. Houve, então, um fato contábil que reduziu um ativo e necessita ser lançado contabilmente. Se o Caixa tem natureza devedora e está com um saldo menor, então nele deverá ser feito um lançamento credor. Assim, já identificamos a fonte de recursos desse fato contábil, o Caixa. Para cumprir a método das partidas dobradas, necessitamos, agora, identificar onde esses recursos foram aplicados. Vejamos onde os recursos podem ser aplicados na empresa. a) O Ativo: O Ativo tem natureza devedora e toda vez que ele for aplicação de recursos seu valor aumentará, porque nele foi feito um lançamento devedor. No ativo, os recursos podem ser aplicados em bens e direitos. Como a natureza das contas do Ativo é devedora, essas contas aumentarão com os lançamentos devedores, com as aplicações de recursos. É o caso da conta Estoques. Se a empresa adquire mercadoria para revenda, elas terão como destino o estoque, que terá seu valor aumentado com um lançamento devedor. Tal raciocínio serve para todas as contas do Ativo, exceto para as contas retificadoras. Voltando ao exemplo, o valor pode ter sido aplicado, então, para aumentar a conta que representa um bem, estoque, por exemplo, ou para aumentar uma conta que representa um direito, bancos conta movimento, despesa antecipada, adiantamento de salários, adiantamento a fornecedores, dentre outros. b) O Passivo: O Passivo tem natureza credora e toda vez que ele for aplicação de recursos seu valor diminuirá, porque nele foi feito um lançamento devedor. A natureza das contas do Passivo é credora; assim, nele haverá aplicação de recursos quando tiver suas contas reduzidas. Quando a empresa paga uma obrigação em dinheiro, a fonte de recursos foi o Caixa que teve um lançamento credor, reduzindo seu valor, e a aplicação de recurso foi o Passivo Exigível, que teve o saldo daquela obrigação reduzida em função do pagamento da mesma, recebendo, assim, um lançamento devedor. Voltemos ao exemplo. O valor que desapareceu do Caixa pode ter tido como destino o pagamento de uma obrigação, como água a pagar, luz a pagar, salários a pagar. Assim, ele poderia ter sido aplicado no Passivo Exigível, reduzindo-o. c) O Patrimônio Líquido: As contas do Patrimônio Líquido também são, em sua grande maioria, de natureza credora e, assim, quando elas receberem aplicações de recursos, seus saldos serão reduzidos, com exceção das contas retificadoras. No exemplo dado, a aplicação de recursos no patrimônio líquido poderia ter ocorrido de duas formas:
  • 15. Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do Alfa Concursos Públicos Online.  O proprietário: Em função de vários fatores, um sócio pode querer reduzir sua participação na empresa ou mesmo se retirar. Saindo, ele levará com ele os recursos que aplicou. Essa saída de recursos teria como fonte o Caixa e como aplicação o Patrimônio Líquido, mais especificamente a conta Capital Social, reduzindo-a. Assim, no exemplo dado, o que pode ter ocorrido é que um dos sócios se retirou e levou o valor que lhe cabia, coincidentemente os 100. Outra possibilidade é distribuição de lucros aos sócios que reduz a situação Líquida.  As despesas: Apesar de não estarem dentro do Patrimônio líquido, as despesas o alteram indiretamente reduzindo-o. Esses fatos contábeis que diminuem o Patrimônio Líquido podem se subdividir em dois:  Despesas em sentido estrito: Tal aplicação surge como o consumo de bens e serviços, ou seja, são sacrifícios patrimoniais na busca pela obtenção de receitas. São despesas relacionadas às atividades normais da empresa ou que estão diretamente ligadas a elas. São as atividades para as quais a empresa foi criada para desenvolver, aquelas que caracterizam seu objeto social, ou seja, é a empresa consumindo recursos para que tenha condições de gerar receita. São elas: Custo das Mercadorias Vendidas (Empresas comerciais), Custo dos Produtos Vendidos (Empresas industriais); Custo dos serviços prestados (Empresas prestadoras de serviço); água; luz; telefone; juros passivos; tributos; salários; etc.  Variações patrimoniais de natureza eventual: Como vimos anteriormente, são de dois tipos essas despesas: • Superveniência passiva. • Insubsistência passiva. Agora que nós sabemos quais são algumas das possíveis aplicações de recursos, voltemos ao exemplo dado. Lembremo-nos que você precisa fazer o lançamento contábil referente ao fato ocorrido e, para tanto, você deve, primeiramente, identificar as contas creditadas e as contas debitadas. Para tanto, você chama seu funcionário e vai fazer a seguinte pergunta: “o que aconteceu para ter desaparecido dinheiro do caixa?”. O funcionário vai responder: “antes de o senhor chegar, eu paguei uma conta de luz no valor de 100”. Agora você já tem todas as informações que necessita para fazer tal lançamento. A empresa é uma prestadora de serviços; isso que dizer que, para obter receitas, ela precisa também consumir bens e serviços para cumprir seu objeto social e obter receitas, ou seja, incorrer em despesas de funcionamento, como a conta de luz. Como nós já sabemos a origem, o Caixa, agora basta identificar a aplicação, que é a Despesa com Luz, conta que receberá o lançamento devedor aumentando seu saldo. Isso significa que os 100 que fizeram diminuir o Ativo da empresa teve como aplicação uma despesa, diminuindo assim o Patrimônio líquido no mesmo valor, reduzindo em 100 a parte que cabe à empresa sobre os bens e direitos em seu Ativo, tornando-a mais pobre. ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS DA EMPRESA “A” Entendido o que sejam fontes e aplicações de recursos, voltemos a empresa “A” e exercitemos o conhecimento identificando as origens e aplicações que fizeram com que o patrimônio dessa empresa ficasse com essa configuração.
  • 16. Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do Alfa Concursos Públicos Online. ORIGENS Observando-se os ativos, após a última alteração ocorrida, vemos diversos bens listados, dinheiro, estoques, computadores e imóveis com seus respectivos valores. Mas, se não tivéssemos acompanhado as alterações ocorridas desde o início da empresa, como nós poderíamos saber de onde eles vieram? A pergunta que faríamos é: quem entregou esses bens para organização, ou então o dinheiro para adquiri-los? A resposta é simples, é só olhar para o Passivo, para o Patrimônio Líquido e para as Receitas da empresa. Por exemplo, de onde surgiu o primeiro imóvel, como ele veio parar na posse da empresa? Pelo menos parte da origem dele eu consigo identificar olhando o Passivo Exigível, pois lá existe uma conta chamada “Financiamentos a Pagar” no valor de 50.000. Se verificarmos a documentação, veremos que esse financiamento se refere ao imóvel. Dessa forma, eu já identifico a origem de parte dos recursos utilizados na compra do imóvel, que é o banco. Assim, podemos afirmar que se a empresa for fechada hoje, 50.000 deverão ser devolvidos ao banco, pois ainda não foi paga nenhuma parcela. Seguindo esse raciocínio, podemos também afirmar que esse valor representado pela dívida é denominado recursos de terceiros, pois é um capital empregado no ativo da empresa pelo banco e não pelo proprietário. Com relação às mercadorias em estoque e ao veículo, segue-se o mesmo raciocínio; enquanto não for paga nenhuma duplicata referente a essas aquisições, os seus valores no Passivo representarão recursos de terceiro que foram investidos no Ativo, só que os investidores desses recursos serão o fornecedor de mercadorias e a concessionária de veículos, respectivamente. Com esse entendimento, encontramos uma das origens dos recursos da organização denominada terceiros. Assim, todos os valores registrados no Passivo Exigível representam recursos de terceiros que estão de posse da empresa. Mas e o restante? Afinal, os bens e direitos da empresa somam 305.000, e agora sabemos que foram terceiros que financiaram 130.000, o Passivo Exigível. De onde vieram os 175.000 que faltam, qual foi sua origem? A resposta é simples. Se olharmos mais uma vez o Passivo Total, veremos que existem ali recursos que podem explicar qual a origem desse valor. Porém, se observarmos o último balanço, veremos que existe uma diferença no valor de 105.000 que, como vimos, refere-se ao resultado obtido no período em que a empresa funcionou. Assim, a origem dos 175.000 restantes é uma soma entre os recursos entregues pelos sócios à empresa (70.000) e 105.000 obtidos na forma de lucro. À soma desses recursos, por comporem a Situação Líquida, chamaremos de recursos próprios. APLICAÇÕES Já que sabemos de onde vêm os recursos da organização, terceiros ou próprios. Fica, agora, fácil saber onde eles são aplicados, no Ativo, nas Despesas e nas contas Redutoras do Passivo e SL, ou seja, contas de natureza devedora. Podemos, então, simplificar afirmando que aplicações são onde os recursos da empresa são empregados e têm sempre natureza devedora. Desse modo, o Passivo e as receitas, ou seja, as origens, são um reflexo de tudo que foi aplicado no ativo, na forma de bens e direitos, e na despesa. Por esse motivo, as origens e aplicações têm o mesmo valor sempre, não importando o que aconteça com esse patrimônio, ou que configuração assuma. REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DO PATRIMÔNIO COM ALGUMAS INFORMAÇÕES RELEVANTES
  • 17. Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do Alfa Concursos Públicos Online. I. EXERCÍCIOS RELATIVOS AO ENCONTRO 1. A contabilidade conceitua o agregado de valores que estão disponíveis pela empresa em determinado momento com a seguinte terminologia: a) Capital Total à Disposição da Empresa; b) Capital Nominal; c) Capital de Abertura; d) Capital Próprio; e) Capital de Terceiros Investido. Em cada um dos itens a seguir é apresentada uma situação hipotética, referente a registros contábeis, seguida de uma assertiva a ser julgada com base nas normas brasileiras de contabilidade. 2. Um hotel aceitou reservas para o carnaval de 2010, recebendo o valor das diárias correspondentes a esse período em agosto de 2009. Nessa situação, esse recebimento só pode ser registrado como receitas do exercício em 2010. No que diz respeito à natureza de cada conta e dos mecanismos de débito e crédito nela utilizados, julgue o item abaixo. 3. As contas de natureza devedora, como o passivo e a receita, têm seus saldos aumentados por meio de débitos e diminuídos por meio de créditos. 4. De acordo com a doutrina e a legislação contábeis, a prescrição de uma dívida e o perecimento de um direito correspondem, respectivamente, a uma realização de receita e à incoerência de uma despesa. 5. Ao registrar a venda de mercadorias à vista, segundo o regime de competência, a empresa acrescentará o valor da venda em suas receitas e aumentará o seu ativo. Ao apurar o custo da mercadoria que foi vendida, a empresa registrará um decréscimo em seu ativo e um decréscimo no resultado do exercício. GABARITO 1 - A 2 - CORRETO 3 - ERRADO 4 - CORRETO 5 - CORRETO