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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
            UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS
            INSTITUTO de FILOSOFIA, SOCIOLOGIA E POLÍTICA
            Programa de Pós-Graduação em Filosofia/Colegiado do Curso de Mestrado em Filosofia
            Departamento de Filosofia
            Blog: encontroarendt.wordpress.com


            VI Encontro HANNAH ARENDT: pluralidade, mundo e política
                  RESUMO DAS COMUNICAÇÕES E CONFERÊNCIAS




Título: Hannah ARENDT: Tiempos de oscuridad como categoria filosófico - política.
Autor(a): PORCEL, Beatriz
Instituição: Universidad Nacional de Rosario


Resumo: El texto a presentar planteará que los términos utilizados por Arendt:
tiempos de oscuridad o tiempososcuros no configuran solamente una metáfora. Se
hará una brevereconstrucción de las posibles fuentes para proponer que dicha
expresión puedeser pensada como categoría filosófico-políticaque contiene algunos
puntos clave de la teoría de Arendt como luz pública y mundanidad. Se parte del texto
Hombresen tiempos de oscuridad, una colección de ensayos sobre personas,
sobrevidas individuales; Arendt parece sugerir que ninguna vida individual              está
prefijada o determinada por la época opor lo que le ha sido dado y no elegido sino que
podemos entenderla como capaz de iluminar su propio tiempo.


Título: O perdão, a justiça, a memória e o esquecimento. Uma reflexão sobre a
política
Resumo: SCHAPER, Valério Guilherme Schaper
Instituição: Faculdades EST


Resumo: Hannah Arendt assombrou e renovou os debates em filosofia política ao
introduzir o conceito de perdão como força capaz de instaurar o novo na convivência
humana. O perdão foi, assim, alçado ao nível de uma categoria política determinante.


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Evidentemente, o perdão como categoria política introduz imediatamente a pergunta
pela justiça. É possível perdoar sempre? É possível perdoar tudo? Ao mesmo tempo, o
perdão é inseparável das questões relativas à memória. É possível perdoar e manter
viva a memória dos que foram violentados, injustiçados? Não há o risco de o perdão
implicar o simples esquecimento? Esquecer não é, pura e simplesmente, uma injustiça
com os que sofreram o mal? Arendt insiste que o perdão é a única prática capaz de
romper o círculo que prende a convivência à repetição estéril e infinita do mesmo. O
novo precisa nascer sem os vestígios de impureza do mal que engendra toda a
violência e dor que aprisiona continuamente o mundo enquanto atividade humana.


Título: Hannah Arendt: educação grega ou romana?
Autor(a): SCHIO, Sônia Maria
Instituição: Universidade Federal de Pelotas


Resumo: Mesmo que Hannah Arendt (1906-1975) não seja uma especialista em
educação, o seu pensamento também abrange esse tema. Arendt escreveu sobre a
educação em artigos, sendo o mais conhecido “A crise da educação” na obra Entre o
passado e o futuro. Pode-se, porém, alterar um pouco o foco de análise e questionar
qual é o “ideal” de educação em suas concepções, isto é, se ela busca um referencial
grego ou romano como sendo o mais adequado para a política. E a resposta parece
apontar para o romano, pois esse era universalista, buscando integrar populações
heterogêneas oriundas dos diversos territórios conquistados pelos romanos. Essa
discussão, entretanto, não é consensual, o que demanda uma demonstração mais
cuidadosa, objetivo desse artigo.




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Título: Três momentos do conceito de mal em Hannah Arendt
Autor(a): SOUKI, Nádia
Instituição: FAJE - MG


Resumo: Nesta comunicação serão apresentados três momentos paradigmáticos da
evolução na concepção de mal na obra de Hannah Arendt. Em um primeiro momento,
ela se refere ao “mal radical” em Origens do Totalitarismo (1951). No segundo, ela
inaugura o termo “banalidade do mal”, no contexto do julgamento do criminoso de
guerra Adolf Eichmann em Jerusalém (1963), e, no último, retoma a concepção de
“banalidade do mal”, articulando-a com a de “vazio de pensamento”, em A vida do
Espírito (1975). Serão examinados o nascimento do termo, seu contexto histórico, suas
implicações ao nível político e a polêmica levantada em torno de sua originalidade.
Finalmemente, avalio a atualidade das formulações de Hannah Arendt acerca de
"banalidade do mal".


Título: Re-pensar a política: aparência, sentido e ação na obra de Hannah Arendt
Autor(a): FILHO, José dos Santos
Instituição: Universidade Estadual de Montes Claros (UNIMONTES)


Resumo: Delimitar os horizontes da política foi o primeiro passo de Hannah Arendt na
tentativa de compreensão do totalitarismo, fenômeno sui generis a partir do qual ela
desenvolveu sua reflexão sobre o homem e sua condição no mundo. Para ela o
fenômeno totalitário engendrou o colapso do senso comum na medida em que
suprimiu o locus genuinamente político onde os homens pudessem aparecer e serem
vistos, falar e serem ouvidos, agir e serem afetados pela a ação de outrem. Aparecer,
falar e agir no mundo parece significar a quintessência da condição humana e, esse


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modus vivendi, é exatamente o que ela considera como sendo o modo de vida político,
por meio do qual os homens partilham suas experiências singulares e com elas
constroem um mundo comum. O nosso propósito é investigar o problema partindo da
postura arendtiana de re-pensar a política assentada em valores que estão, de certo
modo, na contramão dos cânones da tradição filosófica.


Título: Comunicação ilimitada: vínculo do cidadão nas comunidades políticas
Autor(a): MÜLLER, Maria Cristina
Instituição: Universidade Estadual de Londrina (UEL)


Resumo: O vínculo que une os cidadãos nas comunidades políticas. Entende-se que
esse vínculo esta além dos chamados motivos naturais à criação das comunidades.
Como Aristóteles já apresentou a amizade – enquanto philia – é o importante
elemento que vincula os cidadãos entre si. No entanto, estendendo a questão a uma
escala mundial, percebe-se que a solidariedade entre os diversos Estados Nacionais
vem sendo construída através de um viés negativo. A solidariedade mundial fixa sua
base no receio da destruição de toda vida humana na terra, possibilidade decorrente
do desenvolvimento de mecanismos bélicos e armas de destruição em massa. Arendt
assevera que é necessário buscar algo diferente da capacidade de destruição do
homem para garantir a solidariedade entre os cidadãos. Recorrendo a Jasper, Arendt
entende que a busca por algum tipo de compreensibilidade ou entendimento mútuo
evitaria o ódio recíproco de um Estado contra outro, de uma nacionalidade contra
outra, de um “cidadão” contra outro. A fundamentação filosófica dessa unidade
humana estaria na “comunicação ilimitada”.




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Título: Considerações de Hannah Arendt acerca do espaço da Résistance
Autor(a):: OLIVEIRA, José Luiz
Instituição: Universidade Federal de São João del-Rei


Resumo: Em Da Revolução (1990), Hannah Arendt trata do que ela chamou de
“tesouro perdido das revoluções”. A intenção é demonstrar que a perda desse tesouro
é lembrada quando ela diz que a almejada liberdade política no interior de um espaço
público não foi alcançada pelas revoluções. Em contraposição à perda desse tesouro, o
nosso propósito é o de esclarecer como os homens da Résistance, lembrados por
Arendt por meio dos escritos de René Char, fundaram um espaço público capaz de
valorizar a memória da tradição vivenciada em atos e palavras. Enfatizaremos que o
objetivo das análises de Arendt é o de destacar uma tradição que foi perdida, e que o
esforço dela em garantir esse destaque se dá também por intermédio de sua atenção à
obra do poeta antigo, Sófocles, referente ao esplendor da antiga polis.


Título: O desinteresse em cuidar do mundo na perspectiva filosófico política de
Hannah Arendt
Autor(a): PASSOS, Fábio Abreu dos
Instituição: Universidade Federal de Minas Gerais


Resumo: Hannah Arendt, de maneira mais contundente, se deparou com a
incapacidade do homem moderno de cuidar do mundo e, consequentemente, se sentir
em casa no espaço que o mesmo constrói, reconstrói e “deveria” preocupar-se em
preservá-lo, quando, em 1943, ficou sabendo da existência dos campos de
concentração, fato este que se tornou um momento decisivo, que iria marcar e
influenciar as reflexões vindouras de nossa Autor(a):a. Este acontecimento pode ser


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compreendido na esteira das reflexões acerca do não cuidado com o mundo, na
medida em que os campos de morte nazistas da Segunda Guerra Mundial serem
espaços destinados a eliminar a pluralidade humana, que segundo Arendt, é a “Lei da
terra” e o fundamento da vida humana no mundo, pois “quanto mais povos, mais
mundos”. Assim, o objetivo do presente trabalho é analisar até que ponto os regimes
totalitários, fundamentalmente em sua versão nazista, podem ser vislumbrandos como
o apogeu do desinteressem moderno em cuidar do mundo, ao procurar, pelo
extermínio de judeus, destruir a pluralidade que é a lei da terra.


Título: A "sociedade respeitável" e sua atração para o "mistério do mal" e o "
segredo do vício"
Autor(a): VAZ, Celso Antônio Coelho
Instituição: Universidade Federal do Pará


Resumo: Segundo Arendt um dos fatores que deram origem ao anti-semetismo foi o
apoio financeiro que os judeus banqueiros deram ao Estado-nação. Com base no
pensamento de Tocqueville, ela concebe que uma daz razões para a disseminação do o
ódio ao judeu foi que os judeus ricos exerciam importantes funções financeiras no
Estado, sem nele exercerem função política. A única preocupação deles era o
enrequecimento por intermédio de transações financeiras com o Estado, de modo que
não desempenhavam atividade produtiva na economia. Esta função economicamente
improdutiva dos banqueiros judeus propiciou as massas compará-la à mesma função
que antes desempenhou a aristocracia francesa. Trata-se de uma apropriação de
Arendt da teoria de Tocqueville sobre as razões políticas e econômicas que
provocaram a Revolução Francesa para explicar as razões do aparecimento do anti-
semitismo moderno. Mas a esta apropriação vai mais longe.



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       Com base na ideia de Tocqueville segundo a qual o ressentimento dos
oprimidos para com os seus opressores é reprimido pela exploração econômica e a
opressão política, Arendt acrescenta, inspirando-se também em Montesquieu, que
este bloqueio é reforçado pelo comportamento moral exemplar dos opressores. Para
ela, tanto os banqueiros judeus quanto os judeus cultos assumiram a mesma atitude
que levou ao fracasso polítco e moral da aristocracia francesa do século XIX, porque,
sobretudo os judeus cultos, assimilaram os valores, costumes e comportamento social
dessa aristocracia. Para Arendt o aparecimento do anti-semitismo social moderno foi
de ordem moral com consequências políticas.
       Para realizar sua crítica moral da assimilação dos “judeus de exceção” às
"exigências desarazoadas da sociedade", Arendt toma por exemplo o comportamento
e as atitudes de Benjamin Disraeli, que incarnou perfeitamente o papel do judeu de
exceção, parvenu e de Rahel Varnhagen e de seu salão, que na Berlin esclarecida do
século XIX era frequentado por todos aqueles que, como os judeus não pertenciam à
sociedade respeitável. Arendt manifesta sua crítica dos costumes e dos valores
tomando por base a alta sociedade de Londres da segunda metade do século XIX, bem
como quando evoca a atmosfera do Faubourg Saint-Germain, na França no final
daquele século, no qual os judeus de exceção assimilados, mas não "muito célebres",
eram "diversões exóticas", "anormais” nesta “sociedade decadente” atraída pelo"
mistério do mal e pelo segredo do vício".




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Título: Política e Aparência em Hannah Arendt
Autor(a): DIAS, Lucas Barreto
Instituição: Universidade Federal do Ceará (Mestrando em Filosofia)


Resumo: Nesta pesquisa, tem-se como objetivo compreender a aproximação entre
Política e Aparência a partir de Hannah Arendt (1906–1975), explicitando o termo
aparência em relação com a esfera pública, o mundo comum e a pluralidade humana,
conceitos-chave de sua teoria política. Arendt se distancia de uma tradição metafísica
na qual o primado do “verdadeiro ser” sobre a “mera aparência” subjugou o espaço no
qual os homens agem. Quem aparece, aparece a outros; não se pode aparecer sem ter
quem capte a aparência do ser que aparece. Ademais, precisam de um mundo comum
para que isso possa ocorrer. Os homens não vivem isolados, mas em uma pluralidade
em que surgem e se mostram uns aos outros em um espaço comum: a esfera pública.
O homem aparece e pressupõe um espectador; ambos estão inseridos em um mundo
no qual aparecem. Não há um isolamento entre espectador e aparência, pois o próprio
espectador também aparece a outros, uma pluralidade de homens que percebem e
são percebidos através da aparência.


Título: A categoria totalitarismo segundo Hannah Arendt
Autor(a): FERNANDES, Antônio Batista
Instituição: Universidade Federal do Ceará (Mestrando em Filosofia)


Resumo: Hannah Arendt apresenta o totalitarismo como primeira tentativa de
naturalização do homem. Assim sendo, pretendemos a partir da analise da última
parte de sua obra Origens do Totalitarismo, compreender a novidade dos regimes
totalitários, como aqueles que possibilitaram o nascimento de uma nova forma de


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governo, que se baseia no isolamento dos indivíduos e visa o domínio total. Arendt
descreve os campos de concentração e extermínio como sendo a instituição central do
poder organizacional do totalitarismo, servido de laboratórios em que a crença
fundamental de que tudo é possível foi verificada. Portanto, abordaremos nesse
trabalho: a natureza da categoria totalitarismo, seus principais elementos e o modo
como os governos totalitários reduzem o homem a condição de simples membro da
espécie humana.


Título: Liberdade e Política: Aproximações entre Herbert Marcuse e Hannah Arendt
Autor(a): JARDIM, Giovane Rodrigues Jardim
Instituição: Universidade Federal de Pelotas (Mestrado em Filosofia)


Resumo: Herbert Marcuse e Hannah Arendt são dois importantes pensadores alemães
judeus, e contemporâneos tanto nos estudos em Berlin, perpassando o exílio em
Genebra, como na migração em diferentes períodos para os Estados Unidos.
Entretanto, suas biografias demonstram-nos uma série de desencontros que parecem
não ter oportunizado um trabalho conjunto entre eles, ou até mesmo o
estabelecimento de uma relação de amizade. O leitor que deseja estabelecer as
diferenças entre a filosofia de Marcuse e de Arendt encontra subsídios em uma leitura
panorâmica de suas elaborações. Tal leitura atribui a aparentes divergências uma
exacerbada consideração, que, entretanto, no pensamento de Marcuse e Arendt são
apenas de significado periférico. Esta diferença foi caracterizada por diversos
Autor(a):es, e tradada com estranha naturalidade; de um lado, situa-se Marcuse e a
tradição hegel-marxista, e de outro, a matriz iluminista de Arendt. Em contrapartida,
procura-se nesta investigação questionar tal diferenciação, apontando para as linhas
gerais de uma possível aproximação das assertivas desses dois pensadores cuja vida e



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obra fora condicionada pelo compartilhamento de um período em que o “âmbito do
público não mais iluminava os assuntos dos homens”. As divergências entre Marcuse e
Arendt parecem ser mais periféricas do que propriamente relevante em sua
problemática comum, ou seja, na conceituação do que é a liberdade e sua importância
na política, assim como do significado intrínseco da liberdade na política. Tanto
Marcuse como Arendt possibilitam perspectivas para a argumentação de que existem
similitudes e confluência entre suas elaborações. Embora enfrentem temas comuns a
partir de metodologias diversas, eles acabam por apontar em uma mesma direção.
Assim, compartilham a necessidade de compreender os acontecimentos que
ofuscaram o âmbito público, especificamente figurado no Nazismo, e neste sentido,
ambos depositam no humano, mesmo em “tempos sombrios”, a cofiança em suas
potencialidades. Esta confiança no humano, e o objetivo de compreensão, tratando o
pensar não simplesmente como deduzir, mas como um “colocar-se no lugar do outro”,
possibilita analogamente perceber que Marcuse e Arendt não se opõem no
enfrentamento filosófico da temática sobre a liberdade humana e de sua importância
política. Neste sentido, nem sempre é possível estabelecer uma distinção categórica
entre a tradição hegel-marxista e a matriz iluminista, havendo momentos de
circunscrições comuns, tanto em Marcuse como em Arendt. Isso aponta que ambos
são livres pensadores, ou seja, que se apropriam de elementos da tradição filosófica, e
a partir deles desenvolvem sua reflexão apontando para novos horizontes, que nem
sempre são plausíveis de determinação aos moldes de uma ou outra corrente
filosófica. Em torno da problemática da liberdade e sua intrínseca relação com a
política, propedeuticamente, torna-se possível aproximar Marcuse e Arendt e assim,
investigar as contribuições que suas semelhanças trazem para a reflexão filosófica
contemporânea na exigência de realização da constituição da liberdade onde o âmbito
público ilumine os assuntos dos homens.



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Título: A dimensão do pensamento político kantiano segundo Hannah Arendt
Autor(a): MESQUITA, Jéssica de Farias
Instituição: Pontíficia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (Mestranda em
Filosofia)


Resumo: A proposta da presente comunicação será versar sobre o pensamento de
Hannah Arendt concernente à visão dos estudos acerca da filosofia política kantiana.
Tal proposta será baseada nos relatos feitos por esta pensadora apresentados em uma
disciplina ministrada na New School for Social Research em 1970. As exposições de
Hannah Arendt foram convertidas em livro que foi intitulado Lições sobre a Filosofia
Política de Kant, livro este que apresenta a dimensão política da filosofia kantiana sem
se eximir de pôr em questão seus próprios argumentos. Arendt aborda o contexto
político na filosofia de Kant fazendo um resgate dos elementos expostos em sua
terceira Crítica, sobretudo, quando trata sobre a “Analítica do Belo”. De acordo com
Hannah Arendt, é na “Analítica do Belo” em que se manifesta o maior legado de Kant à
filosofia política.


Título: Atores e espectadores: a mentalidade alargada em meio ao grande festival
mundano
Autor(a): NUNES, Igor Vinícius Basílio Nunes
Instituição: Universidade Federal de Goiás (Mestrando em Filosofia)




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Resumo: Este texto projeta um duplo-movimento ao tentar aproximar as
possibilidades do engajamento ativo no mundo, por um lado, às características do
retraimento na vida espiritual (mind), por outro. O intuito é destacar algumas
articulações advindas das distintas posições ocupadas pelos homens – ora como atores
e ora como espectadores –, segundo Hannah Arendt, em um espaço público de
aparências. Nesse percurso, a discussão pretende abordar possíveis interdependências
entre ética e política, pensamento e juízo, nas reflexões arendtianas que nunca deixam
de ter em conta que, invariavelmente, os homens se encontram enredados por uma
teia de relações pré-existente onde quer que vivam juntos e que, não obstante,
tenham suas ações e palavras submetidas à fragilidade e imprevisibilidade de um
processo que lhes escapa por ser sempre maior do que eles próprios.


Título: O Confronto entre o avanço das relações virtuais na Internet com A Condição
Humana da pluralidade arendtiana
Autor(a): SILVA, André Freitas
Instituição: Instituto Superior de Filosofia – IFIBE (Bacharelando em Filosofia)


Resumo: O presente texto problematiza as formas de relações “estabelecidas” pela
internet com os modos de constituição da condição humana da pluralidade de Hannah
Arendt. O avanço tecnológico trouxe grandes transformações no final do século XX e
início do século XXI e a que mais vem conquistando espaço chama-se internet
(worldwide web). As suas ferramentas (MSN, Orkut, Facebook, Google, Twitter, Blogs,
Wikipédia, etc.) diluem todas as fronteiras que antes impediam o contato com o outro.
Em um simples toque no teclado e lá vai a nossa mensagem para os quatro cantos do
mundo, criando assim, uma verdadeira “sociedade de rede”. Mas surge, com isso, um
grande problema: o isolamento do homem e o desconforto social. Ambos passam a ser



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a peça chave do afastamento do homem do convívio, ou melhor, do contato com o
outro diretamente e isto configura toda uma problemática para a condição humana da
pluralidade. O mundo se torna um grande teatro, onde as representações passam a ser
necessárias para a sua sobrevivência, criando assim, um falso conforto social. Com
isso, a Internet se transforma em um grande refujo para a liberação do verdadeiro
“eu” existente em nós que são reprimidos por uma “sociedade” normativa e
convencional. Segundo Matta, a internet é uma espécie de caixa de Pandora, da qual,
todos os males são liberados para fins de suas satisfações egocêntricas. Será este o
destino da subjetividade? Da intersubjetividade? Do encontro? Da pluralidade? Em
confronto com teoria da pluralidade arendtiana, pergunta-se: até onde a pluralidade
está condenada a ser apenas um termo em desuso? Sabemos que para Arendt, a
condição humana da pluralidade é a que condiciona o homem como um ser no mundo,
um mundo real, um mundo em que a relação pluralista é a condição primordial para
uma convivência de pura alteridade.


Título : Sentido e desdobramentos da Política na perspectiva de Hannah Arendt
Autor(a): SILVA, Elivanda de Oliveira
Instituição: Universidade Federal do Ceará (Mestranda em Filosofia)


Resumo: O que faz com que os homens tenham interesse pela política é o sentido que
ela imprime para a vida humana. Esse sentido, para Arendt é a liberdade. Na obra O
que é a política? Arendt explica que o objetivo da política é cuidar do mundo e não dos
homens, pois o mundo sem homens é uma contradição em termos, dado que o mundo
é o espaço resultado do artifício humano. A tarefa da política, segundo Arendt, não é
se preocupar com os meios de manutenção que garantam a subsistência dos
indivíduos, mas garantir o mundo enquanto morada para que os homens sintam-se



                                                                                                 13
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
            UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS
            INSTITUTO de FILOSOFIA, SOCIOLOGIA E POLÍTICA
            Programa de Pós-Graduação em Filosofia/Colegiado do Curso de Mestrado em Filosofia
            Departamento de Filosofia
            Blog: encontroarendt.wordpress.com


pertencentes a ele e não corram o risco de serem dizimados. Para Arendt, nada
poderia ser mais deplorável para a política do que a existência do sistema totalitário,
que enxergou o homem como um mero animal. O objetivo de nosso trabalho é, a
partir da leitura das obras de Hannah Arendt, refletir sobre o sentido e
desdobramentos da atividade política




                                                                                                 14

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  • 1. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS INSTITUTO de FILOSOFIA, SOCIOLOGIA E POLÍTICA Programa de Pós-Graduação em Filosofia/Colegiado do Curso de Mestrado em Filosofia Departamento de Filosofia Blog: encontroarendt.wordpress.com VI Encontro HANNAH ARENDT: pluralidade, mundo e política RESUMO DAS COMUNICAÇÕES E CONFERÊNCIAS Título: Hannah ARENDT: Tiempos de oscuridad como categoria filosófico - política. Autor(a): PORCEL, Beatriz Instituição: Universidad Nacional de Rosario Resumo: El texto a presentar planteará que los términos utilizados por Arendt: tiempos de oscuridad o tiempososcuros no configuran solamente una metáfora. Se hará una brevereconstrucción de las posibles fuentes para proponer que dicha expresión puedeser pensada como categoría filosófico-políticaque contiene algunos puntos clave de la teoría de Arendt como luz pública y mundanidad. Se parte del texto Hombresen tiempos de oscuridad, una colección de ensayos sobre personas, sobrevidas individuales; Arendt parece sugerir que ninguna vida individual está prefijada o determinada por la época opor lo que le ha sido dado y no elegido sino que podemos entenderla como capaz de iluminar su propio tiempo. Título: O perdão, a justiça, a memória e o esquecimento. Uma reflexão sobre a política Resumo: SCHAPER, Valério Guilherme Schaper Instituição: Faculdades EST Resumo: Hannah Arendt assombrou e renovou os debates em filosofia política ao introduzir o conceito de perdão como força capaz de instaurar o novo na convivência humana. O perdão foi, assim, alçado ao nível de uma categoria política determinante. 1
  • 2. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS INSTITUTO de FILOSOFIA, SOCIOLOGIA E POLÍTICA Programa de Pós-Graduação em Filosofia/Colegiado do Curso de Mestrado em Filosofia Departamento de Filosofia Blog: encontroarendt.wordpress.com Evidentemente, o perdão como categoria política introduz imediatamente a pergunta pela justiça. É possível perdoar sempre? É possível perdoar tudo? Ao mesmo tempo, o perdão é inseparável das questões relativas à memória. É possível perdoar e manter viva a memória dos que foram violentados, injustiçados? Não há o risco de o perdão implicar o simples esquecimento? Esquecer não é, pura e simplesmente, uma injustiça com os que sofreram o mal? Arendt insiste que o perdão é a única prática capaz de romper o círculo que prende a convivência à repetição estéril e infinita do mesmo. O novo precisa nascer sem os vestígios de impureza do mal que engendra toda a violência e dor que aprisiona continuamente o mundo enquanto atividade humana. Título: Hannah Arendt: educação grega ou romana? Autor(a): SCHIO, Sônia Maria Instituição: Universidade Federal de Pelotas Resumo: Mesmo que Hannah Arendt (1906-1975) não seja uma especialista em educação, o seu pensamento também abrange esse tema. Arendt escreveu sobre a educação em artigos, sendo o mais conhecido “A crise da educação” na obra Entre o passado e o futuro. Pode-se, porém, alterar um pouco o foco de análise e questionar qual é o “ideal” de educação em suas concepções, isto é, se ela busca um referencial grego ou romano como sendo o mais adequado para a política. E a resposta parece apontar para o romano, pois esse era universalista, buscando integrar populações heterogêneas oriundas dos diversos territórios conquistados pelos romanos. Essa discussão, entretanto, não é consensual, o que demanda uma demonstração mais cuidadosa, objetivo desse artigo. 2
  • 3. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS INSTITUTO de FILOSOFIA, SOCIOLOGIA E POLÍTICA Programa de Pós-Graduação em Filosofia/Colegiado do Curso de Mestrado em Filosofia Departamento de Filosofia Blog: encontroarendt.wordpress.com Título: Três momentos do conceito de mal em Hannah Arendt Autor(a): SOUKI, Nádia Instituição: FAJE - MG Resumo: Nesta comunicação serão apresentados três momentos paradigmáticos da evolução na concepção de mal na obra de Hannah Arendt. Em um primeiro momento, ela se refere ao “mal radical” em Origens do Totalitarismo (1951). No segundo, ela inaugura o termo “banalidade do mal”, no contexto do julgamento do criminoso de guerra Adolf Eichmann em Jerusalém (1963), e, no último, retoma a concepção de “banalidade do mal”, articulando-a com a de “vazio de pensamento”, em A vida do Espírito (1975). Serão examinados o nascimento do termo, seu contexto histórico, suas implicações ao nível político e a polêmica levantada em torno de sua originalidade. Finalmemente, avalio a atualidade das formulações de Hannah Arendt acerca de "banalidade do mal". Título: Re-pensar a política: aparência, sentido e ação na obra de Hannah Arendt Autor(a): FILHO, José dos Santos Instituição: Universidade Estadual de Montes Claros (UNIMONTES) Resumo: Delimitar os horizontes da política foi o primeiro passo de Hannah Arendt na tentativa de compreensão do totalitarismo, fenômeno sui generis a partir do qual ela desenvolveu sua reflexão sobre o homem e sua condição no mundo. Para ela o fenômeno totalitário engendrou o colapso do senso comum na medida em que suprimiu o locus genuinamente político onde os homens pudessem aparecer e serem vistos, falar e serem ouvidos, agir e serem afetados pela a ação de outrem. Aparecer, falar e agir no mundo parece significar a quintessência da condição humana e, esse 3
  • 4. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS INSTITUTO de FILOSOFIA, SOCIOLOGIA E POLÍTICA Programa de Pós-Graduação em Filosofia/Colegiado do Curso de Mestrado em Filosofia Departamento de Filosofia Blog: encontroarendt.wordpress.com modus vivendi, é exatamente o que ela considera como sendo o modo de vida político, por meio do qual os homens partilham suas experiências singulares e com elas constroem um mundo comum. O nosso propósito é investigar o problema partindo da postura arendtiana de re-pensar a política assentada em valores que estão, de certo modo, na contramão dos cânones da tradição filosófica. Título: Comunicação ilimitada: vínculo do cidadão nas comunidades políticas Autor(a): MÜLLER, Maria Cristina Instituição: Universidade Estadual de Londrina (UEL) Resumo: O vínculo que une os cidadãos nas comunidades políticas. Entende-se que esse vínculo esta além dos chamados motivos naturais à criação das comunidades. Como Aristóteles já apresentou a amizade – enquanto philia – é o importante elemento que vincula os cidadãos entre si. No entanto, estendendo a questão a uma escala mundial, percebe-se que a solidariedade entre os diversos Estados Nacionais vem sendo construída através de um viés negativo. A solidariedade mundial fixa sua base no receio da destruição de toda vida humana na terra, possibilidade decorrente do desenvolvimento de mecanismos bélicos e armas de destruição em massa. Arendt assevera que é necessário buscar algo diferente da capacidade de destruição do homem para garantir a solidariedade entre os cidadãos. Recorrendo a Jasper, Arendt entende que a busca por algum tipo de compreensibilidade ou entendimento mútuo evitaria o ódio recíproco de um Estado contra outro, de uma nacionalidade contra outra, de um “cidadão” contra outro. A fundamentação filosófica dessa unidade humana estaria na “comunicação ilimitada”. 4
  • 5. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS INSTITUTO de FILOSOFIA, SOCIOLOGIA E POLÍTICA Programa de Pós-Graduação em Filosofia/Colegiado do Curso de Mestrado em Filosofia Departamento de Filosofia Blog: encontroarendt.wordpress.com Título: Considerações de Hannah Arendt acerca do espaço da Résistance Autor(a):: OLIVEIRA, José Luiz Instituição: Universidade Federal de São João del-Rei Resumo: Em Da Revolução (1990), Hannah Arendt trata do que ela chamou de “tesouro perdido das revoluções”. A intenção é demonstrar que a perda desse tesouro é lembrada quando ela diz que a almejada liberdade política no interior de um espaço público não foi alcançada pelas revoluções. Em contraposição à perda desse tesouro, o nosso propósito é o de esclarecer como os homens da Résistance, lembrados por Arendt por meio dos escritos de René Char, fundaram um espaço público capaz de valorizar a memória da tradição vivenciada em atos e palavras. Enfatizaremos que o objetivo das análises de Arendt é o de destacar uma tradição que foi perdida, e que o esforço dela em garantir esse destaque se dá também por intermédio de sua atenção à obra do poeta antigo, Sófocles, referente ao esplendor da antiga polis. Título: O desinteresse em cuidar do mundo na perspectiva filosófico política de Hannah Arendt Autor(a): PASSOS, Fábio Abreu dos Instituição: Universidade Federal de Minas Gerais Resumo: Hannah Arendt, de maneira mais contundente, se deparou com a incapacidade do homem moderno de cuidar do mundo e, consequentemente, se sentir em casa no espaço que o mesmo constrói, reconstrói e “deveria” preocupar-se em preservá-lo, quando, em 1943, ficou sabendo da existência dos campos de concentração, fato este que se tornou um momento decisivo, que iria marcar e influenciar as reflexões vindouras de nossa Autor(a):a. Este acontecimento pode ser 5
  • 6. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS INSTITUTO de FILOSOFIA, SOCIOLOGIA E POLÍTICA Programa de Pós-Graduação em Filosofia/Colegiado do Curso de Mestrado em Filosofia Departamento de Filosofia Blog: encontroarendt.wordpress.com compreendido na esteira das reflexões acerca do não cuidado com o mundo, na medida em que os campos de morte nazistas da Segunda Guerra Mundial serem espaços destinados a eliminar a pluralidade humana, que segundo Arendt, é a “Lei da terra” e o fundamento da vida humana no mundo, pois “quanto mais povos, mais mundos”. Assim, o objetivo do presente trabalho é analisar até que ponto os regimes totalitários, fundamentalmente em sua versão nazista, podem ser vislumbrandos como o apogeu do desinteressem moderno em cuidar do mundo, ao procurar, pelo extermínio de judeus, destruir a pluralidade que é a lei da terra. Título: A "sociedade respeitável" e sua atração para o "mistério do mal" e o " segredo do vício" Autor(a): VAZ, Celso Antônio Coelho Instituição: Universidade Federal do Pará Resumo: Segundo Arendt um dos fatores que deram origem ao anti-semetismo foi o apoio financeiro que os judeus banqueiros deram ao Estado-nação. Com base no pensamento de Tocqueville, ela concebe que uma daz razões para a disseminação do o ódio ao judeu foi que os judeus ricos exerciam importantes funções financeiras no Estado, sem nele exercerem função política. A única preocupação deles era o enrequecimento por intermédio de transações financeiras com o Estado, de modo que não desempenhavam atividade produtiva na economia. Esta função economicamente improdutiva dos banqueiros judeus propiciou as massas compará-la à mesma função que antes desempenhou a aristocracia francesa. Trata-se de uma apropriação de Arendt da teoria de Tocqueville sobre as razões políticas e econômicas que provocaram a Revolução Francesa para explicar as razões do aparecimento do anti- semitismo moderno. Mas a esta apropriação vai mais longe. 6
  • 7. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS INSTITUTO de FILOSOFIA, SOCIOLOGIA E POLÍTICA Programa de Pós-Graduação em Filosofia/Colegiado do Curso de Mestrado em Filosofia Departamento de Filosofia Blog: encontroarendt.wordpress.com Com base na ideia de Tocqueville segundo a qual o ressentimento dos oprimidos para com os seus opressores é reprimido pela exploração econômica e a opressão política, Arendt acrescenta, inspirando-se também em Montesquieu, que este bloqueio é reforçado pelo comportamento moral exemplar dos opressores. Para ela, tanto os banqueiros judeus quanto os judeus cultos assumiram a mesma atitude que levou ao fracasso polítco e moral da aristocracia francesa do século XIX, porque, sobretudo os judeus cultos, assimilaram os valores, costumes e comportamento social dessa aristocracia. Para Arendt o aparecimento do anti-semitismo social moderno foi de ordem moral com consequências políticas. Para realizar sua crítica moral da assimilação dos “judeus de exceção” às "exigências desarazoadas da sociedade", Arendt toma por exemplo o comportamento e as atitudes de Benjamin Disraeli, que incarnou perfeitamente o papel do judeu de exceção, parvenu e de Rahel Varnhagen e de seu salão, que na Berlin esclarecida do século XIX era frequentado por todos aqueles que, como os judeus não pertenciam à sociedade respeitável. Arendt manifesta sua crítica dos costumes e dos valores tomando por base a alta sociedade de Londres da segunda metade do século XIX, bem como quando evoca a atmosfera do Faubourg Saint-Germain, na França no final daquele século, no qual os judeus de exceção assimilados, mas não "muito célebres", eram "diversões exóticas", "anormais” nesta “sociedade decadente” atraída pelo" mistério do mal e pelo segredo do vício". 7
  • 8. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS INSTITUTO de FILOSOFIA, SOCIOLOGIA E POLÍTICA Programa de Pós-Graduação em Filosofia/Colegiado do Curso de Mestrado em Filosofia Departamento de Filosofia Blog: encontroarendt.wordpress.com Título: Política e Aparência em Hannah Arendt Autor(a): DIAS, Lucas Barreto Instituição: Universidade Federal do Ceará (Mestrando em Filosofia) Resumo: Nesta pesquisa, tem-se como objetivo compreender a aproximação entre Política e Aparência a partir de Hannah Arendt (1906–1975), explicitando o termo aparência em relação com a esfera pública, o mundo comum e a pluralidade humana, conceitos-chave de sua teoria política. Arendt se distancia de uma tradição metafísica na qual o primado do “verdadeiro ser” sobre a “mera aparência” subjugou o espaço no qual os homens agem. Quem aparece, aparece a outros; não se pode aparecer sem ter quem capte a aparência do ser que aparece. Ademais, precisam de um mundo comum para que isso possa ocorrer. Os homens não vivem isolados, mas em uma pluralidade em que surgem e se mostram uns aos outros em um espaço comum: a esfera pública. O homem aparece e pressupõe um espectador; ambos estão inseridos em um mundo no qual aparecem. Não há um isolamento entre espectador e aparência, pois o próprio espectador também aparece a outros, uma pluralidade de homens que percebem e são percebidos através da aparência. Título: A categoria totalitarismo segundo Hannah Arendt Autor(a): FERNANDES, Antônio Batista Instituição: Universidade Federal do Ceará (Mestrando em Filosofia) Resumo: Hannah Arendt apresenta o totalitarismo como primeira tentativa de naturalização do homem. Assim sendo, pretendemos a partir da analise da última parte de sua obra Origens do Totalitarismo, compreender a novidade dos regimes totalitários, como aqueles que possibilitaram o nascimento de uma nova forma de 8
  • 9. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS INSTITUTO de FILOSOFIA, SOCIOLOGIA E POLÍTICA Programa de Pós-Graduação em Filosofia/Colegiado do Curso de Mestrado em Filosofia Departamento de Filosofia Blog: encontroarendt.wordpress.com governo, que se baseia no isolamento dos indivíduos e visa o domínio total. Arendt descreve os campos de concentração e extermínio como sendo a instituição central do poder organizacional do totalitarismo, servido de laboratórios em que a crença fundamental de que tudo é possível foi verificada. Portanto, abordaremos nesse trabalho: a natureza da categoria totalitarismo, seus principais elementos e o modo como os governos totalitários reduzem o homem a condição de simples membro da espécie humana. Título: Liberdade e Política: Aproximações entre Herbert Marcuse e Hannah Arendt Autor(a): JARDIM, Giovane Rodrigues Jardim Instituição: Universidade Federal de Pelotas (Mestrado em Filosofia) Resumo: Herbert Marcuse e Hannah Arendt são dois importantes pensadores alemães judeus, e contemporâneos tanto nos estudos em Berlin, perpassando o exílio em Genebra, como na migração em diferentes períodos para os Estados Unidos. Entretanto, suas biografias demonstram-nos uma série de desencontros que parecem não ter oportunizado um trabalho conjunto entre eles, ou até mesmo o estabelecimento de uma relação de amizade. O leitor que deseja estabelecer as diferenças entre a filosofia de Marcuse e de Arendt encontra subsídios em uma leitura panorâmica de suas elaborações. Tal leitura atribui a aparentes divergências uma exacerbada consideração, que, entretanto, no pensamento de Marcuse e Arendt são apenas de significado periférico. Esta diferença foi caracterizada por diversos Autor(a):es, e tradada com estranha naturalidade; de um lado, situa-se Marcuse e a tradição hegel-marxista, e de outro, a matriz iluminista de Arendt. Em contrapartida, procura-se nesta investigação questionar tal diferenciação, apontando para as linhas gerais de uma possível aproximação das assertivas desses dois pensadores cuja vida e 9
  • 10. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS INSTITUTO de FILOSOFIA, SOCIOLOGIA E POLÍTICA Programa de Pós-Graduação em Filosofia/Colegiado do Curso de Mestrado em Filosofia Departamento de Filosofia Blog: encontroarendt.wordpress.com obra fora condicionada pelo compartilhamento de um período em que o “âmbito do público não mais iluminava os assuntos dos homens”. As divergências entre Marcuse e Arendt parecem ser mais periféricas do que propriamente relevante em sua problemática comum, ou seja, na conceituação do que é a liberdade e sua importância na política, assim como do significado intrínseco da liberdade na política. Tanto Marcuse como Arendt possibilitam perspectivas para a argumentação de que existem similitudes e confluência entre suas elaborações. Embora enfrentem temas comuns a partir de metodologias diversas, eles acabam por apontar em uma mesma direção. Assim, compartilham a necessidade de compreender os acontecimentos que ofuscaram o âmbito público, especificamente figurado no Nazismo, e neste sentido, ambos depositam no humano, mesmo em “tempos sombrios”, a cofiança em suas potencialidades. Esta confiança no humano, e o objetivo de compreensão, tratando o pensar não simplesmente como deduzir, mas como um “colocar-se no lugar do outro”, possibilita analogamente perceber que Marcuse e Arendt não se opõem no enfrentamento filosófico da temática sobre a liberdade humana e de sua importância política. Neste sentido, nem sempre é possível estabelecer uma distinção categórica entre a tradição hegel-marxista e a matriz iluminista, havendo momentos de circunscrições comuns, tanto em Marcuse como em Arendt. Isso aponta que ambos são livres pensadores, ou seja, que se apropriam de elementos da tradição filosófica, e a partir deles desenvolvem sua reflexão apontando para novos horizontes, que nem sempre são plausíveis de determinação aos moldes de uma ou outra corrente filosófica. Em torno da problemática da liberdade e sua intrínseca relação com a política, propedeuticamente, torna-se possível aproximar Marcuse e Arendt e assim, investigar as contribuições que suas semelhanças trazem para a reflexão filosófica contemporânea na exigência de realização da constituição da liberdade onde o âmbito público ilumine os assuntos dos homens. 10
  • 11. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS INSTITUTO de FILOSOFIA, SOCIOLOGIA E POLÍTICA Programa de Pós-Graduação em Filosofia/Colegiado do Curso de Mestrado em Filosofia Departamento de Filosofia Blog: encontroarendt.wordpress.com Título: A dimensão do pensamento político kantiano segundo Hannah Arendt Autor(a): MESQUITA, Jéssica de Farias Instituição: Pontíficia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (Mestranda em Filosofia) Resumo: A proposta da presente comunicação será versar sobre o pensamento de Hannah Arendt concernente à visão dos estudos acerca da filosofia política kantiana. Tal proposta será baseada nos relatos feitos por esta pensadora apresentados em uma disciplina ministrada na New School for Social Research em 1970. As exposições de Hannah Arendt foram convertidas em livro que foi intitulado Lições sobre a Filosofia Política de Kant, livro este que apresenta a dimensão política da filosofia kantiana sem se eximir de pôr em questão seus próprios argumentos. Arendt aborda o contexto político na filosofia de Kant fazendo um resgate dos elementos expostos em sua terceira Crítica, sobretudo, quando trata sobre a “Analítica do Belo”. De acordo com Hannah Arendt, é na “Analítica do Belo” em que se manifesta o maior legado de Kant à filosofia política. Título: Atores e espectadores: a mentalidade alargada em meio ao grande festival mundano Autor(a): NUNES, Igor Vinícius Basílio Nunes Instituição: Universidade Federal de Goiás (Mestrando em Filosofia) 11
  • 12. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS INSTITUTO de FILOSOFIA, SOCIOLOGIA E POLÍTICA Programa de Pós-Graduação em Filosofia/Colegiado do Curso de Mestrado em Filosofia Departamento de Filosofia Blog: encontroarendt.wordpress.com Resumo: Este texto projeta um duplo-movimento ao tentar aproximar as possibilidades do engajamento ativo no mundo, por um lado, às características do retraimento na vida espiritual (mind), por outro. O intuito é destacar algumas articulações advindas das distintas posições ocupadas pelos homens – ora como atores e ora como espectadores –, segundo Hannah Arendt, em um espaço público de aparências. Nesse percurso, a discussão pretende abordar possíveis interdependências entre ética e política, pensamento e juízo, nas reflexões arendtianas que nunca deixam de ter em conta que, invariavelmente, os homens se encontram enredados por uma teia de relações pré-existente onde quer que vivam juntos e que, não obstante, tenham suas ações e palavras submetidas à fragilidade e imprevisibilidade de um processo que lhes escapa por ser sempre maior do que eles próprios. Título: O Confronto entre o avanço das relações virtuais na Internet com A Condição Humana da pluralidade arendtiana Autor(a): SILVA, André Freitas Instituição: Instituto Superior de Filosofia – IFIBE (Bacharelando em Filosofia) Resumo: O presente texto problematiza as formas de relações “estabelecidas” pela internet com os modos de constituição da condição humana da pluralidade de Hannah Arendt. O avanço tecnológico trouxe grandes transformações no final do século XX e início do século XXI e a que mais vem conquistando espaço chama-se internet (worldwide web). As suas ferramentas (MSN, Orkut, Facebook, Google, Twitter, Blogs, Wikipédia, etc.) diluem todas as fronteiras que antes impediam o contato com o outro. Em um simples toque no teclado e lá vai a nossa mensagem para os quatro cantos do mundo, criando assim, uma verdadeira “sociedade de rede”. Mas surge, com isso, um grande problema: o isolamento do homem e o desconforto social. Ambos passam a ser 12
  • 13. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS INSTITUTO de FILOSOFIA, SOCIOLOGIA E POLÍTICA Programa de Pós-Graduação em Filosofia/Colegiado do Curso de Mestrado em Filosofia Departamento de Filosofia Blog: encontroarendt.wordpress.com a peça chave do afastamento do homem do convívio, ou melhor, do contato com o outro diretamente e isto configura toda uma problemática para a condição humana da pluralidade. O mundo se torna um grande teatro, onde as representações passam a ser necessárias para a sua sobrevivência, criando assim, um falso conforto social. Com isso, a Internet se transforma em um grande refujo para a liberação do verdadeiro “eu” existente em nós que são reprimidos por uma “sociedade” normativa e convencional. Segundo Matta, a internet é uma espécie de caixa de Pandora, da qual, todos os males são liberados para fins de suas satisfações egocêntricas. Será este o destino da subjetividade? Da intersubjetividade? Do encontro? Da pluralidade? Em confronto com teoria da pluralidade arendtiana, pergunta-se: até onde a pluralidade está condenada a ser apenas um termo em desuso? Sabemos que para Arendt, a condição humana da pluralidade é a que condiciona o homem como um ser no mundo, um mundo real, um mundo em que a relação pluralista é a condição primordial para uma convivência de pura alteridade. Título : Sentido e desdobramentos da Política na perspectiva de Hannah Arendt Autor(a): SILVA, Elivanda de Oliveira Instituição: Universidade Federal do Ceará (Mestranda em Filosofia) Resumo: O que faz com que os homens tenham interesse pela política é o sentido que ela imprime para a vida humana. Esse sentido, para Arendt é a liberdade. Na obra O que é a política? Arendt explica que o objetivo da política é cuidar do mundo e não dos homens, pois o mundo sem homens é uma contradição em termos, dado que o mundo é o espaço resultado do artifício humano. A tarefa da política, segundo Arendt, não é se preocupar com os meios de manutenção que garantam a subsistência dos indivíduos, mas garantir o mundo enquanto morada para que os homens sintam-se 13
  • 14. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS INSTITUTO de FILOSOFIA, SOCIOLOGIA E POLÍTICA Programa de Pós-Graduação em Filosofia/Colegiado do Curso de Mestrado em Filosofia Departamento de Filosofia Blog: encontroarendt.wordpress.com pertencentes a ele e não corram o risco de serem dizimados. Para Arendt, nada poderia ser mais deplorável para a política do que a existência do sistema totalitário, que enxergou o homem como um mero animal. O objetivo de nosso trabalho é, a partir da leitura das obras de Hannah Arendt, refletir sobre o sentido e desdobramentos da atividade política 14