Simpósio Temático "História, sociedade e cultura: o significado político da tradição"
1. História, sociedade e cultura: o significado político da tradição
(Simpósio Temático 13)
Coordenação: Dr.ª Sônia Maria Schio e Giovane Rodrigues Jardim
Resumo:
Os Movimentos Totalitários do séc. XX se apresentaram como eventos inéditos ao ser
humano, pois não puderam ser previstos, e após, serem compreendidos. Nesse sentido,
há ainda muitas questões, como por exemplo, como os ensinamentos da tradição
puderam ser esquecidos e, muitas vezes pervertidos. Tais perguntas expõem um
conjunto de problemas que perpassam os mais variados campos do saber. A Filosofia
Política, com teóricos como Arendt e Adorno, mas também Marcuse, Ricoeur e Candau,
e com o recurso às áreas de História, de Antropologia, Direito, Economia, entre outras,
fornece inúmeras hipóteses. Destacar-se-ão, na presente propostas, aquelas que
tematizam a sociedade de massas, a ruptura na tradição de pensamento, a
memória/esquecimento, a legalidade/legitimidade da lei, a cidadania, os Direitos
Humanos, enfim conteúdos com implicações históricas imprescindíveis de serem
discutidos para que haja um conhecimento/reconhecimento do passado em vistas a não
se repetirem no futuro.
Justificativa e objetivos:
Justificativa:
Discutir, no âmbito da História, o significado político da tradição, enquanto continuidade, destacando os
conceitos de memória e identidade, em vista de enfrentar filosoficamente as questões expostas pelos
Totalitarismos no século XX, com sua origem na “boa sociedade”, e sua culminância em uma “sociedade
de massa”, na qual a “ruptura da tradição” demonstrou sua faceta de negatividade. Concentram-se nesta
problemática em torno da História, sociedade e cultura, pesquisas que visam a aprofundar as
contribuições de Hannah Arendt, Theodor Adorno, Herbert Marcuse, Paul Ricoeur, Joel Candau entre
outros, cuja elaboração teórica é profícua para a temática em torno do significado político da tradição e
suas implicações históricas, culturais, mas, sobretudo, humanas.
Objetivos:
1) Relacionar os acontecimentos dos Totalitarismos às suas origens históricas;
2) Destacar o papel da memória (ou sua ausência) quanto ligada à tradição que embasa a vida humana;
3) Evidenciar que há uma diferença significativa entre a legalidade e a moralidade jurídica em uma
sociedade, o que ficou explícito nos eventos Totalitários do séc. XX;
4) Oportunizar um diálogo interdisciplinar em torno da temática da tradição e do seu significado político
para o pensamento, a compreensão, e a cultura.
Referências Bibliográficas:
ADORNO, Theodor W. Dialética Negativa. Rio de Janeiro: Jorge Zohar, 2009.
ARENDT, Hannah. Compreender : formação, exílio e totalitarismo (ensaios). São Paulo : Cia das
Letras/Belo Horizonte : Ed. UFMG, 2008.
_____. Eichmann à Jerusalém: rapport sur la banalité du mal. Paris: Gallimard, 1991.
_____. Entre o passado e o futuro. São Paulo: Nova Perspectiva, 1992.
_____. Los origenes del totalitarismo. Madrid: Taurus, 1974.
CANDAU, Joel. Antropologia de la memória. Buenos Aires: Nueva Vision, 2002.
_____. Memória e Identidade. São Paulo: Contexto, 2011.
HONNETH, Axel. Luta por reconhecimento: a gramática moral dos conflitos sociais. São Paulo: Ed.
34, 2003.
MARCUSE, Herbert. Eros e Civilização: Uma interpretação Filosófica do Pensamento de Freud. Rio
de Janeiro: LTC,1999.
_____. Ideologia da sociedade industrial. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1967.
RICOEUR, Paul. Memória, História e Esquecimento. Campinas: Unicamp, 2007.
_____. Percurso do Reconhecimento. São Paulo: Loyola, 2006.
SCHIO. Sônia Maria. Hannah Arendt: história e liberdade (da ação à reflexão). Caxias do Sul:
EDUCS, 2006.