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Docente:
MD. MsC. Assina Haje
1
FACULDADE DE CIÊNCIAS DE SAÚDE
LICENCIATURA EM MEDICINA DENTÁRIA
4º NÍVEL / I SEMESTRE – MEDICINA Bucal II
Grupo 2
Discentes:
1. Cláudio Fredrico Mulau
2. Josefa J. Rufino
Tema: Tumor Odontogénico Adenomatoide
Introdução
Os tumores odontogénicos compreendem um grupo complexo de lesões de diversos tipos
histopatológicos e comportamentos clínicos, que se caracterizam por apresentar em comum
uma origem a partir de estruturas embrionárias odontogénicas, epitélio e ectomesênquima,
em distintos estágios do desenvolvimento. 1
O tumor odontogénico adenomatoide (TOA) é um tumor benigno do epitélio odontogénico
com estruturas semelhantes a ductos (estruturas canaliculares). Anteriormente, acreditava-
se que o TOA era uma variante do ameloblastoma, sendo denominado
“odontoameloblastoma” ou “tumor adenomatoide ameloblástico.2
2
Objectivos
3
Geral:
➢ Compreender o tumor odontogénico adenomatoide cingindo-se nos aspectos ligados à
etiologia, características clínicas e radiográficas, diagnóstico, tratamento e
prognóstico.
Específicos:
➢ Indicar a etiologia do Tumor Odontogénico Adenomatoide;
➢ Descrever as características clínicas e radiológicas do Tumor Odontogénico
adenomatoide;
➢ Citar os métodos de diagnóstico do Tumor Odontogénico adenomatoide e os seus
diagnósticos deferências;
➢ Apontar as modalidades de tratamento do Tumor Odontogénico adenomatoide e seu
prognóstico.
Tumor Odontogénico Adenomatoide
Conceito
O tumor odontogénico adenomatoide (TOA) é uma rara lesão benigna de origem epitelial,
não invasiva, de crescimento lento progressivo e limitado.3
Epidemiologia
O TOA representa 3% a 7% de todos os tumores odontogénicos, e mais de 750 casos
foram descritos na literatura.
Mais frequente em pacientes jovens dos 10 a 19 anos;
Afecta duas vezes mais as mulheres que os homens (2:1).4
4
Tumor Odontogénico Adenomatoide
Etiopatogenia
A etiologia do TOA é até hoje desconhecida. Alguns autores o associam a proliferação
do epitélio interno do órgão do esmalte.1
Outros sugerem que surge a partir do epitélio reduzido do esmalte que rodeia a coroa de
um dente, ou do epitélio que reveste a parede de um cisto.1
5
Tumor Odontogénico Adenomatoide
6
Características clínicas e radiográficas
Encontra-se duas vezes mais na maxila que na mandíbula;
Relativamente pequeno: raramente excede 3 cm;
Frequentemente assintomático;
Geralmente associado a um dente não erupcionado;
Essa característica vai depender da variante do TOA:
➢ Tipo folicular
➢ Tipo extra-folicular
➢ Variante periférica4
Fonte: Neville, 2009.
Tumor Odontogénico Adenomatoide
7
Tipo folicular
É o mais frequente.
75% dos casos o tumor aparece como uma lesão radiolúcida circunscrita, unilocular,
que envolve a coroa de um dente não erupcionado, mais frequentemente o canino
permamente.4,5
Fonte: Neville, 2009.
Em contraste com o cisto dentígero
normal, a lesão radiolúcida do TOA se
estende até aproximadamente o ápice
do dente.4
Tumor Odontogénico Adenomatoide
8
Tipo extra folicular
Menos frequente.
Lesão radiolúcida unilocular bem definida que não está relacionada a um dente não
erupcionado, mas, em vez disso, localiza-se entre as raízes de um dente erupcionado.
A lesão pode se mostrar completamente radiolúcida; contudo, frequentemente, ela
contém calcificações delicadas (em flocos de neve).4
Fonte: Neville, 2009.
Tumor Odontogénico Adenomatoide
9
Variante periférica (extraóssea)
Muito rara.
Elas normalmente aparecem como pequenos aumentos de volume sésseis na
gengiva vestibular da maxila. Clinicamente, essas lesões não podem ser
diferenciadas das lesões fibrosas comuns da gengiva.4
O diagnóstico definitivo é feito por biópsia.4
Tumor Odontogénico Adenomatoide
10
Diagnóstico
Clínico
Lesão caracterizada por um aumento de volume, de crescimento lento e progressivo,
podendo haver ou não a presença de sintoma. A predileção pelo sexo feminino e a
idade compreendendo a segunda década de vida pode ser útil para pensar num
TOA.6
Tumor Odontogénico Adenomatoide
11
Imagiológico
Raio-X P-A e perfil da face;
R-X Periapical ;
Panorâmico
TAC
Tumor Odontogénico Adenomatoide
12
Anátomo-patológico
A biópsia excisional é o meio pelo qual se faz o estudo anátomo-patológico do TOA;
O diagnóstico definitivo é obtido pelo exame microscópico.
Observam-se células epiteliais fusiformes que formam lençóis
Estruturas tubulares ou semelhantes a ducto são o aspecto característico do tumor
odontogénico adenomatoide.1,4,7
Fonte:
Neville,
2009.
Tumor Odontogénico Adenomatoide
13
Diagnóstico diferencial
Cisto residual;
Cisto periodontal lateral;
Cisto dentígero;
Ceratocisto;
Ameloblastoma;
Tumor odontogénico epitelial calcificante.8
Tumor Odontogénico Adenomatoide
14
Tratamento e prognóstico
Por ser um tumor não invasivo, apresentando-se encapsulado, ele é tratado com sucesso
através de enucleação cirúrgica conservadora (remoção cirúrgica) ou curetagem da lesão,
ambas guiadas pelas características clínicas e imagiológicas típicas desse tumor.4,8
O comportamento agressivo não foi documentado e a recidiva após enucleação, se ocorrer, é
muito rara.4
Fonte: Revodonto, 2015.
Considerações finais
15
O tumor odontogénico adenomatoide tem origem epitelial, sua etiopatogenia é obscura,
porém, autores apontam a proliferação do tecido epitelial. Este afecta maioritariamente o sexo
feminino na segunda década de vida, e aloja-se maioritariamente na região anterior da maxila
com uma lesão de 3 cm.
Radiograficamente apresenta uma imagem radiolúcida com um halo radiopaco, copiando um
cisto odontogénico, com a diferença de envolver a porção apical do dente.
O tratamento cirúrgico tem no geral um bom prognóstico porque a lesão não é invasiva, deste
modo a recidiva é muito rara.
Referências bibliográficas
16
1. GARAY J C S. Atlas de patologia del complejo bucal. 2a edição. La Habana. Editorial
Ciências Médicas. 2010.
2. MEDEIROS M F et al. Tumor Odontogênico Adenomatoide: Relato de Caso. Revista de
Cirurgia e Traumatologia Buco-maxilo-facial. Versão on-line ISSN 1808-5210.
3. BORGES S P et al. Tumor odontogênico adenomatoide. Revista brasileira de
odontologia; 62(1/2): 113-114, 2015. Ilus
4. NEVILLE BW, DAMM DD, ALLEN CM, BOUQUOT JE. Patologia Oral &
Maxilofacial. 2ª edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2009.
5. DOS SANTOS I A. CUSTÓDIO M L. ASSIS P H. Tumores odontogênicos: revisão de
literatura. Faculdade de Pindamonhangaba – São Paulo, 2014.
6. CÂMARA P R et al. Tumor odontogénico adenomatoide: relato de um caso clínico
destacando os seus principais diagnósticos diferenciais. Revista brasileira de
odontologia. Versão on-line ISSN 1984-3747
Referências bibliográficas
17
7. REICHART P A. PHILIPSEN H P. Atlas de patologia oral. Masson. 2001.
8. MELO R B. Tumor odontogénico adenomatoide folicular em maxila – Relato de
Caso. Revista de Cirurgia e Traumatologia Buco-maxilo-facial. Versão on-line ISSN
1808-5210.
18
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  • 1. Docente: MD. MsC. Assina Haje 1 FACULDADE DE CIÊNCIAS DE SAÚDE LICENCIATURA EM MEDICINA DENTÁRIA 4º NÍVEL / I SEMESTRE – MEDICINA Bucal II Grupo 2 Discentes: 1. Cláudio Fredrico Mulau 2. Josefa J. Rufino Tema: Tumor Odontogénico Adenomatoide
  • 2. Introdução Os tumores odontogénicos compreendem um grupo complexo de lesões de diversos tipos histopatológicos e comportamentos clínicos, que se caracterizam por apresentar em comum uma origem a partir de estruturas embrionárias odontogénicas, epitélio e ectomesênquima, em distintos estágios do desenvolvimento. 1 O tumor odontogénico adenomatoide (TOA) é um tumor benigno do epitélio odontogénico com estruturas semelhantes a ductos (estruturas canaliculares). Anteriormente, acreditava- se que o TOA era uma variante do ameloblastoma, sendo denominado “odontoameloblastoma” ou “tumor adenomatoide ameloblástico.2 2
  • 3. Objectivos 3 Geral: ➢ Compreender o tumor odontogénico adenomatoide cingindo-se nos aspectos ligados à etiologia, características clínicas e radiográficas, diagnóstico, tratamento e prognóstico. Específicos: ➢ Indicar a etiologia do Tumor Odontogénico Adenomatoide; ➢ Descrever as características clínicas e radiológicas do Tumor Odontogénico adenomatoide; ➢ Citar os métodos de diagnóstico do Tumor Odontogénico adenomatoide e os seus diagnósticos deferências; ➢ Apontar as modalidades de tratamento do Tumor Odontogénico adenomatoide e seu prognóstico.
  • 4. Tumor Odontogénico Adenomatoide Conceito O tumor odontogénico adenomatoide (TOA) é uma rara lesão benigna de origem epitelial, não invasiva, de crescimento lento progressivo e limitado.3 Epidemiologia O TOA representa 3% a 7% de todos os tumores odontogénicos, e mais de 750 casos foram descritos na literatura. Mais frequente em pacientes jovens dos 10 a 19 anos; Afecta duas vezes mais as mulheres que os homens (2:1).4 4
  • 5. Tumor Odontogénico Adenomatoide Etiopatogenia A etiologia do TOA é até hoje desconhecida. Alguns autores o associam a proliferação do epitélio interno do órgão do esmalte.1 Outros sugerem que surge a partir do epitélio reduzido do esmalte que rodeia a coroa de um dente, ou do epitélio que reveste a parede de um cisto.1 5
  • 6. Tumor Odontogénico Adenomatoide 6 Características clínicas e radiográficas Encontra-se duas vezes mais na maxila que na mandíbula; Relativamente pequeno: raramente excede 3 cm; Frequentemente assintomático; Geralmente associado a um dente não erupcionado; Essa característica vai depender da variante do TOA: ➢ Tipo folicular ➢ Tipo extra-folicular ➢ Variante periférica4 Fonte: Neville, 2009.
  • 7. Tumor Odontogénico Adenomatoide 7 Tipo folicular É o mais frequente. 75% dos casos o tumor aparece como uma lesão radiolúcida circunscrita, unilocular, que envolve a coroa de um dente não erupcionado, mais frequentemente o canino permamente.4,5 Fonte: Neville, 2009. Em contraste com o cisto dentígero normal, a lesão radiolúcida do TOA se estende até aproximadamente o ápice do dente.4
  • 8. Tumor Odontogénico Adenomatoide 8 Tipo extra folicular Menos frequente. Lesão radiolúcida unilocular bem definida que não está relacionada a um dente não erupcionado, mas, em vez disso, localiza-se entre as raízes de um dente erupcionado. A lesão pode se mostrar completamente radiolúcida; contudo, frequentemente, ela contém calcificações delicadas (em flocos de neve).4 Fonte: Neville, 2009.
  • 9. Tumor Odontogénico Adenomatoide 9 Variante periférica (extraóssea) Muito rara. Elas normalmente aparecem como pequenos aumentos de volume sésseis na gengiva vestibular da maxila. Clinicamente, essas lesões não podem ser diferenciadas das lesões fibrosas comuns da gengiva.4 O diagnóstico definitivo é feito por biópsia.4
  • 10. Tumor Odontogénico Adenomatoide 10 Diagnóstico Clínico Lesão caracterizada por um aumento de volume, de crescimento lento e progressivo, podendo haver ou não a presença de sintoma. A predileção pelo sexo feminino e a idade compreendendo a segunda década de vida pode ser útil para pensar num TOA.6
  • 11. Tumor Odontogénico Adenomatoide 11 Imagiológico Raio-X P-A e perfil da face; R-X Periapical ; Panorâmico TAC
  • 12. Tumor Odontogénico Adenomatoide 12 Anátomo-patológico A biópsia excisional é o meio pelo qual se faz o estudo anátomo-patológico do TOA; O diagnóstico definitivo é obtido pelo exame microscópico. Observam-se células epiteliais fusiformes que formam lençóis Estruturas tubulares ou semelhantes a ducto são o aspecto característico do tumor odontogénico adenomatoide.1,4,7 Fonte: Neville, 2009.
  • 13. Tumor Odontogénico Adenomatoide 13 Diagnóstico diferencial Cisto residual; Cisto periodontal lateral; Cisto dentígero; Ceratocisto; Ameloblastoma; Tumor odontogénico epitelial calcificante.8
  • 14. Tumor Odontogénico Adenomatoide 14 Tratamento e prognóstico Por ser um tumor não invasivo, apresentando-se encapsulado, ele é tratado com sucesso através de enucleação cirúrgica conservadora (remoção cirúrgica) ou curetagem da lesão, ambas guiadas pelas características clínicas e imagiológicas típicas desse tumor.4,8 O comportamento agressivo não foi documentado e a recidiva após enucleação, se ocorrer, é muito rara.4 Fonte: Revodonto, 2015.
  • 15. Considerações finais 15 O tumor odontogénico adenomatoide tem origem epitelial, sua etiopatogenia é obscura, porém, autores apontam a proliferação do tecido epitelial. Este afecta maioritariamente o sexo feminino na segunda década de vida, e aloja-se maioritariamente na região anterior da maxila com uma lesão de 3 cm. Radiograficamente apresenta uma imagem radiolúcida com um halo radiopaco, copiando um cisto odontogénico, com a diferença de envolver a porção apical do dente. O tratamento cirúrgico tem no geral um bom prognóstico porque a lesão não é invasiva, deste modo a recidiva é muito rara.
  • 16. Referências bibliográficas 16 1. GARAY J C S. Atlas de patologia del complejo bucal. 2a edição. La Habana. Editorial Ciências Médicas. 2010. 2. MEDEIROS M F et al. Tumor Odontogênico Adenomatoide: Relato de Caso. Revista de Cirurgia e Traumatologia Buco-maxilo-facial. Versão on-line ISSN 1808-5210. 3. BORGES S P et al. Tumor odontogênico adenomatoide. Revista brasileira de odontologia; 62(1/2): 113-114, 2015. Ilus 4. NEVILLE BW, DAMM DD, ALLEN CM, BOUQUOT JE. Patologia Oral & Maxilofacial. 2ª edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2009. 5. DOS SANTOS I A. CUSTÓDIO M L. ASSIS P H. Tumores odontogênicos: revisão de literatura. Faculdade de Pindamonhangaba – São Paulo, 2014. 6. CÂMARA P R et al. Tumor odontogénico adenomatoide: relato de um caso clínico destacando os seus principais diagnósticos diferenciais. Revista brasileira de odontologia. Versão on-line ISSN 1984-3747
  • 17. Referências bibliográficas 17 7. REICHART P A. PHILIPSEN H P. Atlas de patologia oral. Masson. 2001. 8. MELO R B. Tumor odontogénico adenomatoide folicular em maxila – Relato de Caso. Revista de Cirurgia e Traumatologia Buco-maxilo-facial. Versão on-line ISSN 1808-5210.