Guia para analise de risco nr-35 engenheiro gulin (1) (1)
Tipos e classificação de escadas para emergências
1. Objetivos:
1. Definir e caracterizar as escadas utilizadas em
emergências;
2. Apresentar classificação das escadas;
3. Elencar regras básicas de segurança e utilização;
4. Definir as formas de acondicionamento das escadas;
5. Definir as melhores técnicas de transporte das escadas;
6. Definir técnicas de armação das principais escadas
utilizadas pelo Corpo de Bombeiros;
7. Apresentar outras aplicações operacionais para
escadas em situações de emergência.
1º Ten. QOBM Jorge Augusto Ramos
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2
E
Es
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as
s
2. MANUAL DE COMBATE A INCÊNDIO CBPR
12-2
12. ESCADAS
12.1 Generalidades das Escadas
As escadas são equipamentos primitivos, que parecem ter sido criados e
desenvolvidos em diferentes culturas e civilizações desde o início, quando o
homem passou a viver em sociedade.
Por definição, escadas são equipamentos ou materiais, ou ainda
construções, formadas por uma série de degraus unidos por banzos ou
longarinas longitudinais, de diferentes tamanhos e formatos, destinados a ligar
locais com diferença de nível, que permitem ações de subida ou descida.
As escadas são equipamentos de uso comum, utilizados em atividades
profissionais, em atividades de lazer, em locais residenciais ou laborais, para
atender as mais diversas necessidades e particularidades.
As escadas, na seara da utilização profissional pelo Corpo de
Bombeiros, são equipamentos de emergência, têm diversos empregos, tanto
em ações de buscas e salvamentos quanto em ações de prevenção e combate
a incêndios. Sua utilização é fundamental para se vencer obstáculos, locais
com diferença de nível, transposição de vãos, acesso a locais obstruídos ou
com acesso prejudicado, permitindo a ação de ascensão, descensão e
transposição, com relativa segurança, rapidez e eficiência.
A escada permite a criação de uma via emergencial para acesso a locais
que sofreram obstrução ou ainda locais que não a possuíam, permitindo o
acesso dos profissionais do Corpo de Bombeiros para desenvolverem as ações
de salvamento ou confrontamento com os diversos tipos de sinistros.
12.1.1 Partes Constituintes das Escadas
a) Banzo: estruturas laterais de formação da escada, também chamados
de longarinas (Fig 12-2);
b) Degrau: barras transversais encaixadas nos banzos que possibilitam a
ascensão, descensão e o caminhamento pela escada (Fig 12-2);
c) Pés: são a base da escada que ficam em contato com o solo, também
chamado de sapatas ou esporões. Podem ser diretamente construídos na base
dos banzos, ou ainda, podem ser dispositivos de sustentação acoplados a base
dos banzos. São dispositivos indispensáveis para a estabilidade da escada no
terreno (Fig 12-1);
Fig. 12-2 Banzo e degrau
Fonte: 1°Ten Jorge Augusto
Fig. 12-1 Pés
Fonte: 1°Ten Jorge Augusto
Fig. 12-3 Topo
Fonte: 1°Ten Jorge Augusto
3. MANUAL DE COMBATE A INCÊNDIO CBPR
12-3
d) Topo: é a extremidade superior da escada, parte que irá tocar ou se
aproximar do local a ser acessado. Nesta parte da escada podem ser
montados dispositivos de fixação, ganchos ou presilhas (Fig 12-3);
e) Lanço: cada parte ou módulo de escada prolongável ou de assalto (Fig
12-4);
f) Cabo de extensão: são cordas utilizadas para o trabalho de extensão
ou prolongamento dos lanços de uma escada prolongável ou de extensão (Fig
12-4);
g) Carretilha: roldana utilizada para duplicação de forma ou mudança de
direção no trabalho de prolongamento de escadas (Fig 12-5);
h) Clique: mecanismo destinado a encaixar e travar os lanços de uma
escada prolongada, através de ganchos, alavancas e molas, na posição e
extensão pretendida para trabalho (Fig 12-6);
Nota: Os degraus, pés e topo das escadas utilizadas para trabalhos de emergência devem possuir, obrigatoriamente,
revestimento emborrachado, de forma a permitir isolamento contra descargas elétricas e superfície anti-derrapante.
12.1.2 Inspeção e Manutenção de escadas
A inspeção nas escadas deve ser realizada todos os dias durante o teste
de prontidão. Os componentes da guarnição da viatura devem inspecionar
atentamente as escadas para a presença de amassados, trincas, partes
quebradas, defeitos nas peças componentes ou na cabo de extensão.
A manutenção de limpeza deve ser realizada diariamente e a cada
término de utilização, antes do acondicionamento da escada em seu local na
viatura.
A limpeza da escada deve ser realizada com água e sabão,
preferencialmente neutro. Deve ser tomado extremo cuidado para a utilização
de limpeza com produtos abrasivos ou corrosivos.
Caso exista necessidade, deve ser providenciada a reposição de peças
danificadas assim que for identificado o problema.
12.1.3 Regras de Segurança
No trabalho e manuseio de escadas a que se observar determinadas
regras de segurança de forma a mitigar ou eliminar os riscos existentes. Desta
forma, com ações simples, dependentes exclusivamente da atenção e
interesse dispensados pelos profissionais envolvidos com estes trabalhos é
Fig. 12-6 Clique
Fonte: 1°Ten Jorge Augusto
Fig. 12-4 Lanço e cabo
de extensão
Fonte: 1°Ten Jorge Augusto
Fig. 12-5 Carretilha
Fonte: 1°Ten Jorge Augusto
4. MANUAL DE COMBATE A INCÊNDIO CBPR
12-4
possível alcançar uma condição de segurança adequada.
A seguir, são elencadas algumas dicas para tornar os trabalhos com
escadas mais seguros:
a) Inspecionar e manutenir as escadas regularmente;
b) Verificar com atenção o caminho efetuado no transporte ao local onde
a escada será armada;
c) Observar com atenção o local da armação;
d) Observar a constituição do piso onde a escada será armada para a
existência de desnível, solo fofo, piso escorregadio, presença de óleos, graxas;
e) Observar o ponto de apoio da escada, paredes, janelas, beiral, muros,
vigas, etc, o ponto de apoio deve ser sempre superior ao local em que for
realizado o acesso;
f) Observar a existência de fiação elétrica nas proximidades e local de
apoio;
g) Observar o entorno, projeção de queda, eliminando materiais que a
obstruam ou poluam;
h) Não mover uma escada que esteja em uso, se necessário, nunca fazê-
lo sem aviso prévio à guarnição;
i) Evitar subir escadas com as mãos ocupadas, sempre ascender
materiais com auxílio de cabos;
j) Sempre que possível permanecer com pés apoiados e mãos
firmemente seguras na escada, sempre manter três pontos de contato;
k) Utilizar os banzos para apoio das mãos;
l) Utilizar cinto de segurança;
m)Se houver necessidade de efetuar manipulação de materiais ou
mangueiras pressurizadas, garantir a fixação da escada e apoiar uma das
pernas pela parte interna entre degraus, permanecer na posição montado;
n) Nunca ultrapassar a capacidade de carga estipulada pelo fabricante.
o) A inclinação indicada para trabalhos é de 75°
, uma forma simples de
verificar a inclinação correta é parar totalmente ereto em frente a escada e
estender um dos braços até tocar um dos banzos (Fig 12-8);
p) Nos trabalhos de emergência sempre trabalhar em duplas, onde toda
ascensão seja assistida e apoiada.
Fig. 12-8 Inclinação de 75°
Fonte: 1°Ten Jorge Augusto.
Fig. 12-7 Armação de escada
Fonte: 1°Ten Jorge Augusto
5. MANUAL DE COMBATE A INCÊNDIO CBPR
12-5
12.2 Classificação das Escadas
Para uma melhor compreensão dos diferentes tipos, utilizações e
características das escadas, visando o melhor aproveitamento e padronização
funcional, dentro das especificidades de cada tipo diferente, faz-se necessário
classificar as escadas seguindo uma terminologia e metodologia aplicável.
12.2.1 Quanto ao Funcionamento
a) Escadas Manuais: escadas cujo funcionamento não depende de
sistema mecânico para acionamento, são as escadas simples ou singelas.
b) Escadas Mecânicas: escadas cujo funcionamento se dá por
intermédio de algum tipo de sistema mecânico. Nesta classificação figuram as
escadas prolongáveis, extensíveis, telescópicas, onde há estaiamento através
de sistema e força mecânica, e não apenas as auto escadas mecânicas, que
são escadas mecânicas de acionamento e manobras automáticas, como é o
entendimento comum a maioria dos bombeiros.
Na auto-escada mecânica, a escada é elevada ou abaixada por meio de
uma haste de pistão hidráulico. O fluido hidráulico é bombeado para dentro do
cilindro do pistão hidráulico através de mangueiras, a pressão do fluido provoca
a extensão ou retração da haste que eleva ou desce a escada. Outros
conjuntos de mangueiras hidráulicas movimentam as seções da escada,
elevam ou abaixam. O movimento lateral da escada é realizado através de
engrenagens movidas por um motor hidráulico.
A auto-escada mecânica possui quatro conjuntos de estabilizadores,
sensores de elevação e inclinação e sensores de aproximação.Possui ainda,
sistema de segurança para operações e sistema de estabelecimento de linha
de mangueiras de incêndio acoplado, que permite sua utilização em ações de
combate a incêndios além de serviços de salvamentos e socorros. Ela é
controlada em uma cabine existente em sua base onde o operador detém total
domínio sobre todos os seus controles e comandos à mão.
Fig. 12-9 – Auto Escada Mecânica (Magirus) – carga do 1°GB/CCB
Fonte : www.bombeiros.pr.gov.br
6. MANUAL DE COMBATE A INCÊNDIO CBPR
12-6
Atualmente o Corpo de Bombeiros do Paraná possui apenas uma Auto
Escada Mecânica (fig. 12-9), no 1° GB na cidade de Curitiba, esta viatura da
marca Magirus, fabricação alemã, dotada de motorização com 245 CV e peso
de 32 ton, atinge altura de 50 metros. Dotada de cesto de transporte tem
aplicabilidade tanto em ações de combate a incêndios quanto de salvamento
em edificações altas.
12.2.2 Quanto ao Transporte
a) Escada portátil: é aquela passível de ser manipulada e transportada
pelas guarnições de bombeiros, sem auxílio de mecanismos ou veículos, ou
seja, propriamente pela ação do homem;
b) Escada de reboque ou berço: escadas transportadas em reboques
ou berços, podem ser fixadas ou não;
c) Escada de tração automóvel: escadas fixadas e adaptadas em
viaturas, seu transporte é associado ao da viatura;
12.2.3 Quanto ao Material Construtivo
a) Escada construída em madeira: atualmente estas escadas têm sido
construídas com madeiras tratadas, cedrilho. Não conduzem eletricidade.
b) Escada construída em metal: normalmente, estas escadas são
construídas em alumínio. Escadas de alumínio conduzem eletricidade. Sua
capacidade de carga média é de 120 Kg;
c) Escada construída em fibra: escadas construídas com fibra,
normalmente de vidro, adicionado a colas e resinas, também conhecido como
fiberglass. Estas escadas não conduzem eletricidade e são resistentes a
corrosão. Sua capacidade média de carga é de 110 Kg.
d) Escada construída em corda: são escadas construídas com cordas
fazendo função dos banzos e normalmente degraus em madeira;
Condução elétrica: As escadas para utilização de bombeiros devem sempre ser dotadas de proteção contra
descargas elétricas, nos pés, nos apoios do topo. Escadas de madeira e fibra não conduzem eletricidade.
ALUMINIO MADEIRA FIBRA
T
I
P
O
Tamanho
mts
Peso
kg
Tamanho
mts
Peso
kg
Tamanho
mts
Peso
kg
3,00/4,80 16 3,00/4,80 22 2,90/4,80 16
P
R
O
L
O
N
G.
6,00/10,80 26 4,80/8,10 52 5,74/9,91 28
3,00 7 2,10 7 2,85 6,5
S
I
N
G. 6,00 17 5,70 19 4,75 10,6
Tabela para comparação tamanho/peso dos vários tipos de escadas.
7. MANUAL DE COMBATE A INCÊNDIO CBPR
12-7
12.2.4 Quanto ao Apoio
a) Escada com apoio em ganchos: escadas que possuem ganchos em
uma das extremidades que permitem sua fixação no local pretendido;
b) Escada com apoio de parede: o apoio da escadas é realizado
diretamente na parede. Utilização mais comum;
c) Escada com apoio no chão: são as escadas articuladas onde há
apoio dos lanços no próprio solo. O apoio superior se dá com a anulação de
forças entre os dois lanços;
12.2.5 Quanto ao Tipo
a) Escada de corda ou de parede: escada leve e de fácil manuseio,
construída com diversos tipos de corda e geralmente degraus em madeira. Não
possui uso expressivo. Aparece em operações com helicópteros;
b) Escada de 1 banzo e 1 gancho, lacraia: seu uso não é expressivo,
porém, possui grande utilidade pela grande mobilidade e possibilitar acesso
rápido a locais de difícil acesso;
c) Escada simples ou singela: escada de utilização expressiva,
transportada em viaturas, utilizada para pequenas alturas;
d) Escada prolongável ou extensível: juntamente com a escada
simples, é a que têm utilização mais expressiva, transportada em viaturas,
possui grande potencial de acesso em locais de baixa e média altura;
e) Escada articulada de abrir ou dobrável: têm utilização restrita, porém
facilita o transporte, aparece em transportada em viaturas de salvamento;
f)Escada de 2 banzos e 2 ganchos: escada de boa aplicação operacional,
porém com pouca ou inexpressiva utilização na atualidade;
g) Escada telescópica de ataque: são escadas que aparecem a
atualidade com bom potencial de utilização, apresentam dimensões e peso
reduzidos que facilitam o transporte e manejo. Normalmente aparecem
acondicionadas em mochilas para seu transporte;
h) Escada de assalto: escada de pouco uso na atualidade, é composta
por módulos que vão sendo encaixados uns aos outros possibilitando altura
variável de acesso;
12.3 Técnicas de Utilização e Maneabilidade
As técnicas de utilização e maneabilidade de escadas devem atender a
três aspectos básicos:
1. O acondicionamento das escadas nas viaturas, de forma estável,
segura e de fácil acesso e manipulação;
2. O transporte das escadas da viatura até o local de utilização,
realizado de forma segura para os bombeiros, para terceiros e principalmente
atendendo a carga e posição ergonômica;
3. A armação das escadas e sua efetiva utilização, de forma rápida,
segura e eficiente;
Todas estas ações elencadas sobre o acondicionamento, transporte e
armação das escadas, são sucedidas por ações inversas de desarme,
transporte e novo acondicionamento na viatura. As ações posteriores à
utilização das escadas se desenvolvem da maneira inversa à ação inicial.
8. MANUAL DE COMBATE A INCÊNDIO CBPR
12-8
12.3.1 Acondicionamento das Escadas
O acondicionamento das escadas nas viaturas deve ser feito de forma
com que as escadas estejam bem fixas e firmes à estrutura do veículo, em
pontos de fixação especificados e projetados, evitando, além de acidentes pela
possibilidade de queda ou deslocamento da escada nos deslocamentos e
paradas, danos ao corpo da escada ou às suas partes constituintes oriundas
de trepidação, atrito e abrasão.
Os pontos de fixação das escadas devem ser revestidos com material
que absorva impactos e proteja contra abrasão e atrito.
As escadas devem sempre ser transportadas com conforto, visibilidade e
mobilidade por parte dos integrantes das guarnições, tendo sempre por base, a
agilidade e segurança do deslocamento.
12.3.2 Retirada das Escadas da Viatura
A escada deve ser retirada do seu local de acondicionamento (Fig 12-12) e
descida até o solo (Fig 12-13), na seqüência, deve ser levada ao solo e
lateralizada para que o transporte até o local da ocorrência seja realizado.
Fig. 12-12 Retirada da escada do suporte
Fonte: 1°Ten Jorge Augusto, local Cb Irati
Fig. 12-13 Descensão ao solo
Fonte: 1°Ten Jorge Augusto, local Cb Irati
Fig. 12-10 Escada transportada sobre VTR ABTR
Fonte: 1°Ten Jorge Augusto, local Cb Irati
Fig. 12-11 Fixação
Fonte: 1°Ten Jorge Augusto
9. MANUAL DE COMBATE A INCÊNDIO CBPR
12-9
12.3.3 Transporte de Escadas
Hoje, devido ao peso reduzido das escadas, seu transporte do local de
acondicionamento até o local da utilização pode ser feito por um bombeiro
apenas, porém, por critérios de segurança, eficiência e ergonomia, ela deve ser
sempre ser transportada ou manipulada por no mínimo dois bombeiros.
O maior problema para o transporte da escada é o seu comprimento,
que traz dificuldades e riscos em deslocamentos, bem como, quando a escada
é transportada apenas por um bombeiro, existe instabilidade no deslocamento
e perda de controle efetivo para a realização de deslocamento seguro.
Ao transportarmos escadas em ocorrências, temos que lembrar sempre
que a eficiência não é conseguida apenas com trabalho rápido , mas sim com
trabalho rápido, seguro e efetivo, ainda, que nos ambientes de sinistros
teremos complicadores em todos os tipos de trabalhos, dos mais simples até
os mais complexos.
Reforça-se que todos os trabalhos de bombeiro, obrigatoriamente tem
que ser realizados em duplas, nesta exigência também está o transporte das
escadas.
As escadas podem ser transportadas de quatro modos básicos, sobre a
cabeça (Fig 12-15), sobre os ombros (Fig 12-14), nos ombros (Fig 12-17) e
pela mão (Fig 12-16). Tendo em vista que em trabalhos de emergência a opção
é sempre pelo trabalho mais seguro, e observando que os modos de transporte
sobre a cabeça e sobre o ombro levam o bombeiro a perder contato com o
meio circundante em razão da dificuldade no transporte e falta de estabilidade,
indica-se como padrão operacional as formas mais seguras e eficazes de
transporte, a escada diretamente nos ombros e a escada transportada com a
pegada de mão.
12.3.3.1 Transporte da Escada pela Mão
Com a escada colocada sobre o solo tendo seus pés na direção de
deslocamento, os bombeiros deverão agachar-se e lateralizar a escada,
posicionando então, seu corpo lateralmente, com um dos joelhos ao solo,
empunhar firmemente a escada pelo banzo. de maneira a ter segurança e
firmeza.
Uma vez estando os dois bombeiros com a empunhadura correta, o
bombeiro que estiver na retaguarda orientará a manobra necessária para a
posição em pé, os bombeiros então, em conjunto, deverão erguer-se e iniciar o
deslocamento com passo coordenado e mantendo atenção no caminho e local
da ocorrência.
12.3.3.2 Transporte da Escada nos Ombros
Com a escada colocada sobre o solo, tendo seus pés na direção de
deslocamento, os bombeiros deverão agachar-se e apoiar um dos joelhos ao
solo, lateralizar a escada e elevá-la até a altura do ombro, enfiando o braço por
entre os banzos deverá apoiar o banzo superior sobre o ombro e empunhar a
escada no banzo ou degrau mais próximo, de maneira a ter segurança e
firmeza.
Uma vez estando os dois bombeiros com a empunhadura correta, o
10. MANUAL DE COMBATE A INCÊNDIO CBPR
12-10
bombeiro que estiver a retaguarda orientará a manobra necessária para a
posição em pé, os bombeiros então, em conjunto, deverão erguer-se e iniciar o
deslocamento com passo coordenado e mantendo atenção no caminho e local
da ocorrência.
Guarnição ideal: Continuamente o Corpo de Bombeiros vêm sofrendo com restrições de pessoal, porém, a gama de
atividades é contínua, complexa e tem aumentado no decorrer do tempo com a evolução da sociedade.
A disponibilidade de homens para a realização dos trabalhos, em específico, maneabilidade de escadas
também sofre com estas restrições. Porém, por questões de segurança, não é admissível a realização do trabalho, em
qualquer ambiente, por equipe composta por menos de dois homens, desta forma, esta é a menor composição de
pessoal admissível para a maneabilidade de escadas no Corpo de Bombeiros.
12.3.4 Armação ou Estabelecimento de Escadas
12.3.4.1 Escada de corda ou de parede
Deve-se realizar a amarração da
escada de corda utilizando técnicas e
amarrações próprias do salvamento
vertical ou clipar os mosquetões ou
ganchos próprios da escada.
Depois de fixada, a escada deve
ser desenvolvida e está pronta para a
utilização. Este tipo de escada, apesar
de não ter utilização corrente no Corpo
de Bombeiros do Paraná, é bastante útil
e versátil. Sua utilização é adequada em
locais confinados, acesso e retirada de
vítimas de locais de difícil acesso como poços, plataformas, buracos, galerias
Fig. 12-14 Transporte sobre os ombros
Fonte: 1°Ten Jorge Augusto, local Cb Irati
Fig. 12-15 Transporte sobre a cabeça
Fonte: 1°Ten Jorge Augusto, local Cb Irati
Fig. 12-16 Transporte da escada pela
mão
Fonte: 1°Ten Jorge Augusto, local Cb Irati
Fig. 12-17 Transporte da escada no
ombro
Fonte: 1°Ten Jorge Augusto, local Cb Irati
Fig. 12-18 Modelos de escada de corda
Fonte: www.seton.com.br, www.grupoqualiseg.com
11. MANUAL DE COMBATE A INCÊNDIO CBPR
12-11
pluviais, acessos de inspeção a galerias e dutos.
Encontra utilização em navios, lanchas, helicópteros e também em
operações de busca e salvamento terrestre, Também, bastante utilizada em
atividades recreativas e esportivas.
12.3.4.2 Escada de 1 banzo e 1 gancho (lacraia)
Chegando ao local do estabelecimento, os bombeiros devem depositar a
escada ao solo, com o pé da escada posicionado mais próximo ao obstáculo
ou parede, e encontrar inicialmente o melhor local para a fixação do gancho da
escada. Um bombeiro deve posicionar-se a frente e pisar sobre a escada e o
outro se agachando, segurar a escada próxima ao gancho.
A partir desta posição, os dois bombeiros devem elevar a escada e fixar
o gancho no local desejado e iniciar a subida de um bombeiro pela escada com
auxílio do segundo homem com um joelho ao solo e o outro em posição de
degrau de início (Fig 12-20).
O bombeiro que permanece no solo deve afastar a escada da parede
buscando ofertar espaço entre os degraus e a parede ou obstáculo, de forma
que o bombeiro que realiza a subida tenha maior espaço para firmar-se aos
degraus (Fig 12-22). Ao chegar ao topo este bombeiro deve auxiliar no
afastamento da escada da parede para os outros que forem executar a subida
(Fig 12-23). Esta técnica vale também para escadas de dois ganchos.
Fig. 12-19 Fixação da escada e subida
Fonte: Fundamentos de Combate a Incêndio, CBPR.
Fig. 12-20 O 2°homem auxiliando.
Fonte: Fundamentos de Combate a Incêndio, CBPR.
Fig. 12-21 Ascensão na escada.
Fonte: Fundamentos de Combate a Incêndio, CBPR.
Fig. 12-22 Afastamento da parede.
Fonte: Fundamentos de Combate a Incêndio, CBPR.
12. MANUAL DE COMBATE A INCÊNDIO CBPR
12-12
12.3.4.3 Escada Simples ou Singela
Chegando ao local do estabelecimento os bombeiros devem depositar a
escada ao solo e deitá-la a uma distância da parede ou obstáculo onde ela
será estabelecida, o bombeiro que está a frente deverá posicionar-se a frente
da escada e pisar com ambos os pés nos pés da escada, o bombeiro que
estava na retaguarda deverá posicionar-se junto ao topo da escada e
agachando-se, deve segurar a escada pelos banzos e iniciar o movimento de
elevação.
Quando a escada estiver totalmente na vertical, os bombeiros devem
adequar a distância correta do obstáculo e encostar a escada, finalizando a
armação e estando a mesma pronta para a utilização.
12.3.4.4 Escada Prolongável ou Extensível
Chegando ao local do estabelecimento os bombeiros devem depositar a
escada ao solo e deitá-la a uma distância da parede ou obstáculo onde ela
será estabelecida, o bombeiro que está a frente deverá posicionar-se a frente
da escada e pisar com ambos os pés nos pés da escada, o bombeiro que
estava na retaguarda deverá posicionar-se junto ao topo da escada e
agachando-se, deve segurar a escada pelos banzos e iniciar o movimento de
elevação (Fig 12-25 a 12-32).
Fig. 12-24 Bombeiro auxilia a ascensão
Fonte: Fundamentos de Combate a Incêndio, CBPR.
Fig. 12-23 Bombeiro auxilia a ascensão.
Fonte: Fundamentos de Combate a Incêndio, CBPR.
Fig. 12-25 Bombeiros posicionados para
iniciar a ascensão
Fonte: 1°Ten Jorge Augusto
Fig. 12-26 Bombeiros iniciando a
ascensão da escada.
Fonte: 1°Ten Jorge Augusto
13. MANUAL DE COMBATE A INCÊNDIO CBPR
12-13
Quando a escada estiver totalmente na vertical, os bombeiros devem
iniciar e ajustar o prolongamento da escada e adequar a distância correta até o
obstáculo, encostando a escada na posição adequada (Fig 12-28).
O bombeiro que está posicionado a frente da escada deverá então
desamarrar a corda de elevação e ajustar a altura, (Fig 12-29) o prolongamento
mais adequado para o trabalho, então deve fixar novamente a corda de
elevação finalizando a armação e deixando a escada pronta para a utilização e
início da ascensão (Fig 12-30).
O nó mais adequado para a fixação é o azelha, pela simplicidade,
resistência e facilidade de execução.
Fig. 12-29 Posição vertical para ajuste
Fonte: 1°Ten Jorge Augusto
Fig. 12-30 Ajuste do prolongamento
Fonte: 1°Ten Jorge Augusto
Fig. 12-27 Elevação da escada.
Fonte: 1°Ten Jorge Augusto
Fig. 12-28 Elevação da escada.
Fonte: 1°Ten Jorge Augusto
14. MANUAL DE COMBATE A INCÊNDIO CBPR
12-14
12.3.4.5 Escada telescópica de ataque:
Por estar provida de mochila de transporte, esta escada deve ser
retirada da viatura e colocada diretamente às costas de um dos bombeiros,
chegando ao local do estabelecimento os bombeiros devem depositar a
mochila ao solo e retirar a mochila agindo sobre as fixações próprias (Fig 12-
33).
Uma vez liberada a escada, os bombeiros devem posicioná-la na
posição adequada para estabelecimento um bombeiro posicionado na frente e
outro atrás da escada.
O bombeiro que se posicionou atrás, deve agir sobre as travas dos
módulos e liberando-as, estaiar a escada na posição vertical. Uma vez
concluída a armação, deve encostar a escada e iniciar a operação (Fig 12-34).
Fig. 12-31 Início da ascensão
Fonte: 1°Ten Jorge Augusto
Fig. 12-32 Bombeiro mantém-se no pé
até o final da ascensão.
Fonte: 1°Ten Jorge Augusto
Fig. 12-33 transporte.
Fonte: 1°Ten Jorge Augusto
Fig. 12-34 Prolongamento da escada.
Fonte: 1°Ten Jorge Augusto
15. MANUAL DE COMBATE A INCÊNDIO CBPR
12-15
Para realizar a desmontagem da escada deve-se posicioná-la
novamente na vertical e agindo nas travas dos módulos, desarmar a escada
tomando cuidado com a operação nas travas, pois a queda da seção da
escada é rápida após liberação das travas, podendo ocasionar acidentes de
trabalho em caso de desatenção (Fig 12-34).
12.4 Outras Aplicações Operacionais de Escadas
As escadas, por serem equipamento presentes na grande maioria das
viaturas de bombeiro e pelas suas características de facilidade de manuseio,
peso e resistência, em emergências e havendo déficit dos materiais próprios,
podem ser utilizadas em outras atividades, diversas para aquelas que tem sua
função e utilização principal.
Estas utilizações serão apenas citadas neste capítulo, porém são
abordadas no capítulo 10 referente a entradas forçadas, no manual de resgate
vertical e no trabalho de fundamentos de combate a incêndio do Corpo de
Bombeiros do Paraná:
a) Caminhamento e segurança em operações em telhados: Podem ser
utilizadas como rota de acesso seguro por sobre telhados, eliminando o risco
de acidentes ocasionados por quebras de telhas ou caibros (Fig 12-37).
Fig. 12-35 Desmontagem escada.
Fonte: 1°Ten Jorge Augusto
Fig. 12-36 Finalizando desmontagem.
Fonte: 1°Ten Jorge Augusto
Fig. 12-37 Uso da escada como apoio.
Fonte: 1°Ten Jorge Augusto
Fig. 12-39 Uso da escada como apoio.
Fonte: 1°Ten Jorge Augusto
16. MANUAL DE COMBATE A INCÊNDIO CBPR
12-16
b) Ponto de apoio ou ancoragem para salvamento vertical: Podem ser
utilizados para ancorar cabos e fitas de salvamento, nas mais variadas
posições (Fig 12-40).
c) Escoras: Podem ser utilizadas como escoras de paredes, muros,
tapumes, sustentação de telhados e vigas,
d) Transposição de vãos: Podem ser utilizadas como suporte fixo entre
dois vãos por onde as equipes podem criar uma rota de acesso ou rota de
saída de ambientes hostis.
e) Guias para macas em salvamentos: Podem ser utilizadas tanto para
criar um trilho com angulação adequada por onde se deslizem as macas em
operações de retirada de vítimas de valas, buracos e poços. Podem também
ser utilizadas como pontos angulares de guia para retirada de macas de locais
elevados e de difícil acesso, método da dobradiça (Fig 12-41).
f) Retirada de vítimas: Vítimas em edificações baixas e desprovidas de
acessos adequados podem ser retiradas diretamente com o auxílio das
escadas. Esta retirada, sempre que possível deve ser acompanhada pela
correta abordagem e imobilização necessária. Melhor abordagem é realizada
no manual de Resgate Vertical do Corpo de Bombeiros do Paraná elaborado
pelo 1°Ten. Eduardo Slomp Aguiar.
Fig. 12-40 Salvamento com escada.
Fonte: 1°Ten Jorge Augusto
Fig. 12-41 Salvamento com escada.
Fonte: 1°Ten Jorge Augusto
SUMÁRIO
Neste capítulo você poderá obter informações e características dos diferentes tipos
de escadas e seu emprego pelo Corpo de Bombeiros.
Você poderá obter ainda conhecimentos sobre:
- Generalidades e especificidades das escadas;
- Regras de segurança;
- Classificação de escadas;
- Aplicação e identificação dos diferentes tipos de escada;;
- Maneabilidade dos principais tipos de escadas utilizadas pelo Corpo de Bombeiros.
17. MANUAL DE COMBATE A INCÊNDIO CBPR
12-17
Exercícios de Fixação
1. Assinale a alternativa incorreta com relação ao emprego de escadas:
a. ( ) Escadas são materiais utilizados em atividades comuns.
b. ( ) Escadas para utilização em emergência devem ser específicas para
este fim.
c. ( ) Escadas são equipamentos ou materiais de segurança.
d. ( ) Escadas são exclusivamente para uso de emergência.
2. São partes constituintes das escadas exceto:
a. ( ) Topo.
b. ( ) Banzo.
c. ( ) Pés.
d. ( ) Catraca.
e. ( ) Degrau.
3. São regras de segurança exceto:
a. ( ) Utilizar em ângulo de 25°
.
b. ( ) Utilizar em ângulo de 75°
.
c. ( ) Utilizar dentro das resistências estipuladas pelo fabricante.
d. ( ) Utilizar após verificar a segurança do local.
4. As escadas mais utilizadas pelo Corpo de bombeiros do Paraná são:
a. ( ) Escada de assalto e escada dobrável.
b. ( ) Escada prolongável e singela.
c. ( ) Escada de corda e de de 2 ganchos e 2 banzos.
d. ( ) Escada telescópica de ataque e de 1 banzo e 1 gancho.
e. ( ) Escada estaiada e reboque.
5. A guarnição mínima para maneabilidade de escadas deve ser
constituída por:
a. ( ) 01 bombeiro.
b. ( ) 02 bombeiros.
c. ( ) 03 bombeiros.
d. ( ) 04 bombeiros.