O documento discute o futuro do jornal impresso na era digital. Apesar de previsões de que novas tecnologias irão substituir as antigas, a realidade mostra uma preferência pela adição de canais em vez da subtração. Embora os jornais impressos precisem se reinventar, eles não necessariamente irão desaparecer, podendo adotar modelos multiplataformas. O conteúdo e a marca continuarão sendo diferenciais, com os jornais focando em formação e análise para uma elite cultural.
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O papel do jornal impresso na era digital
1. Instituto Legislativo Brasileiro
Coordenação de Educação Superior
Pós-Graduação em Comunicação Legislativa
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Nome: Deraldo Rodrigues Goulart
Professor:José Paulo Nunes Cordeiro Tupynambá
O papel do jornal impresso na era digital
A cada nova tecnologia, renova-se o vaticínio dos incautos de
que a mídia antiga será suplantada pela nova. É assim desdeo início dos
tempos, pois sempre haverá um pessimista de plantão para sustentar a nova
realidade. Quem primeiro mostrou contrariedade com o novo foi o grande
pensador Platão. Quando a escrita apareceu na Grécia, Platão passounoites
em claro. Pensou, matutou e anunciou:"sou contra!". Tentou convencer a
todos deque a tecnologia da escrita iria prejudicar a capacidade que as
pessoas tinham de memorizar. A escrita faz parte do nosso cotidiano e nem
por isso a memória deixou de existir.
Podemos citar inúmeros exemplos de previsões catastróficas
que não se concretizaram. A fotografia não acaboucom a pintura. O cinema
não acaboucom a fotografia, nem a TV acabou com o cinema. E não há nada
que indique que a internet vai acabar com a TV. A realidade mostra uma
preferência pela adição, e não pela subtração. As pessoas querem mais canais
de expressão, e não menos. Agora o risco está na possibilidade de desaparição
do jornal impresso. A morte anunciada já tem data para acontecer. Mas será
mesmo isso possível?
A controvérsia alimenta o debate sobreo futuro da mídia
impressa. Não há muito sentido na briga entre jornais e internet, pois há
espaço para todos. É bem provável que os jornais não acabarão, mas terão que
se reinventar. Já se vislumbra a transição dos jornais impressos para um
modelo multiplataformas com a convivência entre os meios tradicionais e
digitais. Esse foi o caminho apontado por Mathias Döpfner, diretor-presidente
do Axel Springer, um dos maiores grupos de mídia da Europa, responsável por
marcas como Die Welt e Bild.
Durante o 9º Congresso Brasileiro de Jornais, Mathias disse
que "o centro de tudo continua sendo a produção de conteúdo e a marca".
Diante de uma plateia ávida por um direcionamento construiu uma metáfora
com a ajuda de um guardanapo de pano, que manuseou e guardou em um dos
bolsos. Comeste gesto o executivo resumiu como deve ser o jornal do futuro:
2. Instituto Legislativo Brasileiro
Coordenação de Educação Superior
Pós-Graduação em Comunicação Legislativa
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flexível, fácil de manusear e guardar, nem tão rígido ou pesado como um
tablet e disponível a milhões de leitores, mostrando que o meio é o menos
relevante e que o conteúdo seguirá como o grande diferencial.
O problema é os jornais continuarem se comportando como se
não houvesse internet. É público e notório que, junto aos jovens nascidos e
criados no mundo digital, o impresso ainda não encontrou seu novo lugar. A
internet inaugurou a era da “comunicação direta” muito presente nas redes
sociais. Com essa nova realidade o papel de intermediário exercido pelo
jornalista podeestar com os “dias contados”. Mas podeser que não. É
possívelque o papel do jornal impresso, no futuro, seja o de “formação e
análise”, com conteúdo destinado a uma elite cultural. No entanto, tudo não
passade pura especulação num meio em constante transformação e que se
reinventa a cada momento.