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APOSTILA DO CURSO DE EXPOSITORES
SANTO ANDRÉ
ABRIL DE 2006
CURSOS DE EXPOSITORES 2006
ALIANÇA ESPÍRITA EVANGÉLICA – REGIONAL ABC
INDICE
INTRODUÇÃO...................................................................................................................... 4
JANELA DE JOHARI ............................................................................................................ 5
LIDERANÇA ......................................................................................................................... 6
CONCEITO DE COMUNICAÇÃO......................................................................................... 6
OBJETIVOS DO EXPOSITOR ............................................................................................. 7
MOTIVAÇÃO E ENTUSIASMO ............................................................................................ 7
DISPOSIÇÃO MENTAL........................................................................................................ 8
NEUROLINGÜISTICA .......................................................................................................... 8
ATITUDES PRIMÁRIAS ....................................................................................................... 9
APARÊNCIA FÍSICA............................................................................................................. 9
PREPARAÇÃO E ELEVAÇÃO ESPIRITUAL SIMPLIFICADA............................................ 10
ENCERRAMENTO E VIBRAÇÕES SIMPLIFICADAS........................................................ 10
ALIANÇA ESPÍRITA EVANGÉLICA – CONCEITO............................................................. 10
HIDRATAÇÃO E SALIVAÇÃO............................................................................................ 11
VOZ .................................................................................................................................... 11
OLHAR ............................................................................................................................... 12
POSTURA E GESTICULAÇÃO .......................................................................................... 12
RITMO E ENTONAÇÃO ..................................................................................................... 13
AUTODOMÍNIO .................................................................................................................. 14
OBSTÁCULOS DECORRENTES DA LINGUAGEM........................................................... 14
OBSTÁCULOS DECORRENTES DE VÍCIOS DE LINGUAGEM ....................................... 14
OBSTÁCULOS DECORRENTES DA PERSONALIDADE.................................................. 15
TÉCNICAS DE NOVA POSTURA ...................................................................................... 15
ATITUDES QUE SE DEVE EVITAR................................................................................... 20
CACOETES ........................................................................................................................ 21
INIBIÇÃO............................................................................................................................ 21
RETENÇÃO DO CONHECIMENTO / PROCESSOS DE APRENDIZAGEM...................... 21
AMBIENTES DE LIDERANÇA............................................................................................ 22
O COMUNICADOR............................................................................................................. 22
FLEXIBILIDADE ................................................................................................................. 23
MEMÓRIA........................................................................................................................... 23
MOVIMENTAÇÃO .............................................................................................................. 23
PRESENÇA ELOQÜENTE ................................................................................................. 24
IMPROVISAÇÃO X PLANEJAMENTO............................................................................... 24
ESTRUTURA DA EXPOSIÇÃO.......................................................................................... 24
O MEDO ............................................................................................................................. 25
PRECONCEITO.................................................................................................................. 26
PRECE DOS APRENDIZES DO EVANGELHO ................................................................. 27
O BOM SERVIDOR ............................................................................................................ 27
COLA OU LEMBRETE ....................................................................................................... 27
COMPORTAMENTO DO EXPOSITOR.............................................................................. 28
PREPARAÇÃO DO TEMA.................................................................................................. 28
PROCRASTINAÇÃO E QUERER....................................................................................... 30
QUALIDADE NA APRESENTAÇÃO................................................................................... 30
PRONÚNCIA ...................................................................................................................... 30
QUALIDADES LITERÁRIAS............................................................................................... 31
RESPIRAÇÃO .................................................................................................................... 31
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CURSOS DE EXPOSITORES 2006
ALIANÇA ESPÍRITA EVANGÉLICA – REGIONAL ABC
AS DEZ DICAS DO PERFEITO ORADOR......................................................................... 31
QUADRO DE IDÉIAS ......................................................................................................... 33
SESSÃO DOUTRINÁRIA – CONCEITO............................................................................. 35
CURSO DE MÉDIUNS – CONCEITO................................................................................. 35
ESCOLA DE PAIS – CONCEITO ....................................................................................... 36
PRELEÇÃO EVANGÉLICA – TÉCNICAS .......................................................................... 36
PRELEÇÃO EVANGÉLICA – ASPECTOS ESPIRITUAIS E PSICOLÓGICOS.................. 37
PRELEÇÃO EVANGÉLICA - CONCEITO .......................................................................... 38
CURSO BÁSICO DE ESPIRITISMO – CONCEITO............................................................ 40
ESCOLA DE APRENDIZES DO EVANGELHO – CONCEITO........................................... 40
ESCLARECIMENTOS SOBRE O PLANO DA EAE............................................................ 41
ESCOLA DE APRENDIZES DO EVANGELHO – PLANO CONVITE................................. 42
TIPOS DE ALUNOS ........................................................................................................... 42
O PROGRAMA DA ESCOLA DE APRENDIZES................................................................ 44
OS NÉS, TÁS, HUNS, ÃÃS, ÁÁS....................................................................................... 44
ARTICULAÇÃO .................................................................................................................. 45
DEFEITOS DE LINGUAGEM ............................................................................................. 46
CONGRUÊNCIA................................................................................................................. 46
ORIENTAÇÕES GERAIS AO EXPOSITOR DE AULAS..................................................... 46
DINÂMICAS DE GRUPO.................................................................................................... 47
VIDA PLENA....................................................................................................................... 52
DECÁLOGO DO EXPOSITOR ( ALKINDAR DE OLIVEIRA )............................................. 54
DINÂMICAS LÚDICAS ....................................................................................................... 55
DINAMIZAÇÕES DE AULAS.............................................................................................. 55
MOCIDADE ESPÍRITA ....................................................................................................... 56
BIBLIOGRAFIA / CRÉDITOS: ............................................................................................ 59
PRIMEIRO ANO ....................................................................................................................... 62
TERCEIRO ANO....................................................................................................................... 84
CURSO BÁSICO DE ESPIRITISMO....................................................................................... 90
SESSÃO DOUTRINÁRIA........................................................................................................... 94
CURSO DE PASSES E MÉDIUNS..................................................................................... 96
MOCIDADE ESPÍRITA ....................................................................................................... 99
CICLO 1.............................................................................................................................. 99
CICLO 2............................................................................................................................ 106
FILMES PARA AULAS DA MOCIDADE ESPÍRITA.......................................................... 114
B I B L I O G R A F I A....................................................................................... 116
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CURSOS DE EXPOSITORES 2006
ALIANÇA ESPÍRITA EVANGÉLICA – REGIONAL ABC
INTRODUÇÃO
Com objetivo de facilitar o aprendizado e aperfeiçoamento dos irmãos discípulos em cristo dispomos
este material que nos foi passado quando fizemos o curso de multiplicadores na RGA2005. São
informações valiosas para todos nós que trabalhamos na divulgação da mensagem crística. Mudamos o
formato original das paginas, mas a essência é a mesma, todo trabalho de compilação e conteúdo
pertence aos nossos instrutores Carlos Parada e Rogério que trabalham na regional São Paulo e a eles
agradecemos pelo bom trabalho.
Este pequeno Manual tem a intenção de servir como guia. Os assuntos podem e devem ser
aprofundados, os estudos do mesmo contribuirá para o bom aproveitamento do curso.
O grande objetivo é fornecer os elementos conceituais mais importantes para que todos os cursos,
independente de suas necessidades Regionais, possam ter a mesma linguagem, e o expositor da
Aliança tenha sua orientação padronizada em todos os locais atingidos pela luz dos programas
orientados pela Espiritualidade.
Nesta segunda edição acrescentamos parte importante do material colhido da equipe que dirigiu o curso
de multiplicadores na RGA2006, e será sempre atualizado a cada curso, o nosso objetivo é sempre
oferecer o melhor a vocês irmãos que se colocam para o trabalho.
A maior caridade que se faz a doutrina é divulgá-la.
Muita paz a todos,
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CURSOS DE EXPOSITORES 2006
ALIANÇA ESPÍRITA EVANGÉLICA – REGIONAL ABC
JANELA DE JOHARI
Para cumprir o objetivo único da vida que é a evolução, o espírito se abriga em estruturas mutáveis e
que vai abandonando à medida que delas não mais necessita. Nesse estudo temos duas estruturas:
(Plano físico (elementos inferiores) – (1) Corpo físico, 2) Duplo etéreo.
Plano astral (elementos intermediários) – (1) Corpo astral, 2) Corpo mental.
Nestes dois planos (físico e astral) e em seus respectivos corpos (físico, etéreo, astral e mental) é que
reside o que chamamos de personalidade.
É na compreensão destas estruturas é que está a possibilidade de nossa mudança interior.
Físico: Exercícios, alimentação, relaxamento, respiração, asseio.
Etéreo: Extensão dos benefícios acima.
Astral: Erradicação de vícios, controle de paixões, contenção de defeitos.
Mental: Meditação, reflexões elevadas, fuga das inquietações.
A personalidade é o conjunto total de características que torna o indivíduo único, diferente dos demais.
Ela se revela através da conduta e o indivíduo toma conhecimento dela através das reações favoráveis
ou desfavoráveis daqueles que o cerca. Essas reações são observadas quanto: Aparência física,
intelectualidade, emoções, sociabilidade, valores.
Já que notamos ou tomamos conhecimento de nossa personalidade pelas reações (feedback) dos
outros, podemos lançar mãos de recursos que poderão nos auxiliar na identificação do que é melhor ou
mais adequado no relacionamento com o próximo e consigo mesmo.
Nas áreas da personalidade temos os quadrantes:
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Conhecido para MIM Não conhecido para MIM
I
Eu aberto
II
Eu cego
III
Eu secreto
IV
Eu desconhecido
Área I (Eu aberto) Conhecido por nós e pelos outros – Este comportamento varia muito conforme nossa
expectativa de certo ou errado em um ambiente já conhecido. São coisas óbvias como fala, habilidades,
atitudes gerais.
Área II (Eu cego) Conhecido pelos outros e não conhecido por nós – Manifestações nervosas, sob
tensão, agressividades, altos desafios, discordâncias. É nesta área que nos tornamos críticos com os
outros.
Área III (Eu secreto) Conhecemos e escondemos dos outros – Quando e onde nos sentimos
ameaçados e por incapacidade de comunicação satisfatória, usamos máscaras que nos ajudam a
representar papéis. Nesta área a pessoa é capaz de se abrir com estranhos e se fechar com aqueles
que ama.
Área IV (eu desconhecido) Nem nós, nem os outros conhecem – Traumas de infância, potencialidades
reprimidas, estado de defesa.
Análise da mudança de quadrantes:
Área I (eu aberto) é o melhor de todos os estilos. A pessoa sabe o que faz e por isso aceita o retorno
que é dado por aqueles que os cercam. O indivíduo se expõe mais, pois sabe seus limites e a medida
que esta área cresce ela invade outras, mas principalmente a área III.
CURSOS DE EXPOSITORES 2006
ALIANÇA ESPÍRITA EVANGÉLICA – REGIONAL ABC
Área II (eu cego) leva muito tempo para agirmos nesta área, pois desconhecemos o que aí se passa e
por não concordarmos com o retorno, dificultamos a auto-análise e por nossa contrariedade e irritação
os outros passam a sonegar informação o que dificulta mais o processo. Nesta situação surge o
autoritarismo, melindres e ressentimentos.
Área III (eu secreto / fachada) É o que mais existe nos dias de hoje e faz com que o indivíduo use
máscaras para cumprir bem seus papéis sociais. Com a expansão desta área o indivíduo perde muito
tempo e energias, pois fica cada vez mais difícil defende-la.
Área IV (eu desconhecido) Potencial inexplorado, criatividade reprimida, não assume riscos, observa
superficialmente os acontecimentos. É a situação mais perigosa, pois não sabemos onde estamos
pisando e nos tornamos capazes de extremos.
CONCLUSÃO: Quando estamos preparando um tema para qualquer tipo de apresentação onde
estaremos expondo a alguém, devemos perceber qual área de nossa janela foi iluminada e utilizarmos o
tema para nossa análise em primeiro lugar.
LIDERANÇA
“O Discípulo de Jesus é aquele que deixou de ser conduzido para conduzir”, isto é liderança.
Líder no movimento espírita, além dos atributos normais de um condutor comum, deverá reunir outras
características, pois sua ação está estreitamente ligada à evangelização do próximo e a continuidade da
Doutrina. As características necessárias são:
 Comprometimento – “Tatuar a pele”.
 Envolvimento – Ele faz com as pessoas.
 Entrosamento – Ele conhece o que faz.
 Responsabilidade – Sabendo que a tarefa é sua, cria condições e faz.
 Aferição – Checa o resultado de seu trabalho.
 Entusiasmo – Gosta do que faz.
 Firmeza – Contorna os obstáculos.
Todos estes valores servem e valem para o expositor espírita, se faltar algum deles deixa de cumprir
com a tarefa integralmente.
CONCEITO DE COMUNICAÇÃO
Comunicação vem do Latim (comunicare) que significa tornar comum, partilhar, trocar opiniões,
conferenciar.
É elemento fundamental no relacionamento, na socialização e na convivência em grupos de qualquer
espécie.
Os elementos do processo comunicativo são:
Emissor: É a fonte da comunicação, indivíduo que toma a iniciativa, que envia a mensagem.
Mensagem: Conteúdo da comunicação pode ser falado, escrito, desenhado, etc., dependendo do canal
de comunicação.
Receptor: Aquele que recebe a mensagem e a interpreta.
Canal de comunicação: Meio pela qual a mensagem é transmitida (escrita ou falada).
Ruídos: Interferências no processo de comunicação (em qualquer elemento do processo), exemplos:
– No emissor: Gagueira, atitude imprópria, desconhecimento, etc.
– Na mensagem: Falta de dados, de clareza, de objetividade, etc.
– No receptor: Surdez falta de atenção, leitura deficiente, etc.
– No canal: barulhos, defeitos em aparelhos, erros gráficos, etc.
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CURSOS DE EXPOSITORES 2006
ALIANÇA ESPÍRITA EVANGÉLICA – REGIONAL ABC
OBJETIVOS DO EXPOSITOR
Esclarecer: Revelando o Evangelho pela Doutrina Espírita
Conscientizar: Da moral Cristã pelos exemplos de Jesus
Consolar: Transmitindo ânimo, fé, esperança, otimismo e entusiasmo.
Focar a reforma íntima do aluno (em caso de aulas de EAE)
“Mil conceitos teóricos de nada valem se não forem aplicados corretamente. Ensinar é aprender duas
vezes” (Vera Perez).
“O que vos digo aos ouvidos, proclamai-o sobre os telhados” (Jesus).
O expositor é um trabalhador diferente. É um discípulo de Jesus como os demais trabalhadores, é um
divulgador da Doutrina como os demais, porém seu trabalho é equiparado ao de Pedro, João e Tiago
quando por ocasião da eleição dos Diáconos, sua visão deve ser a de Paulo que compreendeu desde
cedo que a iluminação da mente faz adeptos comprometidos com a mensagem renovadora e não
somente o consolo ou a esperança.
Ele realiza o “efeito multiplicador” propagando a Doutrina no que ela tem de melhor.
MOTIVAÇÃO E ENTUSIASMO
Não entraremos aqui em aspectos psicológicos do estar e do ser motivado, mas apenas lembrar que
somos seres constantemente influenciáveis pelas ações do meio.
Assim temos tendências a variarmos nossas disposições, mentais e físicas, dependendo do que nos
ocorre no dia-a-dia. Muitas vezes, em nome da razão deixamos de acreditar na possibilidade de algo
dar certo e perdemos a ação de concretizar este algo.
Isso é que o expositor tem que ter em mente constantemente. A tarefa deve ser gratificante e
estimulante, encararmos cada aula, cada preleção, como oportunidades valiosas de estudo,
aprendizado e crescimento. O fardo não deve ser pesado, ao contrário, o fardo é leve porque a
recompensa é muito maior, a sensação do dever cumprido, o olhar penetrante do aluno, o sorriso nos
lábios, a reflexão profunda em torno da vida, tudo isso é a recompensa que deve nos mover à frente,
conscientes que o trabalho é pelo Cristo e não por nós.
A motivação segundo Taylor (1910) baseia-se na obediência aos métodos e nas penas e recompensas.
A máxima é: Quanto vou ganhar com isto se fizer deste jeito?
Maslow (1943) expõe que o homem só buscará satisfazer suas necessidades quando a anterior estiver
satisfeita, como uma pirâmide de valores.
Em 1970 formulou-se a teoria do X, Y, Z onde X seriam pessoas acomodadas que só se mexem
quando punidas, coagidas ou obrigadas. O Y seriam pessoas inquietas que aceitam desafios e Z seriam
as pessoas a favor da cooperação, dão ênfase ao trabalho em equipe, para elas o sucesso vem da
direção em comum e não do trabalho em todas as direções. São dinâmicas, solidárias, pedem ajuda e
dividem responsabilidades. Este estudo serve para esclarecer o expositor quanto aos tipos de
motivação existentes e que com certeza ele encontrará nos alunos. O seu texto deverá ter a qualidade
que satisfaça pelo menos o tipo de motivação dominante.
Ser motivado é ter otimismo aliado a comportamento entusiástico.
Ser otimista é acreditar que tudo vai dar certo. Lembremo-nos dos conceitos de vida plena, onde todas
as experiências são amigas, e agir entusiasticamente é transformar, agir, transmutar em realidade.
Quais são as conseqüências de se agir entusiasticamente?
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CURSOS DE EXPOSITORES 2006
ALIANÇA ESPÍRITA EVANGÉLICA – REGIONAL ABC
Primeiro: estimula e contagia positivamente o grupo para um objetivo, levanta o moral, eleva a vibração.
Segundo: Favorece o crescimento e a mudança, pois com um clima de maior intensidade emocional o
sujeito se dispõe a mudar, a cortar laços cristalizados, a “não se recalcitrar contra os aguilhões” como
recebeu a instrução Paulo de Tarso. Terceiro: Com este estado de disposição potencializado o indivíduo
se abre à busca de novas experiências e oportunidades.
Sugestões para se agir entusiasticamente:
 Passar das palavras à ação. (Emmanuel: A palavra esclarece, mas o exemplo arrasta).
 Para de se lamentar. (Evitar dizer: Não sei..., é impossível..., mas...).
 Administrar o tempo.
 Concentrar-se no agora.
 Aprender com as experiências passadas.
 Distinguir o essencial do não essencial.
 Planejar, estabelecendo prioridades.
 Desenvolver a autodisciplina.
 Vencer o medo.
 Tentar, começar, caminhar.
 Tomar iniciativas.
 Errar: De vez em quando acertar.
 Aprender com os insucessos.
 Avaliar causas e conseqüências.
 Cultivar boa saúde física e mental.
 Ter visão criativa.
 Sair da rotina.
 Ser flexível e tolerante.
DISPOSIÇÃO MENTAL
O expositor deve ter em si que a tarefa é agradável, gratificante.
Alimentar amor por ela e estar sempre motivado a exerce-la, independentemente das dificuldades do
dia-a-dia. No início existirá uma dificuldade natural que diminuirá com o treino, isso se dará em forma de
receio, de dúvida (Será que estou à altura da tarefa? Será que tenho bagagem literária para isso? Como
o público vai reagir à apresentação? E se alguém perguntar algo que não sei? Etc.).
Deve-se começar a conversar muito com amigos de jornada, permitindo-se acrescer pontos de vista
diversos e enriquecer os conhecimentos.
A disposição mental baseia-se em construir no nosso íntimo a necessidade de falar, mas não apenas da
boca para fora, e sim transmitir o que se vivencia, em toda a plenitude das experiências, com todos os
sentimentos que nos são gerados.
Devemos aproveitar todas as oportunidades que nos são colocadas às mãos. Quanto maior a prática,
maior será o aprendizado e conseqüentemente os fatores que permitirão segurança e harmonia nas
apresentações.
NEUROLINGÜISTICA
Os canais de comunicação dos seres são:
– Visual: Percepção do mundo pelo que se vê.
– Auditivo: Percepção do mundo pelo que se ouve.
– Sinestésico: Percepção do mundo pelo que se sente
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CURSOS DE EXPOSITORES 2006
ALIANÇA ESPÍRITA EVANGÉLICA – REGIONAL ABC
Em todo o nível de comunicação os três canais se fazem presentes. A aula deve estar preparada para
ser “ouvida’”, vista “e” sentida”, pois só assim a comunicação se estabelecerá plenamente.
Independentemente deste aspecto específico temos a realidade de que em média só retemos 20% do
que ouvimos, 30% do que vemos e 50% do que sentimos.
Para que se efetue a boa comunicação é necessária a sintonia (rapport), algo em comum que alimente
e sustente esta relação (no caso da EAE é o programa). Em nosso caso o rapport se estabelecerá com
o domínio que temos do programa e dos objetivos de cada aula.
Um exemplo perfeito do rapport é o da dança de casal, pois quando se dança bem não se sabe quem
está conduzindo ou quem é conduzido, as ações são comandadas em conjunto, pois os dois se
movimentam ao sabor do mesmo ritmo e harmonia.
Espelhamento (fisiologia empática): Devemos ser simpáticos e aceitos pela turma, e para isto alguns
aspectos são importantes: Aparência, identificação, postura, gestos e voz.
Motivação: Os atos humanos de cunho elevado e moral são motivados para que se evite a dor e se
busque o prazer. Nossa comunicação deve ocorrer no sentido de auxiliar os alunos a buscarem o
prazer e não só fugir da dor.
ATITUDES PRIMÁRIAS
 Amor ao próximo (Ama a teu próximo como a ti mesmo).
 Ter tato pedagógico (Domínio da classe, não deixar que o raciocínio encubra o discernimento. Levar
amor).
 Fidelidade à mensagem Cristã.
 Paciência e compreensão (Observação, força de vontade, autoridade moral, bom senso e
sensibilidade).
 Simpatia (Conter a tirania dos nervos).
 Aparência pessoal (Simplicidade, limpeza, não usar enfeites exagerados que desviem atenção, não
se vestir como estar indo a um clube ou baile de gala).
 Reserva e dignidade (Compreender os defeitos ou más tendências – vícios, desvios de
comportamento, atitudes inadequadas, etc.).
 Imparcialidade (Não tomar defesa de questões exteriores e polêmicas, partidos políticos, esportes,
etc.).
 Sinceridade (Criar ambiente positivo. Todos percebem que podem ser sinceros e espontâneos, sem
melindres).
 Conhecimento (É o primeiro passo que leva ao desabrochar de virtudes).
 Promover disciplina (Dar exemplo, impor limitações com carinho, obedecer a horários – Sala cheia e
silenciosa não significa aprendizado).
 Capacidade de despertar a atenção e o interesse (Atenção é o interesse em ação).
APARÊNCIA FÍSICA
É necessário que o expositor adeque-se à sua tarefa, inclusive no âmbito social, para que sua
aparência seja agradável aos olhos, evitando imagens negativas ou preconceituosas.
Por não se tratar de evento social, faz-se necessário tomar alguns cuidados para a apresentação
pessoal, tanto em preleções quanto em exposições de aulas. É sabido que na grande maioria das vezes
o expositor tem que se deslocar diretamente de seu local de trabalho físico para a tarefa espiritual, o
que pode gerar algumas distorções, que devem ser minimizadas se tomarmos alguns pequenos
cuidados.
É muito importante cuidarmos do hálito, principalmente quando permanecemos muitas horas sem
alimentação, quando temos problemas estomacais ou gengivais. Este fato é de simples solução, basta
criarmos o hábito de carregarmos conosco um tubo de pasta dental e escova para a devida
higienização um pouco antes da apresentação (pode ser no banheiro do Centro Espírita mesmo). Ainda
nesta questão podemos fazer um “lanchinho” rápido, no deslocamento para o Centro, com 9 de 120
CURSOS DE EXPOSITORES 2006
ALIANÇA ESPÍRITA EVANGÉLICA – REGIONAL ABC
algo simples como biscoitos, sucos naturais, barras de cereais, etc., isso não exclui a posterior
higienização.
A higiene corporal é mais difícil quando nos deslocamos diretamente das atividades materiais. Muitas
vezes trabalhamos em atividades que exigem desgaste corporal e conseqüentemente nos vemos
“sujos” ou “suados” além da conta. Um “mini-banho” na pia do banheiro do Centro, com aplicação de um
suave desodorante pode auxiliar neste caso. Uma boa troca de camisa também se faz necessário.
O contrário também vale. Podemos trabalhar em local que exige uma formalidade extrema de
vestimenta e nos deslocamos para a tarefa espiritual em local muito simples, humilde. O bom senso nos
indica que neste momento devemos ao menos tirar os excessos do formalismo (terno, gravata, salto
alto, ornamentos, lenços, maquilagem carregada, etc.) e apresentarmo-nos de forma mais natural.
Aparência agradável não combina com desleixo ou falsidade. Devemos ser nós mesmos, sempre. A
vestimenta deve ser coerente conosco. Exemplo: Não queiramos ir à uma aula de Mocidade Espírita de
bermudão, tênis colorido, camiseta do “Rapa” ou do “Ratos de Porão” se nosso estilo natural é outro, vai
soar (e será) falsidade, que será detectada no primeiro instante por toda a platéia.
Também não adianta nos vestirmos com a “roupa de missa” se sabemos que nosso dia-a-dia é outro,
ficaremos incomodados e preocupados com algo que não vai à essência da tarefa.
Basta cuidar da apresentação com crítica, nos pequenos detalhes (meias de cores diferentes, sapatos
trocados, roupas furadas, rasgadas ou manchadas, camisa desalinhada, meia calça com fio puxado,
etc.). E caso algo aconteça no caminho ou pouco antes da apresentação encare com bom humor, já
que a vida nos reserva surpresas inimagináveis.
Apenas um cuidado: Nunca se apresente de camiseta regata, chinelos ou bermudas, isso pode
aparentar desdém ao público e com certeza passa pela falta de respeito ao próximo.
PREPARAÇÃO E ELEVAÇÃO ESPIRITUAL SIMPLIFICADA
Normalmente utilizada em Preleções Evangélicas:
 Prece inicial de forma simples.
 Não envolver nomes de entidades espirituais.
 Citar apenas: Mentores individuais, Jesus e Deus.
 Não criar mal-entendidos, mistificações e confusões.
 Pai-Nosso.
ENCERRAMENTO E VIBRAÇÕES SIMPLIFICADAS
 Recolhimento.
 Vibrações por: Humanidade, todas as nações, pelos lares, pelos doentes, pelos irmãos cujos nomes
estão na caixinha de vibrações, pelos nossos lares, por nós mesmos.
 Agradecimento a Jesus e a Deus.
ALIANÇA ESPÍRITA EVANGÉLICA – CONCEITO
A Aliança é um ideal de vivência espírita consubstanciado em um programa de trabalho e fraternização.
Não é uma nova sociedade espírita nem representa divisão ou competição em relação a quaisquer
instituições ou sistemas, mas sim uma realização simples, honesta e positiva de fraternização integrada
para se efetivar o ideal de vivência evangélica na comunidade dos adeptos, com desprendimento e
humildade cristãos. Estas são as bases que assegurarão sua sobrevivência e crescimento.
Tem como finalidades tornar efetivo o ideal de vivência do Espiritismo Religioso na comunidade de seus
adeptos.
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CURSOS DE EXPOSITORES 2006
ALIANÇA ESPÍRITA EVANGÉLICA – REGIONAL ABC
Difundir pelos meios que julgar conveniente o Espiritismo Religioso, como revivescência, na atualidade,
do Cristianismo Primitivo, agremiando em torno dessa finalidade instituições espíritas que comunguem
os mesmos ideais.
Propugnar pela criação e funcionamentos nos Grupos Integrados, de Escolas de Aprendizes do
Evangelho, de Cursos de Médiuns e de Assistência Espiritual nos termos estabelecidos na década de
1940 pelo Plano Espiritual Superior, em caráter gratuito, aberto e livre de quaisquer restrições ou
discriminações, inclusive religiosas.
Estimular a aplicação dos programas de Mocidade Espírita e de Evangelização Infantil nos seus Grupos
Integrados.
As atividades da Aliança Espírita Evangélica desenvolvidas por seus Grupos Integrados são Caravanas
de Evangelização e Auxílio, Curso Básico de Espiritismo (Kardec e obras básicas), Obras Assistenciais,
Formação e Aperfeiçoamento de Expositores, Cursos para Evangelizadores da Infância, Reciclagens,
Multiplicação de Centros Espíritas e outros.
Visa formar trabalhadores espiritualizados, libertos da cegueira e do fanatismo científico ou religioso,
aptos a difundir em espírito e verdade, os esclarecimentos herdados e a orientação espiritual redentora
dos que habitam esse predestinado País.
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HIDRATAÇÃO E SALIVAÇÃO
Sabemos que dependendo da condição emocional, fatores climáticos e de saúde podemos ter efeito de
“boca seca”. Uma boa orientação com relação a este fato é a ingestão de líquido em quantidade
adequada antes de iniciar a exposição, permitindo a hidratação em nível suficiente para que o corpo
não necessite de mais líquido. Caso a exposição seja extensa é permitido utilizar a água em intervalos
ou ao fim da mesma.
Precisamos tomar cuidado com a quantidade ingerida, pois podemos ser surpreendidos com a
necessidade de excretar o líquido ainda no período da apresentação, o que gera uma situação de muito
desconforto e desconcentração.
Para protegermos o desempenho vocal devemos fazer uso da água apenas sem gelo, assim não
afetamos a mobilidade das cordas vocais.
O uso de balas é desaconselhável pois cria uma dependência psicológica e serve como muleta para
conter a ansiedade, a isso se acrescenta a rotulação que se faz (sujeito da água, sujeito da bala de
hortelã, etc.).
Os principiantes podem utilizar este recurso no início de suas atividades para estimulação das glândulas
salivares, mas apenas antes das apresentações. Com o tempo o metabolismo psíquico se encarrega de
estimular automaticamente as mesmas.
É claro que é melhor tomar um copo d’água ao invés de ficar tossindo continuamente, sem forças para
retomar o discurso.
Nestes casos não há nenhum “pecado” em fazer uso do líquido durante a apresentação, desde que
tomemos cuidado para não dispersarmos a atenção da classe ou assistência com relação ao que está
sendo dito.
VOZ
Intensidade (Volume)
 Empregar uma intensidade média, permitindo variações.
Utilizar o volume conforme as necessidades do recinto.
Tonalidade (Freqüência)
 Utilizar-se de tom médio para possibilitar variações.
 Utilizar o grave e agudo para demonstrar variações emocionais na narrativa.
 O timbre deve ser natural e independente da voz que tivermos. Não devemos criar forçamentos que
a alterem mais ainda, criando efeitos desastrosos.
CURSOS DE EXPOSITORES 2006
ALIANÇA ESPÍRITA EVANGÉLICA – REGIONAL ABC
Timbre (Qualidade da Voz)
 Falar com a boca.
 Não falar com:
o Nariz
o Peito
o Garganta
o Flor nos lábios (efeito Hebe Camargo)
Caso mais crítico é do expositor que fala com a boca mas não abre a mesma para tal.
Não começar a palestra com a voz em todo seu volume e timbre.
Não deixar a voz cair no fim de cada frase, nem a levantar em todo o fim de frase ou período.
Falar para frente.
Variar o tom e a intensidade da voz.
Não falar em jejum (provoca astenia cárdio-pulmonar), nem com o estômago cheio (contração do
diafragma).
Exercícios:
 Arredondar os lábios e dizer: ôô, abra-os num sorriso apertado e diga: êê.
 Lábios cerrados, como se a boca tivesse cheia de água, explodir os lábios dizendo: Bêê.
OLHAR
 O olhar deve ser natural e dirigido a todos os presentes, percorrendo com os olhos e com
movimentos da cabeça toda a platéia. O expositor deve sentir-se à vontade.
 Pode-se criar variações quando queira causar algum efeito ou incentivar participações. As
expressões das sobrancelhas auxiliam, e muito, na exposição do que se quer transmitir.
 O olhar deve ser firme, mas sem altivez, transmitindo segurança sem transformar o expositor em
antipático ou arrogante.
 Perceber as reações e adaptar o andamento da apresentação. Pessoas dispersas, cochilando ou
desatenciosas são sintomas claros que a apresentação não vai bem, devemos utilizar todo o
potencial do olhar para notar estes detalhes e ir adequando os recursos necessários (ritmo,
entonação, etc.).
 Não permanecer com os olhos fechados.
 Não fixar o olhar em determinada pessoa ou grupo, para que não haja nenhuma “pressão”
psicológica às pessoas. Especialmente nas preleções pode acontecer das pessoas pensarem que o
assunto está sendo dirigido somente a elas porque o plantão (entrevistadores) “passaram a
informação”. É necessário percorrer o olhar por toda a sala, com suavidade e carinho.
POSTURA E GESTICULAÇÃO
O expositor deve ter postura natural e espontânea, sem empregar gesticulação desnecessária, os
gestos devem ser moderados e coerentes com a dinâmica da exposição.
A indumentária deve ser apropriada e discreta, evitar adornos sonoros.
Não trazer objetos nas mãos, a não ser que façam parte de alguma dinâmica ou técnicas de incentivo e
de fixação de idéias.
Não beber água durante a exposição (salvo secura na garganta), ou abanar-se, neste caso enxugar
discretamente o suor com lenço. Estes gestos caracterizam descontrole e influenciam negativamente a
platéia.
Não se desculpar seja a que protesto for, pois os alunos torcem por uma boa aula e não desejam
justificativas que só tornarão claro o despreparo.
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Buscar sorrir naturalmente.
Lembrar que a timidez expressa vaidade.
Nunca se apoiar em cadeiras, mesas, etc.
Não dar tapas ou pancadas na mesa ou objetos.
Ser autêntico, natural, não imitar outros expositores.
Cuidado com ombros caídos.
Não manter a posição do tórax rígida.
Ao apresentar-se em pé, apoiar-se sobre as duas pernas, evitando fadiga muscular e movimentação de
apoio de pernas.
Palavras expressam idéias, gestos expressam sentimentos.
Não gesticular apenas com as mãos.
Não exagerar nos movimentos, variá-los.
A movimentação nunca deverá ser posterior à fala.
Não descansar as mãos nos bolsos.
Evitar gestos repetidos mecanicamente.
Não cruzar os braços, tampouco cruzar as mãos à frente ou às costas.
Usar a coerência entre o que se fala e o que se demonstra na fisionomia.
RITMO E ENTONAÇÃO
Variar a velocidade, que nunca deve ser superior a quatro sílabas por segundo.
Velocidades muito altas proporcionam falta de entendimento por parte dos ouvintes, agitação e quebra
vibracional. Os ritmos muito lentos causam apatia, sonolência e dispersão. Usar um ritmo natural de
conversa e variar a velocidade quando se quer expressar algo forte, conciso (mais rápido) ou algo mais
doce, mais amoroso (mais lento).
As pausas são necessárias para que a platéia tenha tempo de “digerir” as idéias, raciocinar rapidamente
sobre a seqüência dos assuntos e colocar em si. Pequenas pausas de 1, 2 segundos não são
perceptíveis, e até são agradáveis, tirando o ritmo “alucinante” da apresentação.
Uma boa forma de usar as pausas é fazer valer a pontuação. Articular as frases com todas as vírgulas,
pontos e parágrafos permite um entendimento pleno da idéia a ser transmitida.
A pontuação mal aplicada pode distorcer o sentido de uma frase e colocar a perder todo o esforço de
entendimento do assunto.
As palavras e as idéias devem ser expressivas, citemos como exemplo:
 Amigo José engana-se na análise dos fatos em São Paulo.
 Amigo José engana-se na análise dos fatos em São Paulo?
 Amigo, José engana-se na análise dos fatos em São Paulo.
 Amigo, José engana-se na análise dos fatos em São Paulo?
 Amigo José: Engana-se na análise dos fatos, em São Paulo.
 Amigo José: Engana-se na análise dos fatos em São Paulo?
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 Amigo José engana-se na análise dos fatos, em São Paulo.
E assim por diante...
AUTODOMÍNIO
É necessária a prévia preparação psicológica, concretizando internamente que a tarefa é importante
para si e para o próximo.
Acalmar-se, relaxar-se e entregar-se naturalmente ao compromisso é norte para um bom desempenho.
A segurança psicológica passa pela adequada preparação do tema, através de estudo dedicado e
ensaio. A prece e vivência natural do que se prega são fatores primordiais para que a vida de preletor
ou expositor seja agradável, consistente no que se diz e afirma.
É muito importante que saibamos que pequenos “picos” de tensão são comuns e nestes casos
devemos utilizar recursos fáceis de serem aplicados.
A prece é básica para atingirmos a harmonização interior e estreitarmos os canais inspirativos.
Exercícios respiratórios também são valiosos, a prática da respiração diafragmática (com a barriga) de
forma lenta, pausada ajuda a diminuir a tensão nervosa e fluxo sangüíneo na região do gástrico,
equilibrando o emocional.
Devemos conhecer da melhor maneira possível o assunto em pauta, e sempre nos abastecermos com
material em excesso. A falta de conhecimento ou subsídios gera insegurança perceptível a nós e ao
público, bem como a tendência ao superficialismo ou personalismo da mensagem.
Uma boa preparação do tema proporciona confiança em si, capacidade de responder a perguntas e
liberdade para a abordagem de assuntos correlatos.
OBSTÁCULOS DECORRENTES DA LINGUAGEM
Fatos e opiniões: É muito comum apresentarmos um pelo outro sem clara distinção. O mesmo acontece
com as inferências (induções, conseqüências) e observações. Quando, numa exposição, afirmamos
que “Pedro é gastador”, devemos deixar claro que é gastador por que o vimos gastando (fato,
observação), porque alguém nos disse (opinião), ou, ainda, porque concluímos após uma breve análise
da sua vida econômica (inferência).
Obstáculos verbais: Compreendem aqueles decorrentes da utilização da gíria, palavras de duplo
sentido, clichês (chavões), erros gramaticais e repetição de palavras, causando falta de clareza. Em
todos os casos a idéia central fica obliterada.
Eu: Devemos empregar sempre a primeira pessoa do plural ao nos dirigirmos ao público. Dizendo “eu
fiz”, ou “vocês devem”, “vocês precisam”, o expositor se distancia dos presentes. A linguagem
inadequada ao entendimento da maioria dos ouvintes também proporciona este distanciamento,
tornando a mensagem inalcançável.
OBSTÁCULOS DECORRENTES DE VÍCIOS DE LINGUAGEM
Os vícios de linguagem são verdadeiros obstáculos ao bom entendimento da mensagem transmitida
pelo expositor, pois, ora lançam nas idéias sentidos dúbios, ora tornam-se completamente ininteligíveis.
Outras vezes conferem às palavras sons exóticos dificultando a atenção do ouvinte.
Vejamos a seguir os principais vícios de linguagem:
Barbarismo: Emprego de palavras ou construções estranhas à língua. Ex: “Gentlemen”, “feedback”,
“link”, “deletar”.
Sole cismo: Erro sintático de colocação, concordância ou regência. Ex: “Vou na cidade”, “vi ele
passando”.
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Ambigüidade: Oferece sentido duplo ou duvidoso. Ex: “Cama para casal de ferro”, “o que tem nas mãos
um homem no campo a cava-lo”.
Obscuridade: Falta de clareza na exposição. Ocorre em virtude da prolixidade.
Cacofonia: Junção de palavras formando outra de sentido torpe, ridículo, ou apenas desagradável. Ex:
“Uma mão de ferro”, “por cada ponto passa uma reta”.
Hiato: Concorrência de vozes acentuadas. Ex: “Vou à aula”.
Eco: Repetição desagradável de fonemas no final das palavras. Ex: “No momento do casamento”.
Parequema: Colocar ao lado de uma sílaba, outra com o mesmo som. Ex: “Sempre presente”, “corpo
poroso”.
Preciosismo: Emprego intencional de palavras ou expressões raras, artificiais, ou extravagantes. Ex:
“Fí-lo pelo Brasil”, “fí-lo por minha família”, “praticar-se-á tal esporte”, etc.
OBSTÁCULOS DECORRENTES DA PERSONALIDADE
Auto-Suficiência: O indivíduo auto-suficiente julga saber tudo sobre o assunto e dessa forma, incorre em
erro grave: Toma o particular pelo geral. Expressão de orgulho, sente-se mais importante que a própria
aula. Trata-se de personalismo puro.
Tendência à complicação: Observada em alguns expositores que adoram tornar as coisas mais difíceis,
amantes de controvérsias.
Superficialismo: Tendência de se dar maior importância aos palpites, hipóteses, gráficos, notícias de
jornais do que aos fatos em si.
Recomendação: Tratar os semelhantes com nobreza e respeito, exercitando a humildade.
TÉCNICAS DE NOVA POSTURA
No dia 25 de Setembro de 1988 no CEAE Genebra, em São Paulo, realizou-se o Encontro de
Expositores de Escolas de Aprendizes da Aliança, com a participação de 50 companheiros de 18
Grupos Integrados. Após mais de uma hora de troca de idéias, de forma livre, entre todos os presentes,
o companheiro Jacques André Conchón, Diretor Geral da Aliança fez proveitosas colocações que
podem resumir-se na seguinte postura: O potencial de crescimento, numa Escola de Aprendizes, está
no grupo, do qual o expositor faz parte.
Jacques Conchón começou historiando a evolução da “pregação” espírita, a partir da época dos
grandes oradores que assomavam a tribuna para emocionar as massas, na década de 50. Tais
oradores, de grande valor na época utilizavam um esquema exortativo em sua palestra e colocavam-se
como “indicadores do caminho”.
Por volta de 1960, o orador transforma-se em “expositor”. A doutrina é muito clara só precisa ser
exposta. Exposição que deve ser coerente, de maneira a motivar o ouvinte a iniciar um processo de
modificação de si mesmo. Contudo, esse esquema era ainda “autoritário”: O Expositor ficava alguns
degraus acima dos ouvintes, não se igualava a eles para aprender junto.
Confessando que ele mesmo mudou, e continua mudando sua postura com relação ao outro, Jacques
ilustrou essa sua mudança dizendo, que há 15 anos, quando a Aliança começava, ele dava muito valor
às técnicas de exposição. “Utilizávamos recursos audiovisuais até bastante sofisticados para a época,
para jogar sobre a classe uma quantidade de informações”.
Quando encerrávamos a aula, o ambiente estava frio, a classe havia apenas assistido e não
participado. Estávamos distantes do aluno, só havíamos transmitido informações e não vivências.”.
Hoje temos muito claro que o expositor (aliás, este nome deve ser mudado, porque traz conotação
autoritária) deve motivar a participação plena do grupo, não importa o tamanho da classe.
Há tendência de dar-se ao luxo de dormir em classe caso considere que o expositor não está se saindo
bem. Tal tendência tem de ser modificada, com a participação do expositor e do Dirigente da turma.
“Precisamos mudar a tendência de pôr o expositor num lugar e nenhuma responsabilidade dar-se à
turma”. Na Escola de.
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Aprendizes as aulas não são acadêmicas. A Escola traz, para todos, uma proposta de crescimento,
renovação de sentimentos e expansão do coração. O expositor deve ficar junto com os alunos,
Colocando o tema da aula para discussão em grupo, para afloramento de vivências pessoais de cada
turma. Não é o expositor, isoladamente, que deve preparar-se; é a turma que deve esforçar-se por
elevar-se, tendo o expositor como um de seus membros. ”“
Nesta altura, Jaques fala do “curso de expositores da aliança que deve ser reformulado”. É um curso
que prepara “autoridades em exposição e não companheiros que se misturam na classe, para crescer
junto com ela”. “No curso, dizíamos que a exposição tem começo, meio e fim e que no encerramento
poderíamos até decorar um fecho”. Isto esta superado; o fecho quem deve dar (se quiser) é a turma
como um todo. A aula não precisa ser conclusiva, ela deve ser motivadora. Cada aluno deve sentir-se
participante, importante. Precisamos reverter a tendência de dar muito valor ao expositor com relação
ao grupo. O expositor caminha e aprende com o grupo, é um igual em busca de crescimento.
“Temos ouvido muita gente falar que estão faltando líderes no espiritismo”, disse Jacques. “Os líderes
carismáticos são do passado, e tiveram seu extraordinário valor. Hoje, todos são líderes. O aluno é um
líder, principalmente se motivado adequadamente pelo dirigente e pelo expositor. É um líder liberto de
imposições, em busca de seus próprios caminhos de crescimento. Como expositores, no mesmo nível
da classe, temos de estimular esse crescimento sem dependências”.
Anteriormente, a postura do orador clássico iniciava com a disposição das cadeiras como a escola
acadêmica ou enfileirada e o orador expondo a matéria. O orador envolvia a platéia, era informativo aos
mais preparados, como se fosse o indicador do caminho; aos demais em tom de mero discurso, com
uma exposição quase que acadêmica, onde não havia nenhuma participação, as pessoas
acompanhavam apenas com o seu sentimento e olhar, mas não falavam, eram simplesmente ouvintes.
Não havia o relato de vivências e sentimentos, enfim a técnica de um orador.
Ao findar a palestra alguns ouvintes indagados do que se tratou relatavam: ‘Exatamente sobre o que ele
falou... Não entendi muito bem, mas como o Sr. Fulano de tal fala bonito! Benza Deus!”“.
Os seminários e palestras têm essa técnica expositiva, como a do grande orador Divaldo Pereira
Franco, médium inspirado. Ele expõe o tema, não há participação, ele conduz a exposição da matéria,
para que as pessoas entendam.
Como já foi relatado, em Setembro de 1988, no encontro Geral dos Expositores da Aliança; em
consenso adotou-se como regra a nova postura de exposição de aulas.
A Aliança torna as escolas de Aprendizes do Evangelho um curso que não é totalmente informativo,
doutrinário; mas visa acima de tudo uma proposta de crescimento interior, renovação de sentimentos,
com os instrumentos que o programa da escola oferece, uma proposta de trabalho de preparar o aluno
de conduzido para condutor de suas ações, como Cristão, a ter uma participação mais consciente na
sociedade.
Neste contexto, o expositor tem participação e responsabilidade muito grande, pois, devemos levar o
aluno a refletir e conscientizar-se, pois metade ou mais do tempo da aula do curso é do expositor.
O expositor tem de ter dinamismo, entusiasmo e conduzir a aula de forma participativa envolvendo os
alunos, conduzindo-os a reflexão, exposição de seus sentimentos e vivência durante as aulas.
Para tanto, a própria disposição física mudou. Formam-se círculos e aplica-se também da dinâmica de
grupo, onde o expositor passa a ser mais um participante, nesse processo interativo.
Ainda observamos expositores com aulas totalmente expositivas; falar dia, mês e ano que nasceu,
exigindo conhecimento do aluno, dando poucas oportunidades dos alunos refletirem e participarem.
Falar muito é cômodo e acomoda o aluno que só ouve e não participa; desta forma o aluno caminha o
curso inteiro sem muita responsabilidade, só recebe a informação.
Há os expositores inflamados, com muito conteúdo na aula, mas pecam por não dar abertura para a
participação de alunos.
Há, ainda, os que abrem tímida participação, não sabe se é abertura para os alunos participarem ou
reflexão rápida para continuar o assunto. Muitas vezes o aluno ainda está ordenando as idéias, ou fica
na indecisão de falar, e o expositor já sente falta de participação e continua o assunto.
Qual pergunta é boa? Exemplo ruim: Que vocês acham da reencarnação ou do racismo?
A chamada nova postura, é nova entre “aspas”, é técnica antiga. Há anos atrás houve alterações, as
mudanças e o aperfeiçoamento de técnicas foi chamado de “nova postura”, mas é bem antiga.
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Abrindo a participação a aula deslancha melhor. Não se exigindo conhecimento prévio maior e sim
através de opiniões ou vivências.
Quando perguntamos o que vocês acham, pensam ou sentem não há resposta certa.
Aula interessante é a que abre oportunidade para o aluno expor sua experiência e seu sentimento.
Há casos de turmas onde a participação é bastante restrita, conclui-se:
– Dirigente fala muito, conclama tudo.
– Dirigente que deixa tudo por iniciativa dos alunos.
– Alunos acanhados, diante da presença estranha do expositor.
– Alunos que não são estimulados à leitura da apostila.
Como a quantia de aulas da Escola de Aprendizes somadas às do Curso Básico são em maior número,
é mais voltado a elas o Curso de Expositores, mas também estão os alunos preparados para exporem
no Curso de Médiuns, Mocidade Espírita, Preleção Evangélica, Sessão Doutrinária e Escola de Pais.
Estamos sendo habilitados a trabalhar as mais diversas técnicas para a atividade escolhida.
Divaldo Pereira Franco é maravilhoso em qualquer técnica; é incomum, ponto fora da curva, não
pretendemos equipara-nos a ele, além do que seu conhecimento é fantástico. O grande expositor é
raro; cremos que o tempo deles passou, não aparecem mais. Hoje há expositores normais, trabalho de
formiguinha de cada um de nós, levedarmos a massa na EAE fazendo o todo crescer. Difícil um grande
expositor fazer o trabalho de uma só vez. Temos vários tipos de exposição: Desde a não participação
da oratória, até o outro extremo da Vida Plena com participação total do aluno. Qual a melhor? Depende
de uma série de fatores, além do expositor há o tema, tem matéria que exige exposição.
Temos oportunidades de ver várias técnicas de exposição. A chamada técnica de oratória é bastante
expositiva. Grandes oradores a utilizam. O orador fala a quem ouve, a platéia acompanha com seu
sentimento e olhar, sem participar, não fala.
Divaldo é um grande expositor que usa esta técnica; expõe o tema sem participação, perguntas, nem os
cinco minutos, simplesmente expõe a matéria; conduz o tema para as pessoas entenderem, mas não
existe a participação do ouvinte.
Utilizamos esta técnica nas preleções no Centro. Expomos a matéria sem dar abertura a perguntas.
Conduzimos o assunto para tocar o sentimento, colocar princípios de lógica e raciocínio na pessoa; mas
sem participação. O assistido não pergunta, não opina, nem diz o que sente a respeito; só acompanha o
exposto.
Esta é a técnica que no Curso de Expositores aprendemos, fazemos exercícios, ficamos em pé,
treinamos, isso porque esta é uma técnica ainda hoje utilizada. Às vezes há necessidade de fazermos a
exposição em pé como no caso específico da preleção. A preleção deve ser expositiva.
Curso de Médiuns: É expositivo por ter carga de informações que precisam ser passadas e, muitas
vezes, não aberta a discussões, há tempo no fim para perguntas. No Curso de Médiuns há uma grande
carga informativa, com pequena participação dos alunos e estilo diferente de participação dos mesmos;
não deve ocorrer a seguinte situação - “O que vocês sentem a respeito deste assunto?”.
Mocidade Espírita: São aulas mais descontraídas, com dinâmicas para o jovem poder interagir da forma
como que age e pensa.
Exemplo: Aula sobre Eurípides Barsanulfo: “Quando ele nasceu? Q que ele fez? Quais são os livros que
escreveu? Qual o nome da escola que ele fundou? – Vamos lá pessoal... participem”.
Esta seria uma técnica errada. A matéria em si não permite participação que exija conhecimento prévio,
tem que ser expositiva. O mérito do expositor está em saber os pontos chaves e importantes que o
aluno precisa receber a informação, entra no mérito a sensibilidade do expositor.
”Batuíra nasceu em... que fez, escreveu e qual escola fundou?” – Evidentemente a resposta a estas
perguntas será o silêncio, a turma não participa, pois o tema não permite, exige conhecimento prévio.
Aulas assim são expositivas. O tema é ponto importante. Tem matéria que permite participação, mesmo
assim há pontos chave, importantíssimos que precisamos informar para o aluno tirar conclusões,
analisar e comparar seu comportamento e forma de pensar, ele precisa primeiro de informações. Está ai
a habilidade do expositor em captar os pontos chave que alunos não podem deixar de saber.
A participação não se pode exigir conhecimento, podemos aquecer o assunto dizendo o que você acha,
sente; chegaríamos ao ápice buscando fazer que os alunos coloquem seu sentimento, expondo
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vivências em relação ao assunto.
Passar as informações que acalmem a ansiedade das pessoas.
Em temas como da reencarnação: não existe forma de discutir a reencarnação como princípio moral, é
um fato e ponto, devemos discutir não os fatos, mas sim as conseqüências.
Em 30 minutos da aula, na parte expositiva, levamos informações que somam ao conhecimento das
pessoas, para resolver dúvidas de suas questões, explicar como algo ocorre. Ao lermos um livro,
absorvemos informações; como trabalhar tais informações? É algo pessoal, de cada um. Para refletir
um aspecto, precisamos de muita informação. Ler o Livro dos Espíritos é importante, ele tem grande
quantidade de informações e, em aula, temos de passar informações e a posterior buscar os aspectos
morais para refletir, pensar, assim o aluno cresce efetivamente.
Na EAE sobre vários aspectos morais, abre-se a participação. Em aula histórica há tópicos morais a
serem destacados. Assim temos que estudar com antecedência tais tópicos para podermos destacá-los,
em aula que parece ser muito informativa. Exemplo: “A Criação” aparentemente não há tópico moral,
porém analisemos: - O comportamento cotidiano – submissão do homem a Deus – As leis que regem a
criação. Nestes aspectos morais abrimos a participação.
A EAE é no fundo reflexão de aspectos morais, a história só ilustra, serve para destacar o aspecto
moral que está contido. Os elementos morais que trazemos a tona, são o objeto da analise de como a
gente age e sente ante eles.
Expomos o conceito e abrimos o campo a vivência, ai depende da turma. Mas informações
fundamentais e pontos básicos foram passados. Se a aula não progredir em conversa, um básico, um
mínimo foi passado. Assim as aulas têm sua parte expositiva, onde faremos a introdução, a abertura do
assunto, e após abrimos a participação.
Depende também do andamento da EAE, seu nível, 1º ou 2º ano, no início a EAE precisa ser mais
expositiva, à medida que caminha diminuímos a exposição da aula. Colocamos os pontos básicos e
abrimos a participação. As aulas iniciais da Apostila são mais expositivas. A partir do Redentor,
buscamos o fundo moral, o aluno passa a colocar suas vivências e sentimentos.
Existe uma técnica em que há pequena participação dos ouvintes: digamos uma Técnica Semi-
Expositiva usada por expositores em aulas da EAE e Curso de Médiuns, onde há uma carga informativa
que tem de ser transmitida e um pequeno tempo para o ouvinte participar da aula. O tempo maior é do
expositor que estudou o tema, faz longa exposição e no fim dá um tempo para esclarecer dúvidas; ao
colocar suas dúvidas e opiniões os alunos têm uma pequena participação.
No caminho da participação do aluno, podemos utilizar técnicas de Dinâmica de Grupo, onde há muita
participação e passamos a matéria aos alunos. Conduzimos a aula de forma a existir uma participação
mais intensa; o expositor começa a ficar em segundo plano ou no mesmo plano dos alunos. Nesta
técnica existe grande participação do aluno.
Caminhamos para uma técnica, não de dinâmica, mas onde permitimos a participação mais intensa do
aluno; começamos a colocar o tema e conforme vamos abrindo o assunto, permitimos ao ouvinte
colocar o que pensa, sente, suas experiências, como age ante os fatos. A aula no início é expositiva,
quando introduzimos o assunto, depois abrimos a participação da turma. Esta é a aula participativa.
Aula participativa na EAE, não se consegue sem abertura para o aluno expor suas experiências, o que
sente e pensa. Toda aula tem de ter abertura, mas há pontos básicos fundamentais da matéria que
devemos passar, não podemos deixar de passar, ou permeamos no meio da matéria ou falamos tudo
de uma vez no início, escolhemos a forma.
Importante é como abrir a participação. Hoje, aula não conduzida para a participação está fadada ao
fracasso. Todo expositor deve saber conduzir uma aula participativa. Há os que caem no erro do caso
de “Batuíra” (data do nascimento). O problema, no caso, não é o aluno, mas o expositor ao exigir
conhecimento do aluno.
Sempre que exigirmos conhecimento do aluno, seremos mau expositor ao usar a técnica de forma
errada. Exemplo de uma boa pergunta: “O que vocês acham ou pensam sobre... reencarnação...
racismo?”.
Exemplo com a aula da EAE de nº. 50 “Preconceitos”:
– Qual a opinião sobre preconceito. Que acham? Já sentiram preconceito sobre uma religião?
Preconceito: Prática de idéia imposta ou pré-concebida, sem análise, sem parar para pensar com
profundidade, recebemos e praticamos. Ex: Na família que possui preconceito racial, religioso e de
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comportamento sexual, recebemos algo pré-concebido, dogmático e não pensávamos; ao começarmos
a pensar, percebemos onde temos preconceito?
Preconceito é feio? Não, ele deve ser encarado como descoberta, pois, o preconceituoso ainda não
descobriu que o é, desta forma nega.
Fato hipotético: A mãe do meu marido é Judia, como Judia, ao me conhecer só falava comigo através
do meu marido: “Você arrumou uma Turca?”. Não sou Síria, mas possuo traços Árabes, enfrentei isso,
não é coisa ruim, eu respeito. Temos de encarar, às vezes o preconceito não é descoberto, a pessoa
não tem a extensão do ato nocivo.
Preconceito homossexual: O homem é condicionado a ter atitude de macho. Aparece alguém com jeito
feminino, acaba marginalizado do grupo. É diferente teorizar de como encararíamos o problema
conosco. Preconceito se adquire sem saber o que é certo ou errado. O contato pessoal às vezes
derruba o preconceito que temos a respeito.
Que sentimos sobre o preconceito? Que atitude tive sobre preconceito? Quando eu senti realmente
preconceito? Falar de homossexualismo, prostituição é fácil, mas se é alguém da nossa casa, como
encararíamos? Analisar coisas de fora é fácil, mas ver se temos ou não preconceito, aceita ou não, se
aceito não tenho preconceito; se rejeito, tenho vergonha, escondo ou quero que mude, tenho
preconceito; analisemos em nós se temos ou não o preconceito.
Na EAE parece que ninguém tem preconceito. Não paramos para pensar e analisar. Conforme cada um
cai em si, aparecem preconceitos e onde somos preconceituosos no controle daquilo.
Ciclo natural: pensamos e agimos, o ato é o final. Ao expor nosso ato, de certa forma buscamos o
sentimento por trás, o que iniciou; é importante saber como sentimos e agimos ante o preconceito. São
os 2 pontos importantes; há a parte intermediária: O pensamento, mesclado por muitas coisas, pelo
próprio sentimento, ha. uma série de controles; o superconsciente interfere no que devemos ou não
fazer, a zona da moral controla, enfim o preconceito é mesclado. A opinião é algo no meio do caminho,
temos de ir ao nível do comportamento como a achamos e sentimos.
Na pergunta que acham, sentem, pensam, não há resposta certa, fazer com que as pessoas participem,
tal pergunta é mediana, é claro que estamos dentro de normas que regem a EAE, quanto ao respeito da
opinião das pessoas, que é não julgar opiniões, e faz parte também como regra pedir as pessoas que
falem de si e não dos outros, dizer que meu vizinho é preconceituoso, o expositor deverá trazer de volta
o assunto, o aluno venha refletir a falar de si.
Semelhante é perguntar: Quem leu a aula? Devemos sim, é durante a aula incentivar o aluno à leitura,
sugerindo e não cobrando, pois cria antipatia do aluno para com o expositor.
Podemos exigir conhecimentos universais tipo: “O nome de Allan Kardec de quem era mesmo”? O Livro
dos Espíritos foi lançado em... Como nasceu a Doutrina Espírita?
Devemos induzir ou procurar formas dos alunos dizerem sua opinião, não o que é ou como deveria ser,
a teoria a respeito da coisa, cada um colocando a sua opinião do que acha, pensa a respeito.
Ao abrir à participação a aula fica melhor, deslancha mais ao não se exigir conhecimento e sim opiniões
ou vivências. O ápice da aula da EAE é quando o expositor tem a oportunidade de colocar sua
experiência e sentimento a respeito do assunto, então ele passa a ser um participante da turma.
O ponto máximo de participação ocorre ao atingimos a “Vida Plena”. Trazemos o assunto, fazemos
ligeira abordagem e abrimos para todos colocarem sua forma de agir, pensar e sentir ante o tema;
então existe não teoria sobre o assunto, mas sim vivências, experiências, sentimentos, pensamentos, a
forma que cada qual age ante o tema.
A aula de Vida Plena é uma aula que conta com a vivência, experiência: Qual é a minha atitude ante de
um determinado assunto.
Na aula participativa, falsa é a idéia de não precisar preparar muito, pois o aluno participa. Se houver tal
enfoque vamos é matar tempo. Precisamos estudar a tema, saber a carga informativa que deve ser
passada, os princípios morais a refletir, sintetizar a informação e conduzir a abertura nos aspectos
morais planejados. É muito mais difícil a aula participativa bem dada que se imagina. “É abrir o assunto,
as pessoas falam, a turma conduz a aula”, não é assim Ninguém espera um expositor perfeito, temos
falhas e defeitos.
Para começar a dar bem uma aula observemos sempre as técnicas, procurando melhorar, mas só há
uma forma de nos tornarmos um bom expositor: expondo.
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O Pai espera co-participação do jeito que somos, mas devemos nos preparar. Procurar dar a aula da
melhor forma possível, não matar o tempo dos outros. Saber que nossa aula não está preparada é
crime gravado na consciência.
Recomendações úteis:
– Conhecer o ambiente ou local de aula onde irá proferir, conhecer a turma, o estilo de “participação
de acordo com a aula do dia em exposição”.
– Saber do Dirigente: Quantos alunos têm a turma, os alunos participam ou não das aulas, etc.
– Visitar outras turmas, outras casas integradas, ouvir aulas de outros expositores.
– As aulas devem ser preparadas com bastante conteúdo; buscar entusiasmo, alegria, vibração, criar
a empatia da turma, todos tem a ganhar, evidentemente o maior beneficiado é o aluno.
– As técnicas de comunicação evoluíram. Podemos utilizar projetor de slides, transparências, vídeos e
outros recursos.
– Qual a melhor técnica a ser adotada? Depende do estilo e da matéria da aula.
– Jamais passar a idéia de: Julgar, opinar, polemizar ou interceder.
– Falar sempre dos seus sentimentos e não dos outros, nunca podemos filosofar.
– Lembrar que analisar preconceito é um fato, mas aceitar é outra coisa.
– Devemos passar sempre as informações básicas para podermos acalmar a ansiedade dos alunos;
depois poderemos abrir a aula à participação e buscar o retorno da turma.
– Após 2 a 3 anos em trabalho de exposição as aulas adquirem uma melhor consistência.
– O bom expositor nunca está satisfeito com suas aulas, assim, busca sempre reestruturá-las,
agregando novos conceitos.
– Procurar sempre buscar após a aula a avaliação do dirigente (aguardar até que o dirigente e o
próprio expositor tenham terminado de atender aos alunos).
– Expositor que não coloca dinamismo e entusiasmo em suas aulas está no trabalho errado.
– A forma de captar material para nossas aulas é através da leitura, do saber ouvir e da pesquisa.
– Exemplo de uma pergunta ruim (que afasta os alunos do expositor): “Quem leu a aula?”. Existem
formas muito melhores de induzirmos os alunos à leitura sem sermos antipáticos.
– Em quanto tempo dou a aula? Tal tempo está fixado no “Vivência do Espiritismo Religioso”:
– Aulas do Curso Básico do Espiritismo – 1:00 hora.
– Aulas da Escola de Aprendizes do Evangelho – 0:45 minutos.
– Porém o expositor deve sempre possuir material de reserva, “no bolso do colete”, para poder cobrir
15 minutos de tempo extra de aula.
Não vou poder dar esta aula, posso “devolver” a aula que peguei?
O termo “devolver a aula pega” não existe no dicionário do expositor. Um dos lemas do expositor é:
“AULA PEGA É AULA DADA”, costumamos brincar dizendo:
“O fato de um possível desencarne do expositor, não justifica sua ausência na aula. Ele deverá estar
presente para poder intuir quem quer que ministre a aula em seu lugar”.
Que horas chegar para a aula? Em uma cidade complexa como São Paulo, o expositor deve sempre se
programar para poder chegar com no mínimo 30 minutos de antecedência.
Quem é o chefe? Para quem damos aula? Nenhuma apatia entre o expositor e pessoas da turma ou
casa espírita deve interferir no trabalho do dirigente. Nós expositores não ministramos aula para
dirigentes, assistentes, secretários ou mesmo alunos. Nós expositores ministramos aulas por sermos
Discípulos de Jesus. Desta forma, nós expositores, ministramos nossas aulas pelo Amor do Mestre.
ATITUDES QUE SE DEVE EVITAR
1. Falar baixo demais ou aos gritos.
2. Ler a aula.
3. Permanecer sentado ou em pé sempre no mesmo lugar.
4. Desordem em classe (conversas paralelas, agitação, etc.), isso significa que algo precisa ser
modificado (método, motivação, atividades, ritmo, etc.).
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5. Pessoas falando ao mesmo tempo (dar atenção por ordem, ao levantar dos braços). Caso haja esta
situação reduzir o volume da voz ou mesmo parar a exposição até que a classe perceba que o
comportamento está inadequado.
6. Mau humor e cara feia.
7. Interrogatório inadequado e mal dirigido. Exemplos: “Gostaram da aula? Resposta: Não”, ou,
“Estudaram a aula? Resposta: Não”.
8. Não exemplificar o que transmite (faça o que eu falo mas não faça o que eu faço).
CACOETES
Os cacoetes desfocam a atenção dos ouvintes, que passam a perceber e prestar atenção na atitude e
não na mensagem.
Alguns cacoetes são bastante típicos (“jogar” o cabelo para o lado, “coçar” a barba, puxar a calça para
cima, tirar e colocar os óculos, coçar a cabeça, estalar as juntas dos dedos, “puxar” o dente, etc.).
Todos estes comportamentos são hábitos inconscientes e afloram na esfera da exposição como
recursos de busca de afirmação ou de ganho de tempo.
São quatro os estágios da percepção e eliminação dos cacoetes:
 Não consciência: Quando é um ato involuntário, automático.
 Consciência: Quando percebemos ou somos alertados de tal comportamento.
 Tentativa de acerto: Que é o esforço para vigiar as atitudes e corrigir na medida do possível as
tendências para tais reações.
Eliminação: Que é conquistada com bastante esforço e após passar pelos estágios acima.
INIBIÇÃO
A inibição atua em dois campos, primeiro no pensamento, retraindo a espontaneidade e
automaticamente na ação, bloqueando as atitudes.
Por se tratar de um recolhimento psicológico, a prática e a auto-exposição são elementos para vencer
este obstáculo.
Devemos exercitar a conversação, buscando conversar um pouco mais com as pessoas da própria
residência, assim exercitamos a conversação e passamos a falar com mais naturalidade. Soltando
nossas “amarras” passamos a deixar fluir o vocabulário que estudamos através de leituras em voz alta
para nós mesmos (faz parte do processo de auto-exposição).
Nas conversações devemos nos vigiar para empregarmos frases bem coordenadas, sem gírias, termos
grosseiros ou de dupla interpretação.
Caso a inibição seja muito intensa a busca por profissional é o caminho mais adequado, normalmente o
exercício de exposição praticado durante o Curso de Expositores tem o poder de eliminar grande parte
das barreiras da inibição, quando corretamente aplicados.
RETENÇÃO DO CONHECIMENTO / PROCESSOS DE APRENDIZAGEM
Estudos da Socondy-Vaccum Oil Co. Studies: Temos algumas características quanto aos fatores de
retenção das informações que nos chegam através dos modos sensoriais.
Em estudos de 3 horas e de 3 dias temos os seguintes quadros percentuais resultantes:
Tudo aquilo que recebemos via auditiva (exposição oral) após 3 horas apresentamos 70% de retenção,
enquanto que após 3 dias esta retenção de informações cai para apenas 10%.
Quando a informação nos chega sob forma visual, após 3 horas temos 71% de retenção, enquanto que
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após 3 dias esta retenção estaciona na casa dos 20% apenas, mas é o dobro da informação oral.
Aliando-se os recursos das vias auditivas e visuais, após 3 horas a retenção sobe para 85% enquanto
que após 3 dias cai apenas 20 pontos, estacionando na casa dos 65%.
Ainda neste estudo temos os resultados da retenção mnemônica (técnica de desenvolver e fortalecer a
memória mediante processos artificiais auxiliares). No uso dos recursos mnemônicos, a gravação das
informações na memória é:
Paladar 1%, tato 1,5%, olfato 3,5%, audição 11% e visão 83%.
Quanto aos processos de aprendizado imediato tirou-se a seguinte conclusão:
Aprende-se 10% do que se lê.
Aprende-se 20% do que se escuta.
Aprende-se 30% do que se vê.
Aprende-se 50% do que se vê e escuta.
Aprende-se 70% do que ouve dizer e logo discute.
Aprende-se 90% do que ouve dizer e logo realiza.
Com os dados acima podemos notar a importância de recursos auxiliares dinâmicos e trocas vivenciais
nas aulas.
AMBIENTES DE LIDERANÇA
Em sala de aula, o dirigente reflete seu “estilo” de liderança. Conhece-se o dirigente pela turma e em
contrapartida, a possível reação da turma pela postura do dirigente.
Temos os seguintes ambientes:
Autoritário: Onde predomina o verbo no modo imperativo. Exprime ordem, proibição, pedido. Exemplo:
“Volte logo”. “Não fiquem aqui”.
Democrático: Predomina o verbo no modo indicativo. Exprime um fato certo, positivo. Exemplo: “Vou
hoje”. “Vocês tem grande responsabilidade fazendo caravanas”.
Bonzinho: Predomina o verbo no modo subjuntivo. Enuncia um fato possível, duvidoso, de maneira
vaga, imprecisa. Exemplo: “É possível que”. “Se você trabalhasse”. “Sugerimos que faça o Evangelho”.
O COMUNICADOR
O comunicador é o divulgador dos seus postulados, mas devemos lembrar que na tarefa Evangélica
estes estão além da nossa percepção de mundo e da vida, são postulados Cristãos norteados pelo
Evangelho de Jesus.
Com o decorrer das décadas houve uma progressão nas técnicas e conceitos de exposição (ainda que
hoje algumas sejam necessárias de ser praticadas em segmentos específicos), principalmente no que
tange à atividade espírita.
Na década de 1950 tínhamos predominantemente a figura do orador, o poeta da exposição, que
emocionava as massas.
Em meados da década 60 a linhagem do orador migrou para a de palestrador, que fazia a fusão entre o
professor (exposições tipo aula clássica) e o orador. As informações ainda chegavam de forma meio
autoritária “ao público (era utilizado o palco a separar o público do palestrante)”.
Nos anos 80 os expositores receberam bastante informação acadêmica mas sofriam de pouca
experiência no campo vivencial, que os tornavam técnicos de aulas na sua maioria.
Chegam os anos 90 e com eles a valorização do ser como elemento de um processo contínuo de
aprendizado, da horizontalização das diferenças e a necessidade do crescimento conjunto. Com isso o
expositor passa a ser simplesmente um facilitador, participante de um processo de aprendizado
coletivo, orientador de diretrizes e focado na liberdade de expressão, valorizando os sentimentos e
experiências. Esta é a tarefa do expositor moderno.
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FLEXIBILIDADE
Ao expositor espírita é necessário e imprescindível ser flexível em sua vida interior. Abrir-se ao mundo
sem defesas, não subir ao pedestal da vaidade e praticar a máxima Cristã: “Amar ao próximo como a ti
mesmo”. O respeito pela individualidade do ser e dos diferentes estágios culturais, espirituais e
intelectuais é obrigatório para quem deve muito mais exemplificar do que teorizar.
O primeiro ponto deste processo de flexibilização é reconhecer-se em formação, que a única diferença
entre si e os alunos ou assistidos é que tenha estudado um pouco mais, iniciado seu processo de
despertamento um pouco antes, mas que ainda está (e estará por um bom número de encarnações)
buscando sua melhora, depurando seus sentimentos e pensamentos, crescendo em um compromisso
pessoal e coletivo, onde aqueles que ali estão consigo são companheiros de jornada.
Respeitando a individualidade deve admitir a diversidade, as diferentes formas de encarar a vida e as
situações, as pessoas são unas em sua persona. Experienciam e introjetam as realidades de formas
diferentes, buscam seus ideais por caminhos diversos, não são nem melhores nem piores uns dos
outros, somos espíritos em busca de luz, no caminho do Celeste Criador.
Abertos ao próximo e à sua forma de agir e pensar abrimos a exposição para o incentivo das trocas
vivenciais, que enriquece o conteúdo da exposição com fragmentos vivos das experiências evolutivas
de cada um, como numa grande terapia terrena, onde somos todos pacientes e o Cristo o grande
Terapeuta das sessões guiando-nos pelo Evangelho Redentor.
MEMÓRIA
Regra áurea: “NUNCA CONFIAR NA MEMÓRIA”
Não confiar na memória não quer dizer decorar textos ou exposições completas. A bagagem literária e
doutrinária deve estar consistente em nós pela prática constante de estudo, leitura e participação em
palestras, reciclagens, etc.
O que devemos memorizar é a idéia central da apresentação, a linha mestra que permitirá o
desenvolvimento do tema de forma natural e espontânea, já que nos preocupamos em abastecermo-
nos de informações necessárias para o livre desenrolar da atividade.
O que podemos memorizar também é um resumo da palestra, ou em outras palavras, o quadro de
idéias, para que não fujamos à linha central de raciocínio lógico.
Quando dizemos “memorizar” é colocar as questões no coração, sempre pensando na platéia e suas
necessidades espirituais.
MOVIMENTAÇÃO
Os movimentos têm o poder de aumentar a concentração dos ouvintes, já que “força-os” a prestar
atenção no interlocutor.
Ao olhar os ouvintes encare-os de frente, sem medo (sem altivez), movimentando a cabeça de forma
não linear, usando a flexibilização do pescoço, ombros e tronco.
Quanto a movimentação em classe é importante não dar as costas para os participantes, ou seja, não
criar movimentos circulares pela classe.
Precisamos ter cuidado para que os movimentos não criem monotonia, deve-se quebrar a uniformidade.
A movimentação deve ser triangular e variada, cuidando para que todos possam enxergar-nos e vice-
versa.
Cuidado com o efeito “tigre na jaula” que é a movimentação lateral constante e nervosa.
Os modernos conceitos de postura e movimentação recomendam que tiremos “os pregos dos pés”, ou
seja, dentro de uma adequação consciente utilizemos a movimentação como fator de emoção
superando antigos conceitos de que o preletor deve ficar “estancado” ao solo de forma estática, como
se houvesse uma barreira invisível entre as partes.
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PRESENÇA ELOQÜENTE
Alguns fatores são básicos para que a presença do preletor ou expositor seja agradável e eloqüente,
fluindo com naturalidade e em clima de abertura.
 Riqueza de conteúdo doutrinário através de estudo metódico, permanente, compromissado.
 Clareza quando se simplifica o conteúdo e utiliza-se a pronúncia correta das palavras.
 Objetividade no tema, exercitando a capacidade de síntese de assuntos periféricos e controlando o
tempo disponível, isso se consegue com ensaio constante.
 Criatividade: Que é a capacidade de tornar a preleção interessante e original, fugindo aos padrões
formais e trazendo o tema para a situação atual de vida da sociedade, cuidando para não
personalizar as idéias em conceitos cristalizados da própria vida ou introjetar situações não
vivenciadas.
 Versatilidade com enfoques e argumentações diferentes e atuais. Ter a “cabeça aberta” para pensar
além do mundo do autor da literatura estudada, sem fugir à sua linha de raciocínio.
 Ser verdadeiro no que diz e faz, Jesus já nos orientava: “Seja seu dizer sim, sim; não, não”.
IMPROVISAÇÃO X PLANEJAMENTO
É importante a conscientização do planejamento de uma apresentação. Com a experiência tem-se uma
tendência a “relaxar” na preparação, confiando nas suas habilidades e conteúdo doutrinário. Mas isso
não deve ser uma constante, é claro que podem ocorrer problemas que nos impeçam de preparar uma
apresentação convenientemente, mas estes casos devem ser realmente uma exceção.
O improviso (falta de estudo e/ou preparação do tema) traz como conseqüência insegurança na
exposição e pode gerar enganos nas afirmativas doutrinárias. Sem lastro, o conteúdo torna-se pobre,
repetitivo e rotineiro, gerando no público ouvinte imagens mentais negativas. Trata-se de um
desrespeito ao público, pois deixamos de oferecer o que a Doutrina tem de melhor para ofertarmos
apenas uma pequena parcela que está viva em nosso consciente, ou o que é pior, que faz parte de
nossa estreita visão.
Improvisar não atinge plenamente objetivos de assimilação da essência do conteúdo.
Quando partimos para o planejamento de uma apresentação, de imediato recebemos a sustentação da
espiritualidade, mesmo semanas antes da apresentação. Planejar faz parte da busca intensa pela
reforma íntima e o adequado comportamento moral e ético na Doutrina. Aí sim, com a essência
devidamente exposta, sem distorções doutrinárias, podemos transferir no campo mental e na vida os
exemplos que comentamos nas prédicas.
Lembremo-nos: improvisar pode render 10 frutos de uma semeadura, mas com planejamento
colheremos 1000 frutos da mesma.
ESTRUTURA DA EXPOSIÇÃO
INÍCIO (15% do tempo da exposição)
 Abertura, preparação. Onde se inclui a saudação e as explicações sobre a natureza do trabalho, do
tema e assim por diante. Capta a atenção e resume o que se vai dizer.
 Deve ser sem formalidades e sem desculpas.
 Deve despertar curiosidade no auditório.
 Pode-se contar uma história, fazer uma pergunta ou relatar um fato recente.
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 Não ser dogmático.
EXPOSIÇÃO (75% do tempo da exposição)
 É o meio, abordagem do assunto em foco. É o desenvolvimento do tema propriamente dito, relata-
se os pontos principais com ordenação lógica e sustentação do tema.
 Usar palavras claras e conhecidas.
 Falar à altura do nível intelectual do público.
 Evitar termos técnicos desconhecidos.
 Usar e abusar dos recursos audiovisuais.
 Usar a gesticulação que reflitam os sentimentos.
 Cria-se o cenário para uma argumentação que convence e comove.
 É o lugar onde cabem as manipulações.
CONCLUSÃO OU EPÍLOGO (10% do tempo da exposição)
 É o fim, o encerramento. Onde a idéia central é realçada para ser fixada. Deve ser simples, objetiva,
dinâmica e útil. Recapitula e deve ser uma afirmação memorável.
 Poderá ser decorado, é um resumo enfático do que foi dito.
Maneiras de encerrar uma palestra:
 Apelar para que a tese seja aceita
 Fazer um resumo dos pontos mais importantes
 Agradecer os presentes
 Construir clímax e concluir com palavra de vibração forte e positiva
 Deve ser rápido e decisivo
 Terminar sempre como o auditório deseja
EXEMPLO DE ESTRUTURA DE AULA
Aula de 60 minutos do Curso Básico de Espiritismo:
 15% - Introdução (9 minutos).
 75% - Apresentação (45 minutos).
 10% - Conclusão (6 minutos).
Aula de 45 minutos de Escola de Aprendizes do Evangelho:
 15% - Introdução (7 minutos).
 75% - Apresentação (34 minutos).
 10% - Conclusão (4 minutos).
O MEDO
O famoso “frio na barriga” causado por tensão do novo ou do desconhecido é reflexo de atividade
psicológica no âmbito dos sentimentos. A autocobrança, o orgulho que poderá ferir-se caso nos
contrariem, a vaidade despedaçada caso notem que não somos perfeitos, tudo isso pode levar a duas
condições naturais do ser, que podem ser denominadas:
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Traço fóbico, condição normal de pressão, não impeditiva à tarefa, trabalhado pelo exercício, confiança,
segurança, reforma íntima, exposição constante, leitura, etc., ou,
Fobia social, condição extrema de pressão, impeditiva, necessita de tratamento psicoterápico, geradora
de Topofobia (medo de palco) potencializada por um quadro severo de ansiedade e em casos mais
profundos de ataques localizados de pânico.
O medo tem sua base no âmbito mental, da ansiedade do não conhecer experiências novas, das
autocríticas depreciativas e da fértil imaginação (normalmente negativa), que gera uma
pseudoconcepção negativa da situação proporcionando o medo.
Suas conseqüências mais conhecidas são: A famosa “tremedeira” e os “brancos”, que reforçam esta
autoconcepção negativa e fazem que não consigamos raciocinar ou encontrar soluções para a situação.
É o que dizemos quando a pessoa “trava”, não raciocina mais, passa a ter alterações cardio-
respiratórias e necessita imediatamente de socorro, inclusive espiritual.
É necessário reprogramar-se face à tendência do medo, conscientizando-se de que em primeiro lugar
estamos trabalhando para e com o Cristo. Em segundo lugar devemos reconhecer que não somos os
únicos a sofrer de medo, e que com a experiência o mesmo estará gradualmente sendo reduzido.
A platéia está ali para ver nosso sucesso e não nossa falha e que devemos concentrarmo-nos no que
estamos dizendo e não como estamos dizendo. Quando damos muito valor à técnica fechamos a
ligação espiritual e passamos a atuar apenas no campo da razão.
Se conhecermos bem o assunto, ensaiarmos insistentemente, respiramos de forma adequada
(diafragmaticamente) e orarmos com harmonia poderemos controlar a emoção pelo intelecto sem
prejuízo das ondas intuitivas. Tudo isso mais o vocabulário aumentado pela leitura, estudo e as
experiências vivenciadas geram segurança, que proporcionam desenvoltura, seqüência lógica e bem-
estar físico e emocional, reforçando e potencializando a disposição de cumprir a tarefa com amor e
dedicação.
malmente um bom preparo intelectual e espiritual é suficiente para não extrapolarmos os limites do
traço fóbico.
PRECONCEITO
Cada um de nós tem uma vida e uma realidade mental, experiencial. Não podemos dizer que exista
uma realidade única e absoluta para todas as pessoas. As reações diante dos fatos acontecem
segundo a percepção de realidade de cada um, e essa percepção é para o indivíduo a própria
realidade. A realidade é o mundo particular das percepções de cada ser individualizado embora dentro
de uma ótica social a realidade consiste de percepções que são comuns a vários indivíduos.
A conduta do indivíduo é uma reação ao campo das experiências como este é aprendido, mas há duas
maneiras de viver-se as experiências.
Conceito: De forma consciente, livre, não alterada pela necessidade ou pelo desejo de se defender, ou
seja, estaremos vivendo a situação bem próxima de sua realidade, livre de idéias ou atitudes
defensivas, partindo de um fato vivenciado, fortaleceremos a nossa parte interior de conceitos e valores.
Preconceito: As experiências não vividas, que poderíamos denominar pseudo-experiências ou
introjeções, geram preconceitos. Estas têm origem em um comportamento nitidamente defensivo, as
generalizações. A título de nos defendermos, rotulamos as pessoas ou fatos, pois negamo-nos a
discutir em um todo as coisas boas que cada um, individualmente, tem a dar.
As introjeções tem origem, via de regra, nos campos da educação formal, educação escolar, educação
no lar, herança social, convivência, propaganda, literatura, opiniões, interpretações, formalidades, etc.
Outro tipo de preconceito, muito mais pessoal e ao qual somos resistentes e defensivos são os
preconceitos que criamos conosco mesmos. Não podemos mais nos acomodar dizendo que não
conseguimos modificar esse ou aquele aspecto da nossa conduta, visto que sempre haverá condições
de transformar seus preconceitos em conceitos.
numa manifestação precipitada a partir de nossa sempre insuficiente escala de valores. Assim é sempre
uma avaliação mutável e parcial, pois bloqueamos o nosso autoconhecimento através dos mecanismos
de defesas. Vale a pena analisar também as críticas de outros a nosso respeito, pois nos vêem em
outro ângulo e contribuem muito para nosso autoconhecimento.
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A ciência e a religião, abarrotadas de dogmas e preconceitos tem somente realizado separação em vez
de união, guerra em vez de paz, descrença em vez de fé. O espírito se perturba concentrando na esfera
das coisas físicas todas as suas preocupações. O que se faz mister é compreender a necessidade da
tarefa de espiritualização, trabalhando o edifício sublime do progresso comum. Operemos na difusão da
verdade, quebrando a cadeia férrea dos formalismos impostos pelas pseudo-autoridades da cátedra ou
do altar, amando a vida terrena com intensidade e devotamento.
Não julgar é não criar preconceitos, Jesus exemplificou em toda sua vida pública sobre esse assunto,
vencendo os preconceitos sociais, de costumes, intelectuais, morais, regionais, sexuais, raciais, etc.
Nunca cometeu falta de respeito de rotular, via em cada um seu irmão, filho do mesmo Pai, colocando
os interesses coletivos acima dos interesses pessoais.
Devemos receber cada um dos alunos como verdadeiros companheiros de jornada e de crescimento,
visto que a reforma íntima é eterna.
O preconceito na aula gera ineficiência e descrédito nos objetivos precípuos da Doutrina.
NÃO HÁ ESPAÇO PARA PRECONCEITOS NA VIDA DO EXPOSITOR.
Vivenciar é exemplificar o que se fala.
PRECE DOS APRENDIZES DO EVANGELHO
Ao início das aulas das Escolas de Aprendizes do Evangelho temos após a elevação espiritual e Pai
Nosso, o entoar da Prece dos Aprendizes.
É muito comum termos, em razão da orientação dos dirigentes de turmas, maneiras diferentes ou
erradas de entoar a canção original.
Recomendamos consulta ao livro ‘Vivência do Espiritismo Religioso “sobre o assunto (inclusive os
conceitos de prece cantada) e observar a forma mais próxima da correta de entoar a prece como no
CD” Pai Celeste “- faixa 16 (Prece dos Aprendizes – forma tradicional)”.
Mas o mais desagradável é uma turma entoando corretamente a Prece enquanto o expositor, que
teoricamente vem ali para orientar a classe no tema daquele dia, entoar de forma errada ou com “esses”
a mais.
Os pontos mais delicados da Prece são as frases referentes a Deus, onde se substitui o “TEU” por
“SEU”, também temos o ponto “DÁ-NOS” ao invés do tradicional “DAÍ-NOS” que se profere. Mas o mais
grave é o termo “FORÇA” substituído quase que automaticamente por “FORÇAS”.
As frases corretas são:
ingir”.
“DÁ-NOS Pai, a luz que aclara”.
“DÁ-NOS FORÇA para sermos”.
“Os arautos do TEU amor”.
O BOM SERVIDOR
Algumas turmas de Escola de Aprendizes costumam entoar ao término das aulas, à partir do segundo
ano, o lema do Bom Servidor, constante no livro “Vivência do Espiritismo Religioso” à página 106.
Por fim, além de decorar a letra da música é necessário parar para refletir sobre seu conteúdo, um
compromisso de trabalho junto ao Cristo, onde nos colocamos como verdadeiros soldados da
mensagem do amor.
COLA OU LEMBRETE
Recurso normalmente necessário aos ainda inseguros, que utilizam o livro, o bilhete ou o papel mais
como apoio psicológico do que como consulta.
Não é pecado fazer uso da mesma nos casos de aulas, já que os assuntos normalmente são extensos.
Deve ser pequena e organizada. Nada de folhas e folhas escritas como longas dissertações, mas
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apenas os tópicos organizados em ordem de progressão dos assuntos (em forma de quadro de idéias).
Devemos ter muito cuidado com o efeito “Mata-Moscas” ou o papel que é agitado constantemente no ar,
tirando a atenção dos ouvintes e produzindo barulho típico.
Nos casos das preleções, por se tratarem de exposições curtas, onde a veia principal está em um tópico
Evangélico não se recomenda sua utilização, com ensaio e preparação espiritual adequada o tema flui
naturalmente.
COMPORTAMENTO DO EXPOSITOR
Ao assumirmos o papel de expositor, devemos entender que se não reunimos as condições
necessárias, a arte de informar, comunicar, ensinar e dirigir não serão dignamente cumpridas e poderão
causar irreparáveis danos à divulgação da Doutrina.
Estas artes são as mais gratificantes da atividade humana, é uma doação direta em benefício de uma
comunidade que tem um objetivo claro a cumprir e os expositores são colocados no caminho destes
irmãos para colaborar, e cumprir uma expectativa do alto que a cada dia é maior, porque maior é
também o número de EAE’s a cada dia que passa.
O expositor deverá entender que o seu papel não pode ser vulgarizado, que o seu preparo não pode ser
adiado e que a tarefa é sua e uma vez não realizada pesará na economia do processo. Meditemos
sobre a frase de André Luiz: “Se a semeadura não for boa, não haverá boa colheita”.
postura o expositor não poderá aparecer mais que a mensagem, devendo se posicionar o mais discreta
e corretamente possível. No tocante a sua vestimenta e linguagem, estas deverão sempre de acordo
com o ambiente e o público.
Devemos atender aos objetivos de cada aula, evitando fuga ao programa, avanços na aula posterior,
leituras longas e improvisos diversos.
Quanto às técnicas de oratória devemos utilizá-las sem extravagâncias, sem exibicionismo, não ser
formal, enfadonho e monótono, devemos ser didáticos e dinâmicos.
Quanto ao ambiente da classe devemos estar preparados para todo e qualquer tipo de classe (falta de
lousa, tomada, extensão), sobre a disposição das cadeiras em círculo, semicírculo, etc. Usar dinâmicas
e técnicas de incentivo (estes fatores são minimizados ou eliminados pelo prévio contato com o
Dirigente ou Secretário da turma).
Quanto à platéia, ao mesmo tempo em que o aluno torce por uma boa aula não permite falhas e
normalmente rotula o expositor tecendo até comentários com os demais alunos.
No tocante a perguntas simples e até ingênuas, devemos evitar o “risinho” (ironia) e sempre termos uma
resposta que encoraje novas questões.
Sobre as perguntas difíceis ou sem resposta no momento devemos ter a humildade de reconhecer
nossa momentânea ignorância e voltar com a resposta na primeira oportunidade e nunca emitir opiniões
ou citações evasivas.
Se houver perguntas maliciosas e não pertinentes ao tema, devemos reconduzir a discussão para a
temática central e diante de insistências mostrar sua inconveniência.
Quando nos deparamos com atitudes inconvenientes e que estejam atrapalhando o bom andamento da
aula e diante da falta de atuação dos dirigentes, devemos agir energicamente para que a aula não seja
prejumelhor estilo de exposição? Desde que respeite os elevados objetivos da Escola, o expositor pode
se conduzir livremente utilizando os mais variados estilos (dinâmicas, exposições, narrações,
dramatizações, recursos audiovisuais, etc.). O que deve ficar bem claro, é que todo estilo tem pontos
fortes e fracos e que o expositor deverá alavancar os pontos favoráveis e inibir os aspectos que o
atrapalhem, o que contribuirá indiscutivelmente para o sucesso da aula.
PREPARAÇÃO DO TEMA
Sugestão de preparação passo-a-passo:
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1. Estudar o tema profundamente.
2. Estudar o assunto e coloca-lo de “molho”, estar com a mente aberta para as intuições que forem
chegando.
3. Comentar com os colegas e trocar idéias sobre o tema, buscando outras visões sobre o assunto.
4. Ler assuntos correlatos, em outras literaturas, em outras obras.
5. No momento de começar a montar efetivamente o tema buscar a ligação espiritual e orar.
6. Consultar o Dirigente da turma sobre características da turma, da classe, particularidades, etc.
7. Definir o objetivo
a. Sem rebuscamento.
b. Rapidamente compreendido.
c. Direto.
d. Seguir com rigor o tema e objetivo.
8. Fazer um brain-storming (tempestade cerebral) sem seqüência lógica ou cronológica, buscar uma
chuva de idéias pessoais.
9. Pesquisar referências da Aliança e Vade Mecum.
10. Estudar Fontes da Aliança, Obras da Codificação, Bíblia, Literatura Espírita (clássica e atual),
Biografias, Datas Comemorativas, etc.
Observações:
11. Estabelecer um horário para estudo (tempo).
12. Definir um local (não muito confortável)
13. Está com sono? Durma!
14. Leitura: Deve-se ter muito cuidado com o momento da leitura, pois existem obstáculos naturais que
podem evitar um perfeito estado de concentração para as devidas absorções de idéias. O local
inadequado, fatores que possam distrair ou sono são obstáculos que potencializam esta dificuldade
de concentração. O grande desafio é ler mais em menor espaço de tempo, já que nossa vida diária
é corrida e nem sempre nos é permitido termos tempo para outras atividades que não sejam as do
dia-a-dia da vida material. É salutar esforçarmo-nos para destinarmos pelo menos cinco minutos
diários para leitura, criando assim o hábito da leitura constante, isso nos trará domínio das
informações, poder de argumentação e clareza de expressão. Ao fazer-se a leitura a principal
preocupação deve ser absorver as idéias do autor, mas para isso deve-se estar motivado e não se
deve apenas vocalizar, e sim raciocinar, refletir sobre o que foi lido.
15. Fazer uma pré-leitura = autor, edição, orelhas, índice, introdução, prefácio.
16. 1a
. Leitura (rápida), absorve-se a proposta do autor, obtém-se uma idéia geral (sublinhar os pontos
principais do texto).
17. 2a
. Leitura (detalhes), proporciona um diálogo entre as partes (autor e leitor), sublinhar as palavras
chaves que serão os argumentos.
18. Refazer o raciocínio do autor (criar o quadro de idéias).
19. Fazer leitura crítica usando o raciocínio próprio.
20. Comprovar a lógica da seqüência de idéias.
21. Ensaiar, ensaiar, ensaiar (utilizando recursos simples e que são de acesso a qualquer pessoa).
Deve-se fazer a apresentação frente ao espelho, observando a postura e gesticulação, ter em mãos
um relógio e controlar o tempo e variar as palavras utilizando-se de sinônimos, para gravar a
seqüência dos assuntos podemos criar imagens mentais, visualizando as mesmas durante a
apresentação.
22. Tomar cuidado com personalismos.
23. Preparar Recursos Audiovisuais.
24. Na exposição não enfatizar temas controvertidos e aspectos polêmicos, pois a platéia se divide em
prós, contras e neutros e não haverá domínio do tema central. 29 de 120
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  • 1. APOSTILA DO CURSO DE EXPOSITORES SANTO ANDRÉ ABRIL DE 2006
  • 2. CURSOS DE EXPOSITORES 2006 ALIANÇA ESPÍRITA EVANGÉLICA – REGIONAL ABC INDICE INTRODUÇÃO...................................................................................................................... 4 JANELA DE JOHARI ............................................................................................................ 5 LIDERANÇA ......................................................................................................................... 6 CONCEITO DE COMUNICAÇÃO......................................................................................... 6 OBJETIVOS DO EXPOSITOR ............................................................................................. 7 MOTIVAÇÃO E ENTUSIASMO ............................................................................................ 7 DISPOSIÇÃO MENTAL........................................................................................................ 8 NEUROLINGÜISTICA .......................................................................................................... 8 ATITUDES PRIMÁRIAS ....................................................................................................... 9 APARÊNCIA FÍSICA............................................................................................................. 9 PREPARAÇÃO E ELEVAÇÃO ESPIRITUAL SIMPLIFICADA............................................ 10 ENCERRAMENTO E VIBRAÇÕES SIMPLIFICADAS........................................................ 10 ALIANÇA ESPÍRITA EVANGÉLICA – CONCEITO............................................................. 10 HIDRATAÇÃO E SALIVAÇÃO............................................................................................ 11 VOZ .................................................................................................................................... 11 OLHAR ............................................................................................................................... 12 POSTURA E GESTICULAÇÃO .......................................................................................... 12 RITMO E ENTONAÇÃO ..................................................................................................... 13 AUTODOMÍNIO .................................................................................................................. 14 OBSTÁCULOS DECORRENTES DA LINGUAGEM........................................................... 14 OBSTÁCULOS DECORRENTES DE VÍCIOS DE LINGUAGEM ....................................... 14 OBSTÁCULOS DECORRENTES DA PERSONALIDADE.................................................. 15 TÉCNICAS DE NOVA POSTURA ...................................................................................... 15 ATITUDES QUE SE DEVE EVITAR................................................................................... 20 CACOETES ........................................................................................................................ 21 INIBIÇÃO............................................................................................................................ 21 RETENÇÃO DO CONHECIMENTO / PROCESSOS DE APRENDIZAGEM...................... 21 AMBIENTES DE LIDERANÇA............................................................................................ 22 O COMUNICADOR............................................................................................................. 22 FLEXIBILIDADE ................................................................................................................. 23 MEMÓRIA........................................................................................................................... 23 MOVIMENTAÇÃO .............................................................................................................. 23 PRESENÇA ELOQÜENTE ................................................................................................. 24 IMPROVISAÇÃO X PLANEJAMENTO............................................................................... 24 ESTRUTURA DA EXPOSIÇÃO.......................................................................................... 24 O MEDO ............................................................................................................................. 25 PRECONCEITO.................................................................................................................. 26 PRECE DOS APRENDIZES DO EVANGELHO ................................................................. 27 O BOM SERVIDOR ............................................................................................................ 27 COLA OU LEMBRETE ....................................................................................................... 27 COMPORTAMENTO DO EXPOSITOR.............................................................................. 28 PREPARAÇÃO DO TEMA.................................................................................................. 28 PROCRASTINAÇÃO E QUERER....................................................................................... 30 QUALIDADE NA APRESENTAÇÃO................................................................................... 30 PRONÚNCIA ...................................................................................................................... 30 QUALIDADES LITERÁRIAS............................................................................................... 31 RESPIRAÇÃO .................................................................................................................... 31 2 de 120
  • 3. CURSOS DE EXPOSITORES 2006 ALIANÇA ESPÍRITA EVANGÉLICA – REGIONAL ABC AS DEZ DICAS DO PERFEITO ORADOR......................................................................... 31 QUADRO DE IDÉIAS ......................................................................................................... 33 SESSÃO DOUTRINÁRIA – CONCEITO............................................................................. 35 CURSO DE MÉDIUNS – CONCEITO................................................................................. 35 ESCOLA DE PAIS – CONCEITO ....................................................................................... 36 PRELEÇÃO EVANGÉLICA – TÉCNICAS .......................................................................... 36 PRELEÇÃO EVANGÉLICA – ASPECTOS ESPIRITUAIS E PSICOLÓGICOS.................. 37 PRELEÇÃO EVANGÉLICA - CONCEITO .......................................................................... 38 CURSO BÁSICO DE ESPIRITISMO – CONCEITO............................................................ 40 ESCOLA DE APRENDIZES DO EVANGELHO – CONCEITO........................................... 40 ESCLARECIMENTOS SOBRE O PLANO DA EAE............................................................ 41 ESCOLA DE APRENDIZES DO EVANGELHO – PLANO CONVITE................................. 42 TIPOS DE ALUNOS ........................................................................................................... 42 O PROGRAMA DA ESCOLA DE APRENDIZES................................................................ 44 OS NÉS, TÁS, HUNS, ÃÃS, ÁÁS....................................................................................... 44 ARTICULAÇÃO .................................................................................................................. 45 DEFEITOS DE LINGUAGEM ............................................................................................. 46 CONGRUÊNCIA................................................................................................................. 46 ORIENTAÇÕES GERAIS AO EXPOSITOR DE AULAS..................................................... 46 DINÂMICAS DE GRUPO.................................................................................................... 47 VIDA PLENA....................................................................................................................... 52 DECÁLOGO DO EXPOSITOR ( ALKINDAR DE OLIVEIRA )............................................. 54 DINÂMICAS LÚDICAS ....................................................................................................... 55 DINAMIZAÇÕES DE AULAS.............................................................................................. 55 MOCIDADE ESPÍRITA ....................................................................................................... 56 BIBLIOGRAFIA / CRÉDITOS: ............................................................................................ 59 PRIMEIRO ANO ....................................................................................................................... 62 TERCEIRO ANO....................................................................................................................... 84 CURSO BÁSICO DE ESPIRITISMO....................................................................................... 90 SESSÃO DOUTRINÁRIA........................................................................................................... 94 CURSO DE PASSES E MÉDIUNS..................................................................................... 96 MOCIDADE ESPÍRITA ....................................................................................................... 99 CICLO 1.............................................................................................................................. 99 CICLO 2............................................................................................................................ 106 FILMES PARA AULAS DA MOCIDADE ESPÍRITA.......................................................... 114 B I B L I O G R A F I A....................................................................................... 116 3 de 120
  • 4. CURSOS DE EXPOSITORES 2006 ALIANÇA ESPÍRITA EVANGÉLICA – REGIONAL ABC INTRODUÇÃO Com objetivo de facilitar o aprendizado e aperfeiçoamento dos irmãos discípulos em cristo dispomos este material que nos foi passado quando fizemos o curso de multiplicadores na RGA2005. São informações valiosas para todos nós que trabalhamos na divulgação da mensagem crística. Mudamos o formato original das paginas, mas a essência é a mesma, todo trabalho de compilação e conteúdo pertence aos nossos instrutores Carlos Parada e Rogério que trabalham na regional São Paulo e a eles agradecemos pelo bom trabalho. Este pequeno Manual tem a intenção de servir como guia. Os assuntos podem e devem ser aprofundados, os estudos do mesmo contribuirá para o bom aproveitamento do curso. O grande objetivo é fornecer os elementos conceituais mais importantes para que todos os cursos, independente de suas necessidades Regionais, possam ter a mesma linguagem, e o expositor da Aliança tenha sua orientação padronizada em todos os locais atingidos pela luz dos programas orientados pela Espiritualidade. Nesta segunda edição acrescentamos parte importante do material colhido da equipe que dirigiu o curso de multiplicadores na RGA2006, e será sempre atualizado a cada curso, o nosso objetivo é sempre oferecer o melhor a vocês irmãos que se colocam para o trabalho. A maior caridade que se faz a doutrina é divulgá-la. Muita paz a todos, 4 de 120
  • 5. CURSOS DE EXPOSITORES 2006 ALIANÇA ESPÍRITA EVANGÉLICA – REGIONAL ABC JANELA DE JOHARI Para cumprir o objetivo único da vida que é a evolução, o espírito se abriga em estruturas mutáveis e que vai abandonando à medida que delas não mais necessita. Nesse estudo temos duas estruturas: (Plano físico (elementos inferiores) – (1) Corpo físico, 2) Duplo etéreo. Plano astral (elementos intermediários) – (1) Corpo astral, 2) Corpo mental. Nestes dois planos (físico e astral) e em seus respectivos corpos (físico, etéreo, astral e mental) é que reside o que chamamos de personalidade. É na compreensão destas estruturas é que está a possibilidade de nossa mudança interior. Físico: Exercícios, alimentação, relaxamento, respiração, asseio. Etéreo: Extensão dos benefícios acima. Astral: Erradicação de vícios, controle de paixões, contenção de defeitos. Mental: Meditação, reflexões elevadas, fuga das inquietações. A personalidade é o conjunto total de características que torna o indivíduo único, diferente dos demais. Ela se revela através da conduta e o indivíduo toma conhecimento dela através das reações favoráveis ou desfavoráveis daqueles que o cerca. Essas reações são observadas quanto: Aparência física, intelectualidade, emoções, sociabilidade, valores. Já que notamos ou tomamos conhecimento de nossa personalidade pelas reações (feedback) dos outros, podemos lançar mãos de recursos que poderão nos auxiliar na identificação do que é melhor ou mais adequado no relacionamento com o próximo e consigo mesmo. Nas áreas da personalidade temos os quadrantes: 5 de 120 Conhecido para MIM Não conhecido para MIM I Eu aberto II Eu cego III Eu secreto IV Eu desconhecido Área I (Eu aberto) Conhecido por nós e pelos outros – Este comportamento varia muito conforme nossa expectativa de certo ou errado em um ambiente já conhecido. São coisas óbvias como fala, habilidades, atitudes gerais. Área II (Eu cego) Conhecido pelos outros e não conhecido por nós – Manifestações nervosas, sob tensão, agressividades, altos desafios, discordâncias. É nesta área que nos tornamos críticos com os outros. Área III (Eu secreto) Conhecemos e escondemos dos outros – Quando e onde nos sentimos ameaçados e por incapacidade de comunicação satisfatória, usamos máscaras que nos ajudam a representar papéis. Nesta área a pessoa é capaz de se abrir com estranhos e se fechar com aqueles que ama. Área IV (eu desconhecido) Nem nós, nem os outros conhecem – Traumas de infância, potencialidades reprimidas, estado de defesa. Análise da mudança de quadrantes: Área I (eu aberto) é o melhor de todos os estilos. A pessoa sabe o que faz e por isso aceita o retorno que é dado por aqueles que os cercam. O indivíduo se expõe mais, pois sabe seus limites e a medida que esta área cresce ela invade outras, mas principalmente a área III.
  • 6. CURSOS DE EXPOSITORES 2006 ALIANÇA ESPÍRITA EVANGÉLICA – REGIONAL ABC Área II (eu cego) leva muito tempo para agirmos nesta área, pois desconhecemos o que aí se passa e por não concordarmos com o retorno, dificultamos a auto-análise e por nossa contrariedade e irritação os outros passam a sonegar informação o que dificulta mais o processo. Nesta situação surge o autoritarismo, melindres e ressentimentos. Área III (eu secreto / fachada) É o que mais existe nos dias de hoje e faz com que o indivíduo use máscaras para cumprir bem seus papéis sociais. Com a expansão desta área o indivíduo perde muito tempo e energias, pois fica cada vez mais difícil defende-la. Área IV (eu desconhecido) Potencial inexplorado, criatividade reprimida, não assume riscos, observa superficialmente os acontecimentos. É a situação mais perigosa, pois não sabemos onde estamos pisando e nos tornamos capazes de extremos. CONCLUSÃO: Quando estamos preparando um tema para qualquer tipo de apresentação onde estaremos expondo a alguém, devemos perceber qual área de nossa janela foi iluminada e utilizarmos o tema para nossa análise em primeiro lugar. LIDERANÇA “O Discípulo de Jesus é aquele que deixou de ser conduzido para conduzir”, isto é liderança. Líder no movimento espírita, além dos atributos normais de um condutor comum, deverá reunir outras características, pois sua ação está estreitamente ligada à evangelização do próximo e a continuidade da Doutrina. As características necessárias são:  Comprometimento – “Tatuar a pele”.  Envolvimento – Ele faz com as pessoas.  Entrosamento – Ele conhece o que faz.  Responsabilidade – Sabendo que a tarefa é sua, cria condições e faz.  Aferição – Checa o resultado de seu trabalho.  Entusiasmo – Gosta do que faz.  Firmeza – Contorna os obstáculos. Todos estes valores servem e valem para o expositor espírita, se faltar algum deles deixa de cumprir com a tarefa integralmente. CONCEITO DE COMUNICAÇÃO Comunicação vem do Latim (comunicare) que significa tornar comum, partilhar, trocar opiniões, conferenciar. É elemento fundamental no relacionamento, na socialização e na convivência em grupos de qualquer espécie. Os elementos do processo comunicativo são: Emissor: É a fonte da comunicação, indivíduo que toma a iniciativa, que envia a mensagem. Mensagem: Conteúdo da comunicação pode ser falado, escrito, desenhado, etc., dependendo do canal de comunicação. Receptor: Aquele que recebe a mensagem e a interpreta. Canal de comunicação: Meio pela qual a mensagem é transmitida (escrita ou falada). Ruídos: Interferências no processo de comunicação (em qualquer elemento do processo), exemplos: – No emissor: Gagueira, atitude imprópria, desconhecimento, etc. – Na mensagem: Falta de dados, de clareza, de objetividade, etc. – No receptor: Surdez falta de atenção, leitura deficiente, etc. – No canal: barulhos, defeitos em aparelhos, erros gráficos, etc. 6 de 120
  • 7. CURSOS DE EXPOSITORES 2006 ALIANÇA ESPÍRITA EVANGÉLICA – REGIONAL ABC OBJETIVOS DO EXPOSITOR Esclarecer: Revelando o Evangelho pela Doutrina Espírita Conscientizar: Da moral Cristã pelos exemplos de Jesus Consolar: Transmitindo ânimo, fé, esperança, otimismo e entusiasmo. Focar a reforma íntima do aluno (em caso de aulas de EAE) “Mil conceitos teóricos de nada valem se não forem aplicados corretamente. Ensinar é aprender duas vezes” (Vera Perez). “O que vos digo aos ouvidos, proclamai-o sobre os telhados” (Jesus). O expositor é um trabalhador diferente. É um discípulo de Jesus como os demais trabalhadores, é um divulgador da Doutrina como os demais, porém seu trabalho é equiparado ao de Pedro, João e Tiago quando por ocasião da eleição dos Diáconos, sua visão deve ser a de Paulo que compreendeu desde cedo que a iluminação da mente faz adeptos comprometidos com a mensagem renovadora e não somente o consolo ou a esperança. Ele realiza o “efeito multiplicador” propagando a Doutrina no que ela tem de melhor. MOTIVAÇÃO E ENTUSIASMO Não entraremos aqui em aspectos psicológicos do estar e do ser motivado, mas apenas lembrar que somos seres constantemente influenciáveis pelas ações do meio. Assim temos tendências a variarmos nossas disposições, mentais e físicas, dependendo do que nos ocorre no dia-a-dia. Muitas vezes, em nome da razão deixamos de acreditar na possibilidade de algo dar certo e perdemos a ação de concretizar este algo. Isso é que o expositor tem que ter em mente constantemente. A tarefa deve ser gratificante e estimulante, encararmos cada aula, cada preleção, como oportunidades valiosas de estudo, aprendizado e crescimento. O fardo não deve ser pesado, ao contrário, o fardo é leve porque a recompensa é muito maior, a sensação do dever cumprido, o olhar penetrante do aluno, o sorriso nos lábios, a reflexão profunda em torno da vida, tudo isso é a recompensa que deve nos mover à frente, conscientes que o trabalho é pelo Cristo e não por nós. A motivação segundo Taylor (1910) baseia-se na obediência aos métodos e nas penas e recompensas. A máxima é: Quanto vou ganhar com isto se fizer deste jeito? Maslow (1943) expõe que o homem só buscará satisfazer suas necessidades quando a anterior estiver satisfeita, como uma pirâmide de valores. Em 1970 formulou-se a teoria do X, Y, Z onde X seriam pessoas acomodadas que só se mexem quando punidas, coagidas ou obrigadas. O Y seriam pessoas inquietas que aceitam desafios e Z seriam as pessoas a favor da cooperação, dão ênfase ao trabalho em equipe, para elas o sucesso vem da direção em comum e não do trabalho em todas as direções. São dinâmicas, solidárias, pedem ajuda e dividem responsabilidades. Este estudo serve para esclarecer o expositor quanto aos tipos de motivação existentes e que com certeza ele encontrará nos alunos. O seu texto deverá ter a qualidade que satisfaça pelo menos o tipo de motivação dominante. Ser motivado é ter otimismo aliado a comportamento entusiástico. Ser otimista é acreditar que tudo vai dar certo. Lembremo-nos dos conceitos de vida plena, onde todas as experiências são amigas, e agir entusiasticamente é transformar, agir, transmutar em realidade. Quais são as conseqüências de se agir entusiasticamente? 7 de 120
  • 8. CURSOS DE EXPOSITORES 2006 ALIANÇA ESPÍRITA EVANGÉLICA – REGIONAL ABC Primeiro: estimula e contagia positivamente o grupo para um objetivo, levanta o moral, eleva a vibração. Segundo: Favorece o crescimento e a mudança, pois com um clima de maior intensidade emocional o sujeito se dispõe a mudar, a cortar laços cristalizados, a “não se recalcitrar contra os aguilhões” como recebeu a instrução Paulo de Tarso. Terceiro: Com este estado de disposição potencializado o indivíduo se abre à busca de novas experiências e oportunidades. Sugestões para se agir entusiasticamente:  Passar das palavras à ação. (Emmanuel: A palavra esclarece, mas o exemplo arrasta).  Para de se lamentar. (Evitar dizer: Não sei..., é impossível..., mas...).  Administrar o tempo.  Concentrar-se no agora.  Aprender com as experiências passadas.  Distinguir o essencial do não essencial.  Planejar, estabelecendo prioridades.  Desenvolver a autodisciplina.  Vencer o medo.  Tentar, começar, caminhar.  Tomar iniciativas.  Errar: De vez em quando acertar.  Aprender com os insucessos.  Avaliar causas e conseqüências.  Cultivar boa saúde física e mental.  Ter visão criativa.  Sair da rotina.  Ser flexível e tolerante. DISPOSIÇÃO MENTAL O expositor deve ter em si que a tarefa é agradável, gratificante. Alimentar amor por ela e estar sempre motivado a exerce-la, independentemente das dificuldades do dia-a-dia. No início existirá uma dificuldade natural que diminuirá com o treino, isso se dará em forma de receio, de dúvida (Será que estou à altura da tarefa? Será que tenho bagagem literária para isso? Como o público vai reagir à apresentação? E se alguém perguntar algo que não sei? Etc.). Deve-se começar a conversar muito com amigos de jornada, permitindo-se acrescer pontos de vista diversos e enriquecer os conhecimentos. A disposição mental baseia-se em construir no nosso íntimo a necessidade de falar, mas não apenas da boca para fora, e sim transmitir o que se vivencia, em toda a plenitude das experiências, com todos os sentimentos que nos são gerados. Devemos aproveitar todas as oportunidades que nos são colocadas às mãos. Quanto maior a prática, maior será o aprendizado e conseqüentemente os fatores que permitirão segurança e harmonia nas apresentações. NEUROLINGÜISTICA Os canais de comunicação dos seres são: – Visual: Percepção do mundo pelo que se vê. – Auditivo: Percepção do mundo pelo que se ouve. – Sinestésico: Percepção do mundo pelo que se sente 8 de 120
  • 9. CURSOS DE EXPOSITORES 2006 ALIANÇA ESPÍRITA EVANGÉLICA – REGIONAL ABC Em todo o nível de comunicação os três canais se fazem presentes. A aula deve estar preparada para ser “ouvida’”, vista “e” sentida”, pois só assim a comunicação se estabelecerá plenamente. Independentemente deste aspecto específico temos a realidade de que em média só retemos 20% do que ouvimos, 30% do que vemos e 50% do que sentimos. Para que se efetue a boa comunicação é necessária a sintonia (rapport), algo em comum que alimente e sustente esta relação (no caso da EAE é o programa). Em nosso caso o rapport se estabelecerá com o domínio que temos do programa e dos objetivos de cada aula. Um exemplo perfeito do rapport é o da dança de casal, pois quando se dança bem não se sabe quem está conduzindo ou quem é conduzido, as ações são comandadas em conjunto, pois os dois se movimentam ao sabor do mesmo ritmo e harmonia. Espelhamento (fisiologia empática): Devemos ser simpáticos e aceitos pela turma, e para isto alguns aspectos são importantes: Aparência, identificação, postura, gestos e voz. Motivação: Os atos humanos de cunho elevado e moral são motivados para que se evite a dor e se busque o prazer. Nossa comunicação deve ocorrer no sentido de auxiliar os alunos a buscarem o prazer e não só fugir da dor. ATITUDES PRIMÁRIAS  Amor ao próximo (Ama a teu próximo como a ti mesmo).  Ter tato pedagógico (Domínio da classe, não deixar que o raciocínio encubra o discernimento. Levar amor).  Fidelidade à mensagem Cristã.  Paciência e compreensão (Observação, força de vontade, autoridade moral, bom senso e sensibilidade).  Simpatia (Conter a tirania dos nervos).  Aparência pessoal (Simplicidade, limpeza, não usar enfeites exagerados que desviem atenção, não se vestir como estar indo a um clube ou baile de gala).  Reserva e dignidade (Compreender os defeitos ou más tendências – vícios, desvios de comportamento, atitudes inadequadas, etc.).  Imparcialidade (Não tomar defesa de questões exteriores e polêmicas, partidos políticos, esportes, etc.).  Sinceridade (Criar ambiente positivo. Todos percebem que podem ser sinceros e espontâneos, sem melindres).  Conhecimento (É o primeiro passo que leva ao desabrochar de virtudes).  Promover disciplina (Dar exemplo, impor limitações com carinho, obedecer a horários – Sala cheia e silenciosa não significa aprendizado).  Capacidade de despertar a atenção e o interesse (Atenção é o interesse em ação). APARÊNCIA FÍSICA É necessário que o expositor adeque-se à sua tarefa, inclusive no âmbito social, para que sua aparência seja agradável aos olhos, evitando imagens negativas ou preconceituosas. Por não se tratar de evento social, faz-se necessário tomar alguns cuidados para a apresentação pessoal, tanto em preleções quanto em exposições de aulas. É sabido que na grande maioria das vezes o expositor tem que se deslocar diretamente de seu local de trabalho físico para a tarefa espiritual, o que pode gerar algumas distorções, que devem ser minimizadas se tomarmos alguns pequenos cuidados. É muito importante cuidarmos do hálito, principalmente quando permanecemos muitas horas sem alimentação, quando temos problemas estomacais ou gengivais. Este fato é de simples solução, basta criarmos o hábito de carregarmos conosco um tubo de pasta dental e escova para a devida higienização um pouco antes da apresentação (pode ser no banheiro do Centro Espírita mesmo). Ainda nesta questão podemos fazer um “lanchinho” rápido, no deslocamento para o Centro, com 9 de 120
  • 10. CURSOS DE EXPOSITORES 2006 ALIANÇA ESPÍRITA EVANGÉLICA – REGIONAL ABC algo simples como biscoitos, sucos naturais, barras de cereais, etc., isso não exclui a posterior higienização. A higiene corporal é mais difícil quando nos deslocamos diretamente das atividades materiais. Muitas vezes trabalhamos em atividades que exigem desgaste corporal e conseqüentemente nos vemos “sujos” ou “suados” além da conta. Um “mini-banho” na pia do banheiro do Centro, com aplicação de um suave desodorante pode auxiliar neste caso. Uma boa troca de camisa também se faz necessário. O contrário também vale. Podemos trabalhar em local que exige uma formalidade extrema de vestimenta e nos deslocamos para a tarefa espiritual em local muito simples, humilde. O bom senso nos indica que neste momento devemos ao menos tirar os excessos do formalismo (terno, gravata, salto alto, ornamentos, lenços, maquilagem carregada, etc.) e apresentarmo-nos de forma mais natural. Aparência agradável não combina com desleixo ou falsidade. Devemos ser nós mesmos, sempre. A vestimenta deve ser coerente conosco. Exemplo: Não queiramos ir à uma aula de Mocidade Espírita de bermudão, tênis colorido, camiseta do “Rapa” ou do “Ratos de Porão” se nosso estilo natural é outro, vai soar (e será) falsidade, que será detectada no primeiro instante por toda a platéia. Também não adianta nos vestirmos com a “roupa de missa” se sabemos que nosso dia-a-dia é outro, ficaremos incomodados e preocupados com algo que não vai à essência da tarefa. Basta cuidar da apresentação com crítica, nos pequenos detalhes (meias de cores diferentes, sapatos trocados, roupas furadas, rasgadas ou manchadas, camisa desalinhada, meia calça com fio puxado, etc.). E caso algo aconteça no caminho ou pouco antes da apresentação encare com bom humor, já que a vida nos reserva surpresas inimagináveis. Apenas um cuidado: Nunca se apresente de camiseta regata, chinelos ou bermudas, isso pode aparentar desdém ao público e com certeza passa pela falta de respeito ao próximo. PREPARAÇÃO E ELEVAÇÃO ESPIRITUAL SIMPLIFICADA Normalmente utilizada em Preleções Evangélicas:  Prece inicial de forma simples.  Não envolver nomes de entidades espirituais.  Citar apenas: Mentores individuais, Jesus e Deus.  Não criar mal-entendidos, mistificações e confusões.  Pai-Nosso. ENCERRAMENTO E VIBRAÇÕES SIMPLIFICADAS  Recolhimento.  Vibrações por: Humanidade, todas as nações, pelos lares, pelos doentes, pelos irmãos cujos nomes estão na caixinha de vibrações, pelos nossos lares, por nós mesmos.  Agradecimento a Jesus e a Deus. ALIANÇA ESPÍRITA EVANGÉLICA – CONCEITO A Aliança é um ideal de vivência espírita consubstanciado em um programa de trabalho e fraternização. Não é uma nova sociedade espírita nem representa divisão ou competição em relação a quaisquer instituições ou sistemas, mas sim uma realização simples, honesta e positiva de fraternização integrada para se efetivar o ideal de vivência evangélica na comunidade dos adeptos, com desprendimento e humildade cristãos. Estas são as bases que assegurarão sua sobrevivência e crescimento. Tem como finalidades tornar efetivo o ideal de vivência do Espiritismo Religioso na comunidade de seus adeptos. 10 de 120
  • 11. CURSOS DE EXPOSITORES 2006 ALIANÇA ESPÍRITA EVANGÉLICA – REGIONAL ABC Difundir pelos meios que julgar conveniente o Espiritismo Religioso, como revivescência, na atualidade, do Cristianismo Primitivo, agremiando em torno dessa finalidade instituições espíritas que comunguem os mesmos ideais. Propugnar pela criação e funcionamentos nos Grupos Integrados, de Escolas de Aprendizes do Evangelho, de Cursos de Médiuns e de Assistência Espiritual nos termos estabelecidos na década de 1940 pelo Plano Espiritual Superior, em caráter gratuito, aberto e livre de quaisquer restrições ou discriminações, inclusive religiosas. Estimular a aplicação dos programas de Mocidade Espírita e de Evangelização Infantil nos seus Grupos Integrados. As atividades da Aliança Espírita Evangélica desenvolvidas por seus Grupos Integrados são Caravanas de Evangelização e Auxílio, Curso Básico de Espiritismo (Kardec e obras básicas), Obras Assistenciais, Formação e Aperfeiçoamento de Expositores, Cursos para Evangelizadores da Infância, Reciclagens, Multiplicação de Centros Espíritas e outros. Visa formar trabalhadores espiritualizados, libertos da cegueira e do fanatismo científico ou religioso, aptos a difundir em espírito e verdade, os esclarecimentos herdados e a orientação espiritual redentora dos que habitam esse predestinado País. 11 de 120 HIDRATAÇÃO E SALIVAÇÃO Sabemos que dependendo da condição emocional, fatores climáticos e de saúde podemos ter efeito de “boca seca”. Uma boa orientação com relação a este fato é a ingestão de líquido em quantidade adequada antes de iniciar a exposição, permitindo a hidratação em nível suficiente para que o corpo não necessite de mais líquido. Caso a exposição seja extensa é permitido utilizar a água em intervalos ou ao fim da mesma. Precisamos tomar cuidado com a quantidade ingerida, pois podemos ser surpreendidos com a necessidade de excretar o líquido ainda no período da apresentação, o que gera uma situação de muito desconforto e desconcentração. Para protegermos o desempenho vocal devemos fazer uso da água apenas sem gelo, assim não afetamos a mobilidade das cordas vocais. O uso de balas é desaconselhável pois cria uma dependência psicológica e serve como muleta para conter a ansiedade, a isso se acrescenta a rotulação que se faz (sujeito da água, sujeito da bala de hortelã, etc.). Os principiantes podem utilizar este recurso no início de suas atividades para estimulação das glândulas salivares, mas apenas antes das apresentações. Com o tempo o metabolismo psíquico se encarrega de estimular automaticamente as mesmas. É claro que é melhor tomar um copo d’água ao invés de ficar tossindo continuamente, sem forças para retomar o discurso. Nestes casos não há nenhum “pecado” em fazer uso do líquido durante a apresentação, desde que tomemos cuidado para não dispersarmos a atenção da classe ou assistência com relação ao que está sendo dito. VOZ Intensidade (Volume)  Empregar uma intensidade média, permitindo variações. Utilizar o volume conforme as necessidades do recinto. Tonalidade (Freqüência)  Utilizar-se de tom médio para possibilitar variações.  Utilizar o grave e agudo para demonstrar variações emocionais na narrativa.  O timbre deve ser natural e independente da voz que tivermos. Não devemos criar forçamentos que a alterem mais ainda, criando efeitos desastrosos.
  • 12. CURSOS DE EXPOSITORES 2006 ALIANÇA ESPÍRITA EVANGÉLICA – REGIONAL ABC Timbre (Qualidade da Voz)  Falar com a boca.  Não falar com: o Nariz o Peito o Garganta o Flor nos lábios (efeito Hebe Camargo) Caso mais crítico é do expositor que fala com a boca mas não abre a mesma para tal. Não começar a palestra com a voz em todo seu volume e timbre. Não deixar a voz cair no fim de cada frase, nem a levantar em todo o fim de frase ou período. Falar para frente. Variar o tom e a intensidade da voz. Não falar em jejum (provoca astenia cárdio-pulmonar), nem com o estômago cheio (contração do diafragma). Exercícios:  Arredondar os lábios e dizer: ôô, abra-os num sorriso apertado e diga: êê.  Lábios cerrados, como se a boca tivesse cheia de água, explodir os lábios dizendo: Bêê. OLHAR  O olhar deve ser natural e dirigido a todos os presentes, percorrendo com os olhos e com movimentos da cabeça toda a platéia. O expositor deve sentir-se à vontade.  Pode-se criar variações quando queira causar algum efeito ou incentivar participações. As expressões das sobrancelhas auxiliam, e muito, na exposição do que se quer transmitir.  O olhar deve ser firme, mas sem altivez, transmitindo segurança sem transformar o expositor em antipático ou arrogante.  Perceber as reações e adaptar o andamento da apresentação. Pessoas dispersas, cochilando ou desatenciosas são sintomas claros que a apresentação não vai bem, devemos utilizar todo o potencial do olhar para notar estes detalhes e ir adequando os recursos necessários (ritmo, entonação, etc.).  Não permanecer com os olhos fechados.  Não fixar o olhar em determinada pessoa ou grupo, para que não haja nenhuma “pressão” psicológica às pessoas. Especialmente nas preleções pode acontecer das pessoas pensarem que o assunto está sendo dirigido somente a elas porque o plantão (entrevistadores) “passaram a informação”. É necessário percorrer o olhar por toda a sala, com suavidade e carinho. POSTURA E GESTICULAÇÃO O expositor deve ter postura natural e espontânea, sem empregar gesticulação desnecessária, os gestos devem ser moderados e coerentes com a dinâmica da exposição. A indumentária deve ser apropriada e discreta, evitar adornos sonoros. Não trazer objetos nas mãos, a não ser que façam parte de alguma dinâmica ou técnicas de incentivo e de fixação de idéias. Não beber água durante a exposição (salvo secura na garganta), ou abanar-se, neste caso enxugar discretamente o suor com lenço. Estes gestos caracterizam descontrole e influenciam negativamente a platéia. Não se desculpar seja a que protesto for, pois os alunos torcem por uma boa aula e não desejam justificativas que só tornarão claro o despreparo. 12 de 120
  • 13. CURSOS DE EXPOSITORES 2006 ALIANÇA ESPÍRITA EVANGÉLICA – REGIONAL ABC Buscar sorrir naturalmente. Lembrar que a timidez expressa vaidade. Nunca se apoiar em cadeiras, mesas, etc. Não dar tapas ou pancadas na mesa ou objetos. Ser autêntico, natural, não imitar outros expositores. Cuidado com ombros caídos. Não manter a posição do tórax rígida. Ao apresentar-se em pé, apoiar-se sobre as duas pernas, evitando fadiga muscular e movimentação de apoio de pernas. Palavras expressam idéias, gestos expressam sentimentos. Não gesticular apenas com as mãos. Não exagerar nos movimentos, variá-los. A movimentação nunca deverá ser posterior à fala. Não descansar as mãos nos bolsos. Evitar gestos repetidos mecanicamente. Não cruzar os braços, tampouco cruzar as mãos à frente ou às costas. Usar a coerência entre o que se fala e o que se demonstra na fisionomia. RITMO E ENTONAÇÃO Variar a velocidade, que nunca deve ser superior a quatro sílabas por segundo. Velocidades muito altas proporcionam falta de entendimento por parte dos ouvintes, agitação e quebra vibracional. Os ritmos muito lentos causam apatia, sonolência e dispersão. Usar um ritmo natural de conversa e variar a velocidade quando se quer expressar algo forte, conciso (mais rápido) ou algo mais doce, mais amoroso (mais lento). As pausas são necessárias para que a platéia tenha tempo de “digerir” as idéias, raciocinar rapidamente sobre a seqüência dos assuntos e colocar em si. Pequenas pausas de 1, 2 segundos não são perceptíveis, e até são agradáveis, tirando o ritmo “alucinante” da apresentação. Uma boa forma de usar as pausas é fazer valer a pontuação. Articular as frases com todas as vírgulas, pontos e parágrafos permite um entendimento pleno da idéia a ser transmitida. A pontuação mal aplicada pode distorcer o sentido de uma frase e colocar a perder todo o esforço de entendimento do assunto. As palavras e as idéias devem ser expressivas, citemos como exemplo:  Amigo José engana-se na análise dos fatos em São Paulo.  Amigo José engana-se na análise dos fatos em São Paulo?  Amigo, José engana-se na análise dos fatos em São Paulo.  Amigo, José engana-se na análise dos fatos em São Paulo?  Amigo José: Engana-se na análise dos fatos, em São Paulo.  Amigo José: Engana-se na análise dos fatos em São Paulo? 13 de 120
  • 14. CURSOS DE EXPOSITORES 2006 ALIANÇA ESPÍRITA EVANGÉLICA – REGIONAL ABC  Amigo José engana-se na análise dos fatos, em São Paulo. E assim por diante... AUTODOMÍNIO É necessária a prévia preparação psicológica, concretizando internamente que a tarefa é importante para si e para o próximo. Acalmar-se, relaxar-se e entregar-se naturalmente ao compromisso é norte para um bom desempenho. A segurança psicológica passa pela adequada preparação do tema, através de estudo dedicado e ensaio. A prece e vivência natural do que se prega são fatores primordiais para que a vida de preletor ou expositor seja agradável, consistente no que se diz e afirma. É muito importante que saibamos que pequenos “picos” de tensão são comuns e nestes casos devemos utilizar recursos fáceis de serem aplicados. A prece é básica para atingirmos a harmonização interior e estreitarmos os canais inspirativos. Exercícios respiratórios também são valiosos, a prática da respiração diafragmática (com a barriga) de forma lenta, pausada ajuda a diminuir a tensão nervosa e fluxo sangüíneo na região do gástrico, equilibrando o emocional. Devemos conhecer da melhor maneira possível o assunto em pauta, e sempre nos abastecermos com material em excesso. A falta de conhecimento ou subsídios gera insegurança perceptível a nós e ao público, bem como a tendência ao superficialismo ou personalismo da mensagem. Uma boa preparação do tema proporciona confiança em si, capacidade de responder a perguntas e liberdade para a abordagem de assuntos correlatos. OBSTÁCULOS DECORRENTES DA LINGUAGEM Fatos e opiniões: É muito comum apresentarmos um pelo outro sem clara distinção. O mesmo acontece com as inferências (induções, conseqüências) e observações. Quando, numa exposição, afirmamos que “Pedro é gastador”, devemos deixar claro que é gastador por que o vimos gastando (fato, observação), porque alguém nos disse (opinião), ou, ainda, porque concluímos após uma breve análise da sua vida econômica (inferência). Obstáculos verbais: Compreendem aqueles decorrentes da utilização da gíria, palavras de duplo sentido, clichês (chavões), erros gramaticais e repetição de palavras, causando falta de clareza. Em todos os casos a idéia central fica obliterada. Eu: Devemos empregar sempre a primeira pessoa do plural ao nos dirigirmos ao público. Dizendo “eu fiz”, ou “vocês devem”, “vocês precisam”, o expositor se distancia dos presentes. A linguagem inadequada ao entendimento da maioria dos ouvintes também proporciona este distanciamento, tornando a mensagem inalcançável. OBSTÁCULOS DECORRENTES DE VÍCIOS DE LINGUAGEM Os vícios de linguagem são verdadeiros obstáculos ao bom entendimento da mensagem transmitida pelo expositor, pois, ora lançam nas idéias sentidos dúbios, ora tornam-se completamente ininteligíveis. Outras vezes conferem às palavras sons exóticos dificultando a atenção do ouvinte. Vejamos a seguir os principais vícios de linguagem: Barbarismo: Emprego de palavras ou construções estranhas à língua. Ex: “Gentlemen”, “feedback”, “link”, “deletar”. Sole cismo: Erro sintático de colocação, concordância ou regência. Ex: “Vou na cidade”, “vi ele passando”. 14 de 120
  • 15. CURSOS DE EXPOSITORES 2006 ALIANÇA ESPÍRITA EVANGÉLICA – REGIONAL ABC Ambigüidade: Oferece sentido duplo ou duvidoso. Ex: “Cama para casal de ferro”, “o que tem nas mãos um homem no campo a cava-lo”. Obscuridade: Falta de clareza na exposição. Ocorre em virtude da prolixidade. Cacofonia: Junção de palavras formando outra de sentido torpe, ridículo, ou apenas desagradável. Ex: “Uma mão de ferro”, “por cada ponto passa uma reta”. Hiato: Concorrência de vozes acentuadas. Ex: “Vou à aula”. Eco: Repetição desagradável de fonemas no final das palavras. Ex: “No momento do casamento”. Parequema: Colocar ao lado de uma sílaba, outra com o mesmo som. Ex: “Sempre presente”, “corpo poroso”. Preciosismo: Emprego intencional de palavras ou expressões raras, artificiais, ou extravagantes. Ex: “Fí-lo pelo Brasil”, “fí-lo por minha família”, “praticar-se-á tal esporte”, etc. OBSTÁCULOS DECORRENTES DA PERSONALIDADE Auto-Suficiência: O indivíduo auto-suficiente julga saber tudo sobre o assunto e dessa forma, incorre em erro grave: Toma o particular pelo geral. Expressão de orgulho, sente-se mais importante que a própria aula. Trata-se de personalismo puro. Tendência à complicação: Observada em alguns expositores que adoram tornar as coisas mais difíceis, amantes de controvérsias. Superficialismo: Tendência de se dar maior importância aos palpites, hipóteses, gráficos, notícias de jornais do que aos fatos em si. Recomendação: Tratar os semelhantes com nobreza e respeito, exercitando a humildade. TÉCNICAS DE NOVA POSTURA No dia 25 de Setembro de 1988 no CEAE Genebra, em São Paulo, realizou-se o Encontro de Expositores de Escolas de Aprendizes da Aliança, com a participação de 50 companheiros de 18 Grupos Integrados. Após mais de uma hora de troca de idéias, de forma livre, entre todos os presentes, o companheiro Jacques André Conchón, Diretor Geral da Aliança fez proveitosas colocações que podem resumir-se na seguinte postura: O potencial de crescimento, numa Escola de Aprendizes, está no grupo, do qual o expositor faz parte. Jacques Conchón começou historiando a evolução da “pregação” espírita, a partir da época dos grandes oradores que assomavam a tribuna para emocionar as massas, na década de 50. Tais oradores, de grande valor na época utilizavam um esquema exortativo em sua palestra e colocavam-se como “indicadores do caminho”. Por volta de 1960, o orador transforma-se em “expositor”. A doutrina é muito clara só precisa ser exposta. Exposição que deve ser coerente, de maneira a motivar o ouvinte a iniciar um processo de modificação de si mesmo. Contudo, esse esquema era ainda “autoritário”: O Expositor ficava alguns degraus acima dos ouvintes, não se igualava a eles para aprender junto. Confessando que ele mesmo mudou, e continua mudando sua postura com relação ao outro, Jacques ilustrou essa sua mudança dizendo, que há 15 anos, quando a Aliança começava, ele dava muito valor às técnicas de exposição. “Utilizávamos recursos audiovisuais até bastante sofisticados para a época, para jogar sobre a classe uma quantidade de informações”. Quando encerrávamos a aula, o ambiente estava frio, a classe havia apenas assistido e não participado. Estávamos distantes do aluno, só havíamos transmitido informações e não vivências.”. Hoje temos muito claro que o expositor (aliás, este nome deve ser mudado, porque traz conotação autoritária) deve motivar a participação plena do grupo, não importa o tamanho da classe. Há tendência de dar-se ao luxo de dormir em classe caso considere que o expositor não está se saindo bem. Tal tendência tem de ser modificada, com a participação do expositor e do Dirigente da turma. “Precisamos mudar a tendência de pôr o expositor num lugar e nenhuma responsabilidade dar-se à turma”. Na Escola de. 15 de 120
  • 16. CURSOS DE EXPOSITORES 2006 ALIANÇA ESPÍRITA EVANGÉLICA – REGIONAL ABC Aprendizes as aulas não são acadêmicas. A Escola traz, para todos, uma proposta de crescimento, renovação de sentimentos e expansão do coração. O expositor deve ficar junto com os alunos, Colocando o tema da aula para discussão em grupo, para afloramento de vivências pessoais de cada turma. Não é o expositor, isoladamente, que deve preparar-se; é a turma que deve esforçar-se por elevar-se, tendo o expositor como um de seus membros. ”“ Nesta altura, Jaques fala do “curso de expositores da aliança que deve ser reformulado”. É um curso que prepara “autoridades em exposição e não companheiros que se misturam na classe, para crescer junto com ela”. “No curso, dizíamos que a exposição tem começo, meio e fim e que no encerramento poderíamos até decorar um fecho”. Isto esta superado; o fecho quem deve dar (se quiser) é a turma como um todo. A aula não precisa ser conclusiva, ela deve ser motivadora. Cada aluno deve sentir-se participante, importante. Precisamos reverter a tendência de dar muito valor ao expositor com relação ao grupo. O expositor caminha e aprende com o grupo, é um igual em busca de crescimento. “Temos ouvido muita gente falar que estão faltando líderes no espiritismo”, disse Jacques. “Os líderes carismáticos são do passado, e tiveram seu extraordinário valor. Hoje, todos são líderes. O aluno é um líder, principalmente se motivado adequadamente pelo dirigente e pelo expositor. É um líder liberto de imposições, em busca de seus próprios caminhos de crescimento. Como expositores, no mesmo nível da classe, temos de estimular esse crescimento sem dependências”. Anteriormente, a postura do orador clássico iniciava com a disposição das cadeiras como a escola acadêmica ou enfileirada e o orador expondo a matéria. O orador envolvia a platéia, era informativo aos mais preparados, como se fosse o indicador do caminho; aos demais em tom de mero discurso, com uma exposição quase que acadêmica, onde não havia nenhuma participação, as pessoas acompanhavam apenas com o seu sentimento e olhar, mas não falavam, eram simplesmente ouvintes. Não havia o relato de vivências e sentimentos, enfim a técnica de um orador. Ao findar a palestra alguns ouvintes indagados do que se tratou relatavam: ‘Exatamente sobre o que ele falou... Não entendi muito bem, mas como o Sr. Fulano de tal fala bonito! Benza Deus!”“. Os seminários e palestras têm essa técnica expositiva, como a do grande orador Divaldo Pereira Franco, médium inspirado. Ele expõe o tema, não há participação, ele conduz a exposição da matéria, para que as pessoas entendam. Como já foi relatado, em Setembro de 1988, no encontro Geral dos Expositores da Aliança; em consenso adotou-se como regra a nova postura de exposição de aulas. A Aliança torna as escolas de Aprendizes do Evangelho um curso que não é totalmente informativo, doutrinário; mas visa acima de tudo uma proposta de crescimento interior, renovação de sentimentos, com os instrumentos que o programa da escola oferece, uma proposta de trabalho de preparar o aluno de conduzido para condutor de suas ações, como Cristão, a ter uma participação mais consciente na sociedade. Neste contexto, o expositor tem participação e responsabilidade muito grande, pois, devemos levar o aluno a refletir e conscientizar-se, pois metade ou mais do tempo da aula do curso é do expositor. O expositor tem de ter dinamismo, entusiasmo e conduzir a aula de forma participativa envolvendo os alunos, conduzindo-os a reflexão, exposição de seus sentimentos e vivência durante as aulas. Para tanto, a própria disposição física mudou. Formam-se círculos e aplica-se também da dinâmica de grupo, onde o expositor passa a ser mais um participante, nesse processo interativo. Ainda observamos expositores com aulas totalmente expositivas; falar dia, mês e ano que nasceu, exigindo conhecimento do aluno, dando poucas oportunidades dos alunos refletirem e participarem. Falar muito é cômodo e acomoda o aluno que só ouve e não participa; desta forma o aluno caminha o curso inteiro sem muita responsabilidade, só recebe a informação. Há os expositores inflamados, com muito conteúdo na aula, mas pecam por não dar abertura para a participação de alunos. Há, ainda, os que abrem tímida participação, não sabe se é abertura para os alunos participarem ou reflexão rápida para continuar o assunto. Muitas vezes o aluno ainda está ordenando as idéias, ou fica na indecisão de falar, e o expositor já sente falta de participação e continua o assunto. Qual pergunta é boa? Exemplo ruim: Que vocês acham da reencarnação ou do racismo? A chamada nova postura, é nova entre “aspas”, é técnica antiga. Há anos atrás houve alterações, as mudanças e o aperfeiçoamento de técnicas foi chamado de “nova postura”, mas é bem antiga. 16 de 120
  • 17. CURSOS DE EXPOSITORES 2006 ALIANÇA ESPÍRITA EVANGÉLICA – REGIONAL ABC Abrindo a participação a aula deslancha melhor. Não se exigindo conhecimento prévio maior e sim através de opiniões ou vivências. Quando perguntamos o que vocês acham, pensam ou sentem não há resposta certa. Aula interessante é a que abre oportunidade para o aluno expor sua experiência e seu sentimento. Há casos de turmas onde a participação é bastante restrita, conclui-se: – Dirigente fala muito, conclama tudo. – Dirigente que deixa tudo por iniciativa dos alunos. – Alunos acanhados, diante da presença estranha do expositor. – Alunos que não são estimulados à leitura da apostila. Como a quantia de aulas da Escola de Aprendizes somadas às do Curso Básico são em maior número, é mais voltado a elas o Curso de Expositores, mas também estão os alunos preparados para exporem no Curso de Médiuns, Mocidade Espírita, Preleção Evangélica, Sessão Doutrinária e Escola de Pais. Estamos sendo habilitados a trabalhar as mais diversas técnicas para a atividade escolhida. Divaldo Pereira Franco é maravilhoso em qualquer técnica; é incomum, ponto fora da curva, não pretendemos equipara-nos a ele, além do que seu conhecimento é fantástico. O grande expositor é raro; cremos que o tempo deles passou, não aparecem mais. Hoje há expositores normais, trabalho de formiguinha de cada um de nós, levedarmos a massa na EAE fazendo o todo crescer. Difícil um grande expositor fazer o trabalho de uma só vez. Temos vários tipos de exposição: Desde a não participação da oratória, até o outro extremo da Vida Plena com participação total do aluno. Qual a melhor? Depende de uma série de fatores, além do expositor há o tema, tem matéria que exige exposição. Temos oportunidades de ver várias técnicas de exposição. A chamada técnica de oratória é bastante expositiva. Grandes oradores a utilizam. O orador fala a quem ouve, a platéia acompanha com seu sentimento e olhar, sem participar, não fala. Divaldo é um grande expositor que usa esta técnica; expõe o tema sem participação, perguntas, nem os cinco minutos, simplesmente expõe a matéria; conduz o tema para as pessoas entenderem, mas não existe a participação do ouvinte. Utilizamos esta técnica nas preleções no Centro. Expomos a matéria sem dar abertura a perguntas. Conduzimos o assunto para tocar o sentimento, colocar princípios de lógica e raciocínio na pessoa; mas sem participação. O assistido não pergunta, não opina, nem diz o que sente a respeito; só acompanha o exposto. Esta é a técnica que no Curso de Expositores aprendemos, fazemos exercícios, ficamos em pé, treinamos, isso porque esta é uma técnica ainda hoje utilizada. Às vezes há necessidade de fazermos a exposição em pé como no caso específico da preleção. A preleção deve ser expositiva. Curso de Médiuns: É expositivo por ter carga de informações que precisam ser passadas e, muitas vezes, não aberta a discussões, há tempo no fim para perguntas. No Curso de Médiuns há uma grande carga informativa, com pequena participação dos alunos e estilo diferente de participação dos mesmos; não deve ocorrer a seguinte situação - “O que vocês sentem a respeito deste assunto?”. Mocidade Espírita: São aulas mais descontraídas, com dinâmicas para o jovem poder interagir da forma como que age e pensa. Exemplo: Aula sobre Eurípides Barsanulfo: “Quando ele nasceu? Q que ele fez? Quais são os livros que escreveu? Qual o nome da escola que ele fundou? – Vamos lá pessoal... participem”. Esta seria uma técnica errada. A matéria em si não permite participação que exija conhecimento prévio, tem que ser expositiva. O mérito do expositor está em saber os pontos chaves e importantes que o aluno precisa receber a informação, entra no mérito a sensibilidade do expositor. ”Batuíra nasceu em... que fez, escreveu e qual escola fundou?” – Evidentemente a resposta a estas perguntas será o silêncio, a turma não participa, pois o tema não permite, exige conhecimento prévio. Aulas assim são expositivas. O tema é ponto importante. Tem matéria que permite participação, mesmo assim há pontos chave, importantíssimos que precisamos informar para o aluno tirar conclusões, analisar e comparar seu comportamento e forma de pensar, ele precisa primeiro de informações. Está ai a habilidade do expositor em captar os pontos chave que alunos não podem deixar de saber. A participação não se pode exigir conhecimento, podemos aquecer o assunto dizendo o que você acha, sente; chegaríamos ao ápice buscando fazer que os alunos coloquem seu sentimento, expondo 17 de 120
  • 18. CURSOS DE EXPOSITORES 2006 ALIANÇA ESPÍRITA EVANGÉLICA – REGIONAL ABC vivências em relação ao assunto. Passar as informações que acalmem a ansiedade das pessoas. Em temas como da reencarnação: não existe forma de discutir a reencarnação como princípio moral, é um fato e ponto, devemos discutir não os fatos, mas sim as conseqüências. Em 30 minutos da aula, na parte expositiva, levamos informações que somam ao conhecimento das pessoas, para resolver dúvidas de suas questões, explicar como algo ocorre. Ao lermos um livro, absorvemos informações; como trabalhar tais informações? É algo pessoal, de cada um. Para refletir um aspecto, precisamos de muita informação. Ler o Livro dos Espíritos é importante, ele tem grande quantidade de informações e, em aula, temos de passar informações e a posterior buscar os aspectos morais para refletir, pensar, assim o aluno cresce efetivamente. Na EAE sobre vários aspectos morais, abre-se a participação. Em aula histórica há tópicos morais a serem destacados. Assim temos que estudar com antecedência tais tópicos para podermos destacá-los, em aula que parece ser muito informativa. Exemplo: “A Criação” aparentemente não há tópico moral, porém analisemos: - O comportamento cotidiano – submissão do homem a Deus – As leis que regem a criação. Nestes aspectos morais abrimos a participação. A EAE é no fundo reflexão de aspectos morais, a história só ilustra, serve para destacar o aspecto moral que está contido. Os elementos morais que trazemos a tona, são o objeto da analise de como a gente age e sente ante eles. Expomos o conceito e abrimos o campo a vivência, ai depende da turma. Mas informações fundamentais e pontos básicos foram passados. Se a aula não progredir em conversa, um básico, um mínimo foi passado. Assim as aulas têm sua parte expositiva, onde faremos a introdução, a abertura do assunto, e após abrimos a participação. Depende também do andamento da EAE, seu nível, 1º ou 2º ano, no início a EAE precisa ser mais expositiva, à medida que caminha diminuímos a exposição da aula. Colocamos os pontos básicos e abrimos a participação. As aulas iniciais da Apostila são mais expositivas. A partir do Redentor, buscamos o fundo moral, o aluno passa a colocar suas vivências e sentimentos. Existe uma técnica em que há pequena participação dos ouvintes: digamos uma Técnica Semi- Expositiva usada por expositores em aulas da EAE e Curso de Médiuns, onde há uma carga informativa que tem de ser transmitida e um pequeno tempo para o ouvinte participar da aula. O tempo maior é do expositor que estudou o tema, faz longa exposição e no fim dá um tempo para esclarecer dúvidas; ao colocar suas dúvidas e opiniões os alunos têm uma pequena participação. No caminho da participação do aluno, podemos utilizar técnicas de Dinâmica de Grupo, onde há muita participação e passamos a matéria aos alunos. Conduzimos a aula de forma a existir uma participação mais intensa; o expositor começa a ficar em segundo plano ou no mesmo plano dos alunos. Nesta técnica existe grande participação do aluno. Caminhamos para uma técnica, não de dinâmica, mas onde permitimos a participação mais intensa do aluno; começamos a colocar o tema e conforme vamos abrindo o assunto, permitimos ao ouvinte colocar o que pensa, sente, suas experiências, como age ante os fatos. A aula no início é expositiva, quando introduzimos o assunto, depois abrimos a participação da turma. Esta é a aula participativa. Aula participativa na EAE, não se consegue sem abertura para o aluno expor suas experiências, o que sente e pensa. Toda aula tem de ter abertura, mas há pontos básicos fundamentais da matéria que devemos passar, não podemos deixar de passar, ou permeamos no meio da matéria ou falamos tudo de uma vez no início, escolhemos a forma. Importante é como abrir a participação. Hoje, aula não conduzida para a participação está fadada ao fracasso. Todo expositor deve saber conduzir uma aula participativa. Há os que caem no erro do caso de “Batuíra” (data do nascimento). O problema, no caso, não é o aluno, mas o expositor ao exigir conhecimento do aluno. Sempre que exigirmos conhecimento do aluno, seremos mau expositor ao usar a técnica de forma errada. Exemplo de uma boa pergunta: “O que vocês acham ou pensam sobre... reencarnação... racismo?”. Exemplo com a aula da EAE de nº. 50 “Preconceitos”: – Qual a opinião sobre preconceito. Que acham? Já sentiram preconceito sobre uma religião? Preconceito: Prática de idéia imposta ou pré-concebida, sem análise, sem parar para pensar com profundidade, recebemos e praticamos. Ex: Na família que possui preconceito racial, religioso e de 18 de 120
  • 19. CURSOS DE EXPOSITORES 2006 ALIANÇA ESPÍRITA EVANGÉLICA – REGIONAL ABC comportamento sexual, recebemos algo pré-concebido, dogmático e não pensávamos; ao começarmos a pensar, percebemos onde temos preconceito? Preconceito é feio? Não, ele deve ser encarado como descoberta, pois, o preconceituoso ainda não descobriu que o é, desta forma nega. Fato hipotético: A mãe do meu marido é Judia, como Judia, ao me conhecer só falava comigo através do meu marido: “Você arrumou uma Turca?”. Não sou Síria, mas possuo traços Árabes, enfrentei isso, não é coisa ruim, eu respeito. Temos de encarar, às vezes o preconceito não é descoberto, a pessoa não tem a extensão do ato nocivo. Preconceito homossexual: O homem é condicionado a ter atitude de macho. Aparece alguém com jeito feminino, acaba marginalizado do grupo. É diferente teorizar de como encararíamos o problema conosco. Preconceito se adquire sem saber o que é certo ou errado. O contato pessoal às vezes derruba o preconceito que temos a respeito. Que sentimos sobre o preconceito? Que atitude tive sobre preconceito? Quando eu senti realmente preconceito? Falar de homossexualismo, prostituição é fácil, mas se é alguém da nossa casa, como encararíamos? Analisar coisas de fora é fácil, mas ver se temos ou não preconceito, aceita ou não, se aceito não tenho preconceito; se rejeito, tenho vergonha, escondo ou quero que mude, tenho preconceito; analisemos em nós se temos ou não o preconceito. Na EAE parece que ninguém tem preconceito. Não paramos para pensar e analisar. Conforme cada um cai em si, aparecem preconceitos e onde somos preconceituosos no controle daquilo. Ciclo natural: pensamos e agimos, o ato é o final. Ao expor nosso ato, de certa forma buscamos o sentimento por trás, o que iniciou; é importante saber como sentimos e agimos ante o preconceito. São os 2 pontos importantes; há a parte intermediária: O pensamento, mesclado por muitas coisas, pelo próprio sentimento, ha. uma série de controles; o superconsciente interfere no que devemos ou não fazer, a zona da moral controla, enfim o preconceito é mesclado. A opinião é algo no meio do caminho, temos de ir ao nível do comportamento como a achamos e sentimos. Na pergunta que acham, sentem, pensam, não há resposta certa, fazer com que as pessoas participem, tal pergunta é mediana, é claro que estamos dentro de normas que regem a EAE, quanto ao respeito da opinião das pessoas, que é não julgar opiniões, e faz parte também como regra pedir as pessoas que falem de si e não dos outros, dizer que meu vizinho é preconceituoso, o expositor deverá trazer de volta o assunto, o aluno venha refletir a falar de si. Semelhante é perguntar: Quem leu a aula? Devemos sim, é durante a aula incentivar o aluno à leitura, sugerindo e não cobrando, pois cria antipatia do aluno para com o expositor. Podemos exigir conhecimentos universais tipo: “O nome de Allan Kardec de quem era mesmo”? O Livro dos Espíritos foi lançado em... Como nasceu a Doutrina Espírita? Devemos induzir ou procurar formas dos alunos dizerem sua opinião, não o que é ou como deveria ser, a teoria a respeito da coisa, cada um colocando a sua opinião do que acha, pensa a respeito. Ao abrir à participação a aula fica melhor, deslancha mais ao não se exigir conhecimento e sim opiniões ou vivências. O ápice da aula da EAE é quando o expositor tem a oportunidade de colocar sua experiência e sentimento a respeito do assunto, então ele passa a ser um participante da turma. O ponto máximo de participação ocorre ao atingimos a “Vida Plena”. Trazemos o assunto, fazemos ligeira abordagem e abrimos para todos colocarem sua forma de agir, pensar e sentir ante o tema; então existe não teoria sobre o assunto, mas sim vivências, experiências, sentimentos, pensamentos, a forma que cada qual age ante o tema. A aula de Vida Plena é uma aula que conta com a vivência, experiência: Qual é a minha atitude ante de um determinado assunto. Na aula participativa, falsa é a idéia de não precisar preparar muito, pois o aluno participa. Se houver tal enfoque vamos é matar tempo. Precisamos estudar a tema, saber a carga informativa que deve ser passada, os princípios morais a refletir, sintetizar a informação e conduzir a abertura nos aspectos morais planejados. É muito mais difícil a aula participativa bem dada que se imagina. “É abrir o assunto, as pessoas falam, a turma conduz a aula”, não é assim Ninguém espera um expositor perfeito, temos falhas e defeitos. Para começar a dar bem uma aula observemos sempre as técnicas, procurando melhorar, mas só há uma forma de nos tornarmos um bom expositor: expondo. 19 de 120
  • 20. CURSOS DE EXPOSITORES 2006 ALIANÇA ESPÍRITA EVANGÉLICA – REGIONAL ABC O Pai espera co-participação do jeito que somos, mas devemos nos preparar. Procurar dar a aula da melhor forma possível, não matar o tempo dos outros. Saber que nossa aula não está preparada é crime gravado na consciência. Recomendações úteis: – Conhecer o ambiente ou local de aula onde irá proferir, conhecer a turma, o estilo de “participação de acordo com a aula do dia em exposição”. – Saber do Dirigente: Quantos alunos têm a turma, os alunos participam ou não das aulas, etc. – Visitar outras turmas, outras casas integradas, ouvir aulas de outros expositores. – As aulas devem ser preparadas com bastante conteúdo; buscar entusiasmo, alegria, vibração, criar a empatia da turma, todos tem a ganhar, evidentemente o maior beneficiado é o aluno. – As técnicas de comunicação evoluíram. Podemos utilizar projetor de slides, transparências, vídeos e outros recursos. – Qual a melhor técnica a ser adotada? Depende do estilo e da matéria da aula. – Jamais passar a idéia de: Julgar, opinar, polemizar ou interceder. – Falar sempre dos seus sentimentos e não dos outros, nunca podemos filosofar. – Lembrar que analisar preconceito é um fato, mas aceitar é outra coisa. – Devemos passar sempre as informações básicas para podermos acalmar a ansiedade dos alunos; depois poderemos abrir a aula à participação e buscar o retorno da turma. – Após 2 a 3 anos em trabalho de exposição as aulas adquirem uma melhor consistência. – O bom expositor nunca está satisfeito com suas aulas, assim, busca sempre reestruturá-las, agregando novos conceitos. – Procurar sempre buscar após a aula a avaliação do dirigente (aguardar até que o dirigente e o próprio expositor tenham terminado de atender aos alunos). – Expositor que não coloca dinamismo e entusiasmo em suas aulas está no trabalho errado. – A forma de captar material para nossas aulas é através da leitura, do saber ouvir e da pesquisa. – Exemplo de uma pergunta ruim (que afasta os alunos do expositor): “Quem leu a aula?”. Existem formas muito melhores de induzirmos os alunos à leitura sem sermos antipáticos. – Em quanto tempo dou a aula? Tal tempo está fixado no “Vivência do Espiritismo Religioso”: – Aulas do Curso Básico do Espiritismo – 1:00 hora. – Aulas da Escola de Aprendizes do Evangelho – 0:45 minutos. – Porém o expositor deve sempre possuir material de reserva, “no bolso do colete”, para poder cobrir 15 minutos de tempo extra de aula. Não vou poder dar esta aula, posso “devolver” a aula que peguei? O termo “devolver a aula pega” não existe no dicionário do expositor. Um dos lemas do expositor é: “AULA PEGA É AULA DADA”, costumamos brincar dizendo: “O fato de um possível desencarne do expositor, não justifica sua ausência na aula. Ele deverá estar presente para poder intuir quem quer que ministre a aula em seu lugar”. Que horas chegar para a aula? Em uma cidade complexa como São Paulo, o expositor deve sempre se programar para poder chegar com no mínimo 30 minutos de antecedência. Quem é o chefe? Para quem damos aula? Nenhuma apatia entre o expositor e pessoas da turma ou casa espírita deve interferir no trabalho do dirigente. Nós expositores não ministramos aula para dirigentes, assistentes, secretários ou mesmo alunos. Nós expositores ministramos aulas por sermos Discípulos de Jesus. Desta forma, nós expositores, ministramos nossas aulas pelo Amor do Mestre. ATITUDES QUE SE DEVE EVITAR 1. Falar baixo demais ou aos gritos. 2. Ler a aula. 3. Permanecer sentado ou em pé sempre no mesmo lugar. 4. Desordem em classe (conversas paralelas, agitação, etc.), isso significa que algo precisa ser modificado (método, motivação, atividades, ritmo, etc.). 20 de 120
  • 21. CURSOS DE EXPOSITORES 2006 ALIANÇA ESPÍRITA EVANGÉLICA – REGIONAL ABC 5. Pessoas falando ao mesmo tempo (dar atenção por ordem, ao levantar dos braços). Caso haja esta situação reduzir o volume da voz ou mesmo parar a exposição até que a classe perceba que o comportamento está inadequado. 6. Mau humor e cara feia. 7. Interrogatório inadequado e mal dirigido. Exemplos: “Gostaram da aula? Resposta: Não”, ou, “Estudaram a aula? Resposta: Não”. 8. Não exemplificar o que transmite (faça o que eu falo mas não faça o que eu faço). CACOETES Os cacoetes desfocam a atenção dos ouvintes, que passam a perceber e prestar atenção na atitude e não na mensagem. Alguns cacoetes são bastante típicos (“jogar” o cabelo para o lado, “coçar” a barba, puxar a calça para cima, tirar e colocar os óculos, coçar a cabeça, estalar as juntas dos dedos, “puxar” o dente, etc.). Todos estes comportamentos são hábitos inconscientes e afloram na esfera da exposição como recursos de busca de afirmação ou de ganho de tempo. São quatro os estágios da percepção e eliminação dos cacoetes:  Não consciência: Quando é um ato involuntário, automático.  Consciência: Quando percebemos ou somos alertados de tal comportamento.  Tentativa de acerto: Que é o esforço para vigiar as atitudes e corrigir na medida do possível as tendências para tais reações. Eliminação: Que é conquistada com bastante esforço e após passar pelos estágios acima. INIBIÇÃO A inibição atua em dois campos, primeiro no pensamento, retraindo a espontaneidade e automaticamente na ação, bloqueando as atitudes. Por se tratar de um recolhimento psicológico, a prática e a auto-exposição são elementos para vencer este obstáculo. Devemos exercitar a conversação, buscando conversar um pouco mais com as pessoas da própria residência, assim exercitamos a conversação e passamos a falar com mais naturalidade. Soltando nossas “amarras” passamos a deixar fluir o vocabulário que estudamos através de leituras em voz alta para nós mesmos (faz parte do processo de auto-exposição). Nas conversações devemos nos vigiar para empregarmos frases bem coordenadas, sem gírias, termos grosseiros ou de dupla interpretação. Caso a inibição seja muito intensa a busca por profissional é o caminho mais adequado, normalmente o exercício de exposição praticado durante o Curso de Expositores tem o poder de eliminar grande parte das barreiras da inibição, quando corretamente aplicados. RETENÇÃO DO CONHECIMENTO / PROCESSOS DE APRENDIZAGEM Estudos da Socondy-Vaccum Oil Co. Studies: Temos algumas características quanto aos fatores de retenção das informações que nos chegam através dos modos sensoriais. Em estudos de 3 horas e de 3 dias temos os seguintes quadros percentuais resultantes: Tudo aquilo que recebemos via auditiva (exposição oral) após 3 horas apresentamos 70% de retenção, enquanto que após 3 dias esta retenção de informações cai para apenas 10%. Quando a informação nos chega sob forma visual, após 3 horas temos 71% de retenção, enquanto que 21 de 120
  • 22. CURSOS DE EXPOSITORES 2006 ALIANÇA ESPÍRITA EVANGÉLICA – REGIONAL ABC após 3 dias esta retenção estaciona na casa dos 20% apenas, mas é o dobro da informação oral. Aliando-se os recursos das vias auditivas e visuais, após 3 horas a retenção sobe para 85% enquanto que após 3 dias cai apenas 20 pontos, estacionando na casa dos 65%. Ainda neste estudo temos os resultados da retenção mnemônica (técnica de desenvolver e fortalecer a memória mediante processos artificiais auxiliares). No uso dos recursos mnemônicos, a gravação das informações na memória é: Paladar 1%, tato 1,5%, olfato 3,5%, audição 11% e visão 83%. Quanto aos processos de aprendizado imediato tirou-se a seguinte conclusão: Aprende-se 10% do que se lê. Aprende-se 20% do que se escuta. Aprende-se 30% do que se vê. Aprende-se 50% do que se vê e escuta. Aprende-se 70% do que ouve dizer e logo discute. Aprende-se 90% do que ouve dizer e logo realiza. Com os dados acima podemos notar a importância de recursos auxiliares dinâmicos e trocas vivenciais nas aulas. AMBIENTES DE LIDERANÇA Em sala de aula, o dirigente reflete seu “estilo” de liderança. Conhece-se o dirigente pela turma e em contrapartida, a possível reação da turma pela postura do dirigente. Temos os seguintes ambientes: Autoritário: Onde predomina o verbo no modo imperativo. Exprime ordem, proibição, pedido. Exemplo: “Volte logo”. “Não fiquem aqui”. Democrático: Predomina o verbo no modo indicativo. Exprime um fato certo, positivo. Exemplo: “Vou hoje”. “Vocês tem grande responsabilidade fazendo caravanas”. Bonzinho: Predomina o verbo no modo subjuntivo. Enuncia um fato possível, duvidoso, de maneira vaga, imprecisa. Exemplo: “É possível que”. “Se você trabalhasse”. “Sugerimos que faça o Evangelho”. O COMUNICADOR O comunicador é o divulgador dos seus postulados, mas devemos lembrar que na tarefa Evangélica estes estão além da nossa percepção de mundo e da vida, são postulados Cristãos norteados pelo Evangelho de Jesus. Com o decorrer das décadas houve uma progressão nas técnicas e conceitos de exposição (ainda que hoje algumas sejam necessárias de ser praticadas em segmentos específicos), principalmente no que tange à atividade espírita. Na década de 1950 tínhamos predominantemente a figura do orador, o poeta da exposição, que emocionava as massas. Em meados da década 60 a linhagem do orador migrou para a de palestrador, que fazia a fusão entre o professor (exposições tipo aula clássica) e o orador. As informações ainda chegavam de forma meio autoritária “ao público (era utilizado o palco a separar o público do palestrante)”. Nos anos 80 os expositores receberam bastante informação acadêmica mas sofriam de pouca experiência no campo vivencial, que os tornavam técnicos de aulas na sua maioria. Chegam os anos 90 e com eles a valorização do ser como elemento de um processo contínuo de aprendizado, da horizontalização das diferenças e a necessidade do crescimento conjunto. Com isso o expositor passa a ser simplesmente um facilitador, participante de um processo de aprendizado coletivo, orientador de diretrizes e focado na liberdade de expressão, valorizando os sentimentos e experiências. Esta é a tarefa do expositor moderno. 22 de 120
  • 23. CURSOS DE EXPOSITORES 2006 ALIANÇA ESPÍRITA EVANGÉLICA – REGIONAL ABC FLEXIBILIDADE Ao expositor espírita é necessário e imprescindível ser flexível em sua vida interior. Abrir-se ao mundo sem defesas, não subir ao pedestal da vaidade e praticar a máxima Cristã: “Amar ao próximo como a ti mesmo”. O respeito pela individualidade do ser e dos diferentes estágios culturais, espirituais e intelectuais é obrigatório para quem deve muito mais exemplificar do que teorizar. O primeiro ponto deste processo de flexibilização é reconhecer-se em formação, que a única diferença entre si e os alunos ou assistidos é que tenha estudado um pouco mais, iniciado seu processo de despertamento um pouco antes, mas que ainda está (e estará por um bom número de encarnações) buscando sua melhora, depurando seus sentimentos e pensamentos, crescendo em um compromisso pessoal e coletivo, onde aqueles que ali estão consigo são companheiros de jornada. Respeitando a individualidade deve admitir a diversidade, as diferentes formas de encarar a vida e as situações, as pessoas são unas em sua persona. Experienciam e introjetam as realidades de formas diferentes, buscam seus ideais por caminhos diversos, não são nem melhores nem piores uns dos outros, somos espíritos em busca de luz, no caminho do Celeste Criador. Abertos ao próximo e à sua forma de agir e pensar abrimos a exposição para o incentivo das trocas vivenciais, que enriquece o conteúdo da exposição com fragmentos vivos das experiências evolutivas de cada um, como numa grande terapia terrena, onde somos todos pacientes e o Cristo o grande Terapeuta das sessões guiando-nos pelo Evangelho Redentor. MEMÓRIA Regra áurea: “NUNCA CONFIAR NA MEMÓRIA” Não confiar na memória não quer dizer decorar textos ou exposições completas. A bagagem literária e doutrinária deve estar consistente em nós pela prática constante de estudo, leitura e participação em palestras, reciclagens, etc. O que devemos memorizar é a idéia central da apresentação, a linha mestra que permitirá o desenvolvimento do tema de forma natural e espontânea, já que nos preocupamos em abastecermo- nos de informações necessárias para o livre desenrolar da atividade. O que podemos memorizar também é um resumo da palestra, ou em outras palavras, o quadro de idéias, para que não fujamos à linha central de raciocínio lógico. Quando dizemos “memorizar” é colocar as questões no coração, sempre pensando na platéia e suas necessidades espirituais. MOVIMENTAÇÃO Os movimentos têm o poder de aumentar a concentração dos ouvintes, já que “força-os” a prestar atenção no interlocutor. Ao olhar os ouvintes encare-os de frente, sem medo (sem altivez), movimentando a cabeça de forma não linear, usando a flexibilização do pescoço, ombros e tronco. Quanto a movimentação em classe é importante não dar as costas para os participantes, ou seja, não criar movimentos circulares pela classe. Precisamos ter cuidado para que os movimentos não criem monotonia, deve-se quebrar a uniformidade. A movimentação deve ser triangular e variada, cuidando para que todos possam enxergar-nos e vice- versa. Cuidado com o efeito “tigre na jaula” que é a movimentação lateral constante e nervosa. Os modernos conceitos de postura e movimentação recomendam que tiremos “os pregos dos pés”, ou seja, dentro de uma adequação consciente utilizemos a movimentação como fator de emoção superando antigos conceitos de que o preletor deve ficar “estancado” ao solo de forma estática, como se houvesse uma barreira invisível entre as partes. 23 de 120
  • 24. CURSOS DE EXPOSITORES 2006 ALIANÇA ESPÍRITA EVANGÉLICA – REGIONAL ABC PRESENÇA ELOQÜENTE Alguns fatores são básicos para que a presença do preletor ou expositor seja agradável e eloqüente, fluindo com naturalidade e em clima de abertura.  Riqueza de conteúdo doutrinário através de estudo metódico, permanente, compromissado.  Clareza quando se simplifica o conteúdo e utiliza-se a pronúncia correta das palavras.  Objetividade no tema, exercitando a capacidade de síntese de assuntos periféricos e controlando o tempo disponível, isso se consegue com ensaio constante.  Criatividade: Que é a capacidade de tornar a preleção interessante e original, fugindo aos padrões formais e trazendo o tema para a situação atual de vida da sociedade, cuidando para não personalizar as idéias em conceitos cristalizados da própria vida ou introjetar situações não vivenciadas.  Versatilidade com enfoques e argumentações diferentes e atuais. Ter a “cabeça aberta” para pensar além do mundo do autor da literatura estudada, sem fugir à sua linha de raciocínio.  Ser verdadeiro no que diz e faz, Jesus já nos orientava: “Seja seu dizer sim, sim; não, não”. IMPROVISAÇÃO X PLANEJAMENTO É importante a conscientização do planejamento de uma apresentação. Com a experiência tem-se uma tendência a “relaxar” na preparação, confiando nas suas habilidades e conteúdo doutrinário. Mas isso não deve ser uma constante, é claro que podem ocorrer problemas que nos impeçam de preparar uma apresentação convenientemente, mas estes casos devem ser realmente uma exceção. O improviso (falta de estudo e/ou preparação do tema) traz como conseqüência insegurança na exposição e pode gerar enganos nas afirmativas doutrinárias. Sem lastro, o conteúdo torna-se pobre, repetitivo e rotineiro, gerando no público ouvinte imagens mentais negativas. Trata-se de um desrespeito ao público, pois deixamos de oferecer o que a Doutrina tem de melhor para ofertarmos apenas uma pequena parcela que está viva em nosso consciente, ou o que é pior, que faz parte de nossa estreita visão. Improvisar não atinge plenamente objetivos de assimilação da essência do conteúdo. Quando partimos para o planejamento de uma apresentação, de imediato recebemos a sustentação da espiritualidade, mesmo semanas antes da apresentação. Planejar faz parte da busca intensa pela reforma íntima e o adequado comportamento moral e ético na Doutrina. Aí sim, com a essência devidamente exposta, sem distorções doutrinárias, podemos transferir no campo mental e na vida os exemplos que comentamos nas prédicas. Lembremo-nos: improvisar pode render 10 frutos de uma semeadura, mas com planejamento colheremos 1000 frutos da mesma. ESTRUTURA DA EXPOSIÇÃO INÍCIO (15% do tempo da exposição)  Abertura, preparação. Onde se inclui a saudação e as explicações sobre a natureza do trabalho, do tema e assim por diante. Capta a atenção e resume o que se vai dizer.  Deve ser sem formalidades e sem desculpas.  Deve despertar curiosidade no auditório.  Pode-se contar uma história, fazer uma pergunta ou relatar um fato recente. 24 de 120
  • 25. CURSOS DE EXPOSITORES 2006 ALIANÇA ESPÍRITA EVANGÉLICA – REGIONAL ABC  Não ser dogmático. EXPOSIÇÃO (75% do tempo da exposição)  É o meio, abordagem do assunto em foco. É o desenvolvimento do tema propriamente dito, relata- se os pontos principais com ordenação lógica e sustentação do tema.  Usar palavras claras e conhecidas.  Falar à altura do nível intelectual do público.  Evitar termos técnicos desconhecidos.  Usar e abusar dos recursos audiovisuais.  Usar a gesticulação que reflitam os sentimentos.  Cria-se o cenário para uma argumentação que convence e comove.  É o lugar onde cabem as manipulações. CONCLUSÃO OU EPÍLOGO (10% do tempo da exposição)  É o fim, o encerramento. Onde a idéia central é realçada para ser fixada. Deve ser simples, objetiva, dinâmica e útil. Recapitula e deve ser uma afirmação memorável.  Poderá ser decorado, é um resumo enfático do que foi dito. Maneiras de encerrar uma palestra:  Apelar para que a tese seja aceita  Fazer um resumo dos pontos mais importantes  Agradecer os presentes  Construir clímax e concluir com palavra de vibração forte e positiva  Deve ser rápido e decisivo  Terminar sempre como o auditório deseja EXEMPLO DE ESTRUTURA DE AULA Aula de 60 minutos do Curso Básico de Espiritismo:  15% - Introdução (9 minutos).  75% - Apresentação (45 minutos).  10% - Conclusão (6 minutos). Aula de 45 minutos de Escola de Aprendizes do Evangelho:  15% - Introdução (7 minutos).  75% - Apresentação (34 minutos).  10% - Conclusão (4 minutos). O MEDO O famoso “frio na barriga” causado por tensão do novo ou do desconhecido é reflexo de atividade psicológica no âmbito dos sentimentos. A autocobrança, o orgulho que poderá ferir-se caso nos contrariem, a vaidade despedaçada caso notem que não somos perfeitos, tudo isso pode levar a duas condições naturais do ser, que podem ser denominadas: 25 de 120
  • 26. CURSOS DE EXPOSITORES 2006 ALIANÇA ESPÍRITA EVANGÉLICA – REGIONAL ABC Traço fóbico, condição normal de pressão, não impeditiva à tarefa, trabalhado pelo exercício, confiança, segurança, reforma íntima, exposição constante, leitura, etc., ou, Fobia social, condição extrema de pressão, impeditiva, necessita de tratamento psicoterápico, geradora de Topofobia (medo de palco) potencializada por um quadro severo de ansiedade e em casos mais profundos de ataques localizados de pânico. O medo tem sua base no âmbito mental, da ansiedade do não conhecer experiências novas, das autocríticas depreciativas e da fértil imaginação (normalmente negativa), que gera uma pseudoconcepção negativa da situação proporcionando o medo. Suas conseqüências mais conhecidas são: A famosa “tremedeira” e os “brancos”, que reforçam esta autoconcepção negativa e fazem que não consigamos raciocinar ou encontrar soluções para a situação. É o que dizemos quando a pessoa “trava”, não raciocina mais, passa a ter alterações cardio- respiratórias e necessita imediatamente de socorro, inclusive espiritual. É necessário reprogramar-se face à tendência do medo, conscientizando-se de que em primeiro lugar estamos trabalhando para e com o Cristo. Em segundo lugar devemos reconhecer que não somos os únicos a sofrer de medo, e que com a experiência o mesmo estará gradualmente sendo reduzido. A platéia está ali para ver nosso sucesso e não nossa falha e que devemos concentrarmo-nos no que estamos dizendo e não como estamos dizendo. Quando damos muito valor à técnica fechamos a ligação espiritual e passamos a atuar apenas no campo da razão. Se conhecermos bem o assunto, ensaiarmos insistentemente, respiramos de forma adequada (diafragmaticamente) e orarmos com harmonia poderemos controlar a emoção pelo intelecto sem prejuízo das ondas intuitivas. Tudo isso mais o vocabulário aumentado pela leitura, estudo e as experiências vivenciadas geram segurança, que proporcionam desenvoltura, seqüência lógica e bem- estar físico e emocional, reforçando e potencializando a disposição de cumprir a tarefa com amor e dedicação. malmente um bom preparo intelectual e espiritual é suficiente para não extrapolarmos os limites do traço fóbico. PRECONCEITO Cada um de nós tem uma vida e uma realidade mental, experiencial. Não podemos dizer que exista uma realidade única e absoluta para todas as pessoas. As reações diante dos fatos acontecem segundo a percepção de realidade de cada um, e essa percepção é para o indivíduo a própria realidade. A realidade é o mundo particular das percepções de cada ser individualizado embora dentro de uma ótica social a realidade consiste de percepções que são comuns a vários indivíduos. A conduta do indivíduo é uma reação ao campo das experiências como este é aprendido, mas há duas maneiras de viver-se as experiências. Conceito: De forma consciente, livre, não alterada pela necessidade ou pelo desejo de se defender, ou seja, estaremos vivendo a situação bem próxima de sua realidade, livre de idéias ou atitudes defensivas, partindo de um fato vivenciado, fortaleceremos a nossa parte interior de conceitos e valores. Preconceito: As experiências não vividas, que poderíamos denominar pseudo-experiências ou introjeções, geram preconceitos. Estas têm origem em um comportamento nitidamente defensivo, as generalizações. A título de nos defendermos, rotulamos as pessoas ou fatos, pois negamo-nos a discutir em um todo as coisas boas que cada um, individualmente, tem a dar. As introjeções tem origem, via de regra, nos campos da educação formal, educação escolar, educação no lar, herança social, convivência, propaganda, literatura, opiniões, interpretações, formalidades, etc. Outro tipo de preconceito, muito mais pessoal e ao qual somos resistentes e defensivos são os preconceitos que criamos conosco mesmos. Não podemos mais nos acomodar dizendo que não conseguimos modificar esse ou aquele aspecto da nossa conduta, visto que sempre haverá condições de transformar seus preconceitos em conceitos. numa manifestação precipitada a partir de nossa sempre insuficiente escala de valores. Assim é sempre uma avaliação mutável e parcial, pois bloqueamos o nosso autoconhecimento através dos mecanismos de defesas. Vale a pena analisar também as críticas de outros a nosso respeito, pois nos vêem em outro ângulo e contribuem muito para nosso autoconhecimento. 26 de 120
  • 27. CURSOS DE EXPOSITORES 2006 ALIANÇA ESPÍRITA EVANGÉLICA – REGIONAL ABC A ciência e a religião, abarrotadas de dogmas e preconceitos tem somente realizado separação em vez de união, guerra em vez de paz, descrença em vez de fé. O espírito se perturba concentrando na esfera das coisas físicas todas as suas preocupações. O que se faz mister é compreender a necessidade da tarefa de espiritualização, trabalhando o edifício sublime do progresso comum. Operemos na difusão da verdade, quebrando a cadeia férrea dos formalismos impostos pelas pseudo-autoridades da cátedra ou do altar, amando a vida terrena com intensidade e devotamento. Não julgar é não criar preconceitos, Jesus exemplificou em toda sua vida pública sobre esse assunto, vencendo os preconceitos sociais, de costumes, intelectuais, morais, regionais, sexuais, raciais, etc. Nunca cometeu falta de respeito de rotular, via em cada um seu irmão, filho do mesmo Pai, colocando os interesses coletivos acima dos interesses pessoais. Devemos receber cada um dos alunos como verdadeiros companheiros de jornada e de crescimento, visto que a reforma íntima é eterna. O preconceito na aula gera ineficiência e descrédito nos objetivos precípuos da Doutrina. NÃO HÁ ESPAÇO PARA PRECONCEITOS NA VIDA DO EXPOSITOR. Vivenciar é exemplificar o que se fala. PRECE DOS APRENDIZES DO EVANGELHO Ao início das aulas das Escolas de Aprendizes do Evangelho temos após a elevação espiritual e Pai Nosso, o entoar da Prece dos Aprendizes. É muito comum termos, em razão da orientação dos dirigentes de turmas, maneiras diferentes ou erradas de entoar a canção original. Recomendamos consulta ao livro ‘Vivência do Espiritismo Religioso “sobre o assunto (inclusive os conceitos de prece cantada) e observar a forma mais próxima da correta de entoar a prece como no CD” Pai Celeste “- faixa 16 (Prece dos Aprendizes – forma tradicional)”. Mas o mais desagradável é uma turma entoando corretamente a Prece enquanto o expositor, que teoricamente vem ali para orientar a classe no tema daquele dia, entoar de forma errada ou com “esses” a mais. Os pontos mais delicados da Prece são as frases referentes a Deus, onde se substitui o “TEU” por “SEU”, também temos o ponto “DÁ-NOS” ao invés do tradicional “DAÍ-NOS” que se profere. Mas o mais grave é o termo “FORÇA” substituído quase que automaticamente por “FORÇAS”. As frases corretas são: ingir”. “DÁ-NOS Pai, a luz que aclara”. “DÁ-NOS FORÇA para sermos”. “Os arautos do TEU amor”. O BOM SERVIDOR Algumas turmas de Escola de Aprendizes costumam entoar ao término das aulas, à partir do segundo ano, o lema do Bom Servidor, constante no livro “Vivência do Espiritismo Religioso” à página 106. Por fim, além de decorar a letra da música é necessário parar para refletir sobre seu conteúdo, um compromisso de trabalho junto ao Cristo, onde nos colocamos como verdadeiros soldados da mensagem do amor. COLA OU LEMBRETE Recurso normalmente necessário aos ainda inseguros, que utilizam o livro, o bilhete ou o papel mais como apoio psicológico do que como consulta. Não é pecado fazer uso da mesma nos casos de aulas, já que os assuntos normalmente são extensos. Deve ser pequena e organizada. Nada de folhas e folhas escritas como longas dissertações, mas 27 de 120
  • 28. CURSOS DE EXPOSITORES 2006 ALIANÇA ESPÍRITA EVANGÉLICA – REGIONAL ABC apenas os tópicos organizados em ordem de progressão dos assuntos (em forma de quadro de idéias). Devemos ter muito cuidado com o efeito “Mata-Moscas” ou o papel que é agitado constantemente no ar, tirando a atenção dos ouvintes e produzindo barulho típico. Nos casos das preleções, por se tratarem de exposições curtas, onde a veia principal está em um tópico Evangélico não se recomenda sua utilização, com ensaio e preparação espiritual adequada o tema flui naturalmente. COMPORTAMENTO DO EXPOSITOR Ao assumirmos o papel de expositor, devemos entender que se não reunimos as condições necessárias, a arte de informar, comunicar, ensinar e dirigir não serão dignamente cumpridas e poderão causar irreparáveis danos à divulgação da Doutrina. Estas artes são as mais gratificantes da atividade humana, é uma doação direta em benefício de uma comunidade que tem um objetivo claro a cumprir e os expositores são colocados no caminho destes irmãos para colaborar, e cumprir uma expectativa do alto que a cada dia é maior, porque maior é também o número de EAE’s a cada dia que passa. O expositor deverá entender que o seu papel não pode ser vulgarizado, que o seu preparo não pode ser adiado e que a tarefa é sua e uma vez não realizada pesará na economia do processo. Meditemos sobre a frase de André Luiz: “Se a semeadura não for boa, não haverá boa colheita”. postura o expositor não poderá aparecer mais que a mensagem, devendo se posicionar o mais discreta e corretamente possível. No tocante a sua vestimenta e linguagem, estas deverão sempre de acordo com o ambiente e o público. Devemos atender aos objetivos de cada aula, evitando fuga ao programa, avanços na aula posterior, leituras longas e improvisos diversos. Quanto às técnicas de oratória devemos utilizá-las sem extravagâncias, sem exibicionismo, não ser formal, enfadonho e monótono, devemos ser didáticos e dinâmicos. Quanto ao ambiente da classe devemos estar preparados para todo e qualquer tipo de classe (falta de lousa, tomada, extensão), sobre a disposição das cadeiras em círculo, semicírculo, etc. Usar dinâmicas e técnicas de incentivo (estes fatores são minimizados ou eliminados pelo prévio contato com o Dirigente ou Secretário da turma). Quanto à platéia, ao mesmo tempo em que o aluno torce por uma boa aula não permite falhas e normalmente rotula o expositor tecendo até comentários com os demais alunos. No tocante a perguntas simples e até ingênuas, devemos evitar o “risinho” (ironia) e sempre termos uma resposta que encoraje novas questões. Sobre as perguntas difíceis ou sem resposta no momento devemos ter a humildade de reconhecer nossa momentânea ignorância e voltar com a resposta na primeira oportunidade e nunca emitir opiniões ou citações evasivas. Se houver perguntas maliciosas e não pertinentes ao tema, devemos reconduzir a discussão para a temática central e diante de insistências mostrar sua inconveniência. Quando nos deparamos com atitudes inconvenientes e que estejam atrapalhando o bom andamento da aula e diante da falta de atuação dos dirigentes, devemos agir energicamente para que a aula não seja prejumelhor estilo de exposição? Desde que respeite os elevados objetivos da Escola, o expositor pode se conduzir livremente utilizando os mais variados estilos (dinâmicas, exposições, narrações, dramatizações, recursos audiovisuais, etc.). O que deve ficar bem claro, é que todo estilo tem pontos fortes e fracos e que o expositor deverá alavancar os pontos favoráveis e inibir os aspectos que o atrapalhem, o que contribuirá indiscutivelmente para o sucesso da aula. PREPARAÇÃO DO TEMA Sugestão de preparação passo-a-passo: 28 de 120
  • 29. CURSOS DE EXPOSITORES 2006 ALIANÇA ESPÍRITA EVANGÉLICA – REGIONAL ABC 1. Estudar o tema profundamente. 2. Estudar o assunto e coloca-lo de “molho”, estar com a mente aberta para as intuições que forem chegando. 3. Comentar com os colegas e trocar idéias sobre o tema, buscando outras visões sobre o assunto. 4. Ler assuntos correlatos, em outras literaturas, em outras obras. 5. No momento de começar a montar efetivamente o tema buscar a ligação espiritual e orar. 6. Consultar o Dirigente da turma sobre características da turma, da classe, particularidades, etc. 7. Definir o objetivo a. Sem rebuscamento. b. Rapidamente compreendido. c. Direto. d. Seguir com rigor o tema e objetivo. 8. Fazer um brain-storming (tempestade cerebral) sem seqüência lógica ou cronológica, buscar uma chuva de idéias pessoais. 9. Pesquisar referências da Aliança e Vade Mecum. 10. Estudar Fontes da Aliança, Obras da Codificação, Bíblia, Literatura Espírita (clássica e atual), Biografias, Datas Comemorativas, etc. Observações: 11. Estabelecer um horário para estudo (tempo). 12. Definir um local (não muito confortável) 13. Está com sono? Durma! 14. Leitura: Deve-se ter muito cuidado com o momento da leitura, pois existem obstáculos naturais que podem evitar um perfeito estado de concentração para as devidas absorções de idéias. O local inadequado, fatores que possam distrair ou sono são obstáculos que potencializam esta dificuldade de concentração. O grande desafio é ler mais em menor espaço de tempo, já que nossa vida diária é corrida e nem sempre nos é permitido termos tempo para outras atividades que não sejam as do dia-a-dia da vida material. É salutar esforçarmo-nos para destinarmos pelo menos cinco minutos diários para leitura, criando assim o hábito da leitura constante, isso nos trará domínio das informações, poder de argumentação e clareza de expressão. Ao fazer-se a leitura a principal preocupação deve ser absorver as idéias do autor, mas para isso deve-se estar motivado e não se deve apenas vocalizar, e sim raciocinar, refletir sobre o que foi lido. 15. Fazer uma pré-leitura = autor, edição, orelhas, índice, introdução, prefácio. 16. 1a . Leitura (rápida), absorve-se a proposta do autor, obtém-se uma idéia geral (sublinhar os pontos principais do texto). 17. 2a . Leitura (detalhes), proporciona um diálogo entre as partes (autor e leitor), sublinhar as palavras chaves que serão os argumentos. 18. Refazer o raciocínio do autor (criar o quadro de idéias). 19. Fazer leitura crítica usando o raciocínio próprio. 20. Comprovar a lógica da seqüência de idéias. 21. Ensaiar, ensaiar, ensaiar (utilizando recursos simples e que são de acesso a qualquer pessoa). Deve-se fazer a apresentação frente ao espelho, observando a postura e gesticulação, ter em mãos um relógio e controlar o tempo e variar as palavras utilizando-se de sinônimos, para gravar a seqüência dos assuntos podemos criar imagens mentais, visualizando as mesmas durante a apresentação. 22. Tomar cuidado com personalismos. 23. Preparar Recursos Audiovisuais. 24. Na exposição não enfatizar temas controvertidos e aspectos polêmicos, pois a platéia se divide em prós, contras e neutros e não haverá domínio do tema central. 29 de 120