2. Diversidade de rochas
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Uma rocha é um agregado, consolidado ou não, de minerais.
As rochas são geradas por processos naturais, desde épocas remotas, e
testemunham as condições em que se originaram.
Atendendo às características e às condições que presidiram à sua
génese, consideram-se três grandes categorias de rochas:
sedimentares, magmáticas e metamórficas, que assumem diferentes
aspetos na paisagem.
No decurso do tempo, múltiplos fenómenos afetaram a Terra,
modificando as suas paisagens.
3. Diversidade de rochas
3
Percentagem relativa de rochas sedimentares e magmáticas na crusta
terrestre
As rochas sedimentares constituem apenas 5% do volume da crosta
terrestre e ocupam 75 % da superfície da crusta.
As rochas magmáticas constituem cerca de 95% de volume da crosta e
ocupam apenas 25% da superfície da crusta.
4. Rochas Sedimentares
4
A superfície terrestre é um local de intersecção entre a atividade
geológica resultante da energia interna da Terra e a atividade da
biosfera, da atmosfera e da hidrosfera, dinamizadas pela energia
solar. Como resultado dessa interação, as rochas são alteradas e
erodidas.
5. Rochas Sedimentares
5
São formadas à superfície da terra ou próximo dela a partir de
deposições de sedimentos que, posteriormente, experimentam uma
evolução, sendo compactados e ligados entre si.
Constituem apenas 5% do volume da crosta terrestre; ocupam 75 % da
superfície dos continentes.
Resultam geralmente da meteorização e erosão de rochas pré-
existentes, seguida de transporte, deposição e diagénese, organizando-
se em estratos dispostos, inicialmente, na horizontal.
Nas rochas sedimentares é normal encontrar fósseis.
6. Rochas Sedimentares
Etapas de formação
6
Na génese das rochas sedimentares ocorrem, geralmente, duas fases:
Sedimentogénese - Conjunto de processos que compreendem a elaboração
dos materiais que vão constituir as rochas sedimentares, o transporte e a
deposição desses materiais.
Diagénese - Conjunto de processos físico-químicos que intervêm após a
sedimentação e pelos quais os sedimentos evoluem para as rochas
sedimentares coerentes.
8. Rochas Sedimentares
Sedimentogénese
8
A meteorização pode ser física, originando partículas cada vezmais
pequenas, ou química, que modifica os seus minerais.
A erosão, por ação de vários agentes (vento, água e seres vivos), remove
das rochas as partículas que foram alteradas.
As partículas resultantes da erosão são transportadas por agentes
variados (água , vento ou seres vivos) para outros locais.
Quando as condições do meio são propícias, o transporte cessa e os
sedimentos sofrem deposição, sedimentação, sendo acumulados,
geralmente, em bacias de sedimentação.
10. 10
Diáclases
São superfícies de fratura provocadas por tensões internas da crosta ou
por fenómenos de descompressão dos materiais rochosos (devido à
remoção das camadas superiores);
Geralmente dividem os maciços em enormes blocos, grosseiramente
paralelepipédicos;
Favorecem a meteorização (pois as zonas da bordadura são mais frágeis).
meteorização
. as zonas de bordadura dos blocos transformam-se em areias – arenização;
. os blocos tornam-se arredondados, formando bolas amontoadas – caos de
blocos.
Rochas Sedimentares
Meteorização e erosão
12. Rochas Sedimentares
Transporte
12
As partículas resultantes da erosão são transportadas por agentes variados
(água , vento ou seres vivos) para outros locais.
Ao longo do transporte as partículas sofrem modificações: diminuição de
volume e arredondamento.
13. Rochas Sedimentares
Diagénese
13
Através da compactação os sedimentos
são comprimidos por ação de novos
sedimentos que sobre eles se depositam.
O aumento da pressão provoca a expulsão
da água – desidratação – conduzindo à
diminuição da porosidade e do volume.
Na cimentação os sedimentossão
agregados por ação de um “cimento”
resultante da precipitação de substâncias
químicas dissolvidas na água ou por
sedimentos mais finos.
14. Rochas Sedimentares
Estratificação
14
Formam-se camadas horizontais de sedimentos compactados – estratos.
Os estratos sobrepostos apresentam aspeto variado quanto à textura,
estrutura, constituição mineralógica, granularidade dos elementos e cor.
15. Rochas Sedimentares
Classificação
15
Constituídas por sedimentos de origem
físico-química (detritos), formadospor
processos de meteorização sobre
rochas pré-existentes
Constituídas por sedimentos de origem
química, resultantes da precipitação de
substâncias em solução nas águas.
Constituídas por sedimentos de origem
biológica, produzidos pelos seres vivos
ou resultantes da sua atividade.
Detríticas
Quimiogénicas
Biogénicas
Rochas
Sedimentares
16. Rochas Sedimentares
Classificação
16
Tipo de sedimento Origem
Tipo de rocha
sedimentar
Detritos Físico-química Rocha detrítica
Substâncias dissolvidas na
água
Química Rocha quimiogénica
Substâncias produzidas pelos
seres vivos ou resultantes da
sua atividade
Biológica Rocha biogénica
17. Rochas Sedimentares
Classificação
17
Tipos de sedimentos
Sedimentos detríticos ou clastos
Fragmentos de dimensões variadas, desde partículas de pequeníssimas
dimensões até grandes blocos (argilas, areias e balastros), resultantes da
alteração de outras rochas.
Algumas rochas resultantes: argilitos, arenitos e brechas ou conglomerados.
Sedimentos de origem química
Resultantes da precipitação de substâncias dissolvidas ou em suspensão na
água.
Algumas rochas resultantes: rochas carbonatadas como certos calcários.
Sedimentos biogénicos
Constituídos por detritos orgânicos ou por materiais resultantes da ação
bioquímica, nomeadamente conchas, fragmentos de peças esqueléticas, …
Algumas rochas resultantes: calcários biogénicos como o calcário conquífero, carvões, …
18. Rochas Sedimentares Detríticas
18
Rochas sedimentares detríticas
não consolidadas D
I
A
G
É
N
E
S
E
consolidadas
Blocos
Seixos
Calhaus
Godos
Cascalho
Areão
Balastros
>2 mm
Arredondados
Conglomerados
Angulosos
Brechas
Areia (2 mm – 1/16 mm) Arenitos
Silte (1/256 mm – 1/16 mm) Silitos
Argila < 1/256mm Argilitos
20. Rochas Sedimentares Quimiogénicas
20
Gesso – resulta da precipitação de sulfato de cálcio
(CaSO42H2O)
Sal-gema – resulta da precipitação de cloreto de sódio (NaCl)
Calcário – resulta da precipitação do Carbonato de cálcio (CaCO3)
22. Rochas Sedimentares Biogénicas
22
Calcário recifal
Resultante dos esqueletos calcários dos corais que vivem em águas
do mar quentes e pouco profundas.
Os corais formam recifes constituídos por milhões de indivíduos
ligados em colónias, que edificam estruturas calcárias, a partir do
carbonato de cálcio dissolvido na água do mar.
Quando morrem, os seus esqueletos formam este tipo de calcário.
Calcário conquífero
Formado pela acumulação de conchas calcárias de animais, como os
moluscos, que sofreram um processo de cimentação.
Estes seres vivos retiram carbonato de cálcio da água do mar para
construírem os esqueletos (como as conchas).
23. Rochas Magmáticas ou Ígneas
23
Resultam da consolidação dos magmas.
Ao solidificar à superfície, o arrefecimento é muito rápido, gerando
rochas formadas por minerais microscópicos – rochas vulcânicas ou
extrusivas.
Ao solidificar no interior da geosfera, o arrefecimento é muito lento,
gerando rochas com minerais macroscópicos – rochas plutónicas ou
intrusivas. Quanto mais lento é o arrefecimento e mais espaçodisponível
existe, maiores e mais perfeitos serão os minerais formados.
24. Rochas Metamórficas
24
Estas transformações ocorrem no interior da geosfera, geralmente
entre 10 a 30 Km de profundidade.
Originadas de rochas preexistentes que experimentam transformações
mineralógicas e texturais, mantendo-se no estado sólido.
Essas alterações são devidas a condições de pressão (tensões) e de
temperatura elevadas ou à ação de fluidos circulantes.
25. Rochas Metamórficas
Fatores de Metamorfismo
25
Calor
A partir de 2000C permite o estabelecimento de novas ligações químicas
Recristalização
Crescimento de minerais e/ou formação de novos minerais
Alteração da composição
mineralógica da rocha
Alteração da
textura da rocha
26. Rochas Metamórficas
Fatores de Metamorfismo
26
Corneana Quartzito Mármore
Origem Argilito
ou outra (junto à
intrusão)
Arenito rico em
sílica
Rocha carbonatada,
como o calcário
Calor
27. Rochas Metamórficas
Fatores de Metamorfismo
27
Tensões
As tensões podem ser:
─ litostáticas ou não dirigidas, quando atuam em todas as
direções;
─ não litostáticas ou dirigidas, quando atuam numa direção
preferencial.
28. Rochas Metamórficas
Fatores de Metamorfismo
28
Tensões
As rochas são sujeitas a tensões que modificam:
- a composição mineralógica da rocha
- a orientação dos minerais (a textura da rocha)
29. Rochas Metamórficas
Fatores de Metamorfismo
29
Tensões não litostáticas
Orientação paralela de certos minerais originada por forças
compressivas;
Esta orientação é perpendicular à direção da tensão
exercida sobre a rocha.
Foliação
Aspeto textural, resultante do alinhamento preferencial de certos minerais
(ex. micas), sob a ação de tensões dirigidas.
Em rochas de baixa granularidade só é visível ao microscópio.
Fissilidade
Capacidade da rocha se dividir em lâminas segundo os planos de foliação.
À medida que o grau de metamorfismo aumenta a fissilidade diminui.
32. 32
Rochas Metamórficas
Tipos de Metamorfismo
Metamorfismo de contacto
Ocorre em zonas adjacentes a áreas em que ocorre a libertação de elevadas
temperaturas
Ex. intrusão magmática, lava e colisão de meteorito.
Afeta uma pequena área da crosta metamorfismo local
Fatores de metamorfismo Calor e fluidos
• Recristalização intensa
• Ausência de foliação
As rochas junto à intrusão
são metamorfizadas
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Rochas Metamórficas
Tipos de Metamorfismo
Metamorfismo regional
Quanto maior o grau de metamorfismo, maior é a foliação (menor é a
fissilidade) e maiores são as dimensões dos minerais.
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Rochas Metamórficas
Tipos de Metamorfismo
Metamorfismo regional
Ocorre em zonas de convergência de placas
• Afeta grandes áreas na crosta
• Associado a mecanismos de deformação originados por forças tectónicas
(tensões compressivas)
Fatores de metamorfismo Tensões não litostáticas (orientadas numa só direção)
Calor
Fluidos
• Sucessiva recristalização
• Foliação
As rochas são
metamorfizadas