Este documento apresenta os resultados de uma pesquisa realizada pela Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável sobre sustentabilidade corporativa em empresas brasileiras. No setor de energia elétrica, a pesquisa analisou cinco grandes empresas, identificando os principais motivadores e desafios para a implementação de práticas sustentáveis. A capacidade de implementação varia entre as empresas, e há potencial para que o setor estabeleça uma agenda comum de sustentabilidade.
Preciso fazer mais vmj rev construcao, n58, ano 6, julho 2007
Fbds corporações sustentáveis
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23 de maio de 2006
The Brazilian Business Case for
Corporate Sustainability
2. 23 de maio de 2006
2
Índice
● A Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável - FBDS
● Sustentabilidade Corporativa: Considerações Conceituais
● Parceria com o IMD e Motivações para a Pesquisa
● A Pesquisa
● Principais Questões
● Metodologia e Limitações
● Setores e Empresas
● Pontos-chave
● Resultados do setor de Energia Elétrica
● Caso de boa prática em Sustentabilidade Corporativa no setor
3. 23 de maio de 2006
3
FBDS — Um Diferencial na Abordagem
do Desenvolvimento Sustentável
Missão
● promover o desenvolvimento
sustentável, utilizando tecnologia e
ciência na formulação de projetos, no
debate científico e na formação de
recursos humanos
Visão
● ser uma instituição de referência nas
áreas ambiental e de
sustentabilidade, atuando com
independência
Histórico
● mais de 50 projetos implementados
com sucesso ao longo de 14 anos de
atuação, gerando os recursos
necessários à sustentabilidade e
independência da Fundação
● Criada em 1992 para implementar as
Convenções e Tratados aprovados na ECO'92,
pela associação de 24 empresas de grande
porte
● Fundação sem fins lucrativos que se diferencia
pelo network que tem com a comunidade
científica, entidades de fomento internacionais
e corporações nacionais
● Uma entidade que pensa e estrutura projetos
de desenvolvimento sustentável, graças a uma
organização que concilia a fronteira do
conhecimento com capacidade gerencial
● Conselho Curador (Israel Klabin, Philippe
Reichstul, Maria Silvia B. Marques, Thomas
Lovejoy e Embaixador Rubens Ricupero), ao
mesclar sólida experiência corporativa com
forte conhecimento técnico-científico, agrega
valor ao posicionamento da Fundação e reforça
a credibilidade ética e profissional
4. 23 de maio de 2006
4
FBDS — Áreas de Atuação
3. Gestão Territorial
● Projetos com base em ferramenta
multidisciplinar
4. Sustentabilidade Corporativa
● Desenvolvimento de pesquisas, em
parceria com business schools
● Conscientização por meio de
apresentações
● Projetos em empresas
1. Mudanças Climáticas Globais- MCG
● Mercado de Carbono
● Eficiência energética e energias
alternativas
● Pesquisa aplicada
2. Conservação e Uso Sustentável de
Recursos
● Recursos hídricos
● Biodiversidade
● Pesquisa aplicada
5. 23 de maio de 2006
5
Sustentabilidade Corporativa
Considerações Conceituais
● A pressão para que as empresas estejam inseridas na busca de soluções inovadoras,
avaliando riscos e mapeando oportunidades, é feita pela sociedade civil, cada vez mais
organizada e exigente
● A sustentabilidade corporativa baseia-se em um novo modelo de gestão de negócios, onde
a atuação nas dimensões social e ambiental, aliada a boas práticas de governança,
interfere positivamente na dimensão econômica, agregando valor à companhia
● São pressupostos básicos: transparência, identificação dos principais stakeholders,
diálogo consistente com partes interessadas, reporting abrangendo as dimensões acima
● Sustentabilidade corporativa não é
● Assistencialismo
● Filantropia
● Sustentabilidade corporativa não passa por apenas cumprir as regras legais, mas por ir
além das mesmas (beyond compliance)
● Implementar os conceitos da sustentabilidade corporativa é uma aposta positiva no médio
e longo prazo
6. 23 de maio de 2006
6
Sustentabilidade Corporativa
Considerações Conceituais
Sustentabilidade Corporativa é uma visão de negócios de longo prazo que
incorpora as dimensões social e ambiental à estratégia de negócios da
companhia – triple bottom line
Dimensão Econômica
Pressão contínua por
retornos superiores aos
acionistas
Dimensão Ambiental Dimensão Social
Governança
Corporativa
Busca pela interferência
ambiental neutra
Transparência no
progresso do Triple
Bottom Line Ética e resposta
holística às
necessidades locais
Adaptação – Sustainability: Perspective on Global Corporate Response (Accenture, 2005)
7. 23 de maio de 2006
7
Sustentabilidade Corporativa
Parceria com IMD e Motivações para a Pesquisa
● Parceria com o IMD / CSM – Forum for
Corporate Sustainability Management e
Motivações para a Pesquisa
● Aplicar no Brasil pesquisa
anteriormente realizada pelo
IMD/CSM, em setores selecionados
● Identificar a propensão desses
setores para discussões, construção
e implementação do conceito de
Sustentabilidade Corporativa
● Comparar resultados nos setores de
negócios brasileiros e de países
desenvolvidos
● Identificar casos de sucesso no
Brasil
● Objetivos da FBDS com o foco em
Sustentabilidade Corporativa
● Aprofundar a discussão técnica
sobre o assunto, inclusive por meio
de parcerias com instituições de
pesquisa respeitadas
internacionalmente (IMD e
COPPEAD/UFRJ)
● Desenvolver projetos de assessoria
a empresas no desenvolvimento de
sua sustentabilidade
● Fortalecer a imagem e a reputação
da FBDS
8. 23 de maio de 2006
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Sustentabilidade Corporativa: The Business Case
Principais Questões da Pesquisa
● Questão central
● Identificar a existência ou não de um business case setorial de
sustentabilidade corporativa
● Questões específicas
● Examinar a diferença de percepções, atitudes e padrões de comportamento
entre os responsáveis por sustentabilidade e demais formuladores de políticas
nas empresas
● Identificar potenciais diferenças específicas aos setores industriais em
valores, restrições, etc
● Examinar as pressões enfrentadas pelas empresas para responder a demandas
internas (tais como mudanças de gestão) ou demandas externas (tais como
expectativas de retorno por parte de acionistas)
● Examinar se companhias usam sistemas de alerta ou outras ferramentas de
diagnóstico para aferir expectativas sociais e ambientais
9. 23 de maio de 2006
9
The Brazilian Business Case
Setores e Empresas
● A escolha dos setores se deu por meio de
dois critérios
– Impacto de externalidades
(utilização de recursos naturais,
geração de resíduos, impactos
sociais)
– Acesso ao management
● Para a escolha das empresas, procurou-se
priorizar os seguintes critérios
– Grandes empresas
– Sensibilidade ao tema
– Controle acionário privado e
nacional
– Capital aberto
● Papel e Celulose: Aracruz Celulose,
Cenibra, Klabin, Suzano Papel e
Celulose e VCP
● Alimentos e Bebidas: Nestlé Brasil,
Perdigão, Sadia, Ambev e Coca-Cola
Brasil
● Energia Elétrica: Gupo AES, CEMIG,
CPFL Energia, Elektro, Neoenergia
* Obs: Ocorreram insucessos na
tentativa de entrevistar executivos de
cinco empresas que não estão listadas
acima, sendo um em Energia Elétrica
e quatro em Alimentos e Bebidas
10. 23 de maio de 2006
10
The Brazilian Business Case
Metodologia e Limitações
● Metodologia
● Seleção das empresas representativas de cada setor
● Entrevistas com seus principais executivos, em diversas áreas
● Análise de informações e documentos internos e públicos das empresas
● Questionários aplicados a um universo maior, atingindo o nível gerencial
● Limitações
● Essa pesquisa não contempla qualquer tipo de inferência: limita-se a analisar
um conjunto de grandes empresas que aparentam estar na vanguarda do setor
para assuntos da Sustentabilidade Corporativa
● O estudo baseia-se nessas empresas por entender que as mesmas têm
potencial de apontar tendências do setor
11. 23 de maio de 2006
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The Brazilian Business Case
Amostra Pesquisada
● Foram entrevistados 84 executivos da
alta administração das empresas e
stakeholders
● Foram respondidos 119 questionários
no total, incluindo o nível gerencial
Papel e
Celulose (38)
Alimentos e
Bebidas (31)
Energia
Elétrica (50)
Papel e
Celulose (24)
Alimentos e
Bebidas (25)
Energia
Elétrica (35)
12. 23 de maio de 2006
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The Brazilian Business Case
Pontos-chave da Pesquisa
Motivação
Capacidade de
Implementação
Utilização de Ferramentas Peculiaridades do Setor
Alinhamento das Áreas
da Organização
The Business Case for
Sustainability
- BCS -
13. 23 de maio de 2006
13
The Brazilian Business Case
Pontos-chave da Pesquisa
(continuação)
● Capacidade de implementação da
Sustentabilidade
● Liderança
● Cultura e fatores organizacionais,
inclusive estrutura
● Gestão e delegação de responsabilidades
● Áreas com maior e menor resistência à
implementação da sustentabilidade
● Identificação de eventual predomínio de
critérios econômico-financeiros em
relação aos de sustentabilidade em
decisões de investimentos, alocação de
recursos para P&D, etc
● Motivação para a Sustentabilidade
● Entendimento do conceito
● Presença, relevância e consistência de
informações sobre sustentabilidade nos
procedimentos e relatórios das
organizações
● Questões que interferem na
sustentabilidade da empresa
– Stakeholders
– Value Drivers
– Forças e fraquezas
– Alinhamento da estratégia
14. 23 de maio de 2006
14
The Brazilian Business Case
Pontos-chave da Pesquisa
(continuação)
● Utilização de ferramentas ligadas à
Sustentabilidade, com os seguintes objetivos
● Identificar oportunidades ligadas à
sustentabilidade
● Formular estratégias
● Garantir aderência e auditar
● Implantar o BCS
● Avaliar o benefício econômico advindo do BCS
● Identificação de peculiaridades do setor de
negócios
● Influência das características nacionais no
desenho da sustentabilidade
● Principais questões do setor
● Potencial de estabelecimento de uma agenda
para a sustentabilidade no setor
● Alinhamento das diversas áreas da
organização
● Formas e efetividade da
comunicação interna e externa da
organização
● Relacionamento com o mercado de
capitais
● Relevância estratégica do BCS e
utilização de suas medições para
análise de performance de
executivos e outros colaboradores
● Estrutura de treinamento,
conscientização e desenvolvimento
dos colaboradores
● Influência exercida sobre
fornecedores e demais stakeholders
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23 de maio de 2006
Estudo de Caso da Sustentabilidade
Corporativa no Brasil
Setor de Energia Elétrica
16. 23 de maio de 2006
16
The Brazilian Business Case
Energia Elétrica (EE): Índice
● Dados sócio-econômicos do setor
● Empresas selecionadas
● Análise da competição
● Questões relevantes da sustentabilidade corporativa e sua importância
econômica
● Motivação: Evidências, Stakeholders e Value drivers
● Gestão da sustentabilidade corporativa: capacidade de implementação,
alinhamento da organização e utilização de ferramentas
● Peculiaridades do setor
● Considerações finais
● Agenda futura
17. 23 de maio de 2006
17
The Brazilian Business Case: EE
Dados Sócio-econômicos 2004/2005
● Geração
● Parque gerador existente (dez/05):
total de 101 GW, sendo 70% hidráulico,
19% térmico, 2% nucelar, 1% PCH e 8%
importação
● 260 GW é o potencial hidráulico do
País, dos quais apenas 25% estão sendo
utilizados
● 1.959 usinas geradoras de energia
elétrica
● Comercialização
● 20 comercializadoras operando no
Mercado Atacadista de Energia (MAE)
● Distribuição
● 64 concessionárias
● 55 milhões de consumidores, em
5.561 municípios
● Participação de 2,2% no PIB
● Transmissão
● Grandes extensões de linhas de
transmissão
● 72.000 Km de linhas de transmissão
em tensões superiores a 230 Kv (ano
2002)
• Fontes: Plano Decenal
2006-2015, Abradee
18. 23 de maio de 2006
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The Brazilian Business Case: EE
Empresas Selecionadas
Empresa AES (Eletropaulo) CEMIG CPFL Elektro Neoenergia
Receita Líquida Total (R$ milhões) 8.297 8.236 7.739 2.201 5.010
Patrimônio Líquido (R$ milhões) 1.955 7.185 4.796 1.035 5.562
EBITDA (R$ milhões) 1.117 2.488 2.120 756 2.216
Lucro Líquido (R$ milhões) -184 2.003 1.021 658 822
Funcionários 4.377 10.271 5.517 * 2.558 5.237 *
Controle Societário Estrangeiro Nacional (estatal) Nacional Estrangeiro Compartilhado
Ações em Free Float (%) 18% 77% 18% 0% 0%
Ações Ordinárias (%) 40% 44% 100% 47% 100%
Governança Corporativa - Bovespa Bovespa - Nível 2 Bovespa - Nível 1 Bovespa - Novo Mercado Não Não
Bolsa de Nova York Não ADR - nível II (DJSI) ADR - nível III Não Não
Integrante do ISE Bovespa Sim Sim Sim Não Não
Relatório Social, Ambiental ou de Sustentabilidade Sim Sim Sim (GRI) Não Não
* Dados de 2004
INDICADORES SELECIONADOS DAS EMPRESAS PESQUISADAS - ANO-BASE 2005
19. 23 de maio de 2006
19
The Brazilian Business Case: EE
Análise da Competição
Altos investimentos industriais
Fortes exigências ambientais
Regulação
Elevadas barreiras
à entradaDistribuição: baixo poder de
barganha
Geração: poucos fornecedores
de equipamentos
Base predominantemente
hidrelétrica
Vantagens ambientais e
competitivas do modelo atual
Avanços tecnológicos de substitutos
Clientes cativos: poder de
negociação insignificante
Clientes livres: razoável poder
de barganha
Cliente cativo X cliente livre
Crescente
poder de barganha
dos clientes
Poder de
barganha diferenciado
de fornecedores
Competição regulada
Desverticalização
Baixa ameaça de
produtos substitutos
20. 23 de maio de 2006
20
The Brazilian Business Case: EE
Questões Relevantes da SC e sua Importância Econômica
● Impactos ambientais
● Áreas alagadas
● Convivência da rede elétrica com o meio
ambiente e áreas urbanas
● Impactos sociais
● Transposição de comunidades
● Cidadania
● Dispersão geográfica com diversificação
social
● Imagem
● Relação entre público e privado
● Assistencialismo X melhoria social
● Movimentos sociais organizados
● Regulação
● Incerteza
● Morosidade do licenciamento ambiental
● Eficiência tarifária
● Foco em comando e controle
● Realidade sócio-econômica do Brasil
● Desperdício de energia X educação de
consumidores
● Furto de energia e de cabos
● Mercado de capitais e Índices de
Sustentabilidade
● Segurança – funcionários, terceirizados e
comunidades
21. 23 de maio de 2006
21
The Brazilian Business Case: EE
Motivação
● Evidências
● Evolução no entendimento do conceito
nas últimas três décadas: de projetos
sustentáveis à empresa sustentável
● Inserção de variáveis sócio-ambientais
nos cenários de longo prazo
● Stakeholders com forte influência
● Agentes reguladores
– Falta de foco em sustentabilidade
– Pouco incentivo na promoção de
atitudes beyond compliance
● ONGs: atuação e resultados distintos
● Fatores internos
● Value drivers mais citados
– Empresa como concessionária de
serviço público: responsabilidade
na prestação de serviços
– Imagem
– Visão de longo prazo
– Segurança no sentido amplo
– Perenidade econômica
22. 23 de maio de 2006
22
The Brazilian Business Case: EE
Motivação: Eficiência da Relação com Stakeholders
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
relações públicas ouvir e retornar
informações
doações maior transparência
nada eficiente
pouco
eficiente
relativamente
eficiente
muito eficiente
N = 47 N = 47 N = 47 N = 47 (GM)
23. 23 de maio de 2006
23
The Brazilian Business Case: EE
Gestão da Sustentabilidade Corporativa (SC)
● Capacidade de implementação
● Sustentabilidade presente de forma crescente na estratégia
● Cultura organizacional receptiva ao conceito
● Decisões de investimentos baseadas também em critérios ambientais e
sociais
● Responsabilidade pela construção do BCS difusa na estrutura (Meio
Ambiente, Comunicação, Responsabilidade Social, Segurança)
● Dificuldade de identificação de liderança para a sustentabilidade
24. 23 de maio de 2006
24
The Brazilian Business Case: EE
Gestão da SC: Alinhamento da Organização
● Baixa integração das áreas em relação ao tema
● Estrutura organizacional das empresas adaptando-se às novas exigências da sociedade
Potenciais promotoras da
sustentabilidade
Áreas com maior resistência
P&D
24%
Produção
21%
Mkt / Vendas
10%
Finanças
10%
outros
8%
RH e áreas
corporativas
27%
N = 145
Produção
13%
RH e áreas
corporativas
20%
Mkt / Vendas
7%
Finanças
57%
P&D
0%
outros
3%
N = 30
25. 23 de maio de 2006
25
The Brazilian Business Case: EE
Gestão da SC: Ferramentas
● Disseminação do conceito
● Inserção da sustentabilidade no planejamento estratégico
● Utilização ainda incipiente nos desdobramentos da estratégia (ex: Balanced
Scorecard, Economic Value Added)
● Desenvolvimento de sistemas de gestão de risco abrangendo aspectos
sociais e ambientais
● Pesquisas de satisfação de clientes (exigência da ANEEL) usadas como
ferramenta de gestão da sustentabilidade
● Avaliação de projetos de geração com forte ênfase ambiental e social
● Em alguns casos, gestão favorecida pela busca de adequação às exigências
dos mercados de capitais (financiamentos, índices de sustentabilidade)
26. 23 de maio de 2006
26
The Brazilian Business Case: EE
Gestão da SC: Ferramentas Utilizadas
0% 50% 100%
outras
sistemas de premiação e punição
forças-tarefa para conflitos e melhorias
ferramentas para aumentar a transparência
comitês em nível corporativo
ferramentas para alocação de recursos
desenvolvimento de executivos
planejamento estratégico e procedimentos
contábeis
políticas, práticas e valores corporativos
N = 50
27. 23 de maio de 2006
27
The Brazilian Business Case: EE
Peculiaridades do Setor
● Contexto regulatório do setor elétrico em mutação
● Concessão de serviço público
● Regulação não testada por um ciclo completo
● Privatização não concluída
● Realidade sócio-econômica dos consumidores
● Baixo nível de renda média e alta dispersão
● Falta de educação afetando o padrão de consumo (desperdício, furto)
28. 23 de maio de 2006
28
The Brazilian Business Case: EE
Considerações Finais
● Constatações relevantes
● Ainda há uma segmentação no desenho da sustentabilidade entre as dimensões
ambiental (operacional / engenharia) e social (resquício de postura estatal
paternalista)
● O conceito vem ganhando espaço na agenda das empresas, embora ainda não
conte com um modelo integrado de implementação
● Empresas mais expostas aos mercados de capitais tendem a buscar mais
rapidamente o prêmio da sustentabilidade
● Organizações estão em estágio muito diferenciado na implementação do
conceito: falta utilização de benchmarks e compartilhamento de melhores
práticas
● Conclusão
● Não foi possível identificar o business case setorial para a sustentabilidade,
mas existe um ambiente favorável para tanto
29. 23 de maio de 2006
29
The Brazilian Business Case: EE
Agenda Futura
● Envolver de forma mais efetiva os reguladores, no intuito de orientar e
premiar avanços na sustentabilidade corporativa
● Fortalecer mecanismos de compartilhamento de melhores práticas
● Aprimorar a utilização das ferramentas de gestão, com base na aplicação do
conceito de triple bottom line
30. F U N D A Ç Ã O B R A S I L E I R A P A R A O D E S E N V O L V I M E N T O S U S T E N T Á V E L
23 de maio de 2006
Caso de Boa Prática em
Sustentabilidade Corporativa
Programa Bairro da Paz (Coelba – Neoenergia)
31. 23 de maio de 2006
31
Estudos de Casos
● Objetivo
● Motivar a adoção de práticas sustentáveis
● Justificativa de escolha
● Iniciativas baseadas no conceito do triple bottom line (TBL) e alinhadas à estratégia
de negócios
● Interesse despertado nos resultados verificados (resultados pontuais, significativos e
fáceis de demonstrar)
● Facilidade de acesso à informação
● Observações
● Casos específicos que não necessariamente refletem a realidade completa das
empresas
● Esta seleção não evidencia qualquer ranking entre empresas ou iniciativas
● Vários outros casos identificados nas empresas não puderam ser totalmente
explorados
32. 23 de maio de 2006
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Energia Elétrica
Redução da Inadimplência: Programa Bairro da Paz
da Coelba (Neoenergia)
● Projeto
● Redução de inadimplência e furto de energia no Bairro da Paz (favela de
Salvador) por meio da educação, apoio à geração de emprego e renda, além da
conscientização sobre eficiência energética e importância da formalização do
consumo
● Contexto
● Comunidade com 9 mil residências e população estimada de 49 mil habitantes
● Área de difícil acesso
– Pouca infra-estrutura
– Alto índice de violência (área com forte presença do tráfico de drogas)
● Nível educacional e cultural baixo
● Altos índices de furto e desperdício de energia
33. 23 de maio de 2006
33
Programa Bairro da Paz da Coelba (Neoenergia)
Motivação
● No início
● Redução da inadimplência (que chegava a 65%) e do furto de
energia
● Hoje
● Disseminação do uso seguro da energia elétrica
● Adequação da fatura à renda familiar
● Aumento da receita
● Redução das perdas
● Melhoria da imagem
34. 23 de maio de 2006
34
Programa Bairro da Paz da Coelba (Neoenergia)
Implantação
● A Coelba atua orientando a comunidade para que esta possa
contratar e pagar pelo serviço de energia, adequando seu consumo
a sua renda
● Atua também com apoio técnico e financeiro em iniciativas que
favoreçam a geração de empregos e o aumento de renda na região,
seja por meio da criação de cooperativas ou por meio de
capacitação em temas como informática, eletricidade, culinária,
entre outros
● A comunidade atua como parceira, combatendo o desperdício, a
inadimplência e o furto de energia
● Em acordo com a comunidade, parte dos ganhos obtidos com o
projeto é revertido à mesma em investimentos sociais
35. 23 de maio de 2006
35
Programa Bairro da Paz da Coelba (Neoenergia)
Ferramentas
● Pesquisa social
● Apoio à formação de cooperativas
● Projetos de inclusão digital (infra-estrutura e apoio técnico)
● Relacionamento comunitário – seminários e cursos de capacitação
● Negociação de metas de adimplência com o Conselho de Moradores
● Treinamento de agentes de negócio (cobrança domiciliar) nas comunidades –
Agente Coelba
● Posto de atendimento na comunidade
● Troca de equipamentos
● Regularização de ligações clandestinas
● Negociação de débitos
36. 23 de maio de 2006
36
Programa Bairro da Paz da Coelba (Neoenergia)
Resultados
DESCRIÇÃO ANTES 2005
Clientes inadimplentes 65% 31%
Regularização de ligações 50 / mês 1.400 / mês
Valores recuperados (R$) 10.000 / mês 168.000 / mês
Medições fiscais instaladas 0 53
Palestras 0 38 / ano
Substituição de fiação interna das residências 0 249 / ano
Pessoas capacitadas 0 mais de 300
Cooperativas apoiadas 0 6
37. 23 de maio de 2006
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Contatos
Clarissa Lins
clarissa.lins@fbds.org.br
Hiroshi C. Ouchi
hiroshi@fbds.org.br
CSM / IMD – Forum for Corporate Sustainability / International
Institute for Management Development
www.imd.ch/csm
FBDS- Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável
Rua Eng. Álvaro Niemeyer, 76 – São Conrado
22610-180 Rio de Janeiro – RJ
Tel: (21) 3322-4520 – Fax: (21) 3322-5903
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