4. QUAL AS PREMISSAS PARA SER UM BOM
CURADOR DE DIÁLOGOS EFICAZES?
1- Experiência teórica e prática no problema que será
analisado;
2 – Estar interessado na solução do problema;
3 – Não ter uma resposta fechada para o mesmo;
4 – Estar realmente disposto a aprender com a
interação.
5. Coleta ao longo do tempo – colabore com
o autor cnepomu@gmail.com
6. - Reunião de pessoas interessadas em procurar
novas e melhores soluções para um dado
problema;
As pré-condições para a criação
de um espaço de diálogo eficaz:
7. - Bate papo – não visa solução de
problema. É algo informal, que pode
ajudar no diálogo futuro;
- Diálogo – visa a solução de
problema.
Diferença entre bate papo e
diálogo:
8. - Sala de aula tradicional – repasse
vertical de informações fechadas;
- Diálogo – visa a solução horizontal
de problemas em aberto.
Diferença entre sala de aula
tradicional e ambiente de diálogo:
9. - Quem não queira, por algum motivo, que o
problema seja resolvido;
- Quem já tenha uma solução fechada, pois
vai querer impor a sua visão aos demais,
ainda mais se for o próprio promotor do
diálogo;
Não podem ou serão elementos que vão dificultar
muito a realização de um diálogo eficaz:
10. - Que considere que qualquer um,
independente de qualquer tribo possa
participar para a solução do mesmo;
- Que não acate que os curadores do debate
como os mais capacitados para
incentivá-lo.
Não podem ou serão elementos que vão dificultar
muito a realização de um diálogo eficaz:
11. VANDALISMO – métodos, geralmente agressivos, que
quer impedir que o debate ocorra, antes, durante e
depois diante dos resultados.
Como combater? Afastamento e denúncia da prática.
Ações que vão impedir o
diálogo.
12. DOGMATISMO – a metodologia única - artifício que
procura demonstrar que só a uma solução para um
dado problema;
Como combater? Se aparecer depois, demonstrar que
no pacto que foi acordado está sendo desrespeitado.
13. CETICISMO TÓXICO – considera que o problema
não tem solução e que qualquer tentativa vai
contra os seus princípios ou temperamento;
Como combater? Demonstrar que no pacto que
foi acordado está sendo desrespeitado.
14. PRECONCEITISMO – considera que algumas
pessoas não tem, por algum motivo, condições
de ajudar na solução do problema;
Como combater? Demonstrar que no pacto que
foi acordado está sendo desrespeitado.
15. É bom que haja logo no início a definição das
regras de convivência e a aceitação de todos as
pré-condições.
Feito isso, vamos agora apresentar as
dificuldades naturais de um diálogo eficaz que
o curador do diálogo deve estar atento.
O pacto pelo diálogo eficaz:
16. Vamos agora apresentar as dificuldades
naturais de um diálogo eficaz que o curador do
diálogo deve estar atento.
Note que os desargumentos ocorrem entre
aqueles que pactuaram as pré-condições e são
os ruídos naturais da comunicação humana.
Desargumentos
17. Desargumentos – artifícios ao longo de uma
dada narrativa que impedem um diálogo
eficaz baseado na lógica e na ética.
18. 1 – PARTISMO OU TODISMO - o todo pela
parte – artifício que baseia seus argumentos
numa parte de um dado fenômeno como se
fosse um todo ou vice-versa;
Como combater? Mostrar a parte no todo.
19. 2 – FOTISMO – a “foto” pelo “filme”– artifício
que baseia seus argumentos em um dado
momento, como se ele fosse estático e não um
processo em movimento;
Como combater? Mostrar o filme na foto.
20. 3 – ADJETIVISMO – o ataque ao mensageiro -
artifício que procura adjetivar o outro para
desqualificar os argumentos daquele não pela
sua lógica, mas pela invalidação de quem a
defende;
Como combater? Denunciar a inviabilidade
de um diálogo sem respeito ao direito de voz
alheia. O adjetivismo se aproxima do vandalismo.
21. 4 – PRESENCISMO – o presente sem passado - artifício
que procura defender um argumento sem referenciar
em fenômenos similares no passado;
Como combater? Mostrar as relações histórica dos
fenômenos.
22. 5 – VIPISMO – alguém defender alguma posição
superior ao debate, fugindo da argumentação, por
titulação, por que veio de fora, é mais velho, etc;
Como combater? Retornar aos argumentos,
denunciando o ponto de superioridade que quer se
obtido.
23. 6 – MANIQUEÍSMO – alguém defender alguma
posição a partir de questões morais, em que se
coloca uma contraposição entre o bem e o mal;
Como combater? Denunciar a atitude e procurar
argumentos fora do moralismo.
24. 7 – DESINFORMACIONISMO – apresentar
falsos dados para defender determinados
argumentos;
Como combater? Questionar as informações
apresentadas.
25. • 8 – CELEBRISMO - apresentar argumentos
baseados em programa de televisão. E
substituir a validação de argumentos pela
força da mídia ou por alguma celebridade;
Como combater? Denunciar a atitude e
procurar argumentos fora do
celebrismo.
26. • 9 – PERFEITISMO - apresentar argumentos
baseados em soluções mágicas e/ou não
aceitação de certezas provisórias e de estágios
intermediários para a solução do problema, só
admitindo algo 100% perfeito;
Como combater? Denunciar a atitude e
procurar argumentos que apontem que
“a lua não é um queijo”.
27. • 10 – QUANTATIVISMO - apresentar
argumentos baseados em quantidade de
opiniões, sem levar em conta a sua lógica;
Como combater? Denunciar a atitude e
procurar argumentos que apontem que
nem sempre o que pensa a maioria tem
lógica, vide Alemanha Nazista.
28. • 11 – MORDOMISMO - apresentar argumentos
em que se aponta um fenômeno como
culpado de fatos que são anteriores a ele, tal
como a Internet como emburrecedora e não o
rádio, a TV e a Escola 2.0;
Como combater? Mostrar que os fatos
são anteriores ao fenômeno.
29. • 12 – ASSOCIATIVISMO ILÓGICO - apresentar
argumentos em que se comparar dois fatos,
que, pela sua natureza, são incomparáveis;
Como combater? Mostrar a contradição.
30. Etapas para a promoção de um
diálogo eficaz
Fase 1: exposição:
• De certezas provisórias com argumentos;
Fase 2: diálogo baseado em argumentos:
• Perguntas de ambos os lados de esclarecimento para retirada de dúvidas
se houve correta compreensão dos argumentos apresentados;
• Feito o esclarecimento sobre a correta percepção, registro detalhado de
comentários e críticas;
• Análise da argumentação e separação de possíveis quebras de regras de um
diálogo eficaz e, em não havendo, separação do que é desargumentos dos
argumentos;
• Por fim, reargumentação com aceitação ou rejeição, total ou parcial, dos contra-
argumentos, justificando cada ponto e pontuando caso haja necessidade de maior
amadurecimento sobre ponto relevante.
31. Plateias mais resistentes
Macetes (1)
• Quanto mais uma plateia é interessada nas
mudanças propostas pelas certezas
provisórias, mais ela tenderá a aceitá-las e
vice-versa;
• Plateias desinteressadas nas mudanças
propostas serão mais reativas e devem ser
lembradas das regras do diálogo, pois haverá
maior tendência a quebra de regras e
desargumentos.
32. Macetes de diálogo eficaz (2)
Os argumentos idiossincráticos
• Nos diálogos, de quando em vez, aparecem pessoas que adoram, argumentos
idiossincráticos. Na insistência pode ser uma espécie de vandalismo light.
• São participantes que vão procurar bater pé em argumentos aparentemente
sem consistência.
• A melhor saída é evitar o ping-pong entre o curador do debate e o
idiossincrático, que vai intoxicar o ambiente do diálogo eficaz.
• Como proceder?
• Explicitar que considera um argumento inconsistente, mas abrir para a turma
saber se vale à pena o aprofundamento, pois pode ser apenas uma impressão
e fazer sentido para mais gente.
• Caso o coletivo julgue um argumento inconsistente, podemos considerar uma
percepção idiossincrática, que se admite que se tenha, mas pela sua
particularidade não vale à pena aprofundar o diálogo.
• Na insistência, criar uma espécie de jogo rápido para votar a idiossincrasia.
• Se nada disso resultar e for um diálogo de vários dias, vale conversa particular.
Ou no extremo um papo aberto, envolvendo a turma.
34. O livro de Carlos Nepomuceno
propõe interessante análise
para os líderes
contemporâneos. Quem quer
compreender
a internet para reinventar
o processo de tomada de
decisão encontrará aqui as
respostas. Pierre Levy.
“