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A FORMAÇÃO DE PORTUGAL E A
EXPANSÃO MARÍTIMA PORTUGUESA
DA RECONQUISTA À DINASTIA DE
BORGONHA (1139-1383)
O Reino de Portugal é reconhecido como o primeiro Estado
Nacional centralizado da modernidade. A presença muçulmana na
Península Ibérica, desde o ano de 711 da era cristã, representava,
entretanto, um grande obstáculo aos projetos de unificação política
dos reinos dessa região. O combate ao infiel gerou um espírito de
Cruzada ao processo de centralização, que estaria presente do mesmo
modo na experiência da Expansão Marítima e Comercial Atlântica. A
ligação entre o nascente poder monárquico em Portugal e a Igreja
Católica seria uma das características mais marcantes daquele precoce
reino, por séculos.
Em 1143, o nobre jovem portucalense Afonso Henriques,
da Casa de Borgonha, declarou-se vassalo lígio do Papa Lúcio II
com o objetivo de ter seu reino reconhecido como independente
de Leão, governado por seu primo, Afonso VII. A assinatura do
Tratado Zamora no ano de 1143 garantiu a Portugal o reconhecimento
de sua independência. As rivalidades entre Portugal e Espanha eram
outras características que embalariam as relações entre estes dois
países vizinhos por toda a Idade Moderna. A manobra diplomática de
Afonso Henriques, entretanto, não recebeu uma acolhida favorável
em Roma, cujo papado desejava uma cristandade unida contra o
Islã. A proposta do nobre português era separatista e autonomista.
Somente em 1179, mediante grandes concessões de vantagens ao
Papa Alexandre III, Afonso Henriques foi reconhecido como rei, e seu
Estado como reino, portanto, independente de Leão. A morte de
Afonso VII e a divisão de seu reino por seus dois filhos, Fernando II,
que herdou Leão e a Galizia, e Sancho III, novo monarca de Castela,
favoreceu a independência do reino português de Afonso Henriques,
que combateu leoneses e muçulmanos com igual eficácia. Em 1288,
durante o reinado de D. Dinis, fundara-se a primeira universidade
portuguesa em Lisboa e o português ficou como a língua oficial do
país.
A associação entre o nascimento de Portugal e o Condado
Portucalense de Afonso Henriques, entretanto, deve ficar limitada ao
fato de que a dinastia de Borgonha, de origem francesa, foi a elite
governante do novo reino. Devemos encontrar a origem de Portugal
no século XIII, processo derivado da chamada “guerra de reconquista”,
quando os cavaleiros do norte de Portugal iniciaram um processo de
expansão da fé católica contra o Islã que levaria ao centralismo político.
A Cruzada do Ocidente, como também foi chamada a reconquista,
que Afonso Henriques e outros monarcas ibéricos levaram a cabo,
favoreceu o reino, enriquecendo-o e consolidando o poder dos
monarcas, apoiados pelo clero católico e pela nobreza guerreira. Seria
somente em 1249, durante o reinado de Afonso III, contudo, que os
portugueses expulsariam, definitivamente, os muçulmanos do país,
ocupando o território do Algarve.
O Reino de Portugal não passou incólume à crise do século XIV. Os
problemas econômicos enfrentados por uma nobreza perdulária que
não tinha mais a reconquista como forma de promover uma lucrativa
expansão territorial, a inquietação social originária de um campesinato
explorado e o aparecimento da peste negra e seus terríveis efeitos
demográficos sugerem um prenúncio do movimento de 1383-1385.
AS CRISES DO SÉCULO XIV E A
REVOLUÇÃO DE AVIS (1383-1385)
O processo de sucessão do poder político na época, ainda
tipicamente medieval, era realizado por meio da herança familiar. A
falta de um legatário varão ou relações familiares matrimoniais com
dinastias de outros reinos poderiam comprometer a independência
de Portugal. As bodas da princesa portuguesa D. Beatriz com D.
João I, rei de Castela, a despeito de confiar a regência do reino à
rainha mãe Leonor Telles, estabelecendo a perpétua manutenção da
separação dos dois reinos, representavam, na realidade, uma ameaça
à autonomia portuguesa.
De fato, D. João I rompeu as promessas de independência do Reino
de Portugal e o invadiu, tencionando anexá-lo aos seus domínios. A
resistência contra a agressão de Castela coube a D. João, filho bastardo
do rei D. Pedro, e intitulado Mestre de Avis. Em 1385, ainda durante a
luta contra os invasores, o Mestre de Avis fizera-se proclamar rei com
o título de D. João I (1385) em Cortes convocadas em Coimbra. Os
castelhanos sofreram fragosas derrotas nas batalhas de Aljubarrota,
Trancoso e Valverde. A guerra se estendeu ao campo diplomático, no
qual D. João I procurou estreitar relações com a nobreza inglesa. O
primeiro armistício foi assinado em 1387, enquanto a paz definitiva
seria celebrada somente em 1432. A vitória portuguesa afastou a
ameaça de anexação e consolidou a independência do reino, o qual
passou a ser governado por uma nova dinastia, que seria responsável
pela empresa ultramarina.
240
A FORMAÇÃO DE PORTUGAL E A EXPANSÃO MARÍTIMA PORTUGUESA
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A EXPANSÃO MARÍTIMA
PORTUGUESA
Em 1411, consolidado o Estado Nacional português por D. João
I, iniciou-se um projeto de expansão militar no Norte da África, o qual
estaria associado diretamente ao típico espírito de cruzada dos tempos
da formação política portuguesa. Os portugueses inauguraram a
aventura ultramarina com a conquista da praça muçulmana de Ceuta,
no estreito de Gibraltar, em 1415. A monarquia portuguesa assumia o
papel de representante de interesses difusos no processo de expansão
atlântica, além de atender aos interesses dos elementos agregados
ao Estado – a nobreza e o clero católico – e às demandas de uma
ascendente classe burguesa mercantil.
A expansão marítima e comercial atlântica portuguesa pode
ser explicada, portanto, pelo papel primordial que o Estado passou
a exercer como agente da expansão associado aos demais grupos
interessados. A utilização de revolucionárias técnicas de navegação
para a época, como, por exemplo, a caravela, a vela latina, leme de
charneira ou cadaste, o astrolábio e a bússola, explicam, outrossim, a
primazia portuguesa. A iniciativa patrocinadora do Infante D. Henrique,
o Navegador, administrador geral da Ordem de Cristo, a despeito de
ter sido reconhecida pela historiografia, foi interpretada de modo
equívocado a admitir a existência de um centro de estudos náuticos,
a famosa “Escola de Sagres”. Admite-se hoje que o conhecimento
náutico dependia sobremaneira de conhecimentos empíricos e da
transmissão informal. A posição geográfica portuguesa, apesar de
ser invariavelmente apontada como uma condição da expansão,
é questionada por Charles R. Boxer, autor de O Império Colonial
Português, obra de referência sobre o tema. Boxer advoga que “a
costa portuguesa tem muitos poucos portos naturais, sendo Lisboa e
Setúbal os dois únicos portos naturais de dimensões convenientes”.
As condições, portanto, estavam chanceladas pelo binômio
centralização estatal e primazia tecnológica. Os motivos que levaram
os portugueses a se lançarem na aventura ultramarina são diversos,
entretanto, a máxima “por ouro e por Cristo” sintetiza boa parte
do desejo lusitano. Ademais, o comércio colonial de especiarias
orientais e o mítico reino do Preste João alimentavam o imaginário
português pela expansão. Posteriormente, o “infame comércio” de
escravos negros começaria também a alimentar a máquina mercantil
portuguesa.
A associação com a Igreja Católica fica evidente em vários
elementos. Inicialmente, poderíamos mencionar as bulas papais. A
bula Dum diversas, de 1452, autorizava o rei de Portugal a “atacar,
conquistar e submeter sarracenos, pagãos e outros descrentes
inimigos de Cristo, a capturar os seus bens e territórios, a reduzi-
los à escravatura perpétua e a transferir suas terras e territórios”.
Posteriormente, outras cartas papais confirmavam e estendiam as
prerrogativas de conquista dos Estados católicos ibéricos. A relação
entre Estado e Igreja passou a ser denominada de padroado, na qual
a Coroa portuguesa passaria a ser responsável pela expansão da fé
católica por meio da imposição desta religião em seus domínios,
enquanto caberia, do mesmo modo, ao monarca administrar o dízimo,
além de indicar os membros da alta hierarquia católica para as funções
dos cargos da Igreja nos domínios de Portugal.
A conquista de Ceuta foi o primeiro passo de um projeto que
promoveria ainda a colonização das ilhas atlânticas de Madeira
(1419) e Açores (1439), nas quais os portugueses implantaram com
sucesso o sistema de capitanias hereditárias e o modelo de latifúndio
agroexportador açucareiro escravista, além da produção de cereais.
Vale destacar que estas ilhas atlânticas eram desabilitadas, o que
facilita a implantação de um modelo colonizador nesses territórios.
A passagem do Cabo Bojador, em 1434, por Gil Eanes, marca o início
da política de contorno do litoral africano que teria seu auge com
a descoberta do Cabo das Tormentas por Bartolomeu Dias, 54 anos
depois. Em 1445, na baía de Arguim, os portugueses estabeleceram
o primeiro sistema de feitorias, o qual tinha por objetivo garantir
a posse do território contra incursões de possíveis competidores,
promover o armazenamento de produtos explorados na região e,
finalmente, servir de base para o abastecimento das caravelas, já
que as longas viagens favoreciam a proliferação de doenças como o
escorbuto, que vitimavam os marinheiros pela péssima qualidade da
alimentação a bordo. O arquipélago de Cabo Verde foi colonizado
a partir de 1456, confirmando o caráter pioneiro lusitano. O regime
econômico durante o processo de expansão era de monopólio real,
contudo, os particulares participavam do projeto mediante a entrega
de concessões reais.
O projeto português de descoberta de um caminho alternativo
para as Índias denominava-se “périplo africano” e consistia em
contornar o continente negro de modo a chegar até o Oriente
quebrando o monopólio das cidades italianas. A mais importante
viagem neste sentido foi a comandada por Bartolomeu Dias, que,
em 1488, descobriu a passagem para o Oriente pelo Cabo das
Tormentas, no extremo sul da África, posteriormente rebatizado de
Cabo da Boa Esperança. O vice-almirante Vasco da Gama completaria
o projeto português dez anos mais tarde, quando quebraria realmente
o monopólio italiano ao chegar em Calicute. O feito de Vasco da
Gama, iniciado em 1415 com a conquista de Ceuta, deslocaria
irremediavelmente o eixo comercial do mundo do mar Mediterrâneo
para o oceano Atlântico. Entretanto, os portugueses chegaram ao
continente americano, em 1500, e Pedro Alvares de Cabral encontrou
o território que um dia seria chamado de Brasil.
241
A FORMAÇÃO DE PORTUGAL E A EXPANSÃO MARÍTIMA PORTUGUESA
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EXERCÍCIOS DE
FIXAÇÃO
01. (ESA 2009) Portugal foi o primeiro país a empreender as grandes
navegações no século XV. Assinale a única alternativa em que todas
as informações são fatores que contribuíram para o pioneirismo
português nesse campo.
a) Escola de Sagres e nobreza autônoma.
b) Mercantilismo e intensa utilização da Rota da Seda.
c) Centralização administrativa e ausência de guerras.
d) Fortalecimento do feudalismo e posição geográfica favorável.
e) Guerra contra a Espanha e a Tomada de Constantinopla.
02. (ESSA 2013) No final do século XIV, o único Estado centralizado
e livre de guerras, o que lhe permitiu ser o pioneiro na expansão
ultramarina, era o
a) espanhol.
b) inglês.
c) francês.
d) holandês.
e) português.
03. (MUNDO EDUCAÇÃO) A conexão que o reino português estabeleceu
com reinos da costa atlântica do continente africano ao longo dos
anos de expansão marítima possibilitou, entre outras coisas,
a) a criação de capitanias hereditárias na costa oeste africana.
b) o desenvolvimento da pecuária nas savanas africanas.
c) a intensiva prospecção de metais preciosos.
d) o desenvolvimento do tráfico negreiro transatlântico.
e) a montagem do sistema de engenhos de açúcar em Benin.
04. (ESSA 2011) No século XV, o lucrativo comércio das especiarias
- artigos de luxo - era praticamente monopolizado pelas cidades
europeias de
a) Paris e Flandres.
b) Londres e Hamburgo.
c) Gênova e Veneza.
d) Constantinopla e Berlim.
e) Lisboa e Madri.
05. (MUNDO EDUCAÇÃO) O sistema de administração instituído por
Portugal nas regiões que começou a ocupar logo nos anos iniciais de
sua expansão marítima foi
a) a capitania.
b) a Real Casa de Exploração.
c) a feitoria.
d) a intendência das Minas.
e) a intendência da África.
06. (BRASIL ESCOLA) A expansão marítima e comercial empreendida
pelos portugueses nos séculos XV e XVI está ligada
a) aos interesses mercantis voltados para as “especiarias” do Oriente,
responsáveis, inclusive, pela não exploração do ouro e do marfim
africanos encontrados ainda no século XV.
b) à tradição marítima lusitana, direcionada ao “mar Oceano”
(Atlântico) em busca de ilhas fabulosas e grandes tesouros.
c) à existência de planos meticulosos traçados pelos sábios da Escola
de Sagres, que previam poder alcançar o Oriente ao navegar para
o Ocidente.
d) a diversas casualidades que, aliadas aos conhecimentos
geográficos muçulmanos, permitiram avançar sempre para o Sul
e, assim, atingir as Índias.
e) ao caráter sistemático que assumiu a empresa mercantil,
explorando o litoral africano, mas sempre em busca da
“passagem” que levaria às Índias.
242
A FORMAÇÃO DE PORTUGAL E A EXPANSÃO MARÍTIMA PORTUGUESA
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07. (BRASIL ESCOLA) Foi fator relevante para o pioneirismo português
na expansão marítima e comercial europeia dos séculos XV e XVI:
a) a precoce centralização política, somada à existência de um grupo
mercantil interessado na expansão e a presença de técnicos e
sábios, inclusive estrangeiros.
b) a posição geográfica de Portugal – na entrada do Mediterrâneo,
voltado para o Atlântico e próximo do Norte da África –, sem a
qual, todas as demais vantagens seriam nulas.
c) o poder da nobreza portuguesa, inibindo a influência retrógrada da
Igreja Católica, que combatia os avanços científicos e tecnológicos
como intervenções pecaminosas nos domínios de Deus.
d) a descentralização político-administrativa do Estado português,
possibilitando a contribuição de cada setor público e social na
organização estratégica da expansão marítima.
e) o interesse do clero português na expansão do cristianismo, que
fez da Igreja Católica o principal financiador das conquistas,
embora exigisse, em contrapartida, a presença constante da cruz.
08. (MACKENZIE) Observe o fragmento abaixo.
”As grandes mudanças que se verificam na arte náutica durante a
segunda metade do século XV levam a crer na possibilidade de chegar-
se, contornando o continente africano, às terras do Oriente. Não se
pode afirmar, contudo, que a ambição de atingir por via marítima esses
países de fábula presidissem as navegações do período henriquino,
animada por objetivos estritamente mercantis. [...] Com a expedição
de Antão Gonçalves, inicia-se em 1441 o tráfico negreiro para o Reino
[...]. Da mesma viagem procede o primeiro ouro em pó, ainda que
escasso, resgatado naquelas partes. O marfim, cujo comércio se achava
até então em mãos de mercadores árabes, começam a transportá-lo os
barcos lusitanos, por volta de 1447.”
(Sérgio Buarque de Holanda, Etapas dos descobrimentos portugueses.)
Assinale a alternativa que melhor resume o conteúdo do trecho acima.
a) A descoberta do continente americano por espanhóis, e depois,
por portugueses, revela o grande anseio dos navegadores ibéricos
por chegar às riquezas do Oriente através de uma rota pelo
Ocidente.
b) Os portugueses logo abandonaram as viagens de descoberta
para o Oriente através do Atlântico, visto que lhes bastavam as
riquezas alcançadas na África, ou seja, ouro, marfim e escravos.
c) Embora a descoberta de uma rota africana para o Oriente fosse
para os portugueses algo cada vez mais realizável em razão dos
avanços técnicos, foi a exploração comercial da costa africana o
que, de fato, impulsionou as viagens do período.
d) As navegações portuguesas, à época de D. Henrique, eram
motivadas, acima de tudo, pelo exotismo fabuloso do Oriente;
secundariamente, contudo, dedicavam-se os portugueses ao
comércio de escravos, ouro e marfim, sobretudo na costa africana.
e) Durante o período henriquino, os grandes aperfeiçoamentos
técnicos na arte náutica permitiram aos portugueses chegar ao
Oriente contornando o continente africano.
09. (FAAP 1997) Em apenas uma alternativa é falsa a correspondência
entre a data e o fato importante. Assinale-a.
a) 1380 - Tárik, chefe muçulmano, invadiu a Península Ibérica.
b) 1385 - Batalha de Aljubarrota com a vitória dos portugueses contra
os espanhóis.
c) 1415 - Queda de Ceuta e início da expansão portuguesa.
d) 1498 - Vasco da Gama chegou às Índias.
e) 1500 - A expedição de Cabral chegou às costas do Brasil.
10. (UFF 2012) Considerando o processo de expansão da Europa
moderna a partir dos séculos XV e XVI, pode-se afirmar que Portugal
e Espanha tiveram um papel predominante. Esse papel, entretanto,
dependeu, em larga medida, de uma rede composta por interesses
a) políticos, inerentes à continuidade dos interesses feudais em
Portugal; intelectuais, associados ao desenvolvimento da imprensa,
do hermetismo e da Astrologia no mundo ibérico; econômicos,
vinculados aos interesses italianos na Espanha, nos quais a presença
de Colombo é um exemplo; e sociais, vinculados ao poder do clero
na Espanha.
b) políticos, vinculados ao processo de fragmentação política
das monarquias absolutas ibéricas; sociais, associados ao
desenvolvimento de novos setores sociais, como a nobreza;
coloniais, decorrentes da política da Igreja Católica que via os
habitantes do Novo Mundo como o homem primitivo criado por
Deus; e econômicos, presos aos interesses mouros na Espanha.
c) políticos, vinculados às práticas racistas que envolviam a atuação
dos comerciantes ibéricos no Oriente; científicos, que viam na
expansão a negação das teorias heliocêntricas; econômicos, ligados
ao processo de aumento do tráfico de negros para a Europa por
meio de alianças com os Países Baixos; e religiosos, marcados pela
ação ampliada da Inquisição.
d) políticos, associados ao modelo republicano desenvolvido no
Renascimento italiano; religiosos, decorrentes da vitória católica nos
processos da Reconquista ibérica; econômicos, ligados ao movimento
geral de desenvolvimento do mercantilismo; e sociais, inerentes à
vitória do campo sobre a cidade no mundo ibérico.
e) políticos, vinculados ao fortalecimento da centralização dos Estados
ibéricos; econômicos, provenientes do avanço das atividades
comerciais; religiosos, relacionados à importância do Papado na
Península Ibérica; e intelectuais, decorrentes dos avanços científicos
da Renascença que viram na expansão a realidade de suas teorias
sobre Geografia e Astronomia.
EXERCÍCIOS DE
TREINAMENTO
01. (PUC-RS) INSTRUÇÃO: Para responder à questão, considere
as afirmações sobre a viagem de Pedro Álvares Cabral, que
aportou no litoral brasileiro em abril de 1500, dando origem ao
“descobrimento do Brasil”.
I. A expedição foi um empreendimento estatal comandado
e controlado pela Coroa Portuguesa, sem que houvesse
participação de investimentos privados na sua montagem e
execução.
II. A viagem de Cabral contou com o apoio da Igreja Católica, que
desejava expandir o cristianismo para além da Europa; ademais,
o reconhecimento oficial da Igreja conferia legitimidade às
novas conquistas.
III. A escolha do comandante da esquadra portuguesa teve
como principais critérios a competência e a experiência
profissional de Cabral, sinalizando o rompimento do Estado
português com os privilégios aristocráticos na sua burocracia.
IV. A expedição tinha como objetivo final estabelecer rotas
comerciais de especiarias com o Oriente; a “descoberta do Brasil”,
porém, estava entre os resultados possíveis, devido ao interesse
português em controlar a navegação no Atlântico Sul.
Estão corretas apenas as afirmativas:
a) I e II.
b) II e IV.
c) I, II e III.
d) I, III e IV.
e) II, III e IV.
243
A FORMAÇÃO DE PORTUGAL E A EXPANSÃO MARÍTIMA PORTUGUESA
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02. (PUCRJ 2018) Observe o excerto.
A Comissão de Património Mundial da UNESCO declarou, em
08.07.2017, o centro histórico da cidade de Mbanza Congo, norte de
Angola, como Património Mundial da Humanidade.
[...]
A candidatura de Angola destacava que o Reino do Congo estava
perfeitamente organizado quando da chegada dos portugueses, no
século XV, uma das mais avançadas em África à data.
[...]
Dividido em seis províncias que ocupavam parte das atuais
República Democrática do Congo, República do Congo, Angola e
Gabão, o Reino do Congo dispunha de 12 igrejas, conventos, escolas,
palácios e residências. [...]
(Mbanza Congo declarada Património Mundial da Humanidade -
09.07.2017. Disponível em: . Acesso em: 14 set. 2017.
Tendo como referência a notícia acima e os conhecimentos que você
possui, analise as afirmativas seguintes com relação à história do
antigo Reino do Congo.
I. O Reino do Congo foi um dos mais conhecidos reinos da região
centro-ocidental da África. Fundado no final do século XIII,
chegou a abranger parte dos atuais países de Angola, República
do Congo, República Democrática do Congo e Gabão.
II. A partir do século XV ocorreram os primeiros contatos dos
portugueses com as autoridades políticas do Reino do Congo,
transformando essa região em uma das maiores exportadoras de
africanos escravizados para as Américas.
III. A capital do Reino do Congo era Mbanza Congo ou São Salvador,
como ficou conhecida após a conversão ao catolicismo do
manicongo (rei do Congo) e a construção da Catedral de São
Salvador do Congo.
IV. A organização política do Reino do Congo somente ocorreu após
a chegada dos portugueses na região, quando estes influenciaram
a formação de uma “elite burocrática” que ajudava o manicongo
(rei do Congo) a governar.
Estão corretas SOMENTE as afirmativas:
a) II, III e IV.
b) I, II e III.
c) I, II e IV.
d) I e II.
e) I e III.
03.(CESGRANRIO)Acercadaexpansãomarítimacomercialimplementada
pelo Reino Português, podemos afirmar que
a) a conquista de Ceuta marcou o início da expansão, ao possibilitar a
acumulação de riquezas para a manutenção do empreendimento.
b) a conquista da Baía de Arguim permitiu a Portugal montar uma
feitoria e manter o controle sobre importantíssima rota comercial
intra-africana.
c) a instalação da feitoria de São Paulo de Luanda possibilitou a
montagem de grande rede de abastecimento de escravos para o
mercado europeu.
d) o domínio português de Piro e Sidon e o consequente monopólio
de especiarias do Oriente Próximo tornaram desinteressante a
conquista da Índia.
e) a expansão da lavoura açucareira escravista na Ilha da Madeira,
após 1510, aumentou o preço dos escravos, tanto nos portos
africanos quanto nas praças brasileiras
04. (IFBA 2018) “Ao retornar a Lisboa [depois de tratar de negócios
nas “Índias”], Vasco da Gama falou com o Conde de Vimioso que, ao
saber que os indianos exigiam ouro e prata em troca de seus produtos,
disse: ‘Então foram eles que nos descobriram!’”.
(FONTANA, Josep. Introdução ao estudo da História Geral.
São Paulo; EDUSC, 2000, p. 157.)
Acerca dessa afirmação feita pelo Conde de Vimioso, podemos
interpretar sobre o contexto da Expansão Marítima Europeia que
a) ao falar que os indianos descobriram os europeus, o Conde de
Vimioso queria dizer que, ao descobrir uma rota para as Índias,
esperava-se que Portugal economizasse recursos, evitando todos
os transtornos fiscais por passar em terras estrangeiras em busca
de mercadorias. No entanto, na verdade, quem estava lucrando
com aquilo eram os Indianos que “descobriram” uma forma de se
beneficiarem da “descoberta” portuguesa, acumulando o ouro e
a prata portuguesa.
b) a Expansão Marítima Europeia se deu num contexto mais amplo
de crescente mercantilização de produtos entre Ásia, Europa e
África e, nesse momento, os Europeus ainda cumpriam o papel
de revendedores de produtos comprados pela Europa. Depois da
expropriação da prata e ouro das Américas, os europeus fecharam-
se economicamente e conseguiram recursos para dominarem o
comércio mundial de mercadorias.
c) revela o subdesenvolvimento do capitalismo europeu, que
dependia de empréstimos de ouro e prata para realizar o comércio
com outros territórios.
d) a prata e o ouro americanos já eram de conhecimento dos
Indianos, possuidores de maiores saberes de navegação e
comércio que os portugueses, devido a sua relação com os povos
muçulmanos, que, nesse período, haviam dominado muitos
territórios, incluindo algumas terras da Península Ibérica.
e) o metalismo, como concepção econômica, fez de Portugal,
Espanha e outros Reinos detentores de colônias pioneiros na
industrialização.
TEXTO PARA AS QUESTÕES 05 e 06.
As primeiras expedições na costa africana a partir da ocupação de
Ceuta em 1415, ainda na terra de povos berberes, foram registrando
a geografia, as condições de navegação e de ancoragem. Nas paradas,
os portugueses negociavam com as populações locais e sequestravam
pessoas que chegavam às praias, levando-as aos navios para serem
vendidas como escravas. Tal ato era justificado pelo fato de esses
povos serem infiéis, seguidores das leis de Maomé, considerados
inimigos, e portanto podiam ser escravizados, pois acreditavam ser
justo guerrear com eles. Mais ao sul, além do rio Senegal, os povos
encontrados não eram islamizados, portanto não eram inimigos,
mas eram pagãos, ignorantes das leis de Deus, e no entender dos
portugueses da época também podiam ser escravizados, pois ao se
converterem ao cristianismo teriam uma chance de salvar suas almas
na vida além desta.
(Marina de Mello e Souza. África e Brasil africano, 2007.)
05. (UNESP 2018) De acordo com o texto,
a) a motivação da conquista europeia da África foi essencialmente
religiosa, destituída de caráter econômico.
b) os líderes políticos africanos apoiavam a catequização dos povos
nativos pelos conquistadores europeus.
c) os africanos aceitavam a escravização e não resistiam à presença
europeia no continente.
d) os povos africanos reconheciam a ação europeia no continente
como uma cruzada religiosa e moral.
e) a escravização foi muitas vezes justificada pelos europeus como
uma forma de redimir e salvar os africanos.
06. (UNESP 2018) O texto caracteriza
a) o mercado atlântico de africanos escravizados em seu período de
maior intensidade e o controle do tráfico pelas Companhias de
Comércio.
b) o avanço gradual da presença europeia na África e a conformação
de um modelo de exploração da natureza e do trabalho.
c) as estratégias da colonização europeia e a sua busca por uma
exploração sustentável do continente africano.
244
A FORMAÇÃO DE PORTUGAL E A EXPANSÃO MARÍTIMA PORTUGUESA
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d) o caráter laico do Estado português e as suas ações diplomáticas
junto aos reinos e às sociedades organizadas da África.
e) o pioneirismo português na expansão marítima e a concentração de
sua atividade exploradora nas áreas centrais do continente africano.
07. (UEFS 2018) O “coração” econômico da época, Veneza, tem
cada vez mais dificuldades em assegurar a competitividade de seus
produtos. Em 1504, os navios venezianos já quase não encontram
pimenta em Alexandria. As especiarias desta proveniência se
revelam muito mais caras do que as que são encaminhadas da Índia
portuguesa: a pimenta embarcada pelos portugueses em Calicute é
quarenta vezes menos onerosa do que a que transita por Alexandria.
(Jacques Attali. 1492, 1991. Adaptado.)
O historiador descreve um processo de mudança comercial que é
resultado da
a) vinculação marítima direta do mercado europeu com as regiões
fornecedoras de produtos orientais.
b) sofisticação dos hábitos de consumo das sociedades europeias
com o crescimento das cidades.
c) exploração pela burguesia europeia dos novos produtos
comestíveis encontrados na América.
d) divisão de territórios na Ásia e na África pelos Estados europeus
emergentes banhados pelo oceano Atlântico.
e) falta de integração e de comunicação dos centros econômicos no
interior do continente europeu.
08. (ENEM - LIBRAS 2017) Os cartógrafos portugueses teriam falseado
as representações do Brasil nas cartas geográficas, fazendo concordar
o meridiano com os acidentes geográficos de forma a ressaltar uma
suposta fronteira natural dos domínios lusos. O delineamento de uma
grande lagoa que conectava a bacia platina com a amazônica já era
visível nas primeiras descrições geográficas e mapas produzidos por
Gaspar Viegas, no Atlas de Lopo Homem (1519), nas cartas de Diogo
Ribeiro (1525-27), no planisfério de André Homen (1559), nos mapas
de Bartolomeu Velho (1561).
(KANTOR, Í. Usos diplomáticos da ilha-Brasil: polêmicas cartográficas
e historiográficas. Varia Historia, n. 37, 2007 - adaptado).
De acordo com a argumentação exposta no texto, um dos objetivos
das representações cartográficas mencionadas era
a) garantir o domínio da Metrópole sobre o território cobiçado.
b) demarcar os limites precisos do Tratado de Tordesilhas.
c) afastar as populações nativas do espaço demarcado.
d) respeitar a conquista espanhola sobre o Império Inca.
e) demonstrar a viabilidade comercial do empreendimento colonial.
09. (UEM 2017) Sobre o expansionismo ibérico, no século XV, é
correto afirmar que:
01) Portugal foi pioneiro na expansão ultramarina, pois tinha um grupo
mercantil forte e enriquecido que dominava a tecnologia náutica.
02) Calicute, no Marrocos, foi a primeira cidade conquistada pelos
portugueses na África.
04) Na Espanha e em Portugal, as viagens ultramarinas eram
organizadas pelos governos e por companhias de comércio
com o objetivo de obter metais preciosos e produtos orientais,
particularmente as especiarias. Essa política ficou conhecida como
metalismo ou bulionismo.
08) São características comuns das práticas mercantilistas adotadas
pelos países europeus a intervenção do Estado na economia, a
busca da balança comercial favorável, o metalismo e a proteção
alfandegária, visando o fortalecimento do Estado e o aumento da
riqueza nacional.
16) A Igreja Católica se pronunciou contra a expansão ultramarina, pois
não julgava correta a catequização dos povos conquistados.
10. (PUCRJ 2016) A respeito da ocupação holandesa dos territórios
portugueses na América e na África, na primeira metade do século
XVII, assinale a alternativa INCORRETA.
a) A ocupação holandesa está relacionada à conjuntura política
da união das coroas de Espanha e Portugal (União Ibérica) e ao
processo de independência dos Países Baixos.
b) Nesta mesma época, os holandeses também invadiram e ocuparam
territórios portugueses na África (Angola), com o objetivo de
controlar o fluxo de escravos negros para os engenhos de açúcar
da América portuguesa.
c) O período de administração de Maurício de Nassau foi marcado
pela reorganização urbanística do Recife, com a pavimentação de
ruas e a construção de novas pontes.
d) A administração de Nassau no Nordeste da América portuguesa
ficou caracterizada pela perseguição aos católicos e judeus, uma vez
que os holandeses professavam a religião protestante (calvinistas).
e) Até a União Ibérica, os comerciantes holandeses eram os principais
distribuidores do açúcar português na Europa.
EXERCÍCIOS DE
COMBATE
01. (ESSA 2013) Entre os motivos que contribuíram para o pioneirismo
português no fenômeno histórico conhecido como “expansão
ultramarina”, é correto afirmar que foi (foram) decisivo(a)(s)
a) o comércio de ouro e escravos na costa da África.
b) a precoce centralização política de Portugal e a ausência de guerras.
c) a luta contra os mouros no Marrocos.
d) a aliança política com o reino da Espanha.
e) as reformas pombalinas.
02. (CN 2007) A chegada dos portugueses ao Brasil, além de ser o
resultado de um processo administrado pela Coroa Portuguesa no
século XV conjuntamente com a nobreza e a nascente burguesia,
também
a) auxiliou, entre outros aspectos, na consolidação e hegemonia
portuguesa no Atlântico Sul.
b) se transformou, de imediato, em uma alternativa mercantil ao
comércio português no Oriente.
c) demonstrou que o desvio da esquadra de Cabral seguia a
mesma inspiração de Colombo para chegar às Índias.
d) foi o resultado de uma reação de Portugal diante da concorrência
dos mercadores italianos no Atlântico Ocidental.
e) tinha por objetivo reforçar a supremacia portuguesa no Pacífico
Oriental garantindo dessa forma o caminho para a Índia.
03. (ESSA 2012) O Tratado de Tordesilhas, assinado pelos reis ibéricos
com a intervenção papal, representa
a) o marco inicial da colonização portuguesa do Brasil.
b) o fim da rivalidade entre portugueses e espanhóis na América.
c) a tomada de posse do Brasil pelos portugueses.
d) a demarcação dos direitos de exploração colonial dos ibéricos.
e) o declínio do expansionismo espanhol.
04. (ESSA 2011) O Tratado de Tordesilhas, celebrado em 1494 entre
as Coroas de Portugal e Espanha, que pretendeu resolver as disputas
por colônias ultramarinas entre esses dois países, estabelecia que
a) os espanhóis ficariam com todas as terras descobertas até a data
de assinatura do Tratado, e as terras descobertas depois ficariam
com os portugueses.
245
A FORMAÇÃO DE PORTUGAL E A EXPANSÃO MARÍTIMA PORTUGUESA
PROMILITARES.COM.BR
b) os domínios espanhóis e portugueses seriam separados por um
meridiano estabelecido a 370 léguas a oeste das ilhas de Cabo Verde.
c) a Igreja Católica, como patrocinadora do Tratado, arrendaria as
terras descobertas pelos portugueses e espanhóis nos quinze anos
seguintes.
d) Portugal e Espanha administrariam juntos as terras descobertas,
para fazerem frente à ameaça colonialista da Inglaterra, da
Holanda e da França.
e) portugueses e espanhóis seriam tolerantes com os costumes e as
religiões dos povos que habitassem as terras descobertas.
05. (UDESC 2017) Apesar das conhecidas interferências provocadas
pelos mais de 300 anos de contato, muitas vezes violento, com os
povos europeus, até o início do século XIX, o Continente Africano
contava com poucos territórios sob domínio externo. A respeito do
Continente Africano no período que antecede o século XIX, assinale
a alternativa correta.
a) Até o século XVII, as rotas comerciais, existentes nos reinos e
impérios africanos, eram exclusivamente externas. As riquezas
como tecidos, plantas medicinais e, especialmente, ouro, só
circulavam por via marítima.
b) Até o século XVII, a imposição da condição de escravidão aos
homens e às mulheres, na África, ocorria apenas entre os Iorubas.
c) Os reinos africanos contavam com práticas de auxílio mútuo que
garantiam crescimento e prosperidade. Eis porque inexistiam, até
o século XIX, exércitos ou efetivos militares.
d) A língua preponderantemente falada no Continente Africano era
o Khoisan, proveniente da região Sul, a partir do século XV foi
substituída pelas línguas francesa e portuguesa.
e) No século XV, o Continente Africano apresentava grande
diversidade. Politicamente, organizava-se em inúmeros reinos e
impérios dentre os quais os de Songai, Monomotapa, Congo,
Daomé e o Ioruba. Grande parte destes povos recebia, direta
ou indiretamente, influência da cultura árabe e da religião
mulçumana.
06. (ESA 2010) No contexto da expansão marítima, que levou os
europeus a encontrar a América, Portugal destacou-se como pioneiro
das grandes navegações do século XV. Entre os muitos fatores que
contribuíram para o pioneirismo português, destacam-se
a) a associação Estado/Igreja e a centralização do poder.
b) a política mercantilista e a expulsão dos mouros da península
Ibérica.
c) a centralização administrativa e a posição geográfica.
d) a ausência de guerras e a ascensão da nobreza fundiária.
e) a industrialização e a centralização do poder.
07. (ESPCEX 2017) No início do século XIV, a China era a maior
potência mundial e empenhava-se intensamente na expansão
marítima e comercial, chegando à Índia, quase um século antes de
Cabral. Os chineses estiveram no sul da África Oriental e no Mar
Vermelho, enquanto os portugueses mal iniciavam sua exploração na
costa norte da África. Entretanto, antes de 1440, a expansão marítima
chinesa estagnou. Aponte, dentre as opções abaixo, aquela que
apresenta a causa para o sucesso da exploração marítima portuguesa.
a) O fato de os portugueses não terem desenvolvido tecnologias
relacionadas à navegação ultramarina não afetou suas ações
exploratórias.
b) Em Portugal, a centralização monárquica só ocorreria no final
do século XIII, sendo este fato de pouca influência no processo
exploratório dos portugueses além-mar.
c) As finanças portuguesas não estavam estabilizadas e dificultaram
os investimentos necessários para os projetos relacionados
às navegações, o que fez com que D. Henrique procurasse
financiamento público com os soberanos espanhóis.
d) Portugal, apesar da guerra de emancipação política com a
Espanha, manteve a busca por conhecimento para a consecução
das grandes navegações.
e) Em Portugal, as explorações foram conduzidas com recursos de
empresas comerciais privadas e apoio governamental.
08. (ESPCEX 2015) As viagens mercantis e os descobrimentos de
rotas marítimas e de terras além-mar ocorridas no que conhecemos
por expansão europeia, mudou o mundo conhecido até então. Foram
etapas na conquista dos novos caminhos, rotas e descobrimentos os
seguintes eventos:
1. Bartolomeu Dias atingiu a extremidade sul do continente africano,
nomeando-a de Cabo das Tormentas.
2. Fernão de Magalhães, português, deu início à primeira viagem ao
redor da Terra.
3. Pedro Álvares Cabral descobriu o Brasil.
4. Conquista de Ceuta pelos portugueses.
5. Cristóvão Colombo descobriu o que julgou ser o caminho para as
Índias, mas na verdade havia aportado em terras desconhecidas.
A sequência cronológica correta dos fatos listados é
a) 1, 2, 3, 4 e 5.
b) 3, 5, 4, 1 e 2.
c) 5, 2, 1, 4 e 3.
d) 2, 4, 1, 5 e 3.
e) 4, 1, 5, 3 e 2.
09. (ESPCEX 2010) Um conjunto de forças e motivos econômicos,
políticos e culturais impulsionou a expansão comercial e marítima
europeia a partir do século XV, o que resultou, entre outras coisas, no
domínio da África, da Ásia e da América.
(Extraído SILVA, 1996)
O fato que marcou o início da expansão marítima portuguesa foi o (a)
a) contorno do Cabo da Boa Esperança em 1488.
b) conquista de Ceuta em 1415.
c) chegada à Calicute, Índia, em 1498.
d) ascensão ao trono português de uma nova dinastia, a de Avis,
em 1385.
e) descobrimento do Brasil em 1500.
10. (ESPCEX 2008) Leia atentamente as afirmações abaixo.
I. Era um Estado politicamente centralizado e estável.
II. Possuía o melhor e mais equipado exército europeu durante os
séculos XV e XVI.
III. Estava em uma posição geográfica favorável, entre o Atlântico e
o Mediterrâneo.
IV. Contava com o apoio de uma burguesia mercantil favorável ao
projeto da navegação para o Oriente.
V. Possuía contatos com comerciantes árabes e indianos realizados
durante as Cruzadas, por nobres portugueses.
Assinale a única alternativa em que todas as afirmações justificam o
pioneirismo português no processo das Grandes Navegações.
a) I e II.
b) III e V.
c) II, III e IV.
d) I, III e IV.
e) I, II e V.
246
A FORMAÇÃO DE PORTUGAL E A EXPANSÃO MARÍTIMA PORTUGUESA
PROMILITARES.COM.BR
RESOLUÇÃO EM VÍDEO
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de cada exercício e AVANCE NOS ESTUDOS!
GABARITO
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
01. C
02. E
03. D
04. C
05. C
06. E
07. A
08. C
09. A
10. E
EXERCÍCIOS DE TREINAMENTO
01. B
02. B
03. A
04. A
05. E
06. B
07. A
08. A
09. SOMA:13
10. D
EXERCÍCIOS DE COMBATE
01. B
02. A
03. D
04. B
05. E
06. C
07. E
08. E
09. B
10. D
ANOTAÇÕES

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  • 1. 239 PROMILITARES.COM.BR A FORMAÇÃO DE PORTUGAL E A EXPANSÃO MARÍTIMA PORTUGUESA DA RECONQUISTA À DINASTIA DE BORGONHA (1139-1383) O Reino de Portugal é reconhecido como o primeiro Estado Nacional centralizado da modernidade. A presença muçulmana na Península Ibérica, desde o ano de 711 da era cristã, representava, entretanto, um grande obstáculo aos projetos de unificação política dos reinos dessa região. O combate ao infiel gerou um espírito de Cruzada ao processo de centralização, que estaria presente do mesmo modo na experiência da Expansão Marítima e Comercial Atlântica. A ligação entre o nascente poder monárquico em Portugal e a Igreja Católica seria uma das características mais marcantes daquele precoce reino, por séculos. Em 1143, o nobre jovem portucalense Afonso Henriques, da Casa de Borgonha, declarou-se vassalo lígio do Papa Lúcio II com o objetivo de ter seu reino reconhecido como independente de Leão, governado por seu primo, Afonso VII. A assinatura do Tratado Zamora no ano de 1143 garantiu a Portugal o reconhecimento de sua independência. As rivalidades entre Portugal e Espanha eram outras características que embalariam as relações entre estes dois países vizinhos por toda a Idade Moderna. A manobra diplomática de Afonso Henriques, entretanto, não recebeu uma acolhida favorável em Roma, cujo papado desejava uma cristandade unida contra o Islã. A proposta do nobre português era separatista e autonomista. Somente em 1179, mediante grandes concessões de vantagens ao Papa Alexandre III, Afonso Henriques foi reconhecido como rei, e seu Estado como reino, portanto, independente de Leão. A morte de Afonso VII e a divisão de seu reino por seus dois filhos, Fernando II, que herdou Leão e a Galizia, e Sancho III, novo monarca de Castela, favoreceu a independência do reino português de Afonso Henriques, que combateu leoneses e muçulmanos com igual eficácia. Em 1288, durante o reinado de D. Dinis, fundara-se a primeira universidade portuguesa em Lisboa e o português ficou como a língua oficial do país. A associação entre o nascimento de Portugal e o Condado Portucalense de Afonso Henriques, entretanto, deve ficar limitada ao fato de que a dinastia de Borgonha, de origem francesa, foi a elite governante do novo reino. Devemos encontrar a origem de Portugal no século XIII, processo derivado da chamada “guerra de reconquista”, quando os cavaleiros do norte de Portugal iniciaram um processo de expansão da fé católica contra o Islã que levaria ao centralismo político. A Cruzada do Ocidente, como também foi chamada a reconquista, que Afonso Henriques e outros monarcas ibéricos levaram a cabo, favoreceu o reino, enriquecendo-o e consolidando o poder dos monarcas, apoiados pelo clero católico e pela nobreza guerreira. Seria somente em 1249, durante o reinado de Afonso III, contudo, que os portugueses expulsariam, definitivamente, os muçulmanos do país, ocupando o território do Algarve. O Reino de Portugal não passou incólume à crise do século XIV. Os problemas econômicos enfrentados por uma nobreza perdulária que não tinha mais a reconquista como forma de promover uma lucrativa expansão territorial, a inquietação social originária de um campesinato explorado e o aparecimento da peste negra e seus terríveis efeitos demográficos sugerem um prenúncio do movimento de 1383-1385. AS CRISES DO SÉCULO XIV E A REVOLUÇÃO DE AVIS (1383-1385) O processo de sucessão do poder político na época, ainda tipicamente medieval, era realizado por meio da herança familiar. A falta de um legatário varão ou relações familiares matrimoniais com dinastias de outros reinos poderiam comprometer a independência de Portugal. As bodas da princesa portuguesa D. Beatriz com D. João I, rei de Castela, a despeito de confiar a regência do reino à rainha mãe Leonor Telles, estabelecendo a perpétua manutenção da separação dos dois reinos, representavam, na realidade, uma ameaça à autonomia portuguesa. De fato, D. João I rompeu as promessas de independência do Reino de Portugal e o invadiu, tencionando anexá-lo aos seus domínios. A resistência contra a agressão de Castela coube a D. João, filho bastardo do rei D. Pedro, e intitulado Mestre de Avis. Em 1385, ainda durante a luta contra os invasores, o Mestre de Avis fizera-se proclamar rei com o título de D. João I (1385) em Cortes convocadas em Coimbra. Os castelhanos sofreram fragosas derrotas nas batalhas de Aljubarrota, Trancoso e Valverde. A guerra se estendeu ao campo diplomático, no qual D. João I procurou estreitar relações com a nobreza inglesa. O primeiro armistício foi assinado em 1387, enquanto a paz definitiva seria celebrada somente em 1432. A vitória portuguesa afastou a ameaça de anexação e consolidou a independência do reino, o qual passou a ser governado por uma nova dinastia, que seria responsável pela empresa ultramarina.
  • 2. 240 A FORMAÇÃO DE PORTUGAL E A EXPANSÃO MARÍTIMA PORTUGUESA PROMILITARES.COM.BR A EXPANSÃO MARÍTIMA PORTUGUESA Em 1411, consolidado o Estado Nacional português por D. João I, iniciou-se um projeto de expansão militar no Norte da África, o qual estaria associado diretamente ao típico espírito de cruzada dos tempos da formação política portuguesa. Os portugueses inauguraram a aventura ultramarina com a conquista da praça muçulmana de Ceuta, no estreito de Gibraltar, em 1415. A monarquia portuguesa assumia o papel de representante de interesses difusos no processo de expansão atlântica, além de atender aos interesses dos elementos agregados ao Estado – a nobreza e o clero católico – e às demandas de uma ascendente classe burguesa mercantil. A expansão marítima e comercial atlântica portuguesa pode ser explicada, portanto, pelo papel primordial que o Estado passou a exercer como agente da expansão associado aos demais grupos interessados. A utilização de revolucionárias técnicas de navegação para a época, como, por exemplo, a caravela, a vela latina, leme de charneira ou cadaste, o astrolábio e a bússola, explicam, outrossim, a primazia portuguesa. A iniciativa patrocinadora do Infante D. Henrique, o Navegador, administrador geral da Ordem de Cristo, a despeito de ter sido reconhecida pela historiografia, foi interpretada de modo equívocado a admitir a existência de um centro de estudos náuticos, a famosa “Escola de Sagres”. Admite-se hoje que o conhecimento náutico dependia sobremaneira de conhecimentos empíricos e da transmissão informal. A posição geográfica portuguesa, apesar de ser invariavelmente apontada como uma condição da expansão, é questionada por Charles R. Boxer, autor de O Império Colonial Português, obra de referência sobre o tema. Boxer advoga que “a costa portuguesa tem muitos poucos portos naturais, sendo Lisboa e Setúbal os dois únicos portos naturais de dimensões convenientes”. As condições, portanto, estavam chanceladas pelo binômio centralização estatal e primazia tecnológica. Os motivos que levaram os portugueses a se lançarem na aventura ultramarina são diversos, entretanto, a máxima “por ouro e por Cristo” sintetiza boa parte do desejo lusitano. Ademais, o comércio colonial de especiarias orientais e o mítico reino do Preste João alimentavam o imaginário português pela expansão. Posteriormente, o “infame comércio” de escravos negros começaria também a alimentar a máquina mercantil portuguesa. A associação com a Igreja Católica fica evidente em vários elementos. Inicialmente, poderíamos mencionar as bulas papais. A bula Dum diversas, de 1452, autorizava o rei de Portugal a “atacar, conquistar e submeter sarracenos, pagãos e outros descrentes inimigos de Cristo, a capturar os seus bens e territórios, a reduzi- los à escravatura perpétua e a transferir suas terras e territórios”. Posteriormente, outras cartas papais confirmavam e estendiam as prerrogativas de conquista dos Estados católicos ibéricos. A relação entre Estado e Igreja passou a ser denominada de padroado, na qual a Coroa portuguesa passaria a ser responsável pela expansão da fé católica por meio da imposição desta religião em seus domínios, enquanto caberia, do mesmo modo, ao monarca administrar o dízimo, além de indicar os membros da alta hierarquia católica para as funções dos cargos da Igreja nos domínios de Portugal. A conquista de Ceuta foi o primeiro passo de um projeto que promoveria ainda a colonização das ilhas atlânticas de Madeira (1419) e Açores (1439), nas quais os portugueses implantaram com sucesso o sistema de capitanias hereditárias e o modelo de latifúndio agroexportador açucareiro escravista, além da produção de cereais. Vale destacar que estas ilhas atlânticas eram desabilitadas, o que facilita a implantação de um modelo colonizador nesses territórios. A passagem do Cabo Bojador, em 1434, por Gil Eanes, marca o início da política de contorno do litoral africano que teria seu auge com a descoberta do Cabo das Tormentas por Bartolomeu Dias, 54 anos depois. Em 1445, na baía de Arguim, os portugueses estabeleceram o primeiro sistema de feitorias, o qual tinha por objetivo garantir a posse do território contra incursões de possíveis competidores, promover o armazenamento de produtos explorados na região e, finalmente, servir de base para o abastecimento das caravelas, já que as longas viagens favoreciam a proliferação de doenças como o escorbuto, que vitimavam os marinheiros pela péssima qualidade da alimentação a bordo. O arquipélago de Cabo Verde foi colonizado a partir de 1456, confirmando o caráter pioneiro lusitano. O regime econômico durante o processo de expansão era de monopólio real, contudo, os particulares participavam do projeto mediante a entrega de concessões reais. O projeto português de descoberta de um caminho alternativo para as Índias denominava-se “périplo africano” e consistia em contornar o continente negro de modo a chegar até o Oriente quebrando o monopólio das cidades italianas. A mais importante viagem neste sentido foi a comandada por Bartolomeu Dias, que, em 1488, descobriu a passagem para o Oriente pelo Cabo das Tormentas, no extremo sul da África, posteriormente rebatizado de Cabo da Boa Esperança. O vice-almirante Vasco da Gama completaria o projeto português dez anos mais tarde, quando quebraria realmente o monopólio italiano ao chegar em Calicute. O feito de Vasco da Gama, iniciado em 1415 com a conquista de Ceuta, deslocaria irremediavelmente o eixo comercial do mundo do mar Mediterrâneo para o oceano Atlântico. Entretanto, os portugueses chegaram ao continente americano, em 1500, e Pedro Alvares de Cabral encontrou o território que um dia seria chamado de Brasil.
  • 3. 241 A FORMAÇÃO DE PORTUGAL E A EXPANSÃO MARÍTIMA PORTUGUESA PROMILITARES.COM.BR Fonte: clickhistoria.blogspot.com EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 01. (ESA 2009) Portugal foi o primeiro país a empreender as grandes navegações no século XV. Assinale a única alternativa em que todas as informações são fatores que contribuíram para o pioneirismo português nesse campo. a) Escola de Sagres e nobreza autônoma. b) Mercantilismo e intensa utilização da Rota da Seda. c) Centralização administrativa e ausência de guerras. d) Fortalecimento do feudalismo e posição geográfica favorável. e) Guerra contra a Espanha e a Tomada de Constantinopla. 02. (ESSA 2013) No final do século XIV, o único Estado centralizado e livre de guerras, o que lhe permitiu ser o pioneiro na expansão ultramarina, era o a) espanhol. b) inglês. c) francês. d) holandês. e) português. 03. (MUNDO EDUCAÇÃO) A conexão que o reino português estabeleceu com reinos da costa atlântica do continente africano ao longo dos anos de expansão marítima possibilitou, entre outras coisas, a) a criação de capitanias hereditárias na costa oeste africana. b) o desenvolvimento da pecuária nas savanas africanas. c) a intensiva prospecção de metais preciosos. d) o desenvolvimento do tráfico negreiro transatlântico. e) a montagem do sistema de engenhos de açúcar em Benin. 04. (ESSA 2011) No século XV, o lucrativo comércio das especiarias - artigos de luxo - era praticamente monopolizado pelas cidades europeias de a) Paris e Flandres. b) Londres e Hamburgo. c) Gênova e Veneza. d) Constantinopla e Berlim. e) Lisboa e Madri. 05. (MUNDO EDUCAÇÃO) O sistema de administração instituído por Portugal nas regiões que começou a ocupar logo nos anos iniciais de sua expansão marítima foi a) a capitania. b) a Real Casa de Exploração. c) a feitoria. d) a intendência das Minas. e) a intendência da África. 06. (BRASIL ESCOLA) A expansão marítima e comercial empreendida pelos portugueses nos séculos XV e XVI está ligada a) aos interesses mercantis voltados para as “especiarias” do Oriente, responsáveis, inclusive, pela não exploração do ouro e do marfim africanos encontrados ainda no século XV. b) à tradição marítima lusitana, direcionada ao “mar Oceano” (Atlântico) em busca de ilhas fabulosas e grandes tesouros. c) à existência de planos meticulosos traçados pelos sábios da Escola de Sagres, que previam poder alcançar o Oriente ao navegar para o Ocidente. d) a diversas casualidades que, aliadas aos conhecimentos geográficos muçulmanos, permitiram avançar sempre para o Sul e, assim, atingir as Índias. e) ao caráter sistemático que assumiu a empresa mercantil, explorando o litoral africano, mas sempre em busca da “passagem” que levaria às Índias.
  • 4. 242 A FORMAÇÃO DE PORTUGAL E A EXPANSÃO MARÍTIMA PORTUGUESA PROMILITARES.COM.BR 07. (BRASIL ESCOLA) Foi fator relevante para o pioneirismo português na expansão marítima e comercial europeia dos séculos XV e XVI: a) a precoce centralização política, somada à existência de um grupo mercantil interessado na expansão e a presença de técnicos e sábios, inclusive estrangeiros. b) a posição geográfica de Portugal – na entrada do Mediterrâneo, voltado para o Atlântico e próximo do Norte da África –, sem a qual, todas as demais vantagens seriam nulas. c) o poder da nobreza portuguesa, inibindo a influência retrógrada da Igreja Católica, que combatia os avanços científicos e tecnológicos como intervenções pecaminosas nos domínios de Deus. d) a descentralização político-administrativa do Estado português, possibilitando a contribuição de cada setor público e social na organização estratégica da expansão marítima. e) o interesse do clero português na expansão do cristianismo, que fez da Igreja Católica o principal financiador das conquistas, embora exigisse, em contrapartida, a presença constante da cruz. 08. (MACKENZIE) Observe o fragmento abaixo. ”As grandes mudanças que se verificam na arte náutica durante a segunda metade do século XV levam a crer na possibilidade de chegar- se, contornando o continente africano, às terras do Oriente. Não se pode afirmar, contudo, que a ambição de atingir por via marítima esses países de fábula presidissem as navegações do período henriquino, animada por objetivos estritamente mercantis. [...] Com a expedição de Antão Gonçalves, inicia-se em 1441 o tráfico negreiro para o Reino [...]. Da mesma viagem procede o primeiro ouro em pó, ainda que escasso, resgatado naquelas partes. O marfim, cujo comércio se achava até então em mãos de mercadores árabes, começam a transportá-lo os barcos lusitanos, por volta de 1447.” (Sérgio Buarque de Holanda, Etapas dos descobrimentos portugueses.) Assinale a alternativa que melhor resume o conteúdo do trecho acima. a) A descoberta do continente americano por espanhóis, e depois, por portugueses, revela o grande anseio dos navegadores ibéricos por chegar às riquezas do Oriente através de uma rota pelo Ocidente. b) Os portugueses logo abandonaram as viagens de descoberta para o Oriente através do Atlântico, visto que lhes bastavam as riquezas alcançadas na África, ou seja, ouro, marfim e escravos. c) Embora a descoberta de uma rota africana para o Oriente fosse para os portugueses algo cada vez mais realizável em razão dos avanços técnicos, foi a exploração comercial da costa africana o que, de fato, impulsionou as viagens do período. d) As navegações portuguesas, à época de D. Henrique, eram motivadas, acima de tudo, pelo exotismo fabuloso do Oriente; secundariamente, contudo, dedicavam-se os portugueses ao comércio de escravos, ouro e marfim, sobretudo na costa africana. e) Durante o período henriquino, os grandes aperfeiçoamentos técnicos na arte náutica permitiram aos portugueses chegar ao Oriente contornando o continente africano. 09. (FAAP 1997) Em apenas uma alternativa é falsa a correspondência entre a data e o fato importante. Assinale-a. a) 1380 - Tárik, chefe muçulmano, invadiu a Península Ibérica. b) 1385 - Batalha de Aljubarrota com a vitória dos portugueses contra os espanhóis. c) 1415 - Queda de Ceuta e início da expansão portuguesa. d) 1498 - Vasco da Gama chegou às Índias. e) 1500 - A expedição de Cabral chegou às costas do Brasil. 10. (UFF 2012) Considerando o processo de expansão da Europa moderna a partir dos séculos XV e XVI, pode-se afirmar que Portugal e Espanha tiveram um papel predominante. Esse papel, entretanto, dependeu, em larga medida, de uma rede composta por interesses a) políticos, inerentes à continuidade dos interesses feudais em Portugal; intelectuais, associados ao desenvolvimento da imprensa, do hermetismo e da Astrologia no mundo ibérico; econômicos, vinculados aos interesses italianos na Espanha, nos quais a presença de Colombo é um exemplo; e sociais, vinculados ao poder do clero na Espanha. b) políticos, vinculados ao processo de fragmentação política das monarquias absolutas ibéricas; sociais, associados ao desenvolvimento de novos setores sociais, como a nobreza; coloniais, decorrentes da política da Igreja Católica que via os habitantes do Novo Mundo como o homem primitivo criado por Deus; e econômicos, presos aos interesses mouros na Espanha. c) políticos, vinculados às práticas racistas que envolviam a atuação dos comerciantes ibéricos no Oriente; científicos, que viam na expansão a negação das teorias heliocêntricas; econômicos, ligados ao processo de aumento do tráfico de negros para a Europa por meio de alianças com os Países Baixos; e religiosos, marcados pela ação ampliada da Inquisição. d) políticos, associados ao modelo republicano desenvolvido no Renascimento italiano; religiosos, decorrentes da vitória católica nos processos da Reconquista ibérica; econômicos, ligados ao movimento geral de desenvolvimento do mercantilismo; e sociais, inerentes à vitória do campo sobre a cidade no mundo ibérico. e) políticos, vinculados ao fortalecimento da centralização dos Estados ibéricos; econômicos, provenientes do avanço das atividades comerciais; religiosos, relacionados à importância do Papado na Península Ibérica; e intelectuais, decorrentes dos avanços científicos da Renascença que viram na expansão a realidade de suas teorias sobre Geografia e Astronomia. EXERCÍCIOS DE TREINAMENTO 01. (PUC-RS) INSTRUÇÃO: Para responder à questão, considere as afirmações sobre a viagem de Pedro Álvares Cabral, que aportou no litoral brasileiro em abril de 1500, dando origem ao “descobrimento do Brasil”. I. A expedição foi um empreendimento estatal comandado e controlado pela Coroa Portuguesa, sem que houvesse participação de investimentos privados na sua montagem e execução. II. A viagem de Cabral contou com o apoio da Igreja Católica, que desejava expandir o cristianismo para além da Europa; ademais, o reconhecimento oficial da Igreja conferia legitimidade às novas conquistas. III. A escolha do comandante da esquadra portuguesa teve como principais critérios a competência e a experiência profissional de Cabral, sinalizando o rompimento do Estado português com os privilégios aristocráticos na sua burocracia. IV. A expedição tinha como objetivo final estabelecer rotas comerciais de especiarias com o Oriente; a “descoberta do Brasil”, porém, estava entre os resultados possíveis, devido ao interesse português em controlar a navegação no Atlântico Sul. Estão corretas apenas as afirmativas: a) I e II. b) II e IV. c) I, II e III. d) I, III e IV. e) II, III e IV.
  • 5. 243 A FORMAÇÃO DE PORTUGAL E A EXPANSÃO MARÍTIMA PORTUGUESA PROMILITARES.COM.BR 02. (PUCRJ 2018) Observe o excerto. A Comissão de Património Mundial da UNESCO declarou, em 08.07.2017, o centro histórico da cidade de Mbanza Congo, norte de Angola, como Património Mundial da Humanidade. [...] A candidatura de Angola destacava que o Reino do Congo estava perfeitamente organizado quando da chegada dos portugueses, no século XV, uma das mais avançadas em África à data. [...] Dividido em seis províncias que ocupavam parte das atuais República Democrática do Congo, República do Congo, Angola e Gabão, o Reino do Congo dispunha de 12 igrejas, conventos, escolas, palácios e residências. [...] (Mbanza Congo declarada Património Mundial da Humanidade - 09.07.2017. Disponível em: . Acesso em: 14 set. 2017. Tendo como referência a notícia acima e os conhecimentos que você possui, analise as afirmativas seguintes com relação à história do antigo Reino do Congo. I. O Reino do Congo foi um dos mais conhecidos reinos da região centro-ocidental da África. Fundado no final do século XIII, chegou a abranger parte dos atuais países de Angola, República do Congo, República Democrática do Congo e Gabão. II. A partir do século XV ocorreram os primeiros contatos dos portugueses com as autoridades políticas do Reino do Congo, transformando essa região em uma das maiores exportadoras de africanos escravizados para as Américas. III. A capital do Reino do Congo era Mbanza Congo ou São Salvador, como ficou conhecida após a conversão ao catolicismo do manicongo (rei do Congo) e a construção da Catedral de São Salvador do Congo. IV. A organização política do Reino do Congo somente ocorreu após a chegada dos portugueses na região, quando estes influenciaram a formação de uma “elite burocrática” que ajudava o manicongo (rei do Congo) a governar. Estão corretas SOMENTE as afirmativas: a) II, III e IV. b) I, II e III. c) I, II e IV. d) I e II. e) I e III. 03.(CESGRANRIO)Acercadaexpansãomarítimacomercialimplementada pelo Reino Português, podemos afirmar que a) a conquista de Ceuta marcou o início da expansão, ao possibilitar a acumulação de riquezas para a manutenção do empreendimento. b) a conquista da Baía de Arguim permitiu a Portugal montar uma feitoria e manter o controle sobre importantíssima rota comercial intra-africana. c) a instalação da feitoria de São Paulo de Luanda possibilitou a montagem de grande rede de abastecimento de escravos para o mercado europeu. d) o domínio português de Piro e Sidon e o consequente monopólio de especiarias do Oriente Próximo tornaram desinteressante a conquista da Índia. e) a expansão da lavoura açucareira escravista na Ilha da Madeira, após 1510, aumentou o preço dos escravos, tanto nos portos africanos quanto nas praças brasileiras 04. (IFBA 2018) “Ao retornar a Lisboa [depois de tratar de negócios nas “Índias”], Vasco da Gama falou com o Conde de Vimioso que, ao saber que os indianos exigiam ouro e prata em troca de seus produtos, disse: ‘Então foram eles que nos descobriram!’”. (FONTANA, Josep. Introdução ao estudo da História Geral. São Paulo; EDUSC, 2000, p. 157.) Acerca dessa afirmação feita pelo Conde de Vimioso, podemos interpretar sobre o contexto da Expansão Marítima Europeia que a) ao falar que os indianos descobriram os europeus, o Conde de Vimioso queria dizer que, ao descobrir uma rota para as Índias, esperava-se que Portugal economizasse recursos, evitando todos os transtornos fiscais por passar em terras estrangeiras em busca de mercadorias. No entanto, na verdade, quem estava lucrando com aquilo eram os Indianos que “descobriram” uma forma de se beneficiarem da “descoberta” portuguesa, acumulando o ouro e a prata portuguesa. b) a Expansão Marítima Europeia se deu num contexto mais amplo de crescente mercantilização de produtos entre Ásia, Europa e África e, nesse momento, os Europeus ainda cumpriam o papel de revendedores de produtos comprados pela Europa. Depois da expropriação da prata e ouro das Américas, os europeus fecharam- se economicamente e conseguiram recursos para dominarem o comércio mundial de mercadorias. c) revela o subdesenvolvimento do capitalismo europeu, que dependia de empréstimos de ouro e prata para realizar o comércio com outros territórios. d) a prata e o ouro americanos já eram de conhecimento dos Indianos, possuidores de maiores saberes de navegação e comércio que os portugueses, devido a sua relação com os povos muçulmanos, que, nesse período, haviam dominado muitos territórios, incluindo algumas terras da Península Ibérica. e) o metalismo, como concepção econômica, fez de Portugal, Espanha e outros Reinos detentores de colônias pioneiros na industrialização. TEXTO PARA AS QUESTÕES 05 e 06. As primeiras expedições na costa africana a partir da ocupação de Ceuta em 1415, ainda na terra de povos berberes, foram registrando a geografia, as condições de navegação e de ancoragem. Nas paradas, os portugueses negociavam com as populações locais e sequestravam pessoas que chegavam às praias, levando-as aos navios para serem vendidas como escravas. Tal ato era justificado pelo fato de esses povos serem infiéis, seguidores das leis de Maomé, considerados inimigos, e portanto podiam ser escravizados, pois acreditavam ser justo guerrear com eles. Mais ao sul, além do rio Senegal, os povos encontrados não eram islamizados, portanto não eram inimigos, mas eram pagãos, ignorantes das leis de Deus, e no entender dos portugueses da época também podiam ser escravizados, pois ao se converterem ao cristianismo teriam uma chance de salvar suas almas na vida além desta. (Marina de Mello e Souza. África e Brasil africano, 2007.) 05. (UNESP 2018) De acordo com o texto, a) a motivação da conquista europeia da África foi essencialmente religiosa, destituída de caráter econômico. b) os líderes políticos africanos apoiavam a catequização dos povos nativos pelos conquistadores europeus. c) os africanos aceitavam a escravização e não resistiam à presença europeia no continente. d) os povos africanos reconheciam a ação europeia no continente como uma cruzada religiosa e moral. e) a escravização foi muitas vezes justificada pelos europeus como uma forma de redimir e salvar os africanos. 06. (UNESP 2018) O texto caracteriza a) o mercado atlântico de africanos escravizados em seu período de maior intensidade e o controle do tráfico pelas Companhias de Comércio. b) o avanço gradual da presença europeia na África e a conformação de um modelo de exploração da natureza e do trabalho. c) as estratégias da colonização europeia e a sua busca por uma exploração sustentável do continente africano.
  • 6. 244 A FORMAÇÃO DE PORTUGAL E A EXPANSÃO MARÍTIMA PORTUGUESA PROMILITARES.COM.BR d) o caráter laico do Estado português e as suas ações diplomáticas junto aos reinos e às sociedades organizadas da África. e) o pioneirismo português na expansão marítima e a concentração de sua atividade exploradora nas áreas centrais do continente africano. 07. (UEFS 2018) O “coração” econômico da época, Veneza, tem cada vez mais dificuldades em assegurar a competitividade de seus produtos. Em 1504, os navios venezianos já quase não encontram pimenta em Alexandria. As especiarias desta proveniência se revelam muito mais caras do que as que são encaminhadas da Índia portuguesa: a pimenta embarcada pelos portugueses em Calicute é quarenta vezes menos onerosa do que a que transita por Alexandria. (Jacques Attali. 1492, 1991. Adaptado.) O historiador descreve um processo de mudança comercial que é resultado da a) vinculação marítima direta do mercado europeu com as regiões fornecedoras de produtos orientais. b) sofisticação dos hábitos de consumo das sociedades europeias com o crescimento das cidades. c) exploração pela burguesia europeia dos novos produtos comestíveis encontrados na América. d) divisão de territórios na Ásia e na África pelos Estados europeus emergentes banhados pelo oceano Atlântico. e) falta de integração e de comunicação dos centros econômicos no interior do continente europeu. 08. (ENEM - LIBRAS 2017) Os cartógrafos portugueses teriam falseado as representações do Brasil nas cartas geográficas, fazendo concordar o meridiano com os acidentes geográficos de forma a ressaltar uma suposta fronteira natural dos domínios lusos. O delineamento de uma grande lagoa que conectava a bacia platina com a amazônica já era visível nas primeiras descrições geográficas e mapas produzidos por Gaspar Viegas, no Atlas de Lopo Homem (1519), nas cartas de Diogo Ribeiro (1525-27), no planisfério de André Homen (1559), nos mapas de Bartolomeu Velho (1561). (KANTOR, Í. Usos diplomáticos da ilha-Brasil: polêmicas cartográficas e historiográficas. Varia Historia, n. 37, 2007 - adaptado). De acordo com a argumentação exposta no texto, um dos objetivos das representações cartográficas mencionadas era a) garantir o domínio da Metrópole sobre o território cobiçado. b) demarcar os limites precisos do Tratado de Tordesilhas. c) afastar as populações nativas do espaço demarcado. d) respeitar a conquista espanhola sobre o Império Inca. e) demonstrar a viabilidade comercial do empreendimento colonial. 09. (UEM 2017) Sobre o expansionismo ibérico, no século XV, é correto afirmar que: 01) Portugal foi pioneiro na expansão ultramarina, pois tinha um grupo mercantil forte e enriquecido que dominava a tecnologia náutica. 02) Calicute, no Marrocos, foi a primeira cidade conquistada pelos portugueses na África. 04) Na Espanha e em Portugal, as viagens ultramarinas eram organizadas pelos governos e por companhias de comércio com o objetivo de obter metais preciosos e produtos orientais, particularmente as especiarias. Essa política ficou conhecida como metalismo ou bulionismo. 08) São características comuns das práticas mercantilistas adotadas pelos países europeus a intervenção do Estado na economia, a busca da balança comercial favorável, o metalismo e a proteção alfandegária, visando o fortalecimento do Estado e o aumento da riqueza nacional. 16) A Igreja Católica se pronunciou contra a expansão ultramarina, pois não julgava correta a catequização dos povos conquistados. 10. (PUCRJ 2016) A respeito da ocupação holandesa dos territórios portugueses na América e na África, na primeira metade do século XVII, assinale a alternativa INCORRETA. a) A ocupação holandesa está relacionada à conjuntura política da união das coroas de Espanha e Portugal (União Ibérica) e ao processo de independência dos Países Baixos. b) Nesta mesma época, os holandeses também invadiram e ocuparam territórios portugueses na África (Angola), com o objetivo de controlar o fluxo de escravos negros para os engenhos de açúcar da América portuguesa. c) O período de administração de Maurício de Nassau foi marcado pela reorganização urbanística do Recife, com a pavimentação de ruas e a construção de novas pontes. d) A administração de Nassau no Nordeste da América portuguesa ficou caracterizada pela perseguição aos católicos e judeus, uma vez que os holandeses professavam a religião protestante (calvinistas). e) Até a União Ibérica, os comerciantes holandeses eram os principais distribuidores do açúcar português na Europa. EXERCÍCIOS DE COMBATE 01. (ESSA 2013) Entre os motivos que contribuíram para o pioneirismo português no fenômeno histórico conhecido como “expansão ultramarina”, é correto afirmar que foi (foram) decisivo(a)(s) a) o comércio de ouro e escravos na costa da África. b) a precoce centralização política de Portugal e a ausência de guerras. c) a luta contra os mouros no Marrocos. d) a aliança política com o reino da Espanha. e) as reformas pombalinas. 02. (CN 2007) A chegada dos portugueses ao Brasil, além de ser o resultado de um processo administrado pela Coroa Portuguesa no século XV conjuntamente com a nobreza e a nascente burguesia, também a) auxiliou, entre outros aspectos, na consolidação e hegemonia portuguesa no Atlântico Sul. b) se transformou, de imediato, em uma alternativa mercantil ao comércio português no Oriente. c) demonstrou que o desvio da esquadra de Cabral seguia a mesma inspiração de Colombo para chegar às Índias. d) foi o resultado de uma reação de Portugal diante da concorrência dos mercadores italianos no Atlântico Ocidental. e) tinha por objetivo reforçar a supremacia portuguesa no Pacífico Oriental garantindo dessa forma o caminho para a Índia. 03. (ESSA 2012) O Tratado de Tordesilhas, assinado pelos reis ibéricos com a intervenção papal, representa a) o marco inicial da colonização portuguesa do Brasil. b) o fim da rivalidade entre portugueses e espanhóis na América. c) a tomada de posse do Brasil pelos portugueses. d) a demarcação dos direitos de exploração colonial dos ibéricos. e) o declínio do expansionismo espanhol. 04. (ESSA 2011) O Tratado de Tordesilhas, celebrado em 1494 entre as Coroas de Portugal e Espanha, que pretendeu resolver as disputas por colônias ultramarinas entre esses dois países, estabelecia que a) os espanhóis ficariam com todas as terras descobertas até a data de assinatura do Tratado, e as terras descobertas depois ficariam com os portugueses.
  • 7. 245 A FORMAÇÃO DE PORTUGAL E A EXPANSÃO MARÍTIMA PORTUGUESA PROMILITARES.COM.BR b) os domínios espanhóis e portugueses seriam separados por um meridiano estabelecido a 370 léguas a oeste das ilhas de Cabo Verde. c) a Igreja Católica, como patrocinadora do Tratado, arrendaria as terras descobertas pelos portugueses e espanhóis nos quinze anos seguintes. d) Portugal e Espanha administrariam juntos as terras descobertas, para fazerem frente à ameaça colonialista da Inglaterra, da Holanda e da França. e) portugueses e espanhóis seriam tolerantes com os costumes e as religiões dos povos que habitassem as terras descobertas. 05. (UDESC 2017) Apesar das conhecidas interferências provocadas pelos mais de 300 anos de contato, muitas vezes violento, com os povos europeus, até o início do século XIX, o Continente Africano contava com poucos territórios sob domínio externo. A respeito do Continente Africano no período que antecede o século XIX, assinale a alternativa correta. a) Até o século XVII, as rotas comerciais, existentes nos reinos e impérios africanos, eram exclusivamente externas. As riquezas como tecidos, plantas medicinais e, especialmente, ouro, só circulavam por via marítima. b) Até o século XVII, a imposição da condição de escravidão aos homens e às mulheres, na África, ocorria apenas entre os Iorubas. c) Os reinos africanos contavam com práticas de auxílio mútuo que garantiam crescimento e prosperidade. Eis porque inexistiam, até o século XIX, exércitos ou efetivos militares. d) A língua preponderantemente falada no Continente Africano era o Khoisan, proveniente da região Sul, a partir do século XV foi substituída pelas línguas francesa e portuguesa. e) No século XV, o Continente Africano apresentava grande diversidade. Politicamente, organizava-se em inúmeros reinos e impérios dentre os quais os de Songai, Monomotapa, Congo, Daomé e o Ioruba. Grande parte destes povos recebia, direta ou indiretamente, influência da cultura árabe e da religião mulçumana. 06. (ESA 2010) No contexto da expansão marítima, que levou os europeus a encontrar a América, Portugal destacou-se como pioneiro das grandes navegações do século XV. Entre os muitos fatores que contribuíram para o pioneirismo português, destacam-se a) a associação Estado/Igreja e a centralização do poder. b) a política mercantilista e a expulsão dos mouros da península Ibérica. c) a centralização administrativa e a posição geográfica. d) a ausência de guerras e a ascensão da nobreza fundiária. e) a industrialização e a centralização do poder. 07. (ESPCEX 2017) No início do século XIV, a China era a maior potência mundial e empenhava-se intensamente na expansão marítima e comercial, chegando à Índia, quase um século antes de Cabral. Os chineses estiveram no sul da África Oriental e no Mar Vermelho, enquanto os portugueses mal iniciavam sua exploração na costa norte da África. Entretanto, antes de 1440, a expansão marítima chinesa estagnou. Aponte, dentre as opções abaixo, aquela que apresenta a causa para o sucesso da exploração marítima portuguesa. a) O fato de os portugueses não terem desenvolvido tecnologias relacionadas à navegação ultramarina não afetou suas ações exploratórias. b) Em Portugal, a centralização monárquica só ocorreria no final do século XIII, sendo este fato de pouca influência no processo exploratório dos portugueses além-mar. c) As finanças portuguesas não estavam estabilizadas e dificultaram os investimentos necessários para os projetos relacionados às navegações, o que fez com que D. Henrique procurasse financiamento público com os soberanos espanhóis. d) Portugal, apesar da guerra de emancipação política com a Espanha, manteve a busca por conhecimento para a consecução das grandes navegações. e) Em Portugal, as explorações foram conduzidas com recursos de empresas comerciais privadas e apoio governamental. 08. (ESPCEX 2015) As viagens mercantis e os descobrimentos de rotas marítimas e de terras além-mar ocorridas no que conhecemos por expansão europeia, mudou o mundo conhecido até então. Foram etapas na conquista dos novos caminhos, rotas e descobrimentos os seguintes eventos: 1. Bartolomeu Dias atingiu a extremidade sul do continente africano, nomeando-a de Cabo das Tormentas. 2. Fernão de Magalhães, português, deu início à primeira viagem ao redor da Terra. 3. Pedro Álvares Cabral descobriu o Brasil. 4. Conquista de Ceuta pelos portugueses. 5. Cristóvão Colombo descobriu o que julgou ser o caminho para as Índias, mas na verdade havia aportado em terras desconhecidas. A sequência cronológica correta dos fatos listados é a) 1, 2, 3, 4 e 5. b) 3, 5, 4, 1 e 2. c) 5, 2, 1, 4 e 3. d) 2, 4, 1, 5 e 3. e) 4, 1, 5, 3 e 2. 09. (ESPCEX 2010) Um conjunto de forças e motivos econômicos, políticos e culturais impulsionou a expansão comercial e marítima europeia a partir do século XV, o que resultou, entre outras coisas, no domínio da África, da Ásia e da América. (Extraído SILVA, 1996) O fato que marcou o início da expansão marítima portuguesa foi o (a) a) contorno do Cabo da Boa Esperança em 1488. b) conquista de Ceuta em 1415. c) chegada à Calicute, Índia, em 1498. d) ascensão ao trono português de uma nova dinastia, a de Avis, em 1385. e) descobrimento do Brasil em 1500. 10. (ESPCEX 2008) Leia atentamente as afirmações abaixo. I. Era um Estado politicamente centralizado e estável. II. Possuía o melhor e mais equipado exército europeu durante os séculos XV e XVI. III. Estava em uma posição geográfica favorável, entre o Atlântico e o Mediterrâneo. IV. Contava com o apoio de uma burguesia mercantil favorável ao projeto da navegação para o Oriente. V. Possuía contatos com comerciantes árabes e indianos realizados durante as Cruzadas, por nobres portugueses. Assinale a única alternativa em que todas as afirmações justificam o pioneirismo português no processo das Grandes Navegações. a) I e II. b) III e V. c) II, III e IV. d) I, III e IV. e) I, II e V.
  • 8. 246 A FORMAÇÃO DE PORTUGAL E A EXPANSÃO MARÍTIMA PORTUGUESA PROMILITARES.COM.BR RESOLUÇÃO EM VÍDEO Abra o ProApp, leia o QR Code, assista à resolução de cada exercício e AVANCE NOS ESTUDOS! GABARITO EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 01. C 02. E 03. D 04. C 05. C 06. E 07. A 08. C 09. A 10. E EXERCÍCIOS DE TREINAMENTO 01. B 02. B 03. A 04. A 05. E 06. B 07. A 08. A 09. SOMA:13 10. D EXERCÍCIOS DE COMBATE 01. B 02. A 03. D 04. B 05. E 06. C 07. E 08. E 09. B 10. D ANOTAÇÕES