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CARACTERIZAÇÃO DOS SISTEMAS TÁTICOS E DOS TIPOS DE DEFESA
            MAIS UTILIZADOS ATUALMENTE NO FUTEBOL



                                                                                  BETTEGA, O. B.1
                                                                                          FUKE, K.2
                                                                            SCHMITZ FILHO, A. G.3


Resumo
O referente estudo visa identificar algumas características dos sistemas táticos e dos
sistemas defensivos mais utilizados atualmente no futebol. A metodologia busca
analisar e compreender funcionalidades empregadas nesses sistemas, criando critérios
para o planejamento de uma idéia de jogo. Nas condições do jogo, percebe-se que o
plano tático não proporciona a certeza da vitória, ou seja, existem outros aspectos
importantes à consolidação do sucesso, tais como, a autonomia dos jogadores para a
tomada de decisão nas situações reais de enfrentamento e demais fatores intervenientes
ao ambiente de jogo (os fatores externos provenientes ao ambiente da partida).
Palavras-chave: Futebol, Sistemas táticos, Sistemas Defensivos.


Abstract
The referent study aims to identify some characteristics of tactical systems and
defensive systems used around the world in football. The methodology seeks to analyze
and understand features used in these systems, creating a basis for planning of an idea
of the game. Under the conditions of the game, you realize that the tactical plan does
not provide the certainty of victory, that is, there are other important aspects of the
consolidation of success, such as the autonomy of the players for decision making in
real situations and other coping intervening factors to the game environment.
Key-words: Soccer, Tactical System, Defensive System.


Resumen
El estudio tiene como objetivo identificar algunas características de los sistemas
tácticos y sistemas de defensa utilizado en todo el mundo en el fútbol. La metodología
busca analizar y entender las funciones utilizadas en estos sistemas, la creación de una
base para la planificación de una idea del juego. En las condiciones del juego, te das
cuenta de que el plan táctico no proporciona la certeza de la victoria, es decir, hay
otros aspectos importantes de la consolidación de éxito, es como la autonomía de los
jugadores para hacer frente a factores que intervienen en el entorno del juego.
Palabras clave: Fútbol, Sistemas Tácticos, Sistemas Defensivos.




1
  Acadêmico – Universidade Federal de Santa Maria
2
  Mestre Treino de Alto Rendimento – Universidade Técnica de Lisboa
3
  Professor Adjunto – Universidade Federal de Santa Maria
Anais do V Congresso Sulbrasileiro de Ciências do Esporte. | UIVALI – Itajaí– SC 23        1
a 25 de setembro de 2010) Disponível em:
http://www.rbceonline.org.br/congressos/index.php/vcsbce/vcsbce/schedConf/presentations
INTRODUÇÃO
        O Futebol tornou-se o esporte mais popular do mundo, praticado em mais de 150
países. Tal abrangência proporciona uma variedade de atividades, favorecendo o
desenvolvimento social, permitindo ações individuais de grande habilidade, além de ser
de fácil organização. Nesse contexto, a modalidade ganhou um aumento regular e
acentuado em relação ao número de praticantes, o que diversificou sensivelmente as
possibilidades de investigação (ALVARENGA, 1981; FRISSELLI & MANTOVANI,
1999; WUOLIO, 1981).
        A História do Futebol nos faz refletir sobre as mudanças táticas ao longo dos
anos. De uma maneira geral, toda a ação ofensiva provocou uma resposta defensiva na
tentativa de neutralizá-la. Para cada alteração surgiu uma reação buscando sempre
contrapor ou sobrepor a mudança anterior, gerando a evolução do esporte até os dias de
hoje (PARREIRA, 2005).
        A Evolução do Futebol até os padrões mais conhecidos atualmente, iniciou-se
com a regulamentação oficial desse desporto a partir de 1860 quando se fixou o número
máximo de onze atletas por equipe. Como o principal objetivo era a vitória, nesta época
preconizava-se a organização de um maior número de atletas no setor ofensivo,
estabelecendo uma estrutura tática composta por, um goleiro, um defensor, um meio-
campista e oito atacantes (LEAL, 2001). Com o passar dos anos o processo de evolução
do futebol foi sofrendo transformações, quando se observou a necessidade de uma
melhor distribuição dos jogadores no campo de jogo. Nesse processo surgiram diversos
sistemas táticos, como: 1-2-7, 2-2-6, 2-3-5, WM, 4-2-4, 4-3-3, 4-4-2, 3-5-2, 3-4-3, 5-3-
2, 4-5-1, 3-6-1.
        Através das evoluções táticas, os sistemas de jogo trouxeram indícios de
preocupações com o sistema defensivo, ou seja, treinadores e estudiosos da área
observaram que tão importante como fazer gols era não sofrê-los (HARGREAVES,
1990). Os novos interesses defensivos voltaram sua atenção para o planejamento e para
as especificidades necessárias a evolução dos treinamentos. Inicia-se assim, um
momento importante à qualificação das ações no setor e ao equilíbrio entre o ataque e a
defesa (BANGSBO & PEITERSEN, 2002; MOMBAERTS, 1996).
        As evoluções técnicas e físicas dos atletas contribuíram ao desenvolvimento
tático do jogo. A dinâmica tornou-se mais elaborada através da atenção com as ações
individuais e coletivas. Percebe-se um enfoque e um aprimoramento voltado à utilização
de ações técnico-táticas relacionadas às deficiências do adversário, bem como a
interpretação e a adição de outros fatores externos influenciadores das diversas
situações de jogo – clima, campo, torcida, entre outros (CASTELO, 1994;
HERNANDEZ-MORENO, 1994).
        Com base no que foi relatado, esse estudo tem como objetivo identificar e
compreender as características dos sistemas táticos (4-3-3, 4-4-2 e 3-5-2) e dos tipos de
defesa (Individual aos Pares, Individual por Setor e por Zona) mais utilizados
atualmente.


METODOLOGIA
       O desenvolvimento metodológico do presente estudo baseia-se em uma breve
revisão histórico-bibliográfica das evoluções e orientações táticas preconizadas para o
Futebol de Campo. Mediadas, sobretudo, em aspectos analisáveis a partir dos quesitos


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a 25 de setembro de 2010) Disponível em:
http://www.rbceonline.org.br/congressos/index.php/vcsbce/vcsbce/schedConf/presentations
relacionais encontrados nos sistemas táticos 4-3-3, 4-4-2 e 3-5-2 e nas respectivas
tipologias defensivas apregoadas: individual aos pares, individual por setor e por zona.
       A descrição dos elementos e atributos encontrados durante a revisão e as
discussões estabelecidas acerca da relação entre o atacar e o defender, constituem a base
à análise e compreensão das funcionalidades estabelecidas através das indicações
encontradas nos sistemas táticos revisados.


OS SISTEMAS TÁTICOS
Sistema 4-3-3
        Esse sistema preconiza uma estrutura defensiva de quatro defensores, sendo um
lateral direito, um zagueiro central (lado direito), um quarto zagueiro (lado esquerdo) e
um lateral esquerdo. Na frente dos quatro defensores posicionam-se três meio-campistas
e na zona ofensiva mais três atacantes (MELO, 1999).


    Sistema 4-3-3                       Sistema 4-3-3                     Sistema 4-3-3
                                      Com um volante                    Com dois volantes
                                      Com dois meias                     Com um meia




Sistema 4-4-2
        No sistema 4-4-2 a distribuição dos jogadores apresenta, quatro atletas
previamente definidos como defensores, sendo um lateral direito, zagueiro central (lado
direito), um quarto zagueiro (lado esquerdo) e um lateral esquerdo. O setor de meio
campo dispõe de quatro atletas e o setor ofensivo de dois atacantes (MELO, 1999).



  Sistema 4-4-2                Sistema 4-4-2 (quadrado)           Sistema 4-4-2 (losango)
 Com duas linhas de 4               Com dois volantes                  Com três volantes
                                     Com dois meias                     Com um meia


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a 25 de setembro de 2010) Disponível em:
http://www.rbceonline.org.br/congressos/index.php/vcsbce/vcsbce/schedConf/presentations
Sistema 3-5-2
        O sistema 3-5-2 é composto inicialmente por três zagueiros com características
bem definidas “bons marcadores”, o meio campo é formado por cinco jogadores, sendo
que dois atuam pelas alas do campo e os outros três compõem a zona central do campo,
já a frente é composta por dois atacantes (MELO, 1999).

    Sistema 3-5-2                       Sistema 3-5-2                     Sistema 3-5-2
                                      Com dois volantes                  Com um volante
                                        Com um meia                      Com dois meias




       È importante salientar que a distribuição desses atletas pode apresentar-se em
diferentes formas, conforme o objetivo da equipe.



TIPOS DE DEFESA

Defesa Individual aos pares
      Esse tipo de defesa executa-se de forma que cada jogador da equipe que defende,
tem a responsabilidade de marcar individualmente um jogador da equipe adversária,
sendo esse jogador adversário determinado pelo técnico (LEITÃO, 2004).
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DEFESA                                                        ATAQUE




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                                             MEIO-CAMPO


   Cada jogador da equipe que defende é responsável por marcar individualmente um
    jogador da equipe adversária.


Defesa Individual por setor
       Na defesa individual por setor, cada jogador é responsável por um setor ou faixa
do campo determinado pelo técnico, no momento em que um jogador adversário invade
esse setor, o atleta que defende tem o compromisso de marcar individualmente esse
jogador adversário (LEITÃO, 2004).
             DEFESA                                                        ATAQUE


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http://www.rbceonline.org.br/congressos/index.php/vcsbce/vcsbce/schedConf/presentations
   Cada jogador que defende ocupa um setor do campo, tendo o compromisso de
    marcar o jogador adversário que invada o seu setor.



Defesa por Zona
       A defesa por zona tem por objetivo ocupar espaços, fechar linhas de passe, sem
muita preocupação com o jogador adversário. Os jogadores que fazem esse tipo de
defesa ocupam setores do campo e acompanham a trajetória da bola (LEITÃO, 2004).
             DEFESA                                                        ATAQUE


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   Cada jogador é responsável por um setor do campo, como mostra a figura, sendo
    que o principal foco é a bola e o objetivo é ocupar os espaços e fechar linhas de
    passe.



DISCUSSÃO
        As ações defensivas realizadas em uma partida de futebol devem ser
compreendidas na sua complexidade, sendo que algumas funcionalidades podem ser
pré-estabelecidas e treinadas, porém a imprevisibilidade e aleatoriedade do jogo não
proporcionam a certeza do sucesso (GARGANTA, 1997), tornando assim o processo
defensivo permanentemente mutável, dependente de fatores treináveis e de situações do
ambiente do jogo (BANGSBO & PEITERSEN, 2000).
        Para tanto, é importante compreender e entender o processo defensivo em um
âmbito mais aprofundado, reconhecendo características individuais e coletivas dos
atletas e das equipes, assim, tendo uma leitura tática da estruturação dos sistemas de
jogo e dos diferentes tipos de defesa (BANGSBO. & PEITERSEN, 2002; MELO 1999;
MOMBAERTS, 1996).


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OS SISTEMAS TÁTICOS
Sistema 4-3-3
        No sistema 4-3-3 a primeira linha defensiva é composta por três atletas, que
fazem a primeira abordagem na zona de ataque procurando dificultar a saída de bola e
também recuperar a posse de bola. Jogando com três atacantes, sendo um atuando pelo
meio e os outros dois abertos pelos lados do campo a probabilidade de recuperação da
posse da bola acaba sendo maior no campo ofensivo, porém, o setor de meio campo fica
fragilizado devido ao pequeno número de atletas povoando essa região central. Com
esse menor número de jogadores no meio campo, acaba-se por dificultar a cobertura nas
saídas dos laterais e a manutenção da posse da bola nesse setor. A última linha de defesa
composta por quatro jogadores possui uma maior amplitude de ações defensivas
(LEITÃO, 2004; MAHLO, s.d.).
        O 4-3-3 é na perspectiva da estruturação e ocupação do espaço de jogo a
plataforma que proporciona “estaticamente” a melhor distribuição geométrica dos
jogadores em campo, e isso é uma grande vantagem. A questão é como dimensionar
uma dinâmica de movimentação de jogo que possibilite a potencialização dessa
vantagem, no sistema defensivo, ofensivo e de transições, integralmente, sem distinções
ou fragmentações (LEITÃO, 2004).


Sistema 4-4-2
        O Sistema 4-4-2 preconiza diversas formas e variações de posicionamento,
adquirindo características peculiares à forma de jogar de várias equipes, facilitando a
distribuição de tarefas. Diferentemente do sistema 4-3-3 o 4-4-2 abrange um número
maior de jogadores no setor de meio campo, dando maior proteção a última linha
defensiva e proporcionando mais linhas de passe em zona de armação para a
manutenção da posse de bola, sendo que o posicionamento desses jogadores de meio
campo pode apresentar formatos de triangulo, quadrado e losango. A última linha de
defesa que é composta por quatro defensores, pode ter um posicionamento em linha ou
com a utilização de um zagueiro mais recuado em relação à linha de jogo dos seus
companheiros de defesa (BAUER, 1993; LEITÃO, 2004; CASTELO, 1994).
        As variações da formação desse sistema privilegiam mais o ataque ou a defesa,
dependendo da distribuição e atribuições dos atletas no campo de jogo. Devido à
simplicidade na formação desse sistema, o posicionamento dos jogadores oferece um
equilíbrio tático, proporcionando coberturas, dobras de marcação e conseqüentemente
um maior número de desarmes.


Sistema 3-5-2
       O sistema 3-5-2 é um modelo tático contemporâneo que tem como característica
um meio campo mais sólido, devido a um maior número de jogadores quando
comparado aos outros sistemas (LEITÃO, 2004). A sua formação é composta por três
zagueiros na ultima linha de defesa, sendo que um desses tem a função de líbero
“homem da sobra”, tendo importância fundamental no esquema tático, pois orienta a
defesa e é o responsável por coberturas e dobras de marcação, podendo aparecer como
elemento surpresa em um eventual ataque. No sistema 3-5-2 temos a presença de dois
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alas que em situações de ataque podem ocupar posições de meias e até mesmo de
atacantes e quando defendem têm a incumbência de proteger os lados do campo,
marcando geralmente a subida dos laterais adversários. Conforme a orientação do
técnico o sistema 3-5-2 pode apresentar características ofensivas, sendo composto seu
meio campo por um volante, dois meias e dois alas, atribuindo juntamente aos dois
atacantes um número maior de jogadores participando das ações ofensivas, já em
contrapartida esse sistema pode apresentar características defensivas, tendo sua
formação de meio campo composta por dois volantes, um meia e dois alas, objetivando-
se geralmente uma maior proteção ao bloco defensivo. A utilização das diversas
plataformas de jogo depende de alguns fatores, como, as características dos atletas
pertencentes ao plantel, as peculiaridades da equipe adversária e aos fatores externos ao
ambiente de jogo (BAUER, 1998; CASTELO, 1994; DRUBSCKY, 2003).


TIPOS DE DEFESA
Defesa Individual aos pares
        Esse tipo de defesa geralmente é desenvolvido em equipes de categorias de base,
devido a uma compreensão facilitada. Nesse tipo de defesa os atletas devem ter como
principal ponto de referência o jogador adversário, responsabilizando-se por combater
suas ações ofensivas. Na defesa individual a movimentação da equipe que está
marcando é totalmente dependente da movimentação da equipe que está atacando. Um
grande problema da defesa individual é a desconfiguração do posicionamento
estratégico para as transições ofensivas (LEITÃO, 2004; MELO 1999).


Defesa Individual por setor
       Na defesa individual por setor o principal foco está no jogador que invade o
espaço delimitado de responsabilidade do defensor. A estrutura é definida por faixas e
espaços do campo imaginários em que cada jogador da equipe que defende deve ocupar.
O defensor deve ter uma visão periférica da zona que ocupa, pois pode ser surpreendido
em uma ação ofensiva de um jogador adversário. O atleta que defende deve conhecer as
características do seu oponente que geralmente ocupa sua região de marcação,
procurando sempre a melhor forma de abordagem e aproximação para a retomada da
posse da bola (; FRISSELLI & MANTOVANI, 1999; LEITÃO, 2004).


Defesa por Zona
         A defesa por zona estabelece como principal referência a movimentação da bola,
e os defensores ocupam zonas imaginárias já pré-estabelecidas com objetivo de ocupar
os espaços e fechar as linhas de passe (ACCAME, 1995). Na defesa zona o sistema
sofre poucas modificações na sua estrutura, pois não se tem tanta preocupação com
infiltrações dos atletas adversários e sim com a trajetória que a bola pode tomar. Em
muitas situações o posicionamento dos defensores baseia-se pelas linhas demarcadas na
grama do campo, sendo um norte para estabelecer noções de amplitude, principalmente
em viradas de jogo e noções de profundidade, visualizando a proximidade com o
adversário e identificando as zonas de desequilíbrio localizadas entre as linhas de
marcação. Nesse sistema defensivo o time pode realizar algumas ações coletivas, como,

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a 25 de setembro de 2010) Disponível em:
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a flutuação do bloco, que é a movimentação da equipe de um lado para o outro do
campo acompanhando a movimentação da bola, esse tipo de defesa também facilita
algumas ações grupais, como, as coberturas e dobras de marcação. Em uma situação de
retomada da posse da bola essa estrutura proporciona uma melhor compactação para
estabelecer uma ação ofensiva, devido ao fato de os jogadores ocuparem posições e
espaços de forma mais organizada. A defesa por zona requer um sincronismo nas
movimentações dos jogadores, sendo a comunicação verbal e motora essencial na busca
do sucesso, pois leva a uma melhor ocupação dos espaços e conseqüentemente
diminuindo o desgaste físico da equipe (LEITÃO, 2004; BANGSBO & PEITERSEN,
2002).


CONCLUSÃO
        Para além da contribuição de pressuposições funcionais, os sistemas analisados
permitem prever alguns redimensionamentos táticos estabelecidos na ordem de
prioridades e na previsão de ações combinadas. Na aproximação de linhas, bem como
nas alterações entre superioridade e inferioridade numérica, ocasionadas por maior ou
menor espaço de jogo, percebe-se um aumento significativo no que se refere ao domínio
de respostas imediatas e rápidas (eficientes) na interface permanente entre os quesitos
técnicos e táticos.
        Ao assumir um comportamento específico em determinada situação-problema,
o jogador ou grupo de jogadores, deverá ser capaz de reconhecer e apresentar a melhor
solução para o momento. As linhas de defesa, ou a posição de espera atrás da linha da
bola, ou atrás de ação ofensiva específica, ou mesmo em uma ação de retomada, como
no caso de equilíbrio ou balanço defensivo; são casos característicos de reestruturações
que solicitam ajustes em tempo real. Ou seja, a organização e iniciativa do(s)
adversários(s) com posse de bola ou em deslocamento livre ou em linha de recepção de
passe, são os indicativos de que uma situação deve ser prioritária em relação à outra.
        A resposta ou a melhor alternativa de comportamento encontra-se na
ambientação prévia e adequada no espaço de treino. Isso só é possível através de
conteúdos desenvolvidos e aplicados preservando-se o acréscimo da autonomia e a
referência técnico-tática daquilo que se pretende. O conteúdo deve buscar uma
organização que permita iniciativas e, sobretudo, a reconstituição de ações que por um
motivo ou outro não surtiram o efeito desejado.

REFERÊNCIAS


ACCAME, F. Fútbol en zona. Madrid: Gymnos Editorial, 1995.

BANGSBO, J. & PEITERSEN, B. Soccer Systems & Strategies. Champaign: Human
Kinetics, 2000. (p. 1-37).

BANGSBO, J. & PEITERSEN, B. Defensive soccer tactics: how to stop players and
teams from scoring. Champaign, IL: Human Kinectics, 2002.

BAUER, G. Soccer Techniques, Tactics & Teamwork. New York: Sterling, 1993. (p.85-
143).

Anais do V Congresso Sulbrasileiro de Ciências do Esporte. | UIVALI – Itajaí– SC 23       9
a 25 de setembro de 2010) Disponível em:
http://www.rbceonline.org.br/congressos/index.php/vcsbce/vcsbce/schedConf/presentations
BAUER, G. & UEBERLE, H. Fútbol. Factores de rendimiento, dirección de jugadores
y del equipo. Barcelona: Ed. Martinez Roca, 1988 .

CASTELO, J. Futebol modelo técnico-táctico do jogo: identificação e caracterização
das grandes tendências evolutivas das equipas de rendimento superior. Lisboa:
Faculdade de Motricidade Humana, 1994. (v.1, 379 p).

DRUBSCKY, R. O Universo Tático do Futebol, Escola Brasileira. Belo Horizonte:
Health, 2003.

GARGANTA, J. Modelação táctica do jogo de futebol – estudo da organização da fase
ofensiva em equipas de alto rendimento. Tese (Doutorado em Educação Física) -
Faculdade de Ciências do Desporto e de Educação Física da Universidade do Porto,
Portugal, 1997.

GARGANTA, J. Conocimiento y acción en el fútbol. Tender un puente entre la táctica
y la técnica. Revista de Entrenamiento Deportivo, 2001. XV (1): 15-23.

GRÉHAIGNE, J. F. L´Organisation du jeu en football. Paris: Editions Actio, 1992.

HARGREAVES, A. Skills and Strategies for Coaching Soccer. Champaign: Leisure,
1990.

HERNANDEZ, M. Análisis de las estructuras del juego deportivo. Barcelona: Publ.
Inde, 1994.

LEITÃO, R. A. Futebol: análises qualitativas e quantitativas para verificação e
modulação de padrões e sistemas complexos de jogo. Campinas:UNICAMP, 2004.

MAHLO, F. O acto táctico no jogo. Lisboa: Ed. Compendium, (s.d.).

MELO, R. S. Sistemas e táticas para futebol. Rio de Janeiro:Ed Sprint, 1999.

MOMBAERTS, E. Entraînement et performance collective en football. Paris: Ed.
Vigot, 1996.

PARREIRA, C. A. Evolução Tática e Estratégias de Jogo. Brasília: Ed. EBF, 2005.




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a 25 de setembro de 2010) Disponível em:
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  • 1. CARACTERIZAÇÃO DOS SISTEMAS TÁTICOS E DOS TIPOS DE DEFESA MAIS UTILIZADOS ATUALMENTE NO FUTEBOL BETTEGA, O. B.1 FUKE, K.2 SCHMITZ FILHO, A. G.3 Resumo O referente estudo visa identificar algumas características dos sistemas táticos e dos sistemas defensivos mais utilizados atualmente no futebol. A metodologia busca analisar e compreender funcionalidades empregadas nesses sistemas, criando critérios para o planejamento de uma idéia de jogo. Nas condições do jogo, percebe-se que o plano tático não proporciona a certeza da vitória, ou seja, existem outros aspectos importantes à consolidação do sucesso, tais como, a autonomia dos jogadores para a tomada de decisão nas situações reais de enfrentamento e demais fatores intervenientes ao ambiente de jogo (os fatores externos provenientes ao ambiente da partida). Palavras-chave: Futebol, Sistemas táticos, Sistemas Defensivos. Abstract The referent study aims to identify some characteristics of tactical systems and defensive systems used around the world in football. The methodology seeks to analyze and understand features used in these systems, creating a basis for planning of an idea of the game. Under the conditions of the game, you realize that the tactical plan does not provide the certainty of victory, that is, there are other important aspects of the consolidation of success, such as the autonomy of the players for decision making in real situations and other coping intervening factors to the game environment. Key-words: Soccer, Tactical System, Defensive System. Resumen El estudio tiene como objetivo identificar algunas características de los sistemas tácticos y sistemas de defensa utilizado en todo el mundo en el fútbol. La metodología busca analizar y entender las funciones utilizadas en estos sistemas, la creación de una base para la planificación de una idea del juego. En las condiciones del juego, te das cuenta de que el plan táctico no proporciona la certeza de la victoria, es decir, hay otros aspectos importantes de la consolidación de éxito, es como la autonomía de los jugadores para hacer frente a factores que intervienen en el entorno del juego. Palabras clave: Fútbol, Sistemas Tácticos, Sistemas Defensivos. 1 Acadêmico – Universidade Federal de Santa Maria 2 Mestre Treino de Alto Rendimento – Universidade Técnica de Lisboa 3 Professor Adjunto – Universidade Federal de Santa Maria Anais do V Congresso Sulbrasileiro de Ciências do Esporte. | UIVALI – Itajaí– SC 23 1 a 25 de setembro de 2010) Disponível em: http://www.rbceonline.org.br/congressos/index.php/vcsbce/vcsbce/schedConf/presentations
  • 2. INTRODUÇÃO O Futebol tornou-se o esporte mais popular do mundo, praticado em mais de 150 países. Tal abrangência proporciona uma variedade de atividades, favorecendo o desenvolvimento social, permitindo ações individuais de grande habilidade, além de ser de fácil organização. Nesse contexto, a modalidade ganhou um aumento regular e acentuado em relação ao número de praticantes, o que diversificou sensivelmente as possibilidades de investigação (ALVARENGA, 1981; FRISSELLI & MANTOVANI, 1999; WUOLIO, 1981). A História do Futebol nos faz refletir sobre as mudanças táticas ao longo dos anos. De uma maneira geral, toda a ação ofensiva provocou uma resposta defensiva na tentativa de neutralizá-la. Para cada alteração surgiu uma reação buscando sempre contrapor ou sobrepor a mudança anterior, gerando a evolução do esporte até os dias de hoje (PARREIRA, 2005). A Evolução do Futebol até os padrões mais conhecidos atualmente, iniciou-se com a regulamentação oficial desse desporto a partir de 1860 quando se fixou o número máximo de onze atletas por equipe. Como o principal objetivo era a vitória, nesta época preconizava-se a organização de um maior número de atletas no setor ofensivo, estabelecendo uma estrutura tática composta por, um goleiro, um defensor, um meio- campista e oito atacantes (LEAL, 2001). Com o passar dos anos o processo de evolução do futebol foi sofrendo transformações, quando se observou a necessidade de uma melhor distribuição dos jogadores no campo de jogo. Nesse processo surgiram diversos sistemas táticos, como: 1-2-7, 2-2-6, 2-3-5, WM, 4-2-4, 4-3-3, 4-4-2, 3-5-2, 3-4-3, 5-3- 2, 4-5-1, 3-6-1. Através das evoluções táticas, os sistemas de jogo trouxeram indícios de preocupações com o sistema defensivo, ou seja, treinadores e estudiosos da área observaram que tão importante como fazer gols era não sofrê-los (HARGREAVES, 1990). Os novos interesses defensivos voltaram sua atenção para o planejamento e para as especificidades necessárias a evolução dos treinamentos. Inicia-se assim, um momento importante à qualificação das ações no setor e ao equilíbrio entre o ataque e a defesa (BANGSBO & PEITERSEN, 2002; MOMBAERTS, 1996). As evoluções técnicas e físicas dos atletas contribuíram ao desenvolvimento tático do jogo. A dinâmica tornou-se mais elaborada através da atenção com as ações individuais e coletivas. Percebe-se um enfoque e um aprimoramento voltado à utilização de ações técnico-táticas relacionadas às deficiências do adversário, bem como a interpretação e a adição de outros fatores externos influenciadores das diversas situações de jogo – clima, campo, torcida, entre outros (CASTELO, 1994; HERNANDEZ-MORENO, 1994). Com base no que foi relatado, esse estudo tem como objetivo identificar e compreender as características dos sistemas táticos (4-3-3, 4-4-2 e 3-5-2) e dos tipos de defesa (Individual aos Pares, Individual por Setor e por Zona) mais utilizados atualmente. METODOLOGIA O desenvolvimento metodológico do presente estudo baseia-se em uma breve revisão histórico-bibliográfica das evoluções e orientações táticas preconizadas para o Futebol de Campo. Mediadas, sobretudo, em aspectos analisáveis a partir dos quesitos Anais do V Congresso Sulbrasileiro de Ciências do Esporte. | UIVALI – Itajaí– SC 23 2 a 25 de setembro de 2010) Disponível em: http://www.rbceonline.org.br/congressos/index.php/vcsbce/vcsbce/schedConf/presentations
  • 3. relacionais encontrados nos sistemas táticos 4-3-3, 4-4-2 e 3-5-2 e nas respectivas tipologias defensivas apregoadas: individual aos pares, individual por setor e por zona. A descrição dos elementos e atributos encontrados durante a revisão e as discussões estabelecidas acerca da relação entre o atacar e o defender, constituem a base à análise e compreensão das funcionalidades estabelecidas através das indicações encontradas nos sistemas táticos revisados. OS SISTEMAS TÁTICOS Sistema 4-3-3 Esse sistema preconiza uma estrutura defensiva de quatro defensores, sendo um lateral direito, um zagueiro central (lado direito), um quarto zagueiro (lado esquerdo) e um lateral esquerdo. Na frente dos quatro defensores posicionam-se três meio-campistas e na zona ofensiva mais três atacantes (MELO, 1999). Sistema 4-3-3 Sistema 4-3-3 Sistema 4-3-3 Com um volante Com dois volantes Com dois meias Com um meia Sistema 4-4-2 No sistema 4-4-2 a distribuição dos jogadores apresenta, quatro atletas previamente definidos como defensores, sendo um lateral direito, zagueiro central (lado direito), um quarto zagueiro (lado esquerdo) e um lateral esquerdo. O setor de meio campo dispõe de quatro atletas e o setor ofensivo de dois atacantes (MELO, 1999). Sistema 4-4-2 Sistema 4-4-2 (quadrado) Sistema 4-4-2 (losango) Com duas linhas de 4 Com dois volantes Com três volantes Com dois meias Com um meia Anais do V Congresso Sulbrasileiro de Ciências do Esporte. | UIVALI – Itajaí– SC 23 3 a 25 de setembro de 2010) Disponível em: http://www.rbceonline.org.br/congressos/index.php/vcsbce/vcsbce/schedConf/presentations
  • 4. Sistema 3-5-2 O sistema 3-5-2 é composto inicialmente por três zagueiros com características bem definidas “bons marcadores”, o meio campo é formado por cinco jogadores, sendo que dois atuam pelas alas do campo e os outros três compõem a zona central do campo, já a frente é composta por dois atacantes (MELO, 1999). Sistema 3-5-2 Sistema 3-5-2 Sistema 3-5-2 Com dois volantes Com um volante Com um meia Com dois meias È importante salientar que a distribuição desses atletas pode apresentar-se em diferentes formas, conforme o objetivo da equipe. TIPOS DE DEFESA Defesa Individual aos pares Esse tipo de defesa executa-se de forma que cada jogador da equipe que defende, tem a responsabilidade de marcar individualmente um jogador da equipe adversária, sendo esse jogador adversário determinado pelo técnico (LEITÃO, 2004). Anais do V Congresso Sulbrasileiro de Ciências do Esporte. | UIVALI – Itajaí– SC 23 4 a 25 de setembro de 2010) Disponível em: http://www.rbceonline.org.br/congressos/index.php/vcsbce/vcsbce/schedConf/presentations
  • 5. DEFESA ATAQUE 6 9 11 4 5 1 1 3 8 7 2 10 BOLA MEIO-CAMPO  Cada jogador da equipe que defende é responsável por marcar individualmente um jogador da equipe adversária. Defesa Individual por setor Na defesa individual por setor, cada jogador é responsável por um setor ou faixa do campo determinado pelo técnico, no momento em que um jogador adversário invade esse setor, o atleta que defende tem o compromisso de marcar individualmente esse jogador adversário (LEITÃO, 2004). DEFESA ATAQUE 6 11 9 4 5 1 1 7 3 8 BOLA 10 2 MEIO-CAMPO Anais do V Congresso Sulbrasileiro de Ciências do Esporte. | UIVALI – Itajaí– SC 23 5 a 25 de setembro de 2010) Disponível em: http://www.rbceonline.org.br/congressos/index.php/vcsbce/vcsbce/schedConf/presentations
  • 6. Cada jogador que defende ocupa um setor do campo, tendo o compromisso de marcar o jogador adversário que invada o seu setor. Defesa por Zona A defesa por zona tem por objetivo ocupar espaços, fechar linhas de passe, sem muita preocupação com o jogador adversário. Os jogadores que fazem esse tipo de defesa ocupam setores do campo e acompanham a trajetória da bola (LEITÃO, 2004). DEFESA ATAQUE 6 11 9 4 5 1 1 7 3 8 BOLA 10 2 MEIO-CAMPO  Cada jogador é responsável por um setor do campo, como mostra a figura, sendo que o principal foco é a bola e o objetivo é ocupar os espaços e fechar linhas de passe. DISCUSSÃO As ações defensivas realizadas em uma partida de futebol devem ser compreendidas na sua complexidade, sendo que algumas funcionalidades podem ser pré-estabelecidas e treinadas, porém a imprevisibilidade e aleatoriedade do jogo não proporcionam a certeza do sucesso (GARGANTA, 1997), tornando assim o processo defensivo permanentemente mutável, dependente de fatores treináveis e de situações do ambiente do jogo (BANGSBO & PEITERSEN, 2000). Para tanto, é importante compreender e entender o processo defensivo em um âmbito mais aprofundado, reconhecendo características individuais e coletivas dos atletas e das equipes, assim, tendo uma leitura tática da estruturação dos sistemas de jogo e dos diferentes tipos de defesa (BANGSBO. & PEITERSEN, 2002; MELO 1999; MOMBAERTS, 1996). Anais do V Congresso Sulbrasileiro de Ciências do Esporte. | UIVALI – Itajaí– SC 23 6 a 25 de setembro de 2010) Disponível em: http://www.rbceonline.org.br/congressos/index.php/vcsbce/vcsbce/schedConf/presentations
  • 7. OS SISTEMAS TÁTICOS Sistema 4-3-3 No sistema 4-3-3 a primeira linha defensiva é composta por três atletas, que fazem a primeira abordagem na zona de ataque procurando dificultar a saída de bola e também recuperar a posse de bola. Jogando com três atacantes, sendo um atuando pelo meio e os outros dois abertos pelos lados do campo a probabilidade de recuperação da posse da bola acaba sendo maior no campo ofensivo, porém, o setor de meio campo fica fragilizado devido ao pequeno número de atletas povoando essa região central. Com esse menor número de jogadores no meio campo, acaba-se por dificultar a cobertura nas saídas dos laterais e a manutenção da posse da bola nesse setor. A última linha de defesa composta por quatro jogadores possui uma maior amplitude de ações defensivas (LEITÃO, 2004; MAHLO, s.d.). O 4-3-3 é na perspectiva da estruturação e ocupação do espaço de jogo a plataforma que proporciona “estaticamente” a melhor distribuição geométrica dos jogadores em campo, e isso é uma grande vantagem. A questão é como dimensionar uma dinâmica de movimentação de jogo que possibilite a potencialização dessa vantagem, no sistema defensivo, ofensivo e de transições, integralmente, sem distinções ou fragmentações (LEITÃO, 2004). Sistema 4-4-2 O Sistema 4-4-2 preconiza diversas formas e variações de posicionamento, adquirindo características peculiares à forma de jogar de várias equipes, facilitando a distribuição de tarefas. Diferentemente do sistema 4-3-3 o 4-4-2 abrange um número maior de jogadores no setor de meio campo, dando maior proteção a última linha defensiva e proporcionando mais linhas de passe em zona de armação para a manutenção da posse de bola, sendo que o posicionamento desses jogadores de meio campo pode apresentar formatos de triangulo, quadrado e losango. A última linha de defesa que é composta por quatro defensores, pode ter um posicionamento em linha ou com a utilização de um zagueiro mais recuado em relação à linha de jogo dos seus companheiros de defesa (BAUER, 1993; LEITÃO, 2004; CASTELO, 1994). As variações da formação desse sistema privilegiam mais o ataque ou a defesa, dependendo da distribuição e atribuições dos atletas no campo de jogo. Devido à simplicidade na formação desse sistema, o posicionamento dos jogadores oferece um equilíbrio tático, proporcionando coberturas, dobras de marcação e conseqüentemente um maior número de desarmes. Sistema 3-5-2 O sistema 3-5-2 é um modelo tático contemporâneo que tem como característica um meio campo mais sólido, devido a um maior número de jogadores quando comparado aos outros sistemas (LEITÃO, 2004). A sua formação é composta por três zagueiros na ultima linha de defesa, sendo que um desses tem a função de líbero “homem da sobra”, tendo importância fundamental no esquema tático, pois orienta a defesa e é o responsável por coberturas e dobras de marcação, podendo aparecer como elemento surpresa em um eventual ataque. No sistema 3-5-2 temos a presença de dois Anais do V Congresso Sulbrasileiro de Ciências do Esporte. | UIVALI – Itajaí– SC 23 7 a 25 de setembro de 2010) Disponível em: http://www.rbceonline.org.br/congressos/index.php/vcsbce/vcsbce/schedConf/presentations
  • 8. alas que em situações de ataque podem ocupar posições de meias e até mesmo de atacantes e quando defendem têm a incumbência de proteger os lados do campo, marcando geralmente a subida dos laterais adversários. Conforme a orientação do técnico o sistema 3-5-2 pode apresentar características ofensivas, sendo composto seu meio campo por um volante, dois meias e dois alas, atribuindo juntamente aos dois atacantes um número maior de jogadores participando das ações ofensivas, já em contrapartida esse sistema pode apresentar características defensivas, tendo sua formação de meio campo composta por dois volantes, um meia e dois alas, objetivando- se geralmente uma maior proteção ao bloco defensivo. A utilização das diversas plataformas de jogo depende de alguns fatores, como, as características dos atletas pertencentes ao plantel, as peculiaridades da equipe adversária e aos fatores externos ao ambiente de jogo (BAUER, 1998; CASTELO, 1994; DRUBSCKY, 2003). TIPOS DE DEFESA Defesa Individual aos pares Esse tipo de defesa geralmente é desenvolvido em equipes de categorias de base, devido a uma compreensão facilitada. Nesse tipo de defesa os atletas devem ter como principal ponto de referência o jogador adversário, responsabilizando-se por combater suas ações ofensivas. Na defesa individual a movimentação da equipe que está marcando é totalmente dependente da movimentação da equipe que está atacando. Um grande problema da defesa individual é a desconfiguração do posicionamento estratégico para as transições ofensivas (LEITÃO, 2004; MELO 1999). Defesa Individual por setor Na defesa individual por setor o principal foco está no jogador que invade o espaço delimitado de responsabilidade do defensor. A estrutura é definida por faixas e espaços do campo imaginários em que cada jogador da equipe que defende deve ocupar. O defensor deve ter uma visão periférica da zona que ocupa, pois pode ser surpreendido em uma ação ofensiva de um jogador adversário. O atleta que defende deve conhecer as características do seu oponente que geralmente ocupa sua região de marcação, procurando sempre a melhor forma de abordagem e aproximação para a retomada da posse da bola (; FRISSELLI & MANTOVANI, 1999; LEITÃO, 2004). Defesa por Zona A defesa por zona estabelece como principal referência a movimentação da bola, e os defensores ocupam zonas imaginárias já pré-estabelecidas com objetivo de ocupar os espaços e fechar as linhas de passe (ACCAME, 1995). Na defesa zona o sistema sofre poucas modificações na sua estrutura, pois não se tem tanta preocupação com infiltrações dos atletas adversários e sim com a trajetória que a bola pode tomar. Em muitas situações o posicionamento dos defensores baseia-se pelas linhas demarcadas na grama do campo, sendo um norte para estabelecer noções de amplitude, principalmente em viradas de jogo e noções de profundidade, visualizando a proximidade com o adversário e identificando as zonas de desequilíbrio localizadas entre as linhas de marcação. Nesse sistema defensivo o time pode realizar algumas ações coletivas, como, Anais do V Congresso Sulbrasileiro de Ciências do Esporte. | UIVALI – Itajaí– SC 23 8 a 25 de setembro de 2010) Disponível em: http://www.rbceonline.org.br/congressos/index.php/vcsbce/vcsbce/schedConf/presentations
  • 9. a flutuação do bloco, que é a movimentação da equipe de um lado para o outro do campo acompanhando a movimentação da bola, esse tipo de defesa também facilita algumas ações grupais, como, as coberturas e dobras de marcação. Em uma situação de retomada da posse da bola essa estrutura proporciona uma melhor compactação para estabelecer uma ação ofensiva, devido ao fato de os jogadores ocuparem posições e espaços de forma mais organizada. A defesa por zona requer um sincronismo nas movimentações dos jogadores, sendo a comunicação verbal e motora essencial na busca do sucesso, pois leva a uma melhor ocupação dos espaços e conseqüentemente diminuindo o desgaste físico da equipe (LEITÃO, 2004; BANGSBO & PEITERSEN, 2002). CONCLUSÃO Para além da contribuição de pressuposições funcionais, os sistemas analisados permitem prever alguns redimensionamentos táticos estabelecidos na ordem de prioridades e na previsão de ações combinadas. Na aproximação de linhas, bem como nas alterações entre superioridade e inferioridade numérica, ocasionadas por maior ou menor espaço de jogo, percebe-se um aumento significativo no que se refere ao domínio de respostas imediatas e rápidas (eficientes) na interface permanente entre os quesitos técnicos e táticos. Ao assumir um comportamento específico em determinada situação-problema, o jogador ou grupo de jogadores, deverá ser capaz de reconhecer e apresentar a melhor solução para o momento. As linhas de defesa, ou a posição de espera atrás da linha da bola, ou atrás de ação ofensiva específica, ou mesmo em uma ação de retomada, como no caso de equilíbrio ou balanço defensivo; são casos característicos de reestruturações que solicitam ajustes em tempo real. Ou seja, a organização e iniciativa do(s) adversários(s) com posse de bola ou em deslocamento livre ou em linha de recepção de passe, são os indicativos de que uma situação deve ser prioritária em relação à outra. A resposta ou a melhor alternativa de comportamento encontra-se na ambientação prévia e adequada no espaço de treino. Isso só é possível através de conteúdos desenvolvidos e aplicados preservando-se o acréscimo da autonomia e a referência técnico-tática daquilo que se pretende. O conteúdo deve buscar uma organização que permita iniciativas e, sobretudo, a reconstituição de ações que por um motivo ou outro não surtiram o efeito desejado. REFERÊNCIAS ACCAME, F. Fútbol en zona. Madrid: Gymnos Editorial, 1995. BANGSBO, J. & PEITERSEN, B. Soccer Systems & Strategies. Champaign: Human Kinetics, 2000. (p. 1-37). BANGSBO, J. & PEITERSEN, B. Defensive soccer tactics: how to stop players and teams from scoring. Champaign, IL: Human Kinectics, 2002. BAUER, G. Soccer Techniques, Tactics & Teamwork. New York: Sterling, 1993. (p.85- 143). Anais do V Congresso Sulbrasileiro de Ciências do Esporte. | UIVALI – Itajaí– SC 23 9 a 25 de setembro de 2010) Disponível em: http://www.rbceonline.org.br/congressos/index.php/vcsbce/vcsbce/schedConf/presentations
  • 10. BAUER, G. & UEBERLE, H. Fútbol. Factores de rendimiento, dirección de jugadores y del equipo. Barcelona: Ed. Martinez Roca, 1988 . CASTELO, J. Futebol modelo técnico-táctico do jogo: identificação e caracterização das grandes tendências evolutivas das equipas de rendimento superior. Lisboa: Faculdade de Motricidade Humana, 1994. (v.1, 379 p). DRUBSCKY, R. O Universo Tático do Futebol, Escola Brasileira. Belo Horizonte: Health, 2003. GARGANTA, J. Modelação táctica do jogo de futebol – estudo da organização da fase ofensiva em equipas de alto rendimento. Tese (Doutorado em Educação Física) - Faculdade de Ciências do Desporto e de Educação Física da Universidade do Porto, Portugal, 1997. GARGANTA, J. Conocimiento y acción en el fútbol. Tender un puente entre la táctica y la técnica. Revista de Entrenamiento Deportivo, 2001. XV (1): 15-23. GRÉHAIGNE, J. F. L´Organisation du jeu en football. Paris: Editions Actio, 1992. HARGREAVES, A. Skills and Strategies for Coaching Soccer. Champaign: Leisure, 1990. HERNANDEZ, M. Análisis de las estructuras del juego deportivo. Barcelona: Publ. Inde, 1994. LEITÃO, R. A. Futebol: análises qualitativas e quantitativas para verificação e modulação de padrões e sistemas complexos de jogo. Campinas:UNICAMP, 2004. MAHLO, F. O acto táctico no jogo. Lisboa: Ed. Compendium, (s.d.). MELO, R. S. Sistemas e táticas para futebol. Rio de Janeiro:Ed Sprint, 1999. MOMBAERTS, E. Entraînement et performance collective en football. Paris: Ed. Vigot, 1996. PARREIRA, C. A. Evolução Tática e Estratégias de Jogo. Brasília: Ed. EBF, 2005. Anais do V Congresso Sulbrasileiro de Ciências do Esporte. | UIVALI – Itajaí– SC 23 10 a 25 de setembro de 2010) Disponível em: http://www.rbceonline.org.br/congressos/index.php/vcsbce/vcsbce/schedConf/presentations