O documento descreve o projeto artístico "Os Espacialistas", um grupo formado por estudantes e professor de arquitetura que realiza exercícios conceptuais e artísticos para questionar e alterar espaços. Eles usam fotografia e vídeo para analisar e registrar os espaços. O texto também resume uma exposição realizada pelo grupo na Quinta do Marquês de Pombal em Oeiras.
1. Nós somos 1,2,3,4,5,6,7,
quot;OS ESPACIALISTASquot; é um projecto arquitectónico / artístico laboratorial de análise e alteração
programática do espaço, que nasceu do encontro académico do Filipe, do João, do Luís e do Sérgio.
Utilizam a fotografia e o vídeo como dispositivos de desenho, de pensamento, de percepção e de
diagnóstico do espaço natural e construído.
A partir da realização de um conjunto de exercícios de espaço que denominam de ginástico/ conceptuais,
as re(acções) espacialistas pretendem:
- Fazer aparecer a vocação artística do espaço.
- Dar aparência ao aparelho reprodutor artístico latente no corpo humano.
- Proceder à reabilitação artística do espaço, do corpo e da vida, a partir da reapropriação / reformulação
lúdica e cultural das situações instituicionais de espaço de controlo e interdição do corpo tais como: a
casa familiar, a escola / ginásio, a fábrica, o quartel, a prisão, o convento e a clínica.
- Apresentar propostas imaginárias de projecto, arquitectónicas/artísticas de alteração programática, para
os sítios de passagem/intervenção. ( Ver E.ART.1, 2 e 3, in “Diário do Espacialista” .)
Servem-se da máquina fotográfica ou de filmar como se de um lápis se tratasse, por causa do resultado
que denominam de quot;esquiss/ços fotográficosquot;. Criados a partir da análise, da composição, da
manipulação, da alteração programática e do registo das situações / especificidades naturais e
construídas dos espaços por onde passam, bem como dos elementos materiais e objectuais aí
encontrados e dos conteúdos do “Kit Espacialista Por/táctil” que transportam consigo.
2. Exposição
FOTOGRAFIA / INSTALAÇÃO
“Os Espacialistas na Quinta”
Galeria Municipal Lagar de Azeite - Rua do Aqueduto - Palácio Marquês de Pombal - Oeiras
OS ESPACIALISTAS NA QUINTA
Este projecto expositivo é o resultado de um conjunto de exercícios ginásticos de espaço de carácter conceptual, artístico e arquitectónico, desenvolvidos em
diferentes sítios da Quinta do Marquês de Pombal, em Oeiras, com o principal objectivo de fazer aparecer a sua real vocação artística.
Na continuação do trabalho que tem vindo a ser desenvolvido por este grupo de artistas e na sequência do convite da Câmara Municipal de Oeiras, nascerá da sua
passagem pela Quinta um conjunto de esquissos fotográficos, resultantes da análise da composição e do registo das especificidades naturais e construídas do
espaço, dos objectos ai encontrados e das relações que estabelecem a partir do conteúdo do kit Espacialista por(táctil) que transportam consigo.
Num processo de reabilitação cultural do espaço do corpo e da vida intensificam o aparelho reprodutor artístico latente no corpo de cada um.
O projecto artístico “Os Espacialistas” foi constituído por um grupo de jovens arquitectos/artistas, em conjunto com o seu professor, no quadro do programa da
cadeira de Arquitectura II, do 2º ano do curso de Arquitectura da Universidade Lusíada.
Com base em pressupostos semelhantes aos que moveram artsitas como Barnett Newman, Lucio Fontana, Mark Tothko, Yves Klein na pintura, também eles
pretendem questionar o conceito tradicional de espaço mas do ponto de vista arquitectónico e urbanístico, através da interacção/manipulação das características dos
espaços por onde caminham, realizando exercícios artísticos que consistem em esquissos fotográficos e performativos, com vista à proposição de novos conteúdos
programáticos, à descoberta da vocação artística do espaço e à reflexão sobre a vivência humana no espaço que (re)produzimos e habitamos.
Para o efeito, utilizam objectos e estruturas arquitectónicas, entre outros, que encontram no próprio contexto ou o que transportam no seu “Kit Espacialista”,
potenciando assim o que, segundo eles, o espaço encerra de essencial/artístico. Deste modo e através de pretextos que assumem um carácter de exercício não só
do ponto de vista conceptual artístico mas também físico, trabalham o pressuposto de que “o corpo é o suporte e primeiro material de toda a criação artística e
arquitectónica” desenhando/registando fotograficamente todo o processo.
Conversa com OS ESPACIALISTAS, Filipe, João, Luis e Sérgio, sob o mote “Dói-nos o espaço” , dia 19 de Julho, pelas 17H00
3.
4. OS ESPACIALISTAS NA ORDEM
Espacialistas trabalharam com crianças
Os Espacialistas e um grupo de crianças trabalharam em conjunto, nas comemorações do Dia Mundial da Arquitectura, conceitos e materiais ligados a noções de
arquitectura.
O edifício da sede da Ordem
pareceu mais confortável nas comemorações do Dia Mundial
Os Espacialistas preencheram as estruturas metálicas do vazio central com telas plásticas translúcidas para construir «um ambiente luminoso» de onde lançaram
modelos a três dimensões de escadas, cantos, esquinas, planos, portas, janelas, que, entretanto, tinham sido construídos pelas crianças.
«Os Espacialistas na Ordem», assim se chamou a iniciativa, é uma instalação performativa concebida por um quarteto, o professor de arquitectura Luís Baptista e os
alunos Filipe Pereira, João Cerdeira e Sérgio Serol, que quer «fazer aparecer a vocação artística do espaço onde acontece».
Pequenos arquitectos à volta de grandes ideias
O quarteto propôs, para o espaço da sede da Ordem dos Arquitectos, «a criação de um percurso interior que circunda a galeria/vazio principal do espaço existente
[para quem não conhece, o edifício onde se localizavam os antigos Banhos de São Paulo apresenta uma parte central vazia, comum a todos os andares, em torno da
qual se organizam os espaços onde as pessoas trabalham] bem como a ocupação e atravessamento da sala principal de reuniões [localizada no primeiro andar]».
Este processo foi fotografado pelos Espacialistas e apresentado na festa de comemoração do dia 6, no espaço Lx Factory, em Lisboa.
Espreitar não é feio, é mesmo essencial
5. Os espacialistas:
Filipe Pereira
João Carlos Cerdeira
Luis Baptista
Sérgio Serol