Este documento fornece orientações sobre como avaliar a performance de uma biblioteca escolar no apoio a atividades livres, extracurriculares e de enriquecimento curricular. Ele descreve dois indicadores a serem avaliados, métodos de avaliação como questionários e observações, e um plano para recolher, analisar e comunicar os resultados da autoavaliação.
1. Práticas e Modelos de Auto-avaliação das Bibliotecas Escolares
DREN – Turma 7
MAABE: METODOLOGIAS DE
OPERACIONALIZAÇÃO (PARTE I) / C.1 – APOIO A
ACTIVIDADES LIVRES, EXTRA-CURRICULARES E DE
ENRIQUECIMENTO CURRICULAR
Bonifácia Vieira |
2. 2 MAABE: metodologias de operacionalização (Parte I) / C.1 – Apoio a actividades livres, extra-curriculares e de enriquecimento curricular
O Modelo de Auto-avaliação das Bibliotecas Escolares
Metodologias de operacionalização (Parte I)
a. Escolha de um domínio / subdomínio:
C.1 – Apoio a Actividades Livres, Extra-curriculares e de Enriquecimento Curricular)
b. Escolha e análise de dois indicadores do subdomínio C.1:
Indicador de Processo: C.1.2 – Dinamização de Actividades livres, de carácter lúdico e cultural
na escola / agrupamento;
Segundo o Manifesto das Bibliotecas Escolares, um dos seus objectivos é "organizar actividades que
incentivem a tomada de consciência cultural e social, bem como de sensibilidade". A BE pode tornar-se
um centro cultural na escola, não só pela quantidade e qualidade dos seus recursos, mas também pela
legitimidade em dinamizar (ou colaborar na dinamização) actividades e projectos de âmbito extra-
curricular. Estas actividades podem ser em articulação com os departamentos, em horário lectivo, ou
como ocupação dos tempos livres dos alunos, em que estes se inscrevem por iniciativa própria. Devem
reflectir e promover diversas artes, desde a literatura, o cinema, o teatro, a pintura, a música, …
Muitas vezes, é só no ambiente escolar que muitos alunos contactam com a cultura, daí a
importância em mostrar, divulgar, promover, incentivar diferentes manifestações culturais ao grupo
discente. Mesmo que, em adultos, não queiram ou possam continuar a praticá-las, não será por
desconhecimento, porque a Escola proporcionou-lhes essas experiências, tentou incutir-lhes o gosto por
formas culturais diversas. No final do seu percurso escolar, os alunos sairão mais ricos, também a nível
cultural, porque visitaram uma exposição sobre Rafael Bordalo Pinheiro, assistiram a uma palestra sobre
o Universo, assistiram ao que de melhor se produz na Sétima Arte, participaram em várias Feiras do
Livro, conheceram escritores e contadores de histórias, visitaram exposições de pintura, …
Bonifácia Vieira
3. 3 MAABE: metodologias de operacionalização (Parte I) / C.1 – Apoio a actividades livres, extra-curriculares e de enriquecimento curricular
Indicador de Impacto: C.1.3 – Apoio à utilização autónoma e voluntária da BE como espaço de
lazer e livre fruição dos recursos;
Ao longo dos cinco anos de percurso escolar, a utilização da BE é um hábito que se vai enraizando. A
cada ano que passa, os utilizadores devem fazê-lo mais autonomamente, de forma a desenvolver
competências que lhes permitam, ao longo da vida, frequentar outras Bibliotecas e outros espaços e
meios para a disponibilização de saberes. Para esta autonomia são necessários, num primeiro momento,
a formação de utilizadores e, depois, o incentivo à utilização da BE, nos seus múltiplos serviços.
Neste ponto é também importante a mudança de atitude, por parte da BE. O silêncio sepulcral,
exigido há alguns anos, deve ser substituído por grupos de alunos que discutem um trabalho, por uma
turma que participa na "Hora do Conto", por alunos que trocam conselhos quanto ao próximo livro a ler
em casa.
c. Plano de Avaliação
Diagnóstico
No âmbito do subdomínio em questão – Apoio a actividades livres, extra-curriculares e de
enriquecimento curricular – é muito importante o desempenho da Biblioteca Escolar de Sobreira, devido
às condições físicas e humanas, que caracterizam o agrupamento. A escola serve três freguesias
(Sobreira, Recarei e Aguiar de Sousa), vendo-se obrigados muitos alunos a percorrer uma grande
distância para chegar à escola. O problema é agravado pela fraca rede de transportes, o que obriga os
alunos a chegar à escola às 8 horas, quando têm aulas apenas às 10h20m ou às 12 horas. Neste sentido,
os alunos devem poder encontrar na BE actividades, com as quais possam ocupar os tempos livres.
Além disso, a escola situa-se numa zona marcadamente rural e muito carenciada. Muitos alunos
deslocam-se ao Porto apenas para passear ou com fins comerciais. Não têm hábitos de frequentar
actividades culturais, nem manifestam interesse, o que serve, de certa forma, para mascarar a sua falta
de conhecimento. Quando se lhes fala objectivamente de um escritor, de um pintor, de um filme ou de
um livro, parece que estes pertencem a uma realidade superior, à qual eles nunca terão acesso. Talvez
por isso o contacto com escritores e contadores de histórias tenha sempre tanto sucesso neste meio
escolar. É uma forma destes alunos perceberem que se trata de pessoas reais.
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4. 4 MAABE: metodologias de operacionalização (Parte I) / C.1 – Apoio a actividades livres, extra-curriculares e de enriquecimento curricular
Indicador Objecto da avaliação Métodos e Calendarização Intervenientes Tipo de
Instrumentos avaliação
Actividades culturais da • Análise
BE que proporcionem aos documental:
alunos a ocupação dos -Plano de acção da BE;
-Plano anual de
seus tempos livres;
C.1.2 actividades da BE; Questionários:
-Planificações e
Dinamização de Maio;
relatórios de
Actividades livres, Frequência na actividades; Equipa da BE
de carácter lúdico dinamização de -Projectos Curriculares Análise
e cultural na actividades culturais; de Turma; documental: Alunos
"Outcomes-Basede Evaluation";
-Jornal escolar;
Qualitativa e quantitativa.
escola / Junho.
-Blog da BE;
agrupamento; -OPTE;
-Horário da BE;
• Questionários
aos alunos
(QA3).
Finalidades extra-
• Questionários Questionários:
C.1.3 curriculares com que os
aos alunos Maio;
Apoio à utilização alunos utilizam a BE; (QA3);
autónoma e Utilização autónoma dos • Grelha de
Observações: ao
voluntária da BE diferentes espaços da BE observação da Equipa da BE
autonomia na longo do ano;
como espaço de pelos alunos;
lazer e livre Procura de recursos no utilização da BE; Alunos
(O5); Evidências: ao
fruição dos âmbito da literatura
• Estatística de longo do ano.
recursos. infanto-juvenil, filmes e
utilização da
música. 1
BE .
1
– Evidências:
- Taxa de utilização da BE;
- Percentagem de empréstimos domiciliários;
- Percentagem de alunos que recorrem ao empréstimo domiciliário;
- Percentagem de alunos inscritos em actividades extra-curriculares, promovidas pela BE.
Planificação da recolha e tratamento de dados
Ao longo do ano procede-se à recolha de evidências dos aspectos acima referidos.
A equipa da BE procede à observação da autonomia na utilização da BE em diferentes momentos
do ano (elaboração de uma grelha para o efeito);
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5. 5 MAABE: metodologias de operacionalização (Parte I) / C.1 – Apoio a actividades livres, extra-curriculares e de enriquecimento curricular
Os questionários aos alunos são realizados no horário de uma área curricular não disciplinar;
Em Maio e Junho, a equipa da BE procede ao levantamento dos dados estatísticos.
Análise da informação
Passa-se, seguidamente, à análise dos dados recolhidos:
Os dados estatísticos são quantificados: grelhas de utilização da BE, grelha de observação
(O5), questionários (QA3);
Análise de documentação para recolha de informação sobre actividades livres, de
carácter lúdico e cultural para os alunos. Documentos analisados:
o Plano de acção da BE;
o Plano anual de actividades da BE;
o Planificações e relatórios de actividades;
o Projectos Curriculares de Turma;
o Jornal escolar;
o Blog da BE;
o Grelha OPTE: Ocupação Plena dos Tempos Escolares;
o Horário da BE.
Cruzamento dos dados obtidos e, a partir deles, elaboração de uma avaliação sobre a
performance da BE no domínio escolhido;
Identificação do nível de desempenho da BE;
Elaboração do relatório de auto-avaliação
o Pontos fortes;
o Pontos fracos;
o Evidências recolhidas;
o Acções para melhoria.
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6. 6 MAABE: metodologias de operacionalização (Parte I) / C.1 – Apoio a actividades livres, extra-curriculares e de enriquecimento curricular
Comunicação da informação
Os resultados obtidos devem ser do conhecimento de todo o agrupamento. Para isso, tomar-se-ão
as seguintes medidas, para comunicação dos resultados:
Reuniões com:
o Direcção;
o Conselho Pedagógico;
o Departamentos;
Inclusão de uma síntese da auto-avaliação:
o No portal do agrupamento;
o No blog da BE;
o No expositor da BE;
o No Relatório Anual de Actividades do Agrupamento;
o No Relatório de Auto-avaliação do Agrupamento.
Constrangimentos
Número reduzido de elementos da equipa;
Reduzida carga horária na BE dos membros da equipa;
Formação de uma equipa para a auto-avaliação da BE;
Número elevado de objectos a avaliar;
Morosidade do processo (ex: grelhas de observação, tratamento de dados, …);
Pouco rigor na resposta aos questionários;
Dificuldades em recolher evidências sobre alguns serviços da BE;
Alguma subjectividade na interpretação dos dados;
Pouca disponibilidade / motivação dos grupos docente e discente.
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7. 7 MAABE: metodologias de operacionalização (Parte I) / C.1 – Apoio a actividades livres, extra-curriculares e de enriquecimento curricular
Necessidades
Constituição da equipa da BE com:
o Um maior número de professores;
o Elementos mais motivados;
o Com uma carga horária na BE suficiente para o cargo;
o Pertencentes a departamentos diferentes;
o Um elemento da equipa da avaliação interna do agrupamento;
o Formação na área;
Marcação de uma hora comum, nos horários dos professores do mesmo departamento, para
marcação de reuniões (de forma a evitar agendá-las para as 18h30m);
Disponibilização de uma verba anual para a BE.
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8. 8 MAABE: metodologias de operacionalização (Parte I) / C.1 – Apoio a actividades livres, extra-curriculares e de enriquecimento curricular
Documentos consultados:
Texto da sessão, disponível em:
http://www.managementhelp.org/evaluatn/fnl_eval.htm#anchor1585345
Modelo de Auto-avaliação da Biblioteca Escolar;
Carter McNamara, Basic Guide to Program Evaluation
http://www.managementhelp.org/evaluatn/fnl_eval.htm#anchor1585345
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