Aula 2 estrutura de capital - soc. ações. - mercados financeiros
Atividade custo de capital e criação de valor
1. Ministério da Educação
Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Norte de Minas Gerais
Administração Financeira e Orçamentária
FONTES DE FINANCIAMENTO
O gerenciamento dos negócios exige uma adequada estrutura de
capitais. Esta estrutura é constituída de capitais próprios e de capitais de
terceiros. O capital próprio, nas empresas, é aquele vindo com os próprios
sócios. É o dinheiro que os sócios retiraram de suas próprias economias e
investiram na empresa, confiantes em terem feito o melhor investimento.
Confiantes, portanto, em lucros atraentes e na multiplicação da riqueza. Já
o capital de terceiros é aquele que representa as dívidas que a empresa tem
para com outras empresas, bancos, empregados, governo e outros. A nossa
empresa, portanto, é movida por capital próprio (aquele trazido pelos
sócios)e por capital de terceiros (obrigações para com terceiros, de fora do
quadro de sócios).
À primeira vista diríamos que o capital de terceiros tem um custo
elevado, pois representa principalmente dinheiro de bancos, fornecedores,
tributos a pagar para o governo, etc. E capital próprio, um dinheiro que não
tem custo por ser da titularidade dos sócios.
Devemos, quanto a este aspecto, diferenciar claramente
exigibilidade, de custo. Podemos afirmar que o capital próprio tem sim, a
sua exigibilidade mais flexibilizada. Ou seja, o sócio conhece a empresa e a
sua situação. Se ela não podelhe pagar hoje, poderápagar no mês que vem,
daqui a seis meses ou no ano que vem. Já o capital de terceiros não garante
estes níveis de tolerância. Todos os compromissos possuem cláusulas
contratuais com data precisa de vencimento e com previsão de pesados
encargos por eventuais atrasos (juros, multas, etc.).
Os dois tipos de capital são indispensáveis para o funcionamento da
empresa. Os dois tipos de capital possuem custos específicos. E são caros.
Devem, portanto, ser bem administrados. Apenas, o capital de terceiros é
defendido por titulares de fora da empresa. É exigível por terceiros. E o
capital próprio é do pessoal integrante da equipe de sócios da própria
empresa.
Já que as duas versões de capital possuem custos próprios, qual é
mais caro: capital próprio ou capital de terceiros?
Se admitirmos que o capital próprio não tem custo, ou é mais barato,
estaremos banalizando a nossa administração. A função do administrador
financeiro é fazer com que o capital de terceiros, na medida do possível,
financie as atividades operacionais da empresa, liberando o capital próprio
para missões mais nobres. O ônus suportado pelo capital próprio é a
remuneração do investimento feito pelos sócios na nossa empresa. A
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equipe de sócios é formada por investidores exigentíssimos, que
evidentemente consideram os seus interesses na empresa, superiores aos
interesses dos terceiros. Sua remuneração terá que ser superior à
remuneração dos terceiros.
É assim que se pensa em administração financeira. O dono da casa
manda mais que o visitante. O capital próprio é tido como de qualidade
superior à do capital de terceiros. Empresa onde o capital de terceiros é
mais caro que o próprio, é empresa que ainda não conquistou estrutura que
a habilite a impor esta decisão. São as empresas, cuja situação financeira
não atrai capital de terceiros. Pelo contrário, o capital de terceiros somente
aterrissa, com generosa contrapartida e com expressivo risco de crédito
(elevado custo financeiro). Ao contrário, às empresas capitalizadas, com
elevado “status” financeiro, sobra crédito de baixo custo. Cabe ao gerente
financeiro, nestas condições, fazer com que os recursos de terceiros
contribuam para que a remuneração do capital próprio seja suficiente para
satisfazer às exigentes metas traçadas pelo quadro de sócios. A função do
administrador financeiro é trabalhar para que a remuneração dos donos do
capital seja a melhor possível. Mas, quanto aos outros interesses da
empresa? Em assim fazendo o administrador financeiro, todas as
finalidades sociais do empreendimento estão sendo correspondidas.
É a velha máxima: dinheiro atrai dinheiro!
Mas não nos injuriemos! Hoje nós trilhamos as agruras do caminho
das pedras. Ontem foi a vez das nossas precursoras, empresas hoje
capitalizadas. Também chegaremos lá. Os bancos terão que respeitar quem
trabalha e fazer malabarismos, baixando os juros, reinventando o grau de
risco e efetivamente financiando a produção. Desta forma colocaremos o
custo do capital próprio no lugar que ele sempre mereceu: mais caro que o
capital de terceiros, para incentivo às iniciativas empreendedoras, para
desafiar quem quer trabalhar e ganhar dinheiro e para que tenham saúde
consolidada as empresas do nosso país.