1. INSCRIÇÕESABERTAS
AGU SELECIONA
ESTAGIÁRIOS
O Centro de Integração Em-
presa-Escola (CIEE) recebe, até
11 de abril, inscrições para pro-
cesso seletivo destinado à for-
mação de cadastro reserva pa-
ra o programa de estágio da
Advocacia-Geral da União
(AGU), em todo o Brasil. Podem
participar estudantes que este-
jam cursando a partir do 1º ano
do ensino médio, da educação
de jovens e adultos de nível
médio e a partir do 3º semestre
dos cursos superiores de admi-
nistração, ciências contábeis,
direito, jornalismo e publicida-
de e propaganda. Também há
oportunidades para estudantes
do 2º semestre do ensino tec-
nológico. As bolsas-auxílio são
de R$ 203 e R$ 364, para jorna-
das de quatro horas diárias.
Inscrições e informações pelo
site www.ciee.org.br.
CAPACITAÇÃO
CICLO DE
PALESTRAS
Os próximos eventos do ciclo
de palestras do FGV Manage-
ment Brasília ocorrem esta se-
mana. Na terça-feira, Marcos Fa-
có discutirá “O novo consumidor
nas redes sociais”. Sergio Niskier
falará sobre o mercado imobiliá-
rio na quarta, e a apresentação
de Luiz Carlos Ewald, na quinta-
feira, ensinará como controlar as
finanças pessoais. Os encontros
ocorrem sempre a partir das
19h30, no auditório da instituição
— L2 Norte, Quadra 602. As va-
gas são limitadas e os partici-
pantes recebem certificados. In-
formações e inscrições pelo site
mgm-brasilia.fgv.br/eventos.
MICROEMPREENDEDOR
FORMALIZAÇÃO
E TREINAMENTO
Começa amanhã e vai até
sábado a 6ª Semana do Mi-
croempreendedor Individual
(MEI), promovida pelo Sebrae
no DF. Além de dar aos mi-
croempresários a oportunidade
de formalizarem o negócio, o
evento terá oficinas de capaci-
tação e auxílio para preenchi-
mento e entrega da Declaração
Anual do Simples Nacional. A
tenda de atendimento principal
ficará em Ceilândia Centro, mas
outras cinco regiões adminis-
trativas receberão o evento,
que é aberto ao público e gra-
tuito. Informações pela Central
de Atendimento, no telefone
0800-507-0800, ou pelo site
www.df.sebrae.com.br.
CONTRATAÇÃO
VAGAS EM
SETE CAPITAIS
A empresa de segurança
Prosegur abriu processo de se-
leção para contratação de 11
técnicos eletrônicos em sete ca-
pitais brasileiras, entre elas,
Brasília. Os interessados devem
enviar currículo pelo site
www.prosegur.com.br, na aba
“Trabalhe conosco”. Para parti-
cipar, é preciso ter formação
completa de técnico em eletrô-
nica/eletrotécnica ou mecatrô-
nica, experiência com monta-
gem de equipamentos de segu-
rança eletrônica e disponibili-
dade para viagens.
STARTUP
EM BUSCA
DE SÓCIO
A startup Daily Baby busca
um sócio da área de tecnologia
da informação para desenvol-
ver novas tecnologias e apoiar a
expansão da marca. A empresa
foi criada em 2013 e oferece um
diário digital que permite o re-
gistro e o acompanhamento do
recém-nascidoatéaidadeadul-
ta. Para concorrer à vaga, o
profissional precisa ser proativo
e conhecedor programação Ru-
by on Rails ou PHP, entre outros
requisitos técnicos. Os interes-
sadosdevemencaminharocur-
rículo ou perfil para o e-mail
thiago@dailybaby.com.br até 7
de abril.
C M Y K
CMYK
Naçãodeestressados
CORREIO BRAZILIENSE • Brasília, domingo, 30 de março de 2014 • Trabalho • 3
COMPORTAMENTO
D
ificuldades para se con-
centrar, desânimo, irri-
tabilidade, depressão e
ansiedade no trabalho.
Se essas sensações soam fami-
liares para você, cuidado: são al-
guns dos principais sintomas do
estresse. Segundo pesquisa feita
pela empresa de recrutamento
especializado Robert Half, o
profissional brasileiro apresenta
os maiores índices de tensão en-
tre 13 países avaliados. O levan-
tamento contou com 1.775 dire-
tores de recursos humanos, sen-
do 100 do Brasil, e mostra que
cerca de 42% dos entrevistados
afirmam conviver com funcio-
nários que enfrentam esse pro-
blema. O número é muito mais
alto do que a média mundial,
que ficou em 11%. Lidar com a
situação não é algo simples e
pode exigir a busca por métodos
de alívio da tensão, acompanha-
mento médico e até mesmo ati-
tudes mais drásticas, como re-
ver planos de carreira.
Para compreender os motiva-
dores desse quadro de mal-es-
tar, é preciso considerar as alte-
rações que o mercado brasileiro
enfrenta. Lucas Nogueira, ge-
rente da divisão de Recrutamen-
to Temporário da Robert Half,
destaca que, a partir de 2008,
novos investimentos e oportu-
nidades, tanto nacionais como
internacionais, modificaram as
antigas dinâmicas das empresas
e, com isso, surgiram desafios.
“Antes da década de 2000, o Bra-
sil não tinha uma gestão estraté-
gica. Agora, em meio a outras
expectativas e pressões, passa-
mos por um período de adapta-
ção às necessidades de um mo-
delo em que precisamos utilizar
melhor o tempo disponível de
trabalho”, explica.
Presente em 52% das respos-
tas dos diretores brasileiros, o
excesso de serviço ocupa o pos-
to de principal gerador de es-
tresse e de ansiedade. Em segui-
da, vêm a falta de reconheci-
mento (44%) e as pressões eco-
nômicas (38%). Ao serem ques-
tionados a respeito de quais ati-
tudes ajudam a reduzir essa sen-
sação de desconforto, 60% acre-
ditam que o trabalho em equipe
é a solução, e 51% apostam na
reestruturação de tarefas e obri-
gações no trabalho.
Nogueira enfatiza que a ma-
neira de lidar com esses proble-
mas passa por questões como o
uso eficiente de ferramentas tec-
nológicas — conferências remo-
tas,internet,possibilidadedetra-
balhar de casa, entre outras —,
alémdopapeldogestor,detraçar
metas e de desenvolver alternati-
vas para minimizar o
desconforto de longos
períodos de expedien-
te.“Quando há objeti-
vosclarosaseremexe-
cutados e alinhamen-
to entre as expectati-
vas e as capacidades
de cada um, os níveis de
estresse caem”, garante.
Prejuízo pessoal
Embora os principais estimu-
ladoresdeestresseedeansiedade
sejam os que envolvem cobran-
ças por resultados e deveres rela-
tivos à empresa, dificuldades nos
relacionamentos pessoais no tra-
balho também contribuem para
o agravamento da situação. Pes-
quisa feita pelo Instituto de Pes-
quisa e Orientação da Mente
(Ipom), em 2013, mostrou que
38%dos1,5miltrabalhadoresen-
trevistados acreditam que a con-
vivência com chefes e colegas de
serviço agressivos e mal-humora-
doséoprincipalcausadordopro-
blema. A psicoterapeuta e presi-
dente do Ipom, Myriam Duarte,
confirma que as obrigações dos
superiores vão além de otimizar
o trabalho e coordenar as tare-
fas. “Eles são responsáveis por
manter o ambiente agradável e
funcional para o serviço. Hoje
em dia, há muito medo de ser
demitido ou de falhar, então, ca-
beaoslíderesmediarosdiálogose
o clima para que as pessoas pos-
samlidar melhor uma com as ou-
tras”,esclarece.
Não é apenas durante o expe-
diente que as sensações de des-
conforto e esgotamento se mani-
festam. Quando a vida pessoal fo-
ge de controle, os problemas po-
dem ser carregados tanto para a
empresa quanto para o cotidiano.
A coach Ana Paula Barros explica
que, antes de tudo, o profissional
também sofre pressões na vida
privada e a atitude de não prestar
atenção a esse aspecto gera um
ciclo de danos aos dois mundos.
“Inicialmente, alguém que deixa
o lado pessoal de escanteio pode
parecer mais focado e disposto
para a carreira, mas, com o tem-
po, o aproveitamento cai. Por ou-
tro lado, o indivíduo que não se
sente realizado profissionalmen-
te tem dificuldades para se sentir
plenonavidapessoal”,analisa.
A experiência de lutar contra
o câncer levou Célia Resende, 55
anos, a mudar o comportamen-
to diante do estresse no traba-
lho. Bancária há 21 anos, ela
lembra que era comum perder a
calma e o sono diante das pres-
sões na carreira e na vida pes-
soal, até que, em 2009, o diag-
nóstico de câncer de mama a le-
vou a repensar as prioridades.
“Cinco cirurgias e meses de tra-
tamento me mostraram que eu
preciso me reeducar, pois o estí-
mulo negativo era prejudicial
para o meu caso. Percebi que
precisava fazer algo para que is-
so não afetasse minha vida no
futuro”, diz. Hoje, a bancária in-
veste em exercícios físicos e em
caminhadas para aliviar as ten-
sões e manter o equilíbrio emo-
cional. “Em um primeiro mo-
mento, posso até me aborrecer,
mas meu esforço agora é volta-
do para não ficar doente nem
me prejudicar”, conta.
O exercício físico, além de
uma alimentação saudável,
também foram algumas das so-
luções encontradas por Renato
Paula da Silva, 36 anos, para li-
dar com as pressões recorrentes
na carreira de medicina. Profis-
sional da área há 14 anos, ele ex-
plica que o sofrimento com o es-
tresse era algo corriqueiro e que
o atrapalhava em casa e no em-
prego. “Era comum eu acordar
com a sensação de cansaço e ter
problemas para me concentrar
nas tarefas”, relata. O novo com-
Quando há objetivos
claros a serem
executados e
alinhamento entre as
expectativas e as
capacidades de cada
um, os níveis de
estresse caem”
Lucas Nogueira,
gerente da divisão de
Recrutamento Temporário da
Robert Half
Conhecerpara
prevenir
As reações ao estresse no tra-
balho podem variar de pessoa a
pessoa. Entretanto, especialistas
descrevem que certos aspectos
são mais comuns, como lapsos
de memória, cansaço maior que
o habitual, dificuldades de con-
centração, irritação por motivos
mínimos, dificuldades em se re-
lacionar em casa e com os cole-
gas, desânimo, queda de produ-
tividade e aumento no número
de erros. A presidente do Ipom,
Myriam Duarte, diz que procu-
rar acompanhamento logo no
início desses problemas é a ati-
tude mais correta a ser tomada.
“Não deixe o caso piorar, pois,
no começo, pode não ser algo
muito grave. A ajuda nos pri-
meiros momentos é a mais efi-
caz”, explica.
Saiba mais
portamento de Renato logo
mostrou resultados positivos.
Em cerca de 10 meses, o profis-
sional conseguiu reorganizar os
ciclos de sono, e aprimorou o
desempenho. “Meu rendimento
no trabalho melhorou e até ou-
tras pessoas perceberam. Posso
dizer que, agora, quase não me
irrito, e isso tem sido muito
bom”, afirma.
Repensar prioridades
Além de ser um problema co-
mum entre os funcionários, os
danos do estresse
também podem
atingir os car-
gos de maiores
remuneração,
como os de
chefia. O con-
sultor de ges-
tão de pessoas
Eduardo Ferraz lembra que isso
é outro reflexo dos novos mode-
los corporativos do Brasil. “An-
tes, os cargos de liderança pos-
suam oito níveis de hierarquia.
Hoje, a média é de três. Por in-
crível que pareça, os níveis de
estresse de um chefe chegam a
ser cinco vezes maior”, descreve.
As principais reclamações são
as mesmas dos empregados: ex-
cesso de trabalho, quantidade
elevada de horas na empresa e
pouco reconhecimento.
A dica de Ferraz é avaliar o
plano de carreira e as opções dis-
poníveis para contornar os da-
nos que o estresse causa ao com-
portamento no emprego. “Ter
um plano B de carreira, algo para
ser colocado em ação em dois ou
cinco anos, como trabalhar em
um cargo menor ou se tornar
empreendedor, são alternativas.
Entretanto, é preciso lembrar
que isso pode envolver diminui-
ção de ganhos”, esclarece o con-
sultor, que reafirma que uma
equalização da carga de trabalho
é outro ponto essencial para pro-
mover o bem-estar no serviço.
Novos modelos de organização do trabalho, excesso de serviço e pressões econômicas contribuem para
o aumento da tensão. Profissionais brasileiros lideram o ranking mundial do estresse, mostra pesquisa