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À descoberta dos Forais do Soajo
e dos Arcos de Valdevez e das
escritas do passado
Câmara Municipal dos Arcos de
Valdevez
em parceria com
Alexandra Vidal
vidal.alexandra@gmail.com
Os Arquivos são um patrimónioúnicoeinsubstituíveltransmitido de uma geração a
o utra.
Desempenham um papel essencial no desenvolvimentodas sociedades ao co ntribuir para a
co nstituição e salvaguarda da memóriaindividualecolectiva. O livreacessoao s arquivo s
enriquece o co nhecimento so bre a so ciedade humana, promo ve a democracia, pro tege o s
direito s do s cidadão s e aumenta a qualidade de vida.
Conselho Internacional deArquivos, Declaração Universalso bre o s Arquivo s,
2010.
2
Da História Local a Património
da Humanidade
2
1. Daraconhecer asescritasdo nosso passado;
2. Explicarasuaevolução ecaracterísticas;
3. Descobriroslocaisdeprodução dosdocumentos;
4. Conheceraprodução do pergaminho;
5. Contextualizaro reinado deD. Manuel I com osForaisManuelinos;
6. Compreendero SistemadeAbreviaturas;
7. ExperimentaraleituradosForaisdo Soajo edosArcosdeValdevez naescritadasua
época.
SUMÁRIO:
3
1496 a
1520
Reforma
dos Forais
4
5
“Paleografia é a parte da Diplomática que, pelo
carácter da letra em que se acham os
documentos antigos, nos ensina a julgar sua
idade, veracidade e ainda a determinar o
território ou a nação aquepertecem”
João Pedro Ribeiro
(Porto, 1758-1839)
PorPALEOGRAFIA compreende-se o
estudo da escrita antiga, conforme a
etimologia grega da palavra:
paleo s (antiga) + graphein (escrita)
ALGUNS INSTRUMENTOS DETRABALHO DO
PALEÓGRAFO EDO HISTORIADOR
Elucidários
Álbuns
Dicionários
6
7
Cadaescritareflectea
organização dasociedadeda
suaépoca, servepara
espelhar assuas
necessidades.
Alfabeto­padrão tuscano
do século XII­ as iniciais A até D
Recriação deum texto escrito com cursiva
maiúscularomanasegundo o modelo das
tabuinhasdeVindolanda, Transcrição:
(“Com estagrácil “caneta” osromanos
decoravam astabuinhascom escrita, que
apenashojeviram aluz.”).
http://vindolanda.csad.ox.ac.uk/exhibition/paleo-1.shtml
Algumas das escritas do
Mundo Ocidental
Cursiva Maiúscula Romana (ca.
Século I)
Capital Quadrada Monumental (Baixo
Império)
Inscrição queseencontranacolunadeTrajano.
Ano 113-1114 d.c.
8
Unidade gráfica do Império Romano
Particularismo gráfico durante a Alta Idade Média
Escritas “nacionais”
Combinação danovaescritacomum com auncial, asemi-
uncial ecom elementosprópriosdaevolução gráficadecadareino:
França– escritamerovíngia
IlhasBritânicas– escritasinsulares
Itáliameridional – escritabeneventana
PenínsulaIbérica - escritavisigótica
9
Uncial
Séculos III/VIIId. c.
10
Codex Alexandrinus, século V. Encontra-se no
Museu Britânico, em Londres
Escrita Visigótica
Usada entre os séculos VIII / XII
Acta datada de 22 de
Fevereiro de 1109. Origem: Biblioteca Nacional
de França, Paris 11
Carolina
Surge no final do séc. VIII
e mantém-se até aos
séculos XI-XII;
Escrita redonda de formas
simples e equilibradas, com
raros nexos e letras bem
separadas;
Nascida da evolução das
escritas merovíngia, semi-
uncial e pré-carolinas;
Manuscrito francês, segunda metade do
século VIII
12
Minúscula
Diplomática
Usadadesdefinais
do séc. XI atéao séc.
XIII;
Letrasbem
separadas, com corpo
pequeno egrandes
hastesecaudas;
Partesuperior das
hastes, por vezes,
decoradacom laços; 13
A LETRA GÓTICA
O termo Gótica, criado
peloshumanistas
italianos, designao tipo
deescritausadana
Europaentreosfinaisdo
século XI eo século
XVI.
Fonte:
http://bibliotecadigital.jcyl.es/i18n/consulta/registro
.cmd?id=4553
14
Origem
A escrita gótica nasceu na
região anglo-normandanosfins
do século XI.
A escritagóticaresultou deuma
profundamudançaoperadanaforma
detalhar o bico da pena deave.
Algumas das escritas do
mundo ocidental
15
“Entre os séculos VI e XII o acesso à cultura escrita foi limitado, praticamente, aos
membros da Igreja, permanecendo analfabetas as populações leigas das cidades e dos
campos.”
SANTOS, MariaJoséAzevedo - Ler ecompreender aescritanaIdadeMédia. Lisboa: Colibri, 2000. 131. P. 82.
16
Os estilos
Escrita gótica cursiva
Usadapelostabeliães* na
elaboração corrente, do diaadia,
deemprazamentos, aforamentos,
cartas de foral, sentenças,
testamentos, etc.
* Notário ou oficial público cuja função é lavrar actos e
contratos que requeiram forma e autenticidade
legal e pública.
Algumas das escritas do
mundo ocidental
17
GóticasLibrárias (Solenes)
Própriasdemanuscritos
litúrgicos.
Letrasdemódulo
(tamanho) grande, com
formasmuito
geometrizadas.
Algumas das escritas do
mundo ocidental
18
EscritaHumanística
SurgenaItáliano início do séc. XV, em reacção àsescritasgóticase
divulgadaspor humanistascomo, Petrarca, Niccoló Niccoli e
Poggio Bracciolini
Escrita de Niccoló Niccoli (1364-1437) 19
Masaondeseescrevia?
No Scripto rium
Palavradeorigem latinaquesignifica
"lugar para a escrita” onde os livros
eram copiados e iluminados (pintados).
Usavam folha de ouro e raras tintas e eram
manuscritosporqueeram feitosàmão.
A escrita e a iluminura eram um
verdadeiro trabalho de equipa de monges
especializados, os monges copistas e
iluminadores. Graças ao seu penoso trabalho,
por vezesdeumavidainteira!
O seu suporte, como vamos ver, era a
pele de animal.
20
21
A chancelaria régia era a
repartição responsável pela redacção,
validação (mediante a aposição do selo
régio) e expedição de todos os actos
escritos da autoria do próprio Rei. Os
serviços da chancelaria régia podiam
também reconhecer e conferir carácter
público a documentos particulares que lhe
fossem submetidosparavalidação.
Fonte: http://digitarq.dgarq.gov.pt/details?
id=3813585
Manuscrito da Biblioteca
do Arsenal, ms 5190,
http://medievalwriting.50
megs.com/author1.htm
Masaondeseescrevia?
NaChancelariaRégia
Equal era o suporte da escrita?
O QUE É O
PERGAMINHO?
Peledecarneiro, cabraou vitela,
submetidaaum tratamento
específico paraser utilizada
como suportegráfico.
22
A palavraPERGAMINHO derivadacidadedePérgamo (actual Bergama,
região do Egeu, Turquia).
Pensa-se que foi nesta cidade que se aperfeiçoou o seu fabrico e se iniciou a sua
produção em grandeescala, apartir do século II a.c.
DEONDEVEIO O PERGAMINHO?
23
• Lavagem em água
corrente
• Banho com águade
cal parafacilitar a
raspagem dos
resíduosdegordura
epêlos
• Imersão em águade
cal
O FABRICO DO PERGAMINHO
24
1. Ciclosde
molhagem e
raspagem atéobter
aespessura
desejada.
2. Polimento com
gesso ou pedra-
pomes
3. Esticamento num
bastidor parasecar
ao sol
O FABRICO DO PERGAMINHO
25
INSTRUMENTOS DEPREPARAÇÃO DEPERGAMINHO
26
O Pergaminho contém colagénio responsável pela sua
elasticidade
RESULTADO
27
INSTRUMENTOS DEESCRITA
A preparação para a escrita no pergaminho
começavacom a marcação do corpo de texto, traçando
o regramento com o auxílio de um estilete, um esquadro,
umaréguaeum compasso.
Esta grelha compositiva, formada por um
conjunto de linhas rectas verticais e horizontais,
delimitava não só a área reservada à colocação do texto
(caixa de texto ), mas definia também as linhas de escrita
que auxiliavam o copista na execução da sua tarefa
(pautado ).
28
Para escrever, poderia ser usado um
cálamo ou uma pena. O cálamo, cana fina e
rígida com a extremidade trabalhada de modo a
possibilitar a escrita, é feito a partir de um caule
de uma planta (p.e., do papiro). Foi usado até à
Idade Média, época em que começou a ser
substituído por penas de aves, que possibilitavam
traçosmaisfinoseprecisos.
A pena de pássaro foi o meio de escrita
mais usado na Idade Média. Patos, gansos, galos,
corvos e pavões são algumas das aves que
poderiam fornecer penasparaescrever.
INSTRUMENTOS DEESCRITA
29
Receita de Tinta
Receita descrita no Manuscrito de Pádua– Medieval and
Renaissance Treatises o n the Arts o f Painting, página 67 6 .
Misturar uma po rção de vinho bem fo rte co m
bugalhas bem trituradas num vaso vidrado , e expõ e-se ao
calo r do so l durante 8 dias, mexendo frequentemente. De
seguida, separam-se as galhas do vinho , filtra-se e
mistura-se o vitríolo romano, po r mais uma semana,
mexendo co m frequência. De seguida, disso lve-se uma
po rção de goma arábica em água de rosas, e espera-se
mais o ito dias não esquecendo de mexer tudo co m o vinho .
No final, usar a tinta co m um po uco de vinho fervido .
30
INSTRUMENTOS DEESCRITA
A faca ou o canivete serviam para talharas penas de ave
ou os cálamos, rasparo pergaminho, alisarou apagaros erros.
Fonte: http://pt.scribd.com/doc/59984155/Iluminura-Medieval-Apocalipse-do-Lorvao-e-Livro-das-
Aves#scribd
31
A LeituraNova
“Entre as medidas tomadas para a
organização do Arquivo Real, conta-se a
elaboração das cópias dos documentos,
considerados então mais importantes, numa
colecção intitulada Leitura Nova, ordenada
por D. Manuel I, e que teve início em 1504,
com o fim de preservar os documentos cujo
suporte estava demasiado danificado, ou cuja
leiturajánão eraacessível.” 
FONTE: http://digitarq.arquivos.pt/details?
id=4223191 32
“ O uso da Humanística
Librária atingiu o ponto
culminante na
Leitura Nova (colecção de
volumes
pergamináceos)”
Marques, José (2002)
• Com particularidade do
uso do ue do v, com 33
A LeituraNova– Escrita
HumanísticaLibrária
O Foral do Soajo eo Foral dosArcosde
Valdevez
1514 1515 34
A importânciadosForais– Contexto e
compreensão
Carta de Foral ( na sua origem):
Diploma concedido pelo rei ou por um senhor senhor laico ou
eclesiástico onde se estabeleciam regras e direitos de determinadas
povoações.
Diziam respeito a:
- Segurança, isenção ou redução deimpostos;
-Exclusão decertospagamentos;
- Concessão ou reconhecimento degoverno próprio, etc.
35
• ReformadeD. Manuel I que
afirmou: “Que se façam
entender”;
• Reformaacargo do Chanceler-
mor Rui Boto, Dr. Fernão
FaçanhaeFernão dePina,
escrivão;
• Não são merascópiasdos
ForaisAntigos;
Mas foram importantes para:
 Erradicar abusosdossenhores
dasterras;
 Acautelar osdireitosfiscaisda
Coroa;
 Definir espaços, etc…
A importânciadosForais– Contexto e
compreensão
OsForaisManuelinos
Reinado deD. Manuel I
Período deCentralização Régia 36
PistasparaaLeitura
O português que se usava no passado é chamado de arcaico, ou
seja, português antigo.
Por isso, quando fazemos uma transcrição devemos respeitar e
mantersempre o português da época!
NOMES DEPESSOAS
=
JOHAM=JOÃO
= PEDR’EANNES
= PEDRO EANES
37
PistasparaaLeitura
Abreviaturas porsuspensão
38
Dizem-seabreviadaspor suspensão
aspalavrasdasquaisnão é
expressasenão a primeira parte,
sendo asletrasfinaissubstituídas
por um sinal deabreviatura. Hum = Um
Abreviaturas porcontracção
Dizem-seabreviadaspor contracção aspalavrasaque
faltam umaou maisletras intermédias, usando-seum sinal geral
deabreviaturaparao indicar.
Deus
PistasparaaLeitura
= CHRISPTO = CRISTO
39
Abreviaturas porcontracção
PistasparaaLeitura
= DIREITOS
= MARTINZ = MARTINS
40
Sinais que indicam os
elementos que faltam na palavra
abreviada. Alguns, seja qual for a
letra a que se encontram sobrepostos ou
ligados, têm um valor constante.
quatrocentos
PistasparaaLeitura
Sinais abreviativos
41
Representa-secolocando acima da
letra determinante umaletraou
letras, demódulo menor, correspondentes
aletrasintermédiasou finaisdapalavra.
PistasparaaLeitura
Abreviaturas porletras sobrescritas
= O QUINTO = TRIGO
42
PistasparaaLeitura
Sinais Especiais
= E
= A SABER
43
Letrasdo alfabeto latino usadas
pelosromanosparaexprimir a
quantidade:
I, i = 1
V, v = 5
X, x = 10
L, l = 50
C, c = 100
D, d = 500
PistasparaaLeitura
44
45
Pequeno Glossário
Bragal – termo que não tem apenas o sentido de tecido de linho. Podia
constituir umamedidalinear = 8 varas= 8,80m.
Canada – medida de capacidade para sólidos e líquidos. 1 canada = 4
quartilhosou 2 litros.
Ceitil – moeda que surgiu no início da expansão portuguesa, em alusão à
tomadadeCeutaem 1415.
Direituras – pensões miúdas que o foreiro deveria pagar, além do foro
principal.
Fossadeira – imposto pelaisenção deintegrar aexpedição militar (fossado).
Leira – rego queo arado abrenaterra; elevação deterraentredoissulcos.
Lutuosa – imposto que se pagava pela morte de alguma pessoa. Atingia a
famíliado foreiro defunto.
Marrã – entende-secomo apartedo porco ou um presunto.
Real – moedacorrenteno período designado como IdadeMédia. Existiram os
brancos e os pretos, sendo este último a primeira forma de moeda de cobre
quesurgiu em Portugal.
46
VemàtuaBibliotecaedescobrirás muitomais…
Bibliografia e
Recursos online
CALDAS, Eugénio deCastro, (1994). Terra de Valdevez e Mo ntaria do So ajo . S/L: Verbo.
COSTA, PaulaPinto, (2014). So ajo . 500 ano s do fo ralmanuelino . ArcosdeValdevez: Câmara
Municipal deArcosdeValdevez.
MARQUES, José, (2002). Práticas paleo gráficas em Po rtugal no século XV. Po rto : Revista da
Faculdade de Letras. Dispo nívelem: http: //ler.letras.up.pt/uplo ads/ficheiro s/artigo 3501 .pdf
OLIVEIRA, César, dir. (1996). Histó ria do s Município s e do Po der Lo cal: do s finais da Idade Média
à União Euro peia. Lisboa: Temas& Debates.
REIS, António Matos. Histó ria do s Município s.
Disponível em: https://sites.google.com/site/historiadosmunicipios/.
SANTOS, MariaJoséAzevedo dos, (2009). Ler e co mpreender a escrita na Idade Média. Coimbra:
EdiçõesColibri.
47
Bibliografiae
Recursoso nline
Biblioteca Brasiliana e Guita José Mindlin.
Disponível em: http://www.brasiliana.usp.br/pt-br/dicionario/edicao/1. Contém diversos
dicionáriosqueajudam acompreender termosdo passado.
Livro dos Forais Novos de Entre Douro e Minho
Disponível em: http://digitarq.dgarq.gov.pt/details?id=4223234
Muito obrigadapelo
tempo queme
dispensaram e…
Podemosnosreencontrar …
http://alexandra-vidal-things.tumblr.com/
https://www.facebook.com/pages/Alexandra-
Vidal-Hist%C3%B3rias-
Arquivos/176472362368063
48
49
Vamoslere
compreenderos
nossosForais
como bons
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quesomos?

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Workshop arcos de valdevez e as escritas do passado

  • 1. À descoberta dos Forais do Soajo e dos Arcos de Valdevez e das escritas do passado Câmara Municipal dos Arcos de Valdevez em parceria com Alexandra Vidal vidal.alexandra@gmail.com
  • 2. Os Arquivos são um patrimónioúnicoeinsubstituíveltransmitido de uma geração a o utra. Desempenham um papel essencial no desenvolvimentodas sociedades ao co ntribuir para a co nstituição e salvaguarda da memóriaindividualecolectiva. O livreacessoao s arquivo s enriquece o co nhecimento so bre a so ciedade humana, promo ve a democracia, pro tege o s direito s do s cidadão s e aumenta a qualidade de vida. Conselho Internacional deArquivos, Declaração Universalso bre o s Arquivo s, 2010. 2 Da História Local a Património da Humanidade 2
  • 3. 1. Daraconhecer asescritasdo nosso passado; 2. Explicarasuaevolução ecaracterísticas; 3. Descobriroslocaisdeprodução dosdocumentos; 4. Conheceraprodução do pergaminho; 5. Contextualizaro reinado deD. Manuel I com osForaisManuelinos; 6. Compreendero SistemadeAbreviaturas; 7. ExperimentaraleituradosForaisdo Soajo edosArcosdeValdevez naescritadasua época. SUMÁRIO: 3
  • 5. 5 “Paleografia é a parte da Diplomática que, pelo carácter da letra em que se acham os documentos antigos, nos ensina a julgar sua idade, veracidade e ainda a determinar o território ou a nação aquepertecem” João Pedro Ribeiro (Porto, 1758-1839) PorPALEOGRAFIA compreende-se o estudo da escrita antiga, conforme a etimologia grega da palavra: paleo s (antiga) + graphein (escrita)
  • 6. ALGUNS INSTRUMENTOS DETRABALHO DO PALEÓGRAFO EDO HISTORIADOR Elucidários Álbuns Dicionários 6
  • 7. 7 Cadaescritareflectea organização dasociedadeda suaépoca, servepara espelhar assuas necessidades. Alfabeto­padrão tuscano do século XII­ as iniciais A até D
  • 8. Recriação deum texto escrito com cursiva maiúscularomanasegundo o modelo das tabuinhasdeVindolanda, Transcrição: (“Com estagrácil “caneta” osromanos decoravam astabuinhascom escrita, que apenashojeviram aluz.”). http://vindolanda.csad.ox.ac.uk/exhibition/paleo-1.shtml Algumas das escritas do Mundo Ocidental Cursiva Maiúscula Romana (ca. Século I) Capital Quadrada Monumental (Baixo Império) Inscrição queseencontranacolunadeTrajano. Ano 113-1114 d.c. 8
  • 9. Unidade gráfica do Império Romano Particularismo gráfico durante a Alta Idade Média Escritas “nacionais” Combinação danovaescritacomum com auncial, asemi- uncial ecom elementosprópriosdaevolução gráficadecadareino: França– escritamerovíngia IlhasBritânicas– escritasinsulares Itáliameridional – escritabeneventana PenínsulaIbérica - escritavisigótica 9
  • 10. Uncial Séculos III/VIIId. c. 10 Codex Alexandrinus, século V. Encontra-se no Museu Britânico, em Londres
  • 11. Escrita Visigótica Usada entre os séculos VIII / XII Acta datada de 22 de Fevereiro de 1109. Origem: Biblioteca Nacional de França, Paris 11
  • 12. Carolina Surge no final do séc. VIII e mantém-se até aos séculos XI-XII; Escrita redonda de formas simples e equilibradas, com raros nexos e letras bem separadas; Nascida da evolução das escritas merovíngia, semi- uncial e pré-carolinas; Manuscrito francês, segunda metade do século VIII 12
  • 13. Minúscula Diplomática Usadadesdefinais do séc. XI atéao séc. XIII; Letrasbem separadas, com corpo pequeno egrandes hastesecaudas; Partesuperior das hastes, por vezes, decoradacom laços; 13
  • 14. A LETRA GÓTICA O termo Gótica, criado peloshumanistas italianos, designao tipo deescritausadana Europaentreosfinaisdo século XI eo século XVI. Fonte: http://bibliotecadigital.jcyl.es/i18n/consulta/registro .cmd?id=4553 14
  • 15. Origem A escrita gótica nasceu na região anglo-normandanosfins do século XI. A escritagóticaresultou deuma profundamudançaoperadanaforma detalhar o bico da pena deave. Algumas das escritas do mundo ocidental 15
  • 16. “Entre os séculos VI e XII o acesso à cultura escrita foi limitado, praticamente, aos membros da Igreja, permanecendo analfabetas as populações leigas das cidades e dos campos.” SANTOS, MariaJoséAzevedo - Ler ecompreender aescritanaIdadeMédia. Lisboa: Colibri, 2000. 131. P. 82. 16
  • 17. Os estilos Escrita gótica cursiva Usadapelostabeliães* na elaboração corrente, do diaadia, deemprazamentos, aforamentos, cartas de foral, sentenças, testamentos, etc. * Notário ou oficial público cuja função é lavrar actos e contratos que requeiram forma e autenticidade legal e pública. Algumas das escritas do mundo ocidental 17
  • 18. GóticasLibrárias (Solenes) Própriasdemanuscritos litúrgicos. Letrasdemódulo (tamanho) grande, com formasmuito geometrizadas. Algumas das escritas do mundo ocidental 18
  • 19. EscritaHumanística SurgenaItáliano início do séc. XV, em reacção àsescritasgóticase divulgadaspor humanistascomo, Petrarca, Niccoló Niccoli e Poggio Bracciolini Escrita de Niccoló Niccoli (1364-1437) 19
  • 20. Masaondeseescrevia? No Scripto rium Palavradeorigem latinaquesignifica "lugar para a escrita” onde os livros eram copiados e iluminados (pintados). Usavam folha de ouro e raras tintas e eram manuscritosporqueeram feitosàmão. A escrita e a iluminura eram um verdadeiro trabalho de equipa de monges especializados, os monges copistas e iluminadores. Graças ao seu penoso trabalho, por vezesdeumavidainteira! O seu suporte, como vamos ver, era a pele de animal. 20
  • 21. 21 A chancelaria régia era a repartição responsável pela redacção, validação (mediante a aposição do selo régio) e expedição de todos os actos escritos da autoria do próprio Rei. Os serviços da chancelaria régia podiam também reconhecer e conferir carácter público a documentos particulares que lhe fossem submetidosparavalidação. Fonte: http://digitarq.dgarq.gov.pt/details? id=3813585 Manuscrito da Biblioteca do Arsenal, ms 5190, http://medievalwriting.50 megs.com/author1.htm Masaondeseescrevia? NaChancelariaRégia
  • 22. Equal era o suporte da escrita? O QUE É O PERGAMINHO? Peledecarneiro, cabraou vitela, submetidaaum tratamento específico paraser utilizada como suportegráfico. 22
  • 23. A palavraPERGAMINHO derivadacidadedePérgamo (actual Bergama, região do Egeu, Turquia). Pensa-se que foi nesta cidade que se aperfeiçoou o seu fabrico e se iniciou a sua produção em grandeescala, apartir do século II a.c. DEONDEVEIO O PERGAMINHO? 23
  • 24. • Lavagem em água corrente • Banho com águade cal parafacilitar a raspagem dos resíduosdegordura epêlos • Imersão em águade cal O FABRICO DO PERGAMINHO 24
  • 25. 1. Ciclosde molhagem e raspagem atéobter aespessura desejada. 2. Polimento com gesso ou pedra- pomes 3. Esticamento num bastidor parasecar ao sol O FABRICO DO PERGAMINHO 25
  • 27. O Pergaminho contém colagénio responsável pela sua elasticidade RESULTADO 27
  • 28. INSTRUMENTOS DEESCRITA A preparação para a escrita no pergaminho começavacom a marcação do corpo de texto, traçando o regramento com o auxílio de um estilete, um esquadro, umaréguaeum compasso. Esta grelha compositiva, formada por um conjunto de linhas rectas verticais e horizontais, delimitava não só a área reservada à colocação do texto (caixa de texto ), mas definia também as linhas de escrita que auxiliavam o copista na execução da sua tarefa (pautado ). 28
  • 29. Para escrever, poderia ser usado um cálamo ou uma pena. O cálamo, cana fina e rígida com a extremidade trabalhada de modo a possibilitar a escrita, é feito a partir de um caule de uma planta (p.e., do papiro). Foi usado até à Idade Média, época em que começou a ser substituído por penas de aves, que possibilitavam traçosmaisfinoseprecisos. A pena de pássaro foi o meio de escrita mais usado na Idade Média. Patos, gansos, galos, corvos e pavões são algumas das aves que poderiam fornecer penasparaescrever. INSTRUMENTOS DEESCRITA 29
  • 30. Receita de Tinta Receita descrita no Manuscrito de Pádua– Medieval and Renaissance Treatises o n the Arts o f Painting, página 67 6 . Misturar uma po rção de vinho bem fo rte co m bugalhas bem trituradas num vaso vidrado , e expõ e-se ao calo r do so l durante 8 dias, mexendo frequentemente. De seguida, separam-se as galhas do vinho , filtra-se e mistura-se o vitríolo romano, po r mais uma semana, mexendo co m frequência. De seguida, disso lve-se uma po rção de goma arábica em água de rosas, e espera-se mais o ito dias não esquecendo de mexer tudo co m o vinho . No final, usar a tinta co m um po uco de vinho fervido . 30
  • 31. INSTRUMENTOS DEESCRITA A faca ou o canivete serviam para talharas penas de ave ou os cálamos, rasparo pergaminho, alisarou apagaros erros. Fonte: http://pt.scribd.com/doc/59984155/Iluminura-Medieval-Apocalipse-do-Lorvao-e-Livro-das- Aves#scribd 31
  • 32. A LeituraNova “Entre as medidas tomadas para a organização do Arquivo Real, conta-se a elaboração das cópias dos documentos, considerados então mais importantes, numa colecção intitulada Leitura Nova, ordenada por D. Manuel I, e que teve início em 1504, com o fim de preservar os documentos cujo suporte estava demasiado danificado, ou cuja leiturajánão eraacessível.”  FONTE: http://digitarq.arquivos.pt/details? id=4223191 32
  • 33. “ O uso da Humanística Librária atingiu o ponto culminante na Leitura Nova (colecção de volumes pergamináceos)” Marques, José (2002) • Com particularidade do uso do ue do v, com 33 A LeituraNova– Escrita HumanísticaLibrária
  • 34. O Foral do Soajo eo Foral dosArcosde Valdevez 1514 1515 34
  • 35. A importânciadosForais– Contexto e compreensão Carta de Foral ( na sua origem): Diploma concedido pelo rei ou por um senhor senhor laico ou eclesiástico onde se estabeleciam regras e direitos de determinadas povoações. Diziam respeito a: - Segurança, isenção ou redução deimpostos; -Exclusão decertospagamentos; - Concessão ou reconhecimento degoverno próprio, etc. 35
  • 36. • ReformadeD. Manuel I que afirmou: “Que se façam entender”; • Reformaacargo do Chanceler- mor Rui Boto, Dr. Fernão FaçanhaeFernão dePina, escrivão; • Não são merascópiasdos ForaisAntigos; Mas foram importantes para:  Erradicar abusosdossenhores dasterras;  Acautelar osdireitosfiscaisda Coroa;  Definir espaços, etc… A importânciadosForais– Contexto e compreensão OsForaisManuelinos Reinado deD. Manuel I Período deCentralização Régia 36
  • 37. PistasparaaLeitura O português que se usava no passado é chamado de arcaico, ou seja, português antigo. Por isso, quando fazemos uma transcrição devemos respeitar e mantersempre o português da época! NOMES DEPESSOAS = JOHAM=JOÃO = PEDR’EANNES = PEDRO EANES 37
  • 38. PistasparaaLeitura Abreviaturas porsuspensão 38 Dizem-seabreviadaspor suspensão aspalavrasdasquaisnão é expressasenão a primeira parte, sendo asletrasfinaissubstituídas por um sinal deabreviatura. Hum = Um
  • 39. Abreviaturas porcontracção Dizem-seabreviadaspor contracção aspalavrasaque faltam umaou maisletras intermédias, usando-seum sinal geral deabreviaturaparao indicar. Deus PistasparaaLeitura = CHRISPTO = CRISTO 39
  • 41. Sinais que indicam os elementos que faltam na palavra abreviada. Alguns, seja qual for a letra a que se encontram sobrepostos ou ligados, têm um valor constante. quatrocentos PistasparaaLeitura Sinais abreviativos 41
  • 42. Representa-secolocando acima da letra determinante umaletraou letras, demódulo menor, correspondentes aletrasintermédiasou finaisdapalavra. PistasparaaLeitura Abreviaturas porletras sobrescritas = O QUINTO = TRIGO 42
  • 44. Letrasdo alfabeto latino usadas pelosromanosparaexprimir a quantidade: I, i = 1 V, v = 5 X, x = 10 L, l = 50 C, c = 100 D, d = 500 PistasparaaLeitura 44
  • 45. 45 Pequeno Glossário Bragal – termo que não tem apenas o sentido de tecido de linho. Podia constituir umamedidalinear = 8 varas= 8,80m. Canada – medida de capacidade para sólidos e líquidos. 1 canada = 4 quartilhosou 2 litros. Ceitil – moeda que surgiu no início da expansão portuguesa, em alusão à tomadadeCeutaem 1415. Direituras – pensões miúdas que o foreiro deveria pagar, além do foro principal. Fossadeira – imposto pelaisenção deintegrar aexpedição militar (fossado). Leira – rego queo arado abrenaterra; elevação deterraentredoissulcos. Lutuosa – imposto que se pagava pela morte de alguma pessoa. Atingia a famíliado foreiro defunto. Marrã – entende-secomo apartedo porco ou um presunto. Real – moedacorrenteno período designado como IdadeMédia. Existiram os brancos e os pretos, sendo este último a primeira forma de moeda de cobre quesurgiu em Portugal.
  • 46. 46 VemàtuaBibliotecaedescobrirás muitomais… Bibliografia e Recursos online CALDAS, Eugénio deCastro, (1994). Terra de Valdevez e Mo ntaria do So ajo . S/L: Verbo. COSTA, PaulaPinto, (2014). So ajo . 500 ano s do fo ralmanuelino . ArcosdeValdevez: Câmara Municipal deArcosdeValdevez. MARQUES, José, (2002). Práticas paleo gráficas em Po rtugal no século XV. Po rto : Revista da Faculdade de Letras. Dispo nívelem: http: //ler.letras.up.pt/uplo ads/ficheiro s/artigo 3501 .pdf OLIVEIRA, César, dir. (1996). Histó ria do s Município s e do Po der Lo cal: do s finais da Idade Média à União Euro peia. Lisboa: Temas& Debates. REIS, António Matos. Histó ria do s Município s. Disponível em: https://sites.google.com/site/historiadosmunicipios/. SANTOS, MariaJoséAzevedo dos, (2009). Ler e co mpreender a escrita na Idade Média. Coimbra: EdiçõesColibri.
  • 47. 47 Bibliografiae Recursoso nline Biblioteca Brasiliana e Guita José Mindlin. Disponível em: http://www.brasiliana.usp.br/pt-br/dicionario/edicao/1. Contém diversos dicionáriosqueajudam acompreender termosdo passado. Livro dos Forais Novos de Entre Douro e Minho Disponível em: http://digitarq.dgarq.gov.pt/details?id=4223234
  • 48. Muito obrigadapelo tempo queme dispensaram e… Podemosnosreencontrar … http://alexandra-vidal-things.tumblr.com/ https://www.facebook.com/pages/Alexandra- Vidal-Hist%C3%B3rias- Arquivos/176472362368063 48