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Onda de frio compromete produtividade de diversas culturas mais sensíveis às variações do clima
Governo recua e empresa que já administra aeroporto disputará novas licitações
Adriana Leite
DA AGÊNCIA ANHANGUERA
aleite@rac.com.br
O frio dos últimos dez dias pro-
vocou estragos no campo. Os
prejuízos ainda serão mensu-
rados, mas os consumidores
devem se preparar para altas
pontuais de preços em alguns
produtos.
Culturas como trigo, café,
hortaliças, cana de açúcar, pas-
tagens e seringais são as mais
suscetíveis aos impactos de
geadas e baixas temperaturas.
No Estado de São Paulo, im-
portantes regiões produtoras
dessas culturas enfrentaram
temperaturas que chegaram a
menos de 1ºC.
Especialistas afirmaram
que as perdas provocadas pe-
lo frio são causadas não só pe-
las geadas, mas também pela
queda da produtividade das
plantas. Em algumas culturas,
a recuperação da produção é
mais rápida, em outras leva
mais tempo.
As hortaliças são as primei-
ras a sentir o recuo na quanti-
dade produzida. Mas no próxi-
mo plantio, se as condições cli-
máticas forem favoráveis, o vo-
lume volta ao patamar normal.
Já produtos como trigo e café
podem levar mais que apenas
uma safra para recuperar o vi-
gor.
De acordo com dados do
Instituto Agronômico de Cam-
pinas (IAC), em regiões como
o Sudoeste de São Paulo, hou-
ve ocorrência de geada forte,
afetando plantações de trigo
(Vale do Paranapanema) e ca-
fé (Piraju e Sarutaiá). O cereal
que dá origem à farinha utiliza-
da na confecção de pães e ma-
carrão já sofre com a pressão
de preços. - desde o começo
deste mês, houve uma alta de
3% no custo da tonelada do tri-
go produzido no Estado do Pa-
raná.
Segundo dados do Centro
de Estudos Avançados em Eco-
nomia Aplicada (Cepea), da Es-
cola Superior de Agricultura
Luiz de Queiroz (Esalq), da
USP, o valor da tonelada do tri-
go passou de R$ 876,20 em 5
de julho para R$ 902,53 no últi-
mo dia 26. No Rio Grande do
Sul, o valor subiu de R$ 738,31
para R$ 806,80 no mesmo pe-
ríodo.
Análise técnica do Cepea
lançada na semana passada
destacou que a “geada negra”,
que atingiu plantações de tri-
go no Paraná, causa o congela-
mento da parte interna da
planta, causando sua morte.
Outro problema foi a neve em
várias regiões onde as planta-
ções estavam ainda em fase
de formação - fase especial-
mente sensível para o desen-
volvimento da lavoura. No Rio
Grande do Sul, o estágio de
produção era mais avançado
e, por isso, as plantas estavam
menos vulneráveis aos efeitos
do clima.
Frio
O pesquisador do Instituto
Agronômico (IAC), de Campi-
nas, da Secretaria de Agricultu-
ra e Abastecimento do Estado
de São Paulo, Orivaldo Bruni-
ni, afirmou que foram registra-
das temperaturas abaixo de
4ºC negativos no Estado.
“Tivemos geadas que afeta-
ram regiões produtoras de ca-
fé, trigo, viveiros de seringuei-
ras e cana de açúcar”, comen-
tou. Ele acrescentou que re-
giões nas quais predominam
as hortaliças registraram tem-
peraturas baixas que têm efei-
to no desenvolvimento das
plantas.
“Muitos produtores utili-
zam técnicas que amenizam
os impactos das baixas tempe-
raturas, como a irrigação. Mas
o frio sempre afeta várias cultu-
ras”, ressaltou. O especialista
lembrou que, em média, a ca-
da dez anos são registradas gea-
das mais fortes no Estado.
“O Outono e o Inverno des-
te ano estão atípicos, com regis-
tro de muita chuva”, lembrou.
Brunini afirmou que não está
descartada nos próximos me-
ses uma outra frente fria inten-
sa nas regiões Sul e Sudeste.
Perdas
O proprietário da Fazenda
Ituau, em Salto, Marcelo Cury
Abumussi, afirmou que mes-
mo realizando o plantio prote-
gido em estufa o frio tem refle-
xos no cultivo de hortaliças.
“As plantas não se desenvol-
vem com o mesmo vigor em
baixas temperaturas. Nessas úl-
timas semanas, tivemos chuva,
chuva de pedra e muito frio.
Outro fator ruim é que há uma
diferença muito grande entre
as mínimas e as máximas regis-
tradas num mesmo dia”, disse.
Para dar uma ideia do tama-
nho das perdas, ele contou
que, antes da última frente fria,
colhia de 30 a 40 caixas de pepi-
no por dia. Agora, só consegue
de três a quatro. “A produtivi-
dade despencou”.
Abumussi afirmou que, nes-
sas condições, os preços dos
produtos mais afetados pelo
frio, que ainda estão no mes-
mo patamar de semanas ante-
riores, vão subir.
“Mas como nessa época do
ano o consumo de hortaliças
costuma diminuir, a pressão
sobre os preços não deverá ser
muito forte. Mas virá”.
Mercado
O engenheiro agrônomo e pro-
fessor da IBE-FGV, Roberto Ho-
ffmann Palmieri, afirmou que
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impacto do frio sobre o custo
dos alimentos, mas que é certo
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ras mais sensíveis às baixas
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“Lavouras como café e trigo
sofrem as perdas em mais de
uma safra. O frio também pre-
judicou as pastagens, o que te-
rá efeito sobre o custo do leite
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O professor da FGV disse
que para minimizar a possível
alta no campo seria necessário
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“O grande problema é que
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genciais para muitas culturas.
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gentina também está com pro-
blemas no fornecimento, o
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tados Unidos e Canadá. E com
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mais uma fonte de pressão so-
bre os preços”, analisou.
De Brasília
Para evitar o risco de o leilão
dos aeroportos do Galeão (RJ)
e Confins (MG) ser paralisado
pela Justiça, o governo recuou
e vai aceitar lances dos vence-
dores da etapa anterior, que en-
volveu os aeroportos de Guaru-
lhos, Viracopos e Brasília.
O grupo é composto princi-
palmente por fundos de pen-
são e construtoras. Eles pode-
rão, individualmente ou em
grupo, ficar com até 15% da
parte privada das novas conces-
sões, segundo o ministro-chefe
da Secretaria de Aviação Civil
(SAC), Moreira Franco.
O governo pretende enviar
o edital do leilão para análise o
Tribunal de Contas da União
(TCU) ainda esta semana. A ex-
pectativa é de que os dois aero-
portos sejam leiloados em outu-
bro. “Tenho recebido informa-
ções de que há grande interes-
se das empresas em partici-
par”, disse o ministro.
A regra que impedia a parti-
cipação dos vencedores do lei-
lão anterior era uma das inova-
ções do presente edital. O go-
verno queria barrá-los para im-
pedir um “monopólio priva-
do”, como informou o próprio
Moreira Franco quando o pri-
meiro esboço das regras do lei-
lão foi divulgado, no final de
maio.
Porém, diante do risco de ju-
dicialização, a Advocacia-Geral
da União (AGU) foi acionada e
agora trabalha num ajuste do
edital. Moreira Franco avalia
que o limite de 15% para a par-
ticipação dessas empresas será
suficiente para garantir a con-
corrência.
Ele ressaltou que as empre-
sas poderão ter até 15% da par-
te privada das concessões, que
é 51% do total. Os outros 49% fi-
cam com a Infraero.
Segundo a área técnica, os
empreendedores que já estão
em Guarulhos, Viracopos e Bra-
sília queriam participar do lei-
lão para montar redes de aero-
portos sob sua administração,
o que daria vantagem na estru-
turação de seus negócios.
Por outro lado, o governo
não atendeu à reivindicação
dos potenciais interessados de
elevar a Taxa Interna de Retor-
no (TIR) de 6% para 9%, como
havia revelado a ministra-chefe
da Casa Civil, Gleisi Hoffmann
no último sábado.
As empresas alegam que pre-
cisam dessa TIR mais alta para
igualar seus ganhos aos dos
vencedores da etapa ante-
rior. Embora os estudos que
servem de base aos contra-
tos de concessão de Guaru-
lhos, Viracopos e Brasília in-
diquem uma TIR de 6%, os
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que o ganho dos concessio-
nários subiu depois que o go-
verno aceitou parcelar a ou-
torga.
O governo não abriu
mão, porém, de exigir a pre-
sença, nos consórcios vence-
dores, de um operador inter-
nacional que tenha adminis-
trado aeroporto com movi-
mento mínimo de 35 mi-
lhões de passageiros por
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A intenção é atrair tecno-
logia na gestão aeroportuá-
ria, a ser entregue à Infraero
que, por sua vez, utilizará a
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portos do País. O fato de ope-
radores internacionais pe-
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As estimativas apontam
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Mantega solicita ao
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Temperatura menor, preço maior
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CAMPO ||| PROBLEMAS
Os agricultores Moises Francisco da Silva e Maria Bratel em plantação de hortaliças na região rural de Nova Aparecida: frio atrapalha
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bruta brasileira. Pelos critérios
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rio corrente distorce a estimati-
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tuação fiscal brasileira.
Mantega explica, na carta,
que a metodologia de apura-
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o Banco Central está proibido
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souro Nacional. No final de
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Temperatura menor, preço maior

  • 1. 19 Onda de frio compromete produtividade de diversas culturas mais sensíveis às variações do clima Governo recua e empresa que já administra aeroporto disputará novas licitações Adriana Leite DA AGÊNCIA ANHANGUERA aleite@rac.com.br O frio dos últimos dez dias pro- vocou estragos no campo. Os prejuízos ainda serão mensu- rados, mas os consumidores devem se preparar para altas pontuais de preços em alguns produtos. Culturas como trigo, café, hortaliças, cana de açúcar, pas- tagens e seringais são as mais suscetíveis aos impactos de geadas e baixas temperaturas. No Estado de São Paulo, im- portantes regiões produtoras dessas culturas enfrentaram temperaturas que chegaram a menos de 1ºC. Especialistas afirmaram que as perdas provocadas pe- lo frio são causadas não só pe- las geadas, mas também pela queda da produtividade das plantas. Em algumas culturas, a recuperação da produção é mais rápida, em outras leva mais tempo. As hortaliças são as primei- ras a sentir o recuo na quanti- dade produzida. Mas no próxi- mo plantio, se as condições cli- máticas forem favoráveis, o vo- lume volta ao patamar normal. Já produtos como trigo e café podem levar mais que apenas uma safra para recuperar o vi- gor. De acordo com dados do Instituto Agronômico de Cam- pinas (IAC), em regiões como o Sudoeste de São Paulo, hou- ve ocorrência de geada forte, afetando plantações de trigo (Vale do Paranapanema) e ca- fé (Piraju e Sarutaiá). O cereal que dá origem à farinha utiliza- da na confecção de pães e ma- carrão já sofre com a pressão de preços. - desde o começo deste mês, houve uma alta de 3% no custo da tonelada do tri- go produzido no Estado do Pa- raná. Segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Eco- nomia Aplicada (Cepea), da Es- cola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da USP, o valor da tonelada do tri- go passou de R$ 876,20 em 5 de julho para R$ 902,53 no últi- mo dia 26. No Rio Grande do Sul, o valor subiu de R$ 738,31 para R$ 806,80 no mesmo pe- ríodo. Análise técnica do Cepea lançada na semana passada destacou que a “geada negra”, que atingiu plantações de tri- go no Paraná, causa o congela- mento da parte interna da planta, causando sua morte. Outro problema foi a neve em várias regiões onde as planta- ções estavam ainda em fase de formação - fase especial- mente sensível para o desen- volvimento da lavoura. No Rio Grande do Sul, o estágio de produção era mais avançado e, por isso, as plantas estavam menos vulneráveis aos efeitos do clima. Frio O pesquisador do Instituto Agronômico (IAC), de Campi- nas, da Secretaria de Agricultu- ra e Abastecimento do Estado de São Paulo, Orivaldo Bruni- ni, afirmou que foram registra- das temperaturas abaixo de 4ºC negativos no Estado. “Tivemos geadas que afeta- ram regiões produtoras de ca- fé, trigo, viveiros de seringuei- ras e cana de açúcar”, comen- tou. Ele acrescentou que re- giões nas quais predominam as hortaliças registraram tem- peraturas baixas que têm efei- to no desenvolvimento das plantas. “Muitos produtores utili- zam técnicas que amenizam os impactos das baixas tempe- raturas, como a irrigação. Mas o frio sempre afeta várias cultu- ras”, ressaltou. O especialista lembrou que, em média, a ca- da dez anos são registradas gea- das mais fortes no Estado. “O Outono e o Inverno des- te ano estão atípicos, com regis- tro de muita chuva”, lembrou. Brunini afirmou que não está descartada nos próximos me- ses uma outra frente fria inten- sa nas regiões Sul e Sudeste. Perdas O proprietário da Fazenda Ituau, em Salto, Marcelo Cury Abumussi, afirmou que mes- mo realizando o plantio prote- gido em estufa o frio tem refle- xos no cultivo de hortaliças. “As plantas não se desenvol- vem com o mesmo vigor em baixas temperaturas. Nessas úl- timas semanas, tivemos chuva, chuva de pedra e muito frio. Outro fator ruim é que há uma diferença muito grande entre as mínimas e as máximas regis- tradas num mesmo dia”, disse. Para dar uma ideia do tama- nho das perdas, ele contou que, antes da última frente fria, colhia de 30 a 40 caixas de pepi- no por dia. Agora, só consegue de três a quatro. “A produtivi- dade despencou”. Abumussi afirmou que, nes- sas condições, os preços dos produtos mais afetados pelo frio, que ainda estão no mes- mo patamar de semanas ante- riores, vão subir. “Mas como nessa época do ano o consumo de hortaliças costuma diminuir, a pressão sobre os preços não deverá ser muito forte. Mas virá”. Mercado O engenheiro agrônomo e pro- fessor da IBE-FGV, Roberto Ho- ffmann Palmieri, afirmou que ainda não é possível avaliar o impacto do frio sobre o custo dos alimentos, mas que é certo que haverá uma alta nas cultu- ras mais sensíveis às baixas temperaturas. “Lavouras como café e trigo sofrem as perdas em mais de uma safra. O frio também pre- judicou as pastagens, o que te- rá efeito sobre o custo do leite e da carne”, comentou. O professor da FGV disse que para minimizar a possível alta no campo seria necessário que o governo tivesse estoques regulatórios para colocar no mercado em momentos de es- cassez. “O grande problema é que o Brasil não tem planos emer- genciais para muitas culturas. O trigo é uma delas. Como a Ar- gentina também está com pro- blemas no fornecimento, o País deve importar mais dos Es- tados Unidos e Canadá. E com o dólar em alta, isso vai ser mais uma fonte de pressão so- bre os preços”, analisou. De Brasília Para evitar o risco de o leilão dos aeroportos do Galeão (RJ) e Confins (MG) ser paralisado pela Justiça, o governo recuou e vai aceitar lances dos vence- dores da etapa anterior, que en- volveu os aeroportos de Guaru- lhos, Viracopos e Brasília. O grupo é composto princi- palmente por fundos de pen- são e construtoras. Eles pode- rão, individualmente ou em grupo, ficar com até 15% da parte privada das novas conces- sões, segundo o ministro-chefe da Secretaria de Aviação Civil (SAC), Moreira Franco. O governo pretende enviar o edital do leilão para análise o Tribunal de Contas da União (TCU) ainda esta semana. A ex- pectativa é de que os dois aero- portos sejam leiloados em outu- bro. “Tenho recebido informa- ções de que há grande interes- se das empresas em partici- par”, disse o ministro. A regra que impedia a parti- cipação dos vencedores do lei- lão anterior era uma das inova- ções do presente edital. O go- verno queria barrá-los para im- pedir um “monopólio priva- do”, como informou o próprio Moreira Franco quando o pri- meiro esboço das regras do lei- lão foi divulgado, no final de maio. Porém, diante do risco de ju- dicialização, a Advocacia-Geral da União (AGU) foi acionada e agora trabalha num ajuste do edital. Moreira Franco avalia que o limite de 15% para a par- ticipação dessas empresas será suficiente para garantir a con- corrência. Ele ressaltou que as empre- sas poderão ter até 15% da par- te privada das concessões, que é 51% do total. Os outros 49% fi- cam com a Infraero. Segundo a área técnica, os empreendedores que já estão em Guarulhos, Viracopos e Bra- sília queriam participar do lei- lão para montar redes de aero- portos sob sua administração, o que daria vantagem na estru- turação de seus negócios. Por outro lado, o governo não atendeu à reivindicação dos potenciais interessados de elevar a Taxa Interna de Retor- no (TIR) de 6% para 9%, como havia revelado a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann no último sábado. As empresas alegam que pre- cisam dessa TIR mais alta para igualar seus ganhos aos dos vencedores da etapa ante- rior. Embora os estudos que servem de base aos contra- tos de concessão de Guaru- lhos, Viracopos e Brasília in- diquem uma TIR de 6%, os empreendedores alegam que o ganho dos concessio- nários subiu depois que o go- verno aceitou parcelar a ou- torga. O governo não abriu mão, porém, de exigir a pre- sença, nos consórcios vence- dores, de um operador inter- nacional que tenha adminis- trado aeroporto com movi- mento mínimo de 35 mi- lhões de passageiros por ano. A intenção é atrair tecno- logia na gestão aeroportuá- ria, a ser entregue à Infraero que, por sua vez, utilizará a experiência em outros aero- portos do País. O fato de ope- radores internacionais pe- quenos estarem entre os ven- cedores da etapa anterior foi uma frustração para o gover- no. As estimativas apontam para investimentos de R$ 8,7 bilhões nos dois aeroportos. No leilão, será considerado vencedor quem oferecer o maior lance acima do valor mínimo da outorga. As con- cessões serão de 25 e 30 anos, respectivamente. (Da Agência Estado) Mantega solicita ao FMI alteração em cálculo da dívida Temperatura menor, preço maior Relação “real” seria de 58,7% do PIB, e não de 68% como indica o órgão CAMPO ||| PROBLEMAS Os agricultores Moises Francisco da Silva e Maria Bratel em plantação de hortaliças na região rural de Nova Aparecida: frio atrapalha Carlos Sousa Ramos/AAN Divulgação Vencedores podem entrar na briga De Brasília O ministro da Fazenda, Guido Mantega, enviou correspondên- cia este mês à diretora-gerente do Fundo Monetário Interna- cional (FMI), Christine Lagar- de, pedindo alteração na meto- dologia de cálculo da dívida bruta brasileira. Pelos critérios oficiais do País, a dívida fechou 2012 em 58,7% do Produto In- terno Bruto (PIB). Mas, nas con- tas do organismo multilateral, chega a 68% do PIB. “O governo brasileiro enten- de que critérios padronizados para estatísticas nacionais são importantes para o FMI”, diz a carta. “Porém, dado que o crité- rio corrente distorce a estimati- va da dívida bruta brasileira, so- licitamos a revisão da metodo- logia”. Em outro trecho, o docu- mento afirma que os dados do FMI estão “substancialmente superestimados” e que isso pre- judica a percepção sobre a si- tuação fiscal brasileira. Mantega explica, na carta, que a metodologia de apura- ção da dívida bruta foi alterada em 2008 para dar um retrato mais fiel sobre a situação das contas nacionais. Ele informa que, desde 2000, por causa da Lei de Responsabilidade Fiscal, o Banco Central está proibido de emitir títulos. Porém, possui em carteira um volume eleva- do de papéis emitidos pelo Te- souro Nacional. No final de 2012, somava 20,6% do PIB. Diferente do FMI, que consi- dera todos os papéis emitidos pelo Tesouro como dívida bru- ta, o governo brasileiro só conta- biliza como endividamento a parcela dos títulos que são utili- zados em operações compro- missadas, “dado que esse valor é associado à dívida do Tesouro Nacional em poder do público”. Essas operações são realiza- das pelo Banco Central com o objetivo de retirar o excesso de liquidez do mercado. A parcela correspondia a 11,9% do PIB em dezembro de 2012. Os de- mais papéis, explica a carta, es- tão em carteira por razões “me- ramente técnicas” e “não inter- ferem nas condições de merca- do da dívida pública em nenhu- ma circunstância”, uma vez que não têm natureza fiscal e não criam riscos de refinancia- mento. (Da Agência Estado) CONTAS ||| EXTERNAS RELIGIÃO foi a alta do custo do litro de leite no produtor no comparativo de junho de 2012 e o mesmo mês deste ano O papa Francisco abre as portas da Igreja aos gays e condena discriminação. PÁGINA B4 Trigo, café, hortaliças e cana estão entre as mais afetadas Terminal do Galeão, no Rio: na lista das próximas privatizações AEROPORTOS ||| LEILÃO POR CENTO + digital CORREIO POPULARCampinas, terça-feira, 30 de julho de 2013