O documento discute como as marcas usam influenciadores digitais para se posicionar de forma mais próxima e discreta ao público. As publicidades são mascaradas como conteúdo orgânico nas redes sociais para associar produtos ao estilo de vida dos influenciadores e induzir o consumidor a comprar sem perceber inicialmente que se trata de publicidade. No entanto, o uso excessivo de táticas sutis pode desencadear uma sociedade ainda mais consumista.
Influenciadores digitais e seu impacto nas decisões de consumo
Publicidade inconsciente nas mídias digitais
1. Com base nas pesquisas sobre Marketing,
podemos dizer que o consumidor procura por marcas
que demonstram posicionamentos e que estão mais
conectadas aos meios digitais. Ao reforçarmos que o
marketing e a publicidade andam de mãos dadas, é
natural afirmar que a publicidade também vem se
agasalhando dessas tendências e exibindo em suas
peças uma comunicação mais posicionada com o
público. Com a ajuda das tecnologias digitais, as
campanhas publicitárias estão se tornando cada vez
mais discretas e inconscientes e, por isso, devemos dar
uma atenção maior a elas e ao grau das suas induções.
O neuromarketing traz como seu objetivo
entender o comportamento do consumidor e o que o
leva a escolher uma marca. É importante reafirmarmos
que o cérebro, desejo e comportamento do
consumidor são pilares delicados e que precisam ser
estudados e conquistados com respeito e ética. É por
isso que precisamos reforçar ainda mais os cuidados
com as mídias digitais, pois dentro delas temos uma
avalanche de informações que proliferam com a
mesma velocidade com que são criadas. A internet é
um meio barato e que consegue alcançar mais
pessoas do que outras mídias. Hoje em dia é quase
impossível dissociar o que é publicidade e o que é
conteúdo, pois existe uma linha tênue entre eles. Por
esse motivo foi preciso regulamentar a publicidade na
internet, os anúncios pagos precisam vir com uma
mensagem de identificação. Mas, o aviso de
“patrocínio” é indiferente para o usuário que é exposto
todos os dias a esses conteúdos. A vacina da
regulamentação não faz mais efeito no usuário que
convive na sociedade consumista. Diferente de anos
atrás que o público se influenciava por marcas que
patrocinavam famosos, hoje, o público procura algo
real e mais próximo dele. E por isso influenciadores são
os mais cotados para divulgar marcas, serviços e
produtos, pois estão mais próximos do público que a
empresa deseja atingir. As fotos em suas redes sociais,
exibem conteúdos patrocinados de forma delicada em
que o público não consegue perceber ao primeiro
momento que se trata de uma publicidade.
Os produtos não são mais exibidos com o
mesmo discurso de compra, mas continuam
ganhando destaque nas fotos em que aparecem. A
estratégia serve para associar o produto com o estilo
de vida da pessoa que o possui, ou seja, a ideia é
canalizada no consumidor até ele “perceber” que para
desfrutarde umavidaigual à do influenciadoré preciso
ter o que ele tem, pois como se tratam de figuras não
tão famosas (ou seja, mais próximas da realidade do
usuário) e que possuem total confiança de seus
seguidores.
Em suma, podemos dizer que o
neuromarketing e o digital são poderosas ferramentas
para entender melhor a sociedade. Mas, assim como o
martelo é importante para golpear o prego, se não
manuseado corretamente pode machucar um dedo. E
toda essa grandeza precisa ser trabalhada de uma
maneira mais limpa e transparente, pois o uso
constante de figuras públicas e as publicidades
mascaradas como conteúdos podem desencadear
uma sociedade mais consumista e irrefreável do que
essa que já conhecemos.