2. Kalecki
• Recebe influência de Marx e Keynes,
• preocupado em entender a dinâmica econômica:
desemprego, distribuição de renda → como as
economias capitalistas crescem? Quais as causas
das oscilações cíclicas nestas economias? Por que
elas crescem de maneira cíclica?
• Princípio da demanda efetiva
• Duas diferenças com Keynes: longo prazo e
classes sociais
3. Ou seja, importa saber como a produção se comporta ao longo
do tempo: tendência crescente, movimento cíclico (dinâmica) e
o nível de produção periódico (estática)
4. Kalecki
• Determinação dos Lucros, Salários e Renda Nacional: considera duas classes
sociais – capitalistas e trabalhadores
• DI = bens de capital
DII = bens de consumo para capitalistas
DIII = bens de consumo para trabalhadores
Lucros totais
Salários totais
renda
nacional
renda nacional
Trabalhadores gastam toda renda em consumo – W = Cw
Se P + W = I + Cc + W , então P = I + Cc
Capitalistas ganham o que gastam
Assim, não será somente o gasto com investimento que determina o crescimento.
DI DII DIII
P1
W1
P2
W2
P3
W3
P
W
I Cc Cw Y
5. Kalecki
Salários e Lucros
• Visão clássica – maiores salários < lucros, porém (capacidade
ociosa):
Se os salários aumentarem, os lucros em DIII (P3) aumentarão na
proporção de W1 + W2 e cairão em DI e DII na mesma proporção =
transferência de renda de I e II para III (143)
DIII aumentará suas encomendas a DI e todos se beneficiarão
• Se a produção de DIII depende do volume dos salários (supondo
poupança = 0) quanto > volume de salários > produção em DIII;
Se o volume dos salários depende da produção e a produção de DIII
depende do volume dos salários, a elevação do volume de
empregos e salários em DIII dependem do crescimento da
produção em DI e DII, portanto, o volume total de salários é
determinado também pelo investimento e consumo dos
capitalistas.
6. Kalecki
• RENDA NACIONAL E DETERMINANTES DO LUCRO:
considerando governo e comércio exterior:
• Y = I + Cc + Cw + EX + G
• G = déficit orçamentário e não interessa utilizá-lo para
eliminar o desemprego, pois (1) aumenta poder de
barganha dos trabalhadores e (2) diminui o poder
decisório dos capitalistas
• Determinantes do Investimento:
-taxa de juros de curto ( r depende do volume de
transações) e longo prazo (i projeções) geralmente i > r
- patrimônio líquido
- decisão de investir?
7. Kalecki
* capital fixo – poupança (reservas e poupança
dos capitalistas) e da variação da taxa de juros e
negativamente do estoque de capital (? 148/149)
* estoque de capital – porque investem mesmo
havendo capacidade ociosa? (150)
• Determinantes do Consumo
• Cw – próximo ao nível de subsistência, depende de
sua organização política
• Cc = A + qP (lucros passados), considera-se que qP< 1,
portanto o consumo tem menor peso no crescimento
da renda e do lucro
8. Kalecki
• Determinante do saldo das exportações:
Política de restrições – pode conduzir a recessão
Política cambial – inflação e protecionismo
Colonialismo
• Determinantes do déficit orçamentário
Deve ser solidária ao processo da livre empresa, nunca concorrente
• Países Subdesenvolvidos – problemas institucionais e políticos
subutilização da força de trabalho (problema de oferta), necessidade
de investimento em capital fixo:
I. Desinteresse do investimento privado
II. Deficiência de recursos
III. Se i e ii forem resolvidos, pode haver problema de abastecimento
• Planejamento.
9. Kalecki
• Socialismo x capitalismo
• Capacidade ociosa e desemprego revelam a
irracionalidade do sistema, de acordo com Kalecki
• Defende que o planejamento é a melhor solução,
apesar dos riscos defende a democratização das
decisões e inclusão social
• Nas economias socialistas como direcionar o
investimento? Consumo ou investimento? Se o
objetivo for ampliar a renda, deve ser em bens de
investimento.
10. Luta de classe e distribuição da renda
nacional
I – questão: elevação dos salários → ↓ lucros na
mesma importância?
- trabalhadores gastam toda renda em DIII
- capitalistas decidem gastos antes do ↑ salarial
- lei de Say
• ↑ geral dos salários → ↑ consumo em DIII = α (w¹ +
w²) e ↑ lucros em DIII = α (w¹ + w²) {ou ↑ oferta ou
preços}
• Em DI e DII → ↑ dos salários = α (w¹ + w²) → ↓
lucros = α (w¹ + w²)
• Portanto: não há distribuição de renda no curtíssimo
prazo
11. Luta de classe e distribuição da renda
nacional
II – questão: o que ocorre aos preços dos bens
de DI e DII?
- considerando a hipótese da concorrência
perfeita, no curtíssimo prazo, não se alteram,
mas no curto período subsequente: ↑ dos
salários = α (w¹ + w²) → ↑ preços (custo de
produção de DI e DII) na mesma proporção.
12. Luta de classe e distribuição da
renda nacional
III – considerando a concorrência imperfeita:
Preços = u { 1 + f ( pp )
p
• Se ↑ salários = 1 + α vezes → ↑ u e se não se
alterar a f → ↑ preços.
• Havendo sindicatos fortes: ↑ salários, se não
mexer em f → ↑ preços → nova pressão sindical
→ ↑ salários, se não mexer em f → ↑ preços →
nova pressão sindical ... até preços se tornarem
pouco competitivos → empresas ↑ salários e ↓ f
mantendo os preços → assim há distribuição de
renda de lucros para salários.
13. Luta de classe e distribuição da
renda nacional
• Fator contrabalançador negativo:
- como preços não são estáveis, é possível
repassar aos consumidores;
- f podem voltar as posições antigas se ↑
produtividade do trabalho.
• Fator contrabalançador positivo - como há
capacidade ociosa:
- se ↑ salarial refletindo o poder sindical → ↑
consumo em DIII → ↑ produção em DIII → ↑
emprego em DIII → ↑ montante dos salários + do
que as taxas de salários.
14. Luta de classe e distribuição da
renda nacional
• Outras ações que garantiriam a distribuição de
renda:
- congelamento de preços;
- subsídios à produção dos bens de primeira
necessidade com tributação sobre os lucros
15. Referências
• ARAÚJO, CARLOS ROBERTO VIEIRA (1995).
História do Pensamento Econômico - Uma
abordagem introdutória. SP, Ed. Atlas
• KALECKI, MICHAL (1980). Crescimento e Ciclo
das Economias Capitalistas. ZAHAR Editores,
RJ, cap. 8 e 9 (pg. 71 a 101)
• COLEÇÃO OS ECONOMISTAS. Abril Cultural,
1982.