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UNIVERSIDADE ABERTA ISCED
Departamento de Ciências de Educação
Curso de Licenciatura em Ensino de Geografia
Origem dos Seres Vivos, sua distribuição e Interação com o meio
Carlota Piedade Elias Tembe: 31210450
Xai - Xai, Setembro de 2022
ii
UNIVERSIDADE ABERTA ISCED
Departamento de Ciências de Educação
Curso de Licenciatura em Ensino de Geografia
Origem dos Seres Vivos, sua distribuição e Interação com o meio
Trabalho de Campo a ser submetido na
Coordenação do Curso de Licenciatura em
Ensino de Geografia.
Tutor: Pedro Arone
Carlota Piedade Elias Tembe: 31210450
Xai – Xai, Setembro de 2022
iii
Índice
1. Introdução ..............................................................................................................................................1
1.1. Objectivos ..........................................................................................................................................1
1.1.1. Geral...............................................................................................................................................1
1.1.2. Específicos .....................................................................................................................................1
1.2. Metodologia .......................................................................................................................................1
2. Teorias sobre a origem da vida ..............................................................................................................2
2.1. Gênesis e Criacionismo......................................................................................................................2
2.2. Geração espontânea e Abiogênese .....................................................................................................2
2.3. Panspermia Cósmica ..........................................................................................................................3
2.4. Hipótese Autotrófica ..........................................................................................................................3
2.5. Hipótese Heterotrófica .......................................................................................................................4
3. Distribuição dos seres vivos no meio ambiente .....................................................................................4
4. Relações e interações ecológicas............................................................................................................6
4.1. Relações harmônicas..........................................................................................................................6
4.2. Relações Desarmônicas......................................................................................................................8
4.3. Relações Neutras................................................................................................................................9
5. Considerações finais.............................................................................................................................10
6. Referencias Bibliográficas ...................................................................................................................11
1
1. Introdução
O presente trabalho de Biogeografia versa sobre a Origem dos Seres Vivos, sua distribuição e
Interação com o meio. Biogeografia é a ciência que estuda a distribuição geográfica dos seres vivos
no espaço através do tempo, com o objetivo de entender os padrões de organização espacial dos
organismos e os processos que resultaram em tais padrões” (Gillung, 2011, p. 3).
Desde o princípio da humanidade, nós, como seres humanos, mantemos dúvidas e indagações
sobre: qual é a origem da vida? Como e quando surgiu vida nesse planeta? Estas perguntas
persistem ainda com o advento da sociedade moderna que observamos hoje, porém, diversas teorias
podem nos ajudar a compreender um pouco mais sobre a história do nosso planeta. Buscamos então
compreender as hipóteses e teorias formuladas que indicam os elementos da formação do planeta,
assim como a origem da vida dos seres que nele habitam, sob uma óptica analista.
1.1.Objectivos
1.1.1. Geral
 Analisar a Origem dos Seres Vivos, sua distribuição e Interação com o meio
1.1.2. Específicos
 Descrever as principais teorias sobre a origem da vida;
 Caracterizar as relações e interações ecológicas entre os seres vivos;
 Descrever a distribuição dos seres vivos no planeta.
1.2.Metodologia
Para a realização do presente trabalho recorreu – se à pesquisa bibliográfica.
Segundo Gil (1999, p. 39), este procedimento técnico serve para sustentar teoricamente o estudo
recorrendo à consulta de “livros de leitura corrente, livros de referência e publicações periódicas”.
Portanto, a pesquisa bibliográfica auxiliou, especificamente na identificação, análise e
compreensão de dados úteis para o desenvolvimento do trabalho, mediante a consulta de livros.
2
2. Teorias sobre a origem da vida
2.1.Gênesis e Criacionismo
Paralelo à teoria de criação do universo, fora formulada através do criacionismo a hipótese do
Gênesis, que sustentava que toda forma de vida no planeta fora criada por uma entidade divina que
a regulava. Esta hipótese perdurou por muitos anos na história da humanidade em paralelo com os
fundamentos da origem do universo do criacionismo, por meio de obras de cunho religioso, como
a Bíblia, o Alcorão, Vedas e demais obras designadas como livros sagrados. Podemos observar os
registros da hipótese do Gênesis ao observarmos os segmentos históricos e religiosos de diferentes
civilizações e culturas. Em diversos momentos da humanidade essa teoria se apresenta como um
princípio racional para a concepção da formação do planeta e da vida presente neste.
2.2.Geração espontânea e Abiogênese
Segundo (Zaia, 2003), dentre as diversas formuladas, a doutrina da geração espontânea, também
conhecida como abiogénese, durante muito tempo foi utilizada para explicar a origem de seres
vivos, para seus defensores, diversos filósofos, pensadores e cientistas, a vida originou-se a partir
de uma força presente na matéria inanimada.
De modo a não apoiar a hipótese do criacionismo na íntegra, os gregos acreditavam que não haveria
a necessidade de uma intervenção divina para a regulação da vida. Aristóteles (384 a.C. – 322 a.C.)
elaborou uma teoria que se pautava nesta ideia, considerando que a vida era o resultado da ação de
um agente externo sobre uma matéria inanimada, na qual se formaria a vida. (Wilkins, 2004).
Esta teoria passou a ser reconhecida como Geração espontânea, na qual não haveria
necessariamente a relação de uma entidade divina na formação da vida, mas sim seria resultado de
um fenômeno natural. Após muito tempo, a Igreja Católica foi conivente com a teoria da geração
espontânea de Aristóteles, inclusive difundindo-a ao passar dos anos, até ser contestada na Idade
Moderna. Existem ainda relatos históricos sobre a teoria da geração espontânea, tal qual espécies
de receitas para a criação natural de vida.
3
2.3.Panspermia Cósmica
Esta teoria teve sua origem na antiguidade com as hipóteses do grego Anaxágoras (499 a.C. – 428
a.C.), que afirmava que a vida presente na Terra teria sido trazida pelo bombardeamento de
meteoros e meteoritos que atingiram nosso planeta. Por mais controversa que esta teoria possa se
apresentar aos nossos olhos, alguns cientistas a têm como fundamento inicial para a explicação da
origem da vida. Tais ideias foram resgatadas no século XIX por Hermman von Helmholtz (1821-
1894), alegando a possibilidade circunstancial de que determinados elementos e organismos
essenciais para origem da vida tenham sido trazidos ao planeta através da queda de meteoros e
meteoritos.
A Panspermia considera que a vida na Terra se originou de seres vivos ou substâncias precursoras
de vida provenientes de outros locais do cosmo. Esta ideia voltou a ganhar força nos últimos anos,
com a descoberta de que o espaço interestelar não é um ambiente tão hostil à vida como se pensava
anteriormente (Amabis & Martho, 2006, p. 13).
Esta teoria, também conhecida como “sementes da vida”, ganhou determinado destaque através da
difusão da comunidade científica clássica pelos trabalhos de filósofos e cientistas como Richter
(1865) e Lord Kelvin (1871), fazendo com que a teoria se estruturasse como um modelo para a
explicação da problemática.
De modo geral, a Panspermia Cósmica trouxe contribuições significantes para o alicerce e
desenvolvimento de novas ideias e teorias, porém, ainda apresenta uma série de lacunas e dúvidas
quanto ao transporte desses componentes químicos ou bióticos para o nosso planeta, fazendo com
que a teoria da Panspermia não seja adotada como um modelo sobre a origem da vida na Terra.
2.4.Hipótese Autotrófica
Esta hipótese se baseia na ideia de que os primeiros organismos que se formaram no planeta fossem
seres autótrofos, ou seja, produziriam o próprio alimento para a manutenção de suas vidas. Em
paralelo com a hipótese heterotrófica, a hipótese autotrófica se apresenta como uma das principais
correntes de pensamento quando pensamos na origem e manutenção da vida em nosso planeta.
4
Os defensores desta teoria utilizam como elemento principal de apoio a análise de seres primitivos
conhecidos como quimiolitoautotróficos.
Desmembrando a tipologia textual da palavra, são os seres que produzem seu alimento através de
reações químicas inorgânicas das rochas. Estes organismos primitivos teriam como princípio de
energia a matéria química disposta na Terra no período pré-cambriano. (Amabis & Martho, 2006,
p. 16).
Uma possibilidade é que estes seres utilizassem compostos de ferro e enxofre (como, por exemplo,
FeS e H2S) provavelmente abundantes na Terra primitiva. Esta ideia tem – se consolidado graças
à descoberta de microrganismos que vivem em ambientes inóspitos, como fontes de água quente e
vulcões submarinos, obtendo energia a partir de reações químicas como a mostrada a seguir: FeS
+ H2S → FeS2 + H2 + ENERGIA (Amabis & Martho, 2006, p. 16).
Sendo assim, a primeira suposição da Teoria Autotrófica relata que estes microrganismos
produziriam seu próprio alimento e teriam surgido através de reações químicas e bióticas ainda não
conhecidas. Outro ponto que podemos destacar acerca desta hipótese é a relação evolutiva destes
seres, uma vez que hoje temos ideia de que existem diversos tipos de bactérias, considerados
organismos simples unicelulares, que realizam o processo autotrófico para a obtenção de energia.
2.5.Hipótese Heterotrófica
Esta hipótese tem como princípio a ideia de que as primeiras formas de vida se dividiam entre seres
autótrofos, que produziam seu próprio alimento, e seres heterotróficos, que não conseguem
produzir seu próprio alimento, buscando assim meios para a obtenção de energia através de outras
matérias orgânicas presentes no ambiente.
O que fundamenta a origem destes seres é a hipótese de que estes organismos eram menos
complexos, tendo assim a necessidade de acesso à energia através de elementos orgânicos por um
processo semelhante à fermentação (Amabis & Martho, 2006, p. 14).
3. Distribuição dos seres vivos no meio ambiente
Segundo Araújo (2006), o estabelecimento e a comparação das áreas evidenciam certas
correspondências na distribuição geográfica dos seres vivos, mas na realidade duas áreas nunca são
5
exactamente superpostas, é possível conhecer grupos de táxons de localização geográfica idêntica,
ou endémica de uma mesma região do globo, tal conjunto de táxons permite definir territórios
floristicos e faunísticos, cuja hierarquia está baseada no nível de endemismo ao que correspondem,
assim podemos distinguir os impérios, caracterizados por endemismos de ordens e família e género,
Portanto as regiões se subdividem em domínios, estes em sectores, e estes em distritos cujos táxons
endémicos se situam, respectivamente, em nível de género, da espécie e da subespécie.
Com forme Franco (1983), os factores que estabelecem os limites entre as distribuições das
espécies são do tipo abióticos (temperatura, precipitação, disponibilidade de luz, tipo de solo,
acidentes topográfico) e bióticos (competência, depredação, capacidade de dispersão).
Para o estabelecimento dos limites enfrentamos vários problemas, um deles é que as barreiras não
são universais para todos os seres, se queremos estabelecer o limite de distribuição para os peixes
de água doce no continente americano, e tomamos como barreira a capacidade de tolerar água
salgada.
Nos estudos biogeográficos há necessidade de elaboração de cartas fito e zoogeográficas ou
geocologicas, representam um recurso importante para a interpretação e compreensão do meio
ambiente, a dinâmica acelerada da ocupação de terras e da consequente organização do espaço
exige registro cartográfico, principalmente nos países tropicais em desenvolvimento, onde estes
fatos são muito importantes (Carvalho, 2013).
Para Ariza (2010), o estudo da distribuição geográfica das plantas e animais denomina-se
geografia ecológica animal e vegetal, os ecossistemas terrestres são mais influenciados por
organismos e sujeitos a flutuações ambientais muito mais do que os ecossistemas aquáticos, esses
últimos são mais afectados pelas condições da água e possuem resistência variáveis ambientais
como temperatura, por ser o ambiente físico é tão importante no controle dos ecossistemas
aquáticos, dá-se muita atenção ás características físicas do ecossistema como as correntes a
composição química da água, as interacções entre o meio ambiente físico e o organismo se incluem
na ecoclimatologia e na ecologia fisiológico.
6
4. Relações e interações ecológicas
As relações e interações ecológicas se desenvolvem em três gêneros: harmônicas, desarmônicas e
neutras. Para compreendermos estes três gêneros, iremos recorrer às explicações de Odum (1985)
sobre a simbologia de cada uma destas relações:
Teoricamente, as populações de duas espécies podem interagir segundo vias básicas que
correspondem a combinações de 0, + e-, como se segue: 00, --,++, +0, -0 e+-. Três destas
combinações (++,-- e +-) são normalmente subdivididas, assim resultando em nove importantes
interações que têm sido demonstradas (Odum, 1985, p. 338).
4.1.Relações harmônicas
a) Colônia (+) (+)
Baseia-se em uma relação entre seres vivos de uma mesma espécie ou de espécies distintas (colônia
interespecífica) que se agrupam com a finalidade de prosperar em um mesmo ambiente sem afetar
negativamente os demais indivíduos (Begon; Harper; Twosend, 2006). Um exemplo biótico desta
relação pode ser evidenciado como um dos exemplos utilizados por Amabis e Martho (2005) sobre
as algas (Volvox sp.) que se agrupam em um modelo de esfera, possibilitando assim a reprodução
no interior e a proteção de organismos externos, ocasionando também um desenvolvimento para
expansões e distribuição geográfica das espécies envolvidas.
b) Sociedade (+) (+)
Diferentemente da colônia, a sociedade é uma relação ecológica na qual seres de uma mesma
espécie desenvolvem uma protocooperação com o intuito da progressão do grupo. Na maioria dos
casos, salvo raras exceções, podemos observar a construção de uma hierarquia, em que cada
indivíduo biológico é designado para uma função na sociedade. Demonstrações deste tipo de
relação ecológica podem ser observadas através de comportamentos sociais de grupos como
abelhas, formigas, alcateias etc. Biogeograficamente, este tipo de relação ecológica é
extremamente positivo para os seres integrantes, por fornecer meios de expansão e cooperação em
determinado ambiente.
7
c) Mutualismo (+) (+)
Este tipo de interação é um dos mais expressivos pela perspectiva de factores ecológicos limitantes
dentre as relações harmônicas. A ocorrência deste tipo de interação se baseia em uma colaboração
de dois organismos de espécies distintas que não conseguem sobreviver de maneira indissociável
(Odum, 1985).
A implicância desta relação pode ser observada em dois segmentos que demonstram como se
estrutura a obrigatoriedade deste tipo de interação. Por exemplo, a relação entre abelhas e flores
pode ser relacionada como uma interação de mutualismo, uma vez que a abelha se alimenta do
néctar das flores, e, ao fazê-lo, carrega uma carga de pólens que fertilizarão outras flores, criando
assim uma relação benéfica obrigatória de interação, voltada para a alimentação e reprodução de
cada indivíduo respectivo. Outro elemento de mutualismo que podemos analisar pela óptica
biogeográfica dos fatores de limitação são os líquens.
d) Comensalismo (+) (0)
A interação do comensalismo diz respeito a uma situação na qual um ser vivo se favoreça de um
outro, sem que beneficie ou prejudique este segundo. Esta relação pode ser observada em casos
como em tubarões e os peixes rêmora (Remorina). Nesta relação observa-se que o peixe rêmora se
fixa próximo à cavidade bucal do tubarão, alimentando-se dos resíduos predados pelo tubarão. Esta
interação se apresenta benéfica para o peixe rêmora e neutra para o tubarão.
A dependência de um ser vivo para o outro não é necessariamente obrigatória para a sobrevivência,
porém, análises biogeográficas relatam que, quando fatores limitam a distribuição dos seres
neutros, é praticamente extinta a presença dos seres que se beneficiam desta relação (comensais).
e) Proto cooperação (+) (+)
Baseia-se em uma relação “[...] na qual ambas as populações são beneficiadas pela associação,
embora as relações não sejam obrigatórias” (Odum, 1985, p. 339). Esta interação é amplamente
constatada em diversos nichos ecológicos e independe de muitos fatores limitantes. Um exemplo
de protocooperação pode ser dado pela relação entre os gados e aves como o Anu (Crotophaga ani).
Neste exemplo, a ave se alimenta de parasitas presentes no gado, logo, o gado se beneficia pela
8
retirada dos parasitas e a ave pelo fácil acesso ao alimento. Este tipo de interação beneficia os dois
seres vivos relacionados, mas a ausência de obrigatoriedade não configura qualquer fator limitante
para ambos os seres, fazendo com que esta relação seja completamente circunstancial.
4.2.Relações Desarmônicas
Este gênero de relação se configura pela atribuição benéfica a um ser vivo e negativa a outro.
Elementos como a condição trófica desarmônica e alguns fatores antrópicos se inserem neste
gênero de relações ecológicas, uma vez que atuam como fatores limitantes para a distribuição de
determinados seres vivos.
a) Predatismo (+) (-)
O predatismo é uma condição extremamente observada pela análise dos organismos consumidores
secundários diante de uma cadeia alimentar. A concepção deste tipo de interação é simples, se
baseia em uma condição trófica em que um animal consome um segundo animal em uma escala
trófica. Por exemplo, os seres humanos se encontram em um alto patamar na escala trófica, fazendo
com que predem seres vivos em níveis tróficos inferiores. A repercussão ecológica e biogeográfica
desta relação diz respeito aos critérios bióticos e antrópicos para os seres envolvidos, uma vez que,
em uma condição trófica desarmônica onde haja um maior número de predadores, logo haverá uma
escassez dos organismos predados. A repercussão deste tipo de relação para os organismos
predados (-) se apresenta como negativa, pois estes não terão a possibilidade de reproduzir e se
distribuir, por conta da predação enquanto fator biótico limitante.
b) Parasitismo (+) (-)
Esta condição ocorre quando um organismo se beneficia de outro causando danos de curto e longo
prazo no hospedeiro. O parasitismo tem ocorrência em diversas espécies, sendo que os parasitas se
apresentam em diversos filos, conforme a taxonomia de Lineu. A atuação se delimita enquanto o
parasita (+) se beneficia dos nutrientes e condições de seu hospedeiro (-). Um exemplo que pode
ser relatado para esclarecer esta relação ecológica é a relação entre a lombriga (Ascaris
lumbricoide) e o ser humano. Neste caso, a lombriga é um nematelminto que, no desenvolvimento
de seu ciclo, se aloja no intestino de seu hospedeiro, no caso o ser humano, e se alimenta dos
9
nutrientes que seriam dirigidos ao hospedeiro. Sendo assim, o parasita se beneficia desta relação
causando danos ao hospedeiro.
c) Competição (-) (-)
A competição por recursos em um mesmo ambiente por seres da mesma espécie (específica) e de
espécies distintas (interespecífica) é considerada uma relação desarmônica para ambas as espécies
envolvidas, quando a exploração de um nível trófico ou de alimento é a mesma (Begon; Harper;
Twosend, 2006). A aplicabilidade desta condição é atrelada pela disponibilidade de recursos no
ambiente, sendo assim, todos os condicionantes de fatores limitantes são relevantes a esta relação
ecológica. Dentre as consequências deste tipo de relação desarmônica podemos citar a extinção de
espécies, fluxos migratórios artificiais e a dispersão de seres vivos para outras localidades.
d) Amensalismo (-) (0)
O amensalismo ocorre quando determinada espécie desenvolve alguma condição que possa inibir
diretamente outra espécie em um mesmo ambiente. As circunstâncias desta interação se apresentam
quando uma espécie inibidora (0) cria uma condição que acaba prejudicando o amensal (-) sem o
intuito. Como exemplo de uma relação de amensalismo, podemos citar o eucalipto (Eucalyptus
microtheca) e demais espécies do gênero, que, ao derrubar suas folhas, liberam uma substância que
inibe o crescimento de outras espécies vegetais ao entorno.
4.3.Relações Neutras
Tal qual o nome sugere, este gênero de relações entre os seres vivos é o menos expressivo no que
diz respeito aos fatores limitantes e impactos oriundos das interações bióticas. A concordância
simbológica deste tipo de relação se refere a (0) (0), ou seja, “Nenhuma das populações é afetada
pela associação a outra” (ODUM, 1985, p. 338). Sendo assim, ainda que inexpressivo no que diz
respeito à limitância entre os seres vivos, este gênero de relação se baseia em uma condição
presente em muitos ambientes onde as espécies podem ou não interagir em seus nichos ecológicos
sem trazer qualquer representatividade entre as relações.
10
5. Considerações finais
A origem dos seres vivos no nosso planeta ainda é uma questão polémica segundo as teorias
criacionista e evolucionista há mais ou menos 4,6 bilhões de anos, suposta época que o planeta
terra formou em consequência da condensação de partículas oriundas de uma grande exploração
no cosmo, estaria a terra sob fortes condições de pressão e temperatura, nesse período não existia
uma camada de ozónio retentora de radiações, além da radiação ultravioleta, o planeta também era
frequentemente bombardeado por asteróides.
As relações e interações ecológicas se desenvolvem em três gêneros: harmônicas, desarmônicas e
neutras. Foi demonstrada, também, a aplicabilidade dos tipos de interações ecológicas sob uma
perspectiva biogeográfica da actuação dos fatores limitantes, com um amplo destaque para os
fatores bióticos e antrópicos. As relações mencionadas podem ser sinteticamente analisadas pela
simbologia referida (+, - e 0), onde cada símbolo indica os atributos positivos, negativos e neutros
para cada espécie ou população ecológica referida. Vale a pena ressaltar que estas interações são
multidirecionais, ou seja, o mesmo ser vivo que apresenta uma relação de protocooperação com
outro ser pode apresentar uma relação de predatismo com um terceiro ser vivo, conotando assim
uma dinâmica extremamente mais complexa e entrelaçada com os organismos presentes em um
mesmo nicho ecológico.
11
6. Referencias Bibliográficas
Amabis, J. M. & Martho, G. R. (1997). Breve história das ideias evolucionistas. In: Amabis, J. M.;
Martho, G. R. Biologia das populações: genética, evolução e ecologia. São Paulo:
Moderna.
Araújo, D. P. (2006). Fundamentos de Cartografia. 3 ed. Florianópolis: Editora da UFSC. Aracaju
Begon, M. & Harper, J. L. (2006). Fundamentos em ecologia. 2. ed. Porto Alegre: Artmed.
Darwin, C. (2004). A origem das espécies. São Paulo: Matin Claret.
Gillung, J.P. (2011). Biogeografia: a história da vida na Terra. Revista da Biologia, São Paulo.
Odum, E. P. (1985). Fundamentos de ecologia. Rio de Janeiro: Guanabara.
Wilkins, J. S. (2004). Spontaneous generation and the origin of life. The talkorigins archive, Apr..

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  • 1. UNIVERSIDADE ABERTA ISCED Departamento de Ciências de Educação Curso de Licenciatura em Ensino de Geografia Origem dos Seres Vivos, sua distribuição e Interação com o meio Carlota Piedade Elias Tembe: 31210450 Xai - Xai, Setembro de 2022
  • 2. ii UNIVERSIDADE ABERTA ISCED Departamento de Ciências de Educação Curso de Licenciatura em Ensino de Geografia Origem dos Seres Vivos, sua distribuição e Interação com o meio Trabalho de Campo a ser submetido na Coordenação do Curso de Licenciatura em Ensino de Geografia. Tutor: Pedro Arone Carlota Piedade Elias Tembe: 31210450 Xai – Xai, Setembro de 2022
  • 3. iii Índice 1. Introdução ..............................................................................................................................................1 1.1. Objectivos ..........................................................................................................................................1 1.1.1. Geral...............................................................................................................................................1 1.1.2. Específicos .....................................................................................................................................1 1.2. Metodologia .......................................................................................................................................1 2. Teorias sobre a origem da vida ..............................................................................................................2 2.1. Gênesis e Criacionismo......................................................................................................................2 2.2. Geração espontânea e Abiogênese .....................................................................................................2 2.3. Panspermia Cósmica ..........................................................................................................................3 2.4. Hipótese Autotrófica ..........................................................................................................................3 2.5. Hipótese Heterotrófica .......................................................................................................................4 3. Distribuição dos seres vivos no meio ambiente .....................................................................................4 4. Relações e interações ecológicas............................................................................................................6 4.1. Relações harmônicas..........................................................................................................................6 4.2. Relações Desarmônicas......................................................................................................................8 4.3. Relações Neutras................................................................................................................................9 5. Considerações finais.............................................................................................................................10 6. Referencias Bibliográficas ...................................................................................................................11
  • 4. 1 1. Introdução O presente trabalho de Biogeografia versa sobre a Origem dos Seres Vivos, sua distribuição e Interação com o meio. Biogeografia é a ciência que estuda a distribuição geográfica dos seres vivos no espaço através do tempo, com o objetivo de entender os padrões de organização espacial dos organismos e os processos que resultaram em tais padrões” (Gillung, 2011, p. 3). Desde o princípio da humanidade, nós, como seres humanos, mantemos dúvidas e indagações sobre: qual é a origem da vida? Como e quando surgiu vida nesse planeta? Estas perguntas persistem ainda com o advento da sociedade moderna que observamos hoje, porém, diversas teorias podem nos ajudar a compreender um pouco mais sobre a história do nosso planeta. Buscamos então compreender as hipóteses e teorias formuladas que indicam os elementos da formação do planeta, assim como a origem da vida dos seres que nele habitam, sob uma óptica analista. 1.1.Objectivos 1.1.1. Geral  Analisar a Origem dos Seres Vivos, sua distribuição e Interação com o meio 1.1.2. Específicos  Descrever as principais teorias sobre a origem da vida;  Caracterizar as relações e interações ecológicas entre os seres vivos;  Descrever a distribuição dos seres vivos no planeta. 1.2.Metodologia Para a realização do presente trabalho recorreu – se à pesquisa bibliográfica. Segundo Gil (1999, p. 39), este procedimento técnico serve para sustentar teoricamente o estudo recorrendo à consulta de “livros de leitura corrente, livros de referência e publicações periódicas”. Portanto, a pesquisa bibliográfica auxiliou, especificamente na identificação, análise e compreensão de dados úteis para o desenvolvimento do trabalho, mediante a consulta de livros.
  • 5. 2 2. Teorias sobre a origem da vida 2.1.Gênesis e Criacionismo Paralelo à teoria de criação do universo, fora formulada através do criacionismo a hipótese do Gênesis, que sustentava que toda forma de vida no planeta fora criada por uma entidade divina que a regulava. Esta hipótese perdurou por muitos anos na história da humanidade em paralelo com os fundamentos da origem do universo do criacionismo, por meio de obras de cunho religioso, como a Bíblia, o Alcorão, Vedas e demais obras designadas como livros sagrados. Podemos observar os registros da hipótese do Gênesis ao observarmos os segmentos históricos e religiosos de diferentes civilizações e culturas. Em diversos momentos da humanidade essa teoria se apresenta como um princípio racional para a concepção da formação do planeta e da vida presente neste. 2.2.Geração espontânea e Abiogênese Segundo (Zaia, 2003), dentre as diversas formuladas, a doutrina da geração espontânea, também conhecida como abiogénese, durante muito tempo foi utilizada para explicar a origem de seres vivos, para seus defensores, diversos filósofos, pensadores e cientistas, a vida originou-se a partir de uma força presente na matéria inanimada. De modo a não apoiar a hipótese do criacionismo na íntegra, os gregos acreditavam que não haveria a necessidade de uma intervenção divina para a regulação da vida. Aristóteles (384 a.C. – 322 a.C.) elaborou uma teoria que se pautava nesta ideia, considerando que a vida era o resultado da ação de um agente externo sobre uma matéria inanimada, na qual se formaria a vida. (Wilkins, 2004). Esta teoria passou a ser reconhecida como Geração espontânea, na qual não haveria necessariamente a relação de uma entidade divina na formação da vida, mas sim seria resultado de um fenômeno natural. Após muito tempo, a Igreja Católica foi conivente com a teoria da geração espontânea de Aristóteles, inclusive difundindo-a ao passar dos anos, até ser contestada na Idade Moderna. Existem ainda relatos históricos sobre a teoria da geração espontânea, tal qual espécies de receitas para a criação natural de vida.
  • 6. 3 2.3.Panspermia Cósmica Esta teoria teve sua origem na antiguidade com as hipóteses do grego Anaxágoras (499 a.C. – 428 a.C.), que afirmava que a vida presente na Terra teria sido trazida pelo bombardeamento de meteoros e meteoritos que atingiram nosso planeta. Por mais controversa que esta teoria possa se apresentar aos nossos olhos, alguns cientistas a têm como fundamento inicial para a explicação da origem da vida. Tais ideias foram resgatadas no século XIX por Hermman von Helmholtz (1821- 1894), alegando a possibilidade circunstancial de que determinados elementos e organismos essenciais para origem da vida tenham sido trazidos ao planeta através da queda de meteoros e meteoritos. A Panspermia considera que a vida na Terra se originou de seres vivos ou substâncias precursoras de vida provenientes de outros locais do cosmo. Esta ideia voltou a ganhar força nos últimos anos, com a descoberta de que o espaço interestelar não é um ambiente tão hostil à vida como se pensava anteriormente (Amabis & Martho, 2006, p. 13). Esta teoria, também conhecida como “sementes da vida”, ganhou determinado destaque através da difusão da comunidade científica clássica pelos trabalhos de filósofos e cientistas como Richter (1865) e Lord Kelvin (1871), fazendo com que a teoria se estruturasse como um modelo para a explicação da problemática. De modo geral, a Panspermia Cósmica trouxe contribuições significantes para o alicerce e desenvolvimento de novas ideias e teorias, porém, ainda apresenta uma série de lacunas e dúvidas quanto ao transporte desses componentes químicos ou bióticos para o nosso planeta, fazendo com que a teoria da Panspermia não seja adotada como um modelo sobre a origem da vida na Terra. 2.4.Hipótese Autotrófica Esta hipótese se baseia na ideia de que os primeiros organismos que se formaram no planeta fossem seres autótrofos, ou seja, produziriam o próprio alimento para a manutenção de suas vidas. Em paralelo com a hipótese heterotrófica, a hipótese autotrófica se apresenta como uma das principais correntes de pensamento quando pensamos na origem e manutenção da vida em nosso planeta.
  • 7. 4 Os defensores desta teoria utilizam como elemento principal de apoio a análise de seres primitivos conhecidos como quimiolitoautotróficos. Desmembrando a tipologia textual da palavra, são os seres que produzem seu alimento através de reações químicas inorgânicas das rochas. Estes organismos primitivos teriam como princípio de energia a matéria química disposta na Terra no período pré-cambriano. (Amabis & Martho, 2006, p. 16). Uma possibilidade é que estes seres utilizassem compostos de ferro e enxofre (como, por exemplo, FeS e H2S) provavelmente abundantes na Terra primitiva. Esta ideia tem – se consolidado graças à descoberta de microrganismos que vivem em ambientes inóspitos, como fontes de água quente e vulcões submarinos, obtendo energia a partir de reações químicas como a mostrada a seguir: FeS + H2S → FeS2 + H2 + ENERGIA (Amabis & Martho, 2006, p. 16). Sendo assim, a primeira suposição da Teoria Autotrófica relata que estes microrganismos produziriam seu próprio alimento e teriam surgido através de reações químicas e bióticas ainda não conhecidas. Outro ponto que podemos destacar acerca desta hipótese é a relação evolutiva destes seres, uma vez que hoje temos ideia de que existem diversos tipos de bactérias, considerados organismos simples unicelulares, que realizam o processo autotrófico para a obtenção de energia. 2.5.Hipótese Heterotrófica Esta hipótese tem como princípio a ideia de que as primeiras formas de vida se dividiam entre seres autótrofos, que produziam seu próprio alimento, e seres heterotróficos, que não conseguem produzir seu próprio alimento, buscando assim meios para a obtenção de energia através de outras matérias orgânicas presentes no ambiente. O que fundamenta a origem destes seres é a hipótese de que estes organismos eram menos complexos, tendo assim a necessidade de acesso à energia através de elementos orgânicos por um processo semelhante à fermentação (Amabis & Martho, 2006, p. 14). 3. Distribuição dos seres vivos no meio ambiente Segundo Araújo (2006), o estabelecimento e a comparação das áreas evidenciam certas correspondências na distribuição geográfica dos seres vivos, mas na realidade duas áreas nunca são
  • 8. 5 exactamente superpostas, é possível conhecer grupos de táxons de localização geográfica idêntica, ou endémica de uma mesma região do globo, tal conjunto de táxons permite definir territórios floristicos e faunísticos, cuja hierarquia está baseada no nível de endemismo ao que correspondem, assim podemos distinguir os impérios, caracterizados por endemismos de ordens e família e género, Portanto as regiões se subdividem em domínios, estes em sectores, e estes em distritos cujos táxons endémicos se situam, respectivamente, em nível de género, da espécie e da subespécie. Com forme Franco (1983), os factores que estabelecem os limites entre as distribuições das espécies são do tipo abióticos (temperatura, precipitação, disponibilidade de luz, tipo de solo, acidentes topográfico) e bióticos (competência, depredação, capacidade de dispersão). Para o estabelecimento dos limites enfrentamos vários problemas, um deles é que as barreiras não são universais para todos os seres, se queremos estabelecer o limite de distribuição para os peixes de água doce no continente americano, e tomamos como barreira a capacidade de tolerar água salgada. Nos estudos biogeográficos há necessidade de elaboração de cartas fito e zoogeográficas ou geocologicas, representam um recurso importante para a interpretação e compreensão do meio ambiente, a dinâmica acelerada da ocupação de terras e da consequente organização do espaço exige registro cartográfico, principalmente nos países tropicais em desenvolvimento, onde estes fatos são muito importantes (Carvalho, 2013). Para Ariza (2010), o estudo da distribuição geográfica das plantas e animais denomina-se geografia ecológica animal e vegetal, os ecossistemas terrestres são mais influenciados por organismos e sujeitos a flutuações ambientais muito mais do que os ecossistemas aquáticos, esses últimos são mais afectados pelas condições da água e possuem resistência variáveis ambientais como temperatura, por ser o ambiente físico é tão importante no controle dos ecossistemas aquáticos, dá-se muita atenção ás características físicas do ecossistema como as correntes a composição química da água, as interacções entre o meio ambiente físico e o organismo se incluem na ecoclimatologia e na ecologia fisiológico.
  • 9. 6 4. Relações e interações ecológicas As relações e interações ecológicas se desenvolvem em três gêneros: harmônicas, desarmônicas e neutras. Para compreendermos estes três gêneros, iremos recorrer às explicações de Odum (1985) sobre a simbologia de cada uma destas relações: Teoricamente, as populações de duas espécies podem interagir segundo vias básicas que correspondem a combinações de 0, + e-, como se segue: 00, --,++, +0, -0 e+-. Três destas combinações (++,-- e +-) são normalmente subdivididas, assim resultando em nove importantes interações que têm sido demonstradas (Odum, 1985, p. 338). 4.1.Relações harmônicas a) Colônia (+) (+) Baseia-se em uma relação entre seres vivos de uma mesma espécie ou de espécies distintas (colônia interespecífica) que se agrupam com a finalidade de prosperar em um mesmo ambiente sem afetar negativamente os demais indivíduos (Begon; Harper; Twosend, 2006). Um exemplo biótico desta relação pode ser evidenciado como um dos exemplos utilizados por Amabis e Martho (2005) sobre as algas (Volvox sp.) que se agrupam em um modelo de esfera, possibilitando assim a reprodução no interior e a proteção de organismos externos, ocasionando também um desenvolvimento para expansões e distribuição geográfica das espécies envolvidas. b) Sociedade (+) (+) Diferentemente da colônia, a sociedade é uma relação ecológica na qual seres de uma mesma espécie desenvolvem uma protocooperação com o intuito da progressão do grupo. Na maioria dos casos, salvo raras exceções, podemos observar a construção de uma hierarquia, em que cada indivíduo biológico é designado para uma função na sociedade. Demonstrações deste tipo de relação ecológica podem ser observadas através de comportamentos sociais de grupos como abelhas, formigas, alcateias etc. Biogeograficamente, este tipo de relação ecológica é extremamente positivo para os seres integrantes, por fornecer meios de expansão e cooperação em determinado ambiente.
  • 10. 7 c) Mutualismo (+) (+) Este tipo de interação é um dos mais expressivos pela perspectiva de factores ecológicos limitantes dentre as relações harmônicas. A ocorrência deste tipo de interação se baseia em uma colaboração de dois organismos de espécies distintas que não conseguem sobreviver de maneira indissociável (Odum, 1985). A implicância desta relação pode ser observada em dois segmentos que demonstram como se estrutura a obrigatoriedade deste tipo de interação. Por exemplo, a relação entre abelhas e flores pode ser relacionada como uma interação de mutualismo, uma vez que a abelha se alimenta do néctar das flores, e, ao fazê-lo, carrega uma carga de pólens que fertilizarão outras flores, criando assim uma relação benéfica obrigatória de interação, voltada para a alimentação e reprodução de cada indivíduo respectivo. Outro elemento de mutualismo que podemos analisar pela óptica biogeográfica dos fatores de limitação são os líquens. d) Comensalismo (+) (0) A interação do comensalismo diz respeito a uma situação na qual um ser vivo se favoreça de um outro, sem que beneficie ou prejudique este segundo. Esta relação pode ser observada em casos como em tubarões e os peixes rêmora (Remorina). Nesta relação observa-se que o peixe rêmora se fixa próximo à cavidade bucal do tubarão, alimentando-se dos resíduos predados pelo tubarão. Esta interação se apresenta benéfica para o peixe rêmora e neutra para o tubarão. A dependência de um ser vivo para o outro não é necessariamente obrigatória para a sobrevivência, porém, análises biogeográficas relatam que, quando fatores limitam a distribuição dos seres neutros, é praticamente extinta a presença dos seres que se beneficiam desta relação (comensais). e) Proto cooperação (+) (+) Baseia-se em uma relação “[...] na qual ambas as populações são beneficiadas pela associação, embora as relações não sejam obrigatórias” (Odum, 1985, p. 339). Esta interação é amplamente constatada em diversos nichos ecológicos e independe de muitos fatores limitantes. Um exemplo de protocooperação pode ser dado pela relação entre os gados e aves como o Anu (Crotophaga ani). Neste exemplo, a ave se alimenta de parasitas presentes no gado, logo, o gado se beneficia pela
  • 11. 8 retirada dos parasitas e a ave pelo fácil acesso ao alimento. Este tipo de interação beneficia os dois seres vivos relacionados, mas a ausência de obrigatoriedade não configura qualquer fator limitante para ambos os seres, fazendo com que esta relação seja completamente circunstancial. 4.2.Relações Desarmônicas Este gênero de relação se configura pela atribuição benéfica a um ser vivo e negativa a outro. Elementos como a condição trófica desarmônica e alguns fatores antrópicos se inserem neste gênero de relações ecológicas, uma vez que atuam como fatores limitantes para a distribuição de determinados seres vivos. a) Predatismo (+) (-) O predatismo é uma condição extremamente observada pela análise dos organismos consumidores secundários diante de uma cadeia alimentar. A concepção deste tipo de interação é simples, se baseia em uma condição trófica em que um animal consome um segundo animal em uma escala trófica. Por exemplo, os seres humanos se encontram em um alto patamar na escala trófica, fazendo com que predem seres vivos em níveis tróficos inferiores. A repercussão ecológica e biogeográfica desta relação diz respeito aos critérios bióticos e antrópicos para os seres envolvidos, uma vez que, em uma condição trófica desarmônica onde haja um maior número de predadores, logo haverá uma escassez dos organismos predados. A repercussão deste tipo de relação para os organismos predados (-) se apresenta como negativa, pois estes não terão a possibilidade de reproduzir e se distribuir, por conta da predação enquanto fator biótico limitante. b) Parasitismo (+) (-) Esta condição ocorre quando um organismo se beneficia de outro causando danos de curto e longo prazo no hospedeiro. O parasitismo tem ocorrência em diversas espécies, sendo que os parasitas se apresentam em diversos filos, conforme a taxonomia de Lineu. A atuação se delimita enquanto o parasita (+) se beneficia dos nutrientes e condições de seu hospedeiro (-). Um exemplo que pode ser relatado para esclarecer esta relação ecológica é a relação entre a lombriga (Ascaris lumbricoide) e o ser humano. Neste caso, a lombriga é um nematelminto que, no desenvolvimento de seu ciclo, se aloja no intestino de seu hospedeiro, no caso o ser humano, e se alimenta dos
  • 12. 9 nutrientes que seriam dirigidos ao hospedeiro. Sendo assim, o parasita se beneficia desta relação causando danos ao hospedeiro. c) Competição (-) (-) A competição por recursos em um mesmo ambiente por seres da mesma espécie (específica) e de espécies distintas (interespecífica) é considerada uma relação desarmônica para ambas as espécies envolvidas, quando a exploração de um nível trófico ou de alimento é a mesma (Begon; Harper; Twosend, 2006). A aplicabilidade desta condição é atrelada pela disponibilidade de recursos no ambiente, sendo assim, todos os condicionantes de fatores limitantes são relevantes a esta relação ecológica. Dentre as consequências deste tipo de relação desarmônica podemos citar a extinção de espécies, fluxos migratórios artificiais e a dispersão de seres vivos para outras localidades. d) Amensalismo (-) (0) O amensalismo ocorre quando determinada espécie desenvolve alguma condição que possa inibir diretamente outra espécie em um mesmo ambiente. As circunstâncias desta interação se apresentam quando uma espécie inibidora (0) cria uma condição que acaba prejudicando o amensal (-) sem o intuito. Como exemplo de uma relação de amensalismo, podemos citar o eucalipto (Eucalyptus microtheca) e demais espécies do gênero, que, ao derrubar suas folhas, liberam uma substância que inibe o crescimento de outras espécies vegetais ao entorno. 4.3.Relações Neutras Tal qual o nome sugere, este gênero de relações entre os seres vivos é o menos expressivo no que diz respeito aos fatores limitantes e impactos oriundos das interações bióticas. A concordância simbológica deste tipo de relação se refere a (0) (0), ou seja, “Nenhuma das populações é afetada pela associação a outra” (ODUM, 1985, p. 338). Sendo assim, ainda que inexpressivo no que diz respeito à limitância entre os seres vivos, este gênero de relação se baseia em uma condição presente em muitos ambientes onde as espécies podem ou não interagir em seus nichos ecológicos sem trazer qualquer representatividade entre as relações.
  • 13. 10 5. Considerações finais A origem dos seres vivos no nosso planeta ainda é uma questão polémica segundo as teorias criacionista e evolucionista há mais ou menos 4,6 bilhões de anos, suposta época que o planeta terra formou em consequência da condensação de partículas oriundas de uma grande exploração no cosmo, estaria a terra sob fortes condições de pressão e temperatura, nesse período não existia uma camada de ozónio retentora de radiações, além da radiação ultravioleta, o planeta também era frequentemente bombardeado por asteróides. As relações e interações ecológicas se desenvolvem em três gêneros: harmônicas, desarmônicas e neutras. Foi demonstrada, também, a aplicabilidade dos tipos de interações ecológicas sob uma perspectiva biogeográfica da actuação dos fatores limitantes, com um amplo destaque para os fatores bióticos e antrópicos. As relações mencionadas podem ser sinteticamente analisadas pela simbologia referida (+, - e 0), onde cada símbolo indica os atributos positivos, negativos e neutros para cada espécie ou população ecológica referida. Vale a pena ressaltar que estas interações são multidirecionais, ou seja, o mesmo ser vivo que apresenta uma relação de protocooperação com outro ser pode apresentar uma relação de predatismo com um terceiro ser vivo, conotando assim uma dinâmica extremamente mais complexa e entrelaçada com os organismos presentes em um mesmo nicho ecológico.
  • 14. 11 6. Referencias Bibliográficas Amabis, J. M. & Martho, G. R. (1997). Breve história das ideias evolucionistas. In: Amabis, J. M.; Martho, G. R. Biologia das populações: genética, evolução e ecologia. São Paulo: Moderna. Araújo, D. P. (2006). Fundamentos de Cartografia. 3 ed. Florianópolis: Editora da UFSC. Aracaju Begon, M. & Harper, J. L. (2006). Fundamentos em ecologia. 2. ed. Porto Alegre: Artmed. Darwin, C. (2004). A origem das espécies. São Paulo: Matin Claret. Gillung, J.P. (2011). Biogeografia: a história da vida na Terra. Revista da Biologia, São Paulo. Odum, E. P. (1985). Fundamentos de ecologia. Rio de Janeiro: Guanabara. Wilkins, J. S. (2004). Spontaneous generation and the origin of life. The talkorigins archive, Apr..