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Maria Emília Neves Belinha Reis
A minha Família




Na minha família são 8 irmãos.
Já não tenho Pai, nem Mãe nem Marido, Deus já os chamou para a Vida Eterna.
Todos os dias os recordo com muitas saudades. A vida da Terra é muito
pequenina, se nós pensarmos bem o que é esta vida eramos muito mais amigos
uns dos outros.
Tempos Livres
Gosto muito nos meus tempos livres, de ajudar os outros, de
ensaiar o rancho folclórico das crianças
e dos adultos e transmitir às nossas crianças a cultura do
nosso Povo.
Os sítios que mais gostei de
      visitar
                  A França, a Espanha
                  e o nosso Portugal,
                  Ilhas da Madeira e
                  Açores.
A Minha Profissão
          Eu, Emília Belinha tão pequenina aos
           8 anos de Idade, fui trabalhar para
          uma fabrica de papel, onde eu aprendi
          a minha Profissão que é Saqueira de
          1ª, fazia sacos de papel de mata-
          borrão numa fôrma de madeira com
          uma cola para os sacos feita com um
          produto que se chamava amido e
          caulino, depois de misturado era
          amassado, como dizia o nosso Povo.
          Esses sacos eram para as mercearias,
          toda a gente ia às mercearias buscar 1
          quilo, 2, 3 ou 4, os que quisesse, de
          arroz ou açúcar, toda a mercearia ou
          meio quarto de café a um quarto de
          café a um de açúcar. Haviam sacos
          de todos os tamanhos ao quilo ou
          arroba.
A HISTÓRIA DO CAMPO
          No séc. XIX os nossos Lavradores lavravam
          os Campos, semeavam o milho e ao crescer
          do milho, arrendavam e mondavam. A
          seguir nascia a Bandeira e o Lavrador
          cortava-a, depois do milho maduro cortava
          as canas ou vários molhos pelo campo.
          Depois das canas cortadas sentava-a, o povo
          tirando a espiga das canas ia levá-las para o
          carro dos Bois. Depois de o carro carregado
          traziam-nas para a eira e no fim das espigas
          descarregadas o Lavrador via bater de porta
          em porta a pedir para o virem ajudar na sua
          desfolhada. Depois da ceia lá ia o Povo
          desfolhar e com a sua alegria cantavam
          cânticos de trabalho, estes cânticos não
          eram de dançar nomes: “Vem ó luar,
          mandei fazer um barquinho. Fui há Senhora
          da Graça arrepiei o meu cabelo Ó minha
          larica verde o ti Se Rabelo…” muitas e
          muitas mais cantigas de trabalho. Haviam
          muito mais nomes de cantigas.
A HISTÓRIA DO MILHO
    Vamos agora à historia do milho: O Rei e o Povo
    sentado a toda a volta da eira e a pessoa que
    encontrasse no milho o milho rei tinha de dar a volta
    por toda a gente com o milho rei na mão dizendo: “Ó
    meu bem dá-me um abraço, para consolar o meu Rei
    um abraço te quero dar para o teu Rei consolar na
    desfolhada”, depois aparece o Serandeiro que era o
    Homem que vestia o barino preto com a cara tapada e
    com um lenço vermelho. Chama-se a esse lenço de
    tabaqueiro e este servia para não ser conhecido e ir dar
     duas palavras à sua Amada. No fim de tudo isto, o
    Povo arrumava as capelas e dançavam, modas de roda
    até a madrugada. “O Hilda, o Ribeira lá do alto, a
    carroça do Gás, a rolhinha, a Carrasquinha, a triste
    viuvinha e nós vamos todos avante, rapazes da nossa
    Aldeia” e muitas mais. No dia seguinte, voltava-se ao
    campo para com as canas fazer moreias para durante o
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  • 1. Maria Emília Neves Belinha Reis
  • 2. A minha Família Na minha família são 8 irmãos. Já não tenho Pai, nem Mãe nem Marido, Deus já os chamou para a Vida Eterna. Todos os dias os recordo com muitas saudades. A vida da Terra é muito pequenina, se nós pensarmos bem o que é esta vida eramos muito mais amigos uns dos outros.
  • 3. Tempos Livres Gosto muito nos meus tempos livres, de ajudar os outros, de ensaiar o rancho folclórico das crianças e dos adultos e transmitir às nossas crianças a cultura do nosso Povo.
  • 4. Os sítios que mais gostei de visitar A França, a Espanha e o nosso Portugal, Ilhas da Madeira e Açores.
  • 5. A Minha Profissão Eu, Emília Belinha tão pequenina aos 8 anos de Idade, fui trabalhar para uma fabrica de papel, onde eu aprendi a minha Profissão que é Saqueira de 1ª, fazia sacos de papel de mata- borrão numa fôrma de madeira com uma cola para os sacos feita com um produto que se chamava amido e caulino, depois de misturado era amassado, como dizia o nosso Povo. Esses sacos eram para as mercearias, toda a gente ia às mercearias buscar 1 quilo, 2, 3 ou 4, os que quisesse, de arroz ou açúcar, toda a mercearia ou meio quarto de café a um quarto de café a um de açúcar. Haviam sacos de todos os tamanhos ao quilo ou arroba.
  • 6. A HISTÓRIA DO CAMPO No séc. XIX os nossos Lavradores lavravam os Campos, semeavam o milho e ao crescer do milho, arrendavam e mondavam. A seguir nascia a Bandeira e o Lavrador cortava-a, depois do milho maduro cortava as canas ou vários molhos pelo campo. Depois das canas cortadas sentava-a, o povo tirando a espiga das canas ia levá-las para o carro dos Bois. Depois de o carro carregado traziam-nas para a eira e no fim das espigas descarregadas o Lavrador via bater de porta em porta a pedir para o virem ajudar na sua desfolhada. Depois da ceia lá ia o Povo desfolhar e com a sua alegria cantavam cânticos de trabalho, estes cânticos não eram de dançar nomes: “Vem ó luar, mandei fazer um barquinho. Fui há Senhora da Graça arrepiei o meu cabelo Ó minha larica verde o ti Se Rabelo…” muitas e muitas mais cantigas de trabalho. Haviam muito mais nomes de cantigas.
  • 7. A HISTÓRIA DO MILHO Vamos agora à historia do milho: O Rei e o Povo sentado a toda a volta da eira e a pessoa que encontrasse no milho o milho rei tinha de dar a volta por toda a gente com o milho rei na mão dizendo: “Ó meu bem dá-me um abraço, para consolar o meu Rei um abraço te quero dar para o teu Rei consolar na desfolhada”, depois aparece o Serandeiro que era o Homem que vestia o barino preto com a cara tapada e com um lenço vermelho. Chama-se a esse lenço de tabaqueiro e este servia para não ser conhecido e ir dar duas palavras à sua Amada. No fim de tudo isto, o Povo arrumava as capelas e dançavam, modas de roda até a madrugada. “O Hilda, o Ribeira lá do alto, a carroça do Gás, a rolhinha, a Carrasquinha, a triste viuvinha e nós vamos todos avante, rapazes da nossa Aldeia” e muitas mais. No dia seguinte, voltava-se ao campo para com as canas fazer moreias para durante o ano dar de comer ao gado. O campo tem Historias mais lindas.