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Maneira de conversar continuamente com deus
As mais belas orações de santo afonso de ligório, Pe. Saint-Omer.
SANTOS E
FESTAS DO MÊS:
01– Circuncisão de Nosso
Senhor;
04– Santíssimo Nome de
Jesus;
06– Epifania;
11– Sagrada Família;
13– Batismo de Nosso Se-
nhor;
15– São Paulo, 1º eremita;
17– Santo Antão;
21– Santa Inês;
27– São João Crisóstomo;
28– São Pedro Nolasco;
29– São Francisco de Sales;
31– São João Bosco
N E S T A
E D I Ç Ã O :
Espiritualidade 1,2
Pureza 2
A via da infância espiritual 3, 4
Deveres dos Pais 4
Janeiro/ 2015Edição 20
A Família CatólicaC A P E L A N O S S A S E N H O R A D A S A L E G R I A S
chegou ainda mais a ocultar-se sob as espécies
de pão, para ser companheiro perpétuo do nosso
exílio, e unir0se intimamente conosco: Aquele, diz
ele, que come o meu copo e bebe o meu sangue,
permanece em mim, e eu permaneço nele. Dir-se-
ia enfim que ele vos ama de tal maneira, que sois
o único objeto do seu amor. Também, do vosso
lado, não deveis amar nada fora de Deus; como
tendes o direito de dizer: O meu amado é meu, é
preciso que digais também: E eu sou dele; sim,
pois que o meu Deus se deu todo a mim, dou-me
todo a ele; pois que me escolheu para a sua ama-
da, eu o escolhi entre todos para o meu único
amor. (...)
2. É fácil e agradável entreter-se com Deus.
É grande erro, já o dissemos, mostrar desconfi-
anças nas nossas relações com Deus, e aparecer
sempre na sua presença como escravo tímido e
vergonhoso, que treme de medo diante do seu rei;
mas erro pior seria imaginar que seja molesto e
fastidioso conversar com o Senhor: Não, nem por
sombra: Porque a sua conversação nada tem de
desagradável, e a sua companhia nada de tedio-
so. Interrogai as almas que o amam sinceramen-
te, e elas vos dirão que, nas penas da vida, a sua
mais doce e sólida consolação é entreter-se com
Deus.
Não se exige de vós aplicação contínua de espí-
rito, nem que esqueçais as vossas ocupações
nem sequer as vossas recreações; o que se exige,
é que, sem descuidar-vos da vossa lida, procedais
com Deus como procedeis para com as pessoas
que vos amam e são amadas de vós.
O vosso Deus está sempre perto de vós, e até
dentro de vós: Porquanto é nele que tendes a
vida, o movimento e o ser. Quem deseja falar-lhe,
encontra sempre a porta aberta de par em par: o
Senhor estima que o trateis com toda a confiança.
Falai-lhe dos vossos negócios, designíos, penas,
temores, e de tudo o que vos interessa. Fazei-o
sobretudo, torno a dizer, com confiança e coração
averto. Deus não tem costume de falar a uma
alma que Lhe não fale, porque ela não está em
estado de entender a sua linguagem, visto não ter
hábito de tratar com Ele. Disto é que o Senhor se
queixa nos Cânticos: Nossa irmãs, diz ele, não
passa ainda duma criança no meu amor; como
faremos para lhe falar, se ela não compreende?
Deus quer ser tido como o Senhor mais poderoso
e temível por aqueles que desprezam a sua graça;
1. Deus quer que lhe falemos cheios de confiança
e com familiaridade.
Não podia o bem-aventurado Jó cessar de admi-
rar-se, vendo Deus tão atento em espelhar os
seus benefícios sobre o homem. Não parece com
efeito que o Senhor nada tem mais a peito de que
nos amar e ganhar o nosso amor? Eis porque o
santo exclamava, dirigindo-se a Deus: Que é o
homem para que o eleveis tanto na vossa estima?
E porque o constituis objeto do vosso afeto? É,
portanto, erro evidente pensar que não se pode
tratar com deus familiarmente e com toda a confi-
ança sem faltar com o respeito devido à sua infini-
ta majestade. Sem dúvida, alma devota, deveis a
Deus reverência cheia de humildade; sois obriga-
da a abater-vos na sua presença, lembrando-vos
principalmente da ingratidão e ultrajes de que, no
passado, vos fizestes culpada para com ele; mas
nada disto deve impedir de pordes, nas vossas
relações com ele, o amor mais terno, a mais intei-
ra confiança de que sois capaz. Ele é a majestade
infinita, mas ao mesmo tempo é a bondade infini-
ta e o amor infinito. Em Deus tendes o Senhor
mais sublime que pode existir, mas também o
Esposo mais amante que podeis possuir. Longe
de vos expordes ao seu desprezo, o regozijais
rezando com ele da confiança simples e terna dos
filhinhos para com suas mães. Escutai com que
termos ele nos estimula a chegarmos à sua pre-
sença, e que carícias nos promete: Vós sereis
como meninos que a mãe traz apertados aos seu
seio e acaricia tendo-os nos joelhos; como a mãe
acaricia o seu filhinhos, assim eu vos consolarei.
A mãe se regozija em ter o seu filhinho ao colo,
com dar-lhe o nutrimento, cerca-lo de carícias; é
com a mesma ternura que o nosso bom Deus se
compraz de tratar as almas que lhe são caras por
se haverem dado a ele sem reserva, e colocado
todas as suas esperanças na sua bondade.
Ficai certa, não há pessoa alguma que iguale a
Deus no amor que ele nos tem, nem amigo, nem
irmãos, nem pai, nem mãe, nem esposo, nem
amante. A graça divina é, segundo a palavra do
Sábio, o rico tesouro por meio do qual vis criaturas
e indignos escravos como somos, nos tornamos
amigos queridos do nosso próprio Criador. Para
nos inspirar mais confiança, ele chegou, digamos
assim, até aniquilar-se, como diz São Paulo; aba-
teu-se até fazer-se homem para morar entre nós e
conversar familiarmente conosco. Chegou a fazer-
se menino, a fazer-se pobre, a deixar-se condenar
e crucificar publicamente;
mas quer também que aqueles que o
amam, o tratem como amigo o mais afetuo-
so; deseja que estes lhe falem muitas vezes,
com familiaridade e sem temor.
Deus deve sempre ser soberanamente
respeitado, é verdade; mas quando ele mes-
mo quer fazer-vos sentir a sua presença e
deseja lhe faleis como a amigo que mais vos
ama que todos os outros, abri o vosso cora-
ção com toda liberdade e confiança. Ele
previne aos que desejam a sua presença,
diz o Sábio, e espontaneamente se lhes
mostra. Uma vez que aspirais ao seu amor,
não espera que vades a ele, mas vem e se
apresenta primeiro a vós, com as graças e
remédios que haveis mister. Só uma palavra
espera que digais, para mostrar que está
junto de vós, vos escuta e está pronto a
consolar-vos. Os seus ouvidos são abertos
para escutar as orações dos justos. (...)
No mundo, os amigos tem horas para con-
versar, e horas em que se separam, mas
entre Deus e vós, se quiserdes, nunca have-
rá instante de separação: Em quanto dor-
mirdes, o Senhor estará ao vosso lado, e
velará sem cessar junto de vós. Eu repousa-
rei na sua companhia, diz o Sábio, e conver-
sarei com ele pelos meus pensamentos.
Quando repousais, Deus não se separa do
vosso leito, mas fica pensando constante-
mente em vós, para que, se acordardes à
noite, possa vos falar pelas suas inspira-
ções, e receber de vós algum ato de amor,
oferenda e agradecimento. Assim quer ele,
ainda no tempo do repouso, continuar con-
vosco os seus doces e amáveis entreteni-
mentos. Falar-vos-á até durante o vosso
sono, e vos instruirá a respeito da sua von-
tade, a fim de que, em acordando, a po-
nhais em obra.
De manhã, achá-lo-eis ainda junto de vós,
para ouvir algumas palavras de afeto ou
confiança, e recolher os vossos primeiros
pensamentos e a promessa que lhe fazeis
de agir em tudo com o fim de agradar-lhe
durante o dia, com o oferecimento de todas
as penas que vos propondes sofrer de boa
vontade pela sua glória e amor. Como ele
não deixa de se apresentar a vós no mo-
mento de despertardes, não deixeis tam-
bém de dirigir-lhe um olhar cheio de amor;
regozijai-vos por saber do vosso mesmo
Deus a feliz nova de que não está longe de
vós, conforme o doce preceito que vos ele
recorda a esta mesma hora: Tu amarás o
Senhor teu Deus de todo o teu coração.
3. De que, quando e como devemos falar a
Deus.
1.Em geral
Nunca vos esqueçais então da doce
presença do Senhor, como fazem, pela
maior parte, os homens. Falai-lhe o maior
número de vezes que puderdes: ele não é
como os grandes da terra, não se enfadará
com a vossa frequência nem vos despreza-
rá; e se o amais, havereis sempre com que
entretê-lo. Dizei-lhe tudo o que se apresen-
ta no tocante a vossa pessoa e interesses,
como o direis a um amigo íntimo. Não o
considereis como um príncipe soberbo,
que não quer tratar senão de coisas altas
e somente com grandes personagens: o
nosso Deus tem prazer em abater-se para
tratar com cada um de nós e quer que lhe
comuniquemos os nossos negócios ainda
os menos importantes e mais ordinários.
Ele vos ama e tem cuidado de vós, como
se fosseis o único objeto dos seus pensa-
mentos. É tão aplicado ao que vos interes-
sa, que parece conservar a sua providên-
cia unicamente para vos socorrer, a sua
onipotência para vos ajudar, a sua miseri-
córdia e bondade para ter compaixão de
vós, fazer-vos bem, e ganhar por sinais de
ternura a vossa confiança e amor. Desco-
bri-lhe então livremente todo o vosso interi-
or, e pedi-lhe vos guie ao perfeito cumpri-
mento da sua santa vontade, e todos os
vossos desejos e desígnios tenham por
único fim dar-lhe agrado e contentar o seu
coração: Descobri o vosso caminho ao
Senhor. Pedi lhe faça vossos caminhos
retos e que tosos os vossos desígnios re-
pousem nele.
Não digais: De que serve expor a Deus
todas as minhas necessidades? Ele as vê
e conhece melhor do que eu.—Deus as
conhece, não há dúvida, mas procede
como se ignorasse as necessidades de
que lhe não falais e para as quais não
recorreis a ele. O nosso Divino Salvador
sabia a morte de Lázaro; entretanto, antes
que lh’a comunicassem as irmãs do defun-
to, parecia ignorá-la; só depois de receber
a mensagem delas é que as consola, res-
suscitando-lhes o irmão.
2. Nos padecimentos
Assim, quando estiverdes nas provações
da enfermidade, tentação, perseguição ou
outra tribulação, seja qual for, ide sem
demora ao Senhor, e rogai-lhe vos estenda
a mão auxiliadora. Bastante será pordes
sob os seus olhos o que vos aflige, dizen-
do: Senhor, vede a minha angústia.—Ele
não deixará de vos consolar, ou ao menos
vos dará força para levardes com paciên-
cia a vossa cruz, o que valerá mais para
vós do que se ele vol-a tirasse de todo.
Comunicai-lhe todos os pensamentos que
vos atormentam, os vossos sentimentos
de temor ou tristeza, e dizei-lhe: Meu
Deus, em vós ponho todas as minhas es-
peranças; ofereço-vos esta provação e me
resigno à vossa santa vontade; mas, tende
compaixão de mim; ou livrai-me desta afli-
ção ou ajudai-me a suportá-la. então o
Senhor cumprirá certamente a sua pro-
messa de consolar ou fortalecer todos
aqueles que, nas penas, recorrem a ele:
Vinde todos a mim, diz ele no Evangelho,
vós que sofreis e sois acabrunhados, e eu
vos alentarei.
Se alguma vez fordes buscar, junto dos
vossos amigos, alguma consolação nas
vossas penas, Deus não se ofende com
isto, mas quer que de preferencia recorrais
a ele. Assim, ao menos depois de ter pedi-
do às criaturas consolações que elas vos
não podem dar, voltai-vos para o Criador, e
dizei-lhe: Senhor, os homens não tem mais
do que palavras impotentes para consolar-
me; eu não os escuto mais. Vós sois toda a
minha esperança e todo o meu amor; só
de vós espero a minha consolação, e a que
eu solicito, é a graça de fazer nesta ocasi-
ão o que vos é mais agradável. Eis-me
pronto a sofrer esta pena durante toda a
minha vida e toda a eternidade, se esta for
a vossa vontade; mas, ó Deus meu, ajudai-
me.
Forçosa é a guerra à tirania das nossas paixões, durante a nossa peregrinação sobre a terra.
As aparências austeras da obrigação ocultam a sua encantadora e sublime beleza a uma mocidade que sacrifica ao prazer sua integri-
dade moral e nem depois hesita em arruinar em outros o que ela não soube respeitar em si mesma.
Uma depravação mais consciente e mais requintada na malicia acrescenta uma mentira junto à tentação: a lei da castidade julga-a
impossível. E dizem ‘É somente para os fracos’.
Mas quem é fraco e quem é forte? Onde está a fraqueza? Onde está a coragem?
‘Fraco’ o homem que nutre ambições celestiais; ‘forte’ o incapaz de uma coragem que o levanta acima do sensualismo animal?
‘Fraco’ o que disputa as inteligências puras o premio da nobreza; ‘forte’, o que se avilta?
‘Fraco’ o magnânimo que por amor de Deus e dos seus semelhantes se esquece de si; ‘forte’ o egoísta que só se preocupa de vis pra-
zeres?
‘Fraco’ o cavaleiro do direito; ‘forte’ o escravo de desejos desordenados?
‘Fraco’ aquele cuja energia vital enriquecerá a sociedade dos homens, ‘forte’ o esgotado, o gasto pelo vicio?
‘Fraco’ o homem que sabe guardar os seus sagrados juramentos; ‘forte’ o cínico ou hipócrita que viola seus compromissos?
‘Fraco’ o vitorioso, ‘forte’ o vencido?
E, ainda assim, por toda a parte se encontra aplausos à absurda calúnia. O mundo faz questão de embalar: uma vasta e poderosa
imprensa difunde e patrocina; médicos em nome de uma suposta ciência corroboram-na com seus maus conselhos.Diante dessa inso-
lência, a virtude, tímida e retraída, resigna-se por vezes a envergonhar-se e até mesmo a capitular! É mister, pois despertar a estima
pela pureza.
A Grande Guerra — Pe. J. Hoornaert, S.J.
Nosso Senhor diz aos seus Apóstolos: Se vos não converterdes e
vos não tornardes como meninos, não entrareis no reino dos céus.
São Paulo acrescenta: o Espírito Santo dá testemunho ao nosso
espírito de que somos filhos de Deus, e nos aconselha freqüente-
mente uma grande docilidade ao Espírito Santo. Esta docilidade se
encontra particularmente na via da infância espiritual, recomenda-
da por muitos santos e, ultimamente, por Santa Teresa do Menino
Jesus. Esta via, tão fácil e proveitosa para a vida interior, é muito
pouco conhecida e seguida.
Por que pouco seguida? Porque muitos imaginam erroneamente
que esta é uma via especial, reservada às almas que se conserva-
ram completamente puras e inocentes; e outros, quando lhes fala-
mos desta via, pensam em uma virtude pueril, uma espécie de
infantilidade, que não poderia lhes convir. Estas idéias são falsas.
A via da infância espiritual não é nem uma via especial nem uma
via de puerilidade. A prova é que foi Nosso Senhor, ele mesmo,
quem a recomendou a todos, mesmo àqueles responsáveis pelas
almas, como os Apóstolos formados por Ele. ***
Para se ter uma visão de conjunto da via da infância espiritual, é
preciso de início notar suas semelhanças e, em seguida, suas
diferenças com a infância corporal. As semelhanças são patentes.
Quais as qualidades inatas das crianças? Em geral, elas são sim-
ples, sem nenhuma duplicidade, são ingênuas, cândidas, não re-
presentam, mostram-se tais como são. Ademais, têm consciência
de sua deficiência, pois precisam receber tudo de seus pais, o que
as dispõe à humildade. São levadas a crer simplesmente em tudo
o que dizem as suas mães, a depositar uma confiança absoluta
nelas, e a amá-las de todo seu coração, sem cálculo. Quais as
diferenças entre a infância ordinária e a infância espiritual? — A
primeira diferença é notada por São Paulo: Não sejais meninos na
compreensão, mas sede pequeninos na malícia. A infância espiri-
tual se distingue da outra pela maturidade do julgamento e de um
julgamento sobrenatural inspirado por Deus.
Uma segunda grande diferença é indicada por São Francisco de
Sales: na ordem natural, quanto mais o filho cresce, mais ele tem
de se tornar auto-suficiente, pois um dia seu pai e sua mãe lhe
faltarão. Ao contrário, na ordem da graça, quanto mais o filho de
Deus cresce, mais ele compreende que não poderá jamais se bas-
tar e que dependerá sempre intimamente de Deus. Quanto mais
ele cresce, mais ele deve viver da inspiração especial do Espírito
Santo, que vem suprir por seus dons a imperfeição de nossas vir-
tudes, de modo que, no fim, o filho de Deus torna-se mais passivo
sob a ação divina do que entregue à sua atividade pessoal e no
fim entra no seio do Pai, onde encontrará a beatitude por toda a
eternidade.
Os moços e as moças, quando chegam à idade adulta, deixam
seus pais para viverem suas vidas; mais tarde, o homem de qua-
renta anos vem com bastante freqüência visitar sua mãe, mas ele
não depende dela como antes; é ele agora que a sustenta. Ao
contrário, o filho de Deus, ao crescer, se é fiel, torna-se mais e
mais dependente de seu Pai, até que nada faça sem ele, sem suas
inspirações ou seus conselhos. Então, toda a sua vida é banhada
pela oração; é a melhor parte que não lhe será tirada. Santa Tere-
sinha de Lisieux o compreendeu assim. Ela, após ter atravessado
a noite do espírito, chegou desse modo à união transcendental
nela.
Tais são as características gerais da infância espiritual: suas
semelhanças e suas diferenças com a infância corporal. * * *
Vejamos agora as principais virtudes que se manifestam nela.
De início, a SIMPLICIDADE, a ausência total de duplicidade. Por
que? … porque o olhar desta alma não procura senão a Deus e vai
direito a ele. Assim, verifica-se aquilo que é dito no Evangelho: O
teu olho é a lucerna do teu corpo. Se teu olho for simples todo teu
corpo será luz. Mas, se o teu olho for mau, todo o teu corpo estará
em trevas [8]. Do mesmo modo, se a intenção de tua alma é sim-
ples e direta, pura e sem duplicidade, toda a tua vida será ilumina-
da como o rosto de uma criança.
Então, a alma simples, que tudo sempre considera com relação
a Deus, acaba por vê-lo nas pessoas e eventos; em tudo o que
acontece, ela vê aquilo que é desejado por Deus, ou, ao menos,
que é permitido por ele para um bem superior.
HUMILDADE. Ao seguir esta via, a alma torna-se humilde. A crian-
ça tem consciência de sua deficiência, ela depende de sua mãe
para tudo, e pede constantemente sua ajuda, ou se refugia perto
dela à menor ameaça.
Do mesmo modo, o filho de Deus sente que, deixado a si mes-
mo, ele não é nada; ele se lembra com freqüência das palavras de
Jesus: Sem mim, não há nada que possais fazer. E assim, ele tem
uma necessidade instintiva de se esquecer de si mesmo, de de-
pender de Nosso Senhor, de se abandonar a Ele. A alma cessa de
se estimar de modo vão, de querer ocupar um lugar no espírito dos
outros; ela desvia seu olhar de si mesma.
Por causa disso, ela combate muito eficazmente o amor próprio.
E, com o sentimento de sua deficiência, ela experimenta a necessi-
dade de se apoiar constantemente em Nosso Senhor e de ser em
tudo guiada e dirigida por ele. Ela se lança em seus braços, como
a criança nos braços de sua mãe. Por isso, o espírito de oração se
desenvolve muito nela.
FÉ. Assim como o filho crê sem hesitar e firmemente em tudo o
que sua mãe lhe diz, o filho de Deus, acima de todo raciocínio, de
todo exame, baseia-se totalmente na palavra de Nosso Senhor.
“Jesus o disse”, seja por si mesmo, seja por sua Igreja, isto é sufi-
ciente para que ele não tenha nenhuma dúvida em seu espírito.
Que se segue? Assim como a mãe fica feliz em poder instruir seu
filho, tanto mais quanto ele se mostrar atento, Nosso Senhor se
compraz em manifestar a profunda simplicidade dos mistérios da
fé aos humildes que o escutam. Ele dizia: Eu te dou graças, ó Pai,
por ter escondido estas coisas dos prudentes e dos sábios e de as
ter revelado aos pequenos. A fé dessa alma torna-se então pene-
trante, saborosa, contemplativa, radiante, prática, fonte de mil
conselhos excelentes. O espírito da fé leva a ver os mistérios reve-
lados, as pessoas, os fatos como Deus os vê; vê-se Deus em tudo.
Mesmo que o Senhor permita a noite escura, a alma a atravessa
segurando sua mão, como o filho segura a mão de sua mãe, que a
protege.
A CONFIANÇA torna-se, desde então, mais e mais firme, inteira.
Por que? … porque ela repousa no amor de Deus por nós, em suas
promessas, nos méritos infinitos de Nosso Senhor.
Como a criança está segura de sua mãe, porque se sabe amada
por ela, a alma de que falamos está segura de Deus. Ela não pode
duvidar de sua fidelidade em manter suas promessas: pedi e rece-
bereis. Ela não se baseia em seus próprios méritos, em sua sorte
pessoal, mas nos méritos infinitos do Salvador, que são para ela;
do mesmo modo, os bens do pai são para seus filhos que ainda
não possuem bens pessoais.
A fragilidade a desencoraja? De modo algum. O filho não se de-
sencoraja por causa de sua deficiência. Ao contrário, ele sabe que
é por causa de sua impotência que sua mãe está sempre pronta
para protegê-lo. Do mesmo modo, Nosso Senhor sempre protege
os pequenos e os pobres que se fiam nele. O Espírito Santo, que
ele nos enviou, é chamado “Pater pauperum”.
Esta alma não confia senão em Deus, em Nosso Senhor e na
Virgem, e naqueles que vivem de Deus, como a criança não confia
senão em sua mãe e naquelas pessoas a quem sua própria mãe o
confia por um momento.
A via da infância espiritualA via da infância espiritualA via da infância espiritual——— Pe. Garrigou Lagrange, O.P.Pe. Garrigou Lagrange, O.P.Pe. Garrigou Lagrange, O.P.
Deveres dos pais e superiores
Grande Catecismo Católico—Pe. José Deharbes
419. O quarto mandamento encerra somente os deveres dos filhos e dos súditos?
O quarto mandamento compreende também os deveres dos pais e superiores.
O 4º mandamento concede aos pais e superiores direitos sobre os filhos e súditos. Estes direitos baseiam-se nos deveres; por isso
os deveres dos pais e superiores também estão compreendidos no 4º mandamento.
1.Deveres dos pais para com os filhos.
420. Qual é o primeiro e mais santo dever dos pais para com os filhos ?
O primeiro e mais santo dever dos pais para com os filhos consiste em educá-los para Deus e para a vida eterna; por isso de-
vem:
1) rezar fervorosamente pelos filhos;
2) educá-los bem na Religião Católica;
3) acostumá-los desde cedo à piedade e às boas obras; principalmente pelo bom exemplo;
4) preservá-los dos perigos;
5) castigar suas faltas com caridade cristã.
" E vós, pais educai vossos filhos na disciplina e nas instruções do Senhor". (Efés. VI, 4) - " O menino que é abandonado à sua vonta-
de, é a vergonha de sua mãe". (Prov. XXIX, 15). " Não poupes a correção ao menino, porque, se lhe bateres com a vara, não morrerá.
Tu lhe baterás com a vara e livrarás a sua alma do inferno". (Prov. XXIII, 13, 14)
421. Qual é o segundo e importante dever dos pais?
O segundo dever importante dos pais consiste em cuidar do bem estar e progresso temporal de seus filhos; por isso devem:
1) conservar seus haveres em condições convenientes, e, se necessário, procurar aumentá-los;
2) cuidar convenientemente do alimento, vestuário e da saúde de seus filhos;
3) acostumá-los, desde cedo, ao trabalho e fazer com que aprendam o que lhes pode ser útil.
Edição:
Capela Nossa Senhora das Alegrias - Vitória, ES.
http:/www.nossasenhoradasalegrias.com.br
Entre em contato conosco pelo e-mail:
jornalafamiliacatolica@gmail.com
É uma confiança total, mesmo nas horas mais graves. Nós nos
lembramos então do que dizia santa Teresinha: “Senhor, vós a
tudo vedes, tudo podeis, e vós me amais”.
O único temor desta alma é o de não amar o bastante a Nosso
Senhor, de não se abandonar totalmente a Ele.
A CARIDADE é o amor de Deus por ele mesmo, e das almas em
Deus, para que elas o glorifiquem no tempo e na eternidade.
A criança pequena ama sua mãe de todo seu coração, mais que
os carinhos que recebe dela; ela vive de sua mãe.
Do mesmo modo, o filho de Deus vive de Deus e o ama por si
mesmo, por causa das infinitas perfeições que nele transbordam.
O que este filho de Deus ama, não é a sua própria perfeição, mas
o próprio Deus, sobre o qual ele se apóia.
A este amor ele refere tudo, é um amor delicado, simples, que
inspira a piedade filial e uma grande caridade pelo próximo, na
medida em que este é amado por Deus e chamado a o glorificar
eternamente.
O filho de Deus, porém, é tão prudente como simples: simples
com Deus e as almas de Deus, ele está sob a inspiração do dom
de conselho e é prudente com aqueles em quem não podemos ter
confiança.
Ele é deficiente, mas é do mesmo modo forte, pelo dom de forta-
leza que se manifestou nos mártires, e até nas jovens virgens e
nos velhos.
Um modelo impressionante de infância espiritual se encontra em
uma alma santa, que atingiu, em meio das maiores dificuldades,
uma grande intimidade com Nosso Senhor; a Venerável Madre
Marie-Thérèse de Soubiran, fundadora da Sociedade de Maria
Auxiliadora. Sua vida admirável nos mostra a enorme superiorida-
de da vida sobrenatural plenamente abandonada a Nosso Senhor,
acima da atividade natural das pessoas melhor dotadas e mais
enérgicas, que se apóiam sobre elas mesmas, que se esquecem
de pedir a benção de Deus.
Sua vida é um comentário das palavras do Salvador: Eu te dou
graças, ó Pai, por ter escondido estas coisas dos prudentes e dos
sábios e de as ter revelado aos pequenos.
permanencia.org.br

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  • 1. Maneira de conversar continuamente com deus As mais belas orações de santo afonso de ligório, Pe. Saint-Omer. SANTOS E FESTAS DO MÊS: 01– Circuncisão de Nosso Senhor; 04– Santíssimo Nome de Jesus; 06– Epifania; 11– Sagrada Família; 13– Batismo de Nosso Se- nhor; 15– São Paulo, 1º eremita; 17– Santo Antão; 21– Santa Inês; 27– São João Crisóstomo; 28– São Pedro Nolasco; 29– São Francisco de Sales; 31– São João Bosco N E S T A E D I Ç Ã O : Espiritualidade 1,2 Pureza 2 A via da infância espiritual 3, 4 Deveres dos Pais 4 Janeiro/ 2015Edição 20 A Família CatólicaC A P E L A N O S S A S E N H O R A D A S A L E G R I A S chegou ainda mais a ocultar-se sob as espécies de pão, para ser companheiro perpétuo do nosso exílio, e unir0se intimamente conosco: Aquele, diz ele, que come o meu copo e bebe o meu sangue, permanece em mim, e eu permaneço nele. Dir-se- ia enfim que ele vos ama de tal maneira, que sois o único objeto do seu amor. Também, do vosso lado, não deveis amar nada fora de Deus; como tendes o direito de dizer: O meu amado é meu, é preciso que digais também: E eu sou dele; sim, pois que o meu Deus se deu todo a mim, dou-me todo a ele; pois que me escolheu para a sua ama- da, eu o escolhi entre todos para o meu único amor. (...) 2. É fácil e agradável entreter-se com Deus. É grande erro, já o dissemos, mostrar desconfi- anças nas nossas relações com Deus, e aparecer sempre na sua presença como escravo tímido e vergonhoso, que treme de medo diante do seu rei; mas erro pior seria imaginar que seja molesto e fastidioso conversar com o Senhor: Não, nem por sombra: Porque a sua conversação nada tem de desagradável, e a sua companhia nada de tedio- so. Interrogai as almas que o amam sinceramen- te, e elas vos dirão que, nas penas da vida, a sua mais doce e sólida consolação é entreter-se com Deus. Não se exige de vós aplicação contínua de espí- rito, nem que esqueçais as vossas ocupações nem sequer as vossas recreações; o que se exige, é que, sem descuidar-vos da vossa lida, procedais com Deus como procedeis para com as pessoas que vos amam e são amadas de vós. O vosso Deus está sempre perto de vós, e até dentro de vós: Porquanto é nele que tendes a vida, o movimento e o ser. Quem deseja falar-lhe, encontra sempre a porta aberta de par em par: o Senhor estima que o trateis com toda a confiança. Falai-lhe dos vossos negócios, designíos, penas, temores, e de tudo o que vos interessa. Fazei-o sobretudo, torno a dizer, com confiança e coração averto. Deus não tem costume de falar a uma alma que Lhe não fale, porque ela não está em estado de entender a sua linguagem, visto não ter hábito de tratar com Ele. Disto é que o Senhor se queixa nos Cânticos: Nossa irmãs, diz ele, não passa ainda duma criança no meu amor; como faremos para lhe falar, se ela não compreende? Deus quer ser tido como o Senhor mais poderoso e temível por aqueles que desprezam a sua graça; 1. Deus quer que lhe falemos cheios de confiança e com familiaridade. Não podia o bem-aventurado Jó cessar de admi- rar-se, vendo Deus tão atento em espelhar os seus benefícios sobre o homem. Não parece com efeito que o Senhor nada tem mais a peito de que nos amar e ganhar o nosso amor? Eis porque o santo exclamava, dirigindo-se a Deus: Que é o homem para que o eleveis tanto na vossa estima? E porque o constituis objeto do vosso afeto? É, portanto, erro evidente pensar que não se pode tratar com deus familiarmente e com toda a confi- ança sem faltar com o respeito devido à sua infini- ta majestade. Sem dúvida, alma devota, deveis a Deus reverência cheia de humildade; sois obriga- da a abater-vos na sua presença, lembrando-vos principalmente da ingratidão e ultrajes de que, no passado, vos fizestes culpada para com ele; mas nada disto deve impedir de pordes, nas vossas relações com ele, o amor mais terno, a mais intei- ra confiança de que sois capaz. Ele é a majestade infinita, mas ao mesmo tempo é a bondade infini- ta e o amor infinito. Em Deus tendes o Senhor mais sublime que pode existir, mas também o Esposo mais amante que podeis possuir. Longe de vos expordes ao seu desprezo, o regozijais rezando com ele da confiança simples e terna dos filhinhos para com suas mães. Escutai com que termos ele nos estimula a chegarmos à sua pre- sença, e que carícias nos promete: Vós sereis como meninos que a mãe traz apertados aos seu seio e acaricia tendo-os nos joelhos; como a mãe acaricia o seu filhinhos, assim eu vos consolarei. A mãe se regozija em ter o seu filhinho ao colo, com dar-lhe o nutrimento, cerca-lo de carícias; é com a mesma ternura que o nosso bom Deus se compraz de tratar as almas que lhe são caras por se haverem dado a ele sem reserva, e colocado todas as suas esperanças na sua bondade. Ficai certa, não há pessoa alguma que iguale a Deus no amor que ele nos tem, nem amigo, nem irmãos, nem pai, nem mãe, nem esposo, nem amante. A graça divina é, segundo a palavra do Sábio, o rico tesouro por meio do qual vis criaturas e indignos escravos como somos, nos tornamos amigos queridos do nosso próprio Criador. Para nos inspirar mais confiança, ele chegou, digamos assim, até aniquilar-se, como diz São Paulo; aba- teu-se até fazer-se homem para morar entre nós e conversar familiarmente conosco. Chegou a fazer- se menino, a fazer-se pobre, a deixar-se condenar e crucificar publicamente;
  • 2. mas quer também que aqueles que o amam, o tratem como amigo o mais afetuo- so; deseja que estes lhe falem muitas vezes, com familiaridade e sem temor. Deus deve sempre ser soberanamente respeitado, é verdade; mas quando ele mes- mo quer fazer-vos sentir a sua presença e deseja lhe faleis como a amigo que mais vos ama que todos os outros, abri o vosso cora- ção com toda liberdade e confiança. Ele previne aos que desejam a sua presença, diz o Sábio, e espontaneamente se lhes mostra. Uma vez que aspirais ao seu amor, não espera que vades a ele, mas vem e se apresenta primeiro a vós, com as graças e remédios que haveis mister. Só uma palavra espera que digais, para mostrar que está junto de vós, vos escuta e está pronto a consolar-vos. Os seus ouvidos são abertos para escutar as orações dos justos. (...) No mundo, os amigos tem horas para con- versar, e horas em que se separam, mas entre Deus e vós, se quiserdes, nunca have- rá instante de separação: Em quanto dor- mirdes, o Senhor estará ao vosso lado, e velará sem cessar junto de vós. Eu repousa- rei na sua companhia, diz o Sábio, e conver- sarei com ele pelos meus pensamentos. Quando repousais, Deus não se separa do vosso leito, mas fica pensando constante- mente em vós, para que, se acordardes à noite, possa vos falar pelas suas inspira- ções, e receber de vós algum ato de amor, oferenda e agradecimento. Assim quer ele, ainda no tempo do repouso, continuar con- vosco os seus doces e amáveis entreteni- mentos. Falar-vos-á até durante o vosso sono, e vos instruirá a respeito da sua von- tade, a fim de que, em acordando, a po- nhais em obra. De manhã, achá-lo-eis ainda junto de vós, para ouvir algumas palavras de afeto ou confiança, e recolher os vossos primeiros pensamentos e a promessa que lhe fazeis de agir em tudo com o fim de agradar-lhe durante o dia, com o oferecimento de todas as penas que vos propondes sofrer de boa vontade pela sua glória e amor. Como ele não deixa de se apresentar a vós no mo- mento de despertardes, não deixeis tam- bém de dirigir-lhe um olhar cheio de amor; regozijai-vos por saber do vosso mesmo Deus a feliz nova de que não está longe de vós, conforme o doce preceito que vos ele recorda a esta mesma hora: Tu amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração. 3. De que, quando e como devemos falar a Deus. 1.Em geral Nunca vos esqueçais então da doce presença do Senhor, como fazem, pela maior parte, os homens. Falai-lhe o maior número de vezes que puderdes: ele não é como os grandes da terra, não se enfadará com a vossa frequência nem vos despreza- rá; e se o amais, havereis sempre com que entretê-lo. Dizei-lhe tudo o que se apresen- ta no tocante a vossa pessoa e interesses, como o direis a um amigo íntimo. Não o considereis como um príncipe soberbo, que não quer tratar senão de coisas altas e somente com grandes personagens: o nosso Deus tem prazer em abater-se para tratar com cada um de nós e quer que lhe comuniquemos os nossos negócios ainda os menos importantes e mais ordinários. Ele vos ama e tem cuidado de vós, como se fosseis o único objeto dos seus pensa- mentos. É tão aplicado ao que vos interes- sa, que parece conservar a sua providên- cia unicamente para vos socorrer, a sua onipotência para vos ajudar, a sua miseri- córdia e bondade para ter compaixão de vós, fazer-vos bem, e ganhar por sinais de ternura a vossa confiança e amor. Desco- bri-lhe então livremente todo o vosso interi- or, e pedi-lhe vos guie ao perfeito cumpri- mento da sua santa vontade, e todos os vossos desejos e desígnios tenham por único fim dar-lhe agrado e contentar o seu coração: Descobri o vosso caminho ao Senhor. Pedi lhe faça vossos caminhos retos e que tosos os vossos desígnios re- pousem nele. Não digais: De que serve expor a Deus todas as minhas necessidades? Ele as vê e conhece melhor do que eu.—Deus as conhece, não há dúvida, mas procede como se ignorasse as necessidades de que lhe não falais e para as quais não recorreis a ele. O nosso Divino Salvador sabia a morte de Lázaro; entretanto, antes que lh’a comunicassem as irmãs do defun- to, parecia ignorá-la; só depois de receber a mensagem delas é que as consola, res- suscitando-lhes o irmão. 2. Nos padecimentos Assim, quando estiverdes nas provações da enfermidade, tentação, perseguição ou outra tribulação, seja qual for, ide sem demora ao Senhor, e rogai-lhe vos estenda a mão auxiliadora. Bastante será pordes sob os seus olhos o que vos aflige, dizen- do: Senhor, vede a minha angústia.—Ele não deixará de vos consolar, ou ao menos vos dará força para levardes com paciên- cia a vossa cruz, o que valerá mais para vós do que se ele vol-a tirasse de todo. Comunicai-lhe todos os pensamentos que vos atormentam, os vossos sentimentos de temor ou tristeza, e dizei-lhe: Meu Deus, em vós ponho todas as minhas es- peranças; ofereço-vos esta provação e me resigno à vossa santa vontade; mas, tende compaixão de mim; ou livrai-me desta afli- ção ou ajudai-me a suportá-la. então o Senhor cumprirá certamente a sua pro- messa de consolar ou fortalecer todos aqueles que, nas penas, recorrem a ele: Vinde todos a mim, diz ele no Evangelho, vós que sofreis e sois acabrunhados, e eu vos alentarei. Se alguma vez fordes buscar, junto dos vossos amigos, alguma consolação nas vossas penas, Deus não se ofende com isto, mas quer que de preferencia recorrais a ele. Assim, ao menos depois de ter pedi- do às criaturas consolações que elas vos não podem dar, voltai-vos para o Criador, e dizei-lhe: Senhor, os homens não tem mais do que palavras impotentes para consolar- me; eu não os escuto mais. Vós sois toda a minha esperança e todo o meu amor; só de vós espero a minha consolação, e a que eu solicito, é a graça de fazer nesta ocasi- ão o que vos é mais agradável. Eis-me pronto a sofrer esta pena durante toda a minha vida e toda a eternidade, se esta for a vossa vontade; mas, ó Deus meu, ajudai- me. Forçosa é a guerra à tirania das nossas paixões, durante a nossa peregrinação sobre a terra. As aparências austeras da obrigação ocultam a sua encantadora e sublime beleza a uma mocidade que sacrifica ao prazer sua integri- dade moral e nem depois hesita em arruinar em outros o que ela não soube respeitar em si mesma. Uma depravação mais consciente e mais requintada na malicia acrescenta uma mentira junto à tentação: a lei da castidade julga-a impossível. E dizem ‘É somente para os fracos’. Mas quem é fraco e quem é forte? Onde está a fraqueza? Onde está a coragem? ‘Fraco’ o homem que nutre ambições celestiais; ‘forte’ o incapaz de uma coragem que o levanta acima do sensualismo animal? ‘Fraco’ o que disputa as inteligências puras o premio da nobreza; ‘forte’, o que se avilta? ‘Fraco’ o magnânimo que por amor de Deus e dos seus semelhantes se esquece de si; ‘forte’ o egoísta que só se preocupa de vis pra- zeres? ‘Fraco’ o cavaleiro do direito; ‘forte’ o escravo de desejos desordenados? ‘Fraco’ aquele cuja energia vital enriquecerá a sociedade dos homens, ‘forte’ o esgotado, o gasto pelo vicio? ‘Fraco’ o homem que sabe guardar os seus sagrados juramentos; ‘forte’ o cínico ou hipócrita que viola seus compromissos? ‘Fraco’ o vitorioso, ‘forte’ o vencido? E, ainda assim, por toda a parte se encontra aplausos à absurda calúnia. O mundo faz questão de embalar: uma vasta e poderosa imprensa difunde e patrocina; médicos em nome de uma suposta ciência corroboram-na com seus maus conselhos.Diante dessa inso- lência, a virtude, tímida e retraída, resigna-se por vezes a envergonhar-se e até mesmo a capitular! É mister, pois despertar a estima pela pureza. A Grande Guerra — Pe. J. Hoornaert, S.J.
  • 3. Nosso Senhor diz aos seus Apóstolos: Se vos não converterdes e vos não tornardes como meninos, não entrareis no reino dos céus. São Paulo acrescenta: o Espírito Santo dá testemunho ao nosso espírito de que somos filhos de Deus, e nos aconselha freqüente- mente uma grande docilidade ao Espírito Santo. Esta docilidade se encontra particularmente na via da infância espiritual, recomenda- da por muitos santos e, ultimamente, por Santa Teresa do Menino Jesus. Esta via, tão fácil e proveitosa para a vida interior, é muito pouco conhecida e seguida. Por que pouco seguida? Porque muitos imaginam erroneamente que esta é uma via especial, reservada às almas que se conserva- ram completamente puras e inocentes; e outros, quando lhes fala- mos desta via, pensam em uma virtude pueril, uma espécie de infantilidade, que não poderia lhes convir. Estas idéias são falsas. A via da infância espiritual não é nem uma via especial nem uma via de puerilidade. A prova é que foi Nosso Senhor, ele mesmo, quem a recomendou a todos, mesmo àqueles responsáveis pelas almas, como os Apóstolos formados por Ele. *** Para se ter uma visão de conjunto da via da infância espiritual, é preciso de início notar suas semelhanças e, em seguida, suas diferenças com a infância corporal. As semelhanças são patentes. Quais as qualidades inatas das crianças? Em geral, elas são sim- ples, sem nenhuma duplicidade, são ingênuas, cândidas, não re- presentam, mostram-se tais como são. Ademais, têm consciência de sua deficiência, pois precisam receber tudo de seus pais, o que as dispõe à humildade. São levadas a crer simplesmente em tudo o que dizem as suas mães, a depositar uma confiança absoluta nelas, e a amá-las de todo seu coração, sem cálculo. Quais as diferenças entre a infância ordinária e a infância espiritual? — A primeira diferença é notada por São Paulo: Não sejais meninos na compreensão, mas sede pequeninos na malícia. A infância espiri- tual se distingue da outra pela maturidade do julgamento e de um julgamento sobrenatural inspirado por Deus. Uma segunda grande diferença é indicada por São Francisco de Sales: na ordem natural, quanto mais o filho cresce, mais ele tem de se tornar auto-suficiente, pois um dia seu pai e sua mãe lhe faltarão. Ao contrário, na ordem da graça, quanto mais o filho de Deus cresce, mais ele compreende que não poderá jamais se bas- tar e que dependerá sempre intimamente de Deus. Quanto mais ele cresce, mais ele deve viver da inspiração especial do Espírito Santo, que vem suprir por seus dons a imperfeição de nossas vir- tudes, de modo que, no fim, o filho de Deus torna-se mais passivo sob a ação divina do que entregue à sua atividade pessoal e no fim entra no seio do Pai, onde encontrará a beatitude por toda a eternidade. Os moços e as moças, quando chegam à idade adulta, deixam seus pais para viverem suas vidas; mais tarde, o homem de qua- renta anos vem com bastante freqüência visitar sua mãe, mas ele não depende dela como antes; é ele agora que a sustenta. Ao contrário, o filho de Deus, ao crescer, se é fiel, torna-se mais e mais dependente de seu Pai, até que nada faça sem ele, sem suas inspirações ou seus conselhos. Então, toda a sua vida é banhada pela oração; é a melhor parte que não lhe será tirada. Santa Tere- sinha de Lisieux o compreendeu assim. Ela, após ter atravessado a noite do espírito, chegou desse modo à união transcendental nela. Tais são as características gerais da infância espiritual: suas semelhanças e suas diferenças com a infância corporal. * * * Vejamos agora as principais virtudes que se manifestam nela. De início, a SIMPLICIDADE, a ausência total de duplicidade. Por que? … porque o olhar desta alma não procura senão a Deus e vai direito a ele. Assim, verifica-se aquilo que é dito no Evangelho: O teu olho é a lucerna do teu corpo. Se teu olho for simples todo teu corpo será luz. Mas, se o teu olho for mau, todo o teu corpo estará em trevas [8]. Do mesmo modo, se a intenção de tua alma é sim- ples e direta, pura e sem duplicidade, toda a tua vida será ilumina- da como o rosto de uma criança. Então, a alma simples, que tudo sempre considera com relação a Deus, acaba por vê-lo nas pessoas e eventos; em tudo o que acontece, ela vê aquilo que é desejado por Deus, ou, ao menos, que é permitido por ele para um bem superior. HUMILDADE. Ao seguir esta via, a alma torna-se humilde. A crian- ça tem consciência de sua deficiência, ela depende de sua mãe para tudo, e pede constantemente sua ajuda, ou se refugia perto dela à menor ameaça. Do mesmo modo, o filho de Deus sente que, deixado a si mes- mo, ele não é nada; ele se lembra com freqüência das palavras de Jesus: Sem mim, não há nada que possais fazer. E assim, ele tem uma necessidade instintiva de se esquecer de si mesmo, de de- pender de Nosso Senhor, de se abandonar a Ele. A alma cessa de se estimar de modo vão, de querer ocupar um lugar no espírito dos outros; ela desvia seu olhar de si mesma. Por causa disso, ela combate muito eficazmente o amor próprio. E, com o sentimento de sua deficiência, ela experimenta a necessi- dade de se apoiar constantemente em Nosso Senhor e de ser em tudo guiada e dirigida por ele. Ela se lança em seus braços, como a criança nos braços de sua mãe. Por isso, o espírito de oração se desenvolve muito nela. FÉ. Assim como o filho crê sem hesitar e firmemente em tudo o que sua mãe lhe diz, o filho de Deus, acima de todo raciocínio, de todo exame, baseia-se totalmente na palavra de Nosso Senhor. “Jesus o disse”, seja por si mesmo, seja por sua Igreja, isto é sufi- ciente para que ele não tenha nenhuma dúvida em seu espírito. Que se segue? Assim como a mãe fica feliz em poder instruir seu filho, tanto mais quanto ele se mostrar atento, Nosso Senhor se compraz em manifestar a profunda simplicidade dos mistérios da fé aos humildes que o escutam. Ele dizia: Eu te dou graças, ó Pai, por ter escondido estas coisas dos prudentes e dos sábios e de as ter revelado aos pequenos. A fé dessa alma torna-se então pene- trante, saborosa, contemplativa, radiante, prática, fonte de mil conselhos excelentes. O espírito da fé leva a ver os mistérios reve- lados, as pessoas, os fatos como Deus os vê; vê-se Deus em tudo. Mesmo que o Senhor permita a noite escura, a alma a atravessa segurando sua mão, como o filho segura a mão de sua mãe, que a protege. A CONFIANÇA torna-se, desde então, mais e mais firme, inteira. Por que? … porque ela repousa no amor de Deus por nós, em suas promessas, nos méritos infinitos de Nosso Senhor. Como a criança está segura de sua mãe, porque se sabe amada por ela, a alma de que falamos está segura de Deus. Ela não pode duvidar de sua fidelidade em manter suas promessas: pedi e rece- bereis. Ela não se baseia em seus próprios méritos, em sua sorte pessoal, mas nos méritos infinitos do Salvador, que são para ela; do mesmo modo, os bens do pai são para seus filhos que ainda não possuem bens pessoais. A fragilidade a desencoraja? De modo algum. O filho não se de- sencoraja por causa de sua deficiência. Ao contrário, ele sabe que é por causa de sua impotência que sua mãe está sempre pronta para protegê-lo. Do mesmo modo, Nosso Senhor sempre protege os pequenos e os pobres que se fiam nele. O Espírito Santo, que ele nos enviou, é chamado “Pater pauperum”. Esta alma não confia senão em Deus, em Nosso Senhor e na Virgem, e naqueles que vivem de Deus, como a criança não confia senão em sua mãe e naquelas pessoas a quem sua própria mãe o confia por um momento. A via da infância espiritualA via da infância espiritualA via da infância espiritual——— Pe. Garrigou Lagrange, O.P.Pe. Garrigou Lagrange, O.P.Pe. Garrigou Lagrange, O.P.
  • 4. Deveres dos pais e superiores Grande Catecismo Católico—Pe. José Deharbes 419. O quarto mandamento encerra somente os deveres dos filhos e dos súditos? O quarto mandamento compreende também os deveres dos pais e superiores. O 4º mandamento concede aos pais e superiores direitos sobre os filhos e súditos. Estes direitos baseiam-se nos deveres; por isso os deveres dos pais e superiores também estão compreendidos no 4º mandamento. 1.Deveres dos pais para com os filhos. 420. Qual é o primeiro e mais santo dever dos pais para com os filhos ? O primeiro e mais santo dever dos pais para com os filhos consiste em educá-los para Deus e para a vida eterna; por isso de- vem: 1) rezar fervorosamente pelos filhos; 2) educá-los bem na Religião Católica; 3) acostumá-los desde cedo à piedade e às boas obras; principalmente pelo bom exemplo; 4) preservá-los dos perigos; 5) castigar suas faltas com caridade cristã. " E vós, pais educai vossos filhos na disciplina e nas instruções do Senhor". (Efés. VI, 4) - " O menino que é abandonado à sua vonta- de, é a vergonha de sua mãe". (Prov. XXIX, 15). " Não poupes a correção ao menino, porque, se lhe bateres com a vara, não morrerá. Tu lhe baterás com a vara e livrarás a sua alma do inferno". (Prov. XXIII, 13, 14) 421. Qual é o segundo e importante dever dos pais? O segundo dever importante dos pais consiste em cuidar do bem estar e progresso temporal de seus filhos; por isso devem: 1) conservar seus haveres em condições convenientes, e, se necessário, procurar aumentá-los; 2) cuidar convenientemente do alimento, vestuário e da saúde de seus filhos; 3) acostumá-los, desde cedo, ao trabalho e fazer com que aprendam o que lhes pode ser útil. Edição: Capela Nossa Senhora das Alegrias - Vitória, ES. http:/www.nossasenhoradasalegrias.com.br Entre em contato conosco pelo e-mail: jornalafamiliacatolica@gmail.com É uma confiança total, mesmo nas horas mais graves. Nós nos lembramos então do que dizia santa Teresinha: “Senhor, vós a tudo vedes, tudo podeis, e vós me amais”. O único temor desta alma é o de não amar o bastante a Nosso Senhor, de não se abandonar totalmente a Ele. A CARIDADE é o amor de Deus por ele mesmo, e das almas em Deus, para que elas o glorifiquem no tempo e na eternidade. A criança pequena ama sua mãe de todo seu coração, mais que os carinhos que recebe dela; ela vive de sua mãe. Do mesmo modo, o filho de Deus vive de Deus e o ama por si mesmo, por causa das infinitas perfeições que nele transbordam. O que este filho de Deus ama, não é a sua própria perfeição, mas o próprio Deus, sobre o qual ele se apóia. A este amor ele refere tudo, é um amor delicado, simples, que inspira a piedade filial e uma grande caridade pelo próximo, na medida em que este é amado por Deus e chamado a o glorificar eternamente. O filho de Deus, porém, é tão prudente como simples: simples com Deus e as almas de Deus, ele está sob a inspiração do dom de conselho e é prudente com aqueles em quem não podemos ter confiança. Ele é deficiente, mas é do mesmo modo forte, pelo dom de forta- leza que se manifestou nos mártires, e até nas jovens virgens e nos velhos. Um modelo impressionante de infância espiritual se encontra em uma alma santa, que atingiu, em meio das maiores dificuldades, uma grande intimidade com Nosso Senhor; a Venerável Madre Marie-Thérèse de Soubiran, fundadora da Sociedade de Maria Auxiliadora. Sua vida admirável nos mostra a enorme superiorida- de da vida sobrenatural plenamente abandonada a Nosso Senhor, acima da atividade natural das pessoas melhor dotadas e mais enérgicas, que se apóiam sobre elas mesmas, que se esquecem de pedir a benção de Deus. Sua vida é um comentário das palavras do Salvador: Eu te dou graças, ó Pai, por ter escondido estas coisas dos prudentes e dos sábios e de as ter revelado aos pequenos. permanencia.org.br