1) O sindicato se reuniu com a reitoria da Uenf para discutir a valorização dos servidores, incluindo a liberação de sindicalistas e a construção da nova sede do sindicato.
2) Os trabalhadores da Cecierj expressaram frustração pela falta de implementação do plano de carreira prometido em 2011.
3) O sindicato apoia a ampliação do pré-vestibular comunitário para mais 120 vagas após conquistar um novo espaço na Uerj.
Resposta da srh a solicitacao de reuniao pelo sintuperj
Progressão na carreira dos técnico-administrativos da Uerj
1. ABRIL DE 2013 | JORNAL DO SINTUPERJ 1
implementada na universidade após inten-
sa luta política dos trabalhadores.
Durante a última sessão do Conselho
Universitário (01/03), o conselheiro Jorge
Luís (Gaúcho) questionou ao presidente
do Conselho sobre a elaboração dos crité-
rios de avaliação para a progressão espe-
cífica. A cobrança resultou na convocação
da SRH para uma reunião com a bancada
técnico-administrativa pelo presidente do
Conselho. Por fim, a bancada conseguiu
que fosse mantida a resolução 01/2011,
de 06 de junho de 2011, que estabelece
o uso da “pontuação anterior [2009] dos
servidores técnico-administrativos quan-
do do Programa de Avaliação Especí fica”.
É importante ressaltar, no entanto, que
se a reformulação do Plano de Carreira – apro-
vada por unanimidade pelo conselho Univer-
sitário em 2011 – já tivesse sido implemen-
tada, a valorização de nossos companheiros
técnico-administrativos seria muito maior.
Neste sentido, assim como o conselheiro Al-
berto Dias na sessão do Consun do dia 01/03,
cobramos da Reitoria a devida celeridade no
trâmite e, consequentemente, na implanta-
ção da reformulação do Plano de Carreira.
Jornal do Sindicato dos Trabalhadores das Universidades Públicas Estaduais - RJ
Rua São Francisco Xavier, 524 - Bloco D - Sala 1020 - Maracanã - Rio de Janeiro-RJ - CEP 20.550-013 | Ano VII - Nº 44 - abril de 2013
Fundado em 31 de outubro de 2000 Filiado à
D
epois de críticas dos conselheiros
ligados ao sindicato, Uerj foi obri-
gada a aceitar proposta de avalia-
ção para progressão. Ainda não estamos
satisfeitos, pois solução sobre títulos e
caminhada ainda desagrada. Os técnico-
-administrativos devem ficar atentos ao
prazo que vai até o dia 03 de maio. Todos
os servidores com direito à progressão
deverão apresentar requerimento, indi-
cando uma das três hipóteses a seguir:
1) 1ª Avaliação: Ainda não par-
ticipou de nenhuma progressão.
Deverá apresentar: requerimento,
formulário de avaliação e título
(documentação comprobatória).
2) Após dois anos no mesmo nível
e possui nova titulação superior à
apresentada em 2011. Deverá apre-
sentar o requerimento e o título
(documentação comprobatória).
3) Progressão automática: Após
dois anos, mantém a mesma titu-
lação. Deverá apresentar apenas o
requerimento.
A circular CL – 013/SRH/2013, com
todos os detalhes da avaliação especí-
fica para a progressão podem ser con-
sultados na página do Sintuperj: www.
sintuperj.org.br. Veja no quadro ao lado
o cronograma da progressão 2013.
A progressão na carreira é uma vitó-
ria na prática dos técnico-administrati-
vos da Uerj, pois está prevista no Plano
de Carreira da categoria (Lei 4.796/06),
15/04/13
à 03/05/13
Entrega dos requerimentos,
formulário de avaliação e
documentação comprobatória
Abril/Maio Análise dos requerimentos pela
equipe SRH-DESEN
Junho Divulgação do resultado e
inclusão na folha de pagamento
15/07/13
à 31/07/13
Recursos
30/08/13 Resultado dos Recursos
ANO DE PROGRESSÃO NA CARREIRA
Os conselheiros Alberto Dias e Jorge Luís (Gaúcho) durante sessão do Consun (01/03)
Uenf e Cecierj
em pauta
Pré-vestibular
ganha novo espaço
A repressão
49 anos pós-Ditadura2 3 4
2. JORNAL DO SINTUPERJ | ABRIL DE 20132
Reunião com técnicos
A Diretoria Executiva também se reu-
niu com alguns companheiros técnico-
-administrativos de nível superior para
esclarecer pontos das propostas de revi-
são da tabela do PCV que foram recusa-
das pela Seplag. Salientamos para esses
companheiros que a recente fundação da
associação dos técnicos de nível superior
da Uenf é um retrocesso, que em nada
contribuirá com o processo de reformu-
lação. A última simulação que nos foi
apresentada sepulta qualquer expecta-
tiva de sucesso nas negociações futuras
que teremos com o Executivo Estadual. O
que precisamos de fato é unir a categoria
dos técnico-administrativos e acabar com
esse divisionismo que cria um abismo
perigoso entre o nível superior e o nível
médio para fortalecer a luta. Os diretores
apontaram a proposta alternativa a ser
enviada como uma saída viável que venha
a solucionar o impasse criado pela Seplag.
Delegacia sindical
ADiretoriaExecutivadoSintuperjtambém
se reuniu com a Delegacia Sindical Sintu-
perj/Uenf, representada pelos delegados
sindicais, Aberto dos Santos Barreto e Pe-
dro Luís Fernandes Brasil. Relatamos aos
companheiros todos os pontos abordados
na audiência com o magnífico reitor e na
reunião com os técnico-administrativos
de nível superior. Além disso, os sindica-
listas esclareceram mutuamente o papel
de cada delegado, bem como o apoio da
Diretoria Executiva à Delegacia Sindical.
EM BUSCA DA VALORIZAÇÃO
A
Diretoria Executiva do Sintuperj,
composta pelos coordenadores ge-
rais Jorge Luís Mattos de Lemos
(Gaúcho), Antônio Virgínio Fernandes e
Paulo Cesar Paes Fernandes, e o Coordena-
dor de Formação e Relação Sindical, Daniel
Pedra Soares, se reuniu com o magnífico
reitor da Uenf, professor Silvério de Paiva
Freitas, em março. Além do reitor, a reu-
nião contou com a presença do chefe de
gabinete e presidente da Comissão do novo
PCV-Uenf, professor Manuel Vasquez e do
prefeito do campus Uenf, professor Gusta-
vo de Castro Xavier. Veja abaixo os temas
centrais da reunião e a posição da reitoria.
Liberação integral de dois servido-
res da Uenf que pertencem à atual Di-
retoria Executiva do Sintuperj, biênio
2012-2014. Silvério afirmou que respon-
deria à solicitação após analise do Conselho
Consultivo; Construção da nova sede do
Sintuperj no campus da Uenf. O reitor
pediu o envio do projeto e declarou que
as despesas seriam por conta do sindicato;
Sintuperj luta por ampliação dos direitos na Uenf
Defesa, pela reitoria da Uenf, junto ao
governo do Estado para a implantação
urgente do processo de reformulação
da tabela do PCV dos técnico-adminis-
trativos. Silvério solicitou ajuda pelo fato
da Seplag ter negado os dois primeiros en-
caminhamentos. Ele mostrou preocupação
diante do divisionismo existente entre os
técnicos de nível superior e de nível médio.
Os coordenadores gerais do Sintuperj se
comprometeram a enviar proposta alterna-
tiva nos moldes da produzida para os servi-
dores da Uerj e para a comissão composta
pela reitoria para análise. Além disso, o do-
Diretoria Executiva em reunião com a reitoria da Uenf
N
a Audiência Pública da Comissão de
Educação da Alerj sobre a Fundação
Cecierj, os trabalhadores demons-
traram toda a frustração pela previsão de
implementação do plano de carreira feita
em 2011 ainda não ter se concretizada.
Em carta elaborada pela categoria, o fun-
cionário da Cecierj André Amaral disse que
desde julho de 2011 (quando foi realizada a
última Audiência Pública sobre a Cecierj) a
categoria nada tem a comemorar a não ser
“o acesso ao alto escalão do governo”. “Nun-
ca vimos implementados o plano de cargos,
os benefícios e nem a realização de concur-
so público”, complementou. Ele questionou
os compromissos verbais do governo e aler-
tou que apesar da Fundação ter de deixar
sua sede no Centro para reformas no local,
Trabalhadores do Cecierj
expõem situação limite
ainda não se definiu o destino da Cecierj.
O Coordenador Geral do Sintuperj, An-
tônio Virgínio, esteve presente à audiência
e manifestou total apoio do sindicato aos
trabalhadores. “Difícil discorrer sobre ma-
téria que desconhecemos. Não sabemos se
o plano tem contemplado o tempo de ser-
viço e tempo no cargo na instituição para
o enquadramento inicial. Não sabemos se o
plano tem avaliação específica e titulação
para a progressão horizontal”, afirmou.
Os parlamentares lamentaram a produ-
ção de um plano de carreira sem discussão
com a categoria e com os próprios par-
lamentares. Além disso, criticaram o seu
provável envio à Alerj como mensagem,
onde os deputados podem apenas inserir
emendas para amenizar possíveis falhas.
Com Antônio Virgínio (ao fundo), André Amaral fala durante Audiência Pública
A saga do
plano de carreira
Desde 2011, pouco se avançou
em relação ao plano de carreira.
O presidente da Cecierj, Carlos
Bielschowski, lembrou durante a
audiência que em março de 2012
começou a discutir o plano com a
Seplag. Apesar de pedir de 2 a 3
meses, ele afirmou que a Secretaria
levou 6 meses para avaliar e ela-
borar um plano “mais adequado”.
Contudo, em setembro a Procura-
doria Geral do Estado (PGE) ques-
tionou a matéria, solicitando rea-
valiação pela Seplag. A Secretaria
manteve o texto e enviou ao go-
verno. Demonstrando um otimismo
que nem mesmo os deputados en-
tenderam, Bielschowski, destacou
a ampliação do número de alunos
atendidos (60.000 para 90.000)
desde julho de 2011. O que na prá-
tica representa apenas um aumen-
to de trabalho, em detrimento das
condições estruturais e salariais da
Fundação. O presidente da Cecierj
afirmou que o plano se encontra
na Casa Civil, na iminência de ser
enviado à Alerj para votação. O
Sintuperj e os trabalhadores con-
tinuarão exigindo a implementa-
ção do plano de carreira para os
funcionários da Cecierj, bem como
a realização de concurso público
para a reposição dos trabalhadores
contratados, cujos contratos se en-
cerrarão em setembro deste ano.
cumento será enviado também para a Dele-
gacia Sindical Sintuperj/Uenf para que seja
discutida em Assembleia pela categoria.
O sindicato também propôs que o magní-
fico reitor defendesse, no Conselho Univer-
sitário, o pagamento do auxílio aos porta-
dores de necessidades especiais para docen-
tes e técnico-administrativos que tenham
dependentes sob suas responsabilidades
nestas condições, como já ocorre na Uerj.
A diretoria assumiu o compromisso de
produzir um documento que demonstre, de
forma inquestionável, o percentual de per-
das inflacionárias dos últimos 20 anos e dos
últimos 5 anos, respectivamente. Quando
este trabalho estiver concluído, o Sintuperj
o enviará para os reitores da Uerj, Uenf,
Uezo e para o presidente da Cecierj para que
negociem diretamente com o governador
Sérgio Cabral o que a legislação nos faculta,
inclusive com as datas-base e a forma de ne-
gociação prevista na Lei Estadual 1608/90,
que os últimos cinco governadores do Es-
tado do Rio de Janeiro não respeitaram.
3. ABRIL DE 2013 | JORNAL DO SINTUPERJ 3
Não à reforma previdenciária
Um abaixo-assinado promovido pela Auditoria
Cidadã da Dívida pede a Nulidade da Reforma
da Previdência de 2003 (EC-41/2003). Ele será
entregue ao Supremo Tribunal Federal – STF,
no dia 12 de junho. O Sintuperj disponibiliza o
abaixo-assinado impresso em sua sede e nas de-
legacias sindicais. Quem preferir pode assinar a
petição pública online. O link encontra-se dis-
ponível nos sites da Auditoria Cidadã da Dívi-
da e do Sintuperj. Diante de uma previdência
nascida em meio a um processo ilícito, em que
deputados foram comprados (mensalão), não
há porque servidores continuarem sendo prejudica-
dos por tal medida. Participe desta campanha! É o seu futuro que está em jogo.
SINTUPERJ NA LUTA
Ampliação do Pré-vestibular
Após negociação com a Reitoria e a Prefeitura dos campi da Uerj, o Sintuperj conseguiu
a concessão do Auditório 13 para a ampliação do Pré-vestibular Comunitário do sindica-
to. A Reitoria cumpre promessa feita ainda no primeiro mandato do reitor Ricardo Viei-
ralves. O local já está passando por reformas para receber as aulas que devem começar já
a partir do mês de maio. A conquista representa uma vitória de uma luta antiga do Sin-
tuperj: a ampliação do Pré-vestibular. Hoje o preparatório comporta duas turmas (tarde
e noite), totalizando 120 alunos. Com o novo espaço, alunos que estão na fila de espera
serão chamados. O sindicato já está trabalhando no sentido de definir esse quantitativo.
O projeto de lei enviado dia 13/03 pelo
prefeito do Rio, Eduardo Paes, à Câmara
de Vereadores brinca com a inteligência
alheia. O PL 80/2013 prevê a criação da em-
presa pública de cunho privado RIOSAÚDE
para a gestão dos hospitais da rede muni-
cipal, nos mesmos moldes da Empresa Bra-
sileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).
Na justificativa do projeto, o Executivo
ressalta que “o Município não está deixan-
do de cumprir sua obrigação estatal”. Isto é
uma contradição, já que é responsabilidade
do poder público “planejar, organizar, con-
trolar e avaliar as ações e os serviços de
saúde e gerir e executar os serviços públi-
cos de saúde”, como estabelece o artigo 18,
em seu parágrafo 1º, da lei que instituiu o
Sistema Único de Saúde - SUS (8.080/90).
Abrir mão da gerência dos serviços públicos
de saúde, portanto, vai contra uma atribui-
ção garantida por uma legislação federal.
Além disso, as diretrizes do SUS também
determinam em seu artigo 4º, parágrafo 2º,
que “a iniciativa privada poderá participar do
Sistema Único de Saúde-SUS, em caráter com-
plementar”. Será mesmo que a gestão de hospi-
tais estaria dentro das funções complementa-
res? Mesmo sendo ela uma atividade precípua,
responsável pela determinação das demais?
Rio sem saúde
Na prática, a criação da RIOSAÚDE escan-
cararia as portas de hospitais à iniciativa priva-
da. Representaria a elitização do atendimento
da Saúde pública, pois com a administração
entregue a uma empresa, o que a impedirá de
cobrarporserviçosatéentãogratuitos?Oume-
lhor, pagos compulsoriamente pelos impostos
que cada cidadão entrega aos cofres públicos.
Na prática, a população pagaria duas
vezes pelo mesmo serviço, assim como
ocorre com aqueles que possuem planos
de saúde. A população paga uma das mais
altas cargas tributárias do planeta, não re-
cebe a devida assistência nos mais diver-
sos serviços públicos – em 2012 o Brasil
foi pela quarta vez seguida o lanterna em
termos de qualidade de serviços públicos
prestados a população, entre as 30 maio-
res cargas tributárias – e para ter acesso
a estes mesmos serviços, com qualidade,
é obrigado a pagar por ele, uma vez mais.
Portanto, a Saúde pública tem mais um
desafio: permanecer pública. Neste sentido,
o Fórum de Saúde do Rio de Janeiro reali-
zou o Ato contra a privatização da saúde e
da vida, reunindo ativistas e parlamenta-
res. O Sintuperj esteve presente e reiterou
a defesa da Saúde pública e de qualida-
de. Mobilize-se! Essa luta também é sua!
Auditório 13 receberá novas turmas do Pré-vestibular Comunitário
Coordenadores do Sintuperj, Regina de Souza e Gaúcho (foto)
no Ato contra a privatização da Saúde e da vida
Os coordenadores do Sintuperj, Jor-
ge Luis de Mattos (Gaúcho), Antônio
Virgínio, Carlos Alberto Silveira e Cássia
Gonçalves, após diversas tentativas de
se reunirem com o reitor, conseguiram
ser recebidos pela sua assessoria. Com a
presença do Sr. Celso Santos e de uma
Sra. , este encontro foi realizado no úl-
timo dia 01/04. Os representantes do
Sintuperj reafirmaram a necessidade ur-
gente de audiência com o reitor, encon-
tro este prometido pelo mesmo a várias
semanas. Levamos ao Senhor Celso a
urgência de abrirmos a negociação da
reformulação do Plano de Cargos e Car-
reira, como ficou acertado com o reitor
na sessão do Consun (01/03). Essa ne-
gociação se daria no âmbito do Consun,
com a formação de uma comissão para
tratar do tema. O referido assessor se
comprometeu em agilizar este assunto.
Outro problema discutido na reu-
nião diz respeito ao fato da SRH não
receber a documentação (títulos, cur-
sos de aprimoramento,...) levada pelos
servidores que servirão de base para
a progressão na carreira. O assessor
informou que é um mal entendido da
SRH e que o problema será sanado.
A reunião transcorria num clima
de civilidade, com exceção das interfe-
rências da referida Sra. , que em tom
Sintuperj não se cala
agressivo, prepotente, descontrolado,
em altos brados, batendo na mesa, com
gestos espalhafatosos de mãos e bra-
ços, dígnos de quem não tem a mínima
condição de ocupar o cargo que ocupa,
ou seja, é a pessoa errada no lugar er-
rado, tentou de toda forma intimidar
os representantes dos trabalhadores da
Uerj, dizendo, inclusive, que não reco-
nhece o Sintuperj como representante
dos trabalhadores das Universidades
Públicas do Estado do Rio de Janeiro.
Tal destemperamento desta Sra. te-
ria origem no fato de que na reunião do
Consun do dia (01/03), em que ficou
decidido manter a resolução 01/2011,
que estabelece o uso da “pontuação
anterior (2009) dos técnicos quando
do programa de avaliação específica”,
com o apoio de toda bancada dos téc-
nico-administrativos, o seu nome não
teria sido publicado na edição do nos-
so Boletim Sintuperj de nº 190.
Queremos deixar claro que cada vi-
tória, conseguida à custa de mobiliza-
ção e pressão dos técnico-administra-
tivos, só a eles são devidas, e que não
usamos nossos canais de comunicação
para propagandear nomes de pessoas
que usam seus cargos, efêmeros, para
prejudicar os interesses dos técnico-
-administrativos desta universidade.
4. JORNAL DO SINTUPERJ | ABRIL DE 20134
Rua São Francisco Xavier, 524 - sala 1020 D - Maracanã - Rio de Janeiro/RJ - CEP: 20.550-013 Tel/Fax: 2334-0058 - Tels: 2234-0945 /2234-1342 Internet: www.sintuperj.org.br / sintuperjsindicato@gmail.
com Delegacia HUPE: 2868-8486 Coordenação de Comunicação: Carlos Alberto Silveira e Juraci Liro Conselho Editorial: Alberto Mendes, Carlos Alberto Silveira, Cássia Gonçalves, Fátima Diniz, Jorge Luiz
Lemos, Pedro Guimarães Pimentel, Regina de Fátima Souza e Wilson Macedo Jornalista: Atilas Campos Fotos: Samuel Costa e Delegacia Uenf Programação Visual: Daniel Costa Tiragem: 2.500 exemplares
REPRESSÃO MILITAR ONTEM E HOJE
E
m 2013 completam-se 49 anos do
início do mais tenebroso período da
História brasileira. No dia 01 de abril
daquele 1964, os militares deram início a
Ditadura Militar. Mais do que relembrar os
atentados contra a vida, o mês de abril é
um momento de reflexão sobre as atroci-
dades cometidas pelos militares contra os
direitos básicos da humanidade.
Quase três décadas após o fim do regime
de exceção, ainda convivemos com práti-
cas brutais daqueles que deveriam guardar
nossa segurança. Quem não se lembra das
chacinas da Candelária (1993), que termi-
nou na usurpação de 21 vidas, e da Baixada
Fluminense (2005), que vitimou fatalmen-
te 29 pessoas em Nova Iguaçu e Queima-
dos. Sem mencionarmos tantos outros
casos de opressão e execuções, sobretudo,
contra a população pobre, negra e favelada.
Relembrar os erros para que não corramos
o risco de vivenciá-los novamente é uma das
razões para não deixarmos cair no esqueci-
Ditadura: 28 anos depois a repressão continua
mento toda a sorte de barbáries investidas
contra a sociedade brasileira entre 1964 e
1985. No entanto, a repressão aos movimen-
tos sociais, uma das marcas daquele interva-
lo de 21 anos, está mais vivo do que nunca.
Quem não se lembra do grande e desne-
cessário contingente militar e aparato bélico
empregado, por exemplo, em diversos atos
públicos promovidos por trabalhadores e es-
tudantes da Uerj por conta da greve unifica-
da em 2012? Sempre de prontidão, a Tropa
de Choque chegou mesmo a impedir que os
manifestantes não atravessassem uma das
ruas próximas ao Posto 12, em direção ao lo-
gradouro do governador do estado. Um claro
atentado ao direito de locomoção.
Mas não seria esse o principal fato que
faria da conduta militar um “resquício de
Ditadura”, como designaria uma das letras
do grupo O Rappa. Ainda no âmbito da
greve da Uerj em 2012, o mês de agosto
foi marcado por uma das mais truculen-
tas ações da Tropa de Choque. Os militares
invadiram o campus Maracanã da universi-
dade, reprimindo com bombas uma mani-
festação pacífica realizada pelos estudan-
tes. Truculência que não deixa a dever em
nada aos “anos de chumbo”.
E para quem ainda tem dúvidas sobre a
perpetuação das práticas repressoras, basta
lançar um olhar sobre a conduta da Tropa de
Choque diante dos ativistas que apoiavam
os índios que habitavam o antigo prédio
do Museu do Índio, no bairro do Maracanã.
Bombas de gás lacrimogênio e de efeito mo-
ral, tiros de borracha, prisões arbitrárias e os
clássicos sprays de pimenta foram “cordial-
mente” utilizados contra os manifestantes.
Em 01 de abril de 2013, e durante todo o
ano, cabe-nos não apenas refletirmos sobre
a violência deflagrada durante a Ditadura
Militar, mas também sobre o seu uso coti-
diano e contemporâneo contra a sociedade.
A
s celebrações dos ingleses pela
morte da ex-primeira ministra
do Reino Unido, Margareth That-
cher, seguem na contramão da multidão
que acompanhou o cortejo do ex-pre-
sidente da Venezuela, Hugo Chavez. O
contraste nos dois episódios envolven-
do figuras que estiveram à frente da
política de seus países por mais de uma
década pode ser mais bem compreen-
dido diante de uma releitura, mesmo
que breve, das medidas sociais políti-
cas e econômicas adotadas por ambos.
Em comum, o pulso firme caracterís-
tico das duas administrações. No caso da
primeira ministra, rendendo-lhe a alcu-
nha de “Dama de Ferro”. Por sua vez, o
presidente venezuelano justificava a pa-
tente de Coronel do Exército. No entanto,
durante os anos em que esteve à frente
da política inglesa (1979-1990) Thatcher
priorizou em seu governo a redução dos
índices de inflação com base em me-
didas neoliberais. Por sua vez, Chavez
lutou pela redução das desigualdades
sociais através da distribuição de renda.
EnquantoaInglaterravivencioumedi-
daseconômicasquetinhamcomoobjetivo
a não intervenção do Estado na economia
- abrindo caminho para o livre mercado e
suas cíclicas crises -, a Venezuela assistiu
ao Estado assumir diversos setores da econo-
mia, lutando contra a exploração capitalista
sobre a mão de obra do país. Veja algumas
das medidas adotadas pelos dois governos:
Inglaterra (1979-1990)
Privatização de empresas estatais; Re-
dução dos programas sociais; Praticamente
aboliu do salário mínimo (restabelecido em
1999 por Tony Blair); Limitação das greves;
Aumento dos juros e do desemprego; Cria-
ção do poll tax (imposto no qual a popula-
ção de renda mais baixa paga mais). Este
imposto sofreu resistência da população e
resultou e levou à queda da “Dama de Ferro”.
Venezuela (1999-2013)
Nacionalização de empresas petrolíferas,
elétricas, siderúrgicas, telefônicas e bancos;
Missões bolivarianas (programas sociais que
levam saúde, educação, habitação e alimen-
tos a pessoas mais humildes); Controle de
preços e do câmbio; Redução da pobreza e
do desemprego; Extinção do analfabetismo,
reconhecida pela ONU; Reforma Agrária;
Redução da desigualdade social (o país
tem atualmente distribuição de renda
mais igualitária da América Latina).
Diante de governos tão opostos
quanto aos interesses do povo, não é
por acaso que a imagem de Margareth
Thatcher estivesse tão “enferrujada”
em seu país. A Liga Inglesa de Futebol
chegou mesmo a anunciar que não exi-
giria que os clubes prestassem home-
nagens à ex-primeira ministra, inclusi-
ve no clássico entre Manchester United
e Manchester City não foi respeitado o
tradicional “minuto de silêncio”, no
mesmo dia da morte de Margareth That-
cher. Os ingleses podem ser verdadei-
ros “gentlemans”, mas não são bobos.
Por outro lado, os venezuelanos -
que também não são bobos - elegeram
o candidato apoiado por Hugo Cha-
vez para a presidência no último dia
14/04. A população daquele país en-
tendeu que o regime de transição ao
socialismo deve seguir em frente, con-
trariando o cenário de fracasso político
tão propagado pelos grandes meios de
comunicação no Brasil e outros tantos
países de regime capitalista. Vida lon-
ga a Revolução Bolivariana!
Tropa de choque reprime ativistas com balas de borracha
Ingleses festejam o falecimento de Margareth Thatcher e milhões de pessoas cortejam Hugo Chavez
A despedida de Thatcher e Chavez