O Projeto Mães em Quarentena ouviu quase 200 mulheres, no Brasil e Espanha, durante a pandemia de covid-19 para entender os impactos e principais desafios do confinamento no cotidiano com as crianças. Em nossa última pergunta aberta, lançamos a questão: a partir do que foi vivido nesse 2020, “Que mudanças as mães desejam ver na sociedade em um mundo pós-pandemia?”. As respostas das mulheres nos 2 países puderam ser sistematizadas em 10 grandes mudanças que apresentamos aqui. Para ter acesso ao estudo completo entre em contato conosco pelo perfil de Instagram: @maes_emquarentena.

1. 00
Mudanças que as
mães querem ver
num mundo pós - pandemia
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2. 1
FLEXIBILIDADE E MUDANÇAS EM RELAÇÃO AO
MUNDO DO TRABALHO
Para conciliar cuidados e trabalho remunerado, há que se
repensar o uso do tempo, o ‘como’ realizá-los e própria
relação com o trabalho, buscando garantir o espaço para o
exercício da maternidade, para a vida pessoal, para o
desenvolvimento profissional e a autonomia financeira
das mulheres. A flexibilidade é a questão número 1 para elas.
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3. CORRESPONSABILIDADE
Entendimento pela sociedade de que os trabalhos de
cuidados não são um “problema das mulheres” ou
unicamente “de mães”, é uma questão social na qual
diferentes agentes podem (e devem) exercer sua parte
de responsabilidade: governos, empresas o seu entorno
social e, essencialmente, os pais.
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4. REDES DE APOIO
O trabalho de cuidados requer rede de apoio múltipla:
escolas, cuidadores, serviços de cuidados, de orientação e
acompanhamento de familiares, apoio familiar e/ou de
comunidade, espaços socioeducativos, recreativos e de
convivência. Essa rede deveria ser universal, acessível e
ampla para atender os diferentes contextos da
maternidade, das famílias e dos cuidados e não ser
pensada unicamente do ponto de vista mercadológico
ou como soluções individuais de acordo com as
possibilidades econômicas.
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5. EMPATIA
A maternidade - aspectos biológicos, emocionais e o cuidar –
são pouco compreendidos na sociedade hoje. Com modos de
vida cada vez mais individuais, nos afastamos do saber
ancestral transmitido entre mulheres, tornamos o processo
materno solitário, mesmo no núcleo familiar- A empatia com
o maternar, com a parentalidade e com o cuidar de
dependentes requer aproximar e reconectar pessoas ao
processo de geração, criação e dos cuidados com a vida.
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6. MUDANÇA CULTURAL
A principal questão central trazida pelas mulheres é a
urgência ampliar a participação dos homens nos trabalhos
de cuidados na sociedade – na parentalidade mas também
em outros contextos como o cuidado de pessoas idosas,
dependentes, atividades de casa, no espaço educativo e
recreativo etc. Trazê-los para o debate, fomentar a mudança
cultural e a busca conjunta de soluções para o cotidiano é
considerado por elas uma mudança fundamental para eliminar
brechas de gênero.
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7. COMUNIDADE
O provérbio “é preciso uma aldeia para educar uma criança”
precisa ser aplicado na prática: onde está a aldeia? Quem é
você dentro dela? Como reconstruímos o sentimento de
comunidade, de coletivo, de pertencimento? Nesse sentido,
as mulheres trazem a reflexão de que é necessário repensar
como vivemos em sociedade, como nos fechamos em núcleos
muito pequenos e como as cidades desafiam esse cuidar
coletivo. Entendem que é necessário reconstruir esses
laços, assumindo que cuidar de pessoas dependentes é
tarefa da sociedade como um todo e não de um único
cuidador.
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8. RECONHECIMENTO
Que se entenda o valor, a importância e o quão exigente é
a dedicação aos trabalhos de cuidados. Entendê-los como
um trabalho que sustenta a sociedade, como parte da
equação econômica. Valorizar, reconhecer, remunerar, apoiar
e honrar o trabalhos reprodutivos e de cuidados para poder
resignificá-los na sociedade.
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9. POLÍTICAS PÚBLICAS
A elaborar de políticas públicas e destinar recursos para
alcançar a equidade e diminuir as brechas de gênero, levando
em conta as necessidades das mulheres, das mães, das
pessoas que trabalham nos cuidados, considerando
também as desigualdades sociais, econômicas e raciais
que as afetam de maneiras distintas.
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10. SORORIDADE
A sororidade foi percebida na prática durante a pandemia,
ainda que de forma virtual, assim como o aumento do
interesse por temas feministas e pautas de gênero. A partir
disso, as mulheres desejam fortalecer o apoio a outras
mulheres e desejam que essa rede seja ampliada e
consistente em seus cotidianos.
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11. EQUIDADE
As mulheres desejam que a sociedade seja cada vez mais
equitativa e sabem que o caminho é longo, que demanda de
ações transversais, investimento e mudança cultural.
Nesse sentido, querem ser escutas, consideradas e participar
dos processos decisórios na sociedade e no desenho das
respostas às desigualdades de gênero.
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