O Desenvolvimento do Oeste do Paraná via análise Econômica e Demográfica (em especial migratória). Uma abordagem desde meados do século XX até a segunda década do século XXI. Análises Endógenas e Exógenas e fatores econômicos e Demográficos influentes no processo. Hierarquia urbana e polarização. Conquista e Ocupação do Espaço Regional. Saturação e Ruptura Demográfica Regional. Ajuste e acomodação.
1. A Colonização do Oeste PR e
seus desdobramentos sociais
e econômicos
• Prof. Me., Dr., Pós Dr. Ricardo Rippel
Colegiado de Ciências Econômicas e
• PGDRA- Programa de Mestrado e Doutorado em
• Desenvolvimento Regional e Agronegócio
• UNIOESTE – Campus de Toledo.
• Líder do GEPEC - Grupo de Pesquisa em Agronegócio e
• Desenvolvimento Regional - Unioeste / Cnpq.
Economia
43 anos
12. Malha Viária do Paraná
e do Oeste do Estado -
1923
FONTE: Guia Geográfico Paraná. - http://www.guiageo-parana.com/mapas/parana-
antigo.htm
13. População Total do Oeste do Paraná - 1940 - 2010
Censo/
contagem 1940 1950 1.960 1.970 1.980 1.991 1.996 2.000 2.010
Total 7645 16421 135.697 768.271 1.009.432 1.047.990 1.109.252 1.164.200 1.219.558
Fonte: IBGE Censos Demográficos Brasileiros – 1940-2010
OBS. A população Estimada para
a Mesorregião Oeste do Estado
do Paraná, em Dezembro de 2021
era de estimados 1.330.154
habitantes
14. População segundo domicílio - Oeste do Paraná - 1970/2010
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
1 2 3 4 5
19.87
50.43
71.67
81.60
85.61
80.13
49.57
28.33
18.40
14.39
Pop. Urbana Pop.Rural
1970 1980 1991 2000 2010
18. Estado
do
Paraná
Brasil
1948
Mapa confeccionado após a redemocratização política do Brasil, com a queda do Estado Novo em 1945. Destaca-se a divisão administrativa do Estado, em municípios.
Nesse ano de 1948, já se observa a existência de dois “Paranás”: o chamado “tradicional”, com sede em Curitiba, e o “nortista”, que se projeta demográfica e
economicamente com a produção do café. No sudoeste e oeste do Estado, a frente sulista oriunda basicamente do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina ainda não havia
ocorrido em grande escala. Entre esses dois “Paranás”, funcionando como um isolador de integração, permanecem os Campos de Jaguariaíva, Piraí do Sul, Tibagi e
outros. Entre Ponta Grossa e Apucarana, aparece projetado e sobreposto a mão o trajeto da importante Ferrovia Central do Paraná, uma das grandes obras integradoras
das áreas histórico-culturais do Estado
Fonte: http://www.itcg.pr.gov.br/arquivos/livro/mapas_itcg3.html
19. Malha municipal do Paraná - 1950
FONTE: Elaboração dos autores a partir de IBGE.
Número de
Municípios
Paraná: 80
Oeste PR: 01
20. Mesorregião Oeste PR e Microrregiões 1950
FONTE: Elaboração dos autores a partir de IBGE.
Número de
Municípios
Oeste PR: 02
21. Malha municipal do Paraná - 1960
FONTE: Elaboração dos autores a partir de IBGE.
Número de
Municípios
Paraná: 162
Oeste PR: 05
22. Mesorregião Oeste PR - Microrregiões 1960
FONTE: Elaboração dos autores a partir de IBGE.
Número de
Municípios
Oeste PR : 05
23. Mesorregião Oeste PR e as Microrregiões 1970
Número de
Municípios
Oeste PR: 19
FONTE: Elaboração dos autores a partir de IBGE.
24. Mesorregião Oeste PR e as Microrregiões 1980
FONTE: Elaboração dos autores a partir de IBGE.
Número de
Municípios
Oeste PR: 20
25. Mesorregião Oeste PR e as Microrregiões 1991
FONTE: Elaboração dos autores a partir de IBGE.
Número de
Municípios
Oeste PR: 36
26. Mesorregião Oeste PR e as Microrregiões 2017
FONTE: Elaboração dos autores a partir de IBGE.
Número de
Municípios
Oeste PR: 50
27. Malha municipal do Paraná - 2017
FONTE: Elaboração dos autores a partir de IBGE.
Número de
Municípios
Paraná: 399
Oeste PR: 50
37. Taxas de Cresto Pop. Anuais - PR, Oeste do PR e BR - 1940-2010
38. Taxa
Decenal
de
Migração
de 1960 a
1970 das
MRHS -
PR
-0,20 0,00 0,20 0,40 0,60 0,80 1,00
Microrregião
Extremo Oeste Paranaense
Norte Novíssimo de Umuarama
Campo Mourão
Sudoeste Paranaense
Curitiba
Norte Novo de Apucarana
Pitanga
Alto Ivaí
Litoral Paranaense
Campos de Ponta Grossa
Campos de Guarapuava
Norte Velho de Venceslau Bras
Norte Novo de Maringá
Médio Iguaçu
Campos de Jaguariaíva
Campos da Lapa
São Mateus do Sul
Norte Novo de Londrina
Colonial do Irati
Alto Ribeira
Norte Velho de Jacarezinho
Alto Rio Negro Paranaense
Norte Novíssimo de Paranavaí
Algodoeira de Açaí
44. Imigração Intra-Estadual no Oeste-PR – 1975-80, 1986-91 e 95-2000.
Curitiba
Campo
Mourão
Campos de
Guarapuava
Sudoeste
Paranaense
Norte Novíssimo
de Umuarama
Norte Novo
de Maringá
Norte Novo
de Londrina
24.775
Extremo Oeste
5.844
6.522
Outras
Microrregiões
57. Chefes de Família Imigrantes no Oeste PR Por
Escolaridade de 1960 – 2000
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
30,00
35,00
40,00
45,00
50,00
60/70 70/80 81/91 90/00
Período
%
no
Total
SemInstrução Primário Incompleto Ginásio Incompleto 2o. Grau Incompleto 2o. Grau Completo ou mais
58.
59. Fases e Fatores de Interferência na Ocupação
Migratória no Oeste do Paraná - 1946/2010
Fatores de
Interferência
I Fase (1946/1970)
Conquista e Ocupação do Espaço Regional
Econômicos Demográficos
Exógenos
Marcha para o Oeste
Propensão à migração por
parte de pequenos produtores
de outras áreas do país
Financiamento federal e
estadual
Famílias com elevado número
de componentes
Demarcação da fronteira
internacional
Altas taxas de fecundidade
Fonte: Rippel (2005, pg. 213 e pesquisa PD. 2013).
60. Fatores de
Interferência
II Fase (1970/1985)
Saturação e Ruptura Demográfica Regional
Econômicos Demográficos
Exógenos
Implementação da política nacional de
desenvolvimento do setor
agroexportador
Criação de novas áreas de fronteira com
capacidade de absorção migratória
Consolidação da “Revolução Verde” no
território nacional
Estabelecimento de novos fluxos em
direção à fronteira
Financiamento aos produtores a taxas de
juros abaixo da inflação
Fortalecimento dos fluxos em direção ao
núcleo motor do desenvolvimento
nacional “Sudeste”
Tecnificação acelerada da produção
agrícola com absorção de insumos
industrializados, via de regra, de origem
de empresas transnacionais
Fortalecimento do Complexo
Agroindustrial nacional
Consolidação de áreas intra-estaduais e
interestaduais com acelerada expansão
econômica (exemplo de São Paulo e da
região metropolitana de Curitiba).
Adoção do binômio soja e trigo como
carros-chefes da política agrícola do país
Crise econômica da década de 1980 no
país (“década perdida”)
61. Fatores de
Interferência
III Fase (1985-2010)
Ajuste e Acomodação Demográfica Regional
Econômicos Demográficos
Exógenos
Diminuição de novos e
expressivos locais nacionais
capazes de atraírem
investimentos
Quedas das taxas de
fecundidade nacionais
Estabilidade econômica nacional
Arrefecimento dos estímulos à
migração no país
Reduzido ritmo de crescimento
econômico do país
62. Fatores de
Interferência
I Fase (1946/1970)
Conquista e Ocupação do Espaço Regional
Econômicos Demográficos
Endógenos
Solo fértil Região praticamente despovoada
Terras a preços bem acessíveis
Grande capacidade de absorção
de migrantes
Clima propício
Baixo grau de exigência da
qualificação da mão-de-obra a
ser absorvida
Topografia altamente
favorável
Uso intensivo da mão-de-obra
familiar
Pouca necessidade de
tecnificação da produção
Ocupação extensiva do território
da região via pequenas
propriedades rurais
Financiamento privado pelas
colonizadoras da área
63. Fatores de
Interferência
II Fase (1970/1985)
Saturação e Ruptura Demográfica Regional
Econômico Demográfico
Endógenos
Redistribuição do uso do território
regional concomitante a existência
de um processo de concentração
fundiária (reconcentração)
Saturação da capacidade das
propriedades da região de manterem
todos os integrantes das famílias na
área
Intensificação tecnológica da
produção rural
Emigração notadamente de origem
rural para destinos diversos
Modernização e consolidação das
rotas de transporte da área
Êxodo rural
Ocorrência de um ciclo continuado
de geadas que culminaram na
“geada negra” de 1975
Grande capacidade inicial de
absorção de migrantes por parte das
áreas urbanas da região
Início e conclusão da construção da
Hidrelétrica de Itaipu
Uso intensivo do território da região
via propriedades rurais médias e
grandes
64. Fatores de
Interferência
III Fase (1985-2010)
Ajuste e Acomodação Demográfica Regional
Econômico Demográfico
Endógenos
Crescimento e consolidação do
complexo agroindustrial da região
Elevadas taxas de circularidade
migratória no entorno das cidades
de Cascavel, Foz do Iguaçu,
Toledo e Medianeira
Fortalecimento do setor de
serviços e de comércio das
principais cidades da região
Reduzidas taxas de fecundidade
na região. (aprox. 2,0)
Elevação da qualificação da mão-
de-obra regional
Queda da capacidade das áreas
urbanas dos municípios da região
de absorverem trabalhadores
mantendo qualidade de vida
Redução (saturamento) da
capacidade de assimilação de
indivíduos pelas áreas urbanas
Uso intensivo do território da
região via propriedades rurais
médias e grandes
65. Considerações:
• 1) As transformações originadas da reestruturação da
produção nacional e regional modificaram os quesitos de
localização de atividades bem como os da qualificação
da força de trabalho do país.
• E no Oeste do PR configuraram espacialmente, nas
últimas décadas, o surgimento de fluxos distintos de
migração. Especialmente do ponto de vista da origem e
destino, bem como das etapas e volumes da migração.
• 2) Com a mudança do perfil produtivo da área,
mudaram a intensidade e a direção dos movimentos
migratórios.
66. • No processo a tecnificação da produção agropecuária
nem sempre foi o fator preponderante. Pois no conjunto
das mudanças econômicas do Oeste somaram-se fatores
atrativos dos locais de destino dos emigrantes da área.
• 3) Assim o perfil da imigração na região foi inicialmente
marcado por usar mão-de-obra baixa qualificação, de
reduzido nível escolar que se inseriu produtivamente no
setor primário da região. Contudo com o passar do
tempo dada a modernização da produção rural e a
acelerada urbanização regional; ocorreu na área uma
forte queda no volume de absorção de imigrantes e a
região passou a demandar / exigir maior qualificação
dos indivíduos para se inserirem no território.
67. • 4-) Mediante estas transformações os imigrantes que se
dirigiram ao Oeste do Paraná passaram a apresentar
níveis educacionais e de formação técnica mais elevados
e se inseriram de modo consistente nos setores
secundário e terciário da economia regional.
• E então ao longo de pouco mais de uma década e meia
de 1975 a 1991 a área deixou de ser local de forte
atração de imigrantes passando a ser área de emigração.
• E com o transcorrer do tempo já no novo século o Oeste
do Paraná configurou-se como uma região de
circularidade migratória, principalmente em seus três
maiores Municípios: Cascavel, Foz do Iguaçu e Toledo