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AULA 1 –
CONSERVADOR/RESTAURADOR/
MUSEÓLOGO.
Campo especializado de conhecimento
Campo do Patrimônio Cultural
Campo da Linguística
Campo de conhecimento interdisciplinar
Campo da Conservação e Restauração
Campo patrimonial
Campo especializado
Campo da Terminologia
Campo de saúde humana
Campo da Museologia
 a) Um campo é um microcosmo, incluído no macrocosmo, constituído pelo espaço social global (nacional ou, mais raramente, internacional).
 b) Cada campo possui regras de jogo e desafios específicos.
 c) Um campo é um espaço estruturado de posições ocupadas pelos diferentes agentes do campo. As práticas e as estratégias dos agentes só
se tornam compreensíveis se forem relacionadas às suas posições no campo.
 d) Esse espaço é um espaço de lutas, uma arena onde está em jogo uma concorrência ou competição entre os agentes que ocupam as diversas
posições.
 e) O objetivo dessas lutas reside na apropriação de capital específico de cada campo e/ou a redefinição desse capital.
 f) Esse capital é desigualmente distribuído no seio do campo. Por conseguinte, existem, nele, dominantes e dominados.
 g) A distribuição desigual do capital determina a estrutura do campo, que é definido pelo estado de uma relação de forças históricas entre as
forças (agentes e instituições) em confronto no campo.
 h) Em luta, uns contra os outros, todos os agentes de um campo têm interesse em que o campo exista. Eles mantêm, portanto, uma
“cumplicidade objetiva” para além das lutas que os opõem.
 i) A cada campo, corresponde um habitus (sistema de disposições incorporadas) próprio do campo. Apenas os que tiverem incorporado o
habitus próprio do campo estão em condições de disputar o jogo e de acreditar na importância dele
 j) Todo campo possui uma autonomia relativa, pois as lutas que se desenrolam em seu interior têm uma lógica própria, mesmo que o resultado
das lutas externas ao campo pese fortemente no desfecho das relações de forças internas.
PIERRE BOURDIEU
CAMPO CIENTÍFICO/ HABITUS CIENTÍFICO / CAPITAL CIENTÍFICO
objetivismo e subjetivismo
CAMPOS DA CIÊNCIA
A História / Física/ Filosofia: Surgiu enquanto ciência e campo de estudo na Grécia antiga
Matemática: Surgiu no Antigo Egito Química: Século XVII na Europa
E A MUSEOLOGIA, É UM CAMPO
CIENTÍFICO? SE SIM, QUANDO SE
CONSOLIDOU ENQUANTO CAMPO
CIENTÍFICO?
A Museologia pode ser considerada uma disciplina contemporânea que foi instituída a partir da segunda
metade do século 19 e que se consolidou a partir da segunda metade do século 20.
O termo “Museologia” teve a sua origem na Alemanha, como “Museologie”, chegando depois à
França como “Muséologie”. Seu sentido inicial se desenvolveu de forma variada, acompanhando as
transformações dos museus, com destaque para os museus europeus na segunda metade do século
19.
No Brasil, essa palavra seria introduzida na década de 1930, influenciada pelo pensamento francês. O
termo foi proposto por Gustavo Barroso, a partir da criação do curso de Museus do Museu Histórico
Nacional, em 1932. A criação desse curso foi marcante para o campo dos museus e da Museologia no
Brasil, sendo, inclusive, o primeiro curso de Museologia criado na América Latina. Ele se estabelece
como um importante elemento para ampliar os reflexos das ações museológicas nos museus
brasileiros.
QUAL O OBJETO DE ESTUDO DA
MUSEOLOGIA?
O principal teórico a se debruçar sobre o tema foi o
pensador tcheco Zbyněk Zbyslav Stránský .
• Ao buscar demonstrar a Museologia como uma ciência, na
sua investigação sobre a definição de seu objeto de estudo, Stránský
vai negar o museu como objeto central da disciplina Museologia.
• Nos estudos elaborados, destacou-se a discussão sobre qual seria o
objeto de estudo da Museologia.
Na busca por elaborar um pensamento teórico que definisse o campo
de atuação dessa área, diversos teóricos, como Vinõs Sofka,
Gregórova e, notadamente, Stransky, vão conceber a Museologia
como a ciência que se debruça sobre a relação específica entre o
homem e a realidade, estudo no qual o museu se constitui como
uma das materializações possíveis desse fenômeno.
• Tomislav Sola vai inclusive propor propõe uma nova definição para a
disciplina Museologia, sugerindo que deveria ser chamada de
“Patrimoniologia”, dada a ampliação do âmbito do objeto, que não
seria mais apenas os museus, mas todo o universo que envolve o
Patrimônio.
A partir dos anos 1960 a
museologia passou a ser
progressivamente considerada
como um verdadeiro campo
científico de investigação do real e
como disciplina independente.
O museu, portanto, se institui como um dos objetos de estudo da Museologia, na medida em que
entendemos essa disciplina como um campo do conhecimento que estuda e analisa o museu em sua
relação com a sociedade humana. Já a Museologia é reconhecida como disciplina acadêmica, uma vez
que possui metodologias especificas de trabalho, relativas a coleta, preservação, documentação e
comunicação do patrimônio da humanidade, que não se resume somente ao espaço institucional museu.
MUSEOLOGIA E CONSERVAÇÃO/RESTAURAÇÃO
a) preparar pessoal técnico de nível superior para: I – trabalhar nos
museus em geral; II – exercer serviços profissionais de
restauração, perícia e outros em obras de arte, objetos
históricos, peças científicas de interesse museológico e
monumentos em geral; III – trabalhar em cooperação com
botânicos, engenheiros florestais, zoólogos, geólogos, geógrafos e
outros profissionais cujo trabalho esteja ligado às artes em geral; IV –
trabalhar em cooperação com arquitetos, artistas plásticos e outros
profissionais cujo trabalho esteja ligados às artes em geral; V – trabalhar
em cooperação com historiadores, arqueólogos, biblioteconomistas e
outros profissionais cujo trabalho esteja ligado à pesquisa e à
documentação históricas; VI – trabalhar em atividade ligadas ao turismo;
VII – cooperar nos trabalhos das instituições artísticas, históricas,
científicas e culturais, de pesquisas, de tecnologias e outras análogas;
(...)” (MHN. Ante-projeto [sic] do REGIMENTO da Escola Superior de
Museologia submetido ao Conselho Federativo da FEFIEG, p. 1)
1970 projeto da Escola Superior de Museologia –
Museu Histórico Nacional
Entre os museólogos formados em 1962,
atuaram no campo museológico, Beatriz
Pellizzetti, Joir Meira, Léo Fonseca e Silva,
Marília Duarte Nunes e Sérgio Ferreti. Beatriz
Pellizzetti dedicou-se à restauração e ao
magistério de História na Universidade Federal
do Paraná(SIQUEIRA),p.136).
Em 1963, formaram-se 11 museólogos.
Destes, Almir Paredes Cunha e Sophia Jobim
Magno de Carvalho dedicaram-se ao ensino
de História da Arte e de Indumentária,
respectivamente, na Escola de Belas Artes da
UFRJ. Almir Paredes idealizou e criou o
Museu D. João VI da EBA⁄UFRJ e foi pioneiro
da conservação-restauração de materiais
têxteis no Brasil(SIQUEIRA,p.136)
Dos profissionais formados em 1964, 35,7% atuaram na área: Dirceu Pinho
França, Lélia Coelho Frota, Luiz Carlos de Abreu Pereira, Roberto Moreira da
Costa Lima Filho e Sérgio Guimarães de Lima. Dirceu França dedicou-se à
função de documentarista e, posteriormente, à restauração no
MHN.
OS TERMOS PRESERVAÇÃO, RESTAURAÇÃO, CONSERVAÇÃO E
CONSERVAÇÃO PREVENTIVA DE BENS CULTURAIS: UMA ABORDAGEM
TERMINOLÓGICA
 Esse artigo já parte dentro da discussão proposta por pierre Bourdieu na busca de delimitar a área de
Conservação e Restauro como um campo específico da ciência.
Esse campo delimitado pelos autores partem de dois campos específicos:
 1º:Inicialmente aborda-se uma terminologia da área, elaborada por especialistas do Comitê de Conservação do
The International Council of Museums (ICOM-CC), que estabeleceu a definição dos termos conservação,
conservação curativa, conservação preventiva e restauração.
 2º: Em um segundo momento são analisados os mesmos termos e suas variações, no corpus formado pelas
comunicações publicadas nos Anais da Associação Brasileira de Conservadores e Restauradores (ABRACOR).
Silvana de Fátima Bojanoski
Francisca Ferreira Michelon /
Cleci Bevilacqua /
O CONTEXTO DA CONSERVAÇÃO E RESTAURAÇÃO
 A noção de patrimônio cultural é datada e também socialmente localizada. Em fins do século XVIII e meados do
século XIX, estabeleceu-se na Europa uma nova percepção de tempo, especialmente em relação ao passado, fato
que também mudou as relações e percepções dos objetos do passado.
 Esse contexto de mudanças resultaria, já no século XIX, na elaboração das noções modernas de patrimônio, de
memória, bem como nos conceitos de conservação e de restauração. Assim, determinados objetos passam a
ser percebidos como “bens culturais”, que necessitam ser preservados, não somente por seus valores
artísticos, mas também pelos seus valores históricos, culturais, sociais, dentre outros.
 É no século XIX que a Conservação e Restauração começa a se estruturar como uma disciplina científica.
Também é nesse período que se assiste ao confronto entre duas grandes teorias: uma intervencionista, que
predomina no conjunto dos países europeus, principalmente na França; a outra, anti-intervencionista, que é mais
própria da Inglaterra.
No século XX a noção de patrimônio e sua importância para a sociedade ocidental foi extremamente ampliada. Nesse
contexto de ampliação do conceito de patrimônio, e a partir de uma proposta de salvaguarda e preservação ao
longo do tempo, os procedimentos de conservação e restauração são aplicados nos objetos e/ou monumentos que
os grupos sociais definem como bens de interesse cultural, por caracterizarem-se como portadores de múltiplos
significados e sentidos, em geral, e por estarem associados à memória e à identidade de uma sociedade, comunidade ou
grupo social.
A área da Conservação e Restauração de bens culturais está inserida neste contexto de expansão do campo
patrimonial e, ao longo do século XX, modifica-se a compreensão da área, que tende a se definir cada vez mais como
um campo especializado. Firma-se, nesse processo, um profissional, o conservador-restaurador, como foi
denominado pelo ICOM nos anos 1980, que busca paulatinamente se descolar da identidade do artista ou do
artesão(e também do museólogo) e basear seu saber e fazer em princípios científicos.
CONSOLIDAÇÃO DO CAMPO AO LONGO
DO SÉCULO XX
Na Europa, a área avançou significativamente em decorrência da necessidade de
recuperar o patrimônio cultural no contexto de destruição ocasionado pelas duas
guerras mundiais.
Foram criados vários centros internacionais, responsáveis pela elaboração e divulgação de conhecimentos com um
caráter mais científico sobre a composição dos bens materiais e seus processos de degradação. Pela importância
em termos de atuação na área, pode-se citar: o Instituto Real do Património Artístico , em Bruxelas, em 1937;
o Instituto Central do Restauro , em Roma, em 1940; o Instituto Internacional de Conservação, em
Londres, em 1950; o Centro Internacional para o Estudo da Preservação e Restauração de Bens Culturais,
em Roma, em 1956. Nesse processo de estruturação da área também se reconhece a importância de organismos
internacionais como a UNESCO e os seus Conselhos Internacionais, como o já citado ICOM, e ainda, a
Federação Internacional da Associação de Bibliotecas e o Conselho Internacional de Arquivos, os quais
tiveram um papel importante em cooperações interinstitucionais para a divulgação e disseminação de
conhecimentos produzidos na área.
Tais instituições europeias, e também algumas norte-americanas, por sua
posição e proeminência social, política e econômica no mundo ocidental,
ainda se constituem em centros de difusão do conhecimento sobre os
princípios e procedimentos de preservação de bens culturais e exercem
influência significativa sobre os demais países. Nesse contexto, os países
em desenvolvimento, dentro de suas realidades socioeconômicas,
também buscam preservar seus patrimônios, em geral alinhados com as
propostas europeias e norte-americanas.
ICOM – COMITE DE CONSERVAÇÃO (ICOM-CC)
• Em 2006, a partir de uma necessidade interna em estabelecer alguns termos da área de Conservação e
Restauração de bens culturais, a diretoria do ICOM-CC definiu uma força tarefa para estudar a
questão dos termos considerados essenciais
• A motivação para o estudo dos termos residiria no crescimento da comunidade profissional e na
ampliação do número de profissões e de diferentes culturas associadas ao ICOM.
• A multiplicação dos termos considerados o cerne da profissão estariam causando confusão e mal-
entendidos.
O GRUPO DE TRABALHO, FORMADO POR INTEGRANTES DE VÁRIOS PAÍSES E ORIGENS, INICIALMENTE
ELABOROU UM DOCUMENTO QUE FOI APRESENTADO NO ENCONTRO DO CONSELHO DIRETOR EM PARIS,
EM OUTUBRO DE 2007.
Ao final, a resolução do ICOM-CC, na sua versão em inglês, estabeleceu quatro termos específicos: conservação
preventiva, conservação corretiva e restauração, que em conjunto constituem a conservação, termo mais
amplo relacionado à salvaguarda do patrimônio cultural material.
No documento com os comentários, explica-se que as ações e medidas de conservação são identificadas e
organizadas de acordo com quatro critérios básicos:
(i) seus objetivos, isto é, se as ações e medidas são direcionadas à deterioração futura, deterioração atual ou
deterioração passada;
(ii) seu impacto no material e estrutura do bem cultural, isto é, se ele é direto ou indireto;
(iii) se pode ser aplicado em apenas um bem cultural de cada vez ou a um grupo de bens;
(iv) se os seus resultados podem ser vistos ou não no bem cultural, isto é, se modificam sua aparência ou não.
TERMINOLOGIAS APROVADAS
Conservação preventiva – todas as medidas e ações destinadas a evitar e minimizar futuras deteriorações ou perdas. Elas
são realizadas no contexto ou no entorno de um item, mas mais frequentemente um grupo de itens, qualquer que seja sua idade
e condição. Essas medidas e ações são indiretas – não interferem nos materiais e estruturas dos itens. Eles não modificam sua
aparência.
Conservação corretiva – todas as ações aplicadas diretamente a um item ou a um grupo de itens com o objetivo de
interromper os processos danosos atuais ou reforçar sua estrutura. Essas ações são realizadas apenas quando os itens estão
em condições tão frágeis ou se deteriorando a tal taxa que podem ser perdidos em um tempo relativamente curto. Essas ações
às vezes modificam a aparência dos itens.
Restauração – todas as ações aplicadas diretamente a um item único e estável visando facilitar sua apreciação, compreensão
e uso. Essas ações são realizadas apenas quando o item perdeu parte de seu significado ou função por alteração ou
deterioração passada. Eles são baseados no respeito pelo material original. Na maioria das vezes, tais ações modificam a
aparência do item .
Conservação – todas as medidas e ações destinadas a salvaguardar o patrimônio cultural tangível, garantindo sua
acessibilidade às gerações presentes e futuras. A conservação abrange a conservação preventiva, a conservação corretiva e a
restauração. Todas as medidas e ações devem respeitar o significado e as propriedades físicas do bem do patrimônio cultural.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CONSERVADORES-RESTAURADORES (ABRACOR)
 AABRACOR é uma associação de profissionais, fundada em 1980, que tem como seus objetivos a difusão do
conhecimento e a valorização de trabalhos no âmbito das competências do conservador-restaurador, através da
promoção de eventos que visem o aprimoramento técnico-profissional de seus associados.
 AABRACOR, desde sua fundação, sempre esteve bastante alinhada aos organismos internacionais da
Conservação e Restauração.
 Considerou-se, assim, que as comunicações e trabalhos apresentados nos eventos, e posteriormente publicados
nos Anais da ABRACOR, constituem-se em fonte importante para o estudo dos termos utilizados no campo da
conservação e restauro brasileiro.
O termo que conjuga as palavras conservação-
restauração, na esteira do nome do profissional
conservador-restaurador, definido pelo ICOM-CC desde
1984, tem baixa ocorrência .
O termo conservação curativa, tradução para o
português de remedial conservation, discutido e
proposto nos documentos do ICOM-CC, é encontrado
uma única vez, o que praticamente o excluiria como
termo candidato para uma terminologia
Observa-se que a escolha de termos feita pelo ICOM-CC não
coincide em parte com os termos que os profissionais brasileiros
utilizaram nas suas comunicações nos eventos da área.
Confirma-se visualmente a prevalência dos termos
conservação, restauração e preservação.
CONSERVAÇÃO PREVENTIVA
 Observa-se que o termo conservação preventiva sequer aparece, já que não se encontra entre os cem termos
apresentados na nuvem.
 A julgar pelo corpus de análise, a área da Conservação Preventiva tem uma inserção tardia entre os
conservadores-restauradores brasileiros, já que nos Anais da ABRACOR o termo aparece pela primeira vez
somente em 1992. Nos Anais dos eventos dos anos de 1994, 1996, 1998, 2000 e 2006, as ocorrências do termo
ainda são reduzidas e pontuais. Somente nos Anais do ano de 2006, quando se estabelece um espaço específico
para apresentações de trabalhos na área da Conservação Preventiva, é que aumenta significativamente a
frequência do termo.
CONCLUSÕES
 Nos dois cenários, observa-se que, embora os conservadores-restauradores já possuam um trajeto histórico
e social que lhes permite delimitar uma identidade profissional, ainda existem variações denominativas e
conceituais nos termos fundamentais que definem o campo. Tais variações podem constituir um problema,
na medida em que geram dúvidas e incertezas sobre as funções destes profissionais no campo do patrimônio
cultural.
CONSERVADOR E MUSEÓLOGO
Museólogo/Conservador: realidades idênticas com
nomes diferentes? profissões com funções diferenciadas
mas que indiscriminadamente se confunde a
terminologia? Conservador atualizado será um
museólogo?
Conservador
"clássico“
Conservadores
tradicionais
“Novos"
museólogos
CONCLUSÃO

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  • 2. Campo especializado de conhecimento Campo do Patrimônio Cultural Campo da Linguística Campo de conhecimento interdisciplinar Campo da Conservação e Restauração Campo patrimonial Campo especializado Campo da Terminologia Campo de saúde humana Campo da Museologia
  • 3.  a) Um campo é um microcosmo, incluído no macrocosmo, constituído pelo espaço social global (nacional ou, mais raramente, internacional).  b) Cada campo possui regras de jogo e desafios específicos.  c) Um campo é um espaço estruturado de posições ocupadas pelos diferentes agentes do campo. As práticas e as estratégias dos agentes só se tornam compreensíveis se forem relacionadas às suas posições no campo.  d) Esse espaço é um espaço de lutas, uma arena onde está em jogo uma concorrência ou competição entre os agentes que ocupam as diversas posições.  e) O objetivo dessas lutas reside na apropriação de capital específico de cada campo e/ou a redefinição desse capital.  f) Esse capital é desigualmente distribuído no seio do campo. Por conseguinte, existem, nele, dominantes e dominados.  g) A distribuição desigual do capital determina a estrutura do campo, que é definido pelo estado de uma relação de forças históricas entre as forças (agentes e instituições) em confronto no campo.  h) Em luta, uns contra os outros, todos os agentes de um campo têm interesse em que o campo exista. Eles mantêm, portanto, uma “cumplicidade objetiva” para além das lutas que os opõem.  i) A cada campo, corresponde um habitus (sistema de disposições incorporadas) próprio do campo. Apenas os que tiverem incorporado o habitus próprio do campo estão em condições de disputar o jogo e de acreditar na importância dele  j) Todo campo possui uma autonomia relativa, pois as lutas que se desenrolam em seu interior têm uma lógica própria, mesmo que o resultado das lutas externas ao campo pese fortemente no desfecho das relações de forças internas. PIERRE BOURDIEU CAMPO CIENTÍFICO/ HABITUS CIENTÍFICO / CAPITAL CIENTÍFICO objetivismo e subjetivismo
  • 4. CAMPOS DA CIÊNCIA A História / Física/ Filosofia: Surgiu enquanto ciência e campo de estudo na Grécia antiga Matemática: Surgiu no Antigo Egito Química: Século XVII na Europa
  • 5. E A MUSEOLOGIA, É UM CAMPO CIENTÍFICO? SE SIM, QUANDO SE CONSOLIDOU ENQUANTO CAMPO CIENTÍFICO?
  • 6. A Museologia pode ser considerada uma disciplina contemporânea que foi instituída a partir da segunda metade do século 19 e que se consolidou a partir da segunda metade do século 20. O termo “Museologia” teve a sua origem na Alemanha, como “Museologie”, chegando depois à França como “Muséologie”. Seu sentido inicial se desenvolveu de forma variada, acompanhando as transformações dos museus, com destaque para os museus europeus na segunda metade do século 19. No Brasil, essa palavra seria introduzida na década de 1930, influenciada pelo pensamento francês. O termo foi proposto por Gustavo Barroso, a partir da criação do curso de Museus do Museu Histórico Nacional, em 1932. A criação desse curso foi marcante para o campo dos museus e da Museologia no Brasil, sendo, inclusive, o primeiro curso de Museologia criado na América Latina. Ele se estabelece como um importante elemento para ampliar os reflexos das ações museológicas nos museus brasileiros.
  • 7. QUAL O OBJETO DE ESTUDO DA MUSEOLOGIA?
  • 8. O principal teórico a se debruçar sobre o tema foi o pensador tcheco Zbyněk Zbyslav Stránský . • Ao buscar demonstrar a Museologia como uma ciência, na sua investigação sobre a definição de seu objeto de estudo, Stránský vai negar o museu como objeto central da disciplina Museologia. • Nos estudos elaborados, destacou-se a discussão sobre qual seria o objeto de estudo da Museologia. Na busca por elaborar um pensamento teórico que definisse o campo de atuação dessa área, diversos teóricos, como Vinõs Sofka, Gregórova e, notadamente, Stransky, vão conceber a Museologia como a ciência que se debruça sobre a relação específica entre o homem e a realidade, estudo no qual o museu se constitui como uma das materializações possíveis desse fenômeno. • Tomislav Sola vai inclusive propor propõe uma nova definição para a disciplina Museologia, sugerindo que deveria ser chamada de “Patrimoniologia”, dada a ampliação do âmbito do objeto, que não seria mais apenas os museus, mas todo o universo que envolve o Patrimônio. A partir dos anos 1960 a museologia passou a ser progressivamente considerada como um verdadeiro campo científico de investigação do real e como disciplina independente.
  • 9. O museu, portanto, se institui como um dos objetos de estudo da Museologia, na medida em que entendemos essa disciplina como um campo do conhecimento que estuda e analisa o museu em sua relação com a sociedade humana. Já a Museologia é reconhecida como disciplina acadêmica, uma vez que possui metodologias especificas de trabalho, relativas a coleta, preservação, documentação e comunicação do patrimônio da humanidade, que não se resume somente ao espaço institucional museu.
  • 10. MUSEOLOGIA E CONSERVAÇÃO/RESTAURAÇÃO a) preparar pessoal técnico de nível superior para: I – trabalhar nos museus em geral; II – exercer serviços profissionais de restauração, perícia e outros em obras de arte, objetos históricos, peças científicas de interesse museológico e monumentos em geral; III – trabalhar em cooperação com botânicos, engenheiros florestais, zoólogos, geólogos, geógrafos e outros profissionais cujo trabalho esteja ligado às artes em geral; IV – trabalhar em cooperação com arquitetos, artistas plásticos e outros profissionais cujo trabalho esteja ligados às artes em geral; V – trabalhar em cooperação com historiadores, arqueólogos, biblioteconomistas e outros profissionais cujo trabalho esteja ligado à pesquisa e à documentação históricas; VI – trabalhar em atividade ligadas ao turismo; VII – cooperar nos trabalhos das instituições artísticas, históricas, científicas e culturais, de pesquisas, de tecnologias e outras análogas; (...)” (MHN. Ante-projeto [sic] do REGIMENTO da Escola Superior de Museologia submetido ao Conselho Federativo da FEFIEG, p. 1) 1970 projeto da Escola Superior de Museologia – Museu Histórico Nacional Entre os museólogos formados em 1962, atuaram no campo museológico, Beatriz Pellizzetti, Joir Meira, Léo Fonseca e Silva, Marília Duarte Nunes e Sérgio Ferreti. Beatriz Pellizzetti dedicou-se à restauração e ao magistério de História na Universidade Federal do Paraná(SIQUEIRA),p.136). Em 1963, formaram-se 11 museólogos. Destes, Almir Paredes Cunha e Sophia Jobim Magno de Carvalho dedicaram-se ao ensino de História da Arte e de Indumentária, respectivamente, na Escola de Belas Artes da UFRJ. Almir Paredes idealizou e criou o Museu D. João VI da EBA⁄UFRJ e foi pioneiro da conservação-restauração de materiais têxteis no Brasil(SIQUEIRA,p.136) Dos profissionais formados em 1964, 35,7% atuaram na área: Dirceu Pinho França, Lélia Coelho Frota, Luiz Carlos de Abreu Pereira, Roberto Moreira da Costa Lima Filho e Sérgio Guimarães de Lima. Dirceu França dedicou-se à função de documentarista e, posteriormente, à restauração no MHN.
  • 11. OS TERMOS PRESERVAÇÃO, RESTAURAÇÃO, CONSERVAÇÃO E CONSERVAÇÃO PREVENTIVA DE BENS CULTURAIS: UMA ABORDAGEM TERMINOLÓGICA  Esse artigo já parte dentro da discussão proposta por pierre Bourdieu na busca de delimitar a área de Conservação e Restauro como um campo específico da ciência. Esse campo delimitado pelos autores partem de dois campos específicos:  1º:Inicialmente aborda-se uma terminologia da área, elaborada por especialistas do Comitê de Conservação do The International Council of Museums (ICOM-CC), que estabeleceu a definição dos termos conservação, conservação curativa, conservação preventiva e restauração.  2º: Em um segundo momento são analisados os mesmos termos e suas variações, no corpus formado pelas comunicações publicadas nos Anais da Associação Brasileira de Conservadores e Restauradores (ABRACOR). Silvana de Fátima Bojanoski Francisca Ferreira Michelon / Cleci Bevilacqua /
  • 12. O CONTEXTO DA CONSERVAÇÃO E RESTAURAÇÃO  A noção de patrimônio cultural é datada e também socialmente localizada. Em fins do século XVIII e meados do século XIX, estabeleceu-se na Europa uma nova percepção de tempo, especialmente em relação ao passado, fato que também mudou as relações e percepções dos objetos do passado.  Esse contexto de mudanças resultaria, já no século XIX, na elaboração das noções modernas de patrimônio, de memória, bem como nos conceitos de conservação e de restauração. Assim, determinados objetos passam a ser percebidos como “bens culturais”, que necessitam ser preservados, não somente por seus valores artísticos, mas também pelos seus valores históricos, culturais, sociais, dentre outros.  É no século XIX que a Conservação e Restauração começa a se estruturar como uma disciplina científica. Também é nesse período que se assiste ao confronto entre duas grandes teorias: uma intervencionista, que predomina no conjunto dos países europeus, principalmente na França; a outra, anti-intervencionista, que é mais própria da Inglaterra.
  • 13. No século XX a noção de patrimônio e sua importância para a sociedade ocidental foi extremamente ampliada. Nesse contexto de ampliação do conceito de patrimônio, e a partir de uma proposta de salvaguarda e preservação ao longo do tempo, os procedimentos de conservação e restauração são aplicados nos objetos e/ou monumentos que os grupos sociais definem como bens de interesse cultural, por caracterizarem-se como portadores de múltiplos significados e sentidos, em geral, e por estarem associados à memória e à identidade de uma sociedade, comunidade ou grupo social. A área da Conservação e Restauração de bens culturais está inserida neste contexto de expansão do campo patrimonial e, ao longo do século XX, modifica-se a compreensão da área, que tende a se definir cada vez mais como um campo especializado. Firma-se, nesse processo, um profissional, o conservador-restaurador, como foi denominado pelo ICOM nos anos 1980, que busca paulatinamente se descolar da identidade do artista ou do artesão(e também do museólogo) e basear seu saber e fazer em princípios científicos.
  • 14. CONSOLIDAÇÃO DO CAMPO AO LONGO DO SÉCULO XX Na Europa, a área avançou significativamente em decorrência da necessidade de recuperar o patrimônio cultural no contexto de destruição ocasionado pelas duas guerras mundiais. Foram criados vários centros internacionais, responsáveis pela elaboração e divulgação de conhecimentos com um caráter mais científico sobre a composição dos bens materiais e seus processos de degradação. Pela importância em termos de atuação na área, pode-se citar: o Instituto Real do Património Artístico , em Bruxelas, em 1937; o Instituto Central do Restauro , em Roma, em 1940; o Instituto Internacional de Conservação, em Londres, em 1950; o Centro Internacional para o Estudo da Preservação e Restauração de Bens Culturais, em Roma, em 1956. Nesse processo de estruturação da área também se reconhece a importância de organismos internacionais como a UNESCO e os seus Conselhos Internacionais, como o já citado ICOM, e ainda, a Federação Internacional da Associação de Bibliotecas e o Conselho Internacional de Arquivos, os quais tiveram um papel importante em cooperações interinstitucionais para a divulgação e disseminação de conhecimentos produzidos na área.
  • 15. Tais instituições europeias, e também algumas norte-americanas, por sua posição e proeminência social, política e econômica no mundo ocidental, ainda se constituem em centros de difusão do conhecimento sobre os princípios e procedimentos de preservação de bens culturais e exercem influência significativa sobre os demais países. Nesse contexto, os países em desenvolvimento, dentro de suas realidades socioeconômicas, também buscam preservar seus patrimônios, em geral alinhados com as propostas europeias e norte-americanas.
  • 16. ICOM – COMITE DE CONSERVAÇÃO (ICOM-CC) • Em 2006, a partir de uma necessidade interna em estabelecer alguns termos da área de Conservação e Restauração de bens culturais, a diretoria do ICOM-CC definiu uma força tarefa para estudar a questão dos termos considerados essenciais • A motivação para o estudo dos termos residiria no crescimento da comunidade profissional e na ampliação do número de profissões e de diferentes culturas associadas ao ICOM. • A multiplicação dos termos considerados o cerne da profissão estariam causando confusão e mal- entendidos.
  • 17. O GRUPO DE TRABALHO, FORMADO POR INTEGRANTES DE VÁRIOS PAÍSES E ORIGENS, INICIALMENTE ELABOROU UM DOCUMENTO QUE FOI APRESENTADO NO ENCONTRO DO CONSELHO DIRETOR EM PARIS, EM OUTUBRO DE 2007. Ao final, a resolução do ICOM-CC, na sua versão em inglês, estabeleceu quatro termos específicos: conservação preventiva, conservação corretiva e restauração, que em conjunto constituem a conservação, termo mais amplo relacionado à salvaguarda do patrimônio cultural material. No documento com os comentários, explica-se que as ações e medidas de conservação são identificadas e organizadas de acordo com quatro critérios básicos: (i) seus objetivos, isto é, se as ações e medidas são direcionadas à deterioração futura, deterioração atual ou deterioração passada; (ii) seu impacto no material e estrutura do bem cultural, isto é, se ele é direto ou indireto; (iii) se pode ser aplicado em apenas um bem cultural de cada vez ou a um grupo de bens; (iv) se os seus resultados podem ser vistos ou não no bem cultural, isto é, se modificam sua aparência ou não.
  • 18. TERMINOLOGIAS APROVADAS Conservação preventiva – todas as medidas e ações destinadas a evitar e minimizar futuras deteriorações ou perdas. Elas são realizadas no contexto ou no entorno de um item, mas mais frequentemente um grupo de itens, qualquer que seja sua idade e condição. Essas medidas e ações são indiretas – não interferem nos materiais e estruturas dos itens. Eles não modificam sua aparência. Conservação corretiva – todas as ações aplicadas diretamente a um item ou a um grupo de itens com o objetivo de interromper os processos danosos atuais ou reforçar sua estrutura. Essas ações são realizadas apenas quando os itens estão em condições tão frágeis ou se deteriorando a tal taxa que podem ser perdidos em um tempo relativamente curto. Essas ações às vezes modificam a aparência dos itens. Restauração – todas as ações aplicadas diretamente a um item único e estável visando facilitar sua apreciação, compreensão e uso. Essas ações são realizadas apenas quando o item perdeu parte de seu significado ou função por alteração ou deterioração passada. Eles são baseados no respeito pelo material original. Na maioria das vezes, tais ações modificam a aparência do item . Conservação – todas as medidas e ações destinadas a salvaguardar o patrimônio cultural tangível, garantindo sua acessibilidade às gerações presentes e futuras. A conservação abrange a conservação preventiva, a conservação corretiva e a restauração. Todas as medidas e ações devem respeitar o significado e as propriedades físicas do bem do patrimônio cultural.
  • 19. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CONSERVADORES-RESTAURADORES (ABRACOR)  AABRACOR é uma associação de profissionais, fundada em 1980, que tem como seus objetivos a difusão do conhecimento e a valorização de trabalhos no âmbito das competências do conservador-restaurador, através da promoção de eventos que visem o aprimoramento técnico-profissional de seus associados.  AABRACOR, desde sua fundação, sempre esteve bastante alinhada aos organismos internacionais da Conservação e Restauração.  Considerou-se, assim, que as comunicações e trabalhos apresentados nos eventos, e posteriormente publicados nos Anais da ABRACOR, constituem-se em fonte importante para o estudo dos termos utilizados no campo da conservação e restauro brasileiro.
  • 20. O termo que conjuga as palavras conservação- restauração, na esteira do nome do profissional conservador-restaurador, definido pelo ICOM-CC desde 1984, tem baixa ocorrência . O termo conservação curativa, tradução para o português de remedial conservation, discutido e proposto nos documentos do ICOM-CC, é encontrado uma única vez, o que praticamente o excluiria como termo candidato para uma terminologia Observa-se que a escolha de termos feita pelo ICOM-CC não coincide em parte com os termos que os profissionais brasileiros utilizaram nas suas comunicações nos eventos da área. Confirma-se visualmente a prevalência dos termos conservação, restauração e preservação.
  • 21. CONSERVAÇÃO PREVENTIVA  Observa-se que o termo conservação preventiva sequer aparece, já que não se encontra entre os cem termos apresentados na nuvem.  A julgar pelo corpus de análise, a área da Conservação Preventiva tem uma inserção tardia entre os conservadores-restauradores brasileiros, já que nos Anais da ABRACOR o termo aparece pela primeira vez somente em 1992. Nos Anais dos eventos dos anos de 1994, 1996, 1998, 2000 e 2006, as ocorrências do termo ainda são reduzidas e pontuais. Somente nos Anais do ano de 2006, quando se estabelece um espaço específico para apresentações de trabalhos na área da Conservação Preventiva, é que aumenta significativamente a frequência do termo.
  • 22. CONCLUSÕES  Nos dois cenários, observa-se que, embora os conservadores-restauradores já possuam um trajeto histórico e social que lhes permite delimitar uma identidade profissional, ainda existem variações denominativas e conceituais nos termos fundamentais que definem o campo. Tais variações podem constituir um problema, na medida em que geram dúvidas e incertezas sobre as funções destes profissionais no campo do patrimônio cultural.
  • 23.
  • 24. CONSERVADOR E MUSEÓLOGO Museólogo/Conservador: realidades idênticas com nomes diferentes? profissões com funções diferenciadas mas que indiscriminadamente se confunde a terminologia? Conservador atualizado será um museólogo?