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África Unidigitalmente: Feliz 25 de Maio!
22 de Maio 2020 | Artigo de Opinião | Por Patrício Alexandre Gaspar Correia
África, oh África! Continente berço da humanidade,
dos solos férteis, pleno de potencialidades, domínio das procrastinações...
“Rumo à unidade africana” ... por estas palavras, aos 25 de Maio de 1963, e volvidos que estão
praticamente 57 anos desde a oficialização do órgão unitário dos povos africanos, Haile Selassie lançava um repto
a todos nós, filhos de uma África que ao longo da história tem registado factos concretos e demonstrativos da
capacidade dos seus povos de conduzir os seus destinos de forma inovadora. Um empoderamento que data desde
há sensivelmente 100.000 anos atrás a.C quando se começaram a registar os primeiros sinais de evolução com a
cultura mais antiga na face da terra (baseada na pesca); na mesma senda, vários registos evolutivos foram se
acumulando à nossa rica cronologia. Fomos e somos capazes...
Fomos capazes de lutar abnegadamente pela nossa libertação, pela concretização de um sonho de gerações.
Temos sido, de igual modo, capazes de multiplicar muitos zeros à busca da concretização dos nossos propósitos.
Ou seja, temos sido a nossa própria negação ao estilo da álgebra booleana, inclusive aquela que procura produzir
resultados associados ao avanço tecnológico das sociedades africanas.
Disse-o, de igual modo Haile Selassie que “...os africanos, nem mais nem menos do que outros homens,
possuem todos os atributos, talentos e deficiências, virtudes e falhas humanas. Milhares de anos atrás, as
civilizações floresceram em África, que não sofrem nada em comparação com as de outros continentes. Naqueles
séculos, os africanos eram politicamente livres e economicamente independentes. Seus padrões sociais eram
próprios e suas culturas verdadeiramente indígenas.”; por que razão, então, mantemo-nos na obscuridade do
desenvolvimento das sociedades africanas? Desenvolver um pensamento que reúna consenso e que permita
estabelecer uma fusão entre os fenómenos sociais e a necessidade de se capacitar as pessoas por via dos benefícios
inerentes às Tecnologias de Informação, por ex., não é uma tarefa simples. Principalmente porque a realidade
obriga-nos a considerar uma série de hipóteses que, juntas, reduzem o fosso de entendimento dos porquês
comportamentais associados ao nosso passado, do então do presente e do será do futuro.
Já muito se teorizou sobre o facto de a nossa geografia constituir o denominador comum para o atraso
evolutivo quando comparados à outras realidades. De tal modo que, segundo Montesquieu, “as pessoas que vivem
em regiões tropicais tendem a ser mais preguiçosas e não possuem mente curiosa”; culturalmente acredita-se,
também, que os africanos são pobres porque não têm uma boa ética de trabalho, ainda acreditam na bruxaria e
resistem às novas tecnologias. Embora não seja nosso propósito fazer uma incursão sobre aspectos sociológicos,
importa realçar que as civilizações africanas encontraram sempre as suas mais variadas particularidades e que, por
ex., a África Subsariana foi mais pobre quando comparada a outras partes do mundo, porém, a sua capacidade
existencial não encontrou qualquer impedimento. Entre 1491 e 1512 incentivou-se o uso da roda e do arado no
Reino do Kongo para fins agrícolas, sem muito sucesso. Houve, porém, uma tecnologia que teve maior aceitação,
as armas de fogo que ajudaram a responder melhor aos incentivos do mercado: captura e tráfico negreiro. Somos,
portanto, capazes de abraçar o uso das tecnologias...desde que haja incentivo para tal.
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Hipóteses geográfica, cultural; e a do descaso ou do desconhecimento? Reiteramos que já se passaram quase
60 anos desde que nasceu aquela organização política com o propósito de influenciar os povos africanos a conduzir
os seus destinos de uma forma que originasse a prosperidade e, apesar de o mundo inteiro ter conhecido, desde o
século XIX, uma desigualdade acentuada na difusão das tecnologias e da produção industrial, o contexto actual
oferece-nos uma oportunidade soberana de acertarmos o trilho e nos guiarmos com sustentabilidade efectiva,
descomprometida de qualquer outro propósito que não se associe com o resgate de uma causa legítima. Sermos por
todos nós, desde o Nilo ao Cabo, desde a costa Ocidental à Oriental...de forma cíclica! A hipótese do
desconhecimento tem muito que se lhe diga, todavia, assumamos que esta não deve mais constituir um factor de
argumentação para e contra nós. África e os seus merecem melhor aproveitamento dos avanços na ciência, sem
que tenhamos de, necessariamente, os reinventar. Devemos, pelo contrário, adaptar, com entusiasmo, as iniciativas
inovadoras ou conceitos a cada realidade e seguir o caminho positivamente imposto pela Revolução Industrial (4.0)
do momento.
Em nossa modesta opinião, a revolução 4.0 oferece-nos um conjunto de benefícios que ajudariam, inclusive,
na redução dos focos de falha de mercado, potenciando assim a produção, compra e venda livre de produtos e
serviços por toda a extensão do continente, de acordo com as regras impostas por uma economia de mercado
organizada. Com quase 60 anos de idade, existe maturidade bastante para que se encontre uma plataforma comum
entre os estados-membro da agora União Africana para que se elimine completamente o factor extrativo sem
inclusão e daí surjam factores que se assentam na identificação da promoção de iniciativas tecnológicas sob,
essencialmente, duas perspectivas: Tecnologias Emergentes ou Tecnologias Facilitadoras essenciais; e a partir
destas, promover a partilha do conhecimento sustentável, da literacia computacional, da adequação da Internet das
Coisas (IoT) à governação das comunidades, da obrigatoriedade da utilização de tecnologia que venha a promover
o equilíbrio climático, etc..., etc... Em suma, “plataformizar” as iniciativas em que o foco são as pessoas, a
proteção da propriedade intelectual e a salvaguarda da informação (a interoperabilidade pode ser garantida por via
de canais de comunicação baseados numa tecnologia de Cifra da Camada 1);
Se o contexto assenta-se na globalização, por que não associarmos à nossa causa um pensamento asiático?
Pois bem, concluímos a nossa reflexão...com uma nota de reflexão “Nós não somos nenhum de nós sozinhos. O
que exalamos, é inalado pelos outros. A luz que brilha sobre mim também brilha sobre o meu vizinho. Dessa
forma, tudo está ligado, tudo está ligado a todo o resto. Estou, assim, ligado ao meu amigo, assim como ao meu
inimigo; dessa maneira não há diferença entre mim e o meu amigo; dessa maneira, não há diferença entre mim e
o meu inimigo. Nós não somos nenhum de nós sozinhos.” Fushumongu (entre 504 AEC) ... Rumo à unidade
africana!
Feliz 25 de Maio!!!

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  • 1. 1 África Unidigitalmente: Feliz 25 de Maio! 22 de Maio 2020 | Artigo de Opinião | Por Patrício Alexandre Gaspar Correia África, oh África! Continente berço da humanidade, dos solos férteis, pleno de potencialidades, domínio das procrastinações... “Rumo à unidade africana” ... por estas palavras, aos 25 de Maio de 1963, e volvidos que estão praticamente 57 anos desde a oficialização do órgão unitário dos povos africanos, Haile Selassie lançava um repto a todos nós, filhos de uma África que ao longo da história tem registado factos concretos e demonstrativos da capacidade dos seus povos de conduzir os seus destinos de forma inovadora. Um empoderamento que data desde há sensivelmente 100.000 anos atrás a.C quando se começaram a registar os primeiros sinais de evolução com a cultura mais antiga na face da terra (baseada na pesca); na mesma senda, vários registos evolutivos foram se acumulando à nossa rica cronologia. Fomos e somos capazes... Fomos capazes de lutar abnegadamente pela nossa libertação, pela concretização de um sonho de gerações. Temos sido, de igual modo, capazes de multiplicar muitos zeros à busca da concretização dos nossos propósitos. Ou seja, temos sido a nossa própria negação ao estilo da álgebra booleana, inclusive aquela que procura produzir resultados associados ao avanço tecnológico das sociedades africanas. Disse-o, de igual modo Haile Selassie que “...os africanos, nem mais nem menos do que outros homens, possuem todos os atributos, talentos e deficiências, virtudes e falhas humanas. Milhares de anos atrás, as civilizações floresceram em África, que não sofrem nada em comparação com as de outros continentes. Naqueles séculos, os africanos eram politicamente livres e economicamente independentes. Seus padrões sociais eram próprios e suas culturas verdadeiramente indígenas.”; por que razão, então, mantemo-nos na obscuridade do desenvolvimento das sociedades africanas? Desenvolver um pensamento que reúna consenso e que permita estabelecer uma fusão entre os fenómenos sociais e a necessidade de se capacitar as pessoas por via dos benefícios inerentes às Tecnologias de Informação, por ex., não é uma tarefa simples. Principalmente porque a realidade obriga-nos a considerar uma série de hipóteses que, juntas, reduzem o fosso de entendimento dos porquês comportamentais associados ao nosso passado, do então do presente e do será do futuro. Já muito se teorizou sobre o facto de a nossa geografia constituir o denominador comum para o atraso evolutivo quando comparados à outras realidades. De tal modo que, segundo Montesquieu, “as pessoas que vivem em regiões tropicais tendem a ser mais preguiçosas e não possuem mente curiosa”; culturalmente acredita-se, também, que os africanos são pobres porque não têm uma boa ética de trabalho, ainda acreditam na bruxaria e resistem às novas tecnologias. Embora não seja nosso propósito fazer uma incursão sobre aspectos sociológicos, importa realçar que as civilizações africanas encontraram sempre as suas mais variadas particularidades e que, por ex., a África Subsariana foi mais pobre quando comparada a outras partes do mundo, porém, a sua capacidade existencial não encontrou qualquer impedimento. Entre 1491 e 1512 incentivou-se o uso da roda e do arado no Reino do Kongo para fins agrícolas, sem muito sucesso. Houve, porém, uma tecnologia que teve maior aceitação, as armas de fogo que ajudaram a responder melhor aos incentivos do mercado: captura e tráfico negreiro. Somos, portanto, capazes de abraçar o uso das tecnologias...desde que haja incentivo para tal.
  • 2. 2 Hipóteses geográfica, cultural; e a do descaso ou do desconhecimento? Reiteramos que já se passaram quase 60 anos desde que nasceu aquela organização política com o propósito de influenciar os povos africanos a conduzir os seus destinos de uma forma que originasse a prosperidade e, apesar de o mundo inteiro ter conhecido, desde o século XIX, uma desigualdade acentuada na difusão das tecnologias e da produção industrial, o contexto actual oferece-nos uma oportunidade soberana de acertarmos o trilho e nos guiarmos com sustentabilidade efectiva, descomprometida de qualquer outro propósito que não se associe com o resgate de uma causa legítima. Sermos por todos nós, desde o Nilo ao Cabo, desde a costa Ocidental à Oriental...de forma cíclica! A hipótese do desconhecimento tem muito que se lhe diga, todavia, assumamos que esta não deve mais constituir um factor de argumentação para e contra nós. África e os seus merecem melhor aproveitamento dos avanços na ciência, sem que tenhamos de, necessariamente, os reinventar. Devemos, pelo contrário, adaptar, com entusiasmo, as iniciativas inovadoras ou conceitos a cada realidade e seguir o caminho positivamente imposto pela Revolução Industrial (4.0) do momento. Em nossa modesta opinião, a revolução 4.0 oferece-nos um conjunto de benefícios que ajudariam, inclusive, na redução dos focos de falha de mercado, potenciando assim a produção, compra e venda livre de produtos e serviços por toda a extensão do continente, de acordo com as regras impostas por uma economia de mercado organizada. Com quase 60 anos de idade, existe maturidade bastante para que se encontre uma plataforma comum entre os estados-membro da agora União Africana para que se elimine completamente o factor extrativo sem inclusão e daí surjam factores que se assentam na identificação da promoção de iniciativas tecnológicas sob, essencialmente, duas perspectivas: Tecnologias Emergentes ou Tecnologias Facilitadoras essenciais; e a partir destas, promover a partilha do conhecimento sustentável, da literacia computacional, da adequação da Internet das Coisas (IoT) à governação das comunidades, da obrigatoriedade da utilização de tecnologia que venha a promover o equilíbrio climático, etc..., etc... Em suma, “plataformizar” as iniciativas em que o foco são as pessoas, a proteção da propriedade intelectual e a salvaguarda da informação (a interoperabilidade pode ser garantida por via de canais de comunicação baseados numa tecnologia de Cifra da Camada 1); Se o contexto assenta-se na globalização, por que não associarmos à nossa causa um pensamento asiático? Pois bem, concluímos a nossa reflexão...com uma nota de reflexão “Nós não somos nenhum de nós sozinhos. O que exalamos, é inalado pelos outros. A luz que brilha sobre mim também brilha sobre o meu vizinho. Dessa forma, tudo está ligado, tudo está ligado a todo o resto. Estou, assim, ligado ao meu amigo, assim como ao meu inimigo; dessa maneira não há diferença entre mim e o meu amigo; dessa maneira, não há diferença entre mim e o meu inimigo. Nós não somos nenhum de nós sozinhos.” Fushumongu (entre 504 AEC) ... Rumo à unidade africana! Feliz 25 de Maio!!!