Discurso de Gonçalo Gaspar na Sessão Solene do 25 de Abril 2011 - Cartaxo

 Excelentíssima Senhora Presidente da Assembleia Municipal
     do Cartaxo
   Excelentíssimo Senhor Presidente da Câmara Municipal do
     Cartaxo e restante executivo
   Excelentíssimos deputados da Assembleia Municipal


Caras Amigas e Caros Amigos,


     Celebramos hoje mais um aniversário da data em que
ocorreu, em Portugal, um acontecimento histórico, marcante
para a geração contemporânea e inspiradora para as gerações
que se seguiram.
     Para uns tratou-se de uma revolução pois pôs termo a
uma ditadura como regime político e restaurou os direitos,
liberdades e garantias do cidadão, com vista à construção de
uma sociedade democrática.

     Para outros foi um golpe de estado pois depôs
governantes déspotas e castrou um regime tirano para
instituir uma Junta de Salvação Nacional composta por
militares, mas apenas por alguns dos protagonistas desse
golpe, com um único e principal objectivo – pôr fim à guerra
colonial e restaurar a imagem de Portugal junto das
organizações internacionais.

     Para outros ainda e por incrível que pareça, não passou
de um acontecimento desnecessário, pois que, se soubessem o

                                                            1
que hoje sabem, nunca o teriam feito. Qual Velho do Restelo já
anunciado pelo poeta que, da epopeia grandiosa soube avisar
que poderá não haver heróis porque nem todos acreditam no
futuro que eles próprios idealizaram.

     A      minha   geração    não      esteve    presente    nos
acontecimentos mas foi uma das destinatárias dos ideais da
revolução. A verdade é que foi uma revolução feita por jovens
que pensavam como jovens.

     O maior dos seus comandantes, o capitão Salgueiro Maia,
tinha 29 anos. Na sua coluna militar saída de Santarém os
camaradas que o acompanhavam eram ainda mais novos e o
movimento de capitães dirigia-se directamente aos jovens
com um objectivo essencial: acabar com a guerra; acabar com
o garrote da censura; abrir as portas da liberdade; o fim da
prisão política, o fim dos tribunais plenários e de condenações
por delito de pensar, falar, escrever e cantar conforme a
liberdade e as opções de cada um. Foi uma Revolução de
jovens para jovens que adivinhavam um mundo mais aberto
do que as paredes e grades onde o país vivia encerrado,
esgotado,     depauperado,    minado    pela     corrupção,   pelo
caciquismo, pela ignorância mais absoluta, gravemente
analfabeto.

     Mas a revolução ainda lhes ofereceu paz, pão e liberdade.
A percentagem de jovens com formação académica de nível

                                                                 2
superior era pouco mais de 5%. Aos restantes a revolução
ainda deu a oportunidade de criarem o seu projecto de vida,
de sonharem, de crescerem. Do nada se construía um sonho e
daí à realidade eram passos curtos mas pouco sólidos. Os
ideais da revolução caminhavam ao lado dos jovens.

     Trinta e sete anos passados, essa juventude a quem se
destinava tais ideais é alcunhada de “rasca” e com o desgaste
do tempo e o diluir das ilusões e promessas, hoje auto
proclama-se “à rasca”. Se tudo assim continuar vamos
desaguar num mar de jovens enrascados, encalhados,
excluídos, mas formados superiormente.

     Os tempos actuais não podem ser gastos em balanços e
na procura de culpados, pois essa tarefa já está concluída.
Basta apenas uma pequena reflexão sobre a actualidade.

     O tempo actual é de procura de soluções, de agir, de
construir, sem perder os ideais como se perderam no passado.
Nada se constrói sem se idealizar.

     O jovem pós revolução viveu intensamente a euforia da
liberdade e abandonou o sentido da responsabilidade. Deixou-
se confundir pelas doutrinas políticas e perdeu a consciência
do que era útil e do que era necessário. Deixou de construir
objectivos e passou a aproveitar oportunidades. Deixou de
fazer e passou apenas a consumir.


                                                            3
O jovem da actualidade herdou este estado de coisas mas
quer mudar, tem necessidade de mudar. A palavra de ordem é
alterar para inovar.

     Para construir o jovem tem de saber e para saber tem de
aprender.

     A família, fonte básica de educação e instrução, tem de
se estruturar de forma apoiada, planeada, responsável e
continuada. Tem de constituir o ponto de partida para a
construção do projecto de vida do jovem e deixar de ser um
penoso apoio de vida sem projecto.

     A escola tem de ser beneficiada com uma reforma séria,
estruturante, que a actualize de forma a sentir-se útil, que a
modernize de forma a estimular os jovens e diminuir o
abandono escolar, que a organize de forma a ser eficaz e
pacífica, que a moralize de forma a tornar-se respeitada.

     Essa reforma tem de elevar o aluno a elemento principal
da escola, sujeito dotado de direitos mas, essencialmente,
cidadão jovem a quem se deve exigir o exercício consciente de
deveres, com apoio responsável e permanente da família, sem
o qual a escola de hoje não faz sentido.

     Essa mesma reforma tem de eleger o professor como
figura fundamental do ensino, ao qual o Estado deve criar
todas as condições para a sua formação profissional
permanente     ao   mais   alto   nível,   estatuto   e   sistema
                                                                4
remuneratório e de avaliação justos, de forma a que lhes
possa ser exigida a mais valiosa contrapartida – ensino de
elevadíssima qualidade.

      Os jovens de hoje são, em considerável percentagem,
portadores de elevados graus académicos, na sua maioria,
detentores    de    conhecimentos    técnicos   e   científicos,
adquiridos em universidades nacionais e fundamentais para o
desenvolvimento da economia do nosso país. A sua elevada
formação é reconhecida e aceite nas economias estrangeiras
mais desenvolvidas e poderosas do mundo. O trabalho que
nelas desenvolve é apoiado, reconhecido e divulgado como
exemplo de excelência.

      Contudo, o mercado interno não tem capacidade para os
aceitar, mas a nossa economia sente a sua falta e necessita do
seu    contributo    como     alimento     indispensável     ao
desenvolvimento do nosso tecido empresarial.

      Para alterar esta estúpida mas real contradição a solução
tem de passar pela reforma da nossa débil economia. O
desenvolvimento económico do nosso país tem de passar por
um binómio inultrapassável – cessar o gasto excessivo e
eliminar as despesas inúteis e aumentar a riqueza através do
desenvolvimento dos meios de produção. Apostar na
criatividade, incentivar o empreendedorismo, apoiar a
investigação científica, desenvolver a formação profissional

                                                               5
sectorial, qualificada e útil e reformar a banca investidora, são
medidas políticas que em época reformista se impõem como
elementos fundamentais para todo e qualquer projecto de
vida de uma empresa para que possa alcançar o seu fim útil –
criação de postos de trabalho para jovens com formação
académica de reconhecido mérito.

     Ao nível do Estado é fundamental a reforma da
diplomacia portuguesa no campo da chamada diplomacia
económica. É urgente a procura de novos mercados,
consolidar as exportações para mercados de garantia, de
estabilidade e permanência e criar no estrangeiro zonas de
implantação das empresas nacionais através das quais se
possa utilizar e desenvolver todas as capacidades produtivas
e   do   conhecimento     técnico   e   científico   dos   jovens
portugueses. Se estes são capazes nas empresas estrangeiras,
também o serão no estrangeiro através de empresas
nacionais.

     Não percamos tempo em discussões fúteis sobre a culpa
de algum insucesso dos ideais de Abril, pois essa é evidente e
por demais sabida. Assistimos hoje a uma vergonhosa
desonestidade intelectual quando os responsáveis negam a
sua culpa e, de forma vil, a sacodem para cima de quem dela
está isento. Mau exemplo para os jovens políticos.



                                                                6
Um dos ideais de Abril, mais uma vez se vai tornar
realidade e o povo vai ser chamado a escolher. Esta escolha
vai ser fundamental para o futuro próximo do nosso país.

     Como jovem deixo aqui um vivo e sentido apelo:

     Jovem significa futuro. Este estará sempre na nossa
vontade, no nosso saber, na nossa inteligência, no nosso
trabalho e, sobretudo na nossa intransmissível capacidade de
decidir. Futuro é já hoje. Daremos o nosso melhor, assim nos
permitam.

     Pertenço à geração mais qualificada de sempre do nosso
país, mas também pertenço à geração mais exigente. Uma das
principais conquistas de Abril foi o poder local, este com uma
função de proximidade na resolução efectiva dos problemas e
anseios da população, mas quando o poder local é liderado
por pessoas com pouca visão política e que não assumem os
compromissos damos por nós 37 anos depois do 25 Abril 74 a
discutir ainda a falta de saneamento básico que afecta uma
percentagem considerável da população do concelho do
Cartaxo, em vez de promover o desenvolvimento e a criação
de emprego e apoios ao mercado de arrendamento, como
forma de fixar jovens famílias na nossa terra.

     Não gerámos estes sentimentos nem criámos esta crise,
mas porque os ideais de Abril estão vivos e alguns por
cumprir, aqui estamos prontos para lutar por um Portugal

                                                             7
melhor,   mais    digno,   mais   forte,   mais    solidário   e,
principalmente, mais justo. Não queremos uma oportunidade.
Temos direito ao nosso lugar na história, agora.



                                  Viva o Concelho do Cartaxo!

                                                   Viva Portugal!




                                                                8

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Comunicado JSD Cartaxo - 07 Março 2011 por goncalofgaspar
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Comunicado Apresentacao Candidatura Paulo Caldas por goncalofgaspar
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Discurso de Gonçalo Gaspar na Sessão Solene do 25 de Abril 2011 - Cartaxo

  • 1.  Excelentíssima Senhora Presidente da Assembleia Municipal do Cartaxo  Excelentíssimo Senhor Presidente da Câmara Municipal do Cartaxo e restante executivo  Excelentíssimos deputados da Assembleia Municipal Caras Amigas e Caros Amigos, Celebramos hoje mais um aniversário da data em que ocorreu, em Portugal, um acontecimento histórico, marcante para a geração contemporânea e inspiradora para as gerações que se seguiram. Para uns tratou-se de uma revolução pois pôs termo a uma ditadura como regime político e restaurou os direitos, liberdades e garantias do cidadão, com vista à construção de uma sociedade democrática. Para outros foi um golpe de estado pois depôs governantes déspotas e castrou um regime tirano para instituir uma Junta de Salvação Nacional composta por militares, mas apenas por alguns dos protagonistas desse golpe, com um único e principal objectivo – pôr fim à guerra colonial e restaurar a imagem de Portugal junto das organizações internacionais. Para outros ainda e por incrível que pareça, não passou de um acontecimento desnecessário, pois que, se soubessem o 1
  • 2. que hoje sabem, nunca o teriam feito. Qual Velho do Restelo já anunciado pelo poeta que, da epopeia grandiosa soube avisar que poderá não haver heróis porque nem todos acreditam no futuro que eles próprios idealizaram. A minha geração não esteve presente nos acontecimentos mas foi uma das destinatárias dos ideais da revolução. A verdade é que foi uma revolução feita por jovens que pensavam como jovens. O maior dos seus comandantes, o capitão Salgueiro Maia, tinha 29 anos. Na sua coluna militar saída de Santarém os camaradas que o acompanhavam eram ainda mais novos e o movimento de capitães dirigia-se directamente aos jovens com um objectivo essencial: acabar com a guerra; acabar com o garrote da censura; abrir as portas da liberdade; o fim da prisão política, o fim dos tribunais plenários e de condenações por delito de pensar, falar, escrever e cantar conforme a liberdade e as opções de cada um. Foi uma Revolução de jovens para jovens que adivinhavam um mundo mais aberto do que as paredes e grades onde o país vivia encerrado, esgotado, depauperado, minado pela corrupção, pelo caciquismo, pela ignorância mais absoluta, gravemente analfabeto. Mas a revolução ainda lhes ofereceu paz, pão e liberdade. A percentagem de jovens com formação académica de nível 2
  • 3. superior era pouco mais de 5%. Aos restantes a revolução ainda deu a oportunidade de criarem o seu projecto de vida, de sonharem, de crescerem. Do nada se construía um sonho e daí à realidade eram passos curtos mas pouco sólidos. Os ideais da revolução caminhavam ao lado dos jovens. Trinta e sete anos passados, essa juventude a quem se destinava tais ideais é alcunhada de “rasca” e com o desgaste do tempo e o diluir das ilusões e promessas, hoje auto proclama-se “à rasca”. Se tudo assim continuar vamos desaguar num mar de jovens enrascados, encalhados, excluídos, mas formados superiormente. Os tempos actuais não podem ser gastos em balanços e na procura de culpados, pois essa tarefa já está concluída. Basta apenas uma pequena reflexão sobre a actualidade. O tempo actual é de procura de soluções, de agir, de construir, sem perder os ideais como se perderam no passado. Nada se constrói sem se idealizar. O jovem pós revolução viveu intensamente a euforia da liberdade e abandonou o sentido da responsabilidade. Deixou- se confundir pelas doutrinas políticas e perdeu a consciência do que era útil e do que era necessário. Deixou de construir objectivos e passou a aproveitar oportunidades. Deixou de fazer e passou apenas a consumir. 3
  • 4. O jovem da actualidade herdou este estado de coisas mas quer mudar, tem necessidade de mudar. A palavra de ordem é alterar para inovar. Para construir o jovem tem de saber e para saber tem de aprender. A família, fonte básica de educação e instrução, tem de se estruturar de forma apoiada, planeada, responsável e continuada. Tem de constituir o ponto de partida para a construção do projecto de vida do jovem e deixar de ser um penoso apoio de vida sem projecto. A escola tem de ser beneficiada com uma reforma séria, estruturante, que a actualize de forma a sentir-se útil, que a modernize de forma a estimular os jovens e diminuir o abandono escolar, que a organize de forma a ser eficaz e pacífica, que a moralize de forma a tornar-se respeitada. Essa reforma tem de elevar o aluno a elemento principal da escola, sujeito dotado de direitos mas, essencialmente, cidadão jovem a quem se deve exigir o exercício consciente de deveres, com apoio responsável e permanente da família, sem o qual a escola de hoje não faz sentido. Essa mesma reforma tem de eleger o professor como figura fundamental do ensino, ao qual o Estado deve criar todas as condições para a sua formação profissional permanente ao mais alto nível, estatuto e sistema 4
  • 5. remuneratório e de avaliação justos, de forma a que lhes possa ser exigida a mais valiosa contrapartida – ensino de elevadíssima qualidade. Os jovens de hoje são, em considerável percentagem, portadores de elevados graus académicos, na sua maioria, detentores de conhecimentos técnicos e científicos, adquiridos em universidades nacionais e fundamentais para o desenvolvimento da economia do nosso país. A sua elevada formação é reconhecida e aceite nas economias estrangeiras mais desenvolvidas e poderosas do mundo. O trabalho que nelas desenvolve é apoiado, reconhecido e divulgado como exemplo de excelência. Contudo, o mercado interno não tem capacidade para os aceitar, mas a nossa economia sente a sua falta e necessita do seu contributo como alimento indispensável ao desenvolvimento do nosso tecido empresarial. Para alterar esta estúpida mas real contradição a solução tem de passar pela reforma da nossa débil economia. O desenvolvimento económico do nosso país tem de passar por um binómio inultrapassável – cessar o gasto excessivo e eliminar as despesas inúteis e aumentar a riqueza através do desenvolvimento dos meios de produção. Apostar na criatividade, incentivar o empreendedorismo, apoiar a investigação científica, desenvolver a formação profissional 5
  • 6. sectorial, qualificada e útil e reformar a banca investidora, são medidas políticas que em época reformista se impõem como elementos fundamentais para todo e qualquer projecto de vida de uma empresa para que possa alcançar o seu fim útil – criação de postos de trabalho para jovens com formação académica de reconhecido mérito. Ao nível do Estado é fundamental a reforma da diplomacia portuguesa no campo da chamada diplomacia económica. É urgente a procura de novos mercados, consolidar as exportações para mercados de garantia, de estabilidade e permanência e criar no estrangeiro zonas de implantação das empresas nacionais através das quais se possa utilizar e desenvolver todas as capacidades produtivas e do conhecimento técnico e científico dos jovens portugueses. Se estes são capazes nas empresas estrangeiras, também o serão no estrangeiro através de empresas nacionais. Não percamos tempo em discussões fúteis sobre a culpa de algum insucesso dos ideais de Abril, pois essa é evidente e por demais sabida. Assistimos hoje a uma vergonhosa desonestidade intelectual quando os responsáveis negam a sua culpa e, de forma vil, a sacodem para cima de quem dela está isento. Mau exemplo para os jovens políticos. 6
  • 7. Um dos ideais de Abril, mais uma vez se vai tornar realidade e o povo vai ser chamado a escolher. Esta escolha vai ser fundamental para o futuro próximo do nosso país. Como jovem deixo aqui um vivo e sentido apelo: Jovem significa futuro. Este estará sempre na nossa vontade, no nosso saber, na nossa inteligência, no nosso trabalho e, sobretudo na nossa intransmissível capacidade de decidir. Futuro é já hoje. Daremos o nosso melhor, assim nos permitam. Pertenço à geração mais qualificada de sempre do nosso país, mas também pertenço à geração mais exigente. Uma das principais conquistas de Abril foi o poder local, este com uma função de proximidade na resolução efectiva dos problemas e anseios da população, mas quando o poder local é liderado por pessoas com pouca visão política e que não assumem os compromissos damos por nós 37 anos depois do 25 Abril 74 a discutir ainda a falta de saneamento básico que afecta uma percentagem considerável da população do concelho do Cartaxo, em vez de promover o desenvolvimento e a criação de emprego e apoios ao mercado de arrendamento, como forma de fixar jovens famílias na nossa terra. Não gerámos estes sentimentos nem criámos esta crise, mas porque os ideais de Abril estão vivos e alguns por cumprir, aqui estamos prontos para lutar por um Portugal 7
  • 8. melhor, mais digno, mais forte, mais solidário e, principalmente, mais justo. Não queremos uma oportunidade. Temos direito ao nosso lugar na história, agora. Viva o Concelho do Cartaxo! Viva Portugal! 8