1. Uma poesia sobre o Tejo
Levanto os meus olhos para Lisboa,
Para o seu relevo acidentado,
Um olhar que me magoa:
Ver afundar o Tejo tão amado.
Vejo o céu,
Que termina quando começa o mar
As cores e sonhos presentes no seu véu
É necessário entendê-lo para o amar…
Sabores, odores e cantos:
Percorro os cafés, as avenidas.
Toda a superfície é de primor,
Só existe uma maneira de viver Lisboa:
É vivê-la com amor.
2. Ouvir o sino tocar,
Lá no alto do castelo lisboeta.
Lembra-me do velho tempo,
Lembra o ser poeta.
“Pousa um momento,
Um só momento em mim,
Não só o olhar, também o pensamento.
Que a vida tenha fim
Nesse momento!
No olhar a alma também
Olhando-me, e eu a ver
Tudo quanto de ti teu olhar tem.
A ver até esquecer
Que tu és tu também.
Só tua alma sem tu
Só o teu pensamento
E eu onde, alma sem eu. Tudo o que sou
Ficou com o momento
E o momento parou.”
Traz as memórias às palavras,
O ser de Fernando Pessoa.
Caminhava pela imensa cidade,
À procura de Lisboa.
Lisboa procura-se no senhor do Adeus,
No pulmão verde onde não existe solidão.
Ao alto do monte encontramos Deus,
De Fernando Pessoa a sua paixão…